gostei desse filme, ele em diversos momentos me pareceu repetitivo ao tentar transmitir o que se passa com o Leo. Eu acho válido para a narrativa mas sinto que atrapalhou um pouco a evolução pois a história é devastadora, mas bem simples. Gostei muito das atuações e das messagens que elas trasmitiram... acho que a primeira parte do filme é a mais importante e interessante. A estrutura de apego e pertencimento que, ao pequeno vislumbre de uma possível rejeição, pode levar a consequências de grande terror. :/
Achei o filme bonito. Peca um pouco na direção de atuação em algumas cenas e o roteiro se atrapalha com cenas e diálogos simplórios, como por exemplo no uso em muitos momentos da pergunta "o que foi?". Por outro lado é muito fácil ter empatia pelo protagonista e eu gostei muito das personalidades dos pais, confesso que gostaria de mais drama ali. A cena final do protagonista com a mãe é uma das melhores.
Filme incrível, roteiro impecável que passeia brilhantemente sobre todos os dramas pessoais da família e o conflito maior com o drama da comunidade. A mensagem mais forte que fica é como a (se)mente pode transformar realidades.
Posso me considerar mais uma pessoa marcada por esse filme para toda a vida. Acredito que ele veio para mim no melhor momento das minhas emoções afetivas, e ele trás mensagens tão importantes para o meu íntimo. Um filme que consegue catalisar tudo isso inegavelmente foi construído com muita competência e inspiração, uma pérola artística, absolutamente imortal.
É um filme que trás bons sentimentos, mesmo com as angústias que ele nos faz experimentar, é algo que torna a composição ainda mais bela. Notável como o filme delineia de maneira tão serena cada personagem, todos aqueles indivíduos são perfeitamente compreendidos, e aqui se inclui também o menino que faz o papel do vilão. Sobre esse garoto, há de se elogiar o trabalho do roteiro e direção em não simplificar suas ações inescrupulosas para o público simplesmente odiá-lo. Pelo contrário, a cena com os pais escancara completamente a razão das ações inadequadas do menino e o humaniza. Acredito que o filme, com um protagonista tão lindo, quer nos mostrar que todas as pessoas devem praticar para com alguém que se ama, a dedicação da mãe, o bom-humor do pai, a compreensão da irmã e o companheirismo do colega.
Há problemas no filme, de fato o roteiro não nos faz acreditar no casal. Entretanto, o tema relativo a vida e a morte é fenomenal. Uma teoria que é bastante interessante e nos leva a uma reflexão filosófica sobre nossas ações e sobre acontecimentos cruciais de nossas vidas. Essa reflexão tem consequência sobre o que é o destino, todos nós em algum momento questionamos nossas decisões passadas e tentamos imaginar como seria se tudo tivesse sido uma escolha diferente. Eu acredito que essa mensagem o filme consegue passar muito bem, e este é o grande mérito dele.
Que louvor a atuação do Timothee Chalamet para um personagem fantástico carregado de muita complexidade, embora essa percepção provavelmente me vem em consciência justamente pela forma que o ator trabalhou. Também não esqueço do mérito da direção nisto. A última cena de diálogo do pai ficou já marcada para minha vida.
E um filme com uma música do Sufjan Stevens é pra arrebatar.
Filme extremamente sem pé nem cabeça. A pessoa pode até filosofar sobre a profundeza da arte aqui presente, mas pra mim essa arte não passa mais que um delírio deprimente. Tudo desconexo, o enredo é um retalho só, protagonismo indeciso. As atuações são medíocres, salvo raros momentos de esforço de alguns atores. A direção de câmera não me incomodou, achei interessante até. A retratação da nudez e do sexo até funcionariam melhor se houvesse algum sentido naquilo, mas o roteiro é patético. E o que diabos esse título tem a ver com o filme em? Alguém me explica.
Depois da metade do filme parei de leva-lo a sério e comecei a rir. O tema pode até ser importante, mas o filme foi muito mal construído, totalmente caricato e bobo.
Filme fraco demais em diversos aspectos. Os diálogos são muito bobos, a direção não conduz bem nada, a câmera trêmula irrita, a atuação é ruim (apesar de pequenos esforços, destruídos pelos péssimos diálogos), o roteiro decepciona tanto, que a tentativa de construção do personagem Martin é tão patética que chega a dar dó (as cenas na casa da vó foram praticamente fúteis). O final é a melhor parte do filme e o que evidencia mais o meu lamento por não terem caprichado melhor no que queriam mostrar.
Enfim, depois de longos, e saudáveis, intervalos que tomei para assistir os filmes desta trilogia, chego neste último convicto que a dor acompanha Apu de maneira cruel e que este personagem tem um espírito de inegável fortaleza, mesmo em seu momento de isolamento e sua resignação a esta sina de dor. Essa obra, de fato, é uma relíquia do cinema.
Como o primeiro filme, este tem um desenvolvimento lento, entretanto um pouco menos hipnotizante como aquele. É o ato final, arrebatador e doloroso, que traz a tona em nossa mente tudo que aconteceu com aquela família desde o primeiro filme, explicitando a tragédia da vida daquelas pessoas. Entretanto, é curioso observar que Apu, o protagonista parece alheio ao todo de ruim que aconteceu em sua volta, mesmo que vez ou outra o diretor é exímio em demonstrar sutilmente que o garoto também é um refém das lembranças ruins. Apu é um sobrevivente e a sua família: Sarbojaya, Harihar, Durga e Indir foram os responsáveis por isto.
Talvez alguém possa dizer que este é mais um filme sobre estereótipos adolescentes, eu concordaria, e adicionaria que é um filme de desconstrução desses estereótipos como se eles fossem propriedades que separassem o bem e o mal. Absolutamente todos os personagens principais expõem nuances de todos os comportamentos mais comuns em adolescentes: indiferença, julgamento, rejeição, paixão, imaturidade, rebeldia, insensatez, chacota, auto-afirmação, aventura, vergonha, necessidade/desejo de pertencer a um grupo. O grande trunfo desse filme é expor o vendaval de experiências que a adolescência proporciona, e este é o aspecto mais fascinante dela.
Essa adaptação tem seu ponto forte no zelo pela cena final e fotografia, mas eu não fiquei satisfeito. Senti falta de força nos diálogos. A construção dos personagens principais Ralph e Jack, com base na amizade, respeito e rivalidade entre eles não foi explorada. O peso dramático que há na transformação das crianças civilizadas em selvagens é muito fraca. E o mais lamentável,
outra adaptação que somos privados do impacto psicológico que o Senhor das Moscas exerce sobre Simon falando a ele que o verdadeiro monstro está em cada um de nós.
É um filme curto, e senti o mesmo que tu, Lucas, demoraram para passar esses 80 minutos. Não há um propósito muito claro do que o filme quer falar para o espectador, pode mesmo não haver, mas essa sensação de lentidão também tem peso sobre muitas inserções de cenas no filme que me fazem procurar uma leitura sobre essa possível proposta em vão. Prevalece para mim, no fim, a pureza das crianças. Hugo é um humano formidável que qualquer um desejaria como amigo e Josephine funciona como uma ignição de contentamentos a cada abertura de seu sorriso.
Me chamou atenção a competência do filme em tratar os traumas dos protagonistas amarrando neles uma argumentação muito bem fundamentada. As duas figuras principais são perfeitamente compreensíveis, o homem solitário que jamais teve amor correspondido e o garoto rebelde atordoado por um passado obscuro. O belo dessa relação é como o desenvolvimento dos dois consegue criar uma sintonia envolvente. Adoraria assistir mais trabalhos do Chris Cleary Miles, total destaque.
Apesar da fidelidade, o filme infelizmente não funciona em transpassar a crueza dura que o livro faz ao mostrar crianças civilizadas se tornarem criaturas selvagens pelo fruto do incompreensível. De fato, uma visão que tive depois de ler o livro é esta, o quanto o medo pela busca de compreender algo difícil de explicar nos torna insensatos, capazes de apelar para a fé e criar nossas próprias fantasias para justificar o que não entende. O mais impactante sobre esta visão, que é vista no filme e no livro, é que a única pessoa que tem coragem de buscar respostas concisas é a que sofre as piores consequências... que no caso desta história, exprime o ápice total que pode chegar o delírio humano.
Filme muito especial. É tão simples, e tão arraigador. Conta a vida de uma família pobre e todo o sofrimento envolto dessa vida de miséria nas perspectivas:
De uma mãe amargurada pela preocupação constante com a alimentação, a casa, as roupas dos filhos; do pai, poeta, esperançoso e confiante no alcance de uma vida melhor pra sua família; da avó, reprimida pela mãe por dar mais trabalho que ajuda, é passiva de qualquer expectativa de melhora para uma vida que ela já conhece a tanto tempo acaba por se prender e se satisfazer com pequenos desejos; da filha, que rouba frutas, cuida de animais, dá atenção a bisavó, é exigida de forma dura pela mãe, mal vista pelos vizinhos, de poucas palavras, mas de olhar atento, sabe que o pai cede a pequenos caprichos mas nunca o tem coragem de pedir diretamente a ele; do Apu, observador, vivencia pequenos deleites que a infância por si só tem a capacidade de mascarar os problemas com ajuda da fantasia e da inocência, infelizmente a dor e o sofrimento sempre tem o poder de interromper tudo.
De certo uma obra belíssima que trata de um tema complicado de maneira sutil, delicado e fantasioso, este último não pelo fato de menosprezar a seriedade do tema, mas de relativizar, em se tratado de uma criança, a preservação de sua ingenuidade perante a intolerância de muitos adultos. Seu maior trunfo é de jamais partir para um mero discurso sobre a questão de gênero, mas de estar sempre com o foco sobre a criança, seus sentimentos, percepções do mundo afora, sua serenidade encantadora e à maneira que ela escapa dos piores momentos de julgamento sendo salvo pela sua, e também nossa, heroína boneca Pam. Aqui devemos e muito ao garoto Georges em uma atuação irretocável que nos prende à beleza pueril de Ludovic.
Amizade e amor, sentimentos que a juventude conhece muito bem, talvez seja nela que esses sentimentos se tornam independentes e rebeldes. Esse filme fala um pouco desses sentimentos e mais uma vez, sempre vale a pena ver mais uma história envolvendo eles. Gostaria que o roteiro fosse um pouco mais complexo, não ocorre situações que culminam em um clímax e os diálogos não se desenvolvem, mesmo com bons personagens como o Ornshaw. A trilha do Bee Gees é fenomenal.
Tive a grata oportunidade de ver esse filme no cinema e revendo outras vezes o meu encanto continua o mesmo. T.S. Spivet é um garoto fascinante em todos seus aspectos intelectuais, em seus sentimentos de angustia e culpa pelo irmão perdido, além de seu receio e frustração por não corresponder aos ideais que seu pai desejaria que fossem seus. Tudo nesse filme funciona de maneira cativante, os personagens, todos excêntricos e intrigantes, são construídos no enredo privilegiando suas personalidades sem destoar do que demonstram suas atitudes. Prova disso é que não nos surpreendemos em nada pelo momento de preocupação da irmã mais velha, quando esta sempre vive reclamando de todos, ou quando os pais do pequeno Spivet se comportam em momento que precisam recuperar o filho desorientado em seus julgamentos sobre o acontecimento de perda de seu irmão. Uma direção caprichada somada a uma bela fotografia, essa aventura mescla humor e drama em um filme adorável de início ao fim.
É um filme sem muitas pretensões (não há trilha sonora por exemplo) mas que expõe de maneira extraordinária a sujeira que existe na vida adulta e a pureza da infância. Em diversas passagens são evidenciadas ações inescrupulosas da vida adulta, como roubo, violência e assédio contrastados com as crianças como testemunhas, inocentes até ali, mas captando aqueles elementos.
O mais forte do filme porém são os sentimentos em torno do casal de pequenos protagonistas, Ting Ting e Tung Tung. De um lado, há um retrato encantador de uma jovem mulher deficiente, temida pelas crianças, chamada de retardada e martirizada pelos adultos do lugarejo, quando exibe comportamento terno e sereno construindo um belo laço com a pequena Ting Ting. Do outro, a profunda angústia, esperança e espontaneidade expressada nas palavras de Tung Tung quando escreve cartas endereçadas a sua mãe doente.
Belo.
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4.2 471 Assista Agoragostei desse filme, ele em diversos momentos me pareceu repetitivo ao tentar transmitir o que se passa com o Leo. Eu acho válido para a narrativa mas sinto que atrapalhou um pouco a evolução pois a história é devastadora, mas bem simples. Gostei muito das atuações e das messagens que elas trasmitiram... acho que a primeira parte do filme é a mais importante e interessante. A estrutura de apego e pertencimento que, ao pequeno vislumbre de uma possível rejeição, pode levar a consequências de grande terror. :/
Meu Melhor Amigo
3.2 168Achei o filme bonito. Peca um pouco na direção de atuação em algumas cenas e o roteiro se atrapalha com cenas e diálogos simplórios, como por exemplo no uso em muitos momentos da pergunta "o que foi?". Por outro lado é muito fácil ter empatia pelo protagonista e eu gostei muito das personalidades dos pais, confesso que gostaria de mais drama ali. A cena final do protagonista com a mãe é uma das melhores.
O Menino que Descobriu o Vento
4.3 741Filme incrível, roteiro impecável que passeia brilhantemente sobre todos os dramas pessoais da família e o conflito maior com o drama da comunidade. A mensagem mais forte que fica é como a (se)mente pode transformar realidades.
Em Nome da América
3.9 4Documentário incrível com elementos históricos relevantes e tocantes.
Bonequinha de Luxo
4.1 1,7K Assista AgoraPosso me considerar mais uma pessoa marcada por esse filme para toda a vida. Acredito que ele veio para mim no melhor momento das minhas emoções afetivas, e ele trás mensagens tão importantes para o meu íntimo. Um filme que consegue catalisar tudo isso inegavelmente foi construído com muita competência e inspiração, uma pérola artística, absolutamente imortal.
Extraordinário
4.3 2,1K Assista AgoraÉ um filme que trás bons sentimentos, mesmo com as angústias que ele nos faz experimentar, é algo que torna a composição ainda mais bela. Notável como o filme delineia de maneira tão serena cada personagem, todos aqueles indivíduos são perfeitamente compreendidos, e aqui se inclui também o menino que faz o papel do vilão. Sobre esse garoto, há de se elogiar o trabalho do roteiro e direção em não simplificar suas ações inescrupulosas para o público simplesmente odiá-lo. Pelo contrário, a cena com os pais escancara completamente a razão das ações inadequadas do menino e o humaniza. Acredito que o filme, com um protagonista tão lindo, quer nos mostrar que todas as pessoas devem praticar para com alguém que se ama, a dedicação da mãe, o bom-humor do pai, a compreensão da irmã e o companheirismo do colega.
A Descoberta
3.3 385 Assista AgoraHá problemas no filme, de fato o roteiro não nos faz acreditar no casal. Entretanto, o tema relativo a vida e a morte é fenomenal. Uma teoria que é bastante interessante e nos leva a uma reflexão filosófica sobre nossas ações e sobre acontecimentos cruciais de nossas vidas. Essa reflexão tem consequência sobre o que é o destino, todos nós em algum momento questionamos nossas decisões passadas e tentamos imaginar como seria se tudo tivesse sido uma escolha diferente. Eu acredito que essa mensagem o filme consegue passar muito bem, e este é o grande mérito dele.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraQue louvor a atuação do Timothee Chalamet para um personagem fantástico carregado de muita complexidade, embora essa percepção provavelmente me vem em consciência justamente pela forma que o ator trabalhou. Também não esqueço do mérito da direção nisto. A última cena de diálogo do pai ficou já marcada para minha vida.
E um filme com uma música do Sufjan Stevens é pra arrebatar.
Eu Sou a Felicidade Deste Mundo
2.0 71Filme extremamente sem pé nem cabeça. A pessoa pode até filosofar sobre a profundeza da arte aqui presente, mas pra mim essa arte não passa mais que um delírio deprimente. Tudo desconexo, o enredo é um retalho só, protagonismo indeciso. As atuações são medíocres, salvo raros momentos de esforço de alguns atores. A direção de câmera não me incomodou, achei interessante até. A retratação da nudez e do sexo até funcionariam melhor se houvesse algum sentido naquilo, mas o roteiro é patético. E o que diabos esse título tem a ver com o filme em? Alguém me explica.
Sedução Virtual
1.6 28Depois da metade do filme parei de leva-lo a sério e comecei a rir. O tema pode até ser importante, mas o filme foi muito mal construído, totalmente caricato e bobo.
Beira-Mar
2.7 454Filme fraco demais em diversos aspectos. Os diálogos são muito bobos, a direção não conduz bem nada, a câmera trêmula irrita, a atuação é ruim (apesar de pequenos esforços, destruídos pelos péssimos diálogos), o roteiro decepciona tanto, que a tentativa de construção do personagem Martin é tão patética que chega a dar dó (as cenas na casa da vó foram praticamente fúteis). O final é a melhor parte do filme e o que evidencia mais o meu lamento por não terem caprichado melhor no que queriam mostrar.
O Mundo de Apu
4.3 31Enfim, depois de longos, e saudáveis, intervalos que tomei para assistir os filmes desta trilogia, chego neste último convicto que a dor acompanha Apu de maneira cruel e que este personagem tem um espírito de inegável fortaleza, mesmo em seu momento de isolamento e sua resignação a esta sina de dor. Essa obra, de fato, é uma relíquia do cinema.
O Invencível
4.2 35 Assista AgoraComo o primeiro filme, este tem um desenvolvimento lento, entretanto um pouco menos hipnotizante como aquele. É o ato final, arrebatador e doloroso, que traz a tona em nossa mente tudo que aconteceu com aquela família desde o primeiro filme, explicitando a tragédia da vida daquelas pessoas. Entretanto, é curioso observar que Apu, o protagonista parece alheio ao todo de ruim que aconteceu em sua volta, mesmo que vez ou outra o diretor é exímio em demonstrar sutilmente que o garoto também é um refém das lembranças ruins. Apu é um sobrevivente e a sua família: Sarbojaya, Harihar, Durga e Indir foram os responsáveis por isto.
O Novato
3.8 41Talvez alguém possa dizer que este é mais um filme sobre estereótipos adolescentes, eu concordaria, e adicionaria que é um filme de desconstrução desses estereótipos como se eles fossem propriedades que separassem o bem e o mal. Absolutamente todos os personagens principais expõem nuances de todos os comportamentos mais comuns em adolescentes: indiferença, julgamento, rejeição, paixão, imaturidade, rebeldia, insensatez, chacota, auto-afirmação, aventura, vergonha, necessidade/desejo de pertencer a um grupo. O grande trunfo desse filme é expor o vendaval de experiências que a adolescência proporciona, e este é o aspecto mais fascinante dela.
O Senhor das Moscas
3.7 271 Assista AgoraEssa adaptação tem seu ponto forte no zelo pela cena final e fotografia, mas eu não fiquei satisfeito. Senti falta de força nos diálogos. A construção dos personagens principais Ralph e Jack, com base na amizade, respeito e rivalidade entre eles não foi explorada. O peso dramático que há na transformação das crianças civilizadas em selvagens é muito fraca. E o mais lamentável,
outra adaptação que somos privados do impacto psicológico que o Senhor das Moscas exerce sobre Simon falando a ele que o verdadeiro monstro está em cada um de nós.
Hugo och Josefin
3.6 2É um filme curto, e senti o mesmo que tu, Lucas, demoraram para passar esses 80 minutos. Não há um propósito muito claro do que o filme quer falar para o espectador, pode mesmo não haver, mas essa sensação de lentidão também tem peso sobre muitas inserções de cenas no filme que me fazem procurar uma leitura sobre essa possível proposta em vão. Prevalece para mim, no fim, a pureza das crianças. Hugo é um humano formidável que qualquer um desejaria como amigo e Josephine funciona como uma ignição de contentamentos a cada abertura de seu sorriso.
A cena do Hugo andando na bicicleta é espetacular.
Uma Nova Chance
3.1 10Me chamou atenção a competência do filme em tratar os traumas dos protagonistas amarrando neles uma argumentação muito bem fundamentada. As duas figuras principais são perfeitamente compreensíveis, o homem solitário que jamais teve amor correspondido e o garoto rebelde atordoado por um passado obscuro. O belo dessa relação é como o desenvolvimento dos dois consegue criar uma sintonia envolvente.
Adoraria assistir mais trabalhos do Chris Cleary Miles, total destaque.
O Senhor das Moscas
3.8 54 Assista AgoraApesar da fidelidade, o filme infelizmente não funciona em transpassar a crueza dura que o livro faz ao mostrar crianças civilizadas se tornarem criaturas selvagens pelo fruto do incompreensível. De fato, uma visão que tive depois de ler o livro é esta, o quanto o medo pela busca de compreender algo difícil de explicar nos torna insensatos, capazes de apelar para a fé e criar nossas próprias fantasias para justificar o que não entende. O mais impactante sobre esta visão, que é vista no filme e no livro, é que a única pessoa que tem coragem de buscar respostas concisas é a que sofre as piores consequências... que no caso desta história, exprime o ápice total que pode chegar o delírio humano.
A Canção da Estrada
4.4 71 Assista AgoraFilme muito especial. É tão simples, e tão arraigador. Conta a vida de uma família pobre e todo o sofrimento envolto dessa vida de miséria nas perspectivas:
De uma mãe amargurada pela preocupação constante com a alimentação, a casa, as roupas dos filhos; do pai, poeta, esperançoso e confiante no alcance de uma vida melhor pra sua família; da avó, reprimida pela mãe por dar mais trabalho que ajuda, é passiva de qualquer expectativa de melhora para uma vida que ela já conhece a tanto tempo acaba por se prender e se satisfazer com pequenos desejos; da filha, que rouba frutas, cuida de animais, dá atenção a bisavó, é exigida de forma dura pela mãe, mal vista pelos vizinhos, de poucas palavras, mas de olhar atento, sabe que o pai cede a pequenos caprichos mas nunca o tem coragem de pedir diretamente a ele; do Apu, observador, vivencia pequenos deleites que a infância por si só tem a capacidade de mascarar os problemas com ajuda da fantasia e da inocência, infelizmente a dor e o sofrimento sempre tem o poder de interromper tudo.
Minha Vida em Cor-de-Rosa
4.3 394 Assista AgoraDe certo uma obra belíssima que trata de um tema complicado de maneira sutil, delicado e fantasioso, este último não pelo fato de menosprezar a seriedade do tema, mas de relativizar, em se tratado de uma criança, a preservação de sua ingenuidade perante a intolerância de muitos adultos. Seu maior trunfo é de jamais partir para um mero discurso sobre a questão de gênero, mas de estar sempre com o foco sobre a criança, seus sentimentos, percepções do mundo afora, sua serenidade encantadora e à maneira que ela escapa dos piores momentos de julgamento sendo salvo pela sua, e também nossa, heroína boneca Pam. Aqui devemos e muito ao garoto Georges em uma atuação irretocável que nos prende à beleza pueril de Ludovic.
Melody... Quando Brota o Amor
4.0 50Amizade e amor, sentimentos que a juventude conhece muito bem, talvez seja nela que esses sentimentos se tornam independentes e rebeldes. Esse filme fala um pouco desses sentimentos e mais uma vez, sempre vale a pena ver mais uma história envolvendo eles. Gostaria que o roteiro fosse um pouco mais complexo, não ocorre situações que culminam em um clímax e os diálogos não se desenvolvem, mesmo com bons personagens como o Ornshaw.
A trilha do Bee Gees é fenomenal.
Uma Viagem Extraordinária
4.1 611 Assista AgoraTive a grata oportunidade de ver esse filme no cinema e revendo outras vezes o meu encanto continua o mesmo. T.S. Spivet é um garoto fascinante em todos seus aspectos intelectuais, em seus sentimentos de angustia e culpa pelo irmão perdido, além de seu receio e frustração por não corresponder aos ideais que seu pai desejaria que fossem seus. Tudo nesse filme funciona de maneira cativante, os personagens, todos excêntricos e intrigantes, são construídos no enredo privilegiando suas personalidades sem destoar do que demonstram suas atitudes. Prova disso é que não nos surpreendemos em nada pelo momento de preocupação da irmã mais velha, quando esta sempre vive reclamando de todos, ou quando os pais do pequeno Spivet se comportam em momento que precisam recuperar o filho desorientado em seus julgamentos sobre o acontecimento de perda de seu irmão.
Uma direção caprichada somada a uma bela fotografia, essa aventura mescla humor e drama em um filme adorável de início ao fim.
Um Verão na Casa do Vovô
3.8 6É um filme sem muitas pretensões (não há trilha sonora por exemplo) mas que expõe de maneira extraordinária a sujeira que existe na vida adulta e a pureza da infância. Em diversas passagens são evidenciadas ações inescrupulosas da vida adulta, como roubo, violência e assédio contrastados com as crianças como testemunhas, inocentes até ali, mas captando aqueles elementos.
O mais forte do filme porém são os sentimentos em torno do casal de pequenos protagonistas, Ting Ting e Tung Tung. De um lado, há um retrato encantador de uma jovem mulher deficiente, temida pelas crianças, chamada de retardada e martirizada pelos adultos do lugarejo, quando exibe comportamento terno e sereno construindo um belo laço com a pequena Ting Ting. Do outro, a profunda angústia, esperança e espontaneidade expressada nas palavras de Tung Tung quando escreve cartas endereçadas a sua mãe doente.
Belo.