se você pudesse mudar o rumo da história, você o faria?
gosto dos roteiros do Tarantino pois são sempre redondinhos. desde meu encantamento com pulp fiction e aquela cronologia tipo quebra-cabeça que não tinha visto até então.
são sempre um círculo completo de dor, oportunidade e vingança. uma jornada do herói controversa que sempre me agrada muito. foi assim em kill bill, é assim em bastardos inglórios.
aquele soldado que matou vários e foi recrutado pelos bastardos. ou o jornalista/crítico de cinema que também concordou em colaborar com os planos do grupo.
gente de dentro que sabia o que acontecia, discordavam e foi isso aí.
insubordinação dissimulada (em partes) ainda é uma forma de resistência. começar a quebrar um sistema por dentro também é válido.
as cenas com humor são todas ótimas, mas óbvio que o GORLAMI é impagável. não CONSIGO.
minha única ressalva é que, mesmo sendo uma cena poética,
é melhor ter amado e perdido do que nunca ter amado? pra Marianne e Hélöise sim.
me lembrou muito quando a Sofia Coppola, ao comentar Lost In Translation, disse que queria fazer uma história íntima entre dois personagens e a ideia de que você pode conhecer alguém e passar poucos dias com ele e ser tão importante quanto alguém que você conhece há anos. porque é isso.
o afeto entre elas se desenrola tão "no tempo certo" que nem parece que passaram pouquíssimos dias juntas. é algo tímido, desconfiado (Hélöise que o diga), lento, calmo... como uma pedra chegando à beira do abismo e quando não há mais onde sustentar, ela cai em alta velocidade.
Marianne encarando Hélöise, seu vestido começando apegar fogo enquanto as outras entoam "fugere non possum"...
essa é insuperável. a energia é palpável. dá pra sentir a eletricidade no ar.
a própria tradução "não posso fugir", a inspiração da Céline Sciamma na frase do Nietzsche "quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar" faz todo sentido.
alguns sentimentos são mesmo profundos e esse é um deles. e não, nem todo mundo vai entender a imensidão disso. não precisam. o sentir compartilhado é o suficiente.
fiquei muito risadinhas quando lá pelo começo do filme notei (e não lembro de ter notado quando vi antes) que
a viu uma última vez e não foi vista por Hélöise. mas, Hélöise chorando e sentindo TUDO ao ouvir essa mesma música no teatro, ela não precisa do olhar alheio. ela sabe que, tão certo quanto seu auto retrato na página 28, a mesma na imagem de Hélöise naquela exposição,
como diria o tarantino em kill bill 1: "a vingança é um prato que se come frio. e, convenhamos, 5 anos e uns meses é tempo suficiente pra esse prato esfriar.
foi o que a Debbie Ocean fez. como ela mesma disse antes do grande roubo: nesse tempo todo na cadeia, cada vez ao repassar o plano em sua mente e ser capturada, ela reajustava - até ter o roubo perfeito.
já começa com um elenco de milhões (literalmente). seria muito difícil estragar um filme com tanta mulher maravilhosa aqui e, em último caso, o carisma delas seguraria muito bem as pontas. mas aí que tá: o filme superou qualquer expectativa que eu tivesse.
de cada a cena dela jurando querer uma vida simples e
indo IMEDIATAMENTE roubar uma loja e dar golpe num hotel.
mostrando o que veio depois: ela rouba porque é o que ela sabe fazer, é o negócio da família. e ela é MUITO boa nisso.
agora não dá pra negar (EU não ousaria) a tensão sexual entre a personagem da Sandra Bullock e a da Casa Blanchett. amizade sim, mas igual aquele meme AMIZADE das duas bonecas se agarrando.
e a Sandra faz quase um trabalho de assistência social, tirando cada uma de sua vida pacata e colocando na teta dos muito ricos. quase um Robin Hood mas as pobres são elas mesmas.
quanto mais revejo esse mais percebo uns furos aqui e ali principalmente no Met Gala, mas se for avaliar com a cabeça e não com o coração não vou curtir muita coisa. então não, obrigada. esse merece MUITO um lugar no camarote dos filmes mais divertidos que já vi.
matar quem tentou te matar não com uso da força, como ele o fez, mas de um jeito tanto patético (pela tranquilidade), como poderoso: a técnica que seu mentor não ensinou a ninguém, somente a ela.
e, acima de tudo, sem precisar de fato sujar as próprias mãos (afinal ele precisaria andar os 5 passos e só então morreria).
ela descobrindo que a filha ainda tá viva. não dá pra não emocionar ali. quase dá pra SENTIR o horror e a esperança por ver a filha viva ali, na sua frente.
e, pra mim, isso aqui já vale muito. imagina o conjunto da obra.
não que eu odiasse o filme, mas hoje faço as pazes com ele.
p.s.: os créditos finais são a coisa mais linda do mundo.
- como assim ela só mata 2/5 nesse filme???? na minha cabeça a contagem toda errada;
- também notei que confundi algumas cenas do 2º filme com esse. talvez pra mim ambos sejam um só, se o Tarantino disse que é QUEM sou eu para discordar;
- senti um pouco mais o passar do tempo dessa vez, mas disso já lembrava pois a ação é bem mais pontual (mesmo considerando esse mais movimentado e interessante que o 2º).
pra mim, continua não sendo o melhor do Tarantino, mas um grande filme. do tipo se voltasse aos cinemas por algum motivo que me foge à mente agora eu com certeza PAGARIA pra reassisti-lo (e isso já diz muito sobre).
finalmente história de sapatonas trambiqueiras ninguém aguenta mais história de sapatão triste queremos mais sapatonas assim enganando macho, dando golpe, atirando. TUDO
"Às vezes, aquilo que você mais quer não acontece. E, às vezes, o que você jamais espera, acontece. [...] Sei lá. Você conhece milhares de pessoas, e nenhuma delas toca fundo em você. Aí você conhece uma pessoa especial, e a sua vida muda para sempre."
"Escrevo só porque há uma voz dentro de mim que não se cala nunca'. Ela tinha 15 anos quando escreveu aquilo. E, no que me diz respeito, isso mostra o que você precisa saber sobre Sylvia."
Bastardos Inglórios
4.4 4,9K Assista Agorase você pudesse mudar o rumo da história, você o faria?
gosto dos roteiros do Tarantino pois são sempre redondinhos. desde meu encantamento com pulp fiction e aquela cronologia tipo quebra-cabeça que não tinha visto até então.
são sempre um círculo completo de dor, oportunidade e vingança. uma jornada do herói controversa que sempre me agrada muito. foi assim em kill bill, é assim em bastardos inglórios.
a tensão da cena inicial
com a Shosanna correndo por sua vida e lá na frente quando diz "eu tenho uma mensagem para a Alemanha..." e se vingando queimando os povo lá,
a morte do bigodudo desgraçado (vocês sabem quem)
e também as sutilezas como
o homem infernizando a vida da mulher sendo agressivo até pensar que ela enfim cedeu.
o destino político da guerra mais comentada da história sendo selado em uma negociação simples e até patética.
a natureza humana de buscar se livrar da responsabilidade por seus atos podres e ainda buscando benefícios e glória para si,
o homem é o lobo do homem e sabe muito bem quando e o por quê disso. uma prova é
aquele soldado que matou vários e foi recrutado pelos bastardos. ou o jornalista/crítico de cinema que também concordou em colaborar com os planos do grupo.
gente de dentro que sabia o que acontecia, discordavam e foi isso aí.
as cenas com humor são todas ótimas, mas óbvio que o GORLAMI é impagável. não CONSIGO.
minha única ressalva é que, mesmo sendo uma cena poética,
Shosanna merecia viver para ver o que causou. ela merecia isso.
adoro quando ele reescreve a história como todos nós um dia quisemos ao cogitar "E SE". como diz o personagem do Brad Pitt no final:
também acho que esse é uma das obras-primas do diretor.
visto em 20/04/2024
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 898 Assista Agoraé melhor ter amado e perdido do que nunca ter amado? pra Marianne e Hélöise sim.
me lembrou muito quando a Sofia Coppola, ao comentar Lost In Translation, disse que queria fazer uma história íntima entre dois personagens e a ideia de que você pode conhecer alguém e passar poucos dias com ele e ser tão importante quanto alguém que você conhece há anos. porque é isso.
o afeto entre elas se desenrola tão "no tempo certo" que nem parece que passaram pouquíssimos dias juntas. é algo tímido, desconfiado (Hélöise que o diga), lento, calmo... como uma pedra chegando à beira do abismo e quando não há mais onde sustentar, ela cai em alta velocidade.
tenho três diálogos preferidos:
1. "sozinha, senti a liberdade de que você falou. mas também senti a sua falta."
2. "quando você me perguntou se eu já tinha amado. eu senti que a resposta era 'sim', e que era agora."
3. "- está entediada?
- não. estou interessada em você."
e três cenas visuais queridinhas também:
1. Hélöise de costas na praia, a cena em si é uma pintura belíssima;
2. Marianne abraçando Hélöise por trás se acabando de chorar enquanto a gata lá estática, sem reação, e enfim, um beijo;
3. Marianne se desenhando no livro para Hélöise, no espelho estrategicamente colocado, numa sensualidade e delicadeza impecáveis.
mas a cena que dá nome ao filme,
Marianne encarando Hélöise, seu vestido começando apegar fogo enquanto as outras entoam "fugere non possum"...
a própria tradução "não posso fugir", a inspiração da Céline Sciamma na frase do Nietzsche "quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar" faz todo sentido.
alguns sentimentos são mesmo profundos e esse é um deles. e não, nem todo mundo vai entender a imensidão disso. não precisam. o sentir compartilhado é o suficiente.
fiquei muito risadinhas quando lá pelo começo do filme notei (e não lembro de ter notado quando vi antes) que
a música tocada no piano por Marianne é Vivaldi, Four Seasons: Summer. ela explicando o enredo da música me pegou muito.
a Marianne diz que
a viu uma última vez e não foi vista por Hélöise. mas, Hélöise chorando e sentindo TUDO ao ouvir essa mesma música no teatro, ela não precisa do olhar alheio. ela sabe que, tão certo quanto seu auto retrato na página 28, a mesma na imagem de Hélöise naquela exposição,
visto em 20/04/2024
Oito Mulheres e um Segredo
3.6 1,1K Assista Agoracomo diria o tarantino em kill bill 1: "a vingança é um prato que se come frio. e, convenhamos, 5 anos e uns meses é tempo suficiente pra esse prato esfriar.
foi o que a Debbie Ocean fez. como ela mesma disse antes do grande roubo: nesse tempo todo na cadeia, cada vez ao repassar o plano em sua mente e ser capturada, ela reajustava - até ter o roubo perfeito.
já começa com um elenco de milhões (literalmente). seria muito difícil estragar um filme com tanta mulher maravilhosa aqui e, em último caso, o carisma delas seguraria muito bem as pontas. mas aí que tá: o filme superou qualquer expectativa que eu tivesse.
de cada a cena dela jurando querer uma vida simples e
indo IMEDIATAMENTE roubar uma loja e dar golpe num hotel.
agora não dá pra negar (EU não ousaria) a tensão sexual entre a personagem da Sandra Bullock e a da Casa Blanchett. amizade sim, mas igual aquele meme AMIZADE das duas bonecas se agarrando.
e a Sandra faz quase um trabalho de assistência social, tirando cada uma de sua vida pacata e colocando na teta dos muito ricos. quase um Robin Hood mas as pobres são elas mesmas.
quanto mais revejo esse mais percebo uns furos aqui e ali principalmente no Met Gala, mas se for avaliar com a cabeça e não com o coração não vou curtir muita coisa. então não, obrigada. esse merece MUITO um lugar no camarote dos filmes mais divertidos que já vi.
uma coisa besta que não me conformo:
mesmo sabendo que a Anne Hathaway participa do golpe e o título sendo OITO mulheres e não SETE (as do grupo)
sem aprofundar muito nisso mas é bonito demais como a amizade entre mulheres é mostrada e funciona aqui. até porque mesmo
o roubo sendo uma vingança contra o ex,
aliás, esse é o único filme (de 3) que vi 2x no cinema em dias seguidos e de fato entrou pros meus favoritos. o que já diz muito.
por fim, queria muito que a gabs marx avaliasse este no índice LRS. fica o apelo.
visto em 19/04/2024
Kill Bill: Volume 2
4.2 1,5K Assista Agorasempre achei esse inferior ao 1º filme, mas sem saber muito bem o porquê.
talvez pelo ritmo consideravelmente mais lento, por ter menos cenas de ação e mostrar mais da história dos demais personagens
(que, incrivelmente aqui ela mata 3/5 em sua vingança, mais do que no filme anterior).
hoje, essas "fraquezas" pegaram pra mim como o ponto forte do filme.
esse é bem mais contemplativo. mais tempo para entender as motivações dela, partindo do
massacre na capela (que no outro ainda parecia um mito)
da 1ª vez que assisti achei meio meh como ela mata o Bill pois tanta expectativa em cima da morte, mas fez sentido.
matar quem tentou te matar não com uso da força, como ele o fez, mas de um jeito tanto patético (pela tranquilidade), como poderoso: a técnica que seu mentor não ensinou a ninguém, somente a ela.
e, acima de tudo, sem precisar de fato sujar as próprias mãos (afinal ele precisaria andar os 5 passos e só então morreria).
agora uma cena que SEMPRE me pega é
ela descobrindo que a filha ainda tá viva. não dá pra não emocionar ali. quase dá pra SENTIR o horror e a esperança por ver a filha viva ali, na sua frente.
não que eu odiasse o filme, mas hoje faço as pazes com ele.
p.s.: os créditos finais são a coisa mais linda do mundo.
visto em 14/04/2024
Kill Bill: Volume 1
4.2 2,3K Assista Agoranão revia esse há algum tempo e de cara lembrei porque curtia tanto.
lembro que foi meu primeiro do Tarantino. a primeira vez que vi fiquei FASCINADA e, mesmo após tanto tempo sem rever, a magia dele ainda existe.
agora algumas coisas que tinha esquecido pois MUITO TEMPO sem ver:
- como assim ela só mata 2/5 nesse filme???? na minha cabeça a contagem toda errada;
- também notei que confundi algumas cenas do 2º filme com esse. talvez pra mim ambos sejam um só, se o Tarantino disse que é QUEM sou eu para discordar;
- senti um pouco mais o passar do tempo dessa vez, mas disso já lembrava pois a ação é bem mais pontual (mesmo considerando esse mais movimentado e interessante que o 2º).
pra mim, continua não sendo o melhor do Tarantino, mas um grande filme. do tipo se voltasse aos cinemas por algum motivo que me foge à mente agora eu com certeza PAGARIA pra reassisti-lo (e isso já diz muito sobre).
visto em 13/04/2024
Vjeran Tomic: O Homem-Aranha de Paris
3.3 3 Assista AgoraARSÈNE LUPIN DA VIDA REAL
Meninas Malvadas
3.2 179 Assista Agorafilmes cringe DEMAIS mas com momentos ótimos como
a cena da auli'i (janis) cantando perto do final
a cena do baile muito bonitinha.
lindsay lohan aparecendo DO NADA tbm fiquei AAAAAAAAAAAA!!!
dito isso. MINHA CASA E EU SERVIMOS A RENEÉ RAPP. DEUSA
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista Agorarever esse com mãe é OUTRA coisa
Eileen
3.0 54 Assista Agoraquem reclamou por esperar romance sáfico não leu o livro né
O Sequestro do Voo 375
3.8 189 Assista Agorao aviso final sobre o Osama bin Laden e Al-Qaeda terem estudado esse caso antes dos ataques no 11 de setembro me pegou MUITO
Addicted to Fresno
2.7 17 Assista Agoranão sabia que precisava do casal natasha lyonne e aubrey plaza até ter o casal natasha lyonne e aubrey plaza
Jogos Mortais X
3.4 473 Assista Agoranão sabia que o jigsaw era coach
O Casamento do Meu Melhor Amigo
3.4 900 Assista Agoraeu também quero um george pra mim
Ligadas pelo Desejo
3.5 174 Assista Agorafinalmente história de sapatonas trambiqueiras ninguém aguenta mais história de sapatão triste queremos mais sapatonas assim enganando macho, dando golpe, atirando. TUDO
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraFILME DO ANO!!!!
A Pior Pessoa do Mundo
4.0 599 Assista AgoraMe identifiquei mais do que gostaria.............
Sei nem o que sentir. Trilha sonora incrível.
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista Agorabergman, o goffman do cinema
A Dama Oculta
4.0 142 Assista Agoravários desconhecidos num trem uma mulher desaparecida,
uma conspiração, gente mentindo pra passar a perna nos outros, venenos
the lady vanishes seria fácil um livro da Agatha Christie, até a velha é A CARA dela
Drive My Car
3.9 378 Assista Agora"Tenho certeza que a verdade, não importa qual seja, não é tão assustadora. O que mais assusta é não conhecê-la."
Amor e Outras Drogas
3.6 2,5K Assista AgoraNão tem UMA vez que eu não chore nesse final meu deussss
"Às vezes, aquilo que você mais quer não acontece. E, às vezes, o que você jamais espera, acontece. [...] Sei lá. Você conhece milhares de pessoas, e nenhuma delas toca fundo em você. Aí você conhece uma pessoa especial, e a sua vida muda para sempre."
Aff ♥
Reassisti em 13/09/21
Sylvia Plath: Inside the Bell Jar
4.3 1"Escrevo só porque há uma voz dentro de mim que não se cala nunca'. Ela tinha 15 anos quando escreveu aquilo. E, no que me diz respeito, isso mostra o que você precisa saber sobre Sylvia."
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista Agorareassisti DESESPERADA com o tanto de expectativa que botam na clementine pelo amor de deus a mulher só quer um pingo de paz
Fuja
3.4 1,1K Assista Agorasocorro
the act sem assassinato
Onde Fica o Paraíso
4.1 69 Assista AgoraTUDO LINDO MAS ESSE FINAL MEU DEUS QUE COISA MAIS LINDA