"Evidências físicas podem contar uma história boa com uma língua torta."
Roteiro perfeito, que prende do início ao fim, dá umas voltas no cérebro quando a gente pensa que desvendou algo e mostra que nem tudo é tão "preto no branco". Tá no mesmo nível de Parasita, mas não leva estatueta de Melhor Roteiro Original porque não é algo "novo"... Sem dúvidas, um dos melhores roteiros dessa edição do Oscar.
"Estamos vendo a globalização da indiferença. Há uma cultura de conflito que nos faz pensar em nós mesmos, que nos faz viver em bolhas...Onde o amor é insubstancial. Nos acostumamo com o sofrimento dos outros, ele não nos afeta. Ninguém se sente responsável. Quem é responsável pelo sangue dos nossos irmãos e irmãs? Dos refugiados no Mediterrâneo?
'Não tenho nada a ver com isso, deve ser outra pessoa, com certeza não sou eu.'
Quando ninguém é o culpado, todo mundo é culpado."
meu deus FINALMENTE um filme de época em que não resumiram a protagonista à necessidade de casar com um macho e sim que tem várias outras ambições na vida!!!
Louisa May Alcott certamente uma mulher à frente de seu tempo, e a adaptação só aumentou minha vontade de ler o livro.
Saoirse Ronan se superou nesse filme aqui, inclusive - e o meu diálogo favorito:
"— Mas você o ama? — Me importo mais em ser amada. Eu quero ser amada. — Não é a mesma coisa que amar. — Eu sei. Eu só... Eu só acho que... Mulheres... Elas têm mentes, e almas, também corações e elas têm ambições e talento, assim como a beleza. E eu estou cheia dos dizeres que a mulher só serve para amar. Estou cheia!"
"Aceitamos um pai imperfeito. Vamos admitir: o conceito de bom pai foi inventado há uns 30 anos. Antes disso, esperava-se que fossem caladões, ausentes, irresponsáveis e egoístas. A gente diz que quer que eles mudem. Mas, bem lá no fundo, a gente os aceita. Nós os amamos por esses defeitos, mas as pessoas não aceitam esses defeitos numa mãe. Nem estruturalmente nem espiritualmente. Porque a base dessa nossa baboseira judaico-cristã é Maria, mãe de Jesus, e ela é perfeita. Uma virgem que dá à luz, apoia o filho incondicionalmente e o abraça quando ele morre. E o pai nem dá as caras. Ele sequer comeu a mãe. Deus está no Céu. Deus é o pai e Deus sequer apareceu. Então precisa ser perfeita. Charlie pode ser um fodido, não importa. Você sempre será julgada um nível acima. É muita sacanagem, mas é assim que a banda toca."
Não entendo quem criticou esse filme baseado no "pouco tempo de tela" da Margot Robbie, ou insinuou que a história da Sharon Tate não foi suficientemente bem trabalhada. Na moral, não é possível que quem já assistiu outros filmes do Tarantino não tenha adorado esse final, fazendo jus a esse jeitinho do Tarantino de
"Um dos maiores juristas do mundo, o juiz Learned Hand, disse que o espírito da Liberdade imbuído em nossa Constituição deve, antes e acima de tudo, estar nos corações dos homens e mulheres que compõem esta grande nação. Uma comunidade onde os 'menores' deve ser ouvidos e levados em conta, lado a lado aos 'maiores'. Manterei esta sabedoria norteando meu discernimento enquanto for capaz de servir à Justiça."
"Algumas coisas são melhores se guardadas para si mesmo, mesmo que sejam brilhantes."
Não dá pra não criar certa simpatia pela personagem durante o filme inteiro, mesmo quando o seu lado golpista vem à tona: ela não faz isso por puro reconhecimento, mas para sobreviver mesmo, visto que seus livros são, como sua editora mesma diz, biografias que ninguém quer ler. E ela tá tão na merda, que realmente precisa entrar nesse negócio ilegal de forjar cartas de escritores famosos a colecionadores tão cegos por possuir um artefato único, que, a princípio, nem percebem que são falsas. E essa simpatia consegue aumentar quando a Lee inicia uma quase amizade com a moça da livraria e até a se sentir mal por enganá-la (e a tantos outros). Todo o apreço que ela tem pelo gato e pelo Jack também demonstram toda essa humanidade existente nela. É alguém que queria tanto ter o seu trabalho como escritora levado a sério, mas acabou encontrando seu sustento e conforto em algo que vai totalmente contra o seu desejo de ser reconhecida. E o mais incrível é que ela toma tanto gosto por isso, até o ponto em que não consegue mais parar e realmente se envolve em atividades ainda mais criminosas, tal qual uma teia e não consegue mais se livrar até ser pega.
A história inteira é contada de uma forma que nem perde o ritmo, nem atropela demais. E é instigante (importantíssimo). Devo admitir que fiquei surpresa por ver Melissa McCarty em um papel que não é exatamente cômico (sua especialidade) e que conseguiu interpretar tão bem, de uma forma tão real e delicada, que agora (finalmente) entendo porque ela foi indicada na categoria de Melhor Atriz; e uma indicação digna. E que trilha sonora (à là trilhas dos filmes de Woody Allen)!!! QUE DIREÇÃO!!!
Relacionamentos abusivos podem ser mais sutis que imaginamos. Passei o filme inteiro pensando (sobre o marido): "tomara que morra", porque não é possível o inferno que este homem a fez passar. Abdicou do maior sonho por ele e, afinal, mal era reconhecida pelo próprio marido. O homem foi péssimo com a esposa, péssimo com o filho (que tinha uma imagem totalmente equivocada dele), um narcisista egoísta do pior tipo, além de
Glenn Close merece levar o Oscar como Melhor Atriz por ter sido o pilar principal do filme, mas ainda acho que poderia ter sido melhor. Senti como se ainda faltasse algo. A premissa de "o homem que é reconhecido simplesmente por ser homem mesmo que a sua esposa é que seja o talento da família" me lembrou bastante Big Eyes, só que mais fraco.
No mais, é uma lição que só confirma uma frase que a Lady Gaga citou certa vez: "Algumas mulheres escolhem seguir os homens, e outras escolhem seguir seus sonhos. Mas lembre-se de que sua carreira jamais acordará de manhã e dirá que não te ama mais".
É exaustivo em alguns momentos, mas intenso em todos. Grata à Yalitza Aparicio por essa atuação que me doeu no fundo da alma. O melhor, sem dúvida, é a forma como a relação entre a protagonista e a família é trabalhada, além das próprias desigualdades entre a comunidade da própria Cleo e a da família da patroa, além da paternidade negada e da solidão da própria Cleo. São relações viscerais, verdadeiras, dolorosas, angustiantes. É memorável que um filme mexicano concorra em tantas categorias no Oscar, não restringindo-se somente à categoria de Filme Estrangeiro. Finalmente a Academia possibilita que outros países contem suas histórias e sejam reconhecidos, e que, em tempos de xenofobia exarcebada, o mundo possa enxergá-los de forma humanizada.
“Sim, eu vivo num castelo, Tony! Sozinho! E brancos ricos me pagam para tocar piano porque isso faz com que se sintam cultos! Mas, assim que deixo o palco, volto a ser apenas mais um crioulo para eles! Porque essa é a verdadeira cultura deles. E sofro sozinho porque não sou aceito pela minha própria gente. Porque também não sou como eles! Então se não sou preto o bastante, nem sou branco ou homem o bastante, então diga-me, Tony, o que sou?”
A solidão do negro que não se encaixa nos estereótipos que lhes são atribuídos por sua cor e, principalmente, uma sociedade segregacionista que não se importa com ao menos garantir seus direitos básicos por simplesmente pensar que não os merecem, por não serem dignos de tal. Isso fica bem nítido durante o filme inteiro, desde cenas mais “leves” e cômicas como aquela em que
Tony Lyp fica pasmo por Don Shirley não gostar de comer frango frito, porque afinal, em sua concepção todos os negros gostam de comer frango frito, e que ele (Tony) sabe muito mais sobre o que é ser negro por conhecer melhor a “cultura” (estereótipos) destes (sem falar que nem mesmo no bendito Green Book de lugares que negros poderiam hospedar-se Don Shirley estivera seguro
vão parar em uma delegacia por culpa do próprio Tony, e Don Shirley é levado junto mesmo sem ter cometido erro algum, porque sua própria condição lhe acusa, e, mesmo conhecendo o governador (que lhe tirou de lá através da ligação), não é tratado como humano. Além disso, ainda há a questão da homossexualidade de Don Shirley, que, além de sofrer racismo, ainda sofre forte repreensão policial por sua orientação sexual, e estes policiais são “recompensados” por fazerem algo que não seria mais do que a obrigação deles.
O mais interessante é notar a relação com a atualidade, quando, em diversos momentos do filme, fica nítido que Tony Lip só “ajuda” Don Shirley por interesse próprio, e não por ter consciência de que aquilo que o rapaz sofre é totalmente errado. A cena que deixa isso mais explícito é aquela onde
ambos são parados por policiais, e Tony é acusado de ser, em parte, negro, e há então a agressão ao policial. Não porque Tony acha aquilo errado, mas sim porque se sentiu ofendido.
Isso demonstra bem uma realidade recorrente até hoje: várias pessoas que não se consideram racistas, mas continuam sendo em atitudes que, em geral, podem passar despercebidas. E esse é o tipo de gente mais difícil de conseguir realizar uma autocrítica e realmente tentar mudar sua própria postura.
No geral, não é exatamente um roteiro com muitas surpresas, mas por tratar da temática abordada e que a cada dia se torna de extrema importância, acaba por tornar-se uma aula de combate ao racismo e, principalmente, mostra que as pessoas podem mudar e se tornarem mais sensíveis ao sofrimento alheio. Não acho que o Viggo Mortensen ganhe o Oscar de Melhor Ator, mas com toda certeza esse Oscar de Melhor Ator Coadjuvante vem pro Mahershala Ali, porque não tem nem como não vir. Que atuação incrível! E que dupla! E QUE FILMÃO!!!
“À medida que o mundo se torna mais e mais confuso, tendemos a nos concentrar nas coisas que estão bem na nossa frente. Enquanto ignoramos as forças massivas que realmente mudam e moldam nossas vidas. Com pessoas trabalhando mais e mais horas, por menos e menos. Quando temos tempo livre, a última coisa que queremos é uma análise complicada do nosso governo, lobby, acordos internacionais de comércio e impostos. Portanto, não é surpresa que, quando um vice-presidente burocrático monótono chegou ao poder, dificilmente notamos. Como ele conseguiu uma posição de autoridade que muito poucos líderes na história da América já tiveram. Sempre mudando o curso da história para milhões e milhões de vidas. E ele fez isso como um fantasma. Com a maioria das pessoas não tendo ideia de quem ele é ou de onde ele veio."
Qualquer semelhança com a política brasileira não é mera coincidência! Mais atual, impossível. Só vem, Oscar de melhor ator pro Bale. E outro pra maquiagem e penteado, porque ele tá IRRECONHECÍVEL, sem falar que o Sam Rockwell tá A CARA DO BUSH!!!!!
E o que falar da atuação da Amy Adams? Tô torcendo tanto por essa estatueta aí, injustiçada, anjo sem defeitos.
"o cheeto laranja que você contratou é o Presidente (Trump) e ele está arruinando o país que você diz amar! (não só nos EUA como no BR também!!!) [...] Eu mal posso esperar para ver o novo filme de Velozes e Furiosos (crítica à futilidade e desinteresse americanos quanto à política)
“Apenas temos que confiar. Porque é isso que melhores amigos fazem.”
Vanellope é, de certa forma, uma personagem presa eternamente à infância, e ainda assim, nessa animação, é notável seu amadurecimento no que se refere a realmente impor a sua vontade, o seu sonho, ainda que para isso tivesse que ter divergências com seu melhor amigo, Ralph. Talvez isso seja até uma forma de demonstrar aos pais e às próprias crianças que estas também possuem sonhos que devem ser respeitados, ao invés de serem uma cópia fiel e realizarem os sonhos de seus pais (algo que - infelizmente - ainda acontece bastante).
Para além desse amadurecimento da personagem, o que mais me moveu no filme inteiro foi a forma como a amizade tóxica foi trabalhada, e principalmente frases marcantes como:
um leilão de um doritos com a cara da beyoncé a preços ABSURDOS
e a sala do cinema INTEIRA riu, bem como a subsequente crítica realizada ao consumo da própria internet - principalmente sobre o que viraliza (ou não) - afirmo que o filme também acertou em cheio nisso. E a parte das princesas naquela cena do trailer e até mesmo no final ao
Desconsiderando que o roteiro é fraco e muitas coisas nele presente são previsíveis, o que ficou mais forte, sem dúvidas, foi a mensagem sobre amizade e todas as referências realizadas.Não é o melhor filme de animação, não é um forte concorrente ao Oscar, mas é um filme que vale a pena ser assistido, seja por crianças, seja por adultos, pois em cada momento dele há algo a ser aprendido!
Elijah surpreende e choca um total de 0 pessoas hahaha Isso sem falar da atuação de Anya Taylor-Joy que eu só fico besta mesmo. Só não curti muito que tentaram enfiar várias personalidades pro McAvoy que deveriam ter sido melhor trabalhadas em Fragmentado, mas fora isso sou toda elogios ao rapaz.
"Existem forças desconhecidas que não querem que tomemos conhecimento do que realmente somos capazes. Não querem que saibamos que as coisas que suspeitamos serem extraordinárias sobre nós sejam verdade. Eu acredito que se todos virem o que uns poucos se tornaram quando compreenderam completamente seus dons, outros despertarão. A crença em si mesmo é contagiosa. Permitimos a nós mesmos sermos super heróis. Nunca despertaríamos se não fosse assim. Quem quer que sejam essas pessoas que não querem que saibamos a verdade, hoje vão perder."
Eu nem chorei, só me tremi todinha. Obrigada pelo mimo, Shyamalan.
"Você não pode hesitar. Pior que ser incompetente, ser cruel ou ser má, é ser indecisa."
A sutil transição entre a loucura abominável (como a psicopatia da Amanda) e a socialmente aceitável, escondida pelo véu das boas aparências das relações mais intensas (como a relação entre Lily e Mark).
Assisti logo após ter lido Garota, interrompida, e as associações entre as situações e personalidades descritas no livro servem como uma lupa para entender a própria personalidade da Amanda, suas motivações e a forma como é totalmente sincera, sem máscaras, ao interagir com a Lily; e também o modo como conseguiu despertar a mesma sinceridade e confiança captando nela algo que nutria (a raiva pelo padastro estendida até o ponto mais extremo). Fascinante.
"Quando acontecer, não fiquem bravos. Mantenham a calma. Respondam às perguntas, mas não digam nada a mais. Tirem as mãos dos bolsos. Se derrubarem algo, deixe a merda lá. Deixem a coisa onde está. Um dia vocês estarão comigo e com certeza vão nos parar. Não significa que fiz algo errado. Posso ter cometido uma infração ou posso não ter feito nada. Vão me ver com as mãos assim, no painel. Mantenham as mãos fixas. Mexer-se irrita a polícia. Se eu não estiver com vocês, perguntem por mim. Pode ficar perigoso, então não discutam com eles. Mas mantenham as mãos onde eles possam ver. É assim que vão agir. Estamos entendidos? E apesar de termos que lidar com isso, nunca esqueçam que é uma honra ser negro, porque viemos da grandeza."
Em tempos de racismo escancarado (e piorando a cada dia mais): atual, brutal e necessário. Um filme que TODOS deveriam assistir. Impossível passar por aqui sem refletir ou mudar algo em si mesmo. Aos que não vivenciam (dentre os quais me incluo), resta conscientizar, politizar e agir, mesmo nas situações mais cotidianas. São todos os socos no estômago e os dilemas que só quem vive é capaz de entender. Lembrar também de jamais desrespeitar o lugar de fala destes. Porque todo apoio é essencial, e, principalmente:
Onde Fica o Paraíso
4.2 70 Assista AgoraTUDO LINDO MAS ESSE FINAL MEU DEUS QUE COISA MAIS LINDA
Friends: A Reunião
4.3 330 Assista Agoratem uns momentos aleatórios DEMAIS mas ainda assim um presentão pros fãs!!!
quando a janice entrou e OH MY GOD eu AAAAAAAAA MEU DEUSSSSSS
Mank
3.2 462 Assista AgoraGARY OLDMAN É GIGANTE!
Anna: O Perigo Tem Nome
3.4 289 Assista Agoratem um plot twist no meu plot twist
O Poço
3.7 2,1K Assista Agorasó uma coisinha que tá martelando DEMAIS aqui na minha mente:
os 333 níveis seriam uma alusão à data de morte/crucificação de Cristo (Messias, papel conferido ao protagonista): 3 (de abril) do ano 33?
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista Agora"Senti na solidão a liberdade de que me falou. Mas também senti sua falta."
MEU.
DEUS.
Entre Facas e Segredos
4.0 1,5K Assista Agora"Evidências físicas podem contar uma história boa com uma língua torta."
Roteiro perfeito, que prende do início ao fim, dá umas voltas no cérebro quando a gente pensa que desvendou algo e mostra que nem tudo é tão "preto no branco". Tá no mesmo nível de Parasita, mas não leva estatueta de Melhor Roteiro Original porque não é algo "novo"... Sem dúvidas, um dos melhores roteiros dessa edição do Oscar.
Agatha Christie ficaria orgulhosa ♥
Dois Papas
4.1 962 Assista Agora"Estamos vendo a globalização da indiferença. Há uma cultura de conflito que nos faz pensar em nós mesmos, que nos faz viver em bolhas...Onde o amor é insubstancial. Nos acostumamo com o sofrimento dos outros, ele não nos afeta. Ninguém se sente responsável. Quem é responsável pelo sangue dos nossos irmãos e irmãs? Dos refugiados no Mediterrâneo?
'Não tenho nada a ver com isso, deve ser outra pessoa, com certeza não sou eu.'
Quando ninguém é o culpado, todo mundo é culpado."
FODA
Ford vs Ferrari
3.9 712 Assista AgoraÉ como o próprio Joaquin Phoenix disse em seu discurso lá no SAG Awards né: Bale nunca atuou mal, nem uma vez sequer pqp
"Se você não está ganhando, está perdendo."
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista Agorameu deus FINALMENTE um filme de época em que não resumiram a protagonista à necessidade de casar com um macho e sim que tem várias outras ambições na vida!!!
Louisa May Alcott certamente uma mulher à frente de seu tempo, e a adaptação só aumentou minha vontade de ler o livro.
Saoirse Ronan se superou nesse filme aqui, inclusive - e o meu diálogo favorito:
"— Mas você o ama?
— Me importo mais em ser amada. Eu quero ser amada.
— Não é a mesma coisa que amar.
— Eu sei. Eu só... Eu só acho que... Mulheres... Elas têm mentes, e almas, também corações e elas têm ambições
e talento, assim como a beleza. E eu estou cheia dos dizeres
que a mulher só serve para amar. Estou cheia!"
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista Agora"Aceitamos um pai imperfeito. Vamos admitir: o conceito de bom pai foi inventado há uns 30 anos. Antes disso, esperava-se que fossem caladões, ausentes, irresponsáveis e egoístas. A gente diz que quer que eles mudem. Mas, bem lá no fundo, a gente os aceita. Nós os amamos por esses defeitos, mas as pessoas não aceitam esses defeitos numa mãe. Nem estruturalmente nem espiritualmente. Porque a base dessa nossa baboseira judaico-cristã é Maria, mãe de Jesus, e ela é perfeita. Uma virgem que dá à luz, apoia o filho incondicionalmente e o abraça quando ele morre. E o pai nem dá as caras. Ele sequer comeu a mãe. Deus está no Céu. Deus é o pai e Deus sequer apareceu. Então precisa ser perfeita. Charlie pode ser um fodido, não importa. Você sempre será julgada um nível acima. É muita sacanagem, mas é assim que a banda toca."
LAURA DERN, EU TE VENERO!!!
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraQue trilha sonora MARAVILHOSA é essa aqui??? ♥
"Let everything happen to you
Beauty and terror
Just keep going
No feeling is final."
— Rainer Maria Rilke
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraNão entendo quem criticou esse filme baseado no "pouco tempo de tela" da Margot Robbie, ou insinuou que a história da Sharon Tate não foi suficientemente bem trabalhada. Na moral, não é possível que quem já assistiu outros filmes do Tarantino não tenha adorado esse final, fazendo jus a esse jeitinho do Tarantino de
corrigir "injustiças históricas" à lá Bastardos Inglórios, o bixim véi incompreendido hahaha
É sim, meio arrastado em algumas partes, mas olha, o filme é todo lindo. Parabéns aos envolvidos.
Grande Menina, Pequena Mulher
3.6 773 Assista Agora"Other people always let you down. Why don't you forget them and do something for yourself?"
EITA.
A Juíza
4.0 42 Assista Agora"Um dos maiores juristas do mundo, o juiz Learned Hand, disse que o espírito da Liberdade imbuído em nossa Constituição deve, antes e acima de tudo, estar nos corações dos homens e mulheres que compõem esta grande nação. Uma comunidade onde os 'menores' deve ser ouvidos e levados em conta, lado a lado aos 'maiores'. Manterei esta sabedoria norteando meu discernimento enquanto for capaz de servir à Justiça."
QUE MULHER INSPIRADORA E INCRÍVEL!!!
Poderia Me Perdoar?
3.6 266"Algumas coisas são melhores se guardadas para si mesmo, mesmo que sejam brilhantes."
Não dá pra não criar certa simpatia pela personagem durante o filme inteiro, mesmo quando o seu lado golpista vem à tona: ela não faz isso por puro reconhecimento, mas para sobreviver mesmo, visto que seus livros são, como sua editora mesma diz, biografias que ninguém quer ler. E ela tá tão na merda, que realmente precisa entrar nesse negócio ilegal de forjar cartas de escritores famosos a colecionadores tão cegos por possuir um artefato único, que, a princípio, nem percebem que são falsas. E essa simpatia consegue aumentar quando a Lee inicia uma quase amizade com a moça da livraria e até a se sentir mal por enganá-la (e a tantos outros). Todo o apreço que ela tem pelo gato e pelo Jack também demonstram toda essa humanidade existente nela. É alguém que queria tanto ter o seu trabalho como escritora levado a sério, mas acabou encontrando seu sustento e conforto em algo que vai totalmente contra o seu desejo de ser reconhecida. E o mais incrível é que ela toma tanto gosto por isso, até o ponto em que não consegue mais parar e realmente se envolve em atividades ainda mais criminosas, tal qual uma teia e não consegue mais se livrar até ser pega.
A história inteira é contada de uma forma que nem perde o ritmo, nem atropela demais. E é instigante (importantíssimo). Devo admitir que fiquei surpresa por ver Melissa McCarty em um papel que não é exatamente cômico (sua especialidade) e que conseguiu interpretar tão bem, de uma forma tão real e delicada, que agora (finalmente) entendo porque ela foi indicada na categoria de Melhor Atriz; e uma indicação digna. E que trilha sonora (à là trilhas dos filmes de Woody Allen)!!! QUE DIREÇÃO!!!
A Esposa
3.8 557 Assista AgoraRelacionamentos abusivos podem ser mais sutis que imaginamos. Passei o filme inteiro pensando (sobre o marido): "tomara que morra", porque não é possível o inferno que este homem a fez passar. Abdicou do maior sonho por ele e, afinal, mal era reconhecida pelo próprio marido. O homem foi péssimo com a esposa, péssimo com o filho (que tinha uma imagem totalmente equivocada dele), um narcisista egoísta do pior tipo, além de
quase trair Joan em vários momentos
Glenn Close merece levar o Oscar como Melhor Atriz por ter sido o pilar principal do filme, mas ainda acho que poderia ter sido melhor. Senti como se ainda faltasse algo. A premissa de "o homem que é reconhecido simplesmente por ser homem mesmo que a sua esposa é que seja o talento da família" me lembrou bastante Big Eyes, só que mais fraco.
No mais, é uma lição que só confirma uma frase que a Lady Gaga citou certa vez: "Algumas mulheres escolhem seguir os homens, e outras escolhem seguir seus sonhos. Mas lembre-se de que sua carreira jamais acordará de manhã e dirá que não te ama mais".
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraÉ exaustivo em alguns momentos, mas intenso em todos. Grata à Yalitza Aparicio por essa atuação que me doeu no fundo da alma. O melhor, sem dúvida, é a forma como a relação entre a protagonista e a família é trabalhada, além das próprias desigualdades entre a comunidade da própria Cleo e a da família da patroa, além da paternidade negada e da solidão da própria Cleo. São relações viscerais, verdadeiras, dolorosas, angustiantes. É memorável que um filme mexicano concorra em tantas categorias no Oscar, não restringindo-se somente à categoria de Filme Estrangeiro. Finalmente a Academia possibilita que outros países contem suas histórias e sejam reconhecidos, e que, em tempos de xenofobia exarcebada, o mundo possa enxergá-los de forma humanizada.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraAcho que se quisesse captar a ideia central do filme, estaria nesse trecho que, para mim, foi o mais pesado durante todo o filme:
“Sim, eu vivo num castelo, Tony! Sozinho! E brancos ricos me pagam para tocar piano porque isso faz com que se sintam cultos! Mas, assim que deixo o palco, volto a ser apenas mais um crioulo para eles! Porque essa é a verdadeira cultura deles. E sofro sozinho porque não sou aceito pela minha própria gente. Porque também não sou como eles! Então se não sou preto o bastante, nem sou branco ou homem o bastante, então diga-me, Tony, o que sou?”
A solidão do negro que não se encaixa nos estereótipos que lhes são atribuídos por sua cor e, principalmente, uma sociedade segregacionista que não se importa com ao menos garantir seus direitos básicos por simplesmente pensar que não os merecem, por não serem dignos de tal. Isso fica bem nítido durante o filme inteiro, desde cenas mais “leves” e cômicas como aquela em que
Tony Lyp fica pasmo por Don Shirley não gostar de comer frango frito, porque afinal, em sua concepção todos os negros gostam de comer frango frito, e que ele (Tony) sabe muito mais sobre o que é ser negro por conhecer melhor a “cultura” (estereótipos) destes (sem falar que nem mesmo no bendito Green Book de lugares que negros poderiam hospedar-se Don Shirley estivera seguro
vão parar em uma delegacia por culpa do próprio Tony, e Don Shirley é levado junto mesmo sem ter cometido erro algum, porque sua própria condição lhe acusa, e, mesmo conhecendo o governador (que lhe tirou de lá através da ligação), não é tratado como humano. Além disso, ainda há a questão da homossexualidade de Don Shirley, que, além de sofrer racismo, ainda sofre forte repreensão policial por sua orientação sexual, e estes policiais são “recompensados” por fazerem algo que não seria mais do que a obrigação deles.
O mais interessante é notar a relação com a atualidade, quando, em diversos momentos do filme, fica nítido que Tony Lip só “ajuda” Don Shirley por interesse próprio, e não por ter consciência de que aquilo que o rapaz sofre é totalmente errado. A cena que deixa isso mais explícito é aquela onde
ambos são parados por policiais, e Tony é acusado de ser, em parte, negro, e há então a agressão ao policial. Não porque Tony acha aquilo errado, mas sim porque se sentiu ofendido.
No geral, não é exatamente um roteiro com muitas surpresas, mas por tratar da temática abordada e que a cada dia se torna de extrema importância, acaba por tornar-se uma aula de combate ao racismo e, principalmente, mostra que as pessoas podem mudar e se tornarem mais sensíveis ao sofrimento alheio. Não acho que o Viggo Mortensen ganhe o Oscar de Melhor Ator, mas com toda certeza esse Oscar de Melhor Ator Coadjuvante vem pro Mahershala Ali, porque não tem nem como não vir. Que atuação incrível! E que dupla! E QUE FILMÃO!!!
Vice
3.5 488 Assista Agora“À medida que o mundo se torna mais e mais confuso, tendemos a nos concentrar nas coisas que estão bem na nossa frente. Enquanto ignoramos as forças massivas que realmente mudam e moldam nossas vidas. Com pessoas trabalhando mais e mais horas, por menos e menos. Quando temos tempo livre, a última coisa que queremos é uma análise complicada do nosso governo, lobby, acordos internacionais de comércio e impostos. Portanto, não é surpresa que, quando um vice-presidente burocrático monótono chegou ao poder, dificilmente notamos. Como ele conseguiu uma posição de autoridade que muito poucos líderes na história da América já tiveram. Sempre mudando o curso da história para milhões e milhões de vidas. E ele fez isso como um fantasma. Com a maioria das pessoas não tendo ideia de quem ele é ou de onde ele veio."
Qualquer semelhança com a política brasileira não é mera coincidência!
Mais atual, impossível. Só vem, Oscar de melhor ator pro Bale. E outro pra maquiagem e penteado, porque ele tá IRRECONHECÍVEL, sem falar que o Sam Rockwell tá A CARA DO BUSH!!!!!
E o que falar da atuação da Amy Adams? Tô torcendo tanto por essa estatueta aí, injustiçada, anjo sem defeitos.
E essa cena pós-crédito aí???
"o cheeto laranja que você contratou é o Presidente (Trump) e ele está arruinando o país que você diz amar! (não só nos EUA como no BR também!!!) [...] Eu mal posso esperar para ver o novo filme de Velozes e Furiosos (crítica à futilidade e desinteresse americanos quanto à política)
GENIAL
WiFi Ralph: Quebrando a Internet
3.7 739 Assista Agora“Apenas temos que confiar. Porque é isso que melhores amigos fazem.”
Vanellope é, de certa forma, uma personagem presa eternamente à infância, e ainda assim, nessa animação, é notável seu amadurecimento no que se refere a realmente impor a sua vontade, o seu sonho, ainda que para isso tivesse que ter divergências com seu melhor amigo, Ralph. Talvez isso seja até uma forma de demonstrar aos pais e às próprias crianças que estas também possuem sonhos que devem ser respeitados, ao invés de serem uma cópia fiel e realizarem os sonhos de seus pais (algo que - infelizmente - ainda acontece bastante).
Para além desse amadurecimento da personagem, o que mais me moveu no filme inteiro foi a forma como a amizade tóxica foi trabalhada, e principalmente frases marcantes como:
“Não é certo impedir um amigo de realizar seus sonhos. Você não é dono dele. Não é assim que a amizade funciona.”
ele era demasiadamente carente e inseguro, e, ao por fim na própria insegurança, foi capaz de melhorar a relação com sua amiga, Vanellope.
E o que falar das referências à internet e à cultura pop? Quando DO NADA aparece simplesmente
um leilão de um doritos com a cara da beyoncé a preços ABSURDOS
ajudar o Ralph quando ele cai
Desconsiderando que o roteiro é fraco e muitas coisas nele presente são previsíveis, o que ficou mais forte, sem dúvidas, foi a mensagem sobre amizade e todas as referências realizadas.Não é o melhor filme de animação, não é um forte concorrente ao Oscar, mas é um filme que vale a pena ser assistido, seja por crianças, seja por adultos, pois em cada momento dele há algo a ser aprendido!
“Todas as amizades mudam. Mas as boas ficam mais fortes por causa disso."
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraElijah surpreende e choca um total de 0 pessoas hahaha Isso sem falar da atuação de Anya Taylor-Joy que eu só fico besta mesmo. Só não curti muito que tentaram enfiar várias personalidades pro McAvoy que deveriam ter sido melhor trabalhadas em Fragmentado, mas fora isso sou toda elogios ao rapaz.
E que final foi esse, meu patrão?
"Existem forças desconhecidas que não querem que tomemos conhecimento do que realmente somos capazes. Não querem que saibamos que as coisas que suspeitamos serem extraordinárias sobre nós sejam verdade. Eu acredito que se todos virem o que uns poucos se tornaram quando compreenderam completamente seus dons, outros despertarão. A crença em si mesmo é contagiosa. Permitimos a nós mesmos sermos super heróis. Nunca despertaríamos se não fosse assim. Quem quer que sejam essas pessoas que não querem que saibamos a verdade, hoje vão perder."
Eu nem chorei, só me tremi todinha.
Obrigada pelo mimo, Shyamalan.
Puro-Sangue
3.2 232 Assista Agora"Você não pode hesitar. Pior que ser incompetente, ser cruel ou ser má, é ser indecisa."
A sutil transição entre a loucura abominável (como a psicopatia da Amanda) e a socialmente aceitável, escondida pelo véu das boas aparências das relações mais intensas (como a relação entre Lily e Mark).
Assisti logo após ter lido Garota, interrompida, e as associações entre as situações e personalidades descritas no livro servem como uma lupa para entender a própria personalidade da Amanda, suas motivações e a forma como é totalmente sincera, sem máscaras, ao interagir com a Lily; e também o modo como conseguiu despertar a mesma sinceridade e confiança captando nela algo que nutria (a raiva pelo padastro estendida até o ponto mais extremo).
Fascinante.
O Ódio que Você Semeia
4.3 457"Quando acontecer, não fiquem bravos. Mantenham a calma. Respondam às perguntas, mas não digam nada a mais. Tirem as mãos dos bolsos. Se derrubarem algo, deixe a merda lá. Deixem a coisa onde está. Um dia vocês estarão comigo e com certeza vão nos parar. Não significa que fiz algo errado. Posso ter cometido uma infração ou posso não ter feito nada. Vão me ver com as mãos assim, no painel. Mantenham as mãos fixas. Mexer-se irrita a polícia. Se eu não estiver com vocês, perguntem por mim.
Pode ficar perigoso, então não discutam com eles. Mas mantenham as mãos onde eles possam ver. É assim que vão agir. Estamos entendidos? E apesar de termos que lidar com isso, nunca esqueçam que é uma honra ser negro, porque viemos da grandeza."
Em tempos de racismo escancarado (e piorando a cada dia mais): atual, brutal e necessário. Um filme que TODOS deveriam assistir. Impossível passar por aqui sem refletir ou mudar algo em si mesmo. Aos que não vivenciam (dentre os quais me incluo), resta conscientizar, politizar e agir, mesmo nas situações mais cotidianas. São todos os socos no estômago e os dilemas que só quem vive é capaz de entender. Lembrar também de jamais desrespeitar o lugar de fala destes. Porque todo apoio é essencial, e, principalmente:
"Não é o ódio que você semeia; é o ódio que nós semeamos. Mas podemos quebrar o ciclo."