A primeira hora do filme é excelente, tem uma construção dramática e de suspense muito boas, sem falar nas atuações. O terço final deixa a desejar, e é aquele mais-do-mesmo em filmes do gênero
É bastante óbvio e previsível, mas tem um certo charme e fofura inerentes às produções românticas natalinas, além de uma abordagem diferente por ser, desta vez, um homem o "patinho feio" da produção
Infelizmente não é muito bom, ou pelo menos não funciona muito bem enquanto obra única, dependendo de (muita) boa vontade do espectador, a não ser que você seja aquele fãzaço da franquia (neste caso, deve aproveitar alguma coisa a mais, já que o fanservice é servido no capricho). O roteiro é muito ruim, e quando não está martelando diálogos expositivos, está se contradizendo na própria proposta ruim, enquanto 'filler' para um próximo filme. Enquanto slasher funciona até que bem, com a novidade ficando por conta da contagem de corpos recorde, e de mortes mais brutais/violentas, além das boas referências aos filmes de 1978/1981, e que tomam conta de boa parte da primeira metade do longa. Resta aguardar, então, que a conclusão desta nova trilogia seja mais satisfatória.
Um ótimo texto, porém em vários momentos me pareceu teatro filmado, o que diminuiu, assim, o impacto que uma abordagem mais cinematográfica poderia ter causado.
A sequência inicial é a única parte do filme que consegue imprimir algum interesse graças à tensão e ao desespero generalizados presentes na tela. Após isso, clichês e mais clichês preguiçosos completam o longa.
É um filme que trabalha no minimalismo, na trama intimista, na ausência de grandes conflitos. Com isso, as performances do trio principal acabam aparecendo mais, com grandes entregas de personagens por DeNiro, Harris e Baker
Afastando desde já a delirante teoria sobre como 'Joker' serviria de modelo e motor para os perigosos indivíduos que se autodenominam incels; bem como também deixando de lado todo o (i)merecido hype, eu enxergo 'Coringa' como um filme apenas correto, embora, sem dúvidas, a monstruosa atuação de Joaquin Phoenix (com uma modulação de voz e uma construção corporal impressionantes e diferentes de todos os excelentes papeis que já desempenhou) possa, de fato, levar o espectador a considerar o filme mais do que apenas mediano. Compreendo.
Vindo de comédias, o diretor-roteirista Todd Philips constrói, a meu ver, um filme bastante raso, cujo roteiro aposta em diversas conveniências para que o filme avance. Como exemplo mais claro, vejo o primeiro assassinato de Coringa ser o de três jovens ricos (os proverbiais burgueses safados) uma matéria meramente de acaso. Nada impediria que, no mesmo contexto, três jovens de classe social diferente tivessem entrado naquele mesmo metrô e, após assediarem uma passageira, tivessem partido para cima do protagonista. Algo apenas circunstancial. Coringa não é um líder anarquista, é um homem injustiçado pela vida, porém com uma forte doença mental.
Prestando homenagem explicita (alguns frames vão de análogos a idênticos) a "Taxi Driver" e "O Rei da Comédia", o " Coringa" de Philips, no entanto, nunca alcança um tom próprio, nem uma identidade, oscilando com frequência de tom sem nunca discutir os temas que supostamente põe à mesa, sejam eles a negligência aos psiquiatricamente enfermos, a luta de classes, o subtexto envolvendo a familia do futuro Batman, ou a omissão do Estado com aqueles que mais precisam; e embora a paleta de cores utilizada na fotografia do longa seja visualmente um primor, o potencial inflamável ou, errrrr, filosófico (?) do filme é quase pueril. Resta, com isso, o 'carão' de um filme de revolta adolescente com pedigree. O Coringa de Phoenix merecia um filme muito melhor.
Possui alguns momentos de tensão aqui e ali, os efeitos visuais são bem convincentes e os dois protagonistas seguram bem as pontas, porém num roteiro batido destes o longa talvez tivesse se saído melhor numa abordagem mais trash e descompromissada
O inicio do filme é brilhante, denso, sufocante, me arrancou até lagrimas dos olhos, tamanha sensibilidade que Ari Aster (como já demonstrado em Hereditário) possui para lidar com conflitos humanos, depressão, luto e aqui, ansiedade e pânico. E Florence Pugh está simplesmente perfeita! Curiosamente, a partir do momento em que o grupo de protagonistas chega a tal vila sueca para as festividades do título, o longa oscila entre o grotesco, o poético e o embaraçoso (com destaque negativo para o alivio cômico fornecido pela personagem de Will Poulter que, embora necessária para a trama, ficou exagerado) prolongando-se demais em artifícios que qualquer pessoa com meia dúzia de filmes de horror na bagagem vai manjar na hora. Sobra, com isso, a vasta riqueza de significados e metáforas que o filme esbanja, e nisso Aster mais uma vez prova que tem estilo e técnica em construções (audio)visualmente belíssimas (palmas para a trilha sonora). Dessa forma, em sendo inevitável a comparação, "Midsommar" não é um "Hereditário", mas é um bom filme.
Agora, falando sério, Noé voltando à boa forma depois do intragável "Love". As cenas das coreografias das danças pulsam uma energia tão enorme que é difícil descrever. Puro deleite audiovisual.
A temática tratada é importante e atual e, por isso mesmo, merecia um filme melhor, talvez até um documentário sobre o assunto. Neste "Ferrugem", temos um elenco adolescente muito limitado, de modo que se torna difícil a apropriação daquelas personagens e, não fosse a empatia com a vítima, mal nos importariamos com o que acontece no decorrer da trama. A cena da conversa entre Tati e seu ex-namorado chega a ser constrangedora de tão falsa. Ao mesmo tempo, a narrativa fragmentada por partes mais prejudica do que ajuda o roteiro, já que a "parte 2" pouco examina as causas do que acontece na "parte 1", e tenta forçar uma aproximação com um personagem que desde o início se mostra aborrecido e raso. Se há algo a citar de positivo, são as atuações do núcleo adulto do longa.
É um filme que, apesar (ou em função) do roteiro pouco original (trata-se do quarto filme "A Star is Born"), é capaz de suscitar no espectador emoções genuínas (os proverbiais momentos de arrepiar os pelos do cu e as lágrimas que escorrem dos olhos em vários momentos). Bradley Cooper, que entrega uma primeira direção bastante decente, está absolutamente magnético como Jackson Maine, o roqueiro em decadência e com perda progressiva da audição. Seu arco dramático e sua entrega em cena, com destaque para seu sotaque bastante natural, são, sem dúvida, o principal destaque do filme; bem como a química absurda entre sua personagem e Ally, a cantora wannabe que é descoberta por Maine; esta interpretada por Lady Gaga com segurança e igual entrega. Os momentos musicais, a partir das lindas composições originais, também valem muito a pena e estão perfeitamente intercalados com a lógica narrativa, diferente de outros filmes similares que os situam meramente como interlúdios destoados da trama principal. O roteiro permite o desenvolvimento de personagens e dramas reais (o longa não doura a pílula, expondo as feridas do passado de Maine, seu conflito com Ally na banheira, uma conturbada reconciliação, o peso das ações das personagens, a crueldade da indústria fonográfica). Até mesmo a pequeníssima ponta de Sam Elliott como irmão de Maine é digna de nota, permitindo assim uma conexão mais profunda do espectador com aquelas situações de um dos melhores filmes do ano.
Embora seja louvável um longa-metragem blockbuster buscar representatividade num filme feito por, e em torno de asiáticos, artistas geralmente renegados a papeis secundários e estereotipos; trata-se meramente de um novelão repleto de personagens rasas e cujo roteiro previsível ao extremo não permite qualquer envolvimento com aquelas personagens.
A trilha sonora é espetacular, todas as composições são lindas, em especial aquela que abre os créditos finais, na qual são mesclados drama e sons melancólicos eletrônicos (num iinusitado uso de um teremin), que remetem a filmes espaciais. Claire Foy rouba a cena ao compor sua personagem com uma interpretação naturalista de uma mulher que, mesmo sendo dona de casa, impõe-se no núcleo familiar. O roteiro, que pode não trazer de novo, é habilmente dirigido ao focar em Neil Armstrong como um homem comum, o que nos coloca de imediato em seu lugar na trama. Nesse sentido outro acerto é subverter o que se esperaria de um filme biográfico no espaço, criando im desfecho simples e tocante. E haja fôlego para acompanhar as tentativas (e acertos) nas passagens que envolvem as decolagens espaciais, de longe a mais tensa e visualmente incrível feita pelo cinema.
Divertido à beça, o novo "Predador" abre mão de qualquer alegoria ou intenção mais nobre existente nos originais para entregar um trashão (com pedigree e orçamento) que serve bem como entretenimento.
Até estranha ver o nome de Eli Roth, que pela primeira vez em sua filmografia dirige algo "para toda a familia". Com poucos momentos inspirados, no entanto, o longa cai no genéricão.
Começa bem e mantém a atenção naquilo que pensamos ser um intrigante noir moderno, porém o excesso de subtramas e reviravoltas, algumas das quais previsíveis e constrangedoras, torna o longa cansativo e impede qualquer pretensão maior.
Vince Vaughn, bastante comedido, cria uma personagem bastante magnética, embora por vezes apática. A ultraviolência que toma conta da tela, assumidamente exagerada e falsa, bem como o uso de coreografias bregas e de enquadramento simplista, em vez de afastar o espectador, acaba por criar un charme no longa e uma aura de homenagem aos antigos filmes de prisão e vingança. É o tipo de filme que meu pai assistiria na TV com certeza. Zahler mais uma vez imprime estilo e violência num produto de sua autoria, no qual, assim como em "Bone Tomahawk", a originalidade na forma é preterida em função da paródia, da homenagem e da tensão criadas pela direção fortemente autoral.
Gostosinho demais este filme. Constrói - com destaque para a deliciosa trilha eletrônica de Le Mendes de acordes repletos de sintetizadores - uma atmosfera eficiente e convincente que nos transporta diretamente para os anos 80, o roteiro ainda trabalha, ainda que de forma rasa, o pano de fundo da vida nos subúrbios e de famílias disfuncionais. O elenco, charmoso e competente, dá conta do recado e cria empatia com aquelas personagens naquele universo.
Curiosamente, só achei que as cenas que acontecem antes do final propriamente dito são calcadas numa verossimilhança que quase prejudicam o belo desfecho. Pecado menor para um longa cheio de méritos.
King Richard: Criando Campeãs
3.8 408Biopic motivacional meia-boca
Os coaches vão adorar
Encanto
3.8 804Visual magnífico, mas o roteiro é um fiapinho
Espíritos Obscuros
2.7 185 Assista AgoraA primeira hora do filme é excelente, tem uma construção dramática e de suspense muito boas, sem falar nas atuações. O terço final deixa a desejar, e é aquele mais-do-mesmo em filmes do gênero
Rua do Medo: 1994 - Parte 1
3.1 773 Assista AgoraCarisma de centavos das protagonistas
Um Match Surpresa
3.2 337 Assista AgoraÉ bastante óbvio e previsível, mas tem um certo charme e fofura inerentes às produções românticas natalinas, além de uma abordagem diferente por ser, desta vez, um homem o "patinho feio" da produção
Halloween Kills: O Terror Continua
3.0 683 Assista AgoraInfelizmente não é muito bom, ou pelo menos não funciona muito bem enquanto obra única, dependendo de (muita) boa vontade do espectador, a não ser que você seja aquele fãzaço da franquia (neste caso, deve aproveitar alguma coisa a mais, já que o fanservice é servido no capricho). O roteiro é muito ruim, e quando não está martelando diálogos expositivos, está se contradizendo na própria proposta ruim, enquanto 'filler' para um próximo filme. Enquanto slasher funciona até que bem, com a novidade ficando por conta da contagem de corpos recorde, e de mortes mais brutais/violentas, além das boas referências aos filmes de 1978/1981, e que tomam conta de boa parte da primeira metade do longa.
Resta aguardar, então, que a conclusão desta nova trilogia seja mais satisfatória.
Uma Noite em Miami...
3.7 189 Assista AgoraUm ótimo texto, porém em vários momentos me pareceu teatro filmado, o que diminuiu, assim, o impacto que uma abordagem mais cinematográfica poderia ter causado.
Conexão Mortal
2.1 280 Assista AgoraA sequência inicial é a única parte do filme que consegue imprimir algum interesse graças à tensão e ao desespero generalizados presentes na tela. Após isso, clichês e mais clichês preguiçosos completam o longa.
Jacknife
3.2 14É um filme que trabalha no minimalismo, na trama intimista, na ausência de grandes conflitos. Com isso, as performances do trio principal acabam aparecendo mais, com grandes entregas de personagens por DeNiro, Harris e Baker
Pokémon: Detetive Pikachu
3.5 670 Assista AgoraO filme é muito vergonha-alheia, só consegui embarcar moderadamente porque sou fã da franquia original.
Cemitério Maldito
2.7 891Remake bastante desnecessário, que por vezes chega às raias do constrangedor
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraErrr, veja bem...
(Mini review com spoilers abaixo)
Afastando desde já a delirante teoria sobre como 'Joker' serviria de modelo e motor para os perigosos indivíduos que se autodenominam incels; bem como também deixando de lado todo o (i)merecido hype, eu enxergo 'Coringa' como um filme apenas correto, embora, sem dúvidas, a monstruosa atuação de Joaquin Phoenix (com uma modulação de voz e uma construção corporal impressionantes e diferentes de todos os excelentes papeis que já desempenhou) possa, de fato, levar o espectador a considerar o filme mais do que apenas mediano. Compreendo.
Vindo de comédias, o diretor-roteirista Todd Philips constrói, a meu ver, um filme bastante raso, cujo roteiro aposta em diversas conveniências para que o filme avance. Como exemplo mais claro, vejo o primeiro assassinato de Coringa ser o de três jovens ricos (os proverbiais burgueses safados) uma matéria meramente de acaso. Nada impediria que, no mesmo contexto, três jovens de classe social diferente tivessem entrado naquele mesmo metrô e, após assediarem uma passageira, tivessem partido para cima do protagonista. Algo apenas circunstancial. Coringa não é um líder anarquista, é um homem injustiçado pela vida, porém com uma forte doença mental.
Prestando homenagem explicita (alguns frames vão de análogos a idênticos) a "Taxi Driver" e "O Rei da Comédia", o " Coringa" de Philips, no entanto, nunca alcança um tom próprio, nem uma identidade, oscilando com frequência de tom sem nunca discutir os temas que supostamente põe à mesa, sejam eles a negligência aos psiquiatricamente enfermos, a luta de classes, o subtexto envolvendo a familia do futuro Batman, ou a omissão do Estado com aqueles que mais precisam; e embora a paleta de cores utilizada na fotografia do longa seja visualmente um primor, o potencial inflamável ou, errrrr, filosófico (?) do filme é quase pueril.
Resta, com isso, o 'carão' de um filme de revolta adolescente com pedigree.
O Coringa de Phoenix merecia um filme muito melhor.
Predadores Assassinos
3.2 770 Assista AgoraPossui alguns momentos de tensão aqui e ali, os efeitos visuais são bem convincentes e os dois protagonistas seguram bem as pontas, porém num roteiro batido destes o longa talvez tivesse se saído melhor numa abordagem mais trash e descompromissada
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista Agora"Midsommar - O Mal não espera a noite" (2019)
***
O inicio do filme é brilhante, denso, sufocante, me arrancou até lagrimas dos olhos, tamanha sensibilidade que Ari Aster (como já demonstrado em Hereditário) possui para lidar com conflitos humanos, depressão, luto e aqui, ansiedade e pânico.
E Florence Pugh está simplesmente perfeita!
Curiosamente, a partir do momento em que o grupo de protagonistas chega a tal vila sueca para as festividades do título, o longa oscila entre o grotesco, o poético e o embaraçoso (com destaque negativo para o alivio cômico fornecido pela personagem de Will Poulter que, embora necessária para a trama, ficou exagerado) prolongando-se demais em artifícios que qualquer pessoa com meia dúzia de filmes de horror na bagagem vai manjar na hora.
Sobra, com isso, a vasta riqueza de significados e metáforas que o filme esbanja, e nisso Aster mais uma vez prova que tem estilo e técnica em construções (audio)visualmente belíssimas (palmas para a trilha sonora).
Dessa forma, em sendo inevitável a comparação, "Midsommar" não é um "Hereditário", mas é um bom filme.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraLoucura, Loucura, Loucura
Aviso: Não usem drogas (sponsored by Proerd)
Agora, falando sério, Noé voltando à boa forma depois do intragável "Love". As cenas das coreografias das danças pulsam uma energia tão enorme que é difícil descrever. Puro deleite audiovisual.
Ferrugem
2.9 129A temática tratada é importante e atual e, por isso mesmo, merecia um filme melhor, talvez até um documentário sobre o assunto.
Neste "Ferrugem", temos um elenco adolescente muito limitado, de modo que se torna difícil a apropriação daquelas personagens e, não fosse a empatia com a vítima, mal nos importariamos com o que acontece no decorrer da trama. A cena da conversa entre Tati e seu ex-namorado chega a ser constrangedora de tão falsa.
Ao mesmo tempo, a narrativa fragmentada por partes mais prejudica do que ajuda o roteiro, já que a "parte 2" pouco examina as causas do que acontece na "parte 1", e tenta forçar uma aproximação com um personagem que desde o início se mostra aborrecido e raso.
Se há algo a citar de positivo, são as atuações do núcleo adulto do longa.
Nasce Uma Estrela
4.0 2,4K Assista AgoraÉ um filme que, apesar (ou em função) do roteiro pouco original (trata-se do quarto filme "A Star is Born"), é capaz de suscitar no espectador emoções genuínas (os proverbiais momentos de arrepiar os pelos do cu e as lágrimas que escorrem dos olhos em vários momentos).
Bradley Cooper, que entrega uma primeira direção bastante decente, está absolutamente magnético como Jackson Maine, o roqueiro em decadência e com perda progressiva da audição. Seu arco dramático e sua entrega em cena, com destaque para seu sotaque bastante natural, são, sem dúvida, o principal destaque do filme; bem como a química absurda entre sua personagem e Ally, a cantora wannabe que é descoberta por Maine; esta interpretada por Lady Gaga com segurança e igual entrega. Os momentos musicais, a partir das lindas composições originais, também valem muito a pena e estão perfeitamente intercalados com a lógica narrativa, diferente de outros filmes similares que os situam meramente como interlúdios destoados da trama principal.
O roteiro permite o desenvolvimento de personagens e dramas reais (o longa não doura a pílula, expondo as feridas do passado de Maine, seu conflito com Ally na banheira, uma conturbada reconciliação, o peso das ações das personagens, a crueldade da indústria fonográfica).
Até mesmo a pequeníssima ponta de Sam Elliott como irmão de Maine é digna de nota, permitindo assim uma conexão mais profunda do espectador com aquelas situações de um dos melhores filmes do ano.
Podres de Ricos
3.5 507 Assista AgoraEmbora seja louvável um longa-metragem blockbuster buscar representatividade num filme feito por, e em torno de asiáticos, artistas geralmente renegados a papeis secundários e estereotipos; trata-se meramente de um novelão repleto de personagens rasas e cujo roteiro previsível ao extremo não permite qualquer envolvimento com aquelas personagens.
O Primeiro Homem
3.6 649 Assista AgoraA trilha sonora é espetacular, todas as composições são lindas, em especial aquela que abre os créditos finais, na qual são mesclados drama e sons melancólicos eletrônicos (num iinusitado uso de um teremin), que remetem a filmes espaciais.
Claire Foy rouba a cena ao compor sua personagem com uma interpretação naturalista de uma mulher que, mesmo sendo dona de casa, impõe-se no núcleo familiar.
O roteiro, que pode não trazer de novo, é habilmente dirigido ao focar em Neil Armstrong como um homem comum, o que nos coloca de imediato em seu lugar na trama. Nesse sentido outro acerto é subverter o que se esperaria de um filme biográfico no espaço, criando im desfecho simples e tocante.
E haja fôlego para acompanhar as tentativas (e acertos) nas passagens que envolvem as decolagens espaciais, de longe a mais tensa e visualmente incrível feita pelo cinema.
Mais um acerto de Damien Chazelle.
O Predador
2.5 649Divertido à beça, o novo "Predador" abre mão de qualquer alegoria ou intenção mais nobre existente nos originais para entregar um trashão (com pedigree e orçamento) que serve bem como entretenimento.
O Mistério do Relógio na Parede
2.9 221 Assista AgoraAté estranha ver o nome de Eli Roth, que pela primeira vez em sua filmografia dirige algo "para toda a familia".
Com poucos momentos inspirados, no entanto, o longa cai no genéricão.
Um Pequeno Favor
3.3 690 Assista AgoraComeça bem e mantém a atenção naquilo que pensamos ser um intrigante noir moderno, porém o excesso de subtramas e reviravoltas, algumas das quais previsíveis e constrangedoras, torna o longa cansativo e impede qualquer pretensão maior.
Confronto no Pavilhão 99
3.7 217 Assista AgoraVince Vaughn, bastante comedido, cria uma personagem bastante magnética, embora por vezes apática.
A ultraviolência que toma conta da tela, assumidamente exagerada e falsa, bem como o uso de coreografias bregas e de enquadramento simplista, em vez de afastar o espectador, acaba por criar un charme no longa e uma aura de homenagem aos antigos filmes de prisão e vingança.
É o tipo de filme que meu pai assistiria na TV com certeza.
Zahler mais uma vez imprime estilo e violência num produto de sua autoria, no qual, assim como em "Bone Tomahawk", a originalidade na forma é preterida em função da paródia, da homenagem e da tensão criadas pela direção fortemente autoral.
Verão de 84
3.4 411 Assista AgoraGostosinho demais este filme. Constrói - com destaque para a deliciosa trilha eletrônica de Le Mendes de acordes repletos de sintetizadores - uma atmosfera eficiente e convincente que nos transporta diretamente para os anos 80, o roteiro ainda trabalha, ainda que de forma rasa, o pano de fundo da vida nos subúrbios e de famílias disfuncionais. O elenco, charmoso e competente, dá conta do recado e cria empatia com aquelas personagens naquele universo.
Curiosamente, só achei que as cenas que acontecem antes do final propriamente dito são calcadas numa verossimilhança que quase prejudicam o belo desfecho. Pecado menor para um longa cheio de méritos.