*poxa, na sessão que eu fui do nada no meio do filme, um pouco antes dele sair do poder começou a tocar aquelas luzes de emergência, que susto meu, daí perdi essa parte, mas acho q nao afeta minha opiniao geral, vou rever dps de qlqr forma, fica aqui a reclamação*
Eu gostei do jeito que Adam McKay brinca com a linguagem e a narrativa em si, mas em um certo ponto nós questionamos se não é hora de seguir em frente e trabalhar seriamente como um drama biográfico real.
Mesmo se você quer destruir a vida de alguém ou dar o seu lado para a história, você pode fazer sem brincar com as imagens e narrativa, certo?
É engraçado, mas quando é hora de ser dramático, não temos o enredo dramático construído em nossas mentes.
Eu entendo, política é complexa e você quer tornar menos difícil, mas mesmo fazendo isso eu queria fazer uma pausa e voltar algumas cenas para entender completamente o que estava acontecendo.
Bom ponto para as rimas visuais e metáforas, boa edição também. Mas ainda assim, nada de novo para o Adam como diretor e, apenas para o roteiro, e ainda a mesma ideia do Big Short, com mais quebra na quarta parede.
Christian Bale é bom, mas ainda Bale, o ator do Oscar que quer mudar seu corpo em todos os filmes do Oscar do ano. Podemos apenas escolher algum ator gordo para retratar Dick, certo? Eu sinto que a voz dele era estranha ao seu corpo também. Mas Amy Adams e Steve Carrel são incríveis, Sam Rockwell também.
Um coming of age da vida real, com seus problemas reais e personagens reais.
Liu fez algo pessoal e extremamente grandioso, um documentário que estávamos precisando e não sabíamos. Apesar de não explicar didaticamente ou diretamente como que a jornada com a câmera começou, o filme não faz disso uma necessidade. Como vemos, é como se ele continuasse o quê fazia na infância, filmando. Mas com um propósito maior, conhecer mais sobre si mesmo e apresentar essas histórias para o mundo.
É como estivéssemos vendo longos trechos de um reality show sem comercial, mas sem a pegada artificial. O "falar com a câmera" entrega a intimidade, a quebra de uma quarta parede que nem sequer existe deixa tudo mais real. Somos levados para o mundo de cada um forçadamente e acompanhamos o amadurecimento de cada personagem. Ou no caso de um em específico, o aborrecimento.
As cenas em que a filmagem é interrompida demonstram o cuidado que Liu teve ao tratar as pessoas - incluindo ele mesmo - durante o documentário. Não é um Luciano Huck que quer fazer com que você chore para ganhar audiência. Não conheço Liu e suponho que o cinema deva estar muito próximo dele durante sua vida, ou o audiovisual como um todo, e ele apenas usou sua melhor ferramenta para entender o passado e responder um questionamento do seu presente.
O ponto principal é que como um documentário ele não pega temas como masculinidade, violência contra mulher, questão de raça e vivência, coloca na mesa e diz: "quero abordar isso". Tudo isso está lá porque fazem parte da vida dessas pessoas, das nossas vidas e daqueles próximos da gente.
Jonan Hill me trouxe de volta para os meus 13-15 anos e eu só tenho a agradecer. A questão do irmão, que eu odiava e ao mesmo tempo cresci pra caramba com ele. Até mesmo a questão do quarto, as fitas, gosto musical. Troque o skate pela bicicleta, e sou eu fugindo dos problemas de casa.
Assim fica até difícil avaliar o resto, mas a trilha sonora é certeira demais. A atuação dos moleques está muito boa, os olhares passam muito como é essa fase e como cada personagem se comporta. A cabeça desse menino tá fodida e ele tenta sair por cima, e é incrível o resultado. Não tem espaço para sermões artificiais e o diálogo dele com o garoto já tá ótimo.
O filme é simples na questão da montagem, mas ao mesmo tempo complexo pelo que ele quer passar. Ele pode ser um coming of age padrão, mas ainda assim, bateu em mim em vários aspectos e eu só tenho a agradecer.
Nada artificial, as crianças e o ambiente fizeram com que tudo aquilo fosse bastante natural. Não é forçado, tudo acontece no seu tempo e não ter exagero com música instrumental triste ou cena em câmera lenta. É o mid90s na visão dessas crianças e de seus problemas.
Kids, don't use drugs and don't get in cars with a drunk driver.
Divertido, bem animado, cheio de referências que não deixam o público em geral boiando, aventuresco, cartunesco e com a melhor homenagem que o Stan Lee seus fãs poderiam receber.
Primeiro filme do tão reverenciado diretor Gaspar Noé que assisti. É realmente uma experiência, não apenas uma assistida. É desconfortável, agoniante, desesperador.
Me recorri aos meios piratas para assistir Climax, por mais que em breve esteja em cartaz no circuito nacional. E acredito ter feito uma boa escolha, não apenas pelo dinheiro, mas também pelo fato de que ao ver em casa, no computador, tenho o privilégio de pausar, e respirar um pouco. Coisas que no cinema, eu não faria.
Por outro lado, também é uma vantagem ver nas telonas, por conta do uso das luzes e da música, o clima deve ser ainda melhor (ou pior), uma experiência surreal. Talvez eu veja novamente nos cinemas.
Pois bem, o filme se divide em pequenas sequências de diálogo ou apresentação. Apresentação dos personagens, dança, diálogo entre eles e por aí vai. O título é perfeitamente escolhido, todos sabemos o que vai acontecer E QUANDO vai acontecer - no clímax - e ele vai apenas "enrolando" com longas cenas que na catarse terá algum sentido, e você fica o tempo todo adivinhando se o próximo corte entregará o desejado.
O plano sequência torna a experiência ainda mais desesperadora pois te faz sentir como um participante da festa, como se você estivesse ao lado dos personagem em cada um dos seus passos vendo tudo aquilo acontecer.
É um longa que lida com sentimentos e sensações, mais que tudo, nos desesperamos com a conversa escrota dos homens, com a relação abusiva de um casal, com a amizade forçada de outra.
A montagem é muito bem feita, te mantém preso até o fim e não desperdiça nenhum segundo de roteiro. É um filme que a trilha sonora participa ativamente na projeção das sensações, tanto que quando não há mais som, o clima é outro. Sem contar as performances, tanto das danças quanto da atuação no estado chapado. Literalmente parecem que estão tentando sair de seus corpos e se rebelar do seu estado físico e mental.
Esquecendo o fato de que ele é baseado em fatos reais e em um livro, o longa falha numa humanização de um personagem que não precisa de uma compaixão tamanha. O seu desenvolvimento não se mostra digno esse apego, simpatia para alcançar uma importância pelo cara.
O filme se apoia em clichês previsíveis e dramáticos, com uma trilha sonora boa e uma direção assertiva em certos momentos, porém nada inovador.
A questão que puxa a nossa atenção é o "disfarce" do Longo, que parece sem importância na trama, assim como as promessas que o Mike faz e a relação entre o casal que não se desenvolve, apesar de deixar claro que tem algo rolando de estranho entre eles - a atenção maior que o Mike dá para a fonte -, mas o conflito entre eles não se expõe em nenhum momento.
Eu, ao menos, destacaria o diálogo entre a Jill e o Christian, que traz um confronto interessantíssimo e genuíno sobre a discussão da verdade de cada lado da história, e por alguém de fora do "caso", reforçado pelo ótimo trabalho de atuação de James Franco e da Felicity Jones, e claro o sempre presente em qualquer filme do Franco, o Jonan Hill, e eu confesso me interessei muito por causa deles, que estão bem bons na história, porém, como eu disse, ela não comove nem se sustenta, se perde.
O final tenta mostrar a realidade da personalidade transformada do Mike, porém, não convence e deixa confuso pois uma hora ele tá condenado, em outra tá na pena de morte. E, merda, qual é a verdade? O título do filme é uma enganação?
E como o Mike escrevia matérias durante o corredor da morte, isso seria ótimo para mostrar no filme, a relação entre ele e o NYT (apesar de que ele fala que mandava umas correspondências na prisão, mas não quero ter que correr atrás de informações do livro ou do caso real, pô)
Não sei qual das duas favoritas o filme me fez odiar mais, sinal de que cumpriram bem o papel. Não só disputaram o favoritismo da rainha no longa, mas também vão disputar a mesma categoria no Oscar, merecidamente, estão ótimas. Se bem que a Emma Stone teve muito mais olhares furiosos e dramáticos para a câmera.
Não sou muito fã de filmes de época, tenho uma certa preguiça no figurino extravagante e nos diálogos sofisticados. Porém, a escrita dos roteiristas Deborah Davis e Tony McNamara em contraste com a direção de Yorgos Lanthimos deram um tom da comédia estranha da vida da realeza que ninguém imagina que seria para o filme.
A câmera dinâmica e com poucos cortes do diretor combinam (ou descombinam, já que seria essa a intenção) com o tom humorístico da obra, e ainda, a trilha sonora que arranha os ouvidos (emprestada junto com a direção, talvez, do Lagosta), algo que faz parte da sociedade de época, mais as situações constrangedoras que passam todos os personagem, divertem e conquistam o público, sem ainda tirar o toque de estranheza, herdado também do diretor.
Não deve ganhar os prêmios principais do Oscar, mas tem indicações merecidas e ficarei contente caso leve Melhor Figurino ou Atriz Coadjuvante ou Fotografia.
Confesso que eu não sabia o quê estava achando até a virada dos acontecimentos. O que me mantinha imerso era a atuação do Carradine, agoniante e deprimente. Sua falta de fala dá ao personagem todo um reflexo do que aquela sociedade está passando. O cenário cheira mal, entristece e embriaga. Aos poucos a gente vai conhecendo realmente do que se trata, e o fato é que é apenas a vida de um alcoólatra americano que perdeu o irmão, não tem emprego nem visão do futuro seguindo sua vida enquanto tudo acontece.
Um ponto alto que me fez gostar do filme foi o fato de que o contexto político-social narrado, a descrição do espaço e da situação econômica reflete diretamente na narrativa e nos personagem. No começo, pensamos ser à toa, porém no final tudo se conecta e fica mais belo (ou triste?). Os monólogos estão sensacionais, são discussões interessantíssimas que vale uma assistida para entender o quê foi e o quê poderia ser da História. A câmera de Bergman, com seu zoom itinerante, na ânsia de tornar uma perseguição aos personagens deixa a imersão no filme ainda mais completa. Dessa forma, o foco em suas reações, nos seus olhares, transmite tudo que ocorre ali de forma real e dramática.
Apesar de não ter gostado de algumas atuações, como a do amante da Manuela, e a versão que eu peguei não ter legendado as partes em alemão, o longa vale muito pela sua narrativa e direção de excelente primor, além da discussão trazida com seus diálogos profundos e recheados de camadas.
Através de uma trilha sonora que arranha os ouvidos ao mesmo tempo que pretende ser algo calmo, o filme traz um clima perturbador pela naturalidade forçada dos personagens. Não sei se era essa intenção, mas pareciam muito que estavam morrendo por dentro, num lugar onde viver não fazia mais sentido e eles só estavam seguindo. E eu não falo isso de modo pejorativo.
Uma obra que digo que me marcou por conta da sensibilidade, principalmente pela cena do cachorro, aquilo me fez pausar e respirar um pouco.
Os diálogos a ação constante desse filme são magníficos. Realmente te carrega pelo filme e te faz não desgrudar da tela a cada twist, ainda mais sem trilha sonora.
E, para mim, como futuro jornalista e que acompanha o falatório nas aulas e os bastidores da profissão, é ainda mais engraçado e interessante a forma como ele trata todos os perrengues e a realidade do trabalho. O jornalismo como fofoca, como sensacionalismo, quarto poder e principalmente como o "jornalista 24 horas".
Rende até boas críticas à como é feito o trampo hoje, na parte em que a Molly entra na sala da imprensa e reclama que estão apenas escrevendo mentiras sobre ela.
Não foi à toa que a professora indicou essa obra na aula.
Tristemente bonito e tocante. Real, dramático e divertido em certos pontos, quando você vê a comunidade gay sendo o quê ela é dentro do espaço que eles chamam de baile, com todas as suas regras, animosidade, princípios, categorias. Quando o baile sai de cena, a vida toma outro tom, tem que fingir, disfarçar, sobreviver, ou melhor, existir do jeito que a sociedade manda.
Xtravaganza durante todo o documentário é mostrada como a estrela, dão mais espaço para ela, está toda livre e bonita em sua cama. E no fim, a gente fica sabendo da tragédia, e como o doc apresenta a morte dela é de um baque sem tamanho. E no fim, Paris is Burning é o quê o garoto sem pais, que vive com seu amigo do Brooklyn define: "A vida gay de Nova York."
David Chapelle é um gênio e sabe tratar temas delicados como ninguém. Enquanto no Brasil a trupe do Gentili enfia processo no saco e compartilha nas redes sociais para a criançada rir, lá fora eles mostram maturidade de sobra com temas bem pesados como estupro e assédio. Chappelle faz algo que na minha opinião, é único. Ele tem consciência da sua influência, status, poder, dinheiro. No meio das piadas ele para para contar uma história extremamente séria sobre o racismo nos Estados Unidos e no fim termina com uma conexão ao assunto anterior com uma punchline para cumprir o trabalho de comediante e fazer a platéia rir. Ele conscientiza, ele é sincero, e sem forçar a barra. Pesado, triste, engraçado e necessário.
O olhar caído do Redmayne me incomodou um pouco durante todo foco da câmera nele, ele parecia meio distorcido, desconfortável com todas as situações, o quê me impediu de ter um maior apego pelo personagem. Não que eu tenha desgostado, foi mais algo do ator mesmo. Depois de saber sobre a declaração do mesmo acerca de traços autistas em Newt Scamander, dá para entender a situação do personagem e nesse caso, está de parabéns.
Não dá para mentir: o destaque de toda a história vai para Dan Fogler intepretando o Kowalski. Fez exatamente como qualquer um ficaria na situação dele. Serviu como alívio cômico, além de ser bem construído e ter se desenvolvido durante a jornada sem parecer exagero para torná-lo parte do mundo bruxo.
Quando a irmã da Tina diz que ele é um deles, nós e eles sabíamos que ele estava certa. A ideia de fazer Newt e Queenie não esquecerem ele no mundo normal (por mais que tenha sido meio bizarro a passagem de tempo da partida de Newt para Londres e o encontro dele com o amigo na fábrica) foi muito bem feita. Apenas a rápida ida de Queenie na padaria deixa claro que o inconsciente dele lembrou do olhar da moça, quase como um dejá vu.
Voltando para a narrativa, J. K Rowling instiga o espectador e não o faz de burro na escrita. Ela ao mesmo tempo que apresenta o mundo bruxo e o mundo normal, ela não entrega tudo de mão beijada, através de conversas entre pessoas que estão se conhecendo naquele momento, você vai entendendo e se adequando à história. Isso em conjunto com a direção de David Yates, com cenas memoráveis como a entrada na mala e a introdução ao conflito do banco. Um visual exuberante para um mundo que faz jus à esse título, rápidas sequências de ação que brincam com o cenário, diverte quem assiste, seja fã ou não da saga. Além do fato do mistério todo acerca do vilão ser muito bem escrito entre os diálogos entre os personagens.
Com certeza, Fantastic Beasts se mostra mais memorável que a saga mãe, mesmo com o fato de que sem ela o mesmo não ia existir.
Fiquei boiando em muitas partes por não entender o contexto, não conheço muito o Churchill para dizer se a atuação do Gary Oldman foi fiel mesmo, mas ele tá surtado, engraçado e assustador, digno de um velho branco qualquer. Todas essas cenas em lugares mal iluminados e fechados deu uma sensação meio claustrofóbica, como se a saída nos carros para a vista da rua fosse um momento de respiro e alívio. Acho que a lentidão e o arrastamento são inevitáveis, e em certo ponto, Churchill convence e conquista o público, assim como suas atitudes questionadoras e de seus colegas de trabalho. O filme poderia ser menor, dado a resolução que teve. Contudo, obteve ótimo trabalho de direção, fotografia e atuação.
Três coisas salvam esse filme, a atuação serena e calma, sem nenhum sorriso do Dustin Hoffman, o embriagamento constante do John Travolta e a crítica que o longa faz sobre o sensacionalismo da mídia. De resto, bem forçado e caricato. Fui esperando uma tensão real em cima da situação, como o filme Por um fio tenta fazer, mas pareceu uma esquete longa do Porta dos Fundos ou qualquer grupo de comédia. Erraram feio no tom. O escopo jornalístico foi bem construído, mas esqueceram do drama. Além disso, a atuação do núcleo coadjuvante é bem fraca, vide a estagiária e a esposa do Cliff.
2 estrelas pelo comentário social em cima da mídia.
Por mais que as atuações mencionadas sejam boas, não se encaixam tanto no filme.
E claro, tá aí a nossa versão hollywodiana do Caso Eloá.
Um ótimo documentário para quem gosta de música, curte o trampo da M.I.A, procura conhecer mais sobre ela ou mesmo quer entrar nesse ramo. Poderia explicar melhor alguns encaminhamentos na vida dela, mas isso não tirou nenhum um pouco o crédito da obra, feita com filmagens da mesma ou de amigos dela. Agora é só dar play na discografia e ler as letras de Maya.
Se não fosse pela proximidade de estreia do filme do Aquaman e minha provável conferida no cinema, eu provavelmente postergaria um pouco mais essa experiência com Liga da Justiça.
Acredito que menosprezei as contra-indicações para esse filme, ele é realmente tudo isso de ruim que falam. Para não ser tão pessimista, a trilha sonora acerta novamente e o Erza Miller e a Gal Gadot mandaram bem no papel.
A principal virtude que LJ poderia ter conseguido seria a dinâmica do grupo. E falharam miseravelmente. Durante 2 horas parece apenas uma tentativa de reunião. Não é que não tenham laços ali, é que o único que parece consistente e forte é o da Mulher Maravilha com seu laço propriamente dito (rs). Todas as outras relações parecem forçadas, não chegam a um fim.
A iminência do ataque não justifica a falta de desenvolvimento entre os personagens. O falatório entre os embates, que convenhamos, quase ninguém presta atenção, não ajuda na construção de uma relação entre o grupo.
Não adianta colocar o Flash como alívio cômico, sendo que ele e todos os outros membros estão em seu próprio mundinho e não falam entre si. Chega até dar dó do Flah, parece que ele foi sequestrado e colocado em um filme que não deveria estar. Eu não sei como ele era nas HQs ou nas animações, mas definitivamente não funcionou assim para mim (apesar de eu curtir bastante ele sozinho).
Acredito que a ideia de apresentar a liga antes do filme solo de cada um possa ter prejudicado um pouco. Ficou muito jogado a introdução do Cyborg, Flash e o Aqua. Rápido e mal colocado.
Sobre o Superman, aí vai mais de mim, mas ele mudou bastante. O grupo ressuscita ele, ele bate nos caras e com um discurso de segundos da Lois ele volta ao normal? Poderia ter ficado de boas desde o começo.
O visual em si está ok e cenários também. No fim de tudo, é só um filme que não funciona.
Foda dizer isso, mas acho que Quentin Tarantino é um dos (ou o) meus diretores favoritos. E esse filme me fez perceber isso, o quão bom ele é ou o quão eu curto ele.
Acho que todos os filmes que eu assisti dele, tirando sei lá, Kill Bill ou A Prova de Morte, que eu vi faz muito tempo e não pensei muito sobre quando conferi, todos os outros mexeram muito comigo enquanto eu assistia, realmente me deixaram imerso na narrativa, nos personagens, no cenário.
E eu acho que longe da interpretação, da crítica, fotografia e afins, esse é o principal que me faz gostar ou não de um dado produto cultural. E de todos os que eu lembro de ter visto do Tarantino, esse é o que mais mexeu comigo.
Bom, e o que me fez imergir no filme? Sim, as conversas que de início parecem não ter nada a ver com o enredo, mas tem tudo a ver com os personagens envolvidos e seu papel é construí-los através disso, e afinal, nossa vida não é assim, e então porque preencher um filme, que representa uma dada realidade, sem pontuar algo essencial do nosso cotidiano? Junte isso para a maneira como ele constrói tensão durante a trama e em certas cenas e as reviravoltas. E acho que nesse longa em particular, muito tem a ver com a câmera e seu movimento e as partes em que nada acontece. Aí (na real, bem óbvio) se encontra a tensão e Tarantino constrói e a captura como ninguém.
Tarantino mexe com a câmera o tempo todo, direcionando sempre nosso olhar. E em alguns casos, para algo que ainda está por vir e você vai perceber só depois. E nesse filme em específico, de 2h30, toda essa encheção de linguiça, quebras da quarta parede (não com o personagem em si, e sim com a direção e o texto, ao destacar quadros e arcos), trilha sonora muito bem feita, cenários bem produzidos fazem todas essas horas parecerem minutos. E aí vai o elogio para o restante da galera que trampa nos bastidores. E puta que pariu, Samuel L. Jackson manda muito bem! Que homem! O elenco principal, Pam, Keaton e de Niro, estão todos ótimos e fazem parte de tudo isso que mencionei. Jackie Brown principalmente por começar e terminar o filme, totalmente transformada.
Aí a gente lembra da polêmica com o Harvey Westein e esquece disso tudo.
O filme entretém, é bem dirigido e engraçado. Mas sei lá, parece que o texto diz e atinge muitas coisas, mas no final acaba não dizendo nada. Porém, a crítica à imprensa, os bastidores e a criação uma história dentro da história, de modo até que ficamos confusos pois chegamos de paraquedas e saímos no "meio" funciona e é bem interessante no final de tudo.
Na lista dos filmes que eu me arrependo em ter demorado para conferir. Inteligente, bastante crítico e engraçado. Um filme à frente do seu tempo, pois toda a discussão que ele carrega é feita hoje em dia nas redes.
É basicamente um Pantera Negra, mas na realidade e sem poderes. A história em si não tem nada de muito diferente, é bem fechadinha, o que me impressiona é o comentário social e o texto do filme, muito bem articulado e escrito na sua narrativa.
Além de conhecer outro lado do Eddie Murphy, me fez conhecer o James Earl Jones, que apenas tinha escutado a voz, nunca sua atuação, o que daí explica seu apego por grandes vilões do cinema.
O filme entretém, é bem dirigido e engraçado. Mas sei lá, parece que o texto diz e atinge muitas coisas, mas no final acaba não dizendo nada. Porém, a crítica à imprensa, os bastidores e a criação uma história dentro da história, de modo até que ficamos confusos pois chegamos de paraquedas e saímos no "meio" funciona e é bem interessante no final de tudo.
Fui sem nenhuma expectativa e gostei demais. A atuação dos dois é realmente incrível e a química criada no relacionamento também. Lady Gaga surtada e Bradley Cooper acabadasso. Apesar dos clichês, o filme é bem construído, engraçado e tocante. Acabei não gostando de uma cena ou outra e acho que deveria ter mostrado um pouco dos bastidores, mas isso não afetou o todo. Nunca fui fã de filmes que envolvem música (ou musicais) nem sequer acompanho a carreira da Lady Gaga, mas me impressionei. Não tem como deixar de mencionar a direção do Cooper. Planos sequências muito bem feitos nos palcos, pegando a platéia e o artista. Toques de sugestões, como em uma das cenas finais. Jogo de cores, luzes e câmeras que ajudam na construção de todo um cenário melodramático e romântico.
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraAlguém tem link?
Vice
3.5 488 Assista Agora*poxa, na sessão que eu fui do nada no meio do filme, um pouco antes dele sair do poder começou a tocar aquelas luzes de emergência, que susto meu, daí perdi essa parte, mas acho q nao afeta minha opiniao geral, vou rever dps de qlqr forma, fica aqui a reclamação*
Eu gostei do jeito que Adam McKay brinca com a linguagem e a narrativa em si, mas em um certo ponto nós questionamos se não é hora de seguir em frente e trabalhar seriamente como um drama biográfico real.
Mesmo se você quer destruir a vida de alguém ou dar o seu lado para a história, você pode fazer sem brincar com as imagens e narrativa, certo?
É engraçado, mas quando é hora de ser dramático, não temos o enredo dramático construído em nossas mentes.
Eu entendo, política é complexa e você quer tornar menos difícil, mas mesmo fazendo isso eu queria fazer uma pausa e voltar algumas cenas para entender completamente o que estava acontecendo.
Bom ponto para as rimas visuais e metáforas, boa edição também. Mas ainda assim, nada de novo para o Adam como diretor e, apenas para o roteiro, e ainda a mesma ideia do Big Short, com mais quebra na quarta parede.
Christian Bale é bom, mas ainda Bale, o ator do Oscar que quer mudar seu corpo em todos os filmes do Oscar do ano. Podemos apenas escolher algum ator gordo para retratar Dick, certo? Eu sinto que a voz dele era estranha ao seu corpo também. Mas Amy Adams e Steve Carrel são incríveis, Sam Rockwell também.
Minding the Gap
4.1 73Um coming of age da vida real, com seus problemas reais e personagens reais.
Liu fez algo pessoal e extremamente grandioso, um documentário que estávamos precisando e não sabíamos. Apesar de não explicar didaticamente ou diretamente como que a jornada com a câmera começou, o filme não faz disso uma necessidade. Como vemos, é como se ele continuasse o quê fazia na infância, filmando. Mas com um propósito maior, conhecer mais sobre si mesmo e apresentar essas histórias para o mundo.
É como estivéssemos vendo longos trechos de um reality show sem comercial, mas sem a pegada artificial. O "falar com a câmera" entrega a intimidade, a quebra de uma quarta parede que nem sequer existe deixa tudo mais real. Somos levados para o mundo de cada um forçadamente e acompanhamos o amadurecimento de cada personagem. Ou no caso de um em específico, o aborrecimento.
As cenas em que a filmagem é interrompida demonstram o cuidado que Liu teve ao tratar as pessoas - incluindo ele mesmo - durante o documentário. Não é um Luciano Huck que quer fazer com que você chore para ganhar audiência. Não conheço Liu e suponho que o cinema deva estar muito próximo dele durante sua vida, ou o audiovisual como um todo, e ele apenas usou sua melhor ferramenta para entender o passado e responder um questionamento do seu presente.
O ponto principal é que como um documentário ele não pega temas como masculinidade, violência contra mulher, questão de raça e vivência, coloca na mesa e diz: "quero abordar isso". Tudo isso está lá porque fazem parte da vida dessas pessoas, das nossas vidas e daqueles próximos da gente.
Anos 90
3.9 503Fuck shit, that was dope!
Jonan Hill me trouxe de volta para os meus 13-15 anos e eu só tenho a agradecer. A questão do irmão, que eu odiava e ao mesmo tempo cresci pra caramba com ele. Até mesmo a questão do quarto, as fitas, gosto musical. Troque o skate pela bicicleta, e sou eu fugindo dos problemas de casa.
Assim fica até difícil avaliar o resto, mas a trilha sonora é certeira demais. A atuação dos moleques está muito boa, os olhares passam muito como é essa fase e como cada personagem se comporta. A cabeça desse menino tá fodida e ele tenta sair por cima, e é incrível o resultado. Não tem espaço para sermões artificiais e o diálogo dele com o garoto já tá ótimo.
O filme é simples na questão da montagem, mas ao mesmo tempo complexo pelo que ele quer passar. Ele pode ser um coming of age padrão, mas ainda assim, bateu em mim em vários aspectos e eu só tenho a agradecer.
Nada artificial, as crianças e o ambiente fizeram com que tudo aquilo fosse bastante natural. Não é forçado, tudo acontece no seu tempo e não ter exagero com música instrumental triste ou cena em câmera lenta. É o mid90s na visão dessas crianças e de seus problemas.
Kids, don't use drugs and don't get in cars with a drunk driver.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraDivertido, bem animado, cheio de referências que não deixam o público em geral boiando, aventuresco, cartunesco e com a melhor homenagem que o Stan Lee seus fãs poderiam receber.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraPrimeiro filme do tão reverenciado diretor Gaspar Noé que assisti. É realmente uma experiência, não apenas uma assistida. É desconfortável, agoniante, desesperador.
Me recorri aos meios piratas para assistir Climax, por mais que em breve esteja em cartaz no circuito nacional. E acredito ter feito uma boa escolha, não apenas pelo dinheiro, mas também pelo fato de que ao ver em casa, no computador, tenho o privilégio de pausar, e respirar um pouco. Coisas que no cinema, eu não faria.
Por outro lado, também é uma vantagem ver nas telonas, por conta do uso das luzes e da música, o clima deve ser ainda melhor (ou pior), uma experiência surreal. Talvez eu veja novamente nos cinemas.
Pois bem, o filme se divide em pequenas sequências de diálogo ou apresentação. Apresentação dos personagens, dança, diálogo entre eles e por aí vai. O título é perfeitamente escolhido, todos sabemos o que vai acontecer E QUANDO vai acontecer - no clímax - e ele vai apenas "enrolando" com longas cenas que na catarse terá algum sentido, e você fica o tempo todo adivinhando se o próximo corte entregará o desejado.
O plano sequência torna a experiência ainda mais desesperadora pois te faz sentir como um participante da festa, como se você estivesse ao lado dos personagem em cada um dos seus passos vendo tudo aquilo acontecer.
É um longa que lida com sentimentos e sensações, mais que tudo, nos desesperamos com a conversa escrota dos homens, com a relação abusiva de um casal, com a amizade forçada de outra.
A montagem é muito bem feita, te mantém preso até o fim e não desperdiça nenhum segundo de roteiro. É um filme que a trilha sonora participa ativamente na projeção das sensações, tanto que quando não há mais som, o clima é outro. Sem contar as performances, tanto das danças quanto da atuação no estado chapado. Literalmente parecem que estão tentando sair de seus corpos e se rebelar do seu estado físico e mental.
Sofia Boutella, que mulher!!
Bush Mama
4.5 5alguém tem o torrent desse filme? e a legenda?
A História Verdadeira
3.2 263 Assista AgoraEsquecendo o fato de que ele é baseado em fatos reais e em um livro, o longa falha numa humanização de um personagem que não precisa de uma compaixão tamanha. O seu desenvolvimento não se mostra digno esse apego, simpatia para alcançar uma importância pelo cara.
O filme se apoia em clichês previsíveis e dramáticos, com uma trilha sonora boa e uma direção assertiva em certos momentos, porém nada inovador.
A questão que puxa a nossa atenção é o "disfarce" do Longo, que parece sem importância na trama, assim como as promessas que o Mike faz e a relação entre o casal que não se desenvolve, apesar de deixar claro que tem algo rolando de estranho entre eles - a atenção maior que o Mike dá para a fonte -, mas o conflito entre eles não se expõe em nenhum momento.
Eu, ao menos, destacaria o diálogo entre a Jill e o Christian, que traz um confronto interessantíssimo e genuíno sobre a discussão da verdade de cada lado da história, e por alguém de fora do "caso", reforçado pelo ótimo trabalho de atuação de James Franco e da Felicity Jones, e claro o sempre presente em qualquer filme do Franco, o Jonan Hill, e eu confesso me interessei muito por causa deles, que estão bem bons na história, porém, como eu disse, ela não comove nem se sustenta, se perde.
O final tenta mostrar a realidade da personalidade transformada do Mike, porém, não convence e deixa confuso pois uma hora ele tá condenado, em outra tá na pena de morte. E, merda, qual é a verdade? O título do filme é uma enganação?
E como o Mike escrevia matérias durante o corredor da morte, isso seria ótimo para mostrar no filme, a relação entre ele e o NYT (apesar de que ele fala que mandava umas correspondências na prisão, mas não quero ter que correr atrás de informações do livro ou do caso real, pô)
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraNão sei qual das duas favoritas o filme me fez odiar mais, sinal de que cumpriram bem o papel. Não só disputaram o favoritismo da rainha no longa, mas também vão disputar a mesma categoria no Oscar, merecidamente, estão ótimas. Se bem que a Emma Stone teve muito mais olhares furiosos e dramáticos para a câmera.
Não sou muito fã de filmes de época, tenho uma certa preguiça no figurino extravagante e nos diálogos sofisticados. Porém, a escrita dos roteiristas Deborah Davis e Tony McNamara em contraste com a direção de Yorgos Lanthimos deram um tom da comédia estranha da vida da realeza que ninguém imagina que seria para o filme.
A câmera dinâmica e com poucos cortes do diretor combinam (ou descombinam, já que seria essa a intenção) com o tom humorístico da obra, e ainda, a trilha sonora que arranha os ouvidos (emprestada junto com a direção, talvez, do Lagosta), algo que faz parte da sociedade de época, mais as situações constrangedoras que passam todos os personagem, divertem e conquistam o público, sem ainda tirar o toque de estranheza, herdado também do diretor.
Não deve ganhar os prêmios principais do Oscar, mas tem indicações merecidas e ficarei contente caso leve Melhor Figurino ou Atriz Coadjuvante ou Fotografia.
O Ovo da Serpente
4.0 131Confesso que eu não sabia o quê estava achando até a virada dos acontecimentos. O que me mantinha imerso era a atuação do Carradine, agoniante e deprimente. Sua falta de fala dá ao personagem todo um reflexo do que aquela sociedade está passando. O cenário cheira mal, entristece e embriaga. Aos poucos a gente vai conhecendo realmente do que se trata, e o fato é que é apenas a vida de um alcoólatra americano que perdeu o irmão, não tem emprego nem visão do futuro seguindo sua vida enquanto tudo acontece.
Um ponto alto que me fez gostar do filme foi o fato de que o contexto político-social narrado, a descrição do espaço e da situação econômica reflete diretamente na narrativa e nos personagem. No começo, pensamos ser à toa, porém no final tudo se conecta e fica mais belo (ou triste?). Os monólogos estão sensacionais, são discussões interessantíssimas que vale uma assistida para entender o quê foi e o quê poderia ser da História. A câmera de Bergman, com seu zoom itinerante, na ânsia de tornar uma perseguição aos personagens deixa a imersão no filme ainda mais completa. Dessa forma, o foco em suas reações, nos seus olhares, transmite tudo que ocorre ali de forma real e dramática.
Apesar de não ter gostado de algumas atuações, como a do amante da Manuela, e a versão que eu peguei não ter legendado as partes em alemão, o longa vale muito pela sua narrativa e direção de excelente primor, além da discussão trazida com seus diálogos profundos e recheados de camadas.
O Lagosta
3.8 1,5K Assista AgoraAtravés de uma trilha sonora que arranha os ouvidos ao mesmo tempo que pretende ser algo calmo, o filme traz um clima perturbador pela naturalidade forçada dos personagens. Não sei se era essa intenção, mas pareciam muito que estavam morrendo por dentro, num lugar onde viver não fazia mais sentido e eles só estavam seguindo. E eu não falo isso de modo pejorativo.
Uma obra que digo que me marcou por conta da sensibilidade, principalmente pela cena do cachorro, aquilo me fez pausar e respirar um pouco.
Alguns casos não achei explicação se era sonho ou realidade, como a primeira cena, a ida na cidade e a caça aos loners.
Um comentário social acerca dos relacionamentos da modernidade, mas de um modo muito bizarro.
Jejum de Amor
4.0 90 Assista AgoraOs diálogos a ação constante desse filme são magníficos. Realmente te carrega pelo filme e te faz não desgrudar da tela a cada twist, ainda mais sem trilha sonora.
E, para mim, como futuro jornalista e que acompanha o falatório nas aulas e os bastidores da profissão, é ainda mais engraçado e interessante a forma como ele trata todos os perrengues e a realidade do trabalho. O jornalismo como fofoca, como sensacionalismo, quarto poder e principalmente como o "jornalista 24 horas".
Rende até boas críticas à como é feito o trampo hoje, na parte em que a Molly entra na sala da imprensa e reclama que estão apenas escrevendo mentiras sobre ela.
Não foi à toa que a professora indicou essa obra na aula.
Paris is Burning
4.5 242Tristemente bonito e tocante. Real, dramático e divertido em certos pontos, quando você vê a comunidade gay sendo o quê ela é dentro do espaço que eles chamam de baile, com todas as suas regras, animosidade, princípios, categorias. Quando o baile sai de cena, a vida toma outro tom, tem que fingir, disfarçar, sobreviver, ou melhor, existir do jeito que a sociedade manda.
Xtravaganza durante todo o documentário é mostrada como a estrela, dão mais espaço para ela, está toda livre e bonita em sua cama. E no fim, a gente fica sabendo da tragédia, e como o doc apresenta a morte dela é de um baque sem tamanho. E no fim, Paris is Burning é o quê o garoto sem pais, que vive com seu amigo do Brooklyn define: "A vida gay de Nova York."
Dave Chappelle: Equanimidade
3.9 12David Chapelle é um gênio e sabe tratar temas delicados como ninguém. Enquanto no Brasil a trupe do Gentili enfia processo no saco e compartilha nas redes sociais para a criançada rir, lá fora eles mostram maturidade de sobra com temas bem pesados como estupro e assédio. Chappelle faz algo que na minha opinião, é único. Ele tem consciência da sua influência, status, poder, dinheiro. No meio das piadas ele para para contar uma história extremamente séria sobre o racismo nos Estados Unidos e no fim termina com uma conexão ao assunto anterior com uma punchline para cumprir o trabalho de comediante e fazer a platéia rir. Ele conscientiza, ele é sincero, e sem forçar a barra. Pesado, triste, engraçado e necessário.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraO olhar caído do Redmayne me incomodou um pouco durante todo foco da câmera nele, ele parecia meio distorcido, desconfortável com todas as situações, o quê me impediu de ter um maior apego pelo personagem. Não que eu tenha desgostado, foi mais algo do ator mesmo. Depois de saber sobre a declaração do mesmo acerca de traços autistas em Newt Scamander, dá para entender a situação do personagem e nesse caso, está de parabéns.
Não dá para mentir: o destaque de toda a história vai para Dan Fogler intepretando o Kowalski. Fez exatamente como qualquer um ficaria na situação dele. Serviu como alívio cômico, além de ser bem construído e ter se desenvolvido durante a jornada sem parecer exagero para torná-lo parte do mundo bruxo.
Quando a irmã da Tina diz que ele é um deles, nós e eles sabíamos que ele estava certa. A ideia de fazer Newt e Queenie não esquecerem ele no mundo normal (por mais que tenha sido meio bizarro a passagem de tempo da partida de Newt para Londres e o encontro dele com o amigo na fábrica) foi muito bem feita. Apenas a rápida ida de Queenie na padaria deixa claro que o inconsciente dele lembrou do olhar da moça, quase como um dejá vu.
Voltando para a narrativa, J. K Rowling instiga o espectador e não o faz de burro na escrita. Ela ao mesmo tempo que apresenta o mundo bruxo e o mundo normal, ela não entrega tudo de mão beijada, através de conversas entre pessoas que estão se conhecendo naquele momento, você vai entendendo e se adequando à história. Isso em conjunto com a direção de David Yates, com cenas memoráveis como a entrada na mala e a introdução ao conflito do banco. Um visual exuberante para um mundo que faz jus à esse título, rápidas sequências de ação que brincam com o cenário, diverte quem assiste, seja fã ou não da saga. Além do fato do mistério todo acerca do vilão ser muito bem escrito entre os diálogos entre os personagens.
Com certeza, Fantastic Beasts se mostra mais memorável que a saga mãe, mesmo com o fato de que sem ela o mesmo não ia existir.
O Destino de Uma Nação
3.7 723 Assista AgoraFiquei boiando em muitas partes por não entender o contexto, não conheço muito o Churchill para dizer se a atuação do Gary Oldman foi fiel mesmo, mas ele tá surtado, engraçado e assustador, digno de um velho branco qualquer. Todas essas cenas em lugares mal iluminados e fechados deu uma sensação meio claustrofóbica, como se a saída nos carros para a vista da rua fosse um momento de respiro e alívio. Acho que a lentidão e o arrastamento são inevitáveis, e em certo ponto, Churchill convence e conquista o público, assim como suas atitudes questionadoras e de seus colegas de trabalho. O filme poderia ser menor, dado a resolução que teve. Contudo, obteve ótimo trabalho de direção, fotografia e atuação.
O Quarto Poder
3.8 131Três coisas salvam esse filme, a atuação serena e calma, sem nenhum sorriso do Dustin Hoffman, o embriagamento constante do John Travolta e a crítica que o longa faz sobre o sensacionalismo da mídia. De resto, bem forçado e caricato. Fui esperando uma tensão real em cima da situação, como o filme Por um fio tenta fazer, mas pareceu uma esquete longa do Porta dos Fundos ou qualquer grupo de comédia. Erraram feio no tom. O escopo jornalístico foi bem construído, mas esqueceram do drama. Além disso, a atuação do núcleo coadjuvante é bem fraca, vide a estagiária e a esposa do Cliff.
2 estrelas pelo comentário social em cima da mídia.
Por mais que as atuações mencionadas sejam boas, não se encaixam tanto no filme.
E claro, tá aí a nossa versão hollywodiana do Caso Eloá.
Matangi / Maya / M.I.A.
4.6 77 Assista AgoraUm ótimo documentário para quem gosta de música, curte o trampo da M.I.A, procura conhecer mais sobre ela ou mesmo quer entrar nesse ramo. Poderia explicar melhor alguns encaminhamentos na vida dela, mas isso não tirou nenhum um pouco o crédito da obra, feita com filmagens da mesma ou de amigos dela. Agora é só dar play na discografia e ler as letras de Maya.
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraSe não fosse pela proximidade de estreia do filme do Aquaman e minha provável conferida no cinema, eu provavelmente postergaria um pouco mais essa experiência com Liga da Justiça.
Acredito que menosprezei as contra-indicações para esse filme, ele é realmente tudo isso de ruim que falam. Para não ser tão pessimista, a trilha sonora acerta novamente e o Erza Miller e a Gal Gadot mandaram bem no papel.
A principal virtude que LJ poderia ter conseguido seria a dinâmica do grupo. E falharam miseravelmente. Durante 2 horas parece apenas uma tentativa de reunião. Não é que não tenham laços ali, é que o único que parece consistente e forte é o da Mulher Maravilha com seu laço propriamente dito (rs). Todas as outras relações parecem forçadas, não chegam a um fim.
A iminência do ataque não justifica a falta de desenvolvimento entre os personagens. O falatório entre os embates, que convenhamos, quase ninguém presta atenção, não ajuda na construção de uma relação entre o grupo.
Não adianta colocar o Flash como alívio cômico, sendo que ele e todos os outros membros estão em seu próprio mundinho e não falam entre si. Chega até dar dó do Flah, parece que ele foi sequestrado e colocado em um filme que não deveria estar. Eu não sei como ele era nas HQs ou nas animações, mas definitivamente não funcionou assim para mim (apesar de eu curtir bastante ele sozinho).
Acredito que a ideia de apresentar a liga antes do filme solo de cada um possa ter prejudicado um pouco. Ficou muito jogado a introdução do Cyborg, Flash e o Aqua. Rápido e mal colocado.
Sobre o Superman, aí vai mais de mim, mas ele mudou bastante. O grupo ressuscita ele, ele bate nos caras e com um discurso de segundos da Lois ele volta ao normal? Poderia ter ficado de boas desde o começo.
O visual em si está ok e cenários também. No fim de tudo, é só um filme que não funciona.
Destaque para um errinho bobo que notei:
a Diana tava trampando e sumiu depois e simplesmente cagou, o chefe nem ligou pra ela?
Jackie Brown
3.8 739 Assista AgoraFoda dizer isso, mas acho que Quentin Tarantino é um dos (ou o) meus diretores favoritos. E esse filme me fez perceber isso, o quão bom ele é ou o quão eu curto ele.
Acho que todos os filmes que eu assisti dele, tirando sei lá, Kill Bill ou A Prova de Morte, que eu vi faz muito tempo e não pensei muito sobre quando conferi, todos os outros mexeram muito comigo enquanto eu assistia, realmente me deixaram imerso na narrativa, nos personagens, no cenário.
E eu acho que longe da interpretação, da crítica, fotografia e afins, esse é o principal que me faz gostar ou não de um dado produto cultural. E de todos os que eu lembro de ter visto do Tarantino, esse é o que mais mexeu comigo.
Bom, e o que me fez imergir no filme? Sim, as conversas que de início parecem não ter nada a ver com o enredo, mas tem tudo a ver com os personagens envolvidos e seu papel é construí-los através disso, e afinal, nossa vida não é assim, e então porque preencher um filme, que representa uma dada realidade, sem pontuar algo essencial do nosso cotidiano? Junte isso para a maneira como ele constrói tensão durante a trama e em certas cenas e as reviravoltas. E acho que nesse longa em particular, muito tem a ver com a câmera e seu movimento e as partes em que nada acontece. Aí (na real, bem óbvio) se encontra a tensão e Tarantino constrói e a captura como ninguém.
Tarantino mexe com a câmera o tempo todo, direcionando sempre nosso olhar. E em alguns casos, para algo que ainda está por vir e você vai perceber só depois. E nesse filme em específico, de 2h30, toda essa encheção de linguiça, quebras da quarta parede (não com o personagem em si, e sim com a direção e o texto, ao destacar quadros e arcos), trilha sonora muito bem feita, cenários bem produzidos fazem todas essas horas parecerem minutos. E aí vai o elogio para o restante da galera que trampa nos bastidores. E puta que pariu, Samuel L. Jackson manda muito bem! Que homem! O elenco principal, Pam, Keaton e de Niro, estão todos ótimos e fazem parte de tudo isso que mencionei. Jackie Brown principalmente por começar e terminar o filme, totalmente transformada.
Aí a gente lembra da polêmica com o Harvey Westein e esquece disso tudo.
Ave, César!
3.2 311 Assista AgoraO filme entretém, é bem dirigido e engraçado. Mas sei lá, parece que o texto diz e atinge muitas coisas, mas no final acaba não dizendo nada. Porém, a crítica à imprensa, os bastidores e a criação uma história dentro da história, de modo até que ficamos confusos pois chegamos de paraquedas e saímos no "meio" funciona e é bem interessante no final de tudo.
Um Príncipe em Nova York
3.1 657 Assista AgoraNa lista dos filmes que eu me arrependo em ter demorado para conferir. Inteligente, bastante crítico e engraçado. Um filme à frente do seu tempo, pois toda a discussão que ele carrega é feita hoje em dia nas redes.
É basicamente um Pantera Negra, mas na realidade e sem poderes. A história em si não tem nada de muito diferente, é bem fechadinha, o que me impressiona é o comentário social e o texto do filme, muito bem articulado e escrito na sua narrativa.
Além de conhecer outro lado do Eddie Murphy, me fez conhecer o James Earl Jones, que apenas tinha escutado a voz, nunca sua atuação, o que daí explica seu apego por grandes vilões do cinema.
Ave, César!
3.2 311 Assista AgoraO filme entretém, é bem dirigido e engraçado. Mas sei lá, parece que o texto diz e atinge muitas coisas, mas no final acaba não dizendo nada. Porém, a crítica à imprensa, os bastidores e a criação uma história dentro da história, de modo até que ficamos confusos pois chegamos de paraquedas e saímos no "meio" funciona e é bem interessante no final de tudo.
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraFui sem nenhuma expectativa e gostei demais. A atuação dos dois é realmente incrível e a química criada no relacionamento também. Lady Gaga surtada e Bradley Cooper acabadasso. Apesar dos clichês, o filme é bem construído, engraçado e tocante. Acabei não gostando de uma cena ou outra e acho que deveria ter mostrado um pouco dos bastidores, mas isso não afetou o todo. Nunca fui fã de filmes que envolvem música (ou musicais) nem sequer acompanho a carreira da Lady Gaga, mas me impressionei. Não tem como deixar de mencionar a direção do Cooper. Planos sequências muito bem feitos nos palcos, pegando a platéia e o artista. Toques de sugestões, como em uma das cenas finais. Jogo de cores, luzes e câmeras que ajudam na construção de todo um cenário melodramático e romântico.