Nas palavras do diretor uma "fantasia musical sobre a vida de Elton John" lançado o ano passado e eu só assisti agora. Não espere uma biografia linear, esse é um filme com muito mais ambição artística, ele utiliza de alegorias, de camadas de linguagem visual para contar a sua história. É impossível assistir e não comparar com Bohemian Rhapsody (além de que o diretor de Rocketman foi quem concebeu a ideia e assumiu a finalização do filme do Queen após a saída de Bryan Singer, apesar de não creditado) eu só posso dizer que esse é um FILME muito melhor. Ousado, honesto, não tem medo de retratar as pessoas de maneira complexa e tocar em temas controversos, desde a primeira cena na apresentação ao recurso utilizado para contar essa história é genial. Como saímos da zona do ser Elton John, para conhecer a pessoas, sonhos e fraquezas da pessoa Elton John/ Reggie Dwight. Além do que Taron Egerton canta, dança e atua fazendo, possivelmente, o papel da sua carreira.
Conta a história de supostos encontros entre o Papa Emérito Bento XVI e o Papa Francisco I, suas diferenças ideológicas, as dificuldades de ser a autoridade máxima da igreja católica, permeando suavemente os escândalos sobre vazamento de informações, corrupção e estupro dentro da igreja. O roteiro é inteligente e se foca nas grandes atuações de Anthony Hopkins e Jonathan Pryce e na química que os dois tem atuando. Muito legal ver a entrevista que o diretor deu para o site Omelete contando da diferença de método que os atores utilizam. O filme peca por uma espécie de maniqueísmo infantil entre o "antigo" e o "novo"
, parece que tentando justificar as ações, do então, Padre Jorge Bergoglio durante a ditadura militar Argentina e o pintando como um homem mais próximo da humildade e da santidade
. Ainda assim uma produção cinematográfica acima da média.
Coringa (Joker) filme polêmico que vem alimentando discussões desde antes da sua estreia e conta uma das histórias de origem do vilão mais icônico da história dos quadrinhos. Primeiramente vamos deixar claro alguns pontos, não é um filme prazeroso de assistir, o melhor adjetivo para a minha experiência com ele foi desconfortável. Não é um filme em hipótese alguma para crianças, respeite a classificação indicativa e, se puder, seja até mais exigente do que isso. Também não é um filme para pessoas vulneráveis ao suicídio, pode sim, conter gatilhos. O grande mérito do filme, além da atuação magistral do Joaquim Phoenix (por enquanto minha torcida para o Oscar já tá organizada) é a imprevisibilidade tão marcante do personagem,
, será que ele de alguma forma tem um discurso legítimo, será que ele é uma vítima social ou um psicopata na sua essência. O diretor é excepcional em seus cortes, zooms, na ambiência, fotografia e inclusive em perigosamente usar artifícios de empatia para com o personagem, nos fazendo compreender seu ponto de vista
(na cena do anão o diretor nos faz ter vontade de rir em um momento totalmente inapropriado, nos fazendo entender um pouco do problema do Arthur Fleck)
Contudo, é importante sempre termos claros que acima de tudo Coringa é, e sempre será, o Vilão! E é impossível não ter medo quando ele finalmente assume a alcunha. A experiência cinematográfica é profunda e inquietante e para mim esse é o papel da arte.
O roteiro tropeça no ritmo desbalanceado e nas escolhas que faz, o que é uma pena já que Richard Curtis assina o roteiro da minha comédia romântica favorita de todos os tempos About Time. Entretanto, as canções são o que há de mais maravilhoso, se você não gosta deles pode julgar o filme mediano pra ruim, mas se você gosta não tem como se manter imune a Yesterday, Hey Jude, Back in the USSR sendo reapresentadas ao mundo.
O tão esperado filme da Capitã Marvel, eu estava bem animada para esse filme, mas talvez, animada demais. O filme apresenta um roteiro mediano que tentou inovar na maneira não linear de contar uma história de origem, mas que acabou afetado por ser confuso
. A direção sem personalidade é outra característica forte e peca inclusive nas cenas de lutas. Que só se tornam mais problemáticas com a montagem cheia de cortes frenéticos e desnecessários. Esse é o penúltimo filme da fase 3 da Marvel, não é possível que não saibam fazer uma cena de luta realmente empolgante! O CGI em geral deixa a desejar, não está feio, porém, esperava mais capricho (com exceção do Samuel L. Jackson que tá perfeito a computação para rejuvenesce-lo).
O vilão é um dos mais fracos de todo MCU e olha que tivemos vilões fracos hein?
E a Brie Larson, não sei se ela estava envergonhada, se não conseguiu captar a essência da personagem ou foi mal dirigida, mas faltou alguma coisa. Então você odiou o filme? Não, eu gostei do filme no geral, ele entretém e tem o papel importante de ter uma protagonista feminina, sem estereótipos, sem par romântico, sem sensualidade aflorada, que tanto na sua carreira mundana quanto como heroína impõe quebra de comportamentos. Que possui sororidade. Um filme de quadrinhos que passa no teste de Bechdel! Contudo, eu esperava muito mais, faltou capricho e amor por esse filme, acho que eles erraram o timing na realização. Ah o Goose tá sensacional
O seu roteiro é baseado nas memórias de infância do diretor Alfonso Cuarón, trazendo um ano da vida de uma empregada doméstica de uma família de classe média. Confesso que deixei para assisti-lo por último por que achei que seria difícil, mas apesar de ter uma narrativa lenta e contemplativa, especialmente no primeiro ato, da sua metade para frente existe uma crescente que nos conecta na história e nos entrega ao final dela tocados. O diretor utiliza de detalhes simples e triviais, planos longos, câmera parada com alguns movimentos horizontais para nos fazer sair da zona de conforto dos privilegiados, realizar um exercício de empatia e enxergar o mundo através da ótica de uma protagonista invisível, como tantas outras pessoas da nossa sociedade. E esse intuito do diretor se mostra quando ele não permite a legenda de idiomas que ela não fala. Somos convidados a sentar e ver todas aquelas cenas passar sem explicações além do que ela consegue entender. E dessa maneira ele aproveita para discutir o desamparo masculino, o trabalho doméstico infindável, as diferenças de classes
. Existe uma controvérsia muito grande sobre a indicação de Yalitza Aparício ao Oscar, acredito que se sua atuação foi fruto de uma composição de personagem irretocável ou mérito do diretor que ao seguir o neorrealismo italiano escolheu uma pessoa perfeita para o papel, a atuação que assistimos em tela é digna de aplausos.
O protagonista aqui é completamente sem carisma, apático e calculista, que mostra características que o tornaram uma proeminente figura política. Destaque para Bale, reconhecido como um camaleão nos filmes que faz, que além da mudança física aposta e acerta na mudança de voz e progressão dessa com o envelhecimento do personagem transparecendo o aprimoramento de suas habilidades políticas, talvez seu maior empecilho para ganhar na categoria melhor ator seja o favorito Rami Malek. Amy Adams e Steve Carell tem o objetivo de contrapor essa quase completa apatia, especialmente, Amy como a esposa do protagonista aparece muito bem em seu papel, porém sem chances de ganhar esse Oscar. A montagem do filme é frenética e ajuda no tom sarcástico, sendo um dos favoritos a estatueta nessa categoria. Agora o que pesa no filme é o roteiro confuso que apela para diversos artifícios como a não linearidade, metáforas explícitas, artificialidade, prejudicando as atuações e o filme como um todo, apesar de ter boas sacadas. De todos os indicados a melhor filme, apesar de interessante historicamente, esse talvez seja o mais fraco.
o plot teria tudo para tendenciar a extremos, mas na mão do diretor Spike Lee, que controla sua característica de discursos excessivos, consegue uma obra sarcástica e ácida sem deixar de ser um ótimo entretenimento. O diretor opta por uma estética com fotografia, música, ambientação e figurino que fazem referência ao movimento cinematográfico Blackploitation do início da década de 70, deixando o agradável e muito bonito. Ele utiliza dos personagens do núcleo supremacista para mostrar diferentes tipos de racistas dos mais caricatos aos mais encantadores e mostrando-os inseridos nas forças militares e políticas, fazendo-nos transportar esses tipos para os dias atuais. Também realiza algumas críticas aos excessos do movimento negro, em uma cena maestral de contraste que aproxima os extremismos de ambos os lados. Mas é na relação entre John David Washington e Adam Driver que a profundidade é dada e a jornada se torna crível. Aliás, a indicação do nosso Kylo Ren para melhor ator coadjuvante é merecidíssima, algumas das atuações mais impactantes advém do personagem dele. O filme apesar da época e da estética nunca deixa de ser atual, sua mensagem mais importante é que tudo isso, essas imbecilidades, ainda estão por aí, escancaradas ou disfarçadas de direitos,
Esse filme tem como enfoque a relação entre esses dois homens tão diferentes em educação, formação, posição social, construção familiar e enfrentamento da vida e tão infimamente diferentes quanto a cor da sua pele. Frank, o motorista, é retratado desde o início como um homem preconceituoso e racista, entretanto, sem ser julgado de maneira maniqueísta, o filme o constrói assim demonstrando ser uma formação da sua vivência social, familiar e educacional, como se o seu preconceito fosse muito mais uma questão de ignorância do que de convicções. Talvez esse filme seja retaliado em duas frentes diferentes, dos que se negam a enfrentar seus próprios preconceitos ou a assistir filmes que tragam mensagens mais importantes do que seu microcosmo ou daqueles que consideram que o filme não foi incisivo o suficiente na mensagem. Aos primeiros, apenas a piedade, aos segundos eu defenderia o longa dizendo que esses "feel good movies" podem ser mais eficientes na entrega da mensagem do que um filme que nos deixe com uma sensação pesada ao final dele. Apesar de engraçado, muito graças ao tempo de comédia do diretor Peter Farrelly, as situações racistas e preconceituosas nos trazem desconforto, frustração e indignação. É justo fazer algumas considerações sobre as opções previsíveis de roteiro, mas a relação entre os protagonistas e a atuação de Marhershala Ali sustentam muito bem e não diminuem a experiência. Além de nos fazer refletir, um diálogo de embate entre os protagonistas sempre será um momento em que vou refletir sobre a minha capacidade de entendimento sobre a situação do próximo. Enfim, saí tocada e satisfeita da minha experiência, fica a sensação de excelência na sua execução.
Para os fãs mais hardcore o fato de alguns eventos estarem fora da ordem cronológica a fim de trazer mais dramaticidade a trama pode incomodar. Rami Malek está excelente na sua atuação, absorvendo os trejeitos e retratando o ícone sem cair no lugar comum. Porém, achei que o filme evitou polemizar e cortou de forma branda algumas polêmicas. O filme de maneira geral é bom, mas não imaginei que ele seria indicado ao Oscar. Na verdade ele é perfeito pra quem é fã da banda e talvez, assim como eu, nunca teve a oportunidade de ver Mercury ao vivo, assistir as músicas na sala de cinema, com o áudio e a tela grande é contagiante. Na minha sessão várias pessoas acompanharam com palmas ou em coro, quase como um concerto graças a sétima arte.
confesso que fui mais para ver como estava a atuação da Gaga, sem muita animação para história. Entretanto, sai de lá realmente tocada e com os olhos inchados. A atuação do Bradley Cooper, que também, dirigiu a película, é pungente e comovente, Lady Gaga também surpreende com uma ótima atuação, sendo que os pontos de maior qualidade são quando ela interpreta enquanto canta. Alguns pontos da direção de Cooper me incomodaram um pouco, como o uso excessivo de tomadas contra a luz e outras falhas que lhe custaram a indicação ao Oscar de melhor diretor. Com certeza o grande destaque é a trilha sonora, Shallow ficou tão famosa que existe uma playlist de quase 3 horas no Spotify apenas de covers. Mas a minha trilha favorita é I´ll never love again. Confesso que no começo da carreira da Lady Gaga eu admirava sua criatividade, porém nunca me identifiquei, sua música só me tocou com Born this way e me arrebatou com o álbum Joanne. Por que falei disso quando aqui é sobre o filme? Pra mim a Gaga nesse filme é possível por causa da evolução da sensibilidade conquistada com Joanne.
Homem-Aranha: No Aranhaverso primeiro #movieoftheday de 2019 é um banquete para todos os nerds. A história acompanha o jovem Miles Morales que precisa aprender a ser o Homem-Aranha enquanto outros Homens- Aranhas de outras dimensões precisam retornar as suas realidades. Parece mais complicado lendo do que assistindo, acredita em mim! Para os leitores de quadrinhos universos distintos não é novidade, mas confesso que quando li que esse filme ia ser realizado fiquei com o pé atrás se isso faria sentido sem um bom background. E errei feio! O filme é maravilhoso, divertido, emocionante, com um balanço e uma linha de roteiro que live actions por vezes não atingem. Discute as questões clássicas do Homem - Aranha enquanto traz uma mensagem de união e empoderamento. A trilha sonora é empolgante e se torna quase que uma personagem. E a animação é impecável, misturando estilos diferentes, mesclando realismo e linguagens clássicas da nona arte. Além de referências fantásticas e uma cena pós-crédito de emocionar qualquer amante de super-heróis. Enfim uma surpresa e torcida para o Oscar por aqui.
O único cineasta capaz de fazer essa adaptação seria Spielberg e como ele acerta! Até o jeito de movimentar a câmera faz referência aos anos 80. Eu assisti em IMAX 3D e foi um belo investimento é tão imersivo e tem tantas informações que uma tela menor teria comprometido minha percepção. Não é um filme primoroso, mas é incrivelmente divertido seja pela a ação, o vilão pitoresco ou a infinidade de eastereggs pra você caçar. Se você gosta de cultura pop e tem seus 40 -25 anos vai se divertir tanto quanto eu.
Filme da quinta diretora da história do Oscar, que foi em 1929, a ser indicada a Melhor Direção, com cara de indie e um tema bem batido pela indústria cinematográfica. Conta a história de Christine “Lady Bird” que vive com a família – pai, mãe, irmão e namorada do irmão – na cidade de Sacramento em 2002 e precisa lidar com esse que possivelmente é o período mais conturbado da vida dos seres humanos. A primeira vista pode parecer mais do mesmo sobre adolescência, escola e tudo mais, mas é aí que estamos errados. O filme trata dessa transição da adolescência para a vida adulta da maneira mais sincera possível, a personagem é uma adolescente oscilante entre chata e madura, que se sente presa por tudo que já conheceu que idealiza pares românticos e aventuras que talvez nunca aconteçam. E todo esse processo é permeado pelo eixo principal do filme que é a relação dela com a mãe, visceral, verborrágica, cheia de desentendimentos e ponderações gritadas e amor contido. O filme te cativa aos poucos, mas o que mais me tocou foi se sentir altamente representada, eu particularmente tive esse sentimento pela própria protagonista, lembrando-me da adolescência, dos amores, da melhor amiga (Gih te amo!) e depois da mãe, não sou mãe, mas agora eu consigo entender as preocupações, suas posições e o fato de ela também se desdobrar em turnos em um hospital pode ter ajudado. Enfim, não acho que Lady Bird, valha o hype que vinha tendo, mas com certeza não é um filme para deixar passar. . "We're afraid that we will never escape our past. We're afraid of what the future will bring. We're afraid we won't be loved, we won't be liked. And we won't succeed."
Filme de Oscar baseado em livro e produtora BR? Call me by your name - trata da história de Elio um menino de 17 anos com pais que são professores universitários e costumam receber alunos estrangeiros para passar o verão com eles e nesse ano, 1983, eles recebem Oliver, americano de 23 anos e conforme esse verão vai passar Elio descobre o amor em várias formas, a sua sexualidade e a transição para uma vida adulta. Se pudéssemos catalogar esse filme seria como um filme de rito de passagem, o Elio é durante todo filme um personagem pleno amadurecimento e com grandes contrastes: homem x menino, coragem x medo, segurança x insegurança e o Thimoteé, ator que interpreta Elio, traz todas essas camadas em sua forma de andar, falar e se portar, realmente uma atuação de entrega e trabalho. Esse é um dos filmes mais difíceis de exprimir opinião em palavras em muito tempo, tudo é sentido, todas as cenas são de uma sutileza que é complicado para quem não assistiu entender. A diferença de idade entre os personagens não incomoda enquanto você assisti, porque Elio é muito maduro para idade e ele ajuda e ensina Oliver sobre muita coisa. As cenas de sexo no filme não são gratuitas e tem por objetivo demonstrar a naturalidade do amor. A tão falada cena do pêssego é a visceralidade da entrega de um amor tão profundo e das descobertas. Não poderia deixar de falar sobre o quão maravilhosos são os pais do protagonista e o diálogo de pai-filho no final coroa tudo de uma maneira tão perfeita, que de tão empático te modifica.
Do amado ou odiado diretor Nolan - Dunkirk, é uma estréia do meio do ano passado que voltou aos holofotes pelas indicações ao Oscar 2018.Nolan não figura entre meus diretores favoritos, entretanto, é inegável que ele tem uma capacidade que poucos da sua área tem de figurar entre as indicações aos principais prêmios e conquistar bilheterias arrasadoras, ele equilibra arte e blockbusters. Esse filme trata da história da evacuação de Dunquerque ou Operação Dínamo, uma impressão que já vimos isso por aqui, né? Pois bem, ele e Darkest Hour se complementam, eu tive o prazer de assistir um depois do outro e foi uma experiência enriquecedora, a visão do fronte e a visão da política envolvida,dá o entendimento da complexidade que é uma guerra. O filme conta a história por três linhas narrativas: Terra - Água - Ar e cada uma com uma passagem de tempo distinta: 1 semana - 1 dia - 1 hora, não constituindo assim um filme completamente linear, enfim todas as linhas convergem para realmente passar a mensagem do filme sobre a união, acho que essa é a grande mensagem e o motivo do êxito miraculoso que foi essa operação. A obra tem um mérito de conseguir ser chocante e transmitir a angústia do fronte sem ter que apelar para sangue e cenas escatológicas. O movimento de câmera dos ângulos fechados, câmera na mão todas as decisões de direção tem por objetivo tornar o ambiente mais imersivo, trabalhando assim em prol da narrativa, outro aspecto técnico que também trabalha para a construção da ambientação é a exímia mixagem de som, os sons dos tiros sempre são mais altos e estridentes. Porém, apesar da imersividade a escolha de ter diversos personagens sem ranqueamento de importância, dessa forma mostra-se que na guerra todos tem o mesmo "valor" e as poucas falas tornam o desenvolvimento da história em si pouco empática, você não se importa com os destinos deles, você apesar de se envolver a nível sensorial o mesmo não ocorre no plano emocional. Por fim, achei um filme tecnicamente perfeito, mas ainda anseio por ver uma obra do Nolan que consiga me envolver mais.
Nova criação do Guilherme del Toro, diretor mexicano famoso por seus “monstros” independente do gênero (filme de guerra, ação, terror, filme de herói, etc), dessa vez ele se envereda pelo romance. Trata da história de Elisa Esposito uma faxineira muda de uma instituição militar top secret que se envolve com um homem-peixe capturado pelo exército americano no rio Amazonas. Apesar da história fantasiosa o desenvolvimento é gradativamente construído o que o torna mais empático e faz o expectador desamarrar-se da realidade. O pano de fundo do romance realiza uma crítica ao preconceito contra o diferente e as minorias, não por acaso os melhores amigos da protagonista são uma mulher negra e um homem homossexual, o fato de ela ser muda além de trazer a visão clara de uma diferenciação do padrão que a sociedade emprega ela é a metáfora sobre todos os indivíduos da sociedade que não tem voz. Outro ponto a ser destacado ainda sobre esse pano de fundo é o contraponto que o filme faz de o verdadeiro monstro da história ser um ser humano heterossexual – branco com uma família de comercial de margarina em relação ao homem-peixe que por ser diferente é tratado como um ser sem direitos ou sentimentos. Porém, apesar dessa leitura possível do filme o diretor opta por destacar o romance entre os personagens, uma metáfora de direção sobre isso é no início do filme quando a Elisa está assistindo TV e está passando um protesto e o amigo diz para ela mudar de canal e ela começa a assistir um musical romântico é o diretor nos dizendo “Ok, tem isso, mas o importante aqui é o amor”. O filme ainda presta homenagens aos antigos musicais e ao sapateado, porém algumas cenas em que isso é mostrado pareceram para mim uma desconexão, uma homenagem sem muito por que. Destaque para as cores do filme em tons de verde escuro e azul-esverdeado, como se estivéssemos assistindo tudo envolto em água. A atuação da Sally Hawkins também merece muitos aplausos, uma protagonista sem fala que consegue exprimir tudo que está pensando, uma forte candidata ao Oscar de melhor atriz. Um filme sensível e que apesar de ir com baixas expectativas, me surpreendeu e me fez gostar muito dele, apesar de não acha-lo uma obra-prima será difícil algum outro filme dessa temporada modificar minha torcida por ele. (Listening : You´ll never know – Reneé Fleming) PS 1: Como não se apaixonar por You'll never know - Reneé Fleming - tem no #Spotify PS 2: Temo@ Braseell no filme gente! Carmen Miranda 🍍🍍 plena cantando Chica Chica Boom Chic
"Unable to perceive the shape of You, I find You all around of me. Your presence fills my eyes with your love, It humbles my heart, for You are everywhere "
É um filme auto-biográfico que retrata um período da vida desse personagem chave da história da humanidade, especialmente as dificuldades enfrentadas por assumir sem o apoio do partido e da monarquia. Traz especialmente o lado político por traz da evacuação de Dunquerque ou Operação Dínamo. Em meio as pressões políticas para a assinatura de um tratado de paz, Churchill extremamente inteligente e articulado mobiliza o Reino Unido e Aliados para o fronte de batalha, destaque para a cena que após o discurso final, um personagem secundário pergunta a outro o que ele acabou de fazer e é respondido com a seguinte frase "He mobilized the English language, and sent it into battle". O filme também mostra o início das conversas com o então presidente americano Kennedy para a entrada do Estados Unidos na guerra, que na época estava sob um tratado de neutralidade, a entrada só aconteceu após o ataque de Pearl Harbor, mas Churchill foi crucial para as negociações. A película tem um desenrolar lento em que todas as escolhas de direção privilegiam a atuação, um filme feito para o protagonista brilhar e Gary Oldman (Sirius Black ❤) não decepciona, da fala, aos trejeitos até a marcha tudo é Churchill! É admirável o trabalho de pesquisa realizado por ele e a maquiagem é como a cereja que vem para coroar todo esse esforço, já tenho minha torcida para o Oscar de melhor ator! Além do ritmo ter me incomodado um pouco, senti falta de outros recortes do personagem, um pouco mais relação familiar talvez tivesse ajudado. É um ótimo filme, especialmente se você gostar de história ou do período da Segunda Guerra Mundial.
Meus vizinhos, os Yamada, dirigido pelo Takahata Isao, mantém a característica do diretor de retratar temas tipicamente japoneses, nesse caso um slice of life de uma família excêntrica e um tanto disfuncional formada por: Takashi - o pai trabalhador esquecido e atrapalhado; Matsuko - a mãe cansada de ser dona de casa e tida como preguiçosa; Noboru - o filho mais velho, adolescente um tanto quanto problemático, Shige – a avó/sogra, sistemática e muito sábia; Nonoko – a filha mais nova, sonhadora e sincera; e Pocchi – o cachorro. Com uma animação inovadora, foi o primeiro filme do estúdio a utilizar animação gráfica, abusa dos tons pastéis, do traço estilístico que remete a tiras de jornal mantendo-se fiel ao estilo da obra original (essa animação é baseada no mangá Nono-chan de Ishii Hisaichi estruturada em tirinhas). Passado o estranhamento inicial, o traço auxilia a dar o tom cômico do filme e a trazer um tema tão adulto quanto o cotidiano aos risos. Uma família sem extremos, caracterizada pela dualidade de: união-desunião, bagunçados – organizados, carinhosos – folgados, acaba extrapolando e se tornando universal. É uma boa animação para entender que a despeito das diferenças família é família em todos os lugares, com seus problemas e seu amor. Por ser tratar de esquetes independentes recomendo assisti-las em dias diferentes, assistir como de uma só vez pode tornar-se cansativo, pelo menos foi essa a impressão que eu fiquei após o pouco mais de 100 minutos da animação. Ao final a versão japonesa de “Que sera sera” aquece os corações e traz saudades das nossas próprias famílias.
Your Name – animação sensação do final de 2016, resolvi nesse início de ano desencantar ele da Minha Lista da @netflixbr , depois de ótimos reviews e por ser do mesmo autor de 5 centimeters per second (que eu AMEI o mangá). Conta a história de Miyamizu Mitsuha uma garota de um vilarejo no interior do Japão que sonha em fugir dali e viver uma vida completamente diferente, um dia ela acaba acordando no corpo de Tachibana Taki um colegial que vive em Tóquio e parece que leva a vida no automático. Entre essas trocas de corpo e muitos outros plot twist eles acabam se conhecendo, reconhecendo e autoconhecendo. Um filme de descoberta, de transição e de extrema beleza. Detalhe a direção de arte, as sequências, os detalhes e as tomadas são de tirar o fôlego! E a OST, meu povo, é do tipo que fica no repeat no seu Spotify, fez tanto sucesso que foi lançada uma versão em inglês, minha favorita é It´s nothing ou Nandemonaiya. Sucesso absoluto no Japão, já foi divulgado que será adaptado para live action pela produtora do J.J. Abrams, aguardemos na ansiedade.
Em meio a suas próprias crises Yukino representa para Akizuki "todos os segredos do mundo" e Akizuki representa para Yukino lembranças de tempos menos complicados, por fim eles e nós acabamos esperando por mais um dia de chuva. Uma arte quase que fotográfica de tão ricamente detalhada, uma história sem grandes fantasias, com diálogos e relacionamentos críveis, essa animação te prende pela beleza e pela inegável sensação de reconhecimento pessoal que ela traz. É simples sentirmos empatia pelos personagens. Enfim, mais uma obra muito acima da média.
"Como um vago trovão. No céu nublado, trazendo a chuva... Se for, faz-me companhia? O som leve do trovão. Mesmo que a chuva não venha... Ficarei aqui... Junto com você"
Como uma apaixonada por animações posso dizer que esse era o filme que eu estava mais ansiosa da temporada. Conta a história de Miguel um menino que quer ser músico, mas vem de uma família que possui uma história traumatizante com a música e portanto a proibiu. Ele vai se encontrar entre a família e o sonho com o pano de fundo de o dia dos mortos. O filme é maravilhoso graficamente, a ambientação no México é linda, mas a cidade dos mortos é de um outro nível. As canções são poesia e duvido muito que nenhuma dela figurem entre as trilhas sonoras. O roteiro agrada crianças e adultos e é quase impossível que pelo menos não mareje seus olhos. É Pixar da melhor qualidade, sabe tratar de assuntos pesados de uma maneira leve e profunda ao mesmo tempo. Estou simplesmente apaixonada e Recuérdame está no meu repeat. Espero ansiosamente assistir em inglês também. As palavras não tem como traduzir o que eu senti assistindo, mas deixo aqui minha forte recomendação e a torcida pro Oscar 2018
Assisti ao primeiro trailer e esperei por um tipo de filme, esperei um thriller psicológico, fugi de todas as reviews possíveis, achando que elas poderiam estragar a minha interação com a obra. Fiz bem, mas errei ENORMEMENTE nas expectativas. Nos primeiros minutos de filme tentei erroneamente interpretar o filme de forma mais literal, apenas após uma passagem específica
flertei com o que ele realmente poderia dizer, assisti o restante do filme sem saber bem se o que eu pensava fazia sentido, até uma frase que o poeta diz
“Eu sou o que sou” é exatamente a mesma frase que Deus diz a Moisés na sarça ardente
, pronto, nesse ponto estava resolvida a charada e minha mente explodiu. A questão é que essa frase só foi dita no final do filme, portanto sai de lá ruminando toda a experiência e tive que assistir novamente para reinterpretar tudo de novo. Quando você compra um ingresso para um filme com Javier Bardem, Michelle Pfeiffer e Ed Harris você não espera nada menos do que interpretações sensacionais, mas quem se desmonta e se entrega nesse filme é Jennifer Lawrence. Particularmente não gosto da visão pessimista que o diretor tem e sua interpretação é conflitante com certos credos fundamentais da minha vida, também o acho pretensioso demais e não concordo que ele de certa forma interfira, por meio de suas entrevistas e conferências, na maneira de interpretar o filme, ela já o deixou em aberto, então LET IT GO! Porém é inegável o prazer de ver um filme de arte com repercussão de blockbuster e arte é isso, independente das opiniões e credos pessoais (vide atual situação da arte nesse país, interferida e mutilada por opiniões e credos pessoais), arte é o que transcende a exposição à obra fazendo-nos pensar, refletir, dialogar, imaginar e sendo uma completa experiência sensorial a cada contato. Então mesmo que seja para ser do grupo dos que odeiam, dos que acham genial ou dos que como eu ainda não tem uma opinião completamente formada (acho que preciso digerir e assistir mais uma vez), se você gosta de cinema, ASSISTA. Não precisa ter pressa, mas não se prive dessa completa experiência. insta: jeh_bellini
É nítido como falta um brilho de Ghibli nessa animação, o roteiro tem falhas, ele tem por intenção chegar a nostalgia mas sem sucesso, pretensioso em ter alguma reflexão, porém sem impacto. Mas nada disso faz dele um filme ruim, aliás ele continua sendo acima da média. Acho que o estúdio me deixou mal acostumada ahahha. insta: jeh_bellini
Rocketman
4.0 922 Assista AgoraNas palavras do diretor uma "fantasia musical sobre a vida de Elton John" lançado o ano passado e eu só assisti agora. Não espere uma biografia linear, esse é um filme com muito mais ambição artística, ele utiliza de alegorias, de camadas de linguagem visual para contar a sua história. É impossível assistir e não comparar com Bohemian Rhapsody (além de que o diretor de Rocketman foi quem concebeu a ideia e assumiu a finalização do filme do Queen após a saída de Bryan Singer, apesar de não creditado) eu só posso dizer que esse é um FILME muito melhor. Ousado, honesto, não tem medo de retratar as pessoas de maneira complexa e tocar em temas controversos, desde a primeira cena na apresentação ao recurso utilizado para contar essa história é genial. Como saímos da zona do ser Elton John, para conhecer a pessoas, sonhos e fraquezas da pessoa Elton John/ Reggie Dwight. Além do que Taron Egerton canta, dança e atua fazendo, possivelmente, o papel da sua carreira.
Dois Papas
4.1 962 Assista AgoraConta a história de supostos encontros entre o Papa Emérito Bento XVI e o Papa Francisco I, suas diferenças ideológicas, as dificuldades de ser a autoridade máxima da igreja católica, permeando suavemente os escândalos sobre vazamento de informações, corrupção e estupro dentro da igreja. O roteiro é inteligente e se foca nas grandes atuações de Anthony Hopkins e Jonathan Pryce e na química que os dois tem atuando. Muito legal ver a entrevista que o diretor deu para o site Omelete contando da diferença de método que os atores utilizam. O filme peca por uma espécie de maniqueísmo infantil entre o "antigo" e o "novo"
, parece que tentando justificar as ações, do então, Padre Jorge Bergoglio durante a ditadura militar Argentina e o pintando como um homem mais próximo da humildade e da santidade
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraCoringa (Joker) filme polêmico que vem alimentando discussões desde antes da sua estreia e conta uma das histórias de origem do vilão mais icônico da história dos quadrinhos. Primeiramente vamos deixar claro alguns pontos, não é um filme prazeroso de assistir, o melhor adjetivo para a minha experiência com ele foi desconfortável. Não é um filme em hipótese alguma para crianças, respeite a classificação indicativa e, se puder, seja até mais exigente do que isso. Também não é um filme para pessoas vulneráveis ao suicídio, pode sim, conter gatilhos. O grande mérito do filme, além da atuação magistral do Joaquim Phoenix (por enquanto minha torcida para o Oscar já tá organizada) é a imprevisibilidade tão marcante do personagem,
será que tudo aquilo aconteceu ou não
(na cena do anão o diretor nos faz ter vontade de rir em um momento totalmente inapropriado, nos fazendo entender um pouco do problema do Arthur Fleck)
Yesterday: A Trilha do Sucesso
3.4 1,0KO roteiro tropeça no ritmo desbalanceado e nas escolhas que faz, o que é uma pena já que Richard Curtis assina o roteiro da minha comédia romântica favorita de todos os tempos About Time. Entretanto, as canções são o que há de mais maravilhoso, se você não gosta deles pode julgar o filme mediano pra ruim, mas se você gosta não tem como se manter imune a Yesterday, Hey Jude, Back in the USSR sendo reapresentadas ao mundo.
Capitã Marvel
3.7 1,9K Assista AgoraO tão esperado filme da Capitã Marvel, eu estava bem animada para esse filme, mas talvez, animada demais. O filme apresenta um roteiro mediano que tentou inovar na maneira não linear de contar uma história de origem, mas que acabou afetado por ser confuso
(queria ter visto mais dela na força aérea)
O vilão é um dos mais fracos de todo MCU e olha que tivemos vilões fracos hein?
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraO seu roteiro é baseado nas memórias de infância do diretor Alfonso Cuarón, trazendo um ano da vida de uma empregada doméstica de uma família de classe média. Confesso que deixei para assisti-lo por último por que achei que seria difícil, mas apesar de ter uma narrativa lenta e contemplativa, especialmente no primeiro ato, da sua metade para frente existe uma crescente que nos conecta na história e nos entrega ao final dela tocados. O diretor utiliza de detalhes simples e triviais, planos longos, câmera parada com alguns movimentos horizontais para nos fazer sair da zona de conforto dos privilegiados, realizar um exercício de empatia e enxergar o mundo através da ótica de uma protagonista invisível, como tantas outras pessoas da nossa sociedade. E esse intuito do diretor se mostra quando ele não permite a legenda de idiomas que ela não fala. Somos convidados a sentar e ver todas aquelas cenas passar sem explicações além do que ela consegue entender. E dessa maneira ele aproveita para discutir o desamparo masculino, o trabalho doméstico infindável, as diferenças de classes
culminando no retrato do massacre de 1971
Vice
3.5 488 Assista AgoraO protagonista aqui é completamente sem carisma, apático e calculista, que mostra características que o tornaram uma proeminente figura política. Destaque para Bale, reconhecido como um camaleão nos filmes que faz, que além da mudança física aposta e acerta na mudança de voz e progressão dessa com o envelhecimento do personagem transparecendo o aprimoramento de suas habilidades políticas, talvez seu maior empecilho para ganhar na categoria melhor ator seja o favorito Rami Malek. Amy Adams e Steve Carell tem o objetivo de contrapor essa quase completa apatia, especialmente, Amy como a esposa do protagonista aparece muito bem em seu papel, porém sem chances de ganhar esse Oscar. A montagem do filme é frenética e ajuda no tom sarcástico, sendo um dos favoritos a estatueta nessa categoria. Agora o que pesa no filme é o roteiro confuso que apela para diversos artifícios como a não linearidade, metáforas explícitas, artificialidade, prejudicando as atuações e o filme como um todo, apesar de ter boas sacadas. De todos os indicados a melhor filme, apesar de interessante historicamente, esse talvez seja o mais fraco.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista Agorao plot teria tudo para tendenciar a extremos, mas na mão do diretor Spike Lee, que controla sua característica de discursos excessivos, consegue uma obra sarcástica e ácida sem deixar de ser um ótimo entretenimento. O diretor opta por uma estética com fotografia, música, ambientação e figurino que fazem referência ao movimento cinematográfico Blackploitation do início da década de 70, deixando o agradável e muito bonito. Ele utiliza dos personagens do núcleo supremacista para mostrar diferentes tipos de racistas dos mais caricatos aos mais encantadores e mostrando-os inseridos nas forças militares e políticas, fazendo-nos transportar esses tipos para os dias atuais. Também realiza algumas críticas aos excessos do movimento negro, em uma cena maestral de contraste que aproxima os extremismos de ambos os lados. Mas é na relação entre John David Washington e Adam Driver que a profundidade é dada e a jornada se torna crível. Aliás, a indicação do nosso Kylo Ren para melhor ator coadjuvante é merecidíssima, algumas das atuações mais impactantes advém do personagem dele. O filme apesar da época e da estética nunca deixa de ser atual, sua mensagem mais importante é que tudo isso, essas imbecilidades, ainda estão por aí, escancaradas ou disfarçadas de direitos,
deixando isso bem claro em seu final soco no estômago que retira qualquer sensação de happy ending que o filme possa ter deixado.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraEsse filme tem como enfoque a relação entre esses dois homens tão diferentes em educação, formação, posição social, construção familiar e enfrentamento da vida e tão infimamente diferentes quanto a cor da sua pele. Frank, o motorista, é retratado desde o início como um homem preconceituoso e racista, entretanto, sem ser julgado de maneira maniqueísta, o filme o constrói assim demonstrando ser uma formação da sua vivência social, familiar e educacional, como se o seu preconceito fosse muito mais uma questão de ignorância do que de convicções. Talvez esse filme seja retaliado em duas frentes diferentes, dos que se negam a enfrentar seus próprios preconceitos ou a assistir filmes que tragam mensagens mais importantes do que seu microcosmo ou daqueles que consideram que o filme não foi incisivo o suficiente na mensagem. Aos primeiros, apenas a piedade, aos segundos eu defenderia o longa dizendo que esses "feel good movies" podem ser mais eficientes na entrega da mensagem do que um filme que nos deixe com uma sensação pesada ao final dele. Apesar de engraçado, muito graças ao tempo de comédia do diretor Peter Farrelly, as situações racistas e preconceituosas nos trazem desconforto, frustração e indignação. É justo fazer algumas considerações sobre as opções previsíveis de roteiro, mas a relação entre os protagonistas e a atuação de Marhershala Ali sustentam muito bem e não diminuem a experiência. Além de nos fazer refletir, um diálogo de embate entre os protagonistas sempre será um momento em que vou refletir sobre a minha capacidade de entendimento sobre a situação do próximo. Enfim, saí tocada e satisfeita da minha experiência, fica a sensação de excelência na sua execução.
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraPara os fãs mais hardcore o fato de alguns eventos estarem fora da ordem cronológica a fim de trazer mais dramaticidade a trama pode incomodar. Rami Malek está excelente na sua atuação, absorvendo os trejeitos e retratando o ícone sem cair no lugar comum. Porém, achei que o filme evitou polemizar e cortou de forma branda algumas polêmicas. O filme de maneira geral é bom, mas não imaginei que ele seria indicado ao Oscar. Na verdade ele é perfeito pra quem é fã da banda e talvez, assim como eu, nunca teve a oportunidade de ver Mercury ao vivo, assistir as músicas na sala de cinema, com o áudio e a tela grande é contagiante. Na minha sessão várias pessoas acompanharam com palmas ou em coro, quase como um concerto graças a sétima arte.
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista Agoraconfesso que fui mais para ver como estava a atuação da Gaga, sem muita animação para história. Entretanto, sai de lá realmente tocada e com os olhos inchados. A atuação do Bradley Cooper, que também, dirigiu a película, é pungente e comovente, Lady Gaga também surpreende com uma ótima atuação, sendo que os pontos de maior qualidade são quando ela interpreta enquanto canta. Alguns pontos da direção de Cooper me incomodaram um pouco, como o uso excessivo de tomadas contra a luz e outras falhas que lhe custaram a indicação ao Oscar de melhor diretor. Com certeza o grande destaque é a trilha sonora, Shallow ficou tão famosa que existe uma playlist de quase 3 horas no Spotify apenas de covers. Mas a minha trilha favorita é I´ll never love again. Confesso que no começo da carreira da Lady Gaga eu admirava sua criatividade, porém nunca me identifiquei, sua música só me tocou com Born this way e me arrebatou com o álbum Joanne. Por que falei disso quando aqui é sobre o filme? Pra mim a Gaga nesse filme é possível por causa da evolução da sensibilidade conquistada com Joanne.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraHomem-Aranha: No Aranhaverso primeiro #movieoftheday de 2019 é um banquete para todos os nerds. A história acompanha o jovem Miles Morales que precisa aprender a ser o Homem-Aranha enquanto outros Homens- Aranhas de outras dimensões precisam retornar as suas realidades. Parece mais complicado lendo do que assistindo, acredita em mim! Para os leitores de quadrinhos universos distintos não é novidade, mas confesso que quando li que esse filme ia ser realizado fiquei com o pé atrás se isso faria sentido sem um bom background. E errei feio! O filme é maravilhoso, divertido, emocionante, com um balanço e uma linha de roteiro que live actions por vezes não atingem. Discute as questões clássicas do Homem - Aranha enquanto traz uma mensagem de união e empoderamento. A trilha sonora é empolgante e se torna quase que uma personagem. E a animação é impecável, misturando estilos diferentes, mesclando realismo e linguagens clássicas da nona arte. Além de referências fantásticas e uma cena pós-crédito de emocionar qualquer amante de super-heróis. Enfim uma surpresa e torcida para o Oscar por aqui.
Insta: @jeh_bellini
Jogador Nº 1
3.9 1,4K Assista AgoraO único cineasta capaz de fazer essa adaptação seria Spielberg e como ele acerta! Até o jeito de movimentar a câmera faz referência aos anos 80. Eu assisti em IMAX 3D e foi um belo investimento é tão imersivo e tem tantas informações que uma tela menor teria comprometido minha percepção. Não é um filme primoroso, mas é incrivelmente divertido seja pela a ação, o vilão pitoresco ou a infinidade de eastereggs pra você caçar. Se você gosta de cultura pop e tem seus 40 -25 anos vai se divertir tanto quanto eu.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraFilme da quinta diretora da história do Oscar, que foi em 1929, a ser indicada a Melhor Direção, com cara de indie e um tema bem batido pela indústria cinematográfica. Conta a história de Christine “Lady Bird” que vive com a família – pai, mãe, irmão e namorada do irmão – na cidade de Sacramento em 2002 e precisa lidar com esse que possivelmente é o período mais conturbado da vida dos seres humanos. A primeira vista pode parecer mais do mesmo sobre adolescência, escola e tudo mais, mas é aí que estamos errados. O filme trata dessa transição da adolescência para a vida adulta da maneira mais sincera possível, a personagem é uma adolescente oscilante entre chata e madura, que se sente presa por tudo que já conheceu que idealiza pares românticos e aventuras que talvez nunca aconteçam. E todo esse processo é permeado pelo eixo principal do filme que é a relação dela com a mãe, visceral, verborrágica, cheia de desentendimentos e ponderações gritadas e amor contido. O filme te cativa aos poucos, mas o que mais me tocou foi se sentir altamente representada, eu particularmente tive esse sentimento pela própria protagonista, lembrando-me da adolescência, dos amores, da melhor amiga (Gih te amo!) e depois da mãe, não sou mãe, mas agora eu consigo entender as preocupações, suas posições e o fato de ela também se desdobrar em turnos em um hospital pode ter ajudado. Enfim, não acho que Lady Bird, valha o hype que vinha tendo, mas com certeza não é um filme para deixar passar.
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"We're afraid that we will never escape our past. We're afraid of what the future will bring. We're afraid we won't be loved, we won't be liked. And we won't succeed."
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraFilme de Oscar baseado em livro e produtora BR? Call me by your name - trata da história de Elio um menino de 17 anos com pais que são professores universitários e costumam receber alunos estrangeiros para passar o verão com eles e nesse ano, 1983, eles recebem Oliver, americano de 23 anos e conforme esse verão vai passar Elio descobre o amor em várias formas, a sua sexualidade e a transição para uma vida adulta. Se pudéssemos catalogar esse filme seria como um filme de rito de passagem, o Elio é durante todo filme um personagem pleno amadurecimento e com grandes contrastes: homem x menino, coragem x medo, segurança x insegurança e o Thimoteé, ator que interpreta Elio, traz todas essas camadas em sua forma de andar, falar e se portar, realmente uma atuação de entrega e trabalho. Esse é um dos filmes mais difíceis de exprimir opinião em palavras em muito tempo, tudo é sentido, todas as cenas são de uma sutileza que é complicado para quem não assistiu entender. A diferença de idade entre os personagens não incomoda enquanto você assisti, porque Elio é muito maduro para idade e ele ajuda e ensina Oliver sobre muita coisa. As cenas de sexo no filme não são gratuitas e tem por objetivo demonstrar a naturalidade do amor. A tão falada cena do pêssego é a visceralidade da entrega de um amor tão profundo e das descobertas. Não poderia deixar de falar sobre o quão maravilhosos são os pais do protagonista e o diálogo de pai-filho no final coroa tudo de uma maneira tão perfeita, que de tão empático te modifica.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraDo amado ou odiado diretor Nolan - Dunkirk, é uma estréia do meio do ano passado que voltou aos holofotes pelas indicações ao Oscar 2018.Nolan não figura entre meus diretores favoritos, entretanto, é inegável que ele tem uma capacidade que poucos da sua área tem de figurar entre as indicações aos principais prêmios e conquistar bilheterias arrasadoras, ele equilibra arte e blockbusters. Esse filme trata da história da evacuação de Dunquerque ou Operação Dínamo, uma impressão que já vimos isso por aqui, né? Pois bem, ele e Darkest Hour se complementam, eu tive o prazer de assistir um depois do outro e foi uma experiência enriquecedora, a visão do fronte e a visão da política envolvida,dá o entendimento da complexidade que é uma guerra. O filme conta a história por três linhas narrativas: Terra - Água - Ar e cada uma com uma passagem de tempo distinta: 1 semana - 1 dia - 1 hora, não constituindo assim um filme completamente linear, enfim todas as linhas convergem para realmente passar a mensagem do filme sobre a união, acho que essa é a grande mensagem e o motivo do êxito miraculoso que foi essa operação. A obra tem um mérito de conseguir ser chocante e transmitir a angústia do fronte sem ter que apelar para sangue e cenas escatológicas. O movimento de câmera dos ângulos fechados, câmera na mão todas as decisões de direção tem por objetivo tornar o ambiente mais imersivo, trabalhando assim em prol da narrativa, outro aspecto técnico que também trabalha para a construção da ambientação é a exímia mixagem de som, os sons dos tiros sempre são mais altos e estridentes. Porém, apesar da imersividade a escolha de ter diversos personagens sem ranqueamento de importância, dessa forma mostra-se que na guerra todos tem o mesmo "valor" e as poucas falas tornam o desenvolvimento da história em si pouco empática, você não se importa com os destinos deles, você apesar de se envolver a nível sensorial o mesmo não ocorre no plano emocional. Por fim, achei um filme tecnicamente perfeito, mas ainda anseio por ver uma obra do Nolan que consiga me envolver mais.
A Forma da Água
3.9 2,7KNova criação do Guilherme del Toro, diretor mexicano famoso por seus “monstros” independente do gênero (filme de guerra, ação, terror, filme de herói, etc), dessa vez ele se envereda pelo romance. Trata da história de Elisa Esposito uma faxineira muda de uma instituição militar top secret que se envolve com um homem-peixe capturado pelo exército americano no rio Amazonas. Apesar da história fantasiosa o desenvolvimento é gradativamente construído o que o torna mais empático e faz o expectador desamarrar-se da realidade. O pano de fundo do romance realiza uma crítica ao preconceito contra o diferente e as minorias, não por acaso os melhores amigos da protagonista são uma mulher negra e um homem homossexual, o fato de ela ser muda além de trazer a visão clara de uma diferenciação do padrão que a sociedade emprega ela é a metáfora sobre todos os indivíduos da sociedade que não tem voz. Outro ponto a ser destacado ainda sobre esse pano de fundo é o contraponto que o filme faz de o verdadeiro monstro da história ser um ser humano heterossexual – branco com uma família de comercial de margarina em relação ao homem-peixe que por ser diferente é tratado como um ser sem direitos ou sentimentos. Porém, apesar dessa leitura possível do filme o diretor opta por destacar o romance entre os personagens, uma metáfora de direção sobre isso é no início do filme quando a Elisa está assistindo TV e está passando um protesto e o amigo diz para ela mudar de canal e ela começa a assistir um musical romântico é o diretor nos dizendo “Ok, tem isso, mas o importante aqui é o amor”. O filme ainda presta homenagens aos antigos musicais e ao sapateado, porém algumas cenas em que isso é mostrado pareceram para mim uma desconexão, uma homenagem sem muito por que. Destaque para as cores do filme em tons de verde escuro e azul-esverdeado, como se estivéssemos assistindo tudo envolto em água. A atuação da Sally Hawkins também merece muitos aplausos, uma protagonista sem fala que consegue exprimir tudo que está pensando, uma forte candidata ao Oscar de melhor atriz. Um filme sensível e que apesar de ir com baixas expectativas, me surpreendeu e me fez gostar muito dele, apesar de não acha-lo uma obra-prima será difícil algum outro filme dessa temporada modificar minha torcida por ele. (Listening : You´ll never know – Reneé Fleming) PS 1: Como não se apaixonar por You'll never know - Reneé Fleming - tem no #Spotify PS 2: Temo@ Braseell no filme gente! Carmen Miranda 🍍🍍 plena cantando Chica Chica Boom Chic
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"Unable to perceive the shape of You, I find You all around of me. Your presence fills my eyes with your love, It humbles my heart, for You are everywhere "
O Destino de Uma Nação
3.7 723 Assista AgoraÉ um filme auto-biográfico que retrata um período da vida desse personagem chave da história da humanidade, especialmente as dificuldades enfrentadas por assumir sem o apoio do partido e da monarquia. Traz especialmente o lado político por traz da evacuação de Dunquerque ou Operação Dínamo. Em meio as pressões políticas para a assinatura de um tratado de paz, Churchill extremamente inteligente e articulado mobiliza o Reino Unido e Aliados para o fronte de batalha, destaque para a cena que após o discurso final, um personagem secundário pergunta a outro o que ele acabou de fazer e é respondido com a seguinte frase "He mobilized the English language, and sent it into battle". O filme também mostra o início das conversas com o então presidente americano Kennedy para a entrada do Estados Unidos na guerra, que na época estava sob um tratado de neutralidade, a entrada só aconteceu após o ataque de Pearl Harbor, mas Churchill foi crucial para as negociações. A película tem um desenrolar lento em que todas as escolhas de direção privilegiam a atuação, um filme feito para o protagonista brilhar e Gary Oldman (Sirius Black ❤) não decepciona, da fala, aos trejeitos até a marcha tudo é Churchill! É admirável o trabalho de pesquisa realizado por ele e a maquiagem é como a cereja que vem para coroar todo esse esforço, já tenho minha torcida para o Oscar de melhor ator! Além do ritmo ter me incomodado um pouco, senti falta de outros recortes do personagem, um pouco mais relação familiar talvez tivesse ajudado. É um ótimo filme, especialmente se você gostar de história ou do período da Segunda Guerra Mundial.
Meus Vizinhos, os Yamadas
3.9 119 Assista AgoraMeus vizinhos, os Yamada, dirigido pelo Takahata Isao, mantém a característica do diretor de retratar temas tipicamente japoneses, nesse caso um slice of life de uma família excêntrica e um tanto disfuncional formada por: Takashi - o pai trabalhador esquecido e atrapalhado; Matsuko - a mãe cansada de ser dona de casa e tida como preguiçosa; Noboru - o filho mais velho, adolescente um tanto quanto problemático, Shige – a avó/sogra, sistemática e muito sábia; Nonoko – a filha mais nova, sonhadora e sincera; e Pocchi – o cachorro. Com uma animação inovadora, foi o primeiro filme do estúdio a utilizar animação gráfica, abusa dos tons pastéis, do traço estilístico que remete a tiras de jornal mantendo-se fiel ao estilo da obra original (essa animação é baseada no mangá Nono-chan de Ishii Hisaichi estruturada em tirinhas). Passado o estranhamento inicial, o traço auxilia a dar o tom cômico do filme e a trazer um tema tão adulto quanto o cotidiano aos risos. Uma família sem extremos, caracterizada pela dualidade de: união-desunião, bagunçados – organizados, carinhosos – folgados, acaba extrapolando e se tornando universal. É uma boa animação para entender que a despeito das diferenças família é família em todos os lugares, com seus problemas e seu amor. Por ser tratar de esquetes independentes recomendo assisti-las em dias diferentes, assistir como de uma só vez pode tornar-se cansativo, pelo menos foi essa a impressão que eu fiquei após o pouco mais de 100 minutos da animação. Ao final a versão japonesa de “Que sera sera” aquece os corações e traz saudades das nossas próprias famílias.
Seu Nome
4.5 1,4K Assista AgoraYour Name – animação sensação do final de 2016, resolvi nesse início de ano desencantar ele da Minha Lista da @netflixbr , depois de ótimos reviews e por ser do mesmo autor de 5 centimeters per second (que eu AMEI o mangá). Conta a história de Miyamizu Mitsuha uma garota de um vilarejo no interior do Japão que sonha em fugir dali e viver uma vida completamente diferente, um dia ela acaba acordando no corpo de Tachibana Taki um colegial que vive em Tóquio e parece que leva a vida no automático. Entre essas trocas de corpo e muitos outros plot twist eles acabam se conhecendo, reconhecendo e autoconhecendo. Um filme de descoberta, de transição e de extrema beleza. Detalhe a direção de arte, as sequências, os detalhes e as tomadas são de tirar o fôlego! E a OST, meu povo, é do tipo que fica no repeat no seu Spotify, fez tanto sucesso que foi lançada uma versão em inglês, minha favorita é It´s nothing ou Nandemonaiya. Sucesso absoluto no Japão, já foi divulgado que será adaptado para live action pela produtora do J.J. Abrams, aguardemos na ansiedade.
O Jardim das Palavras
4.0 363Em meio a suas próprias crises Yukino representa para Akizuki "todos os segredos do mundo" e Akizuki representa para Yukino lembranças de tempos menos complicados, por fim eles e nós acabamos esperando por mais um dia de chuva. Uma arte quase que fotográfica de tão ricamente detalhada, uma história sem grandes fantasias, com diálogos e relacionamentos críveis, essa animação te prende pela beleza e pela inegável sensação de reconhecimento pessoal que ela traz. É simples sentirmos empatia pelos personagens. Enfim, mais uma obra muito acima da média.
"Como um vago trovão. No céu nublado, trazendo a chuva... Se for, faz-me companhia?
O som leve do trovão. Mesmo que a chuva não venha... Ficarei aqui... Junto com você"
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Viva: A Vida é Uma Festa
4.5 2,5K Assista AgoraComo uma apaixonada por animações posso dizer que esse era o filme que eu estava mais ansiosa da temporada. Conta a história de Miguel um menino que quer ser músico, mas vem de uma família que possui uma história traumatizante com a música e portanto a proibiu. Ele vai se encontrar entre a família e o sonho com o pano de fundo de o dia dos mortos. O filme é maravilhoso graficamente, a ambientação no México é linda, mas a cidade dos mortos é de um outro nível. As canções são poesia e duvido muito que nenhuma dela figurem entre as trilhas sonoras. O roteiro agrada crianças e adultos e é quase impossível que pelo menos não mareje seus olhos. É Pixar da melhor qualidade, sabe tratar de assuntos pesados de uma maneira leve e profunda ao mesmo tempo. Estou simplesmente apaixonada e Recuérdame está no meu repeat. Espero ansiosamente assistir em inglês também. As palavras não tem como traduzir o que eu senti assistindo, mas deixo aqui minha forte recomendação e a torcida pro Oscar 2018
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraAssisti ao primeiro trailer e esperei por um tipo de filme, esperei um thriller psicológico, fugi de todas as reviews possíveis, achando que elas poderiam estragar a minha interação com a obra. Fiz bem, mas errei ENORMEMENTE nas expectativas. Nos primeiros minutos de filme tentei erroneamente interpretar o filme de forma mais literal, apenas após uma passagem específica
o assassinato de um irmão pelo outro
“Eu sou o que sou” é exatamente a mesma frase que Deus diz a Moisés na sarça ardente
insta: jeh_bellini
Eu Posso Ouvir o Oceano
3.2 219 Assista AgoraÉ nítido como falta um brilho de Ghibli nessa animação, o roteiro tem falhas, ele tem por intenção chegar a nostalgia mas sem sucesso, pretensioso em ter alguma reflexão, porém sem impacto. Mas nada disso faz dele um filme ruim, aliás ele continua sendo acima da média. Acho que o estúdio me deixou mal acostumada ahahha.
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