O filme tem uma bela fotografia e trilha sonora, alguns diálogos interessantes, e aborda um tema importante que merece mais evidência... Mas foi só isso pra mim. Achei o protagonista meio clichêzão demais e as muitas cenas de ação inverossímeis. Mas o ponto decisivo pra eu não gostar tanto do filme foi o recurso ao meu ver abusivo da cena de estupro. Explico-me: quando a cena finalmente chega, o espectador já sabe exatamente O QUE havia acontecido
inocentar o namorado, de quem suspeitávamos até então
, mas convenhamos que essa é uma razão bem pequena em face da importância do tema abordado. Ou seja, em termos narrativos a cena foi bem desnecessária e apenas apelativa. Acho que o filme vale a pena ser assistido pela importância da questão denunciada, mas, na minha opinião, é só isso mesmo.
Filme lindo. Elabora duas temáticas principais: a circularidade da criminalidade, das drogas e da violência na vida dos setores pobres, negros e periféricos da cidade moderna (cujas vidas inevitavelmente gravitam em torno desses fatores sociais), e a subjetividade masculina, especialmente a homoafetividade e a homossexualidade do protagonista. O final é uma redenção em aberto, ou seja, um momento de alívio, uma redenção não épica, que não fecha o destino do personagem posto que não existe destino, a vida segue em aberto.
"Breakfast club" tem uma proposta interessante, mas está tão bem inserido nos anos 1980 que, infelizmente, me pareceu um pouco datado. Seu ritmo quer ser rápido (e pode ter sido mesmo na época), mas parece lento e, por isso, forçado no século XXI; os personagens querem ser fiéis representantes da juventude americana oitentista, com os seus mais diferentes extratos e problemas, mas os atores claramente são muito mais velhos que seus personagens; enfim, coisas que deveriam ser chocantes na época (como o "delinquente" do grupo ter maconha guardada no armário da escola) não chocam ninguém no século XXI, e discussões sobre ser ou não virgem já não causam vergonha ou escândalo para nós. Não achei o filme ruim, mas talvez exija certo esforço do espectador, porque ele anseia muito ter a nossa identificação com os personagens, mas já não necessariamente nos alcança. O ponto mais alto do filme acontece mais pro final, quando acabam as cenas de antagonismo com o diretor ou deles entre si, que dão lugar a um momento realmente interessante de aprofundamento psicológico dos personagens.
"Fico feliz que você diga isso, porque sempre sinto que sou anormal por não conseguir seguir em frente assim [tão rápido]. As pessoas têm um caso, ou até relacionamentos... terminam e esquecem tudo. Mudam como trocam de marca de cereal. Sinto que não esqueço as pessoas com as quais estive porque cada uma tem qualidades específicas. Não dá para substituir ninguém. O que foi perdido está perdido. Cada relacionamento que termina me magoa. Nunca me recupero totalmente. Por isso, tenho cuidado quando me envolvo com alguém, porque... dói demais. Eu evito até transar... porque vou sentir saudades até das coisas mais mundanas daquela pessoa. Tenho obsessão com pequenas coisas. Talvez eu seja louca, mas... quando eu era menina... minha mãe me disse que eu sempre chegava atrasada à escola. Um dia, ela me seguiu para saber o motivo. Eu ficava vendo as castanhas caírem das árvores e rolarem na calçada... ou as formigas atravessarem a rua... ou a sombra de uma folha num tronco de árvore. Coisas pequenas. Acho que com gente é igual. Vejo pequenos detalhes específicos de cada coisa... que me comovem e sinto saudades deles depois. Não se pode substituir ninguém... porque todo mundo é uma soma de pequenos e belos detalhes. Lembro que a sua barba tem fios avermelhados... e que o sol os fez brilhar naquela manhã, um pouco antes de você partir. Lembrei disso, e senti saudades."
Guardei esse filme com carinho por muito tempo, porque é o meu último da Kawase (ao qual tive acesso até agora). Não foi em vão. Que filme maravilhoso. Ele tem duas cenas que estão entre as mais impactantes que já vi no cinema dela: uma é a cena absolutamente fantástica do festival de Basara sob a chuvarada, e a outra é quando a própria diretora DÁ A LUZ no seu próprio filme (sim, a própria Naomi Kawase). O tema do luto e da perda (onipresentes na filmografia da diretora) são abordados aqui pela afirmação da vida. Filmão.
"Não se pode aprender nada de uma lição que não venha acompanhada da dor, já que não se pode conseguir nada sem um sacrifício. Mas quando se aguenta essa dor e a supera, as pessoas conseguem um coração forte que não perde para nada. Sim, um coração como o aço."
Porra, eu to bem emocionado. Pela terceira ou quarta vez (e contando).
O filme conta a história de uma menina que senta para ler um livro, cujo narrador conta como ele conheceu, em sua juventude como jovem aspirante a escritor, o senhor Zero Moustafa, um ex-refugiado de guerra que foi, em sua juventude, pupilo e grande amigo do ilustre senhor Gustave H., o então concièrge do hotel Grande Budapeste, e como os dois juntos esclareceram, contra as adversidades criadas pela guerra e pelo fascismo, o caso do misterioso assassinato da madame D., a então proprietária do hotel,
a qual legou ao senhor Gustave todas as suas posses pouco tempo antes de ele ser executado por um esquadrão de morte - passando a propriedade, então, para seu jovem companheiro.
Esse filme é impecável e maravilhoso. Gosto mais dele a cada vez que assisto. Essa foi a terceira. O Wes Anderson manda pra caralho. [28-07-2017]
A improbabilidade e contingência do amor contra a prisão do isolamento comunicacional e individual no meio da multidão urbana contemporânea. Belíssima representação da solidão moderna. Um filmão da porra.
Tu se apega até à menina que só tem duas ou três falas, mas que aparece chorando quando o Marcus (que personagem!) corta os pulsos.
O que dizer de Grace, a marcante protagonista interpretada pela Brie Larson? Senhores, apenas assistam... Bem, eu sempre me sinto pretensioso ao falar de roteiro (porque não entendo nada do assunto), mas achei o roteiro desse filme muito bem construído. A narrativa te prepara para surpresas que surgem nas horas certas, esclarecendo as pistas dadas até então. No geral, Short Term 12 fala sobre como a solidariedade, a empatia e a gentileza são vias de mão dupla - que fortalecem e potencializam tanto a criança desamparada quanto o adulto que a assiste.
Enfim, a cena final espelha a cena de abertura para esclarecer o sentido geral do filme: no início vemos o Sammy tentando fugir da casa e começamos a sessão esperando aprender sobre o quão difícil é, para as crianças, estarem presas lá sem um lar, até entendermos (como é representando na cena final) que a fuga do Sammy era só a brincadeira afetuosa dele com a Grace, o Mason e os outros. Os abandonados do Temporário 12 (funcionários e crianças) criaram lá o seu próprio lar.
"Este é um chá milenar! Agora você irá queimar pra sempre nas chamas do amor eterno!", diz a fiandeira do destino à Chiyoko quase como uma maldição. Contudo, após percorrida sua jornada, Chiyoko se liberta do feitiço (ela o redime de seu tom ominoso) com a frase final do filme: "Depois de tudo, é a busca por ele que eu realmente amo." Essa "busca" que ela ama é a busca pelo próprio amor, que ela reconhece como o traço constitutivo de sua própria identidade - a imagem que ela faz de si mesma e com a qual está sempre em conflito, em desacordo. É disso que se trata o filme: a fantasia (do amor) que a mobiliza, que a impulsiona para a vida, é, também, aquilo que constrói sua persona mais intima, sua identidade, a imagem na qual ela se reconhece (a "coisa mais preciosa do mundo" que aquela chave deve destrancar). Esse tema do "duplo" (o Eu versus a imagem-do-Eu) já havia sido abordada por Kon anteriormente no magnífico "Perfect Blue" (1997). É como se os dois filmes fossem dois lados da mesma moeda: enquanto Mima Kirigoe representa o movimento de fratura completa entre o Eu e a imagem que faz de si, Chiyoko representa o movimento de reconciliação do Eu com sua imagem. Como disse acima, o que mobiliza a heroína é a busca do amor. De fato, não devemos interpretar o filme como a história de uma menina submissa que fica atrás de um cara a vida inteira. Esse "cara" não tem nome, não tem rosto, não tem corpo. Ele é só uma sombra - isto é, uma fantasia. Para Chiyoko, o que interessa é o que essa fantasia representa (o amor, a liberdade, a beleza, a paz), e é disso que ela está atrás. O filme conta a história de como uma menina aceita o amor como uma "busca" e faz dessa busca pelo amor a sua própria identidade. Tem mais: eu li em algum lugar da internet que o filme "conta 1000 anos da história do Japão em 100 anos da história do cinema japonês". Essa frase é muito precisa, porque, realmente, "Atriz Milenar" é, também, uma carinhosa homenagem ao cinema japonês (a própria Chiyoko é como que uma personificação da atriz Setsuko Hara), e suas representações das muitas eras da história japonesa. Mais do que isso, o filme elabora um discurso metalinguístico sobre a própria arte de fabricar fantasias que é o cinema: no nível da forma do filme, vemos Chiyoko confundindo a vida real com os filmes em que atua, isto é, sua imagem-de-si com as personagens que encarna (outro paralelo com Mima Kirigoe). Isto fala sobre a constante mescla entre fantasia e realidade e, naturalmente, sobre o poder do cinema - o poder da fantasia na vida real, que pode ser destrutivo ("Perfect Blue") ou criativo ("Atriz Milenar"). Enfim... Que filme maravilhoso. Talvez não seja a obra magna do Kon (o melhor candidato é "Perfect Blue" mesmo), mas é o filme dele que eu mais amo. Meu predileto. Me perdoem pelo textão. Assistam ;)
"Como amo seus olhos minha amiga... E a chama radiante que neles dança. Quando por um instante fugaz eles se erguem... E seu olhar voa célebre... Como relâmpago no céu. Mas há um encanto mais poderoso ainda... Nos olhos voltados para o chão... No momento de um beijo apaixonado... Quando brilha por entre as pálpebras baixas... A sombria, obscura chama do desejo."
Passada a minha perplexidade inicial com esse filme maravilhoso, decidi tentar organizar mais ou menos o que, para mim, faz do filme maravilhoso. Não vou falar da direção primorosa (que joga você no meio da guerra), da trilha sonora/sonoplastia, da fotografia ou das atuações, pois tudo isso dispensa comentários. Vou me limitar ao seguinte... o filme mostra o que é uma guerra: um verdadeiro carnaval, uma orgia de sangue, expressão cristalina da liberação catártica da perversão de todos os entraves ("catártica" para os nazistas, claro...). Para além da denúncia do que foi feito com os pobres camponeses bielo-russos durante a 2ªGM, a preocupação do filme (na melhor vertente do realismo psicológico) está em mostrar o que acontece com os seres humanos em uma guerra de extermínio genocida na qual um povo é encontrado desamparado pelo invasor: a mais completa "liberação" por parte dos nazistas, e o mais completo desespero por parte dos bielo-russos. O extermínio de um povo eslavo "inferior" é experimentado pelos solados nazistas como uma FESTA louca, um bacanal caótico, um carnaval mesmo, onde todos os limites ético-morais estão em suspenso... Os nazistas passam pelas vilas camponesas como hordas demoníacas sem limites... E nós acompanhamos o desenrolar de tudo isso de dentro e bem de perto, junto com Floryia, o jovem e inicialmente ingênuo protagonista cujo espírito será impiedosamente destruído ao longo do filme. No final, ficamos numa situação de perplexidade total, como a de alguns dos sobreviventes bielo-russos (como a pobre Glasha) cuja consciência parece demorar (ou resistir) a entender o que aconteceu. Filme pesado, mas incrível. Desglorifica de uma vez por todas qualquer mística que possa existir sobre a guerra.
Uau, um anime sobre uma arte completamente desconhecida (de mim, é claro), com uma forma tão criativa de contar a história, com personagens TÃO cativantes e vivos!... Sem dúvida mesmo é um dos melhores animes que já vi. Aguardo ansiosamente pela próxima temporada. Recomendo entusiasticamente.
A série de Vladimir Bortko é uma ótima adaptação do livro de Dostoiévski - extremamente fiel ao romance, tanto na sua narrativa, na caracterização dos personagens e nos diálogos. Eu a recomendaria facilmente para qualquer um que se interesse pela história (embora recomende muito mais a leitura do livro). Apenas algumas poucas coisas não me agradaram, como alguns atores que não me convenceram tanto (aquela não é a Aglaia Ivanovna Iepantchina!) ou a trilha sonora um pouco repetitiva. Mas não acho que isso prejudique a alta qualidade da série. Contudo, eu queria ressaltar um detalhe importantíssimo do livro: a epilepsia do herói, o príncipe Míchkin (cuja pronúncia em russo é "Kniás Muíchkin", como tive o prazer de descobrir na série). Esse personagem encarna o tipo psicológico de Jesus Cristo ou de Dom Quixote (ou do "Cavaleiro Pobre" do poema de Púchkin, recitado por Aglaia), e possui traços de um visionário (no sentido religioso do termo). Esses aspectos são fundamentais na representação do personagem ora como um "idiota-aparente", ora como um "aparente-idiota" - uma pessoa deslocada na sociedade por uma aparente limitação psicológica que é, na verdade, o mais alto desenvolvimento moral possível. Embora isso esteja certamente presente na série (caso contrário, esta seria uma péssima adaptação do livro), fica ausente a dimensão visionário da psicologia de Míchkin, que é construída por sua condição de epiléptico. Seus ataques o levam a uma intensificação da experiência da vida no instante em que ainda está no limiar entre a sanidade e o ataque propriamente dito. Isso é descrito assim em certa passagem especialmente marcante do livro: "(...) esses instantes eram, justamente, só uma intensificação extraordinária da autoconsciência - caso fosse necessário exprimir esse estado por uma palavra -, da autoconsciência e ao mesmo tempo da autossensação do imediato no mais alto grau. Se naquele segundo, isto é, no mais derradeiro momento de consciência perante o ataque ele arranjasse tempo para dizer com clareza e consciência a si mesmo: "sim, por esse instante pode-se dar a vida toda!" - então, é claro, esse momento em si valia a vida toda." [DOSTOIÉVSKI, F. O Idiota (trad. de P. Bezerra). São Paulo: Ed. 34, 2002, p. 264]. Esses instantes de clareza visionária aproximam Míchkin da condição do condenado a morte que, segundo seu relato, nos derradeiros minutos antes da execução teve uma visão redentora da "vida infinita" (aliás, a pena do condenado teria sido comutada no ultimo minuto, o que é uma referência a uma experiência similar vivida pelo próprio Dostoiévski). É assim que Míchkin encarna o tipo psicológico do homem mais moralmente desenvolvido: ele não parece idiota apenas por ser "certinho" numa sociedade mesquinha; ele é "certinho" porque, de fato, têm experiências visionárias que ampliam sua consciência da vida e seu amor compassivo pelos próximos, mas que são engendradas pelos ataques de epilepsia que o deixam idiota. Naturalmente, esse traço psicológico do personagem é construído por Dostoiévski através de seus típicos (e geniais) monólogos internos, quase contraditórios, do personagem consigo mesmo - que seriam ridiculamente difíceis de representar visualmente sem o texto. Mas enfim... como eu disse antes: eu gostei da série e a recomendo, mas recomendo muitíssimo mais o livro do velho Dostô ;-) Boa sessão e/ou leitura!
"Tenshi no Tamago" ("O ovo do anjo") é uma obra magnifica do grande Mamoru Oshii. O filme possui uma densidade simbólica enorme, então fiquei com a impressão palpável de que não entendi tudo que o filme tinha pra expressar. Por isso só vou deixar uma das minhas impressões mais fortes. Entendi o ovo como o símbolo de uma esperança frágil que aprisiona, porque precisa se manter não revelada na condição de se manter esperança. Como um adiamento da vida mesmo, já que a vida da menina consiste na espera. Pensei assim, entre outros motivos, pelo fato de a menina se tornar adulta quando cai no buraco após encontrar o ovo quebrado - numa cena que, aliás, lembra a de outro filme do Mamoru Oshii, o primeiro Ghost in the Shell. Faço ainda duas menções honrosas: à belíssima e sombria trilha sonora e à arte do grande Yoshitaka Amano (como não lembrar de Terra ou de Celes nos traços da menina?).
Afinal, o que conta mais na família, o vínculo de sangue ou o vínculo afetivo? Esta é a questão colocada por Hirokazu Koreeda em "Pais e filhos". A resposta do diretor é a segunda opção, mas seu maior interesse é explorar a importância do próprio dilema para os personagens - e para toda a sociedade japonesa. Seria fácil cair numa condenação puramente moralista e melodramática do pai, Ryota Nonomyia. Mas Koreeda não vai por esse caminho. Constrói empatia pelo personagem e amplia as dimensões do problema, destacando o peso histórico-social de seu dilema para a própria sociedade japonesa - notavelmente através das perspectivas contraditórias dos personagens mais velhos, que dão um colorido geracional ao problema (as soluções dos pais de Ryota são simetricamente opostas!). A infância, a paternidade/maternidade e a moral familiar na sociedade japonesa parecem ser temáticas recorrentes na obra do diretor, bem como o diálogo com a linguagem documental. Até agora, eu só tinha assistido seu excelente "Ninguém pode saber", que já evocava todos esses elementos, mas abordando uma outra questão. Fico cada vez mais surpreso com o cinema do Koreeda. Destaque para a bela cena final, quando Ryota e Keita andam paralelamente por caminhos separados e se reúnem no final, simbolizando todo o arco dos personagens ao longo do filme.
"Mushishi" te fala sobre (e te impacta com) a beleza e a infinita diversidade da vida em todas as suas manifestações e (às vezes inusitadas) possibilidades. O faz em sentido figurado, é claro (não é que os mushis existam...). É a estética do anime que consiste nisso: afirmar a vida em toda a sua diversidade. É um anime muito bonito mesmo.
Que monótono o quê!... A primeira metade do filme traça uma certa imagem com as ações dos personagens. Depois, com a segunda metade, vem o acabamento mordazmente irônico dessa imagem. É a estética da vergonha alheia denunciando o vazio, a futilidade e a estupidez de um estilo de vida, de um ethos. Sofia Coppolla melhor pessoa.
Um Lobo Como Eu (1ª Temporada)
3.6 41 Assista AgoraUm salve pra Redatora de merda! Te adoro, viu? Obrigado!
Terra Selvagem
3.8 594 Assista AgoraO filme tem uma bela fotografia e trilha sonora, alguns diálogos interessantes, e aborda um tema importante que merece mais evidência... Mas foi só isso pra mim. Achei o protagonista meio clichêzão demais e as muitas cenas de ação inverossímeis. Mas o ponto decisivo pra eu não gostar tanto do filme foi o recurso ao meu ver abusivo da cena de estupro. Explico-me: quando a cena finalmente chega, o espectador já sabe exatamente O QUE havia acontecido
(ela havia sido estuprada, fugiu do agressor e morreu congelada na floresta)
inocentar o namorado, de quem suspeitávamos até então
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraFilme lindo. Elabora duas temáticas principais: a circularidade da criminalidade, das drogas e da violência na vida dos setores pobres, negros e periféricos da cidade moderna (cujas vidas inevitavelmente gravitam em torno desses fatores sociais), e a subjetividade masculina, especialmente a homoafetividade e a homossexualidade do protagonista. O final é uma redenção em aberto, ou seja, um momento de alívio, uma redenção não épica, que não fecha o destino do personagem posto que não existe destino, a vida segue em aberto.
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista Agora"Breakfast club" tem uma proposta interessante, mas está tão bem inserido nos anos 1980 que, infelizmente, me pareceu um pouco datado.
Seu ritmo quer ser rápido (e pode ter sido mesmo na época), mas parece lento e, por isso, forçado no século XXI; os personagens querem ser fiéis representantes da juventude americana oitentista, com os seus mais diferentes extratos e problemas, mas os atores claramente são muito mais velhos que seus personagens; enfim, coisas que deveriam ser chocantes na época (como o "delinquente" do grupo ter maconha guardada no armário da escola) não chocam ninguém no século XXI, e discussões sobre ser ou não virgem já não causam vergonha ou escândalo para nós.
Não achei o filme ruim, mas talvez exija certo esforço do espectador, porque ele anseia muito ter a nossa identificação com os personagens, mas já não necessariamente nos alcança. O ponto mais alto do filme acontece mais pro final, quando acabam as cenas de antagonismo com o diretor ou deles entre si, que dão lugar a um momento realmente interessante de aprofundamento psicológico dos personagens.
Antes do Pôr-do-Sol
4.2 1,5K Assista Agora"Fico feliz que você diga isso, porque sempre sinto que sou anormal por não conseguir seguir em frente assim [tão rápido]. As pessoas têm um caso, ou até relacionamentos... terminam e esquecem tudo. Mudam como trocam de marca de cereal. Sinto que não esqueço as pessoas com as quais estive porque cada uma tem qualidades específicas. Não dá para substituir ninguém. O que foi perdido está perdido. Cada relacionamento que termina me magoa. Nunca me recupero totalmente. Por isso, tenho cuidado quando me envolvo com alguém, porque... dói demais. Eu evito até transar... porque vou sentir saudades até das coisas mais mundanas daquela pessoa. Tenho obsessão com pequenas coisas. Talvez eu seja louca, mas... quando eu era menina... minha mãe me disse que eu sempre chegava atrasada à escola. Um dia, ela me seguiu para saber o motivo. Eu ficava vendo as castanhas caírem das árvores e rolarem na calçada... ou as formigas atravessarem a rua... ou a sombra de uma folha num tronco de árvore. Coisas pequenas. Acho que com gente é igual. Vejo pequenos detalhes específicos de cada coisa... que me comovem e sinto saudades deles depois. Não se pode substituir ninguém... porque todo mundo é uma soma de pequenos e belos detalhes. Lembro que a sua barba tem fios avermelhados... e que o sol os fez brilhar naquela manhã, um pouco antes de você partir. Lembrei disso, e senti saudades."
Shara
4.1 31Guardei esse filme com carinho por muito tempo, porque é o meu último da Kawase (ao qual tive acesso até agora). Não foi em vão. Que filme maravilhoso. Ele tem duas cenas que estão entre as mais impactantes que já vi no cinema dela: uma é a cena absolutamente fantástica do festival de Basara sob a chuvarada, e a outra é quando a própria diretora DÁ A LUZ no seu próprio filme (sim, a própria Naomi Kawase). O tema do luto e da perda (onipresentes na filmografia da diretora) são abordados aqui pela afirmação da vida. Filmão.
Fullmetal Alchemist: Brotherhood
4.7 391"Não se pode aprender nada de uma lição que não venha acompanhada da dor, já que não se pode conseguir nada sem um sacrifício. Mas quando se aguenta essa dor e a supera, as pessoas conseguem um coração forte que não perde para nada. Sim, um coração como o aço."
Porra, eu to bem emocionado. Pela terceira ou quarta vez (e contando).
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KO filme conta a história de uma menina que senta para ler um livro, cujo narrador conta como ele conheceu, em sua juventude como jovem aspirante a escritor, o senhor Zero Moustafa, um ex-refugiado de guerra que foi, em sua juventude, pupilo e grande amigo do ilustre senhor Gustave H., o então concièrge do hotel Grande Budapeste, e como os dois juntos esclareceram, contra as adversidades criadas pela guerra e pelo fascismo, o caso do misterioso assassinato da madame D., a então proprietária do hotel,
a qual legou ao senhor Gustave todas as suas posses pouco tempo antes de ele ser executado por um esquadrão de morte - passando a propriedade, então, para seu jovem companheiro.
Esse filme é impecável e maravilhoso. Gosto mais dele a cada vez que assisto. Essa foi a terceira. O Wes Anderson manda pra caralho.
[28-07-2017]
Encontros e Desencontros
3.8 1,7K Assista AgoraA improbabilidade e contingência do amor contra a prisão do isolamento comunicacional e individual no meio da multidão urbana contemporânea. Belíssima representação da solidão moderna. Um filmão da porra.
Temporário 12
4.3 590Esse filme é um tesouro de personagens bem construídos. Dá um banho mesmo nesse quesito.
Tu se apega até à menina que só tem duas ou três falas, mas que aparece chorando quando o Marcus (que personagem!) corta os pulsos.
Bem, eu sempre me sinto pretensioso ao falar de roteiro (porque não entendo nada do assunto), mas achei o roteiro desse filme muito bem construído. A narrativa te prepara para surpresas que surgem nas horas certas, esclarecendo as pistas dadas até então.
No geral, Short Term 12 fala sobre como a solidariedade, a empatia e a gentileza são vias de mão dupla - que fortalecem e potencializam tanto a criança desamparada quanto o adulto que a assiste.
Enfim, a cena final espelha a cena de abertura para esclarecer o sentido geral do filme: no início vemos o Sammy tentando fugir da casa e começamos a sessão esperando aprender sobre o quão difícil é, para as crianças, estarem presas lá sem um lar, até entendermos (como é representando na cena final) que a fuga do Sammy era só a brincadeira afetuosa dele com a Grace, o Mason e os outros. Os abandonados do Temporário 12 (funcionários e crianças) criaram lá o seu próprio lar.
Nostalgia
4.3 186"Sentimentos... não se expressam, não se esquecem"
Gênio Indomável
4.2 1,3K Assista AgoraSabe por que eu adoro esse filme? Porque ele não é cínico. Ele é o oposto do cinismo.
Atriz Milenar
4.3 115"Este é um chá milenar! Agora você irá queimar pra sempre nas chamas do amor eterno!", diz a fiandeira do destino à Chiyoko quase como uma maldição. Contudo, após percorrida sua jornada, Chiyoko se liberta do feitiço (ela o redime de seu tom ominoso) com a frase final do filme: "Depois de tudo, é a busca por ele que eu realmente amo."
Essa "busca" que ela ama é a busca pelo próprio amor, que ela reconhece como o traço constitutivo de sua própria identidade - a imagem que ela faz de si mesma e com a qual está sempre em conflito, em desacordo. É disso que se trata o filme: a fantasia (do amor) que a mobiliza, que a impulsiona para a vida, é, também, aquilo que constrói sua persona mais intima, sua identidade, a imagem na qual ela se reconhece (a "coisa mais preciosa do mundo" que aquela chave deve destrancar).
Esse tema do "duplo" (o Eu versus a imagem-do-Eu) já havia sido abordada por Kon anteriormente no magnífico "Perfect Blue" (1997). É como se os dois filmes fossem dois lados da mesma moeda: enquanto Mima Kirigoe representa o movimento de fratura completa entre o Eu e a imagem que faz de si, Chiyoko representa o movimento de reconciliação do Eu com sua imagem.
Como disse acima, o que mobiliza a heroína é a busca do amor. De fato, não devemos interpretar o filme como a história de uma menina submissa que fica atrás de um cara a vida inteira. Esse "cara" não tem nome, não tem rosto, não tem corpo. Ele é só uma sombra - isto é, uma fantasia. Para Chiyoko, o que interessa é o que essa fantasia representa (o amor, a liberdade, a beleza, a paz), e é disso que ela está atrás. O filme conta a história de como uma menina aceita o amor como uma "busca" e faz dessa busca pelo amor a sua própria identidade.
Tem mais: eu li em algum lugar da internet que o filme "conta 1000 anos da história do Japão em 100 anos da história do cinema japonês". Essa frase é muito precisa, porque, realmente, "Atriz Milenar" é, também, uma carinhosa homenagem ao cinema japonês (a própria Chiyoko é como que uma personificação da atriz Setsuko Hara), e suas representações das muitas eras da história japonesa. Mais do que isso, o filme elabora um discurso metalinguístico sobre a própria arte de fabricar fantasias que é o cinema: no nível da forma do filme, vemos Chiyoko confundindo a vida real com os filmes em que atua, isto é, sua imagem-de-si com as personagens que encarna (outro paralelo com Mima Kirigoe). Isto fala sobre a constante mescla entre fantasia e realidade e, naturalmente, sobre o poder do cinema - o poder da fantasia na vida real, que pode ser destrutivo ("Perfect Blue") ou criativo ("Atriz Milenar").
Enfim... Que filme maravilhoso. Talvez não seja a obra magna do Kon (o melhor candidato é "Perfect Blue" mesmo), mas é o filme dele que eu mais amo. Meu predileto.
Me perdoem pelo textão. Assistam ;)
Stalker
4.3 503 Assista Agora"Como amo seus olhos
minha amiga...
E a chama radiante que neles dança.
Quando por um instante fugaz
eles se erguem...
E seu olhar voa célebre...
Como relâmpago no céu.
Mas há um encanto mais
poderoso ainda...
Nos olhos voltados
para o chão...
No momento de um
beijo apaixonado...
Quando brilha por entre
as pálpebras baixas...
A sombria, obscura chama
do desejo."
Vá e Veja
4.5 755 Assista AgoraPassada a minha perplexidade inicial com esse filme maravilhoso, decidi tentar organizar mais ou menos o que, para mim, faz do filme maravilhoso. Não vou falar da direção primorosa (que joga você no meio da guerra), da trilha sonora/sonoplastia, da fotografia ou das atuações, pois tudo isso dispensa comentários.
Vou me limitar ao seguinte... o filme mostra o que é uma guerra: um verdadeiro carnaval, uma orgia de sangue, expressão cristalina da liberação catártica da perversão de todos os entraves ("catártica" para os nazistas, claro...).
Para além da denúncia do que foi feito com os pobres camponeses bielo-russos durante a 2ªGM, a preocupação do filme (na melhor vertente do realismo psicológico) está em mostrar o que acontece com os seres humanos em uma guerra de extermínio genocida na qual um povo é encontrado desamparado pelo invasor: a mais completa "liberação" por parte dos nazistas, e o mais completo desespero por parte dos bielo-russos. O extermínio de um povo eslavo "inferior" é experimentado pelos solados nazistas como uma FESTA louca, um bacanal caótico, um carnaval mesmo, onde todos os limites ético-morais estão em suspenso... Os nazistas passam pelas vilas camponesas como hordas demoníacas sem limites...
E nós acompanhamos o desenrolar de tudo isso de dentro e bem de perto, junto com Floryia, o jovem e inicialmente ingênuo protagonista cujo espírito será impiedosamente destruído ao longo do filme. No final, ficamos numa situação de perplexidade total, como a de alguns dos sobreviventes bielo-russos (como a pobre Glasha) cuja consciência parece demorar (ou resistir) a entender o que aconteceu. Filme pesado, mas incrível. Desglorifica de uma vez por todas qualquer mística que possa existir sobre a guerra.
Vá e Veja
4.5 755 Assista AgoraNunca vou me recuperar desse filme totalmente
Shouwa Genroku Rakugo Shinjuu (1ª Temporada)
4.6 7Uau, um anime sobre uma arte completamente desconhecida (de mim, é claro), com uma forma tão criativa de contar a história, com personagens TÃO cativantes e vivos!... Sem dúvida mesmo é um dos melhores animes que já vi. Aguardo ansiosamente pela próxima temporada. Recomendo entusiasticamente.
Para Sempre Lilya
4.2 869Nem em sonho ela aceita o mundo todo de presente de um anjo!... Esse foi um dos gestos mais marcantes que já vi em um filme...
O Idiota
4.5 8A série de Vladimir Bortko é uma ótima adaptação do livro de Dostoiévski - extremamente fiel ao romance, tanto na sua narrativa, na caracterização dos personagens e nos diálogos. Eu a recomendaria facilmente para qualquer um que se interesse pela história (embora recomende muito mais a leitura do livro). Apenas algumas poucas coisas não me agradaram, como alguns atores que não me convenceram tanto (aquela não é a Aglaia Ivanovna Iepantchina!) ou a trilha sonora um pouco repetitiva. Mas não acho que isso prejudique a alta qualidade da série. Contudo, eu queria ressaltar um detalhe importantíssimo do livro: a epilepsia do herói, o príncipe Míchkin (cuja pronúncia em russo é "Kniás Muíchkin", como tive o prazer de descobrir na série).
Esse personagem encarna o tipo psicológico de Jesus Cristo ou de Dom Quixote (ou do "Cavaleiro Pobre" do poema de Púchkin, recitado por Aglaia), e possui traços de um visionário (no sentido religioso do termo). Esses aspectos são fundamentais na representação do personagem ora como um "idiota-aparente", ora como um "aparente-idiota" - uma pessoa deslocada na sociedade por uma aparente limitação psicológica que é, na verdade, o mais alto desenvolvimento moral possível. Embora isso esteja certamente presente na série (caso contrário, esta seria uma péssima adaptação do livro), fica ausente a dimensão visionário da psicologia de Míchkin, que é construída por sua condição de epiléptico.
Seus ataques o levam a uma intensificação da experiência da vida no instante em que ainda está no limiar entre a sanidade e o ataque propriamente dito. Isso é descrito assim em certa passagem especialmente marcante do livro: "(...) esses instantes eram, justamente, só uma intensificação extraordinária da autoconsciência - caso fosse necessário exprimir esse estado por uma palavra -, da autoconsciência e ao mesmo tempo da autossensação do imediato no mais alto grau. Se naquele segundo, isto é, no mais derradeiro momento de consciência perante o ataque ele arranjasse tempo para dizer com clareza e consciência a si mesmo: "sim, por esse instante pode-se dar a vida toda!" - então, é claro, esse momento em si valia a vida toda." [DOSTOIÉVSKI, F. O Idiota (trad. de P. Bezerra). São Paulo: Ed. 34, 2002, p. 264]. Esses instantes de clareza visionária aproximam Míchkin da condição do condenado a morte que, segundo seu relato, nos derradeiros minutos antes da execução teve uma visão redentora da "vida infinita" (aliás, a pena do condenado teria sido comutada no ultimo minuto, o que é uma referência a uma experiência similar vivida pelo próprio Dostoiévski).
É assim que Míchkin encarna o tipo psicológico do homem mais moralmente desenvolvido: ele não parece idiota apenas por ser "certinho" numa sociedade mesquinha; ele é "certinho" porque, de fato, têm experiências visionárias que ampliam sua consciência da vida e seu amor compassivo pelos próximos, mas que são engendradas pelos ataques de epilepsia que o deixam idiota.
Naturalmente, esse traço psicológico do personagem é construído por Dostoiévski através de seus típicos (e geniais) monólogos internos, quase contraditórios, do personagem consigo mesmo - que seriam ridiculamente difíceis de representar visualmente sem o texto. Mas enfim... como eu disse antes: eu gostei da série e a recomendo, mas recomendo muitíssimo mais o livro do velho Dostô ;-)
Boa sessão e/ou leitura!
Nada Pessoal
4.0 157Perda. Solidão. Empatia. Cumplicidade. (nessa ordem)
A Menina e o Ovo de Anjo
4.0 127"Tenshi no Tamago" ("O ovo do anjo") é uma obra magnifica do grande Mamoru Oshii. O filme possui uma densidade simbólica enorme, então fiquei com a impressão palpável de que não entendi tudo que o filme tinha pra expressar. Por isso só vou deixar uma das minhas impressões mais fortes.
Entendi o ovo como o símbolo de uma esperança frágil que aprisiona, porque precisa se manter não revelada na condição de se manter esperança. Como um adiamento da vida mesmo, já que a vida da menina consiste na espera. Pensei assim, entre outros motivos, pelo fato de a menina se tornar adulta quando cai no buraco após encontrar o ovo quebrado - numa cena que, aliás, lembra a de outro filme do Mamoru Oshii, o primeiro Ghost in the Shell.
Faço ainda duas menções honrosas: à belíssima e sombria trilha sonora e à arte do grande Yoshitaka Amano (como não lembrar de Terra ou de Celes nos traços da menina?).
Pais e Filhos
4.3 212 Assista AgoraAfinal, o que conta mais na família, o vínculo de sangue ou o vínculo afetivo? Esta é a questão colocada por Hirokazu Koreeda em "Pais e filhos". A resposta do diretor é a segunda opção, mas seu maior interesse é explorar a importância do próprio dilema para os personagens - e para toda a sociedade japonesa.
Seria fácil cair numa condenação puramente moralista e melodramática do pai, Ryota Nonomyia. Mas Koreeda não vai por esse caminho. Constrói empatia pelo personagem e amplia as dimensões do problema, destacando o peso histórico-social de seu dilema para a própria sociedade japonesa - notavelmente através das perspectivas contraditórias dos personagens mais velhos, que dão um colorido geracional ao problema (as soluções dos pais de Ryota são simetricamente opostas!).
A infância, a paternidade/maternidade e a moral familiar na sociedade japonesa parecem ser temáticas recorrentes na obra do diretor, bem como o diálogo com a linguagem documental. Até agora, eu só tinha assistido seu excelente "Ninguém pode saber", que já evocava todos esses elementos, mas abordando uma outra questão. Fico cada vez mais surpreso com o cinema do Koreeda. Destaque para a bela cena final, quando Ryota e Keita andam paralelamente por caminhos separados e se reúnem no final, simbolizando todo o arco dos personagens ao longo do filme.
Mushishi (1ª Temporada)
4.7 55"Mushishi" te fala sobre (e te impacta com) a beleza e a infinita diversidade da vida em todas as suas manifestações e (às vezes inusitadas) possibilidades. O faz em sentido figurado, é claro (não é que os mushis existam...). É a estética do anime que consiste nisso: afirmar a vida em toda a sua diversidade. É um anime muito bonito mesmo.
Bling Ring - A Gangue de Hollywood
3.0 1,7K Assista AgoraQue monótono o quê!... A primeira metade do filme traça uma certa imagem com as ações dos personagens. Depois, com a segunda metade, vem o acabamento mordazmente irônico dessa imagem. É a estética da vergonha alheia denunciando o vazio, a futilidade e a estupidez de um estilo de vida, de um ethos. Sofia Coppolla melhor pessoa.