[...] A princípio, Versões de Um Crime pode parecer uma obra objetiva em sua proposta e que sabe brincar com a percepção do público sobre os acontecimentos da trama, visto que há alguns plot twists presentes na história. Contudo, uma reviravolta, por mais surpreendente que seja, não é sinônimo de um enredo bem desenvolvido e não apaga o que foi construído anteriormente, pelo contrário, deve vir para complementar o que foi abordado até então. No entanto, o filme analisado a seguir consegue a proeza de tornar-se mais problemático quando examinado após o seu revés. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-versoes-de-um-crime/
Mesmo estando dentro do subgênero filmes de super-herói, Logan vai muito além disso, funcionando como um perfeito retrato de um homem no fim da vida sem mais motivações para continuar vivendo em um mundo cada vez mais individualista e diferente. Aliás, a direção de Mangold ressalta isso com uma fotografia empoeirada e amarelada, destacando a decadência daquele universo. Para completar, as atuações de Hugh Jackman e Patrick Stewart constroem em seus personagens dois homens cheios de feridas do passado e preparando-se para o adeus. Contudo, ao mesmo tempo que há toda essa melancolia, a obra também traz uma bela mensagem de renovação em seu término, transmitindo a beleza dos ciclos da vida. Filmaço que torna-se referência no gênero e certamente estará entre os melhores do ano.
Só consigo sentir um aperto no coração por saber que Elle ficou de fora dos indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2017 e Tanna entrou...
Enfim, sobre o filme em si. É bonita a proposta de destacar a cultura indígena, montando um elenco composto por índios em sua totalidade, é desse tipo de representatividade que precisamos urgente! Contudo, a boa premissa não salva o fraco roteiro, ultra previsível (qualquer um que ao menos tenha ouvido sobre Romeu e Julieta sabe o que vai acontecer com 5 minutos de projeção) e repleto de diálogos expositivos (se eles conhecem a própria cultura não é necessário que os personagens expliquem, o diretor deveria ter apostado em uma experiência mais sensorial). Pelo menos, a bela fotografia acaba tornando o longa atraente visualmente, mas nada além disso.
História importante, pouco conhecida até então e que merece ser ouvida. No entanto, enquanto obra cinematográfica, não recebe o melhor dos tratamentos. O roteiro é simplista, acadêmico e pouco ousado, não há um verdadeiro embate racial aqui e os conflitos existentes na época são praticamente ignorados. Além disso, as famílias das três protagonistas não são exploradas e o relacionamento de Katherine e Jim é desenvolvido de maneira rasa, restando apenas o dia a dia delas na Nasa como algo realmente interessante na trama. Para compensar, temos uma bela direção de arte e figurino, que recriam com perfeição a época. Filme bem agradável, tem todo o estilo "sessão da arte", mas não tem peso nenhum que justifique a indicação ao Oscar.
Quando lembramos da segunda guerra mundial o que vem a nossa mente? A maioria dirá: as atrocidades imperdoáveis cometidas pelos nazistas. Contudo, tamanha crueldade de um lado faz com que esqueçamos ou ignoremos os delitos também cometidos pelos Aliados. Terra de Minas destaca justamente um caso onde jovens alemães foram submetidos a missão suicida de desarmar milhares de minas espalhadas pela costa de Dinamarca. Portanto, o roteiro é super habilidoso em criar química entre o grupo de soldados, mostrando seus sonhos e hobbies, como jogar futebol, tornando fácil a identificação com eles, resultando, claro, em maior impacto quando algum deles morre e com isso vemos como nem toda a população alemã pensava como seus líderes fascistas, mas mesmo assim pagavam pelos erros do país. Aliado a isso, temos uma fotografia fria que realça a melancolia do pós guerra. Filme bastante necessário para termos uma dimensão dos males que a guerra causou, para ambos os lados.
De nada adianta o tom otimista, as falas das crianças recitando filósofos ou o belo método de ensino do pai, se não houver o fundamental para o desenrolar de um filme, a consistência narrativa. Pessoalmente, me identifico muito com o personagem de Viggo Mortensen e seus atos representam bastante o que penso sobre educação, contudo, não posso me deixar influenciar por isso na hora de avaliar um longa. Como disse antes, há sim bons diálogos aqui, mas também furos claríssimos no roteiro, repare como as crianças simplesmente fogem da casa do avô e ele, que parecia até então firme em suas decisões, simplesmente some da trama sem nenhum tipo de retaliação, sem contar Rellian que era o mais rebelde da família e aleatoriamente se arrepende de todas as dúvidas que tinha. Para compensar, temos um elenco afinado, destaque para o ótimo Viggo Mortensen. Já Matt Ross poderia ter tido uma mão mais pesada na hora de transmitir sua mensagem, uma vez que, a conclusão parece querer abraçar todas as opiniões, o que não combina nem um pouco com o tema proposto, esse era o tipo de história que deve ter uma posição firme. Entendo quem gosta, realmente é fácil de se identificar com o protagonista, mas há falhas difíceis de ignorar, pelo menos para mim que sou rabugento com filmes.
Comovente em abordar o amor do casal Loving, porém, falho em destacar a importância histórica do caso, Loving é um filme cujo o poder está no silêncio e dos olhares pesarosos de seus protagonistas. Aliás, Nichols é habilidoso em dramatizar cada olhar, cada gesto, inserindo um grande peso dramático em sua história. Aliado a isso, temos atuações bastante sensíveis de Ruth Negga e Joel Edgerton (que também merecia indicação ao Oscar). Bom filme, mas poderia ter mais audácia com o legado histórico da situação.
Uma edição apurada, fotografia fria, direção de arte elegante, trilha sonora esplêndida e atuação grandiosa de Natalie Portman, transformam Jackie em um excelente estudo de personagem, uma vez que, todos os elementos técnicos estão em prol da protagonista. Ademais, o roteiro constrói com perfeição a persona Jackie Kennedy, desde seus desejos enquanto primeira dama, até o medo de ser esquecida após a morte do marido, através de uma história não-linear e repleta de diálogos marcantes. Se não bastasse isso, o filme ainda é eficiente abordando temas como a criação de uma lenda entre a população. Começo mais do que promissor para Pablo Larraín no cinema norte-americano.
Seguindo a fórmula das últimos animações da Disney, Zootopia é um filme de história simples mas que fala sobre diversos temas relevantes, como: preconceito, seu lugar no mundo e o sentido na vida. Apesar de abdicar de certa carga dramática em sua trama, o longa diverte com eficiência, possui um ritmo coeso e um design de produção encantador. Ótima animação.
Desafiador desde o início, A Tartaruga Vermelha provoca o espectador através de seus simbolismos e representações, jamais entregando ao público uma resposta concreta para as questões levantadas, resultando em uma obra passível de diversas interpretações, mas sem parecer vazia ou incompleta. Se não bastasse isso, o filme ainda provoca encantamento através de suas cores vibrantes, traços bem desenhados e trilha sonora emocionante. Obra-prima das animações.
Across The Universe consegue o improvável e mais difícil: unir várias letras dos Beatles em uma história coerente, sem parecer piegas ou mero fan service. Além disso, os números musicais são bem coreografados e inseridos organicamente. Contudo, o mesmo cuidado não pode ser visto no equilíbrio tonal, uma vez que, o longa oscila entre o nonsense, romance e discussão política de maneira muito brusca, aliás, as críticas à guerra do Vietnã soam rasas e tornam a obra pretensiosa demais, não combinando com a a trama dos dois protagonistas. Apesar dos defeitos, ainda assim, Across The Universe é um musical eficiente e envolvente.
[...] Aliados é eficiente em deixar uma boa impressão no término da projeção, resultado de sua surpreendente conclusão, contudo, se analisado como um todo, deixa a desejar, principalmente por seu início atropelado. Imagino o quão satisfatória poderia ser a obra, se Zemeckis utilizasse do mesmo cuidado técnico para conduzir sua narrativa. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-aliados/
Temos aqui praticamente um filme dividido em dois: a primeira parte abordando a infância de Saroo e a segunda mostrando sua maturidade. Contudo, não deixa de ser curioso destacar como as duas partes se diferenciam; enquanto o início do longa é vagaroso e construído através de sua beleza visual; a partir da metade a obra possui passagens de tempo apressadas, mal pontuadas e insere personagens pouco significativos para a narrativa (Lucy, por exemplo), resultando em um ritmo nada coeso. No entanto, o clímax catártico garante uma boa sensação ao término, auxiliado por ótimas atuações (principalmente Sunny Pawar) e uma belíssima fotografia, construída através de contrastes (momentos calorosa e momentos sombreada, dependendo do estado do protagonista).
[...] Em um momento da projeção, confuso diante das atrocidades cênicas, me perguntei a qual gênero o filme deveria pertencer, e então vieram as classificações. Se Cinquenta Tons Mais Escuros for um romance, ele não mostra nada além de uma jovem tendo que abrir mão de sua vida pelo macho-alfa milionário. Se o filme for um drama, 20 minutos de história seriam o suficiente, já que o roteiro insere três vertentes dramáticas no início (relação de Christian com a mãe, com uma ex-dominada louca e com a mulher que lhe ensinou as “artes eróticas”), e se empenha em ignorá-las durante uma hora, voltando a elas depois e resolvendo tudo com cenas curtas no final. Por fim, se o público for ao cinema na expectativa de assistir a uma boa história erótica, sairá profundamente decepcionado, especialmente com a visão juvenil que a obra passa do sadomasoquismo — para produtores e roteirista, essa vertente do prazer se resume a sexo oral, vendar alguém, acorrentar as mãos por um curto período, usar Ben-Wa (as famosas “bolinhas de pepeca“) e dar uns tapinhas na bunda enquanto rola uma música pop para deixar a cena mais açucaradamente tesuda, como naqueles soft porn pífios que passavam de madrugada na TV aberta. Em resumo, a obra se mostra incompetente e desinteressante em qualquer gênero possível. [...]
O restante da crítica (+18, com spoilers) em: http://www.planocritico.com/critica-cinquenta-tons-mais-escuros-com-spoilers-18/
Ótimos filmes possuem boas tramas principais e também abordam levemente outros temas. Contudo, A Chegada destaca-se por ser incrivelmente profundo em todos os assuntos que abrange. O roteiro é perfeito na abordagem intimista da protagonista, na trama sobre a vinda dos heptapodes, na mensagem sobre a importância da comunicação mundial ou na forma como destaca a importância de vivermos os bons momentos da vida, sendo, portanto, um filme completo em todas as suas vertentes. Se não bastasse isso, Denis Villeneuve ainda entrega a melhor direção de sua carreira, com uma fotografia fria nas cenas atuais e calorosa nas lembranças da doutora e uma magnifica edição que ajuda a criar todo o mistério que culminará no surpreendente desfecho, além de ser genial a estrutura circular usada, combinando com todas as questões envolvendo tempo promovidas pelos alienígenas. Falando nisso, o tempo mostrará a obra-prima moderna que é este filme de Villeneuve.
Ao término do filme, tive a clara impressão de que os realizadores de La La Land pensaram que o público ignoraria alguns furos de história devido ao encantamento com a beleza visual e mensagem positiva da obra. Obviamente, a parte técnica do longa é maravilhosa, desde a fotografia colorida e alegre, até a trilha sonora leve e contagiante; todos os elementos servem para criar uma atmosfera escapista, atraente e encantadora. No entanto, o roteiro deixa algumas pontas soltas, como os relacionamentos dos protagonistas antes de se conhecerem, que deixarão aqueles mais exigentes com uma história bem construída um pouco decepcionados. Apesar de suas falhas, La La Land é sim um ótimo filme, mas nada além disso como alguns tentam vender por aí.
Moonlight talvez seja o melhor estudo de personagem em anos, todos os elementos do filme estão em prol do protagonista. O esquema de cores baseado no azul e amarelo, a trilha sonora que reflete seus sentimentos, os personagens coadjuvantes para moldar sua personalidade na infância; tudo serve para construir Shiron. Além disso, se não bastasse ter um excelente arco dramático, o filme ainda se propõe a falar de temas como a descoberta da sexualidade e a influência das drogas na vida de alguém. Moonlight é a prova de que não é necessária muitas firulas para produzir um bom filme, basta um roteiro bem escrito e um trabalho técnico eficiente. Filmaço.
Mel Gibson pode ter suas idéias conservadores e moralistas, mas é impressionante constatar como ele consegue desenvolvê-las com exatidão em seus filmes, mesmo que sejam questionáveis. Vemos em Até O Último Homem uma perfeita demonstração da dificuldade de ser religioso inserido em um ambiente hostil como o exército. Mas, além disso, Gibson nos entrega o melhor filme do gênero em anos, onde toda a violência e frieza da guerra é expressada através de uma direção dinâmica, bem editada e que não hesita em mostrar imagens bastante gráficas, resultando em cenas muito impactantes. Se não bastasse isso, Andrew Garfield engrandece ainda mais o protagonista com uma atuação adorável, onde todo o altruísmo, bondade e ingenuidade de Doss é transmitida. Depois de anos distante da cadeira de diretor, Mel Gibson está de volta com um ótimo que filme,portanto, que não tenhamos que esperar tanto por um trabalho seu de novo.
Ao mesmo tempo que acompanhamos um amadurecimento temático em Michael Bay, adaptando uma história real com um roteiro até que bem amarradinho no primeiro ato, vemos como o diretor ainda não aprendeu a dirigir cenas de ação. Assim como em outros filmes seus, a edição cheia de cortes em um curto período de tempo e a câmera tremida tornam as cenas confusas e mal pontuadas. Salvam-se na direção de Bay a bela fotografia saturada e o bom trabalho de som. Os personagens também são pouco explorados, logo, é difícil se importar com algum deles. Havia potencial para algo melhor, mas não é uma tragédia.
[...] O vínculo deles também funciona como uma perfeita representação de duas ideologias de vida opostas. Enquanto Winfried propaga o bom humor e mostra não se levar tão a sério, inclusive rindo de si mesmo; Ines é a imagem de uma mulher que encara tudo com extrema seriedade e que prioriza o trabalho acima de tudo, mesmo que tenha que fazer o que não quer para isso; nuances ressaltadas pelas excelentes atuações de Peter Simonischek e Sandra Hüller. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-toni-erdmann/
[...] A ótima edição do filme intercala as ações dos dois personagens justamente para destacar o quão semelhantes suas vidas são: um fracasso nos relacionamentos, sem nenhuma família para apoiar, mas implacáveis em suas profissões. Portanto, o roteiro, também escrito por Mann, foge do clichê mocinho e bandido presente em filmes de assalto, pelo contrário, ele desenvolve Vincent e Neil com a mesma atenção, fazendo com que o público se importe com ambos e elevando a trama para além da investigação e ingressando em uma esfera mais intimista da história. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-fogo-contra-fogo-1995/
[...] A narrativa é centralizada em Whip, iniciando um interessante estudo de personagem sobre os efeitos do alcoolismo. Através dessa premissa, o roteiro, escrito por John Gatins, apresenta vários estágios do vício, como a negação da ajuda, o excesso de mentiras e a frustração com a própria vida; para depois trazer as consequências disso, como o afastamento das pessoas amadas, a deploração física e instabilidade psicológica. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-o-voo-2012/
[...] Mesmo que soe gratuita, toda a violência vista em tela mostra-se um recurso impactante para ressaltar como a humanidade pode ser cruel e maldosa, necessitando, portanto, que alguém pague por seus pecados. Repare como, além das agressões sofridas por Jesus, a obra faz questão de destacar como o povo se divertia com aquilo e não perdia a oportunidade de humilhá-lo, escancarando o lado mais sádico que o ser humano pode ter. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-a-paixao-de-cristo/
[...] Diante desses anacronismos e marcado o território do drama + comédia + romance adolescente, sobrou ao texto e ao diretor mergulharem em um hibridismo desnecessário, colocando Chris para marcar, em tela (como narrador a reboque), as mudanças de ato. A sensação que temos é a de assistir a um longo vídeo do canal do rapaz, e ele tem tanta consciência disso, que usou essa marcação como brincadeira/justificativa de introdução, enquanto as cartelas com os patrocinadores passavam. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-eu-fico-loko/
Versões de um Crime
3.2 410 Assista Agora[...] A princípio, Versões de Um Crime pode parecer uma obra objetiva em sua proposta e que sabe brincar com a percepção do público sobre os acontecimentos da trama, visto que há alguns plot twists presentes na história. Contudo, uma reviravolta, por mais surpreendente que seja, não é sinônimo de um enredo bem desenvolvido e não apaga o que foi construído anteriormente, pelo contrário, deve vir para complementar o que foi abordado até então. No entanto, o filme analisado a seguir consegue a proeza de tornar-se mais problemático quando examinado após o seu revés. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-versoes-de-um-crime/
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraMesmo estando dentro do subgênero filmes de super-herói, Logan vai muito além disso, funcionando como um perfeito retrato de um homem no fim da vida sem mais motivações para continuar vivendo em um mundo cada vez mais individualista e diferente. Aliás, a direção de Mangold ressalta isso com uma fotografia empoeirada e amarelada, destacando a decadência daquele universo. Para completar, as atuações de Hugh Jackman e Patrick Stewart constroem em seus personagens dois homens cheios de feridas do passado e preparando-se para o adeus. Contudo, ao mesmo tempo que há toda essa melancolia, a obra também traz uma bela mensagem de renovação em seu término, transmitindo a beleza dos ciclos da vida. Filmaço que torna-se referência no gênero e certamente estará entre os melhores do ano.
Tanna
3.3 73 Assista AgoraSó consigo sentir um aperto no coração por saber que Elle ficou de fora dos indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2017 e Tanna entrou...
Enfim, sobre o filme em si. É bonita a proposta de destacar a cultura indígena, montando um elenco composto por índios em sua totalidade, é desse tipo de representatividade que precisamos urgente! Contudo, a boa premissa não salva o fraco roteiro, ultra previsível (qualquer um que ao menos tenha ouvido sobre Romeu e Julieta sabe o que vai acontecer com 5 minutos de projeção) e repleto de diálogos expositivos (se eles conhecem a própria cultura não é necessário que os personagens expliquem, o diretor deveria ter apostado em uma experiência mais sensorial). Pelo menos, a bela fotografia acaba tornando o longa atraente visualmente, mas nada além disso.
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraHistória importante, pouco conhecida até então e que merece ser ouvida. No entanto, enquanto obra cinematográfica, não recebe o melhor dos tratamentos. O roteiro é simplista, acadêmico e pouco ousado, não há um verdadeiro embate racial aqui e os conflitos existentes na época são praticamente ignorados. Além disso, as famílias das três protagonistas não são exploradas e o relacionamento de Katherine e Jim é desenvolvido de maneira rasa, restando apenas o dia a dia delas na Nasa como algo realmente interessante na trama. Para compensar, temos uma bela direção de arte e figurino, que recriam com perfeição a época. Filme bem agradável, tem todo o estilo "sessão da arte", mas não tem peso nenhum que justifique a indicação ao Oscar.
Terra de Minas
4.2 260 Assista AgoraQuando lembramos da segunda guerra mundial o que vem a nossa mente? A maioria dirá: as atrocidades imperdoáveis cometidas pelos nazistas. Contudo, tamanha crueldade de um lado faz com que esqueçamos ou ignoremos os delitos também cometidos pelos Aliados. Terra de Minas destaca justamente um caso onde jovens alemães foram submetidos a missão suicida de desarmar milhares de minas espalhadas pela costa de Dinamarca. Portanto, o roteiro é super habilidoso em criar química entre o grupo de soldados, mostrando seus sonhos e hobbies, como jogar futebol, tornando fácil a identificação com eles, resultando, claro, em maior impacto quando algum deles morre e com isso vemos como nem toda a população alemã pensava como seus líderes fascistas, mas mesmo assim pagavam pelos erros do país. Aliado a isso, temos uma fotografia fria que realça a melancolia do pós guerra. Filme bastante necessário para termos uma dimensão dos males que a guerra causou, para ambos os lados.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraDe nada adianta o tom otimista, as falas das crianças recitando filósofos ou o belo método de ensino do pai, se não houver o fundamental para o desenrolar de um filme, a consistência narrativa. Pessoalmente, me identifico muito com o personagem de Viggo Mortensen e seus atos representam bastante o que penso sobre educação, contudo, não posso me deixar influenciar por isso na hora de avaliar um longa. Como disse antes, há sim bons diálogos aqui, mas também furos claríssimos no roteiro, repare como as crianças simplesmente fogem da casa do avô e ele, que parecia até então firme em suas decisões, simplesmente some da trama sem nenhum tipo de retaliação, sem contar Rellian que era o mais rebelde da família e aleatoriamente se arrepende de todas as dúvidas que tinha. Para compensar, temos um elenco afinado, destaque para o ótimo Viggo Mortensen. Já Matt Ross poderia ter tido uma mão mais pesada na hora de transmitir sua mensagem, uma vez que, a conclusão parece querer abraçar todas as opiniões, o que não combina nem um pouco com o tema proposto, esse era o tipo de história que deve ter uma posição firme. Entendo quem gosta, realmente é fácil de se identificar com o protagonista, mas há falhas difíceis de ignorar, pelo menos para mim que sou rabugento com filmes.
Loving: Uma História de Amor
3.7 292 Assista AgoraComovente em abordar o amor do casal Loving, porém, falho em destacar a importância histórica do caso, Loving é um filme cujo o poder está no silêncio e dos olhares pesarosos de seus protagonistas. Aliás, Nichols é habilidoso em dramatizar cada olhar, cada gesto, inserindo um grande peso dramático em sua história. Aliado a isso, temos atuações bastante sensíveis de Ruth Negga e Joel Edgerton (que também merecia indicação ao Oscar). Bom filme, mas poderia ter mais audácia com o legado histórico da situação.
Jackie
3.4 739 Assista AgoraUma edição apurada, fotografia fria, direção de arte elegante, trilha sonora esplêndida e atuação grandiosa de Natalie Portman, transformam Jackie em um excelente estudo de personagem, uma vez que, todos os elementos técnicos estão em prol da protagonista. Ademais, o roteiro constrói com perfeição a persona Jackie Kennedy, desde seus desejos enquanto primeira dama, até o medo de ser esquecida após a morte do marido, através de uma história não-linear e repleta de diálogos marcantes. Se não bastasse isso, o filme ainda é eficiente abordando temas como a criação de uma lenda entre a população. Começo mais do que promissor para Pablo Larraín no cinema norte-americano.
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
4.2 1,5K Assista AgoraSeguindo a fórmula das últimos animações da Disney, Zootopia é um filme de história simples mas que fala sobre diversos temas relevantes, como: preconceito, seu lugar no mundo e o sentido na vida. Apesar de abdicar de certa carga dramática em sua trama, o longa diverte com eficiência, possui um ritmo coeso e um design de produção encantador. Ótima animação.
A Tartaruga Vermelha
4.1 392 Assista AgoraDesafiador desde o início, A Tartaruga Vermelha provoca o espectador através de seus simbolismos e representações, jamais entregando ao público uma resposta concreta para as questões levantadas, resultando em uma obra passível de diversas interpretações, mas sem parecer vazia ou incompleta. Se não bastasse isso, o filme ainda provoca encantamento através de suas cores vibrantes, traços bem desenhados e trilha sonora emocionante. Obra-prima das animações.
Across the Universe
4.1 2,2K Assista AgoraAcross The Universe consegue o improvável e mais difícil: unir várias letras dos Beatles em uma história coerente, sem parecer piegas ou mero fan service. Além disso, os números musicais são bem coreografados e inseridos organicamente. Contudo, o mesmo cuidado não pode ser visto no equilíbrio tonal, uma vez que, o longa oscila entre o nonsense, romance e discussão política de maneira muito brusca, aliás, as críticas à guerra do Vietnã soam rasas e tornam a obra pretensiosa demais, não combinando com a a trama dos dois protagonistas. Apesar dos defeitos, ainda assim, Across The Universe é um musical eficiente e envolvente.
Aliados
3.5 452 Assista Agora[...] Aliados é eficiente em deixar uma boa impressão no término da projeção, resultado de sua surpreendente conclusão, contudo, se analisado como um todo, deixa a desejar, principalmente por seu início atropelado. Imagino o quão satisfatória poderia ser a obra, se Zemeckis utilizasse do mesmo cuidado técnico para conduzir sua narrativa. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-aliados/
Lion: Uma Jornada para Casa
4.3 1,9K Assista AgoraTemos aqui praticamente um filme dividido em dois: a primeira parte abordando a infância de Saroo e a segunda mostrando sua maturidade. Contudo, não deixa de ser curioso destacar como as duas partes se diferenciam; enquanto o início do longa é vagaroso e construído através de sua beleza visual; a partir da metade a obra possui passagens de tempo apressadas, mal pontuadas e insere personagens pouco significativos para a narrativa (Lucy, por exemplo), resultando em um ritmo nada coeso. No entanto, o clímax catártico garante uma boa sensação ao término, auxiliado por ótimas atuações (principalmente Sunny Pawar) e uma belíssima fotografia, construída através de contrastes (momentos calorosa e momentos sombreada, dependendo do estado do protagonista).
Cinquenta Tons Mais Escuros
2.5 762 Assista Agora[...] Em um momento da projeção, confuso diante das atrocidades cênicas, me perguntei a qual gênero o filme deveria pertencer, e então vieram as classificações. Se Cinquenta Tons Mais Escuros for um romance, ele não mostra nada além de uma jovem tendo que abrir mão de sua vida pelo macho-alfa milionário. Se o filme for um drama, 20 minutos de história seriam o suficiente, já que o roteiro insere três vertentes dramáticas no início (relação de Christian com a mãe, com uma ex-dominada louca e com a mulher que lhe ensinou as “artes eróticas”), e se empenha em ignorá-las durante uma hora, voltando a elas depois e resolvendo tudo com cenas curtas no final. Por fim, se o público for ao cinema na expectativa de assistir a uma boa história erótica, sairá profundamente decepcionado, especialmente com a visão juvenil que a obra passa do sadomasoquismo — para produtores e roteirista, essa vertente do prazer se resume a sexo oral, vendar alguém, acorrentar as mãos por um curto período, usar Ben-Wa (as famosas “bolinhas de pepeca“) e dar uns tapinhas na bunda enquanto rola uma música pop para deixar a cena mais açucaradamente tesuda, como naqueles soft porn pífios que passavam de madrugada na TV aberta. Em resumo, a obra se mostra incompetente e desinteressante em qualquer gênero possível. [...]
O restante da crítica (+18, com spoilers) em: http://www.planocritico.com/critica-cinquenta-tons-mais-escuros-com-spoilers-18/
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraÓtimos filmes possuem boas tramas principais e também abordam levemente outros temas. Contudo, A Chegada destaca-se por ser incrivelmente profundo em todos os assuntos que abrange. O roteiro é perfeito na abordagem intimista da protagonista, na trama sobre a vinda dos heptapodes, na mensagem sobre a importância da comunicação mundial ou na forma como destaca a importância de vivermos os bons momentos da vida, sendo, portanto, um filme completo em todas as suas vertentes. Se não bastasse isso, Denis Villeneuve ainda entrega a melhor direção de sua carreira, com uma fotografia fria nas cenas atuais e calorosa nas lembranças da doutora e uma magnifica edição que ajuda a criar todo o mistério que culminará no surpreendente desfecho, além de ser genial a estrutura circular usada, combinando com todas as questões envolvendo tempo promovidas pelos alienígenas. Falando nisso, o tempo mostrará a obra-prima moderna que é este filme de Villeneuve.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraAo término do filme, tive a clara impressão de que os realizadores de La La Land pensaram que o público ignoraria alguns furos de história devido ao encantamento com a beleza visual e mensagem positiva da obra. Obviamente, a parte técnica do longa é maravilhosa, desde a fotografia colorida e alegre, até a trilha sonora leve e contagiante; todos os elementos servem para criar uma atmosfera escapista, atraente e encantadora. No entanto, o roteiro deixa algumas pontas soltas, como os relacionamentos dos protagonistas antes de se conhecerem, que deixarão aqueles mais exigentes com uma história bem construída um pouco decepcionados. Apesar de suas falhas, La La Land é sim um ótimo filme, mas nada além disso como alguns tentam vender por aí.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraMoonlight talvez seja o melhor estudo de personagem em anos, todos os elementos do filme estão em prol do protagonista. O esquema de cores baseado no azul e amarelo, a trilha sonora que reflete seus sentimentos, os personagens coadjuvantes para moldar sua personalidade na infância; tudo serve para construir Shiron. Além disso, se não bastasse ter um excelente arco dramático, o filme ainda se propõe a falar de temas como a descoberta da sexualidade e a influência das drogas na vida de alguém. Moonlight é a prova de que não é necessária muitas firulas para produzir um bom filme, basta um roteiro bem escrito e um trabalho técnico eficiente. Filmaço.
Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraMel Gibson pode ter suas idéias conservadores e moralistas, mas é impressionante constatar como ele consegue desenvolvê-las com exatidão em seus filmes, mesmo que sejam questionáveis. Vemos em Até O Último Homem uma perfeita demonstração da dificuldade de ser religioso inserido em um ambiente hostil como o exército. Mas, além disso, Gibson nos entrega o melhor filme do gênero em anos, onde toda a violência e frieza da guerra é expressada através de uma direção dinâmica, bem editada e que não hesita em mostrar imagens bastante gráficas, resultando em cenas muito impactantes. Se não bastasse isso, Andrew Garfield engrandece ainda mais o protagonista com uma atuação adorável, onde todo o altruísmo, bondade e ingenuidade de Doss é transmitida. Depois de anos distante da cadeira de diretor, Mel Gibson está de volta com um ótimo que filme,portanto, que não tenhamos que esperar tanto por um trabalho seu de novo.
13 Horas - Os Soldados Secretos de Benghazi
3.5 310Ao mesmo tempo que acompanhamos um amadurecimento temático em Michael Bay, adaptando uma história real com um roteiro até que bem amarradinho no primeiro ato, vemos como o diretor ainda não aprendeu a dirigir cenas de ação. Assim como em outros filmes seus, a edição cheia de cortes em um curto período de tempo e a câmera tremida tornam as cenas confusas e mal pontuadas. Salvam-se na direção de Bay a bela fotografia saturada e o bom trabalho de som. Os personagens também são pouco explorados, logo, é difícil se importar com algum deles. Havia potencial para algo melhor, mas não é uma tragédia.
As Faces de Toni Erdmann
3.8 257 Assista Agora[...] O vínculo deles também funciona como uma perfeita representação de duas ideologias de vida opostas. Enquanto Winfried propaga o bom humor e mostra não se levar tão a sério, inclusive rindo de si mesmo; Ines é a imagem de uma mulher que encara tudo com extrema seriedade e que prioriza o trabalho acima de tudo, mesmo que tenha que fazer o que não quer para isso; nuances ressaltadas pelas excelentes atuações de Peter Simonischek e Sandra Hüller. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-toni-erdmann/
Fogo Contra Fogo
4.0 662 Assista Agora[...] A ótima edição do filme intercala as ações dos dois personagens justamente para destacar o quão semelhantes suas vidas são: um fracasso nos relacionamentos, sem nenhuma família para apoiar, mas implacáveis em suas profissões. Portanto, o roteiro, também escrito por Mann, foge do clichê mocinho e bandido presente em filmes de assalto, pelo contrário, ele desenvolve Vincent e Neil com a mesma atenção, fazendo com que o público se importe com ambos e elevando a trama para além da investigação e ingressando em uma esfera mais intimista da história. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-fogo-contra-fogo-1995/
O Voo
3.6 1,4K Assista Agora[...] A narrativa é centralizada em Whip, iniciando um interessante estudo de personagem sobre os efeitos do alcoolismo. Através dessa premissa, o roteiro, escrito por John Gatins, apresenta vários estágios do vício, como a negação da ajuda, o excesso de mentiras e a frustração com a própria vida; para depois trazer as consequências disso, como o afastamento das pessoas amadas, a deploração física e instabilidade psicológica. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-o-voo-2012/
A Paixão de Cristo
3.7 1,2K Assista Agora[...] Mesmo que soe gratuita, toda a violência vista em tela mostra-se um recurso impactante para ressaltar como a humanidade pode ser cruel e maldosa, necessitando, portanto, que alguém pague por seus pecados. Repare como, além das agressões sofridas por Jesus, a obra faz questão de destacar como o povo se divertia com aquilo e não perdia a oportunidade de humilhá-lo, escancarando o lado mais sádico que o ser humano pode ter. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-a-paixao-de-cristo/
Eu Fico Loko
2.9 142 Assista Agora[...] Diante desses anacronismos e marcado o território do drama + comédia + romance adolescente, sobrou ao texto e ao diretor mergulharem em um hibridismo desnecessário, colocando Chris para marcar, em tela (como narrador a reboque), as mudanças de ato. A sensação que temos é a de assistir a um longo vídeo do canal do rapaz, e ele tem tanta consciência disso, que usou essa marcação como brincadeira/justificativa de introdução, enquanto as cartelas com os patrocinadores passavam. [...]
O restante da crítica em: http://www.planocritico.com/critica-eu-fico-loko/