Globo de Ouro e Emmy 2019 nas categorias melhor minissérie, melhor diretor, melhor atriz (Amy Adams) e melhor atriz coadjuvante (Patricia Clarkson): "sim", "claro" ou "com certeza"?! Mais uma excelente adaptação com a combinação HBO + Vallée... Agora, tudo o que eu mais queria é que eles se unissem de novo para adaptar "Uma crença silenciosa em anjos", do R. J. Ellory. É um drama pesado e sombrio que se passa numa cidadezinha insípida assolada por uma série de crimes brutais contra crianças; a história lida muito com a complexidade psicológica dos personagens, principalmente do protagonista, que vai da infância à fase adulta perseguido pela memória daquela época. A revelação do assassino, no final, é impactante, tal como a reviravolta no final de "Sharp Objects" (tanto livro quanto essa minissérie). Enfim, eu acho que seria o tipo de material que cairia como uma luva para o Vallée, porque faz bem o estilo dele. Mas, como o livro é pouco conhecido, essa adaptação provavelmente só vai acontecer na minha imaginação. E para quem chegou ao final deste textão e se interessou, pode procurar o livro, que é ótimo.
Muito se fala da minissérie de 2006 (também da BBC) e muita gente a considera a melhor adaptação do romance homônimo, mas para mim essa produção de 1983 é que é a melhor e mais fiel adaptação do livro. Como é formada por 11 episódios, houve bastante espaço para que o livro fosse quase totalmente transposto para a tela com o máximo de fidelidade. Zelah Clarke é uma Jane Eyre perfeita, "feinha" e sem graça como no livro (a de 2006 é "bonita" demais) e Timothy Dalton dá um show de atuação (embora lhe falte o azedume natural de Toby Stephens). Enfim, na minha opinião, não só é a melhor adaptação de Jane Eyre como é uma das melhores da BBC.
Apesar de tecnicamente muito boa, ainda acho a minissérie de 1983 (também da BBC) bem melhor que esta de 2006, em termos de desenvolvimento e fidelidade. Nesta, fiquei com a impressão de que tudo é muito corrido (vide a estadia de Jane em Lowood), além de terem simplificado demais alguns fatos (a forma como Jane conhece os Rivers, por exemplo). Porém, em um aspecto gostei mais desta adaptação: Toby Stephens como Rochester. Timothy Dalton estava ótimo no papel no quesito atuação, mas a aparência de "bom moço" dele era mais adequada para personagem da Jane Austen; já o Stephens tem essa cara de mal-humorado "natural", o que achei mais condizente com a rudeza do personagem do livro.
Só acreditei porque acabei de ver o trailer. Parece ótimo! Espero que se mantenha fiel ao conceito do primeiro filme, onde os vermes ERAM vermes, ao contrário dos filmes seguintes, em que eles foram "evoluindo" até virar pássaros mutantes parecidos com galinhas depenadas.
Eu realmente gostaria de ter tido um professor de filosofia como Greg Boatwright; os dois que eu tive foram desastres acadêmicos: o primeiro era um traste que tinha a incrível habilidade de "dopar" a classe toda com o sono letárgico provocado pelo tédio de suas aulas monótonas e infindáveis; a seguinte foi uma cretina carola e hipócrita parecida com a Dolores Umbridge de Harry Potter, que se gabava se ser formada em Teologia e fazia questão de manipular os conteúdos de modo a se encaixarem nos moldes cristãos dela. Enfim, essa introdução serve para dizer que afinal de contas Greg foi o meu personagem favorito nesta temporada; Tim Robbins está mesmo impecável no papel do professor que desafia os alunos a pensar, a "ver" o mundo e avaliar suas posturas diante dele. A princípio, achei que Ramon seria o melhor personagem, gostei da sinceridade crua e sarcástica dele no começo; porém, à medida que a série avançava, ele foi ficando muito "me deixe, não me toque", estando ou não nos momentos do seus surtos, e isso foi ficando chato. E falando em chato, minha maior decepção nesta temporada foi a personagem Ashley. Adoro personagens negras fortes, que têm consciência da pretensa "supremacia" branca à sua volta, mas que não se deixam abater por isso, enfrentando o racismo de cara. Alan Ball criou uma personagem assim:Tara, que foi uma das minhas personagens prediletas em True Blood. O mesmo não pode ser dito de Ashley: ela é muito inerte, fica se vitimizando o tempo todo, sofrendo várias pressões racistas (que se estendem até à sua filha) sem tomar nenhuma atitude prática: só resmunga, choraminga e faz aulas inúteis de defesa pessoal. Espero que ela tenha um desenvolvimento e aproveitamento melhor nas próximas temporadas, que ela consiga marcar seu território e sair da posição de carpete. Por fim, uma menção à matriarca, de quem "aprendi" a gostar aos poucos: Audrey. No começo, eu achava que ela era só uma dessas peruas que posam de progressistas e política e culturalmente corretas para servir de modelo para a sociedade, mas não é o caso. Talvez inicialmente tenha sido, mas ela foi ganhando uma consciência, foi se tornando aquilo que ela representava. Achei uma ótima evolução. Resumindo o textão: Greg e Audrey valem a série toda!
A "criatura" demoníaca do 6º episódio me lembrou do alienígena de "The thing", que absorvia os hospedeiros. Até uma morte por decapitação com a coluna pendurada faz lembrar o filme!
Um ótimo começo! Fotografia e trilha sonora muito boas. Já nos primeiros minutos dá para sentir a essência de Alan Ball, um quê de "Beleza americana", que vai da construção dos personagens às falas ácidas que põem o dedo na ferida dessa sociedade aparentemente perfeita. Nesse sentido, adorei as falas cínicas do Ramon, já estou vendo que será meu personagem favorito na série. "Mãe, nós somos gays, não somos 'especiais'. Dizer isso soa estranho e presunçoso." Só lamentei essa série não ter uma abertura, com os créditos acompanhados de uma música marcante, como True Blood e Six feet under.
Alan Ball, nós precisamos de outra série com a grandeza, beleza e profundidade filosófica de "Six Feet Under". Estou apostando todas as minhas fichas nessa! <3
Assim como "Big little lies" foi (e continua sendo) a grande sensação de público e crítica de 2017 da HBO, "Objetos cortantes" tem tudo para ser a grande aposta de minissérie para 2018: basta cair nas mãos certas, porque o elenco escalado é ótimo e o roteiro do livro não fica atrás. Já estou tendo um vislumbre da Amy Adams concorrendo ao Emmy. Calma, Nostradamus.
Que venha o Globo de Ouro! A HBO mostrando mais uma vez que quando se trata de tramas adultas originais e complexas ainda é insuperável. Essa é a melhor série que vi este ano, sem dúvida. Sou fascinado por essas tramas que desmascaram as neuroses que se escondem por trás da fachada de vidas aparentemente perfeitas; nesse aspecto, essa série me lembrou um de meus filmes favoritos: “Pecados íntimos”, que tem uma abordagem muito semelhante. A mistura de drama e suspense da história, a trilha sonora (adorei o tema de abertura), a fotografia e, principalmente, as atuações, tudo é de uma qualidade assombrosa. Aliás, não dá para simplesmente dizer que o elenco é excepcional sem destacar Reese Witherspoon e Alexander Skarsgård, que, na minha opinião, tiveram os papéis mais viscerais. Adoro personagens femininas fortes e marcantes e, nesse sentido, Reese dá um show de interpretação com Madeline; quanto a Skarsgård, demonstra por que ganhou o Emmy: Perry é um dos personagens masculinos mais complexos que já vi na TV, uma espécie de “o médico e o monstro” da vida conjugal. Fico feliz por ter visto a série antes de ler o livro, pois do contrário talvez eu não ficasse na expectativa que me consumiu até os últimos minutos para saber “quem morreu, quem matou”. É uma satisfação próxima do orgasmo acabar de ver essa minissérie e logo em seguida ver que está liderando em indicações ao Globo de Ouro (como se já não bastassem os merecidíssimos Emmy que abocanhou)!
Para o padrão Globo, até que ficou uma adaptação razoável do clássico de Laclos. Entretanto, Selton Mello não convence como “sedutor incorrigível”, o que é uma pena, já que as falas dele são as mais interessantes, oscilando entre o cinismo e o sarcasmo. Contudo, parece que ele está atuando no modo automático, com preguiça de atuar. Não pude deixar de fazer comparações entre ele e John Malkovich no filme “Ligações perigosas”, de 1988. Embora Malkovich não tenha a pinta de galã com a qual a Globo quer vender Mello, conseguiu dar vida ao personagem Valmont de forma magistral: com gestos e olhares calculados, ele impregnava a cenas com sua lábia venenosa. Também não gostei da caricaturização da personagem Mariana: tanto no livro quanto no filme ela é uma mulher recatada e devotada à virtude, mas aqui exageraram na representação dessa “virtude” e ela é mostrada como uma carola masoquista-religiosa com tendências suicidas. Mas, a meu ver, nada foi pior de engolir do que o personagem Felipe: além de ser muito insosso, o ator é tão inexpressivo quanto uma porta. Na minha opinião, as únicas atuações realmente dignas de nota foram as de Patrícia Pillar e Alice Wegmann. Afora isso, destaque para os figurinos e a trilha sonora.
Gostei bem mais dessa versão do que da adaptação de Kubrick. Por ser uma minissérie, Stephen King (que é o produtor e roteirista) pôde trabalhar detalhadamente o drama da família Torrance antes de descambar para o terror do Overlook, mantendo-se fiel o máximo possível de seu livro; e, neste caso, ninguém melhor do que o próprio autor para saber o que manter, o que cortar e o que mudar na transposição do romance para a tela. Não contente em apenas produzir e escrever, King ainda atua como o maestro da orquestra fantasma! Destaque também para a participação relâmpago de Sam Raimi.
Foi maravilhoso ver Leonardo da Vinci "conhecendo" a Monalisa e posteriormente usando-a para decifrar o código do Cofre do Céu: pura metalinguagem! Aliás, uma das coisas de que mais gosto nessa série é de ver as engenhocas de Da Vinci em funcionamento; enquanto na primeira temporada ele cria armas visionárias, nesta ele se dedica a projetos mais práticos, sendo que o "peixe mecânico" e o "escorpião" foram os meus favoritos. A meu ver, esta temporada fez ótimos progressos em relação à anterior em termos de ação, porque conduziu várias tramas interdependentes paralelamente, sendo as mais importantes a busca de Leonardo na América, a efervescência política de Florença (dos remanescentes da conspiração Pazzi ao caos induzido pelo Papa) e a odisseia de Lucrezia que, literalmente, "passa dos limites". Em meio a tudo isso, essa temporada desenvolve e aprofunda os principais personagens, mas também destaca os personagens coadjuvantes, como Zoroastro, Nico, Vanessa, Clarice e o próprio Papa. Porém, nada foi mais relevante nesse aspecto do que o destaque dado a Riario: na primeira temporada ele é o arquétipo de vilão que adoramos odiar, mas agora é feita uma abordagem tão humanizada de seus defeitos, medos e remorsos que todo o ódio que eu tinha por ele esfriou. Pois é, até os monstros sofrem. Para encerrar, não posso deixar de fazer menção a Américo Vespucci: as implicâncias dele com Zo são hilárias, mas quando ele chega ao Novo Mundo e pensa em chamar o novo continente de Vespuccia, é impagável!
Minha decepção com final de série mais recente foi "Penny Dreadful", mas esse encerramento de "The Strain" quase deu empate: mesmo tendo um final relativamente feliz, eu esperava muito mais, não apenas do último episódio, mas da temporada como um todo. Assim como em PD, houve pouca ação, muita enrolação, personagens muito dispersos que só se reúnem nos últimos episódios e um desfecho abrupto. O "trabalho" nos campos de sangue foi pouco explorado, a lenga-lenga com o Lúmen quase não deu em nada, os flashbacks de Quinlan também não acrescentaram muita coisa e os dramas de relacionamento de Fet e Dutch menos ainda. Depois de 4 temporadas procurando um meio de destruir o Mestre, esse plano final soou muito amador e fácil demais. (Por que não pensaram nisso antes? Poderiam ter feito isso na 2ª temporada!) Pelo menos aquele pentelho emburrado (ou, se preferirem, Zack) teve o que mereceu, embora a inércia dele tenha me tirado do sério nos últimos minutos. Mesmo assim, dando a impressão de que o último episódio foi gravado às pressas, foi um final aceitável. Não ótimo nem inesquecível, mas razoável.
Não gostei dessa temporada o quanto esperava; as duas primeiras estão entre as minhas favoritas, mas esta última, de modo geral, achei bem frustrante. Se era para terminar assim, melhor seria se tivesse encerrado na 2ª temporada, cujo final eu achei bem mais interessante e sugestivo, com cada personagem seguindo um caminho, a fim de enfrentar seus demônios pessoais (literais ou metafóricos). A meu ver, John Logan prometeu muito, mas cumpriu pouco nessa temporada. Trouxe dois personagens pelos quais eu esperava há muito tempo: Drácula e Dr. Jekyll, mas desperdiçou ambos, especialmente o último. Eu esperava que seu ego Hyde aparecesse significativamente, não como aquele monstro ridículo do filme Van Helsing, protagonizado por Hugh Jackman, mas como uma personalidade inquietante e instável, mais condizente com o contexto da série. Infelizmente, isso não acontece, e o personagem é tratado apenas como um adereço para a temporada. Os outros personagens, já conhecidos, seguem linhas pessoais muito dispersas, o que torna essas subtramas enfadonhas, especialmente Ethan e seu jogo de faroeste superficial e previsível: os momentos dele com o pai e "o passado" são tão entediantes que fazem desejar que a cena termine logo. Enfim, a série continua sombria e poética, mas o roteiro, o destino e as ações dos personagens frustraram meu desejo de favoritar essa última temporada e considerá-la memorável. Vou fingir que só houve duas temporadas.
É como um livro bonito, em que capricham mais na capa do que no miolo. A capa, nesse caso, é a sequência dos créditos de abertura, que é muito legal. Quanto ao "miolo", nada relevante.
Sim, esta série conseguiu o que eu achava impossível: ser mais chata e "inassistível" do que a Scream da MTV. Pelo menos aquela série, por mais horrível, clichê, tosca e insossa que seja, eu consegui fazer das tripas coração e terminei a 1ª temporada. Já essa "The Mist" não deu para repetir a façanha. Nem a presença de Frances Conroy foi estímulo suficiente, porque embora a atriz seja excelente, seu papel é ínfimo e os demais personagens são tão vazios e inexpressivos que bem poderiam migrar para a seleção de falta de talentos da Scream, onde o que conta é só ter rosto sem espinha.
Um bom começo para uma animação "adulta", que promete evoluir a partir desse final. Só lamentei que o próprio Drácula só tenha aparecido necessariamente no primeiro episódio.
Primeiro sucesso dramático da HBO, esta primeira temporada de "OZ" me surpreendeu positivamente, porque eu esperava que fosse uma série limitada a ultra-violência, o que não foi o caso. É violenta sim, mas tudo é contextualizado e condizente com a realidade claustrofóbica e apreensiva da prisão. Mas, acima de tudo, é uma série filosófica (à sua maneira), trazendo reflexões que vão além das grades. Fiquei impressionado com a capacidade de Tom Fontana: ele não apenas é o criador da série, mas também escreveu o roteiro de todos os episódios dessa primeira temporada. Achei muito interessante a forma como os personagens são trabalhados e se desenvolvem, mesmo em apenas 8 episódios. Gostei, sobretudo, da "redenção" de Keane, a postura de liderança religiosa de Said e a reviravolta parcial no jogo de gato e rato entre Beecher e Schillinger. Mas, meu favoritismo fica com uma personagem feminina: Peter Marie, a psicóloga/freira de OZ. É uma personagem adorável.
Um bom episódio de retorno, com a perspectiva caótica e desesperançada do pós-apocalipse...mas toda vez que aquele moleque pau no c* aparece dá vontade de abandonar a série. Felizmente é a última temporada, então vou suportar o tormento de vê-lo "escrotando" até o final. Só espero que no fim ele seja decapitado, esquartejado, queimado e tenha as cinzas enviadas num foguete para Saturno.
O visual sombrio, a falta de freios da censura em termos de violência, o roteiro vertiginoso e a vasta gama de personagens originais e estranhos (para usar uma palavra tipicamente aplicável a Neil Gaiman) fizeram de American Gods a minha aposta de série para este ano: e não me arrependi. Na verdade, só não gostei da personagem da Emily Browning: Laura Moon é chata de doer, viva ou morta. Em compensação, Media tornou-se inquestionavelmente minha personagem favorita: Gillian Anderson me arrebata sempre que aparece, seja pelas falas dela (que para mim são as melhores), seja pelo visual sempre inusitado. Essa mulher como Marilyn Monroe flutuando "em glorioso Technicolor" com seu famoso vestido esvoaçante é incrível. Mas, nada a supera como David Bowie!
Melhor season finale até agora! A cada temporada eu vejo o quanto essa série serviu de referência (e em alguns casos, mais do que isso) para produções recentes de fantasia e drama juvenil: de Crepúsculo e The Vampire Diaries a Supernatural, todas sugaram da fonte criativa de Buffy, embora a série de Whedon continue superior à maioria dessas produções posteriores a ela, a despeito de seus 20 anos de existência. Agora, uma menção a um personagem dessa temporada e seu desfecho: Snyder, você mereceu!
Objetos Cortantes
4.3 832 Assista AgoraGlobo de Ouro e Emmy 2019 nas categorias melhor minissérie, melhor diretor, melhor atriz (Amy Adams) e melhor atriz coadjuvante (Patricia Clarkson): "sim", "claro" ou "com certeza"?!
Mais uma excelente adaptação com a combinação HBO + Vallée... Agora, tudo o que eu mais queria é que eles se unissem de novo para adaptar "Uma crença silenciosa em anjos", do R. J. Ellory. É um drama pesado e sombrio que se passa numa cidadezinha insípida assolada por uma série de crimes brutais contra crianças; a história lida muito com a complexidade psicológica dos personagens, principalmente do protagonista, que vai da infância à fase adulta perseguido pela memória daquela época. A revelação do assassino, no final, é impactante, tal como a reviravolta no final de "Sharp Objects" (tanto livro quanto essa minissérie). Enfim, eu acho que seria o tipo de material que cairia como uma luva para o Vallée, porque faz bem o estilo dele. Mas, como o livro é pouco conhecido, essa adaptação provavelmente só vai acontecer na minha imaginação. E para quem chegou ao final deste textão e se interessou, pode procurar o livro, que é ótimo.
Jane Eyre
3.8 5Muito se fala da minissérie de 2006 (também da BBC) e muita gente a considera a melhor adaptação do romance homônimo, mas para mim essa produção de 1983 é que é a melhor e mais fiel adaptação do livro. Como é formada por 11 episódios, houve bastante espaço para que o livro fosse quase totalmente transposto para a tela com o máximo de fidelidade. Zelah Clarke é uma Jane Eyre perfeita, "feinha" e sem graça como no livro (a de 2006 é "bonita" demais) e Timothy Dalton dá um show de atuação (embora lhe falte o azedume natural de Toby Stephens). Enfim, na minha opinião, não só é a melhor adaptação de Jane Eyre como é uma das melhores da BBC.
Jane Eyre
4.4 60Apesar de tecnicamente muito boa, ainda acho a minissérie de 1983 (também da BBC) bem melhor que esta de 2006, em termos de desenvolvimento e fidelidade. Nesta, fiquei com a impressão de que tudo é muito corrido (vide a estadia de Jane em Lowood), além de terem simplificado demais alguns fatos (a forma como Jane conhece os Rivers, por exemplo). Porém, em um aspecto gostei mais desta adaptação: Toby Stephens como Rochester. Timothy Dalton estava ótimo no papel no quesito atuação, mas a aparência de "bom moço" dele era mais adequada para personagem da Jane Austen; já o Stephens tem essa cara de mal-humorado "natural", o que achei mais condizente com a rudeza do personagem do livro.
O Ataque dos Vermes Malditos (1ª Temporada)
3.8 10Só acreditei porque acabei de ver o trailer. Parece ótimo! Espero que se mantenha fiel ao conceito do primeiro filme, onde os vermes ERAM vermes, ao contrário dos filmes seguintes, em que eles foram "evoluindo" até virar pássaros mutantes parecidos com galinhas depenadas.
Here and Now (1ª Temporada)
3.7 28Eu realmente gostaria de ter tido um professor de filosofia como Greg Boatwright; os dois que eu tive foram desastres acadêmicos: o primeiro era um traste que tinha a incrível habilidade de "dopar" a classe toda com o sono letárgico provocado pelo tédio de suas aulas monótonas e infindáveis; a seguinte foi uma cretina carola e hipócrita parecida com a Dolores Umbridge de Harry Potter, que se gabava se ser formada em Teologia e fazia questão de manipular os conteúdos de modo a se encaixarem nos moldes cristãos dela.
Enfim, essa introdução serve para dizer que afinal de contas Greg foi o meu personagem favorito nesta temporada; Tim Robbins está mesmo impecável no papel do professor que desafia os alunos a pensar, a "ver" o mundo e avaliar suas posturas diante dele.
A princípio, achei que Ramon seria o melhor personagem, gostei da sinceridade crua e sarcástica dele no começo; porém, à medida que a série avançava, ele foi ficando muito "me deixe, não me toque", estando ou não nos momentos do seus surtos, e isso foi ficando chato.
E falando em chato, minha maior decepção nesta temporada foi a personagem Ashley. Adoro personagens negras fortes, que têm consciência da pretensa "supremacia" branca à sua volta, mas que não se deixam abater por isso, enfrentando o racismo de cara. Alan Ball criou uma personagem assim:Tara, que foi uma das minhas personagens prediletas em True Blood. O mesmo não pode ser dito de Ashley: ela é muito inerte, fica se vitimizando o tempo todo, sofrendo várias pressões racistas (que se estendem até à sua filha) sem tomar nenhuma atitude prática: só resmunga, choraminga e faz aulas inúteis de defesa pessoal. Espero que ela tenha um desenvolvimento e aproveitamento melhor nas próximas temporadas, que ela consiga marcar seu território e sair da posição de carpete.
Por fim, uma menção à matriarca, de quem "aprendi" a gostar aos poucos: Audrey. No começo, eu achava que ela era só uma dessas peruas que posam de progressistas e política e culturalmente corretas para servir de modelo para a sociedade, mas não é o caso. Talvez inicialmente tenha sido, mas ela foi ganhando uma consciência, foi se tornando aquilo que ela representava. Achei uma ótima evolução.
Resumindo o textão: Greg e Audrey valem a série toda!
Ash vs Evil Dead (3ª Temporada)
4.1 140 Assista AgoraA "criatura" demoníaca do 6º episódio me lembrou do alienígena de "The thing", que absorvia os hospedeiros. Até uma morte por decapitação com a coluna pendurada faz lembrar o filme!
Here and Now (1ª Temporada)
3.7 28Caramba, o final desse 6º episódio lembrou as aberturas trágicas inusitadas de "Six feet under"!
Here and Now (1ª Temporada)
3.7 28Um ótimo começo! Fotografia e trilha sonora muito boas. Já nos primeiros minutos dá para sentir a essência de Alan Ball, um quê de "Beleza americana", que vai da construção dos personagens às falas ácidas que põem o dedo na ferida dessa sociedade aparentemente perfeita. Nesse sentido, adorei as falas cínicas do Ramon, já estou vendo que será meu personagem favorito na série. "Mãe, nós somos gays, não somos 'especiais'. Dizer isso soa estranho e presunçoso."
Só lamentei essa série não ter uma abertura, com os créditos acompanhados de uma música marcante, como True Blood e Six feet under.
Here and Now (1ª Temporada)
3.7 28Alan Ball, nós precisamos de outra série com a grandeza, beleza e profundidade filosófica de "Six Feet Under". Estou apostando todas as minhas fichas nessa! <3
Objetos Cortantes
4.3 832 Assista AgoraAssim como "Big little lies" foi (e continua sendo) a grande sensação de público e crítica de 2017 da HBO, "Objetos cortantes" tem tudo para ser a grande aposta de minissérie para 2018: basta cair nas mãos certas, porque o elenco escalado é ótimo e o roteiro do livro não fica atrás.
Já estou tendo um vislumbre da Amy Adams concorrendo ao Emmy. Calma, Nostradamus.
Big Little Lies (1ª Temporada)
4.6 1,1K Assista AgoraQue venha o Globo de Ouro!
A HBO mostrando mais uma vez que quando se trata de tramas adultas originais e complexas ainda é insuperável. Essa é a melhor série que vi este ano, sem dúvida. Sou fascinado por essas tramas que desmascaram as neuroses que se escondem por trás da fachada de vidas aparentemente perfeitas; nesse aspecto, essa série me lembrou um de meus filmes favoritos: “Pecados íntimos”, que tem uma abordagem muito semelhante. A mistura de drama e suspense da história, a trilha sonora (adorei o tema de abertura), a fotografia e, principalmente, as atuações, tudo é de uma qualidade assombrosa. Aliás, não dá para simplesmente dizer que o elenco é excepcional sem destacar Reese Witherspoon e Alexander Skarsgård, que, na minha opinião, tiveram os papéis mais viscerais. Adoro personagens femininas fortes e marcantes e, nesse sentido, Reese dá um show de interpretação com Madeline; quanto a Skarsgård, demonstra por que ganhou o Emmy: Perry é um dos personagens masculinos mais complexos que já vi na TV, uma espécie de “o médico e o monstro” da vida conjugal.
Fico feliz por ter visto a série antes de ler o livro, pois do contrário talvez eu não ficasse na expectativa que me consumiu até os últimos minutos para saber “quem morreu, quem matou”.
É uma satisfação próxima do orgasmo acabar de ver essa minissérie e logo em seguida ver que está liderando em indicações ao Globo de Ouro (como se já não bastassem os merecidíssimos Emmy que abocanhou)!
Ligações Perigosas
3.9 51Para o padrão Globo, até que ficou uma adaptação razoável do clássico de Laclos. Entretanto, Selton Mello não convence como “sedutor incorrigível”, o que é uma pena, já que as falas dele são as mais interessantes, oscilando entre o cinismo e o sarcasmo. Contudo, parece que ele está atuando no modo automático, com preguiça de atuar. Não pude deixar de fazer comparações entre ele e John Malkovich no filme “Ligações perigosas”, de 1988. Embora Malkovich não tenha a pinta de galã com a qual a Globo quer vender Mello, conseguiu dar vida ao personagem Valmont de forma magistral: com gestos e olhares calculados, ele impregnava a cenas com sua lábia venenosa. Também não gostei da caricaturização da personagem Mariana: tanto no livro quanto no filme ela é uma mulher recatada e devotada à virtude, mas aqui exageraram na representação dessa “virtude” e ela é mostrada como uma carola masoquista-religiosa com tendências suicidas.
Mas, a meu ver, nada foi pior de engolir do que o personagem Felipe: além de ser muito insosso, o ator é tão inexpressivo quanto uma porta.
Na minha opinião, as únicas atuações realmente dignas de nota foram as de Patrícia Pillar e Alice Wegmann. Afora isso, destaque para os figurinos e a trilha sonora.
O Iluminado
3.6 317Gostei bem mais dessa versão do que da adaptação de Kubrick. Por ser uma minissérie, Stephen King (que é o produtor e roteirista) pôde trabalhar detalhadamente o drama da família Torrance antes de descambar para o terror do Overlook, mantendo-se fiel o máximo possível de seu livro; e, neste caso, ninguém melhor do que o próprio autor para saber o que manter, o que cortar e o que mudar na transposição do romance para a tela.
Não contente em apenas produzir e escrever, King ainda atua como o maestro da orquestra fantasma! Destaque também para a participação relâmpago de Sam Raimi.
Da Vinci's Demons (2ª Temporada)
4.3 60Foi maravilhoso ver Leonardo da Vinci "conhecendo" a Monalisa e posteriormente usando-a para decifrar o código do Cofre do Céu: pura metalinguagem!
Aliás, uma das coisas de que mais gosto nessa série é de ver as engenhocas de Da Vinci em funcionamento; enquanto na primeira temporada ele cria armas visionárias, nesta ele se dedica a projetos mais práticos, sendo que o "peixe mecânico" e o "escorpião" foram os meus favoritos.
A meu ver, esta temporada fez ótimos progressos em relação à anterior em termos de ação, porque conduziu várias tramas interdependentes paralelamente, sendo as mais importantes a busca de Leonardo na América, a efervescência política de Florença (dos remanescentes da conspiração Pazzi ao caos induzido pelo Papa) e a odisseia de Lucrezia que, literalmente, "passa dos limites". Em meio a tudo isso, essa temporada desenvolve e aprofunda os principais personagens, mas também destaca os personagens coadjuvantes, como Zoroastro, Nico, Vanessa, Clarice e o próprio Papa. Porém, nada foi mais relevante nesse aspecto do que o destaque dado a Riario: na primeira temporada ele é o arquétipo de vilão que adoramos odiar, mas agora é feita uma abordagem tão humanizada de seus defeitos, medos e remorsos que todo o ódio que eu tinha por ele esfriou. Pois é, até os monstros sofrem.
Para encerrar, não posso deixar de fazer menção a Américo Vespucci: as implicâncias dele com Zo são hilárias, mas quando ele chega ao Novo Mundo e pensa em chamar o novo continente de Vespuccia, é impagável!
The Strain: Noite Absoluta (4ª Temporada)
3.4 78 Assista AgoraMinha decepção com final de série mais recente foi "Penny Dreadful", mas esse encerramento de "The Strain" quase deu empate: mesmo tendo um final relativamente feliz, eu esperava muito mais, não apenas do último episódio, mas da temporada como um todo. Assim como em PD, houve pouca ação, muita enrolação, personagens muito dispersos que só se reúnem nos últimos episódios e um desfecho abrupto.
O "trabalho" nos campos de sangue foi pouco explorado, a lenga-lenga com o Lúmen quase não deu em nada, os flashbacks de Quinlan também não acrescentaram muita coisa e os dramas de relacionamento de Fet e Dutch menos ainda. Depois de 4 temporadas procurando um meio de destruir o Mestre, esse plano final soou muito amador e fácil demais. (Por que não pensaram nisso antes? Poderiam ter feito isso na 2ª temporada!)
Pelo menos aquele pentelho emburrado (ou, se preferirem, Zack) teve o que mereceu, embora a inércia dele tenha me tirado do sério nos últimos minutos.
Mesmo assim, dando a impressão de que o último episódio foi gravado às pressas, foi um final aceitável. Não ótimo nem inesquecível, mas razoável.
Penny Dreadful (3ª Temporada)
4.2 646 Assista AgoraNão gostei dessa temporada o quanto esperava; as duas primeiras estão entre as minhas favoritas, mas esta última, de modo geral, achei bem frustrante. Se era para terminar assim, melhor seria se tivesse encerrado na 2ª temporada, cujo final eu achei bem mais interessante e sugestivo, com cada personagem seguindo um caminho, a fim de enfrentar seus demônios pessoais (literais ou metafóricos).
A meu ver, John Logan prometeu muito, mas cumpriu pouco nessa temporada. Trouxe dois personagens pelos quais eu esperava há muito tempo: Drácula e Dr. Jekyll, mas desperdiçou ambos, especialmente o último. Eu esperava que seu ego Hyde aparecesse significativamente, não como aquele monstro ridículo do filme Van Helsing, protagonizado por Hugh Jackman, mas como uma personalidade inquietante e instável, mais condizente com o contexto da série. Infelizmente, isso não acontece, e o personagem é tratado apenas como um adereço para a temporada.
Os outros personagens, já conhecidos, seguem linhas pessoais muito dispersas, o que torna essas subtramas enfadonhas, especialmente Ethan e seu jogo de faroeste superficial e previsível: os momentos dele com o pai e "o passado" são tão entediantes que fazem desejar que a cena termine logo.
Enfim, a série continua sombria e poética, mas o roteiro, o destino e as ações dos personagens frustraram meu desejo de favoritar essa última temporada e considerá-la memorável. Vou fingir que só houve duas temporadas.
Os Defensores
3.5 500É como um livro bonito, em que capricham mais na capa do que no miolo. A capa, nesse caso, é a sequência dos créditos de abertura, que é muito legal. Quanto ao "miolo", nada relevante.
O Nevoeiro (1ª Temporada)
3.0 458 Assista AgoraSim, esta série conseguiu o que eu achava impossível: ser mais chata e "inassistível" do que a Scream da MTV. Pelo menos aquela série, por mais horrível, clichê, tosca e insossa que seja, eu consegui fazer das tripas coração e terminei a 1ª temporada. Já essa "The Mist" não deu para repetir a façanha. Nem a presença de Frances Conroy foi estímulo suficiente, porque embora a atriz seja excelente, seu papel é ínfimo e os demais personagens são tão vazios e inexpressivos que bem poderiam migrar para a seleção de falta de talentos da Scream, onde o que conta é só ter rosto sem espinha.
The Strain: Noite Absoluta (4ª Temporada)
3.4 78 Assista AgoraSobre o episódio 7: Eichhorst demorou, mas chegou ao destino merecido!
Castlevania (1ª Temporada)
4.1 574 Assista AgoraUm bom começo para uma animação "adulta", que promete evoluir a partir desse final. Só lamentei que o próprio Drácula só tenha aparecido necessariamente no primeiro episódio.
Oz (1ª Temporada)
4.3 153 Assista AgoraPrimeiro sucesso dramático da HBO, esta primeira temporada de "OZ" me surpreendeu positivamente, porque eu esperava que fosse uma série limitada a ultra-violência, o que não foi o caso. É violenta sim, mas tudo é contextualizado e condizente com a realidade claustrofóbica e apreensiva da prisão. Mas, acima de tudo, é uma série filosófica (à sua maneira), trazendo reflexões que vão além das grades.
Fiquei impressionado com a capacidade de Tom Fontana: ele não apenas é o criador da série, mas também escreveu o roteiro de todos os episódios dessa primeira temporada.
Achei muito interessante a forma como os personagens são trabalhados e se desenvolvem, mesmo em apenas 8 episódios. Gostei, sobretudo, da "redenção" de Keane, a postura de liderança religiosa de Said e a reviravolta parcial no jogo de gato e rato entre Beecher e Schillinger. Mas, meu favoritismo fica com uma personagem feminina: Peter Marie, a psicóloga/freira de OZ. É uma personagem adorável.
The Strain: Noite Absoluta (4ª Temporada)
3.4 78 Assista AgoraUm bom episódio de retorno, com a perspectiva caótica e desesperançada do pós-apocalipse...mas toda vez que aquele moleque pau no c* aparece dá vontade de abandonar a série. Felizmente é a última temporada, então vou suportar o tormento de vê-lo "escrotando" até o final. Só espero que no fim ele seja decapitado, esquartejado, queimado e tenha as cinzas enviadas num foguete para Saturno.
Deuses Americanos (1ª Temporada)
4.1 515 Assista AgoraO visual sombrio, a falta de freios da censura em termos de violência, o roteiro vertiginoso e a vasta gama de personagens originais e estranhos (para usar uma palavra tipicamente aplicável a Neil Gaiman) fizeram de American Gods a minha aposta de série para este ano: e não me arrependi. Na verdade, só não gostei da personagem da Emily Browning: Laura Moon é chata de doer, viva ou morta.
Em compensação, Media tornou-se inquestionavelmente minha personagem favorita: Gillian Anderson me arrebata sempre que aparece, seja pelas falas dela (que para mim são as melhores), seja pelo visual sempre inusitado. Essa mulher como Marilyn Monroe flutuando "em glorioso Technicolor" com seu famoso vestido esvoaçante é incrível. Mas, nada a supera como David Bowie!
Buffy: A Caça Vampiros (3ª Temporada)
4.3 82 Assista AgoraMelhor season finale até agora! A cada temporada eu vejo o quanto essa série serviu de referência (e em alguns casos, mais do que isso) para produções recentes de fantasia e drama juvenil: de Crepúsculo e The Vampire Diaries a Supernatural, todas sugaram da fonte criativa de Buffy, embora a série de Whedon continue superior à maioria dessas produções posteriores a ela, a despeito de seus 20 anos de existência.
Agora, uma menção a um personagem dessa temporada e seu desfecho: Snyder, você mereceu!