[...] o que faz este filme tão especial é o primoroso trabalho de Karl Freund na direção, utilizando enquadramentos de forma inteligente, sem desperdiçar o seu potencial dramático. O diretor adota na maioria do tempo planos médios e planos gerais médios, enquadrando mais de um personagem na tela e destacando o seu entorno, sendo uma escolha acertadíssima para valorizar o belo uso de sombras que insere uma atmosfera misteriosa no longa. A edição ainda intercala nos momentos de clímax a ação da múmia com a dos mocinhos, adicionando tensão à história. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-a-mumia-1932/
[...] A apresentação do protagonista, sua rotina e a ambientação do universo que o rodeia é muito parecida com a de Taxi Driver, algo que só não pode ser chamado de referência ou inspiração porque o roteirista dos dois filmes é o mesmo, portanto, ele remete diretamente a seu antigo trabalho. Dito isso, acompanhamos Pierce em sua ambulância testemunhando as atrocidades que a vida noturna de Nova Iorque produz, como a escancarada prostituição, tráfico de drogas e violência gratuita. Aliás, logo nos créditos iniciais, quando vemos os olhos do protagonista iluminados pelo vermelho da sirene, temos o indicativo das situações que o paramédico vivencia nas ruas, uma vez que, durante toda a filmografia de Scorsese, essa é a cor utilizada para representar o pecado. Contudo, a intenção de Pierce não é a de reformular o mundo a sua volta, como Travis, em Taxi Driver, pelo contrário, ele busca curar a si mesmo de todas as atrocidades que testemunha diariamente. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-vivendo-no-limite-1999/
O filme que iniciou o boom do subgênero slasher, e não poderia deixar de ser né, John Carpenter dá uma aula de direção em Halloween, com uma fotografia minimalista, que sabe utilizar seus cantos escuros para criar a sensação que o vilão pode aparecer a qualquer momento. Além disso, o plano subjetivo inicial e a forma com que Carpenter segura algumas mortes cria uma espécie de ansiedade pelos assassinatos no espectador, brincando muito bem com o tema do longa, como se entendêssemos o que se passa na cabeça de Myers. Para completar, o roteiro não é ousado e nem cheio de subtextos, mas é objetivo na proposta do filme, desenvolver minimamente os personagens para que sintamos suas mortes. Obra-prima do terror senhores!
[...] O grande mérito do roteiro está em sua abordagem sobre redenção, ressaltando como ela não é alcançada como as religiões pregam, algo que também seria visto em Caminhos Perigosos. Contudo, a visão de Scorsese em sua obra não é a de que as pessoas não tem chances de salvação em sua vida, mas sim que ela está nas oportunidades cotidianas que temos para melhorar, exemplificado pela relação do protagonista com sua namorada, um relacionamento que poderia justamente livrá-lo de sua rotina. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-quem-bate-a-minha-porta/
Guardiões da Galáxia em 2 filmes constrói muito melhor o conceito de família do que Velozes e Furiosos em 8 hahaha.
Brincadeiras a parte, a ação, o humor e o visual de Guardiões da Galáxia Vol.2 são ótimos. O desenho de produção, efeitos visuais e maquiagem presentes aqui merecem indicação ao Oscar, estão impecáveis, acrescentam cor e vida à obra, além de remeterem diretamente aos quadrinhos.
Mas o grande destaque do filme de James Gunn está na forma como seu roteiro aborda conceitos como família e amizade, mostrando como bons amigos podem sim ocupar o lugar de um familiar em nosso coração. Aliás, temas como abandono são levemente explorados aqui, dando bastante profundidade à história de alguns personagens. Além disso, a química do elenco contribui para passar essa sensação união, todo mundo está na medida certa. Por fim, finalmente temos um grande vilão em filmes da Marvel, algo que não víamos a muito tempo, e com uma história interessante, ele não existe apenas para servir como motor da trama, pelo contrário, o personagem é fundamental para a narrativa.
Guardiões da Galáxia Vol.2 entra forte na disputa pelo posto de melhor filme da Marvel, isso se não for o melhor.
[...] O grande mérito do roteiro, escrito por Lukas Heller, está na sutil e crescente sensação de desconforto presente na obra. Se, no início, o relacionamento entre as duas irmãs é apresentado como algo apenas conturbado, com o decorrer da projeção, o nível de incômodo e choque sobem exponencialmente, resultando em um clímax extremamente tenso. Uma das estratégias do roteirista para alcançar isso foi justamente focar na maldade de Baby Jane, porém, apresentando-a aos poucos. A vilã começa apenas agredindo verbalmente sua irmã, passando pelo simples abandono e atingindo as agressões físicas e psicológicas, no terceiro ato. Para isso, o filme opta por um ritmo bastante lento que cansa um pouco durante o segundo bloco, recuperando a vitalidade da trama apenas no terceiro. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-o-que-aconteceu-com-baby-jane/
Você já se imaginou usando os sentidos da maneira errada? Ou melhor, já sentiu que os estava desperdiçando? Tato, olfato, visão, paladar e audição, usamo-os para o que realmente importa? Será que ouvimos o que as pessoas que amamos tem a dizer? Observamos suas atitudes? Aproveitamos para dar um bom abraço?
A princípio, Cole imaginava que seu sexto sentido era um carma, uma maldição, contudo, no fim, percebeu como aquilo poderia ser utilizado para o bem, como um dom. Assim é com os demais sentidos, que a humanidade insiste em ignorar ou usar de maneiras banais.
Além da bela mensagem acima, Shyamalan dá uma aula de suspense, com movimentos de câmera bem orquestrados, precisos e uma fotografia quase monocromática que dita o tom da obra. Aliado a isso, temos Bruce Willis e Haley Joel Osment com uma excelente química e atuações ótimas. Obra prima da carreira do indiano.
[...] Obviamente, diante de tantas informações complexas, a diversidade de interpretações sobre o que a obra apresenta é bastante rica. Uma das observações possíveis sobre a obra é que de nada adianta buscar em outro lugar o que não temos aqui, a mudança não deve ser de ambiente, mas sim interna, algo justificado pela cena final, uma vez que, se Rhoda da Terra 2 foi atrás de seu espelho, certamente era atrás de uma realidade diferente, no entanto, como pode ser atestado pela trama, a história de dela na Terra 1 é triste. Além disso, essa interpretação pode ser alçada a uma esfera mais ampla; repare quando a jovem observa a outra terra com os olhos, ela perde a atenção e bate no carro de John, ou seja, de nada adianta a humanidade buscar outro planeta (como vemos bastante atualmente), se ela não olhar para si mesma e refletir sobre o próprio conceito de humanidade, uma vez que os assassinatos e atrocidades continuarão acontecendo, independente do local, porque o verdadeiro problema está no ser humano, não em seu habitat. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-a-outra-terra/
A ideia até que nem é tão ruim, querendo ou não, ela prende a gente, mas é tão mal desenvolvida... Os diálogos são sofríveis, expositivos e colocam a inteligência do público à prova. Aliás, até mesmo o núcleo familiar, algo que Shyamalan faz com muita competência em sua carreira, é totalmente sem emoção aqui, tudo parece artificial demais, auxiliado por atuações pífias de Mark Whalberg e Zooey Deschanel. Para completar, o terceiro ato vai para uma linha totalmente diferente do que vinha sendo contado, parecendo um filme dentro de outro um filme. Sobram a trilha sonora e alguns planos elaborados por Shy para não tornam a experiência totalmente descartável, mas que vergonha alheia viu. Você consegue fazer melhor que isso Shyamalan.
P.S: Antes que falem sobre a mensagem do filme, não é porque um longa tem uma ideia boa que devemos ignorar a execução. Obviamente, as questões envolvendo natureza, terrorismo e medo são pertinentes, no entanto, todas são prejudicadas pelo péssimo roteiro.
Esse é o legítimo caso que dá pena ver como o filme degringolou quando estava próximo de seu término, era só ter sido mais contido e isso aqui seria ótimo. Mas não é o caso, apesar do belo desenvolvimento e ambientação no primeiro e segundo ato, explorando a psique de seus personagens e fazendo comparações interessantes entre o Sol e Deus; a obra torna-se absurdamente astroclimática no terceiro ato, indo da ficção científica especulativa a um terror no espaço cheio de exageros na direção de Boyle. Uma pena, havia potencial para um grande filme, mas talvez a pretensão de um final megalomaníaco fez o longa se perder totalmente, restando apenas as duas primeiras partes para serem apreciadas.
Engraçado, se Fragmentado for analisado sob um ponto de vista pode ser considerado excelente, no entanto, se visto sob outra perspectiva suas falhas se escancaram.
Se Fragmentado for visto como uma sequência direta de Corpo Fechado, o filme enriquece consideravelmente o universo criado por Shyamalan. Afinal, qual outra franquia traz um longa próprio para o herói e o vilão? Além de trazer explicações científicas inteligentes para como seus poderes são desenvolvidos.
Entretanto, se analisado isoladamente, a obra peca em alguns momentos. As explicações da cientistas quebram o clima de suspense e mistério construído, além aparentemente de duvidar da inteligência do público (a explicação do Kevin sobre as personalidades buscarem a luz estava perfeita, foi completamente desnecessária a análise dela). Sem contar que o longa exagera em alguns momentos adiando o desfecho sobre o surgimento da besta que era óbvio que aconteceria desde os trailers. Sobra a maravilhosa cena envolvendo Bruce Willis para criar uma ótima sensação de satisfação ao término.
Apesar das falhas, Fragmentado traz momentos verdadeiramente tensos (Shyamalan inteligentemente não coloca os personagens no mesmo plano visando utilizar a edição em prol da tensão). Além disso, o longa aborda questões como machismo e a forma como nossas experiências pessoais interferem na nossa personalidade que são bem exploradas pelo roteiro. Sobre James MckAvoy? No mínimo uma indicação ao Oscar né, por favor.
[...] A partir do terceiro ato, a obra cresce de maneira significativa. Os conceitos sobre tempo passam a ser vistos nas ações dos personagens, deixando de ser algo apenas teórico. Portanto, o longa adquire uma interessante atmosfera de urgência, uma vez que, inicia-se uma corrida contra o tempo para impedir o ataque terrorista e cada ato dentro da história ganha uma enorme importância, podendo interferir em toda a linha do tempo vista até então. A partir daí, o filme passa a brincar constantemente com a expectativa do público, incitando dúvida a todo momento sobre até que ponto o protagonista está conseguindo alterar os fatos ou se o destino dos personagens é mesmo inalterável, resultando em diversos deja vus na mente de quem assiste, já que tudo o que acontece parece familiar, justificando a proposta do longa. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-deja-vu/
[...] É no método de ensino da professora que o filme encontra sua graciosidade, utilizando, por exemplo, músicas de Tupac para ensinar poesia, mostrando como a educação pode ser prazerosa para as duas as partes. Além disso, não deixa de ser interessante ver a comparação que Erin estabelece entre os estudantes e prisioneiros do holocausto, ambos vítimas de um sistema que insiste em taxar as pessoas por sua etnia ou condição social. Por isso, o verdadeiro antagonista da história é o sistema, exemplificado pela imagem da coordenadora Margaret, interpretada brilhantemente por Imelda Staunton (especialista em fazer professoras insuportáveis), que tenta travar os métodos de Erin e propaga um ensino que atinja o maior número de jovens possível para prepará-los para o “futuro” (ou seria mercado de trabalho?), sem nenhuma preocupação com a qualidade do ensino, como incentivar o olhar crítico, por exemplo. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-escritores-da-liberdade/
Assim como na maioria dos filmes de M Night Shyamalan, se você espera algo convencional com o gênero certamente A Visita será uma decepção. Obviamente, há jump scares e sustos aqui, o plot twist (marca registrada do diretor) é realmente surpreendente, no entanto, o longa não se estrutura nisso. O verdadeiro terror da obra, e este é o grande mérito do roteiro escrito por Shyamalan, está na história de abandono (seja de filha deixando os pais idosos ou o pai largando os filhos novinhos), no rancor que guardamos sempre com a gente e impede o perdão, no isolamento, nas desculpas que nunca damos. Para sentirmos esse peso da trama, Shy mistura gêneros, insere humor em sua história, fazendo com que nos apeguemos com aqueles personagens e tornando fácil a identificação com aquele universo. Para completar, o found footage aqui auxilia ainda mais na imersão, sendo não apenas um belo recurso visual, como também um personagem dentro do filme. Podem criticar quanto quiser, mas Shyamalan sabe fazer cinema.
Mais útil para a mitologia dos Predadores do que para dos Aliens, Alien vs Predador até que é uma tentativa válida para unir as duas franquias, mas que se perde em um péssimo roteiro escrito por Paul W S Anderson e que também não conta com uma direção inspirada, pelo contrário, são raros os momentos de verdadeira tensão aqui. Para quem gosta das franquias, é uma experiência divertida pela nostalgia e lutas entre as duas criaturas, mas isso não exclui o fato do filme ser péssimo se analisado como um todo.
O casamento é algo complexo. Quando o relacionamento dá errado, a sensação pode ser a de estar convivendo com um completo estranho ao nosso lado. No entanto, muitas vezes, apenas para manter uma imagem frente ao círculo social, as pessoas fingem estar tudo bem, escondendo suas dores. Poucos filmes exemplificam tão bem isso quanto Garota Exemplar, através de uma alegoria macabra que mostra como um casamento insuficiente pode nos matar por dentro. Para isso, o roteiro inteligentemente dá o ponto de vista dos dois protagonistas, permitindo que o público entenda o que cada um pensa naquela situação. Além disso, Fincher opta por uma direção que ressalta a melancolia daquele universo com uma direção de arte e fotografia apagadas, repleta de cores neutras. Para completar, Affleck e Pike brilhantemente constroem personagens completamente ambíguos, impedindo que criemos repulsa por eles, mas a todo momento relembrando que há algo muito errado em suas personalidades. Dono de uma filmografia invejável, Garota Exemplar é fácil um dos melhores filmes da carreira de David Fincher.
Como o título sugere, Alien - A Ressurreição foi a tentativa da Fox para resgatar a franquia após o fiasco de Alien 3. No entanto, este filme não apenas falha nesse objetivo, como também enterra de vez a franquia. Partindo da absurda premissa de clonar Ripley 200 anos depois dos eventos do longa anterior, a obra falha em apresentar seus personagens (até mesmo a protagonista está mais desinteressante aqui) e em construir um enredo minimamente coerente, no início a nave parece estar repleta de aliens mas sua presença jamais é sentida. As tentativas de abordar clonagens como uma espécie de ficção científica são rasas e a mistura criada entre alien e humano é patética. Para piorar, o longa tenta estabelecer um senso de urgência, dizendo que a nave não poderia chegar na terra (aparentemente porque os aliens matariam a raça humana) mas ao chegar no planeta vemos que ele já está dizimado, criando uma incoerência gritante. Jeunet até que tenta, sua câmera sempre ativa cria cenas interessantes, mas nada é suficiente para salvar essa bomba. A franquia Alien merecia uma conclusão melhor. Que Scott nos recompense com os prelúdios que está planejando porque, com exceção de Aliens - O Resgate, as demais sequências foram sofríveis.
O grande mérito de Aliens - O Resgate foi o respeito que James Cameron teve com o material criado por Ridley Scott, expandindo a mitologia sim, mas valorizando o que foi construído antes. Pois o que o senhor David Fincher (ou seriam os produtores?) faz? Na primeira cena o longa praticamente exclui tudo o que Aliens trouxe para a franquia, investindo em uma ambientação totalmente nova e com personagens diferentes. Qual o resultado? Com exceção da Ripley, todos os demais componentes são descartáveis e pouco carismáticos. O terror no espaço é trocado por uma prisão de segurança máxima que de claustrofóbica não tem nada. E o próprio xenomorfo é substituído por uma versão risível em computação gráfica. Fincher não poderia fazer milagre com um roteiro tão ruim, mas o diretor tem sim bons momentos aqui, como na cena da autópsia com uma inteligente sugestão de violência, aliás, esse é o Alien mais sanguinário da franquia, sem contar no pessimismo sempre presente na filmografia do diretor. Ao término de Alien 3 somente um pensamento vem à mente: desnecessário.
[...] Não há aqui efeitos especiais exagerados ou cenas de ação a cada 15 minutos, Shyamalan, que também escreveu o roteiro, foca totalmente em David e Elijah, mostrando como as peculiaridades de seus corpos afeta a vida de ambos, uma vez que, não apenas Elijah sente o peso da fragilidade de seus ossos, como também David não aceita em um primeiro momento ser dotado de tantos poderes, demonstrando um certo desejo em descobrir que em algum momento de sua vida já foi frágil, escolha acertadíssima para humanizá-lo e dar dramaticidade à história. Mas o grande mérito da história é compreender que todo herói precisa de um grande vilão, mostrando como na mitologia um não surge sem o outro e por isso o desenvolvimento dos protagonistas é tão importante, sendo uma preparação eficiente para o plot twist presente no fim. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-corpo-fechado/
[...] Na primeira cena do filme, vemos juntas no quadro Fatima e Nesrine, mãe e filha, e o diretor Philippe Faucon inteligentemente as coloca em lados oposto da tela, enquanto uma possui o foco e a outra está levemente desfocada. Apesar de breve, o momento é perfeito para preparar o público para o que viria com o decorrer do filme: uma história sobre as divergências entre mãe e filha, além de comprovar a direção precisa de Faucon. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-fatima/
Eu realmente entendo as críticas negativas que Aventureiros do Bairro Proibido (Big Trouble In Little China é um título muito mais divertido) recebeu quando lançado, esse é o caso perfeito de filme que, apesar de divertido, só poderia ser realmente apreciado anos depois. Aventureiros nada mais é do que um retrato perfeito dos anos 80: colorido, exótico, brega até, mas muito divertido. As cenas de ação são bem coreografadas, o protagonista canastrão é instantaneamente carismático e as donzelas em perigo também estão aqui (Indiana Jones também tinha e ninguém reclamava). Além disso, o mestre Carpenter insere um ritmo empolgante através de uma edição dinâmica que faz os 99 minutos voarem, repito, é um filme extremamente divertido. Se analisado friamente, obviamente há errinhos, mas Carpenter faz aqui um cinema fantasioso, convidando o espectador a entrar de cabeça no universo paralelo e exótico apresentado. Clássico da Sessão da Tarde e um marco das aventuras oitentistas.
[...] A intenção do diretor é priorizar sua história, e o roteiro, escrito por Peter Morgan, destaca com bastante sutileza a importância histórica da entrevista e como aquilo foi para a sociedade americana uma espécie de confissão. Contudo, o grande mérito do trabalho realizado pelo roteirista é levar sua história para caminhos mais íntimos, fugindo da grandiloquência que soaria desnecessária. Por isso, fica explícito no filme como aquela entrevista poderia significar a decadência ou ascensão tanto de Nixon quanto de Frost, transformando o debate entre eles em um verdadeiro confronto de interesses. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-frostnixon/
Se a obra de Ridley Scott é uma aula de criação de atmosfera, a de Cameron ensina como se deve fazer uma sequência. Há um claro respeito ao filme original (diversas cenas remetem diretamente ao primeiro longa, como a que persegue a nave antes dos tripulantes acordarem de suas câmaras), mas Cameron também coloca sua marca autoral aqui, construindo uma obra mais dinâmica, vibrante e emocionante até, mas sem abrir mão do suspense. O resultado é um filmaço de ação, que expande o universo da franquia e torna-se uma das melhores continuações de todos os tempos. Sobre Sigourney Weaver? Até indicada ao Oscar ela foi. Apesar de estar no início de sua carreira, Cameron esbanjou todo o talento que tem em Aliens O Resgate, como ficaria comprovado em Titanic e O Exterminador do Futuro: O Julgamento Final.
Uma aula de ambientação e atmosfera de Ridley Scott. Poucas vezes um design de produção e direção de arte foram tão bem utilizados em um filme, repare como a nave parece evocar a presença da criatura a todo momento através de dutos, cordas e etc, como se ele fosse um ser quase onipresente, também auxiliado pela fotografia escura e que valoriza os espaços. Além disso, a nave onde os ovos são encontrados e o design do Alien dão uma conotação sexual forte para a obra, que evidentemente aborda questões como estupro, abuso e machismo. Já a trilha sonora é brilhante em criar toda a sensação de isolamento e medo. Para completar, temos uma Sigourney Weaver com interpretação forte e marcante. Obra-prima do terror, do suspense, do cinema. Filme extremamente necessário para qualquer cinéfilo.
A Múmia
3.5 92 Assista Agora[...] o que faz este filme tão especial é o primoroso trabalho de Karl Freund na direção, utilizando enquadramentos de forma inteligente, sem desperdiçar o seu potencial dramático. O diretor adota na maioria do tempo planos médios e planos gerais médios, enquadrando mais de um personagem na tela e destacando o seu entorno, sendo uma escolha acertadíssima para valorizar o belo uso de sombras que insere uma atmosfera misteriosa no longa. A edição ainda intercala nos momentos de clímax a ação da múmia com a dos mocinhos, adicionando tensão à história. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-a-mumia-1932/
Vivendo no Limite
3.4 163 Assista Agora[...] A apresentação do protagonista, sua rotina e a ambientação do universo que o rodeia é muito parecida com a de Taxi Driver, algo que só não pode ser chamado de referência ou inspiração porque o roteirista dos dois filmes é o mesmo, portanto, ele remete diretamente a seu antigo trabalho. Dito isso, acompanhamos Pierce em sua ambulância testemunhando as atrocidades que a vida noturna de Nova Iorque produz, como a escancarada prostituição, tráfico de drogas e violência gratuita. Aliás, logo nos créditos iniciais, quando vemos os olhos do protagonista iluminados pelo vermelho da sirene, temos o indicativo das situações que o paramédico vivencia nas ruas, uma vez que, durante toda a filmografia de Scorsese, essa é a cor utilizada para representar o pecado. Contudo, a intenção de Pierce não é a de reformular o mundo a sua volta, como Travis, em Taxi Driver, pelo contrário, ele busca curar a si mesmo de todas as atrocidades que testemunha diariamente. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-vivendo-no-limite-1999/
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraO filme que iniciou o boom do subgênero slasher, e não poderia deixar de ser né, John Carpenter dá uma aula de direção em Halloween, com uma fotografia minimalista, que sabe utilizar seus cantos escuros para criar a sensação que o vilão pode aparecer a qualquer momento. Além disso, o plano subjetivo inicial e a forma com que Carpenter segura algumas mortes cria uma espécie de ansiedade pelos assassinatos no espectador, brincando muito bem com o tema do longa, como se entendêssemos o que se passa na cabeça de Myers. Para completar, o roteiro não é ousado e nem cheio de subtextos, mas é objetivo na proposta do filme, desenvolver minimamente os personagens para que sintamos suas mortes. Obra-prima do terror senhores!
Quem Bate à Minha Porta?
3.4 54 Assista Agora[...] O grande mérito do roteiro está em sua abordagem sobre redenção, ressaltando como ela não é alcançada como as religiões pregam, algo que também seria visto em Caminhos Perigosos. Contudo, a visão de Scorsese em sua obra não é a de que as pessoas não tem chances de salvação em sua vida, mas sim que ela está nas oportunidades cotidianas que temos para melhorar, exemplificado pela relação do protagonista com sua namorada, um relacionamento que poderia justamente livrá-lo de sua rotina. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-quem-bate-a-minha-porta/
Guardiões da Galáxia Vol. 2
4.0 1,7K Assista AgoraGuardiões da Galáxia em 2 filmes constrói muito melhor o conceito de família do que Velozes e Furiosos em 8 hahaha.
Brincadeiras a parte, a ação, o humor e o visual de Guardiões da Galáxia Vol.2 são ótimos. O desenho de produção, efeitos visuais e maquiagem presentes aqui merecem indicação ao Oscar, estão impecáveis, acrescentam cor e vida à obra, além de remeterem diretamente aos quadrinhos.
Mas o grande destaque do filme de James Gunn está na forma como seu roteiro aborda conceitos como família e amizade, mostrando como bons amigos podem sim ocupar o lugar de um familiar em nosso coração. Aliás, temas como abandono são levemente explorados aqui, dando bastante profundidade à história de alguns personagens. Além disso, a química do elenco contribui para passar essa sensação união, todo mundo está na medida certa. Por fim, finalmente temos um grande vilão em filmes da Marvel, algo que não víamos a muito tempo, e com uma história interessante, ele não existe apenas para servir como motor da trama, pelo contrário, o personagem é fundamental para a narrativa.
Guardiões da Galáxia Vol.2 entra forte na disputa pelo posto de melhor filme da Marvel, isso se não for o melhor.
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
4.4 830 Assista Agora[...] O grande mérito do roteiro, escrito por Lukas Heller, está na sutil e crescente sensação de desconforto presente na obra. Se, no início, o relacionamento entre as duas irmãs é apresentado como algo apenas conturbado, com o decorrer da projeção, o nível de incômodo e choque sobem exponencialmente, resultando em um clímax extremamente tenso. Uma das estratégias do roteirista para alcançar isso foi justamente focar na maldade de Baby Jane, porém, apresentando-a aos poucos. A vilã começa apenas agredindo verbalmente sua irmã, passando pelo simples abandono e atingindo as agressões físicas e psicológicas, no terceiro ato. Para isso, o filme opta por um ritmo bastante lento que cansa um pouco durante o segundo bloco, recuperando a vitalidade da trama apenas no terceiro. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-o-que-aconteceu-com-baby-jane/
O Sexto Sentido
4.2 2,4K Assista AgoraVocê já se imaginou usando os sentidos da maneira errada? Ou melhor, já sentiu que os estava desperdiçando? Tato, olfato, visão, paladar e audição, usamo-os para o que realmente importa? Será que ouvimos o que as pessoas que amamos tem a dizer? Observamos suas atitudes? Aproveitamos para dar um bom abraço?
A princípio, Cole imaginava que seu sexto sentido era um carma, uma maldição, contudo, no fim, percebeu como aquilo poderia ser utilizado para o bem, como um dom. Assim é com os demais sentidos, que a humanidade insiste em ignorar ou usar de maneiras banais.
Além da bela mensagem acima, Shyamalan dá uma aula de suspense, com movimentos de câmera bem orquestrados, precisos e uma fotografia quase monocromática que dita o tom da obra. Aliado a isso, temos Bruce Willis e Haley Joel Osment com uma excelente química e atuações ótimas. Obra prima da carreira do indiano.
A Outra Terra
3.7 874 Assista Agora[...] Obviamente, diante de tantas informações complexas, a diversidade de interpretações sobre o que a obra apresenta é bastante rica. Uma das observações possíveis sobre a obra é que de nada adianta buscar em outro lugar o que não temos aqui, a mudança não deve ser de ambiente, mas sim interna, algo justificado pela cena final, uma vez que, se Rhoda da Terra 2 foi atrás de seu espelho, certamente era atrás de uma realidade diferente, no entanto, como pode ser atestado pela trama, a história de dela na Terra 1 é triste. Além disso, essa interpretação pode ser alçada a uma esfera mais ampla; repare quando a jovem observa a outra terra com os olhos, ela perde a atenção e bate no carro de John, ou seja, de nada adianta a humanidade buscar outro planeta (como vemos bastante atualmente), se ela não olhar para si mesma e refletir sobre o próprio conceito de humanidade, uma vez que os assassinatos e atrocidades continuarão acontecendo, independente do local, porque o verdadeiro problema está no ser humano, não em seu habitat. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-a-outra-terra/
Fim dos Tempos
2.5 1,4K Assista AgoraA ideia até que nem é tão ruim, querendo ou não, ela prende a gente, mas é tão mal desenvolvida... Os diálogos são sofríveis, expositivos e colocam a inteligência do público à prova. Aliás, até mesmo o núcleo familiar, algo que Shyamalan faz com muita competência em sua carreira, é totalmente sem emoção aqui, tudo parece artificial demais, auxiliado por atuações pífias de Mark Whalberg e Zooey Deschanel. Para completar, o terceiro ato vai para uma linha totalmente diferente do que vinha sendo contado, parecendo um filme dentro de outro um filme. Sobram a trilha sonora e alguns planos elaborados por Shy para não tornam a experiência totalmente descartável, mas que vergonha alheia viu. Você consegue fazer melhor que isso Shyamalan.
P.S: Antes que falem sobre a mensagem do filme, não é porque um longa tem uma ideia boa que devemos ignorar a execução. Obviamente, as questões envolvendo natureza, terrorismo e medo são pertinentes, no entanto, todas são prejudicadas pelo péssimo roteiro.
Sunshine: Alerta Solar
3.4 363 Assista AgoraEsse é o legítimo caso que dá pena ver como o filme degringolou quando estava próximo de seu término, era só ter sido mais contido e isso aqui seria ótimo. Mas não é o caso, apesar do belo desenvolvimento e ambientação no primeiro e segundo ato, explorando a psique de seus personagens e fazendo comparações interessantes entre o Sol e Deus; a obra torna-se absurdamente astroclimática no terceiro ato, indo da ficção científica especulativa a um terror no espaço cheio de exageros na direção de Boyle. Uma pena, havia potencial para um grande filme, mas talvez a pretensão de um final megalomaníaco fez o longa se perder totalmente, restando apenas as duas primeiras partes para serem apreciadas.
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraEngraçado, se Fragmentado for analisado sob um ponto de vista pode ser considerado excelente, no entanto, se visto sob outra perspectiva suas falhas se escancaram.
Se Fragmentado for visto como uma sequência direta de Corpo Fechado, o filme enriquece consideravelmente o universo criado por Shyamalan. Afinal, qual outra franquia traz um longa próprio para o herói e o vilão? Além de trazer explicações científicas inteligentes para como seus poderes são desenvolvidos.
Entretanto, se analisado isoladamente, a obra peca em alguns momentos. As explicações da cientistas quebram o clima de suspense e mistério construído, além aparentemente de duvidar da inteligência do público (a explicação do Kevin sobre as personalidades buscarem a luz estava perfeita, foi completamente desnecessária a análise dela). Sem contar que o longa exagera em alguns momentos adiando o desfecho sobre o surgimento da besta que era óbvio que aconteceria desde os trailers. Sobra a maravilhosa cena envolvendo Bruce Willis para criar uma ótima sensação de satisfação ao término.
Apesar das falhas, Fragmentado traz momentos verdadeiramente tensos (Shyamalan inteligentemente não coloca os personagens no mesmo plano visando utilizar a edição em prol da tensão). Além disso, o longa aborda questões como machismo e a forma como nossas experiências pessoais interferem na nossa personalidade que são bem exploradas pelo roteiro. Sobre James MckAvoy? No mínimo uma indicação ao Oscar né, por favor.
Déjà Vu
3.5 700 Assista Agora[...] A partir do terceiro ato, a obra cresce de maneira significativa. Os conceitos sobre tempo passam a ser vistos nas ações dos personagens, deixando de ser algo apenas teórico. Portanto, o longa adquire uma interessante atmosfera de urgência, uma vez que, inicia-se uma corrida contra o tempo para impedir o ataque terrorista e cada ato dentro da história ganha uma enorme importância, podendo interferir em toda a linha do tempo vista até então. A partir daí, o filme passa a brincar constantemente com a expectativa do público, incitando dúvida a todo momento sobre até que ponto o protagonista está conseguindo alterar os fatos ou se o destino dos personagens é mesmo inalterável, resultando em diversos deja vus na mente de quem assiste, já que tudo o que acontece parece familiar, justificando a proposta do longa. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-deja-vu/
Escritores da Liberdade
4.2 1,1K Assista Agora[...] É no método de ensino da professora que o filme encontra sua graciosidade, utilizando, por exemplo, músicas de Tupac para ensinar poesia, mostrando como a educação pode ser prazerosa para as duas as partes. Além disso, não deixa de ser interessante ver a comparação que Erin estabelece entre os estudantes e prisioneiros do holocausto, ambos vítimas de um sistema que insiste em taxar as pessoas por sua etnia ou condição social. Por isso, o verdadeiro antagonista da história é o sistema, exemplificado pela imagem da coordenadora Margaret, interpretada brilhantemente por Imelda Staunton (especialista em fazer professoras insuportáveis), que tenta travar os métodos de Erin e propaga um ensino que atinja o maior número de jovens possível para prepará-los para o “futuro” (ou seria mercado de trabalho?), sem nenhuma preocupação com a qualidade do ensino, como incentivar o olhar crítico, por exemplo. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-escritores-da-liberdade/
A Visita
3.3 1,6K Assista AgoraAssim como na maioria dos filmes de M Night Shyamalan, se você espera algo convencional com o gênero certamente A Visita será uma decepção. Obviamente, há jump scares e sustos aqui, o plot twist (marca registrada do diretor) é realmente surpreendente, no entanto, o longa não se estrutura nisso. O verdadeiro terror da obra, e este é o grande mérito do roteiro escrito por Shyamalan, está na história de abandono (seja de filha deixando os pais idosos ou o pai largando os filhos novinhos), no rancor que guardamos sempre com a gente e impede o perdão, no isolamento, nas desculpas que nunca damos. Para sentirmos esse peso da trama, Shy mistura gêneros, insere humor em sua história, fazendo com que nos apeguemos com aqueles personagens e tornando fácil a identificação com aquele universo. Para completar, o found footage aqui auxilia ainda mais na imersão, sendo não apenas um belo recurso visual, como também um personagem dentro do filme. Podem criticar quanto quiser, mas Shyamalan sabe fazer cinema.
Alien vs. Predador
2.7 474 Assista AgoraMais útil para a mitologia dos Predadores do que para dos Aliens, Alien vs Predador até que é uma tentativa válida para unir as duas franquias, mas que se perde em um péssimo roteiro escrito por Paul W S Anderson e que também não conta com uma direção inspirada, pelo contrário, são raros os momentos de verdadeira tensão aqui. Para quem gosta das franquias, é uma experiência divertida pela nostalgia e lutas entre as duas criaturas, mas isso não exclui o fato do filme ser péssimo se analisado como um todo.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraO casamento é algo complexo. Quando o relacionamento dá errado, a sensação pode ser a de estar convivendo com um completo estranho ao nosso lado. No entanto, muitas vezes, apenas para manter uma imagem frente ao círculo social, as pessoas fingem estar tudo bem, escondendo suas dores. Poucos filmes exemplificam tão bem isso quanto Garota Exemplar, através de uma alegoria macabra que mostra como um casamento insuficiente pode nos matar por dentro. Para isso, o roteiro inteligentemente dá o ponto de vista dos dois protagonistas, permitindo que o público entenda o que cada um pensa naquela situação. Além disso, Fincher opta por uma direção que ressalta a melancolia daquele universo com uma direção de arte e fotografia apagadas, repleta de cores neutras. Para completar, Affleck e Pike brilhantemente constroem personagens completamente ambíguos, impedindo que criemos repulsa por eles, mas a todo momento relembrando que há algo muito errado em suas personalidades. Dono de uma filmografia invejável, Garota Exemplar é fácil um dos melhores filmes da carreira de David Fincher.
Alien: A Ressurreição
3.1 488 Assista AgoraComo o título sugere, Alien - A Ressurreição foi a tentativa da Fox para resgatar a franquia após o fiasco de Alien 3. No entanto, este filme não apenas falha nesse objetivo, como também enterra de vez a franquia. Partindo da absurda premissa de clonar Ripley 200 anos depois dos eventos do longa anterior, a obra falha em apresentar seus personagens (até mesmo a protagonista está mais desinteressante aqui) e em construir um enredo minimamente coerente, no início a nave parece estar repleta de aliens mas sua presença jamais é sentida. As tentativas de abordar clonagens como uma espécie de ficção científica são rasas e a mistura criada entre alien e humano é patética. Para piorar, o longa tenta estabelecer um senso de urgência, dizendo que a nave não poderia chegar na terra (aparentemente porque os aliens matariam a raça humana) mas ao chegar no planeta vemos que ele já está dizimado, criando uma incoerência gritante. Jeunet até que tenta, sua câmera sempre ativa cria cenas interessantes, mas nada é suficiente para salvar essa bomba. A franquia Alien merecia uma conclusão melhor. Que Scott nos recompense com os prelúdios que está planejando porque, com exceção de Aliens - O Resgate, as demais sequências foram sofríveis.
Alien 3
3.2 542 Assista AgoraO grande mérito de Aliens - O Resgate foi o respeito que James Cameron teve com o material criado por Ridley Scott, expandindo a mitologia sim, mas valorizando o que foi construído antes. Pois o que o senhor David Fincher (ou seriam os produtores?) faz? Na primeira cena o longa praticamente exclui tudo o que Aliens trouxe para a franquia, investindo em uma ambientação totalmente nova e com personagens diferentes. Qual o resultado? Com exceção da Ripley, todos os demais componentes são descartáveis e pouco carismáticos. O terror no espaço é trocado por uma prisão de segurança máxima que de claustrofóbica não tem nada. E o próprio xenomorfo é substituído por uma versão risível em computação gráfica. Fincher não poderia fazer milagre com um roteiro tão ruim, mas o diretor tem sim bons momentos aqui, como na cena da autópsia com uma inteligente sugestão de violência, aliás, esse é o Alien mais sanguinário da franquia, sem contar no pessimismo sempre presente na filmografia do diretor. Ao término de Alien 3 somente um pensamento vem à mente: desnecessário.
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista Agora[...] Não há aqui efeitos especiais exagerados ou cenas de ação a cada 15 minutos, Shyamalan, que também escreveu o roteiro, foca totalmente em David e Elijah, mostrando como as peculiaridades de seus corpos afeta a vida de ambos, uma vez que, não apenas Elijah sente o peso da fragilidade de seus ossos, como também David não aceita em um primeiro momento ser dotado de tantos poderes, demonstrando um certo desejo em descobrir que em algum momento de sua vida já foi frágil, escolha acertadíssima para humanizá-lo e dar dramaticidade à história. Mas o grande mérito da história é compreender que todo herói precisa de um grande vilão, mostrando como na mitologia um não surge sem o outro e por isso o desenvolvimento dos protagonistas é tão importante, sendo uma preparação eficiente para o plot twist presente no fim. [...]
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Fatima
3.6 25 Assista Agora[...] Na primeira cena do filme, vemos juntas no quadro Fatima e Nesrine, mãe e filha, e o diretor Philippe Faucon inteligentemente as coloca em lados oposto da tela, enquanto uma possui o foco e a outra está levemente desfocada. Apesar de breve, o momento é perfeito para preparar o público para o que viria com o decorrer do filme: uma história sobre as divergências entre mãe e filha, além de comprovar a direção precisa de Faucon. [...]
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Os Aventureiros do Bairro Proibido
3.7 568 Assista AgoraEu realmente entendo as críticas negativas que Aventureiros do Bairro Proibido (Big Trouble In Little China é um título muito mais divertido) recebeu quando lançado, esse é o caso perfeito de filme que, apesar de divertido, só poderia ser realmente apreciado anos depois. Aventureiros nada mais é do que um retrato perfeito dos anos 80: colorido, exótico, brega até, mas muito divertido. As cenas de ação são bem coreografadas, o protagonista canastrão é instantaneamente carismático e as donzelas em perigo também estão aqui (Indiana Jones também tinha e ninguém reclamava). Além disso, o mestre Carpenter insere um ritmo empolgante através de uma edição dinâmica que faz os 99 minutos voarem, repito, é um filme extremamente divertido. Se analisado friamente, obviamente há errinhos, mas Carpenter faz aqui um cinema fantasioso, convidando o espectador a entrar de cabeça no universo paralelo e exótico apresentado. Clássico da Sessão da Tarde e um marco das aventuras oitentistas.
Frost/Nixon
3.9 246 Assista Agora[...] A intenção do diretor é priorizar sua história, e o roteiro, escrito por Peter Morgan, destaca com bastante sutileza a importância histórica da entrevista e como aquilo foi para a sociedade americana uma espécie de confissão. Contudo, o grande mérito do trabalho realizado pelo roteirista é levar sua história para caminhos mais íntimos, fugindo da grandiloquência que soaria desnecessária. Por isso, fica explícito no filme como aquela entrevista poderia significar a decadência ou ascensão tanto de Nixon quanto de Frost, transformando o debate entre eles em um verdadeiro confronto de interesses. [...]
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Aliens: O Resgate
4.0 810 Assista AgoraSe a obra de Ridley Scott é uma aula de criação de atmosfera, a de Cameron ensina como se deve fazer uma sequência. Há um claro respeito ao filme original (diversas cenas remetem diretamente ao primeiro longa, como a que persegue a nave antes dos tripulantes acordarem de suas câmaras), mas Cameron também coloca sua marca autoral aqui, construindo uma obra mais dinâmica, vibrante e emocionante até, mas sem abrir mão do suspense. O resultado é um filmaço de ação, que expande o universo da franquia e torna-se uma das melhores continuações de todos os tempos. Sobre Sigourney Weaver? Até indicada ao Oscar ela foi. Apesar de estar no início de sua carreira, Cameron esbanjou todo o talento que tem em Aliens O Resgate, como ficaria comprovado em Titanic e O Exterminador do Futuro: O Julgamento Final.
Alien: O Oitavo Passageiro
4.1 1,3K Assista AgoraUma aula de ambientação e atmosfera de Ridley Scott. Poucas vezes um design de produção e direção de arte foram tão bem utilizados em um filme, repare como a nave parece evocar a presença da criatura a todo momento através de dutos, cordas e etc, como se ele fosse um ser quase onipresente, também auxiliado pela fotografia escura e que valoriza os espaços. Além disso, a nave onde os ovos são encontrados e o design do Alien dão uma conotação sexual forte para a obra, que evidentemente aborda questões como estupro, abuso e machismo. Já a trilha sonora é brilhante em criar toda a sensação de isolamento e medo. Para completar, temos uma Sigourney Weaver com interpretação forte e marcante. Obra-prima do terror, do suspense, do cinema. Filme extremamente necessário para qualquer cinéfilo.