O ponto forte do filme é fazer com que o espectador experiencie, através da Justine (Kristen Dunst) o quão horrível é ter depressão e como é difícil lutar contra essa doença debilitante. Mesmo quem nunca teve depressão consegue se colocar no lugar da personagem, a menos que seja um psicopata e não tenha empatia alguma pelo outro. É incrível também a capacidade do diretor de demonstrar como as pessoas em volta não sabem ajudar de maneira efetiva e na maioria das vezes acabam até piorando o estado mental do deprimido.
A mãe (Charlotte Rampling) estava tão amargurada e centrada em seus próprios rancores que sequer percebeu que a filha precisava dela. O pai (Jhon Hurt) parecia carinhoso e atencioso, mas sequer quis pernoitar para dar apoio à filha. O cunhado (Kiefer Sutherland) ajudou, mas reclamando o tempo todo dos gastos e se incomodando com apresença dela na casa (aliás, que grande covarde!). A irmã Claire (Charlotte Gainsbourg) cuidou dela, mas parecia que Justine era um fardo muito pesado que ela não compreendia. Como Justine podia se sentir tão triste mesmo tendo tudo o que precisava para ser feliz? Para Claire, a irmã muitas vezes era má e ingrata.
A mensagem é forte, é existencialista, niilista, é profunda, mergulha fundo na psiqué humana, tanto que me deixou a pensar por dias... Vemos que o diretor é bom quando o roteiro é simples mas a história é bem contada e bem desenvolvida. A direção de Lars Von Trier é maravilhosa, Kristen Dunst é maravilhosa, a fotografia é deslumbrante com cenas deslumbrantes. A abertura com a música Prelúdio da ópera Tristão e Isolda, de Wagner é uma obra prima de encher os olhos de lágrimas, mas estranhamente não consegui chorar.
No final fiquei com aquela angústia, aquela tristeza, muita dor, mas não consegui chorar e não fiquel mal porque talvez pra mim tenha sido satisfatório o fim de tudo, apesar de não desejar o fim de tudo.
Foi muito interessante reassistir a abertura novamente depois de ter assistido todo o filme, façam isso se quiserem, apreciarão ainda mais a abertura.
Fiquei com a impressão de ter visto dois filmes diferentes. A primeira parte pareceu interessante no começo pelo suspense e desejo de conhecer aquelas personagens, mas descambou para um romance estranho, uma tensão bizarra e por fim um terror meio lenda urbana sem pé nem cabeça e muito mal desenvolvido. Se tivesse acabado quando a Clara (Isabel Zuaa)
, não seria um bom filme, porém cumpriria seu papel de contar uma historinha de terror com começo, meio e fim pelo menos, que valeria pelo entretenimento. Só que resolveram arrastar a história numa segunda parte, que poderia até ter sido interessante se não tivesse a primeira parte ou se essa primeira parte fosse bem mais curta ou incluída como flashbacks da Clara. Isso tornou a experiência maçante, desnecessária e novamente sem um bom desenvolvimento. Não entendi o que o título do filme tem a ver com a história... E o menino Joel (Miguel Lobo)? Que criança insuportável!
Amei o ritmo acelerado e caótico do filme. É o ritmo acelerado e caótico desse nosso tempo. Os diálogos malucos, a gritaria toda parecem reais, é assim na vida real, ninguém espera ninguém falar, todos tem suas própria razões, opiniões e interesses, todo mundo grita e ninguém se escuta, é o puro suco do caos. O Howard me lembrou demais o Saul Goodman de Breaking Bad. Canastrão, todo enrolado, todo torto, todo errado, mas não consegui sentir raiva dele, muito pelo contrário. Gosto muito do Adam Sandler e não entendo esse preconceito que rola contra ele, que já mostrou ser um bom ator dramático desde "Reine sobre mim". Esse papel caiu como uma luva para ele, pois é trágico e ao mesmo tempo cômico.
O filme trata do racismo de uma forma que nunca vi antes, através de uma questão ligada ao racismo muito relevante que é a miscigenação. Ela retrata a mulher de origem negra de pele branca. A diretora foca nas questões da mulher, sua identidade, sexualidade e as relações pessoais e sociais complexas. Eu como mulher me identifiquei muito, principalmente pelo fato de ser a única na minha família que tem pele clara. Minha mãe, irmã, avó, bisavó e tataravó (que foi escravizada e sequestrada da África para o Brasil) são todas negras, mas meu pai, avô, bisavô eram brancos. Eu não me identifico como branca, mas também não como negra e às vezes pareço não pertencer a lugar nenhum. Posso navegar entre dois mundos, mas ao mesmo tempo que pertenço aos dois, não pertenço a nenhum. Se falo sobre racismo algumas vezes sou atacada tanto por brancos como (pouquíssimas vezes) por negros. Por tratar de um tema denso, a sutileza e delicadeza se torna mais um elemento para contar a história de forma inteligente. Se o tema fosse escancarado, perderia o sentido e cairia no dramalhão, o que seria péssimo. Por tratar do que está escondido, nas entrelinhas, camuflado e velado, a escolha da sutileza foi genial. Tudo no filme é bem pensado e planejado. O ritmo lento ajuda a contar a história, dando ênfase à tensão psicológica e até sexual das protagonistas. O preto e branco também ajuda a enfatizar o contraste entre brancos e negros. As falas sofisticadas são também um artifício usado para as personagens se camuflarem entre os brancos, pois "é assim que branco fala", com calma, usando palavras rebuscadas, parecendo muito educado e civilizado. Os diálogos por vezes enigmáticos nos confundem, o que também é proposital por causa do final. E o final?!!
Até agora não sei o que aconteceu, se a Clare se jogou, se a Irene a empurrou, se o marido a empurrou ou se foi um acidente sem culpados... De qualquer forma foi genial pois fez o espectador analisar seus próprios preconceitos.
Com certeza um filme para ser visto mais de uma vez.
O filme mostra a degradação das relações humanas com foco nas relações familiares. Todo mundo com vários problemas pessoais relacionados ao mundo contemporâneo. Desemprego, falência financeira, desilusão amorosa, desvalorização das conquistas árduas, traições, doenças físicas e psicológicas, medos, frustrações, falta de uma comunicação efetiva, decadência moral, choque de gerações, descrença nas instituições, desespero e desesperança... Me faz pensar que como seres humanos estamos mesmo é f@d!d@s. Com tudo isso a família até tenta manter as aparências e ser grato por estarem juntos, mas a vibe é tão pessimista e depressiva
Não creio que ali alguém vá aprender algo com seus erros, ficar mais forte ou superar seus problemas. Sendo bem pessimista, a humanidade está indo só ladeira abaixo com esse sistema que acabará nos levando à extinção de uma forma ou de outra.
Que delícia que é uma história bem contada! O roteiro é simples e o filme poderia até ser um curta metragem se não fosse a direção de Jane Campion e o foco na (excelente) construção de personagens, que me lembrou Sangue Negro. A tensão psicológica é altíssima. O tempo todo você sente que algo de muito ruim vai acontecer, mas não sabe o que, como, nem quando. Daria tudo errado se não fossem as atuações estonteantes do nosso querido Benedito, da Kristen e do Kodi Smit. Também gostei muito da atuação do Jesse Plemons, embora alguns tenham achado que ele ficou à sombra do Benedito, mas eu não concordo. Estava com saudades de obras onde o vilão é vilão de verdade. Mesmo sabendo de seu passado trágico não passamos o pano porque entendemos que isso explica o fato dele ser vilão e o humaniza, mas não justifica. Só não me surpreendi com o final porque infelizmente tomei spoiler... uma pena. Destaque para a linda fotografia, ambientação, figurinos, cenários maravilhosos e contemplativos que ajudam a contar a história. Quero assistir de novo, pelo menos mais duas vezes. Grata surpresa da Netflix, que sabe produzir filmes excelentes quando quer.
Sim, o filme é para os fãs da trilogia, de Animatrix e de tudo o que é canônico, não só do primeiro filme. Como eu amo a franquia toda e tudo relacionado à ela, amei esse também. Achei que acrescentou muitas questões interessantes, principalmente para o contexto da atualidade. O filme questionou seu próprio propósito e riu de si mesmo e isso foi genial. Senti muita falta dos diálogos filosóficos profundos e enigmáticos que são a marca de Matrix, nesse foram mais psicológicos. As cenas de perseguição são ótimas, mas as cenas de luta, com aquela câmera tremida e excesso de cortes eu não suporto. A nova personagem, a Bugs, é incrível. A participação da Naiobi me emocionou. Vou precisar assistir de novo pra entender alguns pontos pois uma vez só não dá pra absorver tudo. "Só o amor é real."
Pra quem gostou desse filme, recomendo que ouçam a PhD em Física de Partículas Gabriela Bailas em seu Canal Física & Afins: https://www.youtube.com/watch?v=-ndzHrBGwmI Pra quem não gostou recomendo também! Vamos espalhar verdade e ciência e não mentiras e desinformação!
Que filme triste... uma tristeza sem fim. Nós, seres humanos, falhamos como raça, parece que falhamos em tudo. Esse sistema da depressão está destruindo tudo, está destruindo o que nos resta de humanidade. Adultos perdidos e traumatizados, adolescentes e crianças mais ainda. Quando vamos admitir que falhamos, que tudo deu errado? Até quando vamos insistir nos mesmos erros? Esse sistema educacional é uma desgraça no mundo todo, precisamos de uma revolução urgente!
Tive uma professora assim como a Louanne, maravilhosa! Eu estava numa classe muito problemática, vários alunos repetentes, revoltados, desmotivados, as meninas brigavam umas com as outras todos os dias, nenhuma professora aguentava nossa turma até que ela veio e conquistou todo mundo desse mesmo jeitinho. Ela nos motivava a aprender e dizia que iria na nossa formatura da faculdade. Uma vez ela enfrentou a diretoria e defendeu um aluno que ia ser expulso, puxa, maravilhosa! Infelizmente depois de um tempo esse colega foi morto, como no filme. Que saudades tenho dela, então de vez em quando assisto esse filme para relembrar.
Aqui não há vilões nem heróis, há apenas educadores e educandos, todos reféns de um mesmo sistema educacional falido no mundo todo, a "educação bancária" da qual falou o mestre Paulo Freire. Num mundo globalizado, diverso, onde temos que conviver com todas as diferenças, é inevitável o choque de culturas, o choque de gerações e evidente o quanto não sabemos conviver com essas diferenças. O professor protagonista até tem boas intenções, mas também é um refém do sistema e não pode fazer muita coisa. No começo do ano até tem fôlego, mas, sem apoio da direção, coordenação da escola e dos colegas, vai se perdendo com o passar do ano letivo. Propôs um excelente projeto de autorretrato, mas não deram importância. Tentou que lessem "O diário de Anne Frank" e talvez se identificassem com a história da adolescente judia como no filme "Escritores da liberdade" mas os alunos ao menos leram. A direção da escola insiste em punições, castigos e expulsões eximindo sua culpa, mesmo sabendo que não funcionam. O conteúdo a ser ensinado não é relevante para a vida dos alunos pois é um conteúdo eurocêntrico, elitista, esnobe e burguês, como os alunos mesmo disseram. Enfim, está tudo errado e por isso não há solução nem conclusão. Restam apenas reflexões... O mundo girou e mudou, girou e mudou muito, mas a escola continua a mesma de séculos atrás.
"Não se esqueça que uma criança que causa problemas é uma criança com problemas." Os educadores deveriam tatuar essa frase no corpo pra nunca esquecerem!
O filme permite várias interpretações que dependem do estado emocional, mental, experiências, fase da vida e crenças de quem assiste. Há quem tenha visto a decadência do homem contemporâneo: um homem egoísta, individualista, machista, sem empatia, que mantém relações vazias e rasas, anulando aos poucos as pessoas ao seu redor ao ponto de não enxergar mais ninguém, somente ele mesmo. Eu vi o processo de depressão, crise existencial e surto psicótico de um homem que aos poucos foi se isolando na própria dor e apagando inconscientemente as pessoas de sua vida até se ver completamente sozinho. O final aberto é maravilhoso, pois deixa o espectador escrever o próprio final dependendo de como interpretou o filme. Viva o cinema brasileiro!!!
Que fofura de filme! Encantador! Me fez rir, me fez chorar... foi um turbilhão de emoções! Desenvolve muito bem o conflito do jovem adulto contemporâneo, essa ansiedade por achar que tem que "ser alguém" aos 30 anos, essa pressão que é se tornar adulto, assumir responsabilidades, fazer escolhas difíceis entre sonhos e realidade dura. Um ótimo filme para a geração Millenials. O Garfield está apaixonante no papel de Jon. Alexandra Shipp está maravilhosa como Susan, Robin de Jesús como Michael, que personagem cativante! E Vanessa Hudges, que voz!
Nem consigo dizer com palavras o quanto amo esse filme... Um dos meus preferidos da vida! Quando ela dá uma dura nele e diz: "O que eu sou pra você? Uma amiga? Uma namoradinha?" Ela quis dizer: "Escuta aqui, seu moleque, olha pelo que eu passei! Você vai continuar brincando com meus sentimentos ou vai decidir virar homem?" Que mulherona da porra!
Quem não viveu os anos 80 talvez não entenda o apego às músicas, aos livros, aos discos, às fotografias analógicas, às lembranças, à casa onde crescemos e criamos os filhos, às memórias afetivas, porque ainda não tem história pra lembrar. O rapaz perguntou: "Porque tiravam tanta foto com carro?" O senhor respondeu: "Era comum o carro ser como um ente da família. Agora um carro é só um carro." Porque tudo hoje em dia é descartável, desde coisas à pessoas.
O filme demora a engrenar e os conflitos demoram a aparecer, mas quando engrena, se mostra muito sensível e realista. Aos desavisados ou acostumados a ter tudo mastigado, sem precisar pensar muito, o filme pode parecer superficial nas questões que levanta como racismo, desigualdade social e luta de classes, mas não é. O que o longa faz é levantar as questões e convidar o público a refletir e se aprofundar nessas questões por conta própria. Através da história de um garoto branco de classe média alta cujos pais controladores estão falidos e em decadência, o filme conta a História do Brasil, mostrando que a vergonhosa escravidão de 300 anos deixou sequelas profundas no país que perduram até hoje e que o conservadorismo e a hipocrisia da "família tradicional brasileira" permitiu a ascensão do fascismo na atualidade. Também é a jornada de amadurecimento de um jovem em busca de autonomia, identidade, amor e libertação da hipocrisia que o cerca.
O final é uma linda metáfora sobre como o Brasil pode se reconectar com suas origens e assumir sua autonomia, sua identidade, sua rica cultura e se transformar na base. É um final de esperança.
Quer ter uma aula de desenvolvimento perfeito de vilão e de antagonista? Veja esse filme. Quer ter uma aula de como se iniciou o capitalismo selvagem como o conhecemos hoje? Veja esse filme! Daniel Day-Lewis está monstro no papel, é até redundante falar disso. O que achei muito interessante foi mostrar o protagonista não só como um ganancioso, que queria dinheiro pelo dinheiro, mas um apaixonado pelo que fazia, e fazia brilhantemente, o que acrescentou ao personagem uma camada mais profunda e rica, fora as outras que vamos descobrindo ao longo da trama. Pra mim, um filme perfeito.
Ótimo filme, que apresenta muitas perguntas sem respostas como forma de refexão. A falta de final incomoda porque estamos acostumados a ver histórias redondinhas, com início, meio e fim. Mas no caso desse filme não achei que fosse defeito, pois combina muito bem com os conflitos do personagem principal e de seus pais, que não se resolveriam tão cedo nem tão fácil. A descoberta e desenvolvimento da sexualidade do protagonista só enriqueceu a história, Foi incrível como a diretora conseguiu unir os dois conflitos numa única cena memorável, a cena do boliche! E que atuação é aquela do Matheus Natchtergaele! Eu estava pegando ranço do personagem até que senti muita compaixão. E a cena final,
onde o irmão menor encosta no ombro do Pierre bem na hora que ele está procurando a irmã na internet como se dissesse, olha, eu também sou teu irmão, senti tua falta, te amo e te aceito como você é. Lindo demais!
A Anna Muylaert é uma diretora muito competente e também muito sensível e humana.
Um retrato da hipócrita família escravocrata tradicional brasileira! No Brasil a escravidão parece que ainda não foi abolida... Lembro muito bem dessa época quando os filhos da empregada e do pedreiro foram aprovados na Universidade Pública e os filhos da patroa, não. Foi o que motivou as madames a baterem panela nas ruas e ajudarem no golpe contra a democracia. Adorei a fala da Jéssica: "Não me sinto melhor que essa gente não, só não me sinto pior!" Perfeito!
Uma sátira muito criativa e bem humorada da vinda da família real ao Brasil. As críticas à família maluca e aos nobres idiotas são hilárias. Ótima forma de contar a história do nosso país, que por si só já é uma grande piada. Adoro ver os ricos sendo ridicularizados, bom demais!
Extremamente criativo! Eu ri muito com o Bo Burnham e suas críticas ácidas, inteligentes e bem humoradas. Com algumas piadas ri, mas de nervoso. Em outros momentos chorei junto com ele. Em algumas músicas saí dançando pela sala, porque estava sozinha em casa. Ele descreveu exatamente o que estamos sentindo durante o isolamento, esse misto de tristeza e esperança de que tudo passe logo. Buscamos distrações para não enlouquecer de vez e a boa comédia é extremamente necessária nesse momento, para nossa sanidade mental.
Aaah... os Estúdios Ghibli tem mesmo a magia e o encanto! Sempre que posso revisito esse clássico e incrível como sempre fico encantada e com o coração quentinho. A Sofie, o Hau, o Calcifer ("Que foguinho lindo!"), até a velha bruxa... tantos personagens ricos e apaixonantes!
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraO ponto forte do filme é fazer com que o espectador experiencie, através da Justine (Kristen Dunst) o quão horrível é ter depressão e como é difícil lutar contra essa doença debilitante. Mesmo quem nunca teve depressão consegue se colocar no lugar da personagem, a menos que seja um psicopata e não tenha empatia alguma pelo outro.
É incrível também a capacidade do diretor de demonstrar como as pessoas em volta não sabem ajudar de maneira efetiva e na maioria das vezes acabam até piorando o estado mental do deprimido.
A mãe (Charlotte Rampling) estava tão amargurada e centrada em seus próprios rancores que sequer percebeu que a filha precisava dela. O pai (Jhon Hurt) parecia carinhoso e atencioso, mas sequer quis pernoitar para dar apoio à filha. O cunhado (Kiefer Sutherland) ajudou, mas reclamando o tempo todo dos gastos e se incomodando com apresença dela na casa (aliás, que grande covarde!). A irmã Claire (Charlotte Gainsbourg) cuidou dela, mas parecia que Justine era um fardo muito pesado que ela não compreendia. Como Justine podia se sentir tão triste mesmo tendo tudo o que precisava para ser feliz? Para Claire, a irmã muitas vezes era má e ingrata.
A mensagem é forte, é existencialista, niilista, é profunda, mergulha fundo na psiqué humana, tanto que me deixou a pensar por dias...
Vemos que o diretor é bom quando o roteiro é simples mas a história é bem contada e bem desenvolvida. A direção de Lars Von Trier é maravilhosa, Kristen Dunst é maravilhosa, a fotografia é deslumbrante com cenas deslumbrantes. A abertura com a música Prelúdio da ópera Tristão e Isolda, de Wagner é uma obra prima de encher os olhos de lágrimas, mas estranhamente não consegui chorar.
No final fiquei com aquela angústia, aquela tristeza, muita dor, mas não consegui chorar e não fiquel mal porque talvez pra mim tenha sido satisfatório o fim de tudo, apesar de não desejar o fim de tudo.
Foi muito interessante reassistir a abertura novamente depois de ter assistido todo o filme, façam isso se quiserem, apreciarão ainda mais a abertura.
As Boas Maneiras
3.5 647 Assista AgoraFiquei com a impressão de ter visto dois filmes diferentes.
A primeira parte pareceu interessante no começo pelo suspense e desejo de conhecer aquelas personagens, mas descambou para um romance estranho, uma tensão bizarra e por fim um terror meio lenda urbana sem pé nem cabeça e muito mal desenvolvido.
Se tivesse acabado quando a Clara (Isabel Zuaa)
quase abandonou mas resolveu ficar com a criança
Só que resolveram arrastar a história numa segunda parte, que poderia até ter sido interessante se não tivesse a primeira parte ou se essa primeira parte fosse bem mais curta ou incluída como flashbacks da Clara. Isso tornou a experiência maçante, desnecessária e novamente sem um bom desenvolvimento.
Não entendi o que o título do filme tem a ver com a história... E o menino Joel (Miguel Lobo)? Que criança insuportável!
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraAmei o ritmo acelerado e caótico do filme. É o ritmo acelerado e caótico desse nosso tempo. Os diálogos malucos, a gritaria toda parecem reais, é assim na vida real, ninguém espera ninguém falar, todos tem suas própria razões, opiniões e interesses, todo mundo grita e ninguém se escuta, é o puro suco do caos.
O Howard me lembrou demais o Saul Goodman de Breaking Bad. Canastrão, todo enrolado, todo torto, todo errado, mas não consegui sentir raiva dele, muito pelo contrário.
Gosto muito do Adam Sandler e não entendo esse preconceito que rola contra ele, que já mostrou ser um bom ator dramático desde "Reine sobre mim". Esse papel caiu como uma luva para ele, pois é trágico e ao mesmo tempo cômico.
Identidade
3.4 102 Assista AgoraO filme trata do racismo de uma forma que nunca vi antes, através de uma questão ligada ao racismo muito relevante que é a miscigenação. Ela retrata a mulher de origem negra de pele branca. A diretora foca nas questões da mulher, sua identidade, sexualidade e as relações pessoais e sociais complexas.
Eu como mulher me identifiquei muito, principalmente pelo fato de ser a única na minha família que tem pele clara. Minha mãe, irmã, avó, bisavó e tataravó (que foi escravizada e sequestrada da África para o Brasil) são todas negras, mas meu pai, avô, bisavô eram brancos. Eu não me identifico como branca, mas também não como negra e às vezes pareço não pertencer a lugar nenhum. Posso navegar entre dois mundos, mas ao mesmo tempo que pertenço aos dois, não pertenço a nenhum. Se falo sobre racismo algumas vezes sou atacada tanto por brancos como (pouquíssimas vezes) por negros.
Por tratar de um tema denso, a sutileza e delicadeza se torna mais um elemento para contar a história de forma inteligente. Se o tema fosse escancarado, perderia o sentido e cairia no dramalhão, o que seria péssimo. Por tratar do que está escondido, nas entrelinhas, camuflado e velado, a escolha da sutileza foi genial.
Tudo no filme é bem pensado e planejado. O ritmo lento ajuda a contar a história, dando ênfase à tensão psicológica e até sexual das protagonistas. O preto e branco também ajuda a enfatizar o contraste entre brancos e negros. As falas sofisticadas são também um artifício usado para as personagens se camuflarem entre os brancos, pois "é assim que branco fala", com calma, usando palavras rebuscadas, parecendo muito educado e civilizado. Os diálogos por vezes enigmáticos nos confundem, o que também é proposital por causa do final. E o final?!!
Até agora não sei o que aconteceu, se a Clare se jogou, se a Irene a empurrou, se o marido a empurrou ou se foi um acidente sem culpados... De qualquer forma foi genial pois fez o espectador analisar seus próprios preconceitos.
The Humans
3.4 44 Assista AgoraO filme mostra a degradação das relações humanas com foco nas relações familiares. Todo mundo com vários problemas pessoais relacionados ao mundo contemporâneo. Desemprego, falência financeira, desilusão amorosa, desvalorização das conquistas árduas, traições, doenças físicas e psicológicas, medos, frustrações, falta de uma comunicação efetiva, decadência moral, choque de gerações, descrença nas instituições, desespero e desesperança... Me faz pensar que como seres humanos estamos mesmo é f@d!d@s.
Com tudo isso a família até tenta manter as aparências e ser grato por estarem juntos, mas a vibe é tão pessimista e depressiva
que no final não há solução plausível.
Ataque dos Cães
3.7 932Que delícia que é uma história bem contada!
O roteiro é simples e o filme poderia até ser um curta metragem se não fosse a direção de Jane Campion e o foco na (excelente) construção de personagens, que me lembrou Sangue Negro.
A tensão psicológica é altíssima. O tempo todo você sente que algo de muito ruim vai acontecer, mas não sabe o que, como, nem quando.
Daria tudo errado se não fossem as atuações estonteantes do nosso querido Benedito, da Kristen e do Kodi Smit. Também gostei muito da atuação do Jesse Plemons, embora alguns tenham achado que ele ficou à sombra do Benedito, mas eu não concordo.
Estava com saudades de obras onde o vilão é vilão de verdade. Mesmo sabendo de seu passado trágico não passamos o pano porque entendemos que isso explica o fato dele ser vilão e o humaniza, mas não justifica.
Só não me surpreendi com o final porque infelizmente tomei spoiler... uma pena.
Destaque para a linda fotografia, ambientação, figurinos, cenários maravilhosos e contemplativos que ajudam a contar a história.
Quero assistir de novo, pelo menos mais duas vezes. Grata surpresa da Netflix, que sabe produzir filmes excelentes quando quer.
Matrix Resurrections
2.8 1,3K Assista AgoraSim, o filme é para os fãs da trilogia, de Animatrix e de tudo o que é canônico, não só do primeiro filme. Como eu amo a franquia toda e tudo relacionado à ela, amei esse também. Achei que acrescentou muitas questões interessantes, principalmente para o contexto da atualidade. O filme questionou seu próprio propósito e riu de si mesmo e isso foi genial. Senti muita falta dos diálogos filosóficos profundos e enigmáticos que são a marca de Matrix, nesse foram mais psicológicos. As cenas de perseguição são ótimas, mas as cenas de luta, com aquela câmera tremida e excesso de cortes eu não suporto. A nova personagem, a Bugs, é incrível. A participação da Naiobi me emocionou. Vou precisar assistir de novo pra entender alguns pontos pois uma vez só não dá pra absorver tudo. "Só o amor é real."
Quem Somos Nós?
3.1 153Pra quem gostou desse filme, recomendo que ouçam a PhD em Física de Partículas Gabriela Bailas em seu Canal Física & Afins: https://www.youtube.com/watch?v=-ndzHrBGwmI
Pra quem não gostou recomendo também! Vamos espalhar verdade e ciência e não mentiras e desinformação!
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraQue filme triste... uma tristeza sem fim. Nós, seres humanos, falhamos como raça, parece que falhamos em tudo. Esse sistema da depressão está destruindo tudo, está destruindo o que nos resta de humanidade. Adultos perdidos e traumatizados, adolescentes e crianças mais ainda. Quando vamos admitir que falhamos, que tudo deu errado? Até quando vamos insistir nos mesmos erros? Esse sistema educacional é uma desgraça no mundo todo, precisamos de uma revolução urgente!
Mentes Perigosas
3.7 277 Assista AgoraTive uma professora assim como a Louanne, maravilhosa! Eu estava numa classe muito problemática, vários alunos repetentes, revoltados, desmotivados, as meninas brigavam umas com as outras todos os dias, nenhuma professora aguentava nossa turma até que ela veio e conquistou todo mundo desse mesmo jeitinho. Ela nos motivava a aprender e dizia que iria na nossa formatura da faculdade. Uma vez ela enfrentou a diretoria e defendeu um aluno que ia ser expulso, puxa, maravilhosa! Infelizmente depois de um tempo esse colega foi morto, como no filme. Que saudades tenho dela, então de vez em quando assisto esse filme para relembrar.
Entre os Muros da Escola
3.9 363Aqui não há vilões nem heróis, há apenas educadores e educandos, todos reféns de um mesmo sistema educacional falido no mundo todo, a "educação bancária" da qual falou o mestre Paulo Freire. Num mundo globalizado, diverso, onde temos que conviver com todas as diferenças, é inevitável o choque de culturas, o choque de gerações e evidente o quanto não sabemos conviver com essas diferenças. O professor protagonista até tem boas intenções, mas também é um refém do sistema e não pode fazer muita coisa. No começo do ano até tem fôlego, mas, sem apoio da direção, coordenação da escola e dos colegas, vai se perdendo com o passar do ano letivo. Propôs um excelente projeto de autorretrato, mas não deram importância. Tentou que lessem "O diário de Anne Frank" e talvez se identificassem com a história da adolescente judia como no filme "Escritores da liberdade" mas os alunos ao menos leram. A direção da escola insiste em punições, castigos e expulsões eximindo sua culpa, mesmo sabendo que não funcionam. O conteúdo a ser ensinado não é relevante para a vida dos alunos pois é um conteúdo eurocêntrico, elitista, esnobe e burguês, como os alunos mesmo disseram. Enfim, está tudo errado e por isso não há solução nem conclusão. Restam apenas reflexões... O mundo girou e mudou, girou e mudou muito, mas a escola continua a mesma de séculos atrás.
Sementes Podres
4.1 254 Assista Agora"Não se esqueça que uma criança que causa problemas é uma criança com problemas." Os educadores deveriam tatuar essa frase no corpo pra nunca esquecerem!
Entre Abelhas
3.4 832O filme permite várias interpretações que dependem do estado emocional, mental, experiências, fase da vida e crenças de quem assiste.
Há quem tenha visto a decadência do homem contemporâneo: um homem egoísta, individualista, machista, sem empatia, que mantém relações vazias e rasas, anulando aos poucos as pessoas ao seu redor ao ponto de não enxergar mais ninguém, somente ele mesmo.
Eu vi o processo de depressão, crise existencial e surto psicótico de um homem que aos poucos foi se isolando na própria dor e apagando inconscientemente as pessoas de sua vida até se ver completamente sozinho.
O final aberto é maravilhoso, pois deixa o espectador escrever o próprio final dependendo de como interpretou o filme.
Viva o cinema brasileiro!!!
tick, tick... BOOM!
3.8 450Que fofura de filme! Encantador! Me fez rir, me fez chorar... foi um turbilhão de emoções! Desenvolve muito bem o conflito do jovem adulto contemporâneo, essa ansiedade por achar que tem que "ser alguém" aos 30 anos, essa pressão que é se tornar adulto, assumir responsabilidades, fazer escolhas difíceis entre sonhos e realidade dura. Um ótimo filme para a geração Millenials. O Garfield está apaixonante no papel de Jon. Alexandra Shipp está maravilhosa como Susan, Robin de Jesús como Michael, que personagem cativante! E Vanessa Hudges, que voz!
O Lobo Atrás da Porta
4.0 1,3K Assista AgoraNão sei o que ela viu naquele monte de merda pra ficar tão obcecada, o cara tinha um total de zero qualidades!
Ele também era um monstro, só que se fodeu porque ela era muito pior.
Ferrugem e Osso
3.9 821 Assista AgoraNem consigo dizer com palavras o quanto amo esse filme... Um dos meus preferidos da vida! Quando ela dá uma dura nele e diz: "O que eu sou pra você? Uma amiga? Uma namoradinha?" Ela quis dizer: "Escuta aqui, seu moleque, olha pelo que eu passei! Você vai continuar brincando com meus sentimentos ou vai decidir virar homem?" Que mulherona da porra!
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraQuem não viveu os anos 80 talvez não entenda o apego às músicas, aos livros, aos discos, às fotografias analógicas, às lembranças, à casa onde crescemos e criamos os filhos, às memórias afetivas, porque ainda não tem história pra lembrar. O rapaz perguntou: "Porque tiravam tanta foto com carro?" O senhor respondeu: "Era comum o carro ser como um ente da família. Agora um carro é só um carro." Porque tudo hoje em dia é descartável, desde coisas à pessoas.
Casa Grande
3.5 576 Assista AgoraO filme demora a engrenar e os conflitos demoram a aparecer, mas quando engrena, se mostra muito sensível e realista. Aos desavisados ou acostumados a ter tudo mastigado, sem precisar pensar muito, o filme pode parecer superficial nas questões que levanta como racismo, desigualdade social e luta de classes, mas não é. O que o longa faz é levantar as questões e convidar o público a refletir e se aprofundar nessas questões por conta própria. Através da história de um garoto branco de classe média alta cujos pais controladores estão falidos e em decadência, o filme conta a História do Brasil, mostrando que a vergonhosa escravidão de 300 anos deixou sequelas profundas no país que perduram até hoje e que o conservadorismo e a hipocrisia da "família tradicional brasileira" permitiu a ascensão do fascismo na atualidade. Também é a jornada de amadurecimento de um jovem em busca de autonomia, identidade, amor e libertação da hipocrisia que o cerca.
O final é uma linda metáfora sobre como o Brasil pode se reconectar com suas origens e assumir sua autonomia, sua identidade, sua rica cultura e se transformar na base. É um final de esperança.
Sangue Negro
4.3 1,2K Assista AgoraQuer ter uma aula de desenvolvimento perfeito de vilão e de antagonista? Veja esse filme. Quer ter uma aula de como se iniciou o capitalismo selvagem como o conhecemos hoje? Veja esse filme! Daniel Day-Lewis está monstro no papel, é até redundante falar disso. O que achei muito interessante foi mostrar o protagonista não só como um ganancioso, que queria dinheiro pelo dinheiro, mas um apaixonado pelo que fazia, e fazia brilhantemente, o que acrescentou ao personagem uma camada mais profunda e rica, fora as outras que vamos descobrindo ao longo da trama. Pra mim, um filme perfeito.
Mãe Só Há Uma
3.5 407 Assista AgoraÓtimo filme, que apresenta muitas perguntas sem respostas como forma de refexão. A falta de final incomoda porque estamos acostumados a ver histórias redondinhas, com início, meio e fim. Mas no caso desse filme não achei que fosse defeito, pois combina muito bem com os conflitos do personagem principal e de seus pais, que não se resolveriam tão cedo nem tão fácil. A descoberta e desenvolvimento da sexualidade do protagonista só enriqueceu a história, Foi incrível como a diretora conseguiu unir os dois conflitos numa única cena memorável, a cena do boliche! E que atuação é aquela do Matheus Natchtergaele! Eu estava pegando ranço do personagem até que senti muita compaixão. E a cena final,
onde o irmão menor encosta no ombro do Pierre bem na hora que ele está procurando a irmã na internet como se dissesse, olha, eu também sou teu irmão, senti tua falta, te amo e te aceito como você é. Lindo demais!
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraUm retrato da hipócrita família escravocrata tradicional brasileira! No Brasil a escravidão parece que ainda não foi abolida... Lembro muito bem dessa época quando os filhos da empregada e do pedreiro foram aprovados na Universidade Pública e os filhos da patroa, não. Foi o que motivou as madames a baterem panela nas ruas e ajudarem no golpe contra a democracia. Adorei a fala da Jéssica: "Não me sinto melhor que essa gente não, só não me sinto pior!" Perfeito!
Carlota Joaquina, Princesa do Brasil
3.1 240Uma sátira muito criativa e bem humorada da vinda da família real ao Brasil. As críticas à família maluca e aos nobres idiotas são hilárias. Ótima forma de contar a história do nosso país, que por si só já é uma grande piada. Adoro ver os ricos sendo ridicularizados, bom demais!
Bo Burnham: Inside
4.3 109 Assista AgoraExtremamente criativo! Eu ri muito com o Bo Burnham e suas críticas ácidas, inteligentes e bem humoradas. Com algumas piadas ri, mas de nervoso. Em outros momentos chorei junto com ele. Em algumas músicas saí dançando pela sala, porque estava sozinha em casa. Ele descreveu exatamente o que estamos sentindo durante o isolamento, esse misto de tristeza e esperança de que tudo passe logo. Buscamos distrações para não enlouquecer de vez e a boa comédia é extremamente necessária nesse momento, para nossa sanidade mental.
O Castelo Animado
4.5 1,3K Assista AgoraAaah... os Estúdios Ghibli tem mesmo a magia e o encanto! Sempre que posso revisito esse clássico e incrível como sempre fico encantada e com o coração quentinho. A Sofie, o Hau, o Calcifer ("Que foguinho lindo!"), até a velha bruxa... tantos personagens ricos e apaixonantes!