É bem difícil de assistir, mas muito bem feito. Como disseram em outros comentários, a câmera claustrofóbica da Bigelow é fundamental em criar um ambiente de tensão e suspense durante o segundo ato do filme. A atuação de Will Poutler está fantástica, assim como Daniel Boyega, infelizmente minha primeira vista dele fora da franquia Star Wars. Vale constar a presença das garotas Hanna Murray e Katilyn Denver, essa útlima cuja performance está tão boa quanto o seu destaque de 2019, em Booksmart. Os caras banda e do motel estão tão magníficos quanto e a construção do show até o final do arco do Larry é muito bem desenhada, para criar uma empatia pelo seu sonho e sua ânsia de cantar.
Admito que no começo achei que seria difícil ele se arrastar por duas horas 20, mas pegou bem pra mim. Ele já começa com dois pés na porta, e desbamca num caos total, se apegando em diferentes pontos da cidade, para depois focar em um evento.
É um filme importante, como registro da história, de tantos casos que existiram no conflito racial americano e perduram até hoje.
Adorei como a atuação é bastante caricata sem se tornar chata e incômoda, o sotaque e a entonação da voz característica deixa ainda mais interessante e atrativo a experiência. Poderia ter até mais horas que eu não iria me importar em conhecer novos personagens, paisagens, sons e cenários diferentes. A direção é bem peculiar, mas inovadora, funcionando bem no jogo de sombras e luzes criados pelos diretores, bastante cuidadosa. Chega ser a divertido conhecer a Sicília e o passado do protagonista, com excelentes diálogos.
O design de mundo é bem consistente, leve e interativo, não desperdiçam nenhum detalhe. Em menos de 10 minutos, me deixou com vontade de morar naquele filme. A apresentação de personagens e cenário é bem interessante também, visto que o protagonista diverge da maioria da população por não curtir muito os Pokémons. A química entre o Pikachu e o Tim é ótima, se bem que parecia o Deadpool para crianças preso no Pikachu, por conta da voz do Ryan Gosling. Ele não tem muitas inovações, e não pretende ser algo fora da curva, e entrega o prometido com ótimos twists e cenas divertidíssimas. A despeito de alguns diálogos meio forçados, a reação do protagonista com o mundo se sobressai e conclui uma ótima experiência.
Acho o quê ele tem de melhor é a trilha sonora e algumas cenas de ação, pois de roteiro e direção é bem porco e sem inovação. Há péssimos diálogos e total falta de aprofundamento, rapidez num desenvolvimento que poderia ter sido melhor. Falta de química entre personagens e cenas feitas apenas para "lacrar". Sophie Turner e Jessica Chastain estão ótimas, mas mal exploradas, principalmente a vilã, que parece mais uma participação especial, do quê um problema real, assim como a Fênix.
Eu esperei tanto por esse filme e não sabia. Me imergi total na narrativa e quando me vi estava gritando com as duas personagens surtando. Eu adorei como as músicas encaixaram em cada cena, como todos os personagens que apareceram no começo voltam para assombar na jornada, como tudo dá errado e elas ainda estão lá para apoiar uma a outra. A direção está perfeita, as sequências estão incríveis. Definitivamente não é o melhor filme de todos, mas é muito bom para o quê propõe.
Eu adorei como tem pouquíssimos momentos de romantização ou sei lá, quando demoram muito numa cena, para mostrar o peso dramático daquilo. Sabíamos que elas iam brigar em algum momento, mas como tudo acontece que impressiona. E como logo em seguida você tem algo mais imporante (a galera filmando). A cena inicial e a final são ótimas, bem abruptas e te jogam e te tiram da narrativa de um jeito maravilhoso. Acabou de uma maneira ótima.
Preciso nem falar da atuação das duas, surtadas e com uma ótima química. Beanie Feldstein principalmente porque a vimos em um filme com temática semelhante, porém numa atuação um pouco distinta em Lady Bird.
É incrível o quanto esse filme é sutil. Desde aos passos dos atores, sotaques, ambientações, trilha sonora. Ele é abstrato em alguns níveis, poético em outros ou direto em certas partes. Acredito que o principal é o fato de não haver certamente um conflito explícito, somos apenas jogados a essa rotina de alguns dias de uma família itnerante da vaquejada. E entre elas, há o sonho de costura do nosso personagem principal, enquanto ele lida com isso e o seu próprio sustento no ramo que acabou caindo. Maeve Jinkings e Juliano Cazaré estão maravilhosos em seus papéis, realmente parece que não são atores e sim os próprios moradores daquele local. Tenho familiares no nordeste e com certeza teriam uma visão completamente diferente e particular da obra. A cena de sexo tão comentada foi desconfortável pela longa duração, e pelo fato da moça estar grávida (o quê não impactou na narrativa, achei estranho), porém é a mais bonita que tenho conhecimento. A direção de fotografia e edição estão de parabéns.
Sônia Braga está surtada, plena, exuberante e poderosa. Maeve Jinkings exprime uma discussão familiar emocionante e uma relação cuidadosa e amorosa com a mãe. Os diálogos estão ótimos, e a direção é fenômenal. Kléber usa e abusa do zoom in e zoon out, para controlar o olhar do espectador na trama. Ele persegue os personagens e contorna o ambiente. Com pouca trilha sonora, apenas o necessário, ele cria um ambiente sinistro e preenche a ambientação, construindo a história de Clara e a estética do filme. Interessante que o comentário social é bem indireto e algumas vezes direto demais,
como quando a câmera mostra a periferia ao lado dos prédios, quando Clara discute com o cara da Engenharia, a questão das empregadas..
.É sobre tantas coisas. Memória, gentrificação, pertencimento, classe...Faz jus ao seu barulho.
Meu problema é mais pessoal, pois fui pensando em algo bem catártico (não que não tenha momentos de êxtase, mas pensei ter um quê a mais), mas nada acontece, e tudo acontece.
Esse filme tem uma vibe que não me senti nem um pouco atraído. Tinha muito potencial, mas faltou preencher lacunas de texto para dar mais sentido ao todo. Não sou muito fã de romances, e esse em questão, achei forçado e com diálogos batidos cheios de clichês. A trilha sonora e a atuação estão ótimas. Janet Jackson e Tupac, sozinhos, estão bem demais. Porém, não formam um bom casal. É tudo muito forçado e algumas situações não tem nem porquê existirem.
Algumas cenas até valem, mas o vazio de alguns momentos simplesmente não se encaixam. Parece que tem muito a dizer, mas não diz nada. Relacionamentos tóxicos, e machismo à exaustão. Sim, é assim que é na realidade, mas do jeito que é mostrado, como nas cenas das conversas entre as mulheres do salão ou a relação do Lucky com a Justice, que muda de opinião sobre ele do nada; parece gratuito demais.
Poderia ter muitos comentários sociais e ser mais explorado no lado musical, porém é desperdiçado para dar lugar a um romance vazio e sem motivos.
Eu tive ótimos sustos, isso já valeu. A fotografia e direção estão ótimas, escuro e desajeitado, você tem a impressão de ser o intruso e querer saber o quê está por trás. A ambientação sonora é maravilhosa, sinistra e constante. Não sei se estou usando o termo certo, mas os jumpscares foram bem feitos, me senti total imerso durante o tempo. Acho que faltou um pouco mais de "torture porn", apesar do final ter sido satisfatório, no quesito "não sobrou ninguém vivo", o pega pega tomou mais conta da tela do que a presença em si dos vilões. Poderia ter sido muito melhor, durado mais tempo, porém, valeu a pena. Bem montado também, a conexão do começo com o final estão ótimas.
O filme é bem simples, divertido, tem boas piadas e atuações surtadas. Eu estava esperando aquela clássica batalha onde cada cena uma faz algo melhor que a outra para agradar a atenção da amiga, e nem é tanto isso. São simplesmente consequências de uma ação numa dada personagem, e essa reagindo com tudo. Engraçado também como a relação do policial com a Annie resume o plot principal de 500 dias com ela.
Gostaria de ter assistido com mais atenção, sem parar, a experiência teria sido mais proveitosa. Porém, toda a nóia, trilha sonora e ambientação fazem jus ao appeal e consagram um ótimo e delirante longa. Para a posteridade, assistir com mais atenção e foco.
Absurdo de excelência cinematográfica, textual e de edição. São tantos detalhes, conexões, sons e sensações. Um retrato de uma realidade feito por quem nasceu nela (no caso, os atores), o principal fator que garante a experiência transmitida ao assistir o filme. Além disso, nenhum cenário alterado, quase como um documentário. Uma verdadeira aula de como funciona as favelas do Rio de Janeiro, para quem está bem longe dessas situações. Triste saber que depois de mais de 10 anos, nada mudou, só piorou.
Quem paga pau para Quentin Tarantino, tá na hora de reverenciar essa obra prima.
Da série, "por que diabos demorei tanto para sentar e assistir?
The Hate U Give é um filme de altos e baixos. Diversos momentos me peguei desgostando do quê estava sendo mostrado, para depois me surpreender com a tomada diferente de ação então ser puxado novamente para a narrativa. O quê me deixou desgostoso foram diálogos muito mecânicos e uma dramaticidade forçada em alguns momentos. Personagens com falas meio artificiais demais.
Dito os pontos negativos, o destaque também entra exatamente no modo como ele trata os temas. De forma direta e sem rodeios, com uma família que cada membro entende seu lugar e luta para agir da forma que acha certa naquele contexto.
Se você, assim como eu, assistiu sem saber muito da história, se surpreendeu com o ponto de virada logo no começo do longa. E foi aí que ele me conquistou. As conexões entre os ensinamentos do pai com as ações que Starr faz jogam ela diretamente para a sua ação, além, é claro, de toda sua história de vida.
Penso que o filme foi feito para um público bem geral, por isso sua direção e texto são dessa forma, sem muitas inovações. A única preocupação aqui é que audiência entenda o recado. É fazer com quê o debate aconteça, seja de qual lado for. Diversas opiniões são jogadas no filme, diversos lados são demonstrados e isso é importante, há marcas de parcialidade, porém cada personagem tem seu estigma e complexidade, como por exemplo, o policial negro.
Partindo do mesmo foco que é as consequências na mente de um jovem negro após testemunhar a morte de um conhecido/amigo/colega sem motivo, Blindspotting se sai melhor, tanto na técnica quanto no roteiro, me conquistou mais.
A trilha sonora também é boa e o núcleo escolar de Starr é bem bom, apesar de simples, entrega bons momentos. A parada da Beyoncé foi demais. Poderiam ter dado mais atenção para o namorado branco, apesar de ele não ser o maior dos problemas na vida dela, né? E valeu demais só por aclamar o 2pac no título e em alguns diálogos.
Todo o elenco de peso está bom demais, a atriz que interpreta a Starr e a Regina Hall se sobressaem, mas a pose de durão do pai também é foda demais.
O Ódio que Você Semeia é o Black Lives Matter - O Filme para toda a família assistir junto.
Capernaum é um tipo de filme que merece sua atenção total, você precisa estar desperto. Sua narrativa não é comum, a direção meio jogada, intrusiva e invasiva de Nadine torna a experiência difícil de acompanhar quando se fala na ação dos acontecimentos. Ela se concentra em pegar sempre no tamanho e na visão da criança, sendo, claramente, a perspectiva de Zanin.
Fora a técnica, os temas discutidos são pesadíssimos e importantes, e o jeito que são mostrados é de uma forma muito cruel e rea. O elenco está tão bem feito que há momentos que você pensa que é um documentário falso. A sujeira e a pobreza estão tão pertos que engana ao fazer a gente pensar que nada é cenário montado, o quê aí a direção magistral entra como uma intrusa, por exemplo, na casa dos pais de Nadine, onde a câmera parece com dificuldade de entrar e posicionar. Tudo bem bagunçado.
O roteiro é muito bem escrito, caminhando com a direção. Nada é dado de mão beijada, ou explicado, é tudo aos poucos. Você pode até questionar se uma criança dessa idade viveria tudo que Zain, mas conhecemos essa realidade e é provável que Zain seja um retrato de muitas espalhadas por aí.
São pedacinhos de um caso construídos durante as 2 horas de filme, para no final ligá-los e entregar uma história cativante, triste, que ensina, entretém e entristece demais.
Esse filme é grandioso demais. Desde que conheci o Glover e o Murai em Atlanta, agradeço tanto pela existência desses dois, essa parceira, essas mentes criativas. A estréia desse filme e o fato de estar sendo lançado de graça é uma prova disso.
Um filme curto, mas com muito a dizer. Feito de início como um conto de fadas, mas dialogando direto com a realidade, como o personagem do Glover joga antes de cantar This is America. Além disso, ele equilibra muito bem a narrativa e o visual. Não há necessidade de ir muito além disso, pois como o filme mostra, não passa de um pequeno conto, não precisamos expandir mais no universo, tudo que ali foi contado (o quê não impede de contar mais depois).
Com certeza, o quê mais chamou atenção na expectativa, o quê fez as pessoas assistirem foi a dupla Donald Glover e Rihanna. Os dois estão ótimos, Rihanna não aparece tanto, não canta, mas sua personagem em si é muito importante e seus atos são de grande importância na sua performance. Glover dançando e cantando para Rihanna, realmente não tem preço. Porém, o filme não é só o casal, a ambientação e todos os outros personagem só adicionam mais pontos na produção. Os vilões, as crianças, os moradores. (A cena em que o único diálogo escutado é o das máquinas de costura!!!)
Mesmo eu que não curto muito musicais, amei todas as performances (exceto quando a música é ouvida e não aparece ele cantando, só se movendo)
Girls Trip possui clichês e arquétipos já conhecidos dos filmes de comédia de viagem ou aqueles filmes do tipo "mean girls", que acompanham a jornada de amigas em situações inconvenientes. Mas aqui, a questão da negritude, do privilégio e dos relacionamentos entram mais forte. Tudo é discutido sob o filtro do humor, mas nenhum assunto é deixado de fora.
O pôster engana para chamar atenção de apenas um dos plots da história. Apesar de todas as personagens preencherem estereótipos da mulher negra, elas são muito bem desenvolvidas, conhecemos um pouco de sua história e a performance de cada uma leva e dá tom ao filme. Destaque para a maravilha que é a atuação da Tiffany Haddish, a única que nunca vi nas telas.
A sexualidade discutida abertamente durante as conversas entre as amigas se encaixa na verossimilhança da narrativa, porém tiveram alguns pontos no terceiro ato onde o exagero falou mais forte e destoou um pouco do caminho, como a cena da "chapação", por exemplo. Apesar disso, o filme continua sendo uma ótima pedida para quem quer se divertir e se emocionar no fim de noite com um filme de comédia clichê e "desconstruído".
Absolutamente tudo nesse filme combina perfeitamente. O roteiro é extremamente bem pensado ao meu ver. A ideia de não ter nenhuma explicação durante o longa é a cereja do bolo e cada plot twist é imprevisível (até certo ponto, é claro) e te deixa preso à narrativa. Você meio que sabe o quê vai acontecer, mas se pergunta o quê está acontecendo e se surpreende pelo "como" aconteceu.
Não apenas na questão do roteiro como também no visual o filme acerta em cheio. Tem muito uso do vermelho, da sombra. Lugares fechados e escuros e a dimensão de estar seguro e ao mesmo tempo encurralado. A vastidão do mar filmado, a luz do Sol, dá uma sensação de vazio e desespero. Todos esse elementos contribuem para a identificação com a situação e a imersão na narrativa. Não apenas isso como a performance da Melissa George, incrível; ela carrega o filme nas costas e está perfeita no papel.
Além disso, o filme acompanha uma trilha sonora sinistra e experimental em alguns pontos que casa com todos os momentos.
Me arrependo de ter demorado mais de um ano para ver essa obra. O bom é que não tava no hype, porém eu tava porque só ouvi elogios e reclamações por conta da minha demora.
Valeu a pena, o filme é realmente muito bom. Adoro como não demora muito para cada cena iniciar um diálogo. É a sustentação do filme juntamente com a relação de Lady Bird com a sua mãe. As duas estão maravilhosas no papel e é ótimo acompanhar a mudança dessa família, onde em vários pontos, ao menos comigo, é possível enxergar nossa relação com nossos pais.
Fico numa relação de amor e ódio com Lady Bird. Há momentos que a acho insuportável e infantil por não entender a situação em que se encontra. Outros que sou contemplado e entendo, pois afinal, são seus 17 anos, é assim mesmo.
A mãe é o outro destaque. Percebe-se o peso que ela carrega e o amor contido na relação, a ideia de aguentar e lidar com tanta coisa em tão pouco. A química e o texto entre as duas funciona e flui tão bem que você é carregado para a vida delas no instante em que elas aparecem. A direção as faz tão próximas, mas ao mesmo tempo as coloca em momentos tão distantes por conta dos conflitos da trama e isso é magnífico, essa é a vida.
Esse filme tem tantos momentos de esquentar o coração, balançar a cabeça, gritar. Uma linda fotografia, ótima trilha sonora e um coming of age com seus clichês de sempre, mas que sobressai pela sua linguagem e universo criado.
É preciso sim remarcar o óbvio: esse filme é extremamente importante, justamente por conta da representatividade, só depois de 10 anos temos um filme do MCU protagonizado, dirigido e roteirizado por uma mulher. É algo grande, e é possível perceber mesmo na reações das espectadoras. Essa identificação é extremamente necessária para o que vem pela frente. Não é questão de feminismo ou jogar um jogo, é a questão de fazer elas se enxergarem nas telas.
Uma personagem bad-ass, quase Deus Ex Machima, que usa e abusa dos seus poderes em ótimas cenas de ação, com humor na medida certa.
A química entre o Furry e a Carol está maravilhosa. Mas avaliando os dois unicamente, apenas Samuel L Jackson encontra-se na sua melhor forma. Brie não atua mal, porém não entrega um bom trabalho.
O filme tem ótimas cenas de abertura, a conexão dos Kree vendo as memórias dela é magnífica. Porém, o desenrolar da história e seus twists não me agradou muito. Me pareceu um simples e mediano filme de origem, que se segura através das conexões com o MCU (que visto que ela foi tipo a primeira personagem a ser conhecida pelo Fury, poderia ter vindo a um bom tempo, mas aí usaram da conexão com Guerra Infinita para tal).
A tilha sonora do filme me pareceu muuuito desconexa, muito mal feita. Anos 90/80? Ok, mas coloque músicas que combinem com a cena...
No entanto, não acho o pior nem uma merda. Foi um bom divertimento. Lembrar de Star Wars enquanto vê as cenas de perseguição com nave ou de velocidade da luz com as mesmas é sempre bom, rs. Acredito que por mais que não elevaram a dramaticidade, o humor estava bem conciso na medida certa.
AH, foi só eu que não aguentou os Kree humanizados? Digo, beleza, uma relação com refugiados, mas ver aquelas criaturas mexendo a boquinha daquele jeito, tão boazinhas...sei lá, não
Demorei para conferir, vi apenas elogios e completamente satisfeito por ter visto logo. Original, bem atuado e construído, um filme que discute temas bastante delicados, com uma sutileza e um cuidado enormes, sem nunca entregar o enredo de mão beijada para o espectador.
É bem interessante o fato de conhecermos a família durante as suas relações e roubos, gestos, brigas, modo de viver, tudo diz um pouco sobre cada personagem. Sem uma atuação de qualidade dos personagens principais o filme não se sustentaria e é incrível assistir as crianças interagindo entre si, quase sem nenhuma palavra trocada, apenas com o pouco conhecimento que tem. Há também o fato que as feições e gestos mudam drasticamente enquanto cada personagem descobre um pouco mais sobre o outro.
Eu não conhecia o diretor e depois de terminar esse longa, eu com certeza vou correr atrás do currículo dele. Aparentemente, ele editou, roteirizou e dirigiu. Fez tudo certinho. A casa cheia de materiais, bagunçada, com o tanto de história para ser contada. O momento dos roubos em que somos tentados a enxergar o quê o menino está vendo, e a câmera capta bem os momentos de furtividade. A ligação entre cenas como a da Yumi e a neta da vó no espelho. E o fato da trilha sonora ser bem pontual, em momentos precisos, quase sem tocar nada e quando toca, é de quebrar o coração.
Não dá para deixar de comentar a necessidade desse filme nos tempos de hoje, onde sempre o conceito de família é discutido. Nesse filme, tudo é desconstruído e somos levados a questionar nossos próprios princípios e nos perguntar o que faríamos no lugar deles, ou como resolvermos as questões deixadas no último ato. Um dos poucos títulos em que a tradução acertou em cheio.
O meu problema em particular com o filme, que claramente não tira as opiniões acima, são alguns pontos resolvidos do finais que fiquei sem entender, como "para onde o menino foi?" "por que o pai não foi preso?" "quem era aquela garota que abre a porta da casa deles no final?"
"Vamos tomar um tempo pra pensar naquelas pessoas muito especiais. Algumas podem estar aqui. Outras podem estar muito longe. Algumas podem estar até no céu. Não importa aonde elas estejam, no fundo, você sabia que elas sempre queriam o que era melhor pra você. Elas sempre se importaram com você além do que se pode medir e te encorajaram a ser verdadeiro com o que há melhor em você." - isso aí me quebrou de um jeito...
Um daqueles filmes/documentários que termina com aquele desejo de ser uma pessoa melhor, para si mesmo e para os outros. O resgate de uma história de um homem que nunca deveria ter sido esquecido, uma pessoa única e que com certeza deixou sua marca, um "segundo Cristo", como um dos entrevistados disseram.
É interessante observar toda a visão construída em cima da persona do Fred Rodger, um homem tido como genial, bom e que se preocupa com tudo e com todos, principalmente com as crianças, até ser altamente criticado pelos jornais, colunistas da época, como o doc mostra. Tem aquela famosa frase, que diz que sempre vão falar mal, não importa quão bem você faz o seu papel.
Acredito ser um filme para se ver em qualquer momento da vida, os ensinamentos de Fred sempre serão necessários, não importa à época e a pessoa. E a construção feita pela direção, ao construir esse personagem, não deixa margens para dúvidas, por mais que sempre será enviesado: ele era uma grande pessoa. Fred tinha defeitos, problemas, e obstáculos, e nada foi fácil.
A trilha sonora é outro destaque, beira o experimental e a música clássica, flertando entre momentos tensos (quando ele dialoga com a política) e alegres (quando estamos na vizinhança).
Infelizmente, foi esnobado pelo Oscar. Como muita gente faz maratona e assiste "apenas" se tiver nos indicados, iria ter muito mais público. A trilha sonora é outro destaque, beira o experimental e a música clássica, flertando entre momentos tensos (quando ele dialoga com a política) e alegres (quando estamos na vizinhança).
Mamoru Hosuda é um mestre da animação japonesa subestimado. Ele merece atenção igual a que o Miyazaki recebe dos críticos. Ele tem um extremo cuidado no tratamento dos traços e suas histórias são únicas e cativantes a seu modo. Summer Wars é bem diferente de The Girl Who Leap Through the Time e Mirai no Mirai.
Eu diria que em Wolf Children a animação em si, por mais que tenha belos traços, não me encantou tanto. Porém, a visão do espaço e da floresta é um dos destaques aqui.
Novamente, o roteiro é bastante cuidadoso e dá espaço para momentos de agitação, silêncio e tristeza. É uma história muito bem construída e quebra um pouco a expectativa pois não é previsível como qualquer outra história de crianças lobo poderia ser. Ou de lobisomens com humanos. Não temos caçadores ou humanos ruins aqui, mas nem por isso a verossimilhança do mundo apresentado deixa de ser crível. O velhinho que ajuda a Hana poderia ter tido mais destaque, pois de início achamos que ele iria agir como antagonista, mas surpreende e constrói uma ponte entre a relação com os vizinhos e a família; mas não sabemos quem ele é ou o porquê dele ter feito aquilo.
O anime cumpre todas as regras de roteiro e drama. Um final fechadinho e satisfatório, que liga pontos através de rimas visuais e de texto. Cada personagem tem seu arco completo, seu conflito estabelecido e resolvido. É bonito, encantador, emocionante e cativante. Poderia ter sido um desastre nas mãos erradas, porém se saiu um belo dum desenho para deixar o coração quentinho.
Por mais que as atuações sejam ótimas, excelentes, o filme tem um roteiro bastante previsível e covarde, não se desenvolve além do esperado. No geral, parece mais um filme sessão da tarde do que qualquer outra coisa, nem um pingo de Oscar. A direção não inova, e se apoia em situações clássicas de um cenário estabelecido em outros filmes, parece várias esquetes do tipo "teste social" ou um longo "eu não sou racista, até tenho um amigo negro".
O personagem do Ali não tem o desenvolvimento merecido, ele é regado às relações com o Tony, que atua como um personagem que por mais que tenha certa complexidade na viagem, mudando um pouco sua visão em relação aos negros, questionando porque ele se sujeita aquilo tudo e a cena da cozinha ele ainda sai como "uma amizade conciliatória/branco salvador".
A cena do jantar de natal, quando perguntam do "neguinho", um conflito que poderia ter sido ajustado para criar até um sermão bom. Outros personagem poderiam ter tido mais espaço de cena e de fala, como os outros dois caras da banda, que mais pareciam figurantes do que qualquer outra coisa.
A trilha sonora não anima, e o filme é recheado de momentos cômicos que poderiam ser evitados, como a parte do frango.
2 estrelas pela atuação, e pela tentativa. E mesmo admito que me diverti em certos momentos. Porém, se a família do Don Shirley diz a verdade sobre a biografia, o filme nem era para ter existido.
Acho que é essa a terceira animação japonesa que vejo que trata da imaginação de uma criança florescendo em meio aos conflitos com a família.
O ponto aqui é o toque na narrativa, com um roteiro simples, mas com um extremo cuidado na hora de ligar os pontos, amarrar os personagens e pequenos arcos. As rimas visuais e de escrita me pegaram de jeito e realmente me fizeram segurar o choro ou derramar umas lágrimas enquanto eu assistia.
O traço é muito bonito, percebe-se um toque nas luzes e sombras, seja entre pequenos objetos, para destacar uma relevância ou dar genuinidade ao mundo criado. Com cores fortes e coloridas, o filme traz uma carga emocional enorme e leve através das cores e luzes.
Destaque para o arco final, onde o segurança da estação é desenhado de outra forma, aterrorizante para criança, mas ao mesmo tempo amigável, um terreno "inimigo" em seus pensamentos, como se ela estivesse vivendo um pequeno pesadelo. A presença da Mirai do Futuro nessa cena liga os pontos, explica rapidamente os mistérios, finalizando o mistério e o amadurecimento da criança, tudo através de um CGI e uma direção muito bem conduzidas, dignas de um "uau" ao vê-las seguindo a câmera.
A trilha sonora não está presente em todo momento, porém quando ela aparece encaixa perfeitamente no momento das cenas, acompanhando a ida do personagem dentro desse sonho de crescimento e amadurecimento, que nos emociona e nos faz ao mesmo tempo amar e odiar crianças, ter e não ter uma família. De certa forma, mostra a realidade dessas situações. Um cenário que há 50 anos anos atrás era difícil de imaginar se mostra muito natural nas câmeras animadas: um pai tendo que fazer o serviço de casa e ainda o o trabalho formal, enquanto a mãe viaja para uma viagem de negócios.
A construção do casal e o seu desenvolvimento mostra ainda o crescimento da relação dos dois, entregando no final cada um da família resolvido com si mesmo.
Infelizmente não vai ganhar o Oscar, porém, digno de estar entre o indicados. Mais uma ótima animação de Mamoru Hosoda, esse cara sabe lidar com as emoções como ninguém. Se o Miyazaki tá se aposentando, é desse cara que a animação japonesa precisa.
Detroit em Rebelião
4.0 193 Assista AgoraÉ bem difícil de assistir, mas muito bem feito. Como disseram em outros comentários, a câmera claustrofóbica da Bigelow é fundamental em criar um ambiente de tensão e suspense durante o segundo ato do filme. A atuação de Will Poutler está fantástica, assim como Daniel Boyega, infelizmente minha primeira vista dele fora da franquia Star Wars. Vale constar a presença das garotas Hanna Murray e Katilyn Denver, essa útlima cuja performance está tão boa quanto o seu destaque de 2019, em Booksmart. Os caras banda e do motel estão tão magníficos quanto e a construção do show até o final do arco do Larry é muito bem desenhada, para criar uma empatia pelo seu sonho e sua ânsia de cantar.
Admito que no começo achei que seria difícil ele se arrastar por duas horas 20, mas pegou bem pra mim. Ele já começa com dois pés na porta, e desbamca num caos total, se apegando em diferentes pontos da cidade, para depois focar em um evento.
É um filme importante, como registro da história, de tantos casos que existiram no conflito racial americano e perduram até hoje.
Gente da Sicília
4.0 11 Assista AgoraAdorei como a atuação é bastante caricata sem se tornar chata e incômoda, o sotaque e a entonação da voz característica deixa ainda mais interessante e atrativo a experiência. Poderia ter até mais horas que eu não iria me importar em conhecer novos personagens, paisagens, sons e cenários diferentes. A direção é bem peculiar, mas inovadora, funcionando bem no jogo de sombras e luzes criados pelos diretores, bastante cuidadosa. Chega ser a divertido conhecer a Sicília e o passado do protagonista, com excelentes diálogos.
Pokémon: Detetive Pikachu
3.5 671 Assista AgoraO design de mundo é bem consistente, leve e interativo, não desperdiçam nenhum detalhe. Em menos de 10 minutos, me deixou com vontade de morar naquele filme. A apresentação de personagens e cenário é bem interessante também, visto que o protagonista diverge da maioria da população por não curtir muito os Pokémons. A química entre o Pikachu e o Tim é ótima, se bem que parecia o Deadpool para crianças preso no Pikachu, por conta da voz do Ryan Gosling. Ele não tem muitas inovações, e não pretende ser algo fora da curva, e entrega o prometido com ótimos twists e cenas divertidíssimas. A despeito de alguns diálogos meio forçados, a reação do protagonista com o mundo se sobressai e conclui uma ótima experiência.
X-Men: Fênix Negra
2.6 1,1K Assista AgoraAcho o quê ele tem de melhor é a trilha sonora e algumas cenas de ação, pois de roteiro e direção é bem porco e sem inovação. Há péssimos diálogos e total falta de aprofundamento, rapidez num desenvolvimento que poderia ter sido melhor. Falta de química entre personagens e cenas feitas apenas para "lacrar". Sophie Turner e Jessica Chastain estão ótimas, mas mal exploradas, principalmente a vilã, que parece mais uma participação especial, do quê um problema real, assim como a Fênix.
Fora de Série
3.9 493 Assista AgoraEu esperei tanto por esse filme e não sabia. Me imergi total na narrativa e quando me vi estava gritando com as duas personagens surtando. Eu adorei como as músicas encaixaram em cada cena, como todos os personagens que apareceram no começo voltam para assombar na jornada, como tudo dá errado e elas ainda estão lá para apoiar uma a outra. A direção está perfeita, as sequências estão incríveis. Definitivamente não é o melhor filme de todos, mas é muito bom para o quê propõe.
Eu adorei como tem pouquíssimos momentos de romantização ou sei lá, quando demoram muito numa cena, para mostrar o peso dramático daquilo. Sabíamos que elas iam brigar em algum momento, mas como tudo acontece que impressiona. E como logo em seguida você tem algo mais imporante (a galera filmando). A cena inicial e a final são ótimas, bem abruptas e te jogam e te tiram da narrativa de um jeito maravilhoso. Acabou de uma maneira ótima.
Preciso nem falar da atuação das duas, surtadas e com uma ótima química. Beanie Feldstein principalmente porque a vimos em um filme com temática semelhante, porém numa atuação um pouco distinta em Lady Bird.
Well, just watch
Boi Neon
3.6 462É incrível o quanto esse filme é sutil. Desde aos passos dos atores, sotaques, ambientações, trilha sonora. Ele é abstrato em alguns níveis, poético em outros ou direto em certas partes. Acredito que o principal é o fato de não haver certamente um conflito explícito, somos apenas jogados a essa rotina de alguns dias de uma família itnerante da vaquejada. E entre elas, há o sonho de costura do nosso personagem principal, enquanto ele lida com isso e o seu próprio sustento no ramo que acabou caindo. Maeve Jinkings e Juliano Cazaré estão maravilhosos em seus papéis, realmente parece que não são atores e sim os próprios moradores daquele local. Tenho familiares no nordeste e com certeza teriam uma visão completamente diferente e particular da obra. A cena de sexo tão comentada foi desconfortável pela longa duração, e pelo fato da moça estar grávida (o quê não impactou na narrativa, achei estranho), porém é a mais bonita que tenho conhecimento. A direção de fotografia e edição estão de parabéns.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraSônia Braga está surtada, plena, exuberante e poderosa. Maeve Jinkings exprime uma discussão familiar emocionante e uma relação cuidadosa e amorosa com a mãe. Os diálogos estão ótimos, e a direção é fenômenal. Kléber usa e abusa do zoom in e zoon out, para controlar o olhar do espectador na trama. Ele persegue os personagens e contorna o ambiente. Com pouca trilha sonora, apenas o necessário, ele cria um ambiente sinistro e preenche a ambientação, construindo a história de Clara e a estética do filme. Interessante que o comentário social é bem indireto e algumas vezes direto demais,
como quando a câmera mostra a periferia ao lado dos prédios, quando Clara discute com o cara da Engenharia, a questão das empregadas..
Meu problema é mais pessoal, pois fui pensando em algo bem catártico (não que não tenha momentos de êxtase, mas pensei ter um quê a mais), mas nada acontece, e tudo acontece.
Sem Medo no Coração
3.4 27Esse filme tem uma vibe que não me senti nem um pouco atraído. Tinha muito potencial, mas faltou preencher lacunas de texto para dar mais sentido ao todo. Não sou muito fã de romances, e esse em questão, achei forçado e com diálogos batidos cheios de clichês. A trilha sonora e a atuação estão ótimas. Janet Jackson e Tupac, sozinhos, estão bem demais. Porém, não formam um bom casal. É tudo muito forçado e algumas situações não tem nem porquê existirem.
Algumas cenas até valem, mas o vazio de alguns momentos simplesmente não se encaixam. Parece que tem muito a dizer, mas não diz nada. Relacionamentos tóxicos, e machismo à exaustão. Sim, é assim que é na realidade, mas do jeito que é mostrado, como nas cenas das conversas entre as mulheres do salão ou a relação do Lucky com a Justice, que muda de opinião sobre ele do nada; parece gratuito demais.
Poderia ter muitos comentários sociais e ser mais explorado no lado musical, porém é desperdiçado para dar lugar a um romance vazio e sem motivos.
Os Estranhos
3.1 1,3KEu tive ótimos sustos, isso já valeu. A fotografia e direção estão ótimas, escuro e desajeitado, você tem a impressão de ser o intruso e querer saber o quê está por trás. A ambientação sonora é maravilhosa, sinistra e constante. Não sei se estou usando o termo certo, mas os jumpscares foram bem feitos, me senti total imerso durante o tempo. Acho que faltou um pouco mais de "torture porn", apesar do final ter sido satisfatório, no quesito "não sobrou ninguém vivo", o pega pega tomou mais conta da tela do que a presença em si dos vilões. Poderia ter sido muito melhor, durado mais tempo, porém, valeu a pena. Bem montado também, a conexão do começo com o final estão ótimas.
Missão Madrinha de Casamento
3.2 1,7K Assista AgoraMelisa McCarthy você quer o mundo eu te dou viu
O filme é bem simples, divertido, tem boas piadas e atuações surtadas. Eu estava esperando aquela clássica batalha onde cada cena uma faz algo melhor que a outra para agradar a atenção da amiga, e nem é tanto isso. São simplesmente consequências de uma ação numa dada personagem, e essa reagindo com tudo. Engraçado também como a relação do policial com a Annie resume o plot principal de 500 dias com ela.
A cena da "vida atacando", e dos surtos na loja de vestidos e no chá de panela foram as melhores.
Estrada Perdida
4.1 469 Assista AgoraGostaria de ter assistido com mais atenção, sem parar, a experiência teria sido mais proveitosa. Porém, toda a nóia, trilha sonora e ambientação fazem jus ao appeal e consagram um ótimo e delirante longa. Para a posteridade, assistir com mais atenção e foco.
Cidade de Deus
4.2 1,8K Assista AgoraAbsurdo de excelência cinematográfica, textual e de edição. São tantos detalhes, conexões, sons e sensações. Um retrato de uma realidade feito por quem nasceu nela (no caso, os atores), o principal fator que garante a experiência transmitida ao assistir o filme. Além disso, nenhum cenário alterado, quase como um documentário. Uma verdadeira aula de como funciona as favelas do Rio de Janeiro, para quem está bem longe dessas situações. Triste saber que depois de mais de 10 anos, nada mudou, só piorou.
Quem paga pau para Quentin Tarantino, tá na hora de reverenciar essa obra prima.
Da série, "por que diabos demorei tanto para sentar e assistir?
O Ódio que Você Semeia
4.3 457The Hate U Give é um filme de altos e baixos. Diversos momentos me peguei desgostando do quê estava sendo mostrado, para depois me surpreender com a tomada diferente de ação então ser puxado novamente para a narrativa. O quê me deixou desgostoso foram diálogos muito mecânicos e uma dramaticidade forçada em alguns momentos. Personagens com falas meio artificiais demais.
Dito os pontos negativos, o destaque também entra exatamente no modo como ele trata os temas. De forma direta e sem rodeios, com uma família que cada membro entende seu lugar e luta para agir da forma que acha certa naquele contexto.
Se você, assim como eu, assistiu sem saber muito da história, se surpreendeu com o ponto de virada logo no começo do longa. E foi aí que ele me conquistou. As conexões entre os ensinamentos do pai com as ações que Starr faz jogam ela diretamente para a sua ação, além, é claro, de toda sua história de vida.
Penso que o filme foi feito para um público bem geral, por isso sua direção e texto são dessa forma, sem muitas inovações. A única preocupação aqui é que audiência entenda o recado. É fazer com quê o debate aconteça, seja de qual lado for. Diversas opiniões são jogadas no filme, diversos lados são demonstrados e isso é importante, há marcas de parcialidade, porém cada personagem tem seu estigma e complexidade, como por exemplo, o policial negro.
Partindo do mesmo foco que é as consequências na mente de um jovem negro após testemunhar a morte de um conhecido/amigo/colega sem motivo, Blindspotting se sai melhor, tanto na técnica quanto no roteiro, me conquistou mais.
A trilha sonora também é boa e o núcleo escolar de Starr é bem bom, apesar de simples, entrega bons momentos. A parada da Beyoncé foi demais. Poderiam ter dado mais atenção para o namorado branco, apesar de ele não ser o maior dos problemas na vida dela, né? E valeu demais só por aclamar o 2pac no título e em alguns diálogos.
Todo o elenco de peso está bom demais, a atriz que interpreta a Starr e a Regina Hall se sobressaem, mas a pose de durão do pai também é foda demais.
O Ódio que Você Semeia é o Black Lives Matter - O Filme para toda a família assistir junto.
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraCapernaum é um tipo de filme que merece sua atenção total, você precisa estar desperto. Sua narrativa não é comum, a direção meio jogada, intrusiva e invasiva de Nadine torna a experiência difícil de acompanhar quando se fala na ação dos acontecimentos. Ela se concentra em pegar sempre no tamanho e na visão da criança, sendo, claramente, a perspectiva de Zanin.
Fora a técnica, os temas discutidos são pesadíssimos e importantes, e o jeito que são mostrados é de uma forma muito cruel e rea. O elenco está tão bem feito que há momentos que você pensa que é um documentário falso. A sujeira e a pobreza estão tão pertos que engana ao fazer a gente pensar que nada é cenário montado, o quê aí a direção magistral entra como uma intrusa, por exemplo, na casa dos pais de Nadine, onde a câmera parece com dificuldade de entrar e posicionar. Tudo bem bagunçado.
O roteiro é muito bem escrito, caminhando com a direção. Nada é dado de mão beijada, ou explicado, é tudo aos poucos. Você pode até questionar se uma criança dessa idade viveria tudo que Zain, mas conhecemos essa realidade e é provável que Zain seja um retrato de muitas espalhadas por aí.
São pedacinhos de um caso construídos durante as 2 horas de filme, para no final ligá-los e entregar uma história cativante, triste, que ensina, entretém e entristece demais.
Guava Island
4.0 248Esse filme é grandioso demais. Desde que conheci o Glover e o Murai em Atlanta, agradeço tanto pela existência desses dois, essa parceira, essas mentes criativas. A estréia desse filme e o fato de estar sendo lançado de graça é uma prova disso.
Um filme curto, mas com muito a dizer. Feito de início como um conto de fadas, mas dialogando direto com a realidade, como o personagem do Glover joga antes de cantar This is America. Além disso, ele equilibra muito bem a narrativa e o visual. Não há necessidade de ir muito além disso, pois como o filme mostra, não passa de um pequeno conto, não precisamos expandir mais no universo, tudo que ali foi contado (o quê não impede de contar mais depois).
Com certeza, o quê mais chamou atenção na expectativa, o quê fez as pessoas assistirem foi a dupla Donald Glover e Rihanna. Os dois estão ótimos, Rihanna não aparece tanto, não canta, mas sua personagem em si é muito importante e seus atos são de grande importância na sua performance. Glover dançando e cantando para Rihanna, realmente não tem preço. Porém, o filme não é só o casal, a ambientação e todos os outros personagem só adicionam mais pontos na produção. Os vilões, as crianças, os moradores. (A cena em que o único diálogo escutado é o das máquinas de costura!!!)
Mesmo eu que não curto muito musicais, amei todas as performances (exceto quando a música é ouvida e não aparece ele cantando, só se movendo)
E a fotografia, então, nem se fala...
APENAS ASSISTAM LOGO.
Viagem das Garotas
3.5 219 Assista AgoraGirls Trip possui clichês e arquétipos já conhecidos dos filmes de comédia de viagem ou aqueles filmes do tipo "mean girls", que acompanham a jornada de amigas em situações inconvenientes. Mas aqui, a questão da negritude, do privilégio e dos relacionamentos entram mais forte. Tudo é discutido sob o filtro do humor, mas nenhum assunto é deixado de fora.
O pôster engana para chamar atenção de apenas um dos plots da história. Apesar de todas as personagens preencherem estereótipos da mulher negra, elas são muito bem desenvolvidas, conhecemos um pouco de sua história e a performance de cada uma leva e dá tom ao filme. Destaque para a maravilha que é a atuação da Tiffany Haddish, a única que nunca vi nas telas.
A sexualidade discutida abertamente durante as conversas entre as amigas se encaixa na verossimilhança da narrativa, porém tiveram alguns pontos no terceiro ato onde o exagero falou mais forte e destoou um pouco do caminho, como a cena da "chapação", por exemplo. Apesar disso, o filme continua sendo uma ótima pedida para quem quer se divertir e se emocionar no fim de noite com um filme de comédia clichê e "desconstruído".
Triângulo do Medo
3.5 1,3K Assista AgoraAbsolutamente tudo nesse filme combina perfeitamente. O roteiro é extremamente bem pensado ao meu ver. A ideia de não ter nenhuma explicação durante o longa é a cereja do bolo e cada plot twist é imprevisível (até certo ponto, é claro) e te deixa preso à narrativa. Você meio que sabe o quê vai acontecer, mas se pergunta o quê está acontecendo e se surpreende pelo "como" aconteceu.
Não apenas na questão do roteiro como também no visual o filme acerta em cheio. Tem muito uso do vermelho, da sombra. Lugares fechados e escuros e a dimensão de estar seguro e ao mesmo tempo encurralado. A vastidão do mar filmado, a luz do Sol, dá uma sensação de vazio e desespero. Todos esse elementos contribuem para a identificação com a situação e a imersão na narrativa. Não apenas isso como a performance da Melissa George, incrível; ela carrega o filme nas costas e está perfeita no papel.
Além disso, o filme acompanha uma trilha sonora sinistra e experimental em alguns pontos que casa com todos os momentos.
RECOMENDADÍSSIMO.
Tem duas perguntas que ficam na mente: aonde está a Heather e quem é aquele motorista?
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraMe arrependo de ter demorado mais de um ano para ver essa obra. O bom é que não tava no hype, porém eu tava porque só ouvi elogios e reclamações por conta da minha demora.
Valeu a pena, o filme é realmente muito bom. Adoro como não demora muito para cada cena iniciar um diálogo. É a sustentação do filme juntamente com a relação de Lady Bird com a sua mãe. As duas estão maravilhosas no papel e é ótimo acompanhar a mudança dessa família, onde em vários pontos, ao menos comigo, é possível enxergar nossa relação com nossos pais.
Fico numa relação de amor e ódio com Lady Bird. Há momentos que a acho insuportável e infantil por não entender a situação em que se encontra. Outros que sou contemplado e entendo, pois afinal, são seus 17 anos, é assim mesmo.
A mãe é o outro destaque. Percebe-se o peso que ela carrega e o amor contido na relação, a ideia de aguentar e lidar com tanta coisa em tão pouco. A química e o texto entre as duas funciona e flui tão bem que você é carregado para a vida delas no instante em que elas aparecem. A direção as faz tão próximas, mas ao mesmo tempo as coloca em momentos tão distantes por conta dos conflitos da trama e isso é magnífico, essa é a vida.
Esse filme tem tantos momentos de esquentar o coração, balançar a cabeça, gritar. Uma linda fotografia, ótima trilha sonora e um coming of age com seus clichês de sempre, mas que sobressai pela sua linguagem e universo criado.
Capitã Marvel
3.7 1,9K Assista AgoraÉ preciso sim remarcar o óbvio: esse filme é extremamente importante, justamente por conta da representatividade, só depois de 10 anos temos um filme do MCU protagonizado, dirigido e roteirizado por uma mulher. É algo grande, e é possível perceber mesmo na reações das espectadoras. Essa identificação é extremamente necessária para o que vem pela frente. Não é questão de feminismo ou jogar um jogo, é a questão de fazer elas se enxergarem nas telas.
Uma personagem bad-ass, quase Deus Ex Machima, que usa e abusa dos seus poderes em ótimas cenas de ação, com humor na medida certa.
A química entre o Furry e a Carol está maravilhosa. Mas avaliando os dois unicamente, apenas Samuel L Jackson encontra-se na sua melhor forma. Brie não atua mal, porém não entrega um bom trabalho.
O filme tem ótimas cenas de abertura, a conexão dos Kree vendo as memórias dela é magnífica. Porém, o desenrolar da história e seus twists não me agradou muito. Me pareceu um simples e mediano filme de origem, que se segura através das conexões com o MCU (que visto que ela foi tipo a primeira personagem a ser conhecida pelo Fury, poderia ter vindo a um bom tempo, mas aí usaram da conexão com Guerra Infinita para tal).
A tilha sonora do filme me pareceu muuuito desconexa, muito mal feita. Anos 90/80? Ok, mas coloque músicas que combinem com a cena...
No entanto, não acho o pior nem uma merda. Foi um bom divertimento. Lembrar de Star Wars enquanto vê as cenas de perseguição com nave ou de velocidade da luz com as mesmas é sempre bom, rs. Acredito que por mais que não elevaram a dramaticidade, o humor estava bem conciso na medida certa.
AH, foi só eu que não aguentou os Kree humanizados? Digo, beleza, uma relação com refugiados, mas ver aquelas criaturas mexendo a boquinha daquele jeito, tão boazinhas...sei lá, não
Assunto de Família
4.2 399 Assista Agora"Pai é quem cria" - o filme.
Demorei para conferir, vi apenas elogios e completamente satisfeito por ter visto logo. Original, bem atuado e construído, um filme que discute temas bastante delicados, com uma sutileza e um cuidado enormes, sem nunca entregar o enredo de mão beijada para o espectador.
É bem interessante o fato de conhecermos a família durante as suas relações e roubos, gestos, brigas, modo de viver, tudo diz um pouco sobre cada personagem. Sem uma atuação de qualidade dos personagens principais o filme não se sustentaria e é incrível assistir as crianças interagindo entre si, quase sem nenhuma palavra trocada, apenas com o pouco conhecimento que tem. Há também o fato que as feições e gestos mudam drasticamente enquanto cada personagem descobre um pouco mais sobre o outro.
Eu não conhecia o diretor e depois de terminar esse longa, eu com certeza vou correr atrás do currículo dele. Aparentemente, ele editou, roteirizou e dirigiu. Fez tudo certinho. A casa cheia de materiais, bagunçada, com o tanto de história para ser contada. O momento dos roubos em que somos tentados a enxergar o quê o menino está vendo, e a câmera capta bem os momentos de furtividade. A ligação entre cenas como a da Yumi e a neta da vó no espelho. E o fato da trilha sonora ser bem pontual, em momentos precisos, quase sem tocar nada e quando toca, é de quebrar o coração.
Não dá para deixar de comentar a necessidade desse filme nos tempos de hoje, onde sempre o conceito de família é discutido. Nesse filme, tudo é desconstruído e somos levados a questionar nossos próprios princípios e nos perguntar o que faríamos no lugar deles, ou como resolvermos as questões deixadas no último ato. Um dos poucos títulos em que a tradução acertou em cheio.
O meu problema em particular com o filme, que claramente não tira as opiniões acima, são alguns pontos resolvidos do finais que fiquei sem entender, como "para onde o menino foi?" "por que o pai não foi preso?" "quem era aquela garota que abre a porta da casa deles no final?"
Fred Rogers: O Padrinho da Criançada
4.3 43"Vamos tomar um tempo pra pensar naquelas pessoas muito especiais. Algumas podem estar aqui. Outras podem estar muito longe. Algumas podem estar até no céu. Não importa aonde elas estejam, no fundo, você sabia que elas sempre queriam o que era melhor pra você. Elas sempre se importaram com você além do que se pode medir e te encorajaram a ser verdadeiro com o que há melhor em você." - isso aí me quebrou de um jeito...
Um daqueles filmes/documentários que termina com aquele desejo de ser uma pessoa melhor, para si mesmo e para os outros. O resgate de uma história de um homem que nunca deveria ter sido esquecido, uma pessoa única e que com certeza deixou sua marca, um "segundo Cristo", como um dos entrevistados disseram.
É interessante observar toda a visão construída em cima da persona do Fred Rodger, um homem tido como genial, bom e que se preocupa com tudo e com todos, principalmente com as crianças, até ser altamente criticado pelos jornais, colunistas da época, como o doc mostra. Tem aquela famosa frase, que diz que sempre vão falar mal, não importa quão bem você faz o seu papel.
Acredito ser um filme para se ver em qualquer momento da vida, os ensinamentos de Fred sempre serão necessários, não importa à época e a pessoa. E a construção feita pela direção, ao construir esse personagem, não deixa margens para dúvidas, por mais que sempre será enviesado: ele era uma grande pessoa. Fred tinha defeitos, problemas, e obstáculos, e nada foi fácil.
A trilha sonora é outro destaque, beira o experimental e a música clássica, flertando entre momentos tensos (quando ele dialoga com a política) e alegres (quando estamos na vizinhança).
Infelizmente, foi esnobado pelo Oscar. Como muita gente faz maratona e assiste "apenas" se tiver nos indicados, iria ter muito mais público. A trilha sonora é outro destaque, beira o experimental e a música clássica, flertando entre momentos tensos (quando ele dialoga com a política) e alegres (quando estamos na vizinhança).
Crianças Lobo
4.4 339Mamoru Hosuda é um mestre da animação japonesa subestimado. Ele merece atenção igual a que o Miyazaki recebe dos críticos. Ele tem um extremo cuidado no tratamento dos traços e suas histórias são únicas e cativantes a seu modo. Summer Wars é bem diferente de The Girl Who Leap Through the Time e Mirai no Mirai.
Eu diria que em Wolf Children a animação em si, por mais que tenha belos traços, não me encantou tanto. Porém, a visão do espaço e da floresta é um dos destaques aqui.
Novamente, o roteiro é bastante cuidadoso e dá espaço para momentos de agitação, silêncio e tristeza. É uma história muito bem construída e quebra um pouco a expectativa pois não é previsível como qualquer outra história de crianças lobo poderia ser. Ou de lobisomens com humanos. Não temos caçadores ou humanos ruins aqui, mas nem por isso a verossimilhança do mundo apresentado deixa de ser crível. O velhinho que ajuda a Hana poderia ter tido mais destaque, pois de início achamos que ele iria agir como antagonista, mas surpreende e constrói uma ponte entre a relação com os vizinhos e a família; mas não sabemos quem ele é ou o porquê dele ter feito aquilo.
O anime cumpre todas as regras de roteiro e drama. Um final fechadinho e satisfatório, que liga pontos através de rimas visuais e de texto. Cada personagem tem seu arco completo, seu conflito estabelecido e resolvido. É bonito, encantador, emocionante e cativante. Poderia ter sido um desastre nas mãos erradas, porém se saiu um belo dum desenho para deixar o coração quentinho.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraPor mais que as atuações sejam ótimas, excelentes, o filme tem um roteiro bastante previsível e covarde, não se desenvolve além do esperado. No geral, parece mais um filme sessão da tarde do que qualquer outra coisa, nem um pingo de Oscar. A direção não inova, e se apoia em situações clássicas de um cenário estabelecido em outros filmes, parece várias esquetes do tipo "teste social" ou um longo "eu não sou racista, até tenho um amigo negro".
O personagem do Ali não tem o desenvolvimento merecido, ele é regado às relações com o Tony, que atua como um personagem que por mais que tenha certa complexidade na viagem, mudando um pouco sua visão em relação aos negros, questionando porque ele se sujeita aquilo tudo e a cena da cozinha ele ainda sai como "uma amizade conciliatória/branco salvador".
A cena do jantar de natal, quando perguntam do "neguinho", um conflito que poderia ter sido ajustado para criar até um sermão bom. Outros personagem poderiam ter tido mais espaço de cena e de fala, como os outros dois caras da banda, que mais pareciam figurantes do que qualquer outra coisa.
2 estrelas pela atuação, e pela tentativa. E mesmo admito que me diverti em certos momentos. Porém, se a família do Don Shirley diz a verdade sobre a biografia, o filme nem era para ter existido.
Mirai
3.6 119Acho que é essa a terceira animação japonesa que vejo que trata da imaginação de uma criança florescendo em meio aos conflitos com a família.
O ponto aqui é o toque na narrativa, com um roteiro simples, mas com um extremo cuidado na hora de ligar os pontos, amarrar os personagens e pequenos arcos. As rimas visuais e de escrita me pegaram de jeito e realmente me fizeram segurar o choro ou derramar umas lágrimas enquanto eu assistia.
O traço é muito bonito, percebe-se um toque nas luzes e sombras, seja entre pequenos objetos, para destacar uma relevância ou dar genuinidade ao mundo criado. Com cores fortes e coloridas, o filme traz uma carga emocional enorme e leve através das cores e luzes.
Destaque para o arco final, onde o segurança da estação é desenhado de outra forma, aterrorizante para criança, mas ao mesmo tempo amigável, um terreno "inimigo" em seus pensamentos, como se ela estivesse vivendo um pequeno pesadelo. A presença da Mirai do Futuro nessa cena liga os pontos, explica rapidamente os mistérios, finalizando o mistério e o amadurecimento da criança, tudo através de um CGI e uma direção muito bem conduzidas, dignas de um "uau" ao vê-las seguindo a câmera.
A trilha sonora não está presente em todo momento, porém quando ela aparece encaixa perfeitamente no momento das cenas, acompanhando a ida do personagem dentro desse sonho de crescimento e amadurecimento, que nos emociona e nos faz ao mesmo tempo amar e odiar crianças, ter e não ter uma família. De certa forma, mostra a realidade dessas situações. Um cenário que há 50 anos anos atrás era difícil de imaginar se mostra muito natural nas câmeras animadas: um pai tendo que fazer o serviço de casa e ainda o o trabalho formal, enquanto a mãe viaja para uma viagem de negócios.
A construção do casal e o seu desenvolvimento mostra ainda o crescimento da relação dos dois, entregando no final cada um da família resolvido com si mesmo.
Infelizmente não vai ganhar o Oscar, porém, digno de estar entre o indicados. Mais uma ótima animação de Mamoru Hosoda, esse cara sabe lidar com as emoções como ninguém. Se o Miyazaki tá se aposentando, é desse cara que a animação japonesa precisa.