Este filme tem todo o meu respeito.Bergman nos encarcera na sua impetuosa montanha russa de ensaios conflituosos, divagações silenciosas e dores explosivas.Faz da complexidade entre a relação mãe e filha no mais intempestivo exercício filosófico, o qual acende as cinzas de ressentimentos e angustias, alimenta a conturbação da confluência entre passado e presente.
Ingmar Bergman apalpa um horizonte de vivências marcantes, que fazem parte do amargo álbum de experiências da vida,descobrindo que por trás de muitos sorrisos se escondem resistentes rancores, recordações lancinantes de outrora. O cineasta sueco reconstitui mais a fundo a questão familiar, quando transmuda a meiguice de Eva em mágoa de uma infância psicologicamente maltratada, e a elegância de Charlotte em hedionda perversidade, insensibilidade.
Um drama densamente inteligente,dirigido com primor. Liv Ullmann e Ingrid Bergman estão irretocáveis,meu coração disparava a cada desavença,a cada movimento prudente de câmera. E eu digo mais, "Höstsonaten" detém em seu esteio os diálogos mais portentosos que meus ouvidos jamais imaginariam ouvir.
Na duradoura noite outonal, fria e desconcertante, as verdades e mentiras se chocam, o amor incondicional perde a razão de viver, ficando à mercê da incomplacência maternal. As feridas do destino cicatrizam por fora, mas permanecem doloridas por dentro. E é nesse palco de negligência afetiva que nos compadecemos com as passagens emocionais, e aprendemos a enxergar o outro lado da moeda.
Já estava sentido falta da estética sombria de Tim Burton.Desde da ausência de auto-identidade em "Alice in Wonderland",eu precisava restabelecer contato com a concepção artística do diretor.Atributo que,na minha opinião,é demasiadamente belo.Belo.
Inclusive, esse é o destaque da composição de "Sleepy Hollow". Orquestrado por uma estória oculta e interessante,suas revelações vão sendo expostas categoricamente através de particularidades em suas sequências.O filme todo é sustentado por denotações e confissões. Embora eu ache que Christina Ricci oscilou bastante na trama( curiosamente é o que acontece na sua carreira), comprometendo a propriedade da sua personagem,Burton foi feliz na escolha do elenco. Atores capazes,talentosos! Suprindo plenamente a proposta de persuadir o espectador.Yes,Vincent,yes!
Finalmente o assistir.A ansiedade estava me corroendo. Há meses que eu queria experimentar mais esta clássica obra do engenhoso Alfred Hitchcock.Uma grande satisfação.
"Dial M for Murder" reafirma mais uma vez as aptidões do Mestre do suspense. No tear inteligente da trama,a intuição é um prato cheio, oferecido ao lado de um requintado e dilacerador vinho. Implacável no mecanismo metódico de fatos que apoiam a excelência do longa, prendendo a atenção até os últimos minutos. O sustentáculo constituído pela determinante particularização do cenário e a hábil dialética persuasiva, intimida a todo instante – análise que também é consentida no seu antecessor "ROPE".
Fazemos parte do filme, como se nós fôssemos um quinto elemento na sala de estar. Permitindo-nos averiguar todos os movimentos friamente calculados de Tony Wendice.E o que dizer do elenco?Bem arranjado. Confesso,infelizmente, que eu não fiquei tão encantado pela personagem da bela Grace Kelly como gostaria,muito diferente do que aconteceu em seus outros trabalhos.Enfim.
Um clássico.Faz parte do respeitado acervo de Brian De Palma dos anos 80. Acompanhado por um clima "de que todos são suspeitos até que se prove o contrário", Eliott Ness (Kevin Costner) procura combater a tão temida máfia de Chicago e, posteriormente,ter seu mérito na mídia local. Para isso, pretende capturar o poderoso Al Capone(Robert De Niro),convocando infalíveis policias para efetuar com ele tamanha proeza, diga-se de passagem. Arquitetado por meio do estudo criativo de De Palma que, pela mesclagem da sua pitoresca direção com a influente linhagem do estilo, reinventa um conjunto sensacional.
Robert De Niro,Kevin Costner, Andy Garcia e Sean Connery atuam encarando a perfeição. Com um enredo sólido, um visual marcante (conseguindo ambientar brilhantemente o espectador à época) e uma trilha sonora classuda de Ennio Morricone (C'era una Volta il West, Nuovo Cinema Paradiso), "The Untouchables" fica fixado na história do seu prestigiado gênero,sendo base de inspiração para muitos.
A premissa seduz e é concomitante a vários questionamentos. "Source Code" não é uma obra que tem em seu foco o desígnio de atrair pelas interpretações ou pela eficácia dos efeitos especiais. É,sobretudo,um filme de Ficção Científica que instaura um leque de hipóteses – racionais ou não –,lançando um longo debate em torno do conceito criado, especialmente pelo jogo vertiginoso de ações que penetram o irreal.
Duncan Jones se mostra qualificado na execução do roteiro,oferece uma frenética tensão do começo ao fim. E ao atribuir condições sensíveis e complexas para cada personagem, o diretor do exímio "Lunar" explora o lado emocional da ficção, com a finalidade de manter a exteriorização das indagações,das comoções (compostas basicamente pela figura de Jake Gyllenhaal). Para mim, entre os atores, Vera Farmiga foi o destaque. No mais, uma gostosa Sci-Fi.
"Para entender nós temos dois caminhos: o da sensibilidade que é o entendimento do corpo; e o da inteligência que é o entendimento do espírito.Eu escrevo com o corpo.Poesia não é para compreender, mas para incorporar.Entender é parede; procure ser árvore."
Um tapa na cara das pessoas que desconsideram firmemente o cinema nacional.E por que não na minha? Já que várias vezes eu esbocei palavras de puro desprezo pela sétima arte nacional. Não interpretem isso como uma declaração na defesa de um cinema nacional fortificante, insigne e que se destaca pelo rico conteúdo cinematográfico. Pelo contrário, acredito que o cinema brasileiro esteja atravessando uma dura conturbação. Enfatizo aqui a falta de valorização,de divulgação e,principalmente,de investimento.No entanto, há inigualáveis diretores, criativas mãos, que aniquilam com uma só produção,todos os que repudiam."Abril Despedaçado" é um belo exemplo.
Na sua construção artística,Salles aposta - e obtém um resultado incrível - no ornamento de temáticas e atmosferas que embelezam a história, seja pela especial comparência da linguagem circense , pela aura cativante da narrativa indizível, ou pela aspiração mágica das vivencias do sertão árido.
O diretor de fotografia Walter Carvalho dirige com muita maestria essa obra,promovendo uma precisa e detalhada comunicação por intermédio da imagem.O filme é uma imensurável aula de fotografia.
A sequência final é um espetáculo à parte, alcançando o epicentro do êxito de Rodrigo Santoro em mostrar tudo de si na incorporação do seu personagem.É fascinante como a essência do menino Pacu abranda o ar trágico e melancólico, transmitindo uma visão poética e romântica.
Poucos filmes na história da sétima arte fizeram-me desvairar junto com os seus personagens,marcando,portanto,seu caráter chocante de alteridade.Desta forma,o competente Darren Aronofsky executa perfeitamente seu desígno, manipulando psicologicamente situações que impulsionam o espectador à loucura.As nuances de delírios apresentadas no filme, em muitos momentos , traduzem abruptos devaneios vividos pelos personagens. A vivacidade com que essas ilusões são compostas demonstra o quão impactante é a narrativa. Aronofsky explora a mise-en-scéne, semelhante a "Black Swan", buscando tirar o fôlego desde a trilha sonora épica até a forma como cada ato comporta-se diante do reflexo acelerado do espectador. Partindo do princípio que a demência não se encontra nos personagens, mas nas circunstâncias que eles são expostos.E isso eu afirmo com muita convicção.Porque o que mais impactou-me foi a falta de lucidez do universo retratado. Cada respiração é uma sensação, cada cena é uma inquietação.
Dificilmente as composições de Clint Mansell - em especial,"Lux Aeterna" - teriam outras respostas se não a profundidade dos sentimentos de quem as aprecia. A impetuosa visão do diretor, assim como a estética original e inconfundível,fortalecem o conjunto que, por meio da brusca manobra na história, nutri e perturba.
O epílogo é o ápice do gozo mental, visual. É o vômito de todas as emoções que com ele transborda, derrubando-me com um único e intenso golpe. Ellen Burstyn,como Sara Goldfarb,leva-nos ao súbito delírio,sendo responsável por uma boa parte da minha estima. Embora eu tenha tentado transcrever o que senti ao assisti-lo, jamais traduzirei, na sua inteireza, a sensação que eu realmente vivenciei. Sabe aquele filme que após você ter assistido ainda permanece fixado na mente,perdurando a reflexão e a imbatível atração? Pois é, "Réquiem for a Dream" faz jus a essa experiência.
Scorsese conduz um suspense psicológico instigando desde o princípio, arrebatando com personagens enigmáticos ,insanos, psicóticos. A ruptura da realidade se dá a todo o momento, eminente nas ações ou pormenores jogados propositalmente na trama.O que ocasiona,talvez, um certo incômodo devido ao seu desfecho pressentido.
A fotografia contribui barbaramente para o desenvolvimento eloquente no estimulo de uma visão transtornada do espectador. Assim, como a elaboração psicológica de cada sequência, do protagonista.Muito bom! Foi lindo vê a participação da talentosa Patricia Clarkson, uma das cenas que eu mais apreciei.
Considerando o meu leve descrédito pelo gênero,"The Graduate" conseguiu o meu total envolvimento. Provando que é realizável trazer a comédia, o romance e o drama sem ser supérfluo. Anne Bancroft e Dustin Hoffman: De fácil apego.
O filme já agrada na primeira cena, embalada pelo contagiante "Sound of Silence", de Simon e Garfunkel. A seleta direção técnica, agrupada pelos movimentos significativos de câmera , e somado com maravilhosas e divertidas interpretações, fizeram da obra um clássico impagável. Um dos melhores filmes de comédia romântica que eu já assistir, se não, o melhor. Distinguindo-se dos demais, pela provocante e inteligente abordagem do tema. Obra-prima.
"Mrs. Robinson, you're trying to seduce me. Aren't you?" Além de ser inspiração para outros diretores, Mike Nichols acentua ,assim como no antecessor "Who's Afraid of Virginia Woolf?", seu domínio e prazer pelos conflitos sociais,de modo a arrancar o fôlego com as reviravoltas no roteiro,com o cômico das relações interpessoais.
Objetivo,sarcástico,tenso.Infalível no seu pressuposto."A Dog Day Afternoon" é grandioso na sua composição dos personagens, convencendo pela maneira inusitada e irônica de retratar um acontecimento trágico.Construção inesquecível.
Livre nas suas articulações e facetas,Al Pacino inspira e transpira domínio do espaço produzido,interagindo com cada obstáculo que seu personagem precisa ultrapassar.Papel que parece ter sido feito por encomenda para o ator,interpretado veemente pelo seu talento extramente esmerado."Attica,Attica!" ficará na história das minhas lembranças cinematográficas.
Pela proximidade de identificação com o espectador,Sonny acaba tornando-se um anti-herói.Revelando carisma,emoção.Sua revolta contra o sistema opressor e desigual,nos remete a uma sociedade hipócrita que vivemos.Sidney Lumet explora muito bem esse lado oportunista dos indivíduos,assim como sua brilhante linguagem verossímil.
A naturalidade com que Tarantino fomenta os discursos(dentro e fora da tela),aliado com o seu fértil e transgressor conhecimento cinematográfico se mostra,com toda a certeza , vigoroso nesse trabalho.Não via um olhar tão voraz e arrebatador desde Kill Bill: Volume 1;no entanto,possui a versátil experimentação no roteiro semelhante a "From Dusk Till Dawn".A estética pop-underground e incisiva de "Pulp Fiction" caracteriza-se pela forte condução dos personagens,acompanhada pelas falas sarcasticamente compostas e a trilha sonora frenética que,por sinal,é notavelmente agregada, realçando a brilhante direção. "Girl,You'll Be A Woman Soon".E a Mia Wallace encatou-me.
Diante de um subversivo(eloquente)estilo ímpar na elaboração de cada história, a sedutora composição de atores compenetrados na autenticidade da ação, juntamente com o gatilho intelectual do diretor, satisfaz qualquer expectativa. Complicado não ficar atraído pelo talento à flor da pele que transborda de cada um. É árduo primar um ou outro,na recíproca interação dos estereótipos,todos destacam-se.Todos.
Frank Capra fez um trabalho preciosíssimo."It's a Wonderful Life" é uma obra que emociona da maneira mais tocante possível. Exprimindo na sua história um valor singelo,inestimável e atemporal.A princípio, confesso, fiquei um pouco desestimulado com a passividade dos fatos,porém o pretexto no desenvolvimento para a consagração da abordagem final conquistou-me plenamente.
É imprescindível não comentar sobre a primorosa atuação de James Stewart,ele consegue comover com todos os sentimentos difundidos,sobretudo,no seu olhar virtuoso. Suscitando valores nobres no espectador.Embora já conheça seu trabalho e tenha gozado de suas interpretações em outros trabalhos decisivos,como em "Vertigo" e "Rear Window",mais uma vez,seu talento mostrou-se notório.Surpreendendo-me.
Madama Butterfly[suspiro].A ópera em si já carrega um grande poder de sensibilizar.Ainda mais abraçada com essa bela e íntima animação surrealista.Apaixonante.
Lindamente sensível.Valioso na sua sinceridade de nos cativar com a aura de uma criança,transmitindo prazeres,medos e dúvidas do mesmo.Regresso essencial.
Contrapondo com a incompreensão e o nítido desprezo da família, Max busca/cria seu universo contemplativo.Onde a magia não é um anseio e,sim,uma fuga,necessidade.Spike Jonze cultiva essa estória de possibilidades maravilhosamente.Temática bastante produzida hoje em dia,mas com uma profundidade igual a essa foram poucas.Obra que exprime sua importância nos gestos,nos olhares,nos sorrisos.É sublime a reflexão que o mundo fantasioso do garoto exerce sobre a nossa realidade,confrontando-a.
Uma das animações mais edificantes que eu já tive o deleite de assistir.É de uma beleza essencial.Philippe Noiret narra à alma de um pastor de ovelhas,onde sua busca incessante de engrandecer a natureza,reciprocamente o revigora.Em uma época repleta de guerras e insegurança,Elzeard Bouffier possui confiança na sensibilidade que planta.Embora seu semblante seja de cansaço,o coração desse humilde senhor é rico de amor e satisfação.
Conto construído de movimentos e cores simples.Frédéric Back manisfesta um jeito nobre de transmitir na imagem animada o repertório da vida.Em alguns momentos, consegui assemelhar certos traços existentes nas obras de Ryan Larkin e Aleksandr Petrov.Posso estar completamente iludido,viajando,mas foi o que eu abstrair.Seria uma alusão fabulosa.
Gesto simples e muito significativo.Curta com um formato interessante,transferindo toda a reflexão existente na idéia proposta para quem está assistindo.Muito bom!
A intensidade poetizada em várias formas.Uma delas,é o amor.Refletido delicadamente nessa obra.Roteiro muito bem conduzido,com um olhar precioso e suscetível.
- Por que as pessoas choram? - Não sabe?Nunca Chorou? - Uma vez,faz muito tempo. - Quando te abandonaram. - As pessoas choram...por vários motivos. - Quando alguém querido morre,quando ficam sós. - Quando...não conseguem suportar mais. - O quê? - A vida.
Sonata de Outono
4.5 491Este filme tem todo o meu respeito.Bergman nos encarcera na sua impetuosa montanha russa de ensaios conflituosos, divagações silenciosas e dores explosivas.Faz da complexidade entre a relação mãe e filha no mais intempestivo exercício filosófico, o qual acende as cinzas de ressentimentos e angustias, alimenta a conturbação da confluência entre passado e presente.
Ingmar Bergman apalpa um horizonte de vivências marcantes, que fazem parte do amargo álbum de experiências da vida,descobrindo que por trás de muitos sorrisos se escondem resistentes rancores, recordações lancinantes de outrora. O cineasta sueco reconstitui mais a fundo a questão familiar, quando transmuda a meiguice de Eva em mágoa de uma infância psicologicamente maltratada, e a elegância de Charlotte em hedionda perversidade, insensibilidade.
Um drama densamente inteligente,dirigido com primor. Liv Ullmann e Ingrid Bergman estão irretocáveis,meu coração disparava a cada desavença,a cada movimento prudente de câmera. E eu digo mais, "Höstsonaten" detém em seu esteio os diálogos mais portentosos que meus ouvidos jamais imaginariam ouvir.
Na duradoura noite outonal, fria e desconcertante, as verdades e mentiras se chocam, o amor incondicional perde a razão de viver, ficando à mercê da incomplacência maternal. As feridas do destino cicatrizam por fora, mas permanecem doloridas por dentro. E é nesse palco de negligência afetiva que nos compadecemos com as passagens emocionais, e aprendemos a enxergar o outro lado da moeda.
A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
3.8 1,3K Assista AgoraJá estava sentido falta da estética sombria de Tim Burton.Desde da ausência de auto-identidade em "Alice in Wonderland",eu precisava restabelecer contato com a concepção artística do diretor.Atributo que,na minha opinião,é demasiadamente belo.Belo.
Inclusive, esse é o destaque da composição de "Sleepy Hollow". Orquestrado por uma estória oculta e interessante,suas revelações vão sendo expostas categoricamente através de particularidades em suas sequências.O filme todo é sustentado por denotações e confissões. Embora eu ache que Christina Ricci oscilou bastante na trama( curiosamente é o que acontece na sua carreira), comprometendo a propriedade da sua personagem,Burton foi feliz na escolha do elenco. Atores capazes,talentosos! Suprindo plenamente a proposta de persuadir o espectador.Yes,Vincent,yes!
Disque M Para Matar
4.4 680 Assista AgoraFinalmente o assistir.A ansiedade estava me corroendo. Há meses que eu queria experimentar mais esta clássica obra do engenhoso Alfred Hitchcock.Uma grande satisfação.
"Dial M for Murder" reafirma mais uma vez as aptidões do Mestre do suspense. No tear inteligente da trama,a intuição é um prato cheio, oferecido ao lado de um requintado e dilacerador vinho. Implacável no mecanismo metódico de fatos que apoiam a excelência do longa, prendendo a atenção até os últimos minutos. O sustentáculo constituído pela determinante particularização do cenário e a hábil dialética persuasiva, intimida a todo instante – análise que também é consentida no seu antecessor "ROPE".
Fazemos parte do filme, como se nós fôssemos um quinto elemento na sala de estar. Permitindo-nos averiguar todos os movimentos friamente calculados de Tony Wendice.E o que dizer do elenco?Bem arranjado. Confesso,infelizmente, que eu não fiquei tão encantado pela personagem da bela Grace Kelly como gostaria,muito diferente do que aconteceu em seus outros trabalhos.Enfim.
Roteiro exemplar.Digno de elogios.
Os Intocáveis
4.2 841 Assista Agora"Never stop fighting until the fight is done."
Um clássico.Faz parte do respeitado acervo de Brian De Palma dos anos 80. Acompanhado por um clima "de que todos são suspeitos até que se prove o contrário", Eliott Ness (Kevin Costner) procura combater a tão temida máfia de Chicago e, posteriormente,ter seu mérito na mídia local. Para isso, pretende capturar o poderoso Al Capone(Robert De Niro),convocando infalíveis policias para efetuar com ele tamanha proeza, diga-se de passagem. Arquitetado por meio do estudo criativo de De Palma que, pela mesclagem da sua pitoresca direção com a influente linhagem do estilo, reinventa um conjunto sensacional.
Robert De Niro,Kevin Costner, Andy Garcia e Sean Connery atuam encarando a perfeição. Com um enredo sólido, um visual marcante (conseguindo ambientar brilhantemente o espectador à época) e uma trilha sonora classuda de Ennio Morricone (C'era una Volta il West, Nuovo Cinema Paradiso), "The Untouchables" fica fixado na história do seu prestigiado gênero,sendo base de inspiração para muitos.
Contra o Tempo
3.8 2,0K Assista AgoraA premissa seduz e é concomitante a vários questionamentos. "Source Code" não é uma obra que tem em seu foco o desígnio de atrair pelas interpretações ou pela eficácia dos efeitos especiais. É,sobretudo,um filme de Ficção Científica que instaura um leque de hipóteses – racionais ou não –,lançando um longo debate em torno do conceito criado, especialmente pelo jogo vertiginoso de ações que penetram o irreal.
Duncan Jones se mostra qualificado na execução do roteiro,oferece uma frenética tensão do começo ao fim. E ao atribuir condições sensíveis e complexas para cada personagem, o diretor do exímio "Lunar" explora o lado emocional da ficção, com a finalidade de manter a exteriorização das indagações,das comoções (compostas basicamente pela figura de Jake Gyllenhaal). Para mim, entre os atores, Vera Farmiga foi o destaque. No mais, uma gostosa Sci-Fi.
Só Dez Por Cento é Mentira
4.6 144"Para entender nós temos dois caminhos: o da sensibilidade que é o entendimento do corpo; e o da inteligência que é o entendimento do espírito.Eu escrevo com o corpo.Poesia não é para compreender, mas para incorporar.Entender é parede; procure ser árvore."
Abril Despedaçado
4.2 673Um tapa na cara das pessoas que desconsideram firmemente o cinema nacional.E por que não na minha? Já que várias vezes eu esbocei palavras de puro desprezo pela sétima arte nacional. Não interpretem isso como uma declaração na defesa de um cinema nacional fortificante, insigne e que se destaca pelo rico conteúdo cinematográfico. Pelo contrário, acredito que o cinema brasileiro esteja atravessando uma dura conturbação. Enfatizo aqui a falta de valorização,de divulgação e,principalmente,de investimento.No entanto, há inigualáveis diretores, criativas mãos, que aniquilam com uma só produção,todos os que repudiam."Abril Despedaçado" é um belo exemplo.
Na sua construção artística,Salles aposta - e obtém um resultado incrível - no ornamento de temáticas e atmosferas que embelezam a história, seja pela especial comparência da linguagem circense , pela aura cativante da narrativa indizível, ou pela aspiração mágica das vivencias do sertão árido.
O diretor de fotografia Walter Carvalho dirige com muita maestria essa obra,promovendo uma precisa e detalhada comunicação por intermédio da imagem.O filme é uma imensurável aula de fotografia.
A sequência final é um espetáculo à parte, alcançando o epicentro do êxito de Rodrigo Santoro em mostrar tudo de si na incorporação do seu personagem.É fascinante como a essência do menino Pacu abranda o ar trágico e melancólico, transmitindo uma visão poética e romântica.
Deus da Carnificina
3.8 1,4KElenco poderoso.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraDramatis personae.
Poucos filmes na história da sétima arte fizeram-me desvairar junto com os seus personagens,marcando,portanto,seu caráter chocante de alteridade.Desta forma,o competente Darren Aronofsky executa perfeitamente seu desígno, manipulando psicologicamente situações que impulsionam o espectador à loucura.As nuances de delírios apresentadas no filme, em muitos momentos , traduzem abruptos devaneios vividos pelos personagens. A vivacidade com que essas ilusões são compostas demonstra o quão impactante é a narrativa. Aronofsky explora a mise-en-scéne, semelhante a "Black Swan", buscando tirar o fôlego desde a trilha sonora épica até a forma como cada ato comporta-se diante do reflexo acelerado do espectador. Partindo do princípio que a demência não se encontra nos personagens, mas nas circunstâncias que eles são expostos.E isso eu afirmo com muita convicção.Porque o que mais impactou-me foi a falta de lucidez do universo retratado. Cada respiração é uma sensação, cada cena é uma inquietação.
Dificilmente as composições de Clint Mansell - em especial,"Lux Aeterna" - teriam outras respostas se não a profundidade dos sentimentos de quem as aprecia. A impetuosa visão do diretor, assim como a estética original e inconfundível,fortalecem o conjunto que, por meio da brusca manobra na história, nutri e perturba.
O epílogo é o ápice do gozo mental, visual. É o vômito de todas as emoções que com ele transborda, derrubando-me com um único e intenso golpe. Ellen Burstyn,como Sara Goldfarb,leva-nos ao súbito delírio,sendo responsável por uma boa parte da minha estima. Embora eu tenha tentado transcrever o que senti ao assisti-lo, jamais traduzirei, na sua inteireza, a sensação que eu realmente vivenciei. Sabe aquele filme que após você ter assistido ainda permanece fixado na mente,perdurando a reflexão e a imbatível atração? Pois é, "Réquiem for a Dream" faz jus a essa experiência.
Sempre ao Seu Lado
4.3 4,1K Assista AgoraMuito tocante.Uma história impressionante e admirável(ainda mais sabendo que foi baseada em fatos reais). Sem dúvida, para ser guardado no coração.
Ilha do Medo
4.2 4,0K Assista AgoraScorsese conduz um suspense psicológico instigando desde o princípio, arrebatando
com personagens enigmáticos ,insanos, psicóticos. A ruptura da realidade se dá a todo
o momento, eminente nas ações ou pormenores jogados propositalmente na trama.O
que ocasiona,talvez, um certo incômodo devido ao seu desfecho pressentido.
A fotografia contribui barbaramente para o desenvolvimento eloquente no estimulo
de uma visão transtornada do espectador. Assim, como a elaboração psicológica de
cada sequência, do protagonista.Muito bom! Foi lindo vê a participação da talentosa Patricia Clarkson, uma das cenas que eu mais apreciei.
A Primeira Noite de Um Homem
4.1 810 Assista AgoraConsiderando o meu leve descrédito pelo gênero,"The Graduate" conseguiu o meu total envolvimento. Provando que é realizável trazer a comédia, o romance e o drama sem ser supérfluo. Anne Bancroft e Dustin Hoffman: De fácil apego.
O filme já agrada na primeira cena, embalada pelo contagiante "Sound of Silence", de Simon e Garfunkel. A seleta direção técnica, agrupada pelos movimentos significativos de câmera , e somado com maravilhosas e divertidas interpretações, fizeram da obra um clássico impagável. Um dos melhores filmes de comédia romântica que eu já assistir, se não, o melhor. Distinguindo-se dos demais, pela provocante e inteligente abordagem do tema. Obra-prima.
"Mrs. Robinson, you're trying to seduce me. Aren't you?" Além de ser inspiração para outros diretores, Mike Nichols acentua ,assim como no antecessor "Who's Afraid of Virginia Woolf?", seu domínio e prazer pelos conflitos sociais,de modo a arrancar o fôlego com as reviravoltas no roteiro,com o cômico das relações interpessoais.
A Bela da Tarde
4.1 341 Assista AgoraFemme Fatale.
Um Dia de Cão
4.2 733 Assista AgoraObjetivo,sarcástico,tenso.Infalível no seu pressuposto."A Dog Day Afternoon" é grandioso na sua composição dos personagens, convencendo pela maneira inusitada e irônica de retratar um acontecimento trágico.Construção inesquecível.
Livre nas suas articulações e facetas,Al Pacino inspira e transpira domínio do espaço produzido,interagindo com cada obstáculo que seu personagem precisa ultrapassar.Papel que parece ter sido feito por encomenda para o ator,interpretado veemente pelo seu talento extramente esmerado."Attica,Attica!" ficará na história das minhas lembranças cinematográficas.
Pela proximidade de identificação com o espectador,Sonny acaba tornando-se um anti-herói.Revelando carisma,emoção.Sua revolta contra o sistema opressor e desigual,nos remete a uma sociedade hipócrita que vivemos.Sidney Lumet explora muito bem esse lado oportunista dos indivíduos,assim como sua brilhante linguagem verossímil.
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista AgoraA naturalidade com que Tarantino fomenta os discursos(dentro e fora da tela),aliado com o seu fértil e transgressor conhecimento cinematográfico se mostra,com toda a certeza , vigoroso nesse trabalho.Não via um olhar tão voraz e arrebatador desde Kill Bill: Volume 1;no entanto,possui a versátil experimentação no roteiro semelhante a "From Dusk Till Dawn".A estética pop-underground e incisiva de "Pulp Fiction" caracteriza-se pela forte condução dos personagens,acompanhada pelas falas sarcasticamente compostas e a trilha sonora frenética que,por sinal,é notavelmente agregada, realçando a brilhante direção. "Girl,You'll Be A Woman Soon".E a Mia Wallace encatou-me.
Diante de um subversivo(eloquente)estilo ímpar na elaboração de cada história, a sedutora composição de atores compenetrados na autenticidade da ação, juntamente com o gatilho intelectual do diretor, satisfaz qualquer expectativa. Complicado não ficar atraído pelo talento à flor da pele que transborda de cada um. É árduo primar um ou outro,na recíproca interação dos estereótipos,todos destacam-se.Todos.
A Doce Vida
4.2 316 Assista AgoraPreciso rever.
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista AgoraFrank Capra fez um trabalho preciosíssimo."It's a Wonderful Life" é uma obra que emociona da maneira mais tocante possível. Exprimindo na sua história um valor singelo,inestimável e atemporal.A princípio, confesso, fiquei um pouco desestimulado com a passividade dos fatos,porém o pretexto no desenvolvimento para a consagração da abordagem final conquistou-me plenamente.
É imprescindível não comentar sobre a primorosa atuação de James Stewart,ele consegue comover com todos os sentimentos difundidos,sobretudo,no seu olhar virtuoso. Suscitando valores nobres no espectador.Embora já conheça seu trabalho e tenha gozado de suas interpretações em outros trabalhos decisivos,como em "Vertigo" e "Rear Window",mais uma vez,seu talento mostrou-se notório.Surpreendendo-me.
O Concerto
4.1 278 Assista AgoraTudo em nome da arte.
Aria
4.3 13Madama Butterfly[suspiro].A ópera em si já carrega um grande poder de sensibilizar.Ainda mais abraçada com essa bela e íntima animação surrealista.Apaixonante.
Onde Vivem os Monstros
3.8 2,4K Assista AgoraLindamente sensível.Valioso na sua sinceridade de nos cativar com a aura de uma criança,transmitindo prazeres,medos e dúvidas do mesmo.Regresso essencial.
Contrapondo com a incompreensão e o nítido desprezo da família, Max busca/cria seu universo contemplativo.Onde a magia não é um anseio e,sim,uma fuga,necessidade.Spike Jonze cultiva essa estória de possibilidades maravilhosamente.Temática bastante produzida hoje em dia,mas com uma profundidade igual a essa foram poucas.Obra que exprime sua importância nos gestos,nos olhares,nos sorrisos.É sublime a reflexão que o mundo fantasioso do garoto exerce sobre a nossa realidade,confrontando-a.
Para se reinventar.
O Homem que Plantava Árvores
4.6 77Uma das animações mais edificantes que eu já tive o deleite de assistir.É de uma beleza essencial.Philippe Noiret narra à alma de um pastor de ovelhas,onde sua busca incessante de engrandecer a natureza,reciprocamente o revigora.Em uma época repleta de guerras e insegurança,Elzeard Bouffier possui confiança na sensibilidade que planta.Embora seu semblante seja de cansaço,o coração desse humilde senhor é rico de amor e satisfação.
Conto construído de movimentos e cores simples.Frédéric Back manisfesta um jeito nobre de transmitir na imagem animada o repertório da vida.Em alguns momentos, consegui assemelhar certos traços existentes nas obras de Ryan Larkin e Aleksandr Petrov.Posso estar completamente iludido,viajando,mas foi o que eu abstrair.Seria uma alusão fabulosa.
Maravilhoso.Para ver e rever.
Enchente: Quem Salvará Nossos Filhos?
3.2 43790's
Papiroflexia
4.0 61Gesto simples e muito significativo.Curta com um formato interessante,transferindo toda a reflexão existente na idéia proposta para quem está assistindo.Muito bom!
Não Amarás
4.2 297 Assista AgoraA intensidade poetizada em várias formas.Uma delas,é o amor.Refletido delicadamente nessa obra.Roteiro muito bem conduzido,com um olhar precioso e suscetível.
- Por que as pessoas choram?
- Não sabe?Nunca Chorou?
- Uma vez,faz muito tempo.
- Quando te abandonaram.
- As pessoas choram...por vários motivos.
- Quando alguém querido morre,quando ficam sós.
- Quando...não conseguem suportar mais.
- O quê?
- A vida.