As imagens impressionam. O modo que estão disposto os objetos em cena, a movimentação da câmera, os atores e as atrizes no quadro, o sexo, a insinuação do sexo através do fingimento. O cartaz (aqui escolhido) traduz o enredo perfeitamente: dividido em três partes, as surpresas são constantes, as perspectivas são mostradas na sua devida hora, nada é o que parece até os derradeiros vinte minutos finais. O que me incomodou um pouco foi o sexo explícito, jamais gratuito, mas para homem ver - apesar das belíssimas imagens dos corpos das personagens entrelaçadas. Belo, grotesco, ousado, poético, cinema.
Amém, Nicolas Winding Refn. É exagerado, pretensioso e de uma beleza estonteante. Eu, que adoro comerciais de moda, não tive problema algum em ver uma versão estendida de um comercial de algum perfume do mercado de luxo. Embora de uma visão pueril, NWR tem a mão firme pro que quer mostrar e tem um domínio ímpar das presentes em cena, especialmente da Elle Fanning, sempre belíssima em cada take, não importa a situação: ela vai de uma inocente menina do interior com um passado misterioso a uma mulher segura de si, lolita dominatrix, em segundos, todas as suas nuances foram exploradas, e sem explorar da imagem de seu corpo nu, mas sempre mutilado, seja por palavras ou ações físicas. Infelizmente, as boas intenções de NWR e as pertubadoras (e, claro, sempre belíssimas) cenas do último ato não dão pra satisfazer a necessidade por conteúdo, a estética pela estética já se mostrou mais funcional em outras películas. Aparentemente o slogan do filme "A beleza não é tudo. É a única coisa" é levado às últimas consequências
Os primórdios. O agora. O futuro. Um estímulo aos olhos, um deleite aos ouvidos e um chacoalhar ao nosso pouco senso de humanidade. Um frenesi cinematográfico.
Eu simplesmente acho primorosa a utilização da linguagem cinematográfica típica dos filmes de terror mais inteligentes e arrepiantes produzidos para se falar sobre resistência, memória e o terrorismo do capital dentro de um microcosmo capaz de representar o universal; os pequenos detalhes das ações de cada personagem, a sutileza dos atos, a naturalidade das conversas, a sexualidade marcante nos corpos expostos, no choque das imagens de eventos naturais da natureza humana. É uma aula de cidadania.
É muito mais fácil falar mal, então aqui vai: desde a primeira cena uma coisa me incomodou, a edição; meu primeiro e maior medo era que o filme fosse uma versão estendida do trailer, e foi exatamente isso que aconteceu. A edição do filme é praticamente a mesma dos trailers, e com se isso não bastasse, todas as cenas que poderiam ter algum impacto, seja dramático ou de brilhar os olhos, já estavam nos trailers, uma decepção. E por conta disso, nada chega ser uma novidade, e o enredo pouco explora os personagens e suas ações dentro do filme, fica tudo mal costurado, a impressão é que é o filme é a parte central de uma coisa maior, tudo é apressado - segundo o direito houveram de cinco a seis cortes finais. As personagens que roubam a cena e poderiam ser (mais) incríveis é a Arlequina e a Amanda Waller, dá pra sentir que há vida nelas - menção especial para a Magia, elegante, apaixonante, e fatal. E é claro, a personagem mais descartável: o Coringa, sem mais. A trilha sonora encanta, mas se apreciada separadamente, não houve uma preocupação em casar com as cenas, a impressão é que foram colocadas lá para fazer barulho. Você sai da sessão e já esqueceu do que viu, de tão genérico que o filme é sem a intenção de ser, pretende ser algo grandioso, entretanto não existe um tom durante o percurso, como vemos nos grandes filmes de ação: há uma proposta, e se vai até o fim com ela, aqui parece que muita gente quis meter a mão e dar pitaco. Até prefiro os filmes do Michael Bay.
É um filme sobre opressão, poderia-se facilmente trocar a palavra "mal" por "opressão", na frase do cartaz. É um filme constrangedor, de fato; é como se realmente não devêssemos estar vendo todo o sofrimento daquela família, isso se dá pelo isolamento que eles se encontram, nós somos as testemunhas e nada podemos fazer para evitar o "mal". Creio que duas, ou três, cenas ficarão na minha memória pra sempre, e os últimos quinze minutos de filme me fizeram sair do cinema e desconfiar do vento que batia no meu rosto, das pessoas que transitavam ao meu lado, da minha sombra. Nem vou falar sobre as qualidades técnicas porque foram impecáveis. A confissão é a nossa culpa. Entretando, agora, admitir ser algo é incorporar o termo e tomar para si num postura empoderada. E se ser bruxa é ser livre, que sejamos todas.
É interessante e muito bem produzido, mas já vi ficções científicas melhores, inclusive sobre Marte. O elenco manda bem, mas o filme oscila - nada bem - entre momentos de comédia e drama, o que não casa muito bem. Uma das cenas finais, no espaço, são de tirar o fôlego, mas longe da angústia causada em Gravidade.
Quando você começa a ver muitos filmes, costuma ficar muito crítico em relação a qualquer coisa criada pela indústria cinematográfica, aquilo que fica de fora chama mais a atenção do que o que se encontra dentro da película, entretanto, é preciso pensar que muitos enquadramentos são possíveis, e um filme é uma escolha possível; todavia, ainda incomoda certas escolhas, quando já muito foi feito do mesmo jeito. As histórias enfocam em homens gays, de classe média - embora dentro de uma cultura sulamericana. É emocionante, e de fácil identificação, acho que todo gay que ver o filme vai se identificar com alguma situação vivida, desde as primeiras descobertas, aos xingamentos, discriminações, aceitação da família - ou não, viver escondido de todos, enfim, algo coisa todo mundo já viveu. Porém, a direção é muito fraca e o fime só não afunda porque é um dos filmes mais sinceros que já vi, e isso inclui as cenas de nudez e sexo, foram as mais "confortáveis" de se ver em um filme.
São tanto enquadramentos possíveis e tantos pontos abordados que acabou ficando uma miscelânea de gêneros cinematográficos, claro que a temática religiosa - em conjunto com a política - se sobressaiu. Ainda assim, a história convence e emociona, emboras as atuações não ajudem muito. A proposta é boa e o final foi mais do que condizente. Vi muitas pessoas criticando o final, só que muito da vida é isso, loucuras de amor, desencontros inesperados.
É agoniante, e de uma fotografia belíssima. Não é um terror de sustos, é um terror que extrai a tensão na espera e naquilo que não é mostrado. Se eu gostei? Sim. Entretanto, o roteiro tem algumas falhas: alguém me explica a cena da piscina? No todo, gostei muito até da cena final, porém faltou alguma coisa... a coisa, it.
Se o filme começa com uma cena em que Ethan Hunt fica agarrado, do lado de fora, de um avião enquanto ele decola, o que nos resta é aceitar o que está por vir. E o que vem é um deleite aos olhos e aos sentidos. Embora realmente já sabemos o que esperar do encadeamento das coisas, é sempre de alta qualidade; e cada vez mais Tom Cruise parece ir mais longe, assim como seu personagem, "a personificação viva do destino", como assim é descrito seu personagem. Duas coisas merecem nossa atenção, além das incríveis cenas de ação e o roteiro bem amarrado, incluindo sua ambiguidade: o conteúdo humorístico, graças ao Benjin (Simon Pegg), uma delícia tê-lo em cena, mesmo que passando por apuros, e o destaque feminino de Rebecca Furgeson, no papel de Ilsa, uma agente que não precisa de salva, cada vez mais fico contente em ver a maneira como as mulheres estão sendo representadas nos filmes de ação, pouco a pouco elas vão perdendo a dependência em seus pares masculinos, são capazes de resolver sozinhas suas lutas e não ficam atrás na hora da corrida - apesar de ainda serem coadjuvantes, mas isso fica para outro comentário.
[Não veja o trailer, e caso você veja o trailer, ainda assim não é metade do que o filme é; sim, ele é um suspense, assim como no trailer, um suspense erótico muito bem construído, que se aventura pelos "perigos" da (auto)descoberta das ilimitadas possibilidades de expressão da sexualidade humana - perigos da liberdade, de querer se livre, ser o que se é.
O que é um homem? O que é uma mulher? O que é ser um homem, uma mulher? As indagações permeiam as cenas, os olhares, os corpos, o dispositivo do sexo-corpo-desejo faz-se ver nos mais delicados gestos. Nunca é tarde para se permitir ser, e nesse filme-ensaio (assim acredito ele o ser) é possível um vislumbre das reais possibilidades das (novas?) relações humanas.
E esse é o aparente plot principal dessa deliciosa comédia italina, que ainda assim trata de assuntos delicados, e nos traz uma análise da moral daquela família, que de típica nada tem. Entretanto o que mais chama a atenção é uma trama temporal paralela (que sobre nada direi) que culmina em uma das cenas finais mais simbólicas, poéticas, e significativas (pelos menos para mim) que já vi. O elenco é na medida certa, e, é claro, a trilha sonora é deliciosíssima.
Embora muitos falem que Queda Livre é a versão alemã de Brokeback Mountain, eu incluso nessa, isso não tira o mérito de ser uma produção de boa qualidade que reitera a universalidade do amor, a sublime linguagem dos corpos e como a sociedade continua uma bosta em recortar, moldar e sancionar os corpos e modalidades das sexualidades múltiplas. E aparentemente ninguém está imune, todos sofrem.
Enquanto que muitos diziam que era o filme do ano, outros o esnobavam, então fui com um pé atrás. Não me surpreendi, mas também não desgostei. É notável o primoroso trabalho em tornar "palpável" algumas das teorias mais atuais da física, e ainda tentar falar sobre o amor em uma ficção científica - a de Cooper pela filha até convence, mas tirando isso, piegas. Matthew McConaughey não me entra, entetanto, aqui, ele é satisfatório; enquanto que a presença de Jessica Chastain já me satisfaz por si só. Hans peca, e muito, pela trilha sonora excessiva, muitas vezes desnecessária e irritante. É uma boa e instrutiva viagem.
Devastador e aflitivo, o filme é um relato realista do doloroso processo que é apagar-se. Julianne Moore provando mais uma vez o porquê é dona dos nossos corações, independente do papel que interprete, e não vou me alongar muito na sua majestosa atuação. O mais indigesto é acompanhar Alice tento consciência de sua condição enquanto ela perde pouco a pouco a consciência de tudo. Obra modesta, é significativa e tocante em sua exposição.
Não sei direito o que dizer. É esmagador, te oprime. Esperava mais, mas é Dolan, e Dolan é sempre bom, ele só melhora - e nos surpreende, apesar da estética de seus filmes serem semelhantes. Não me arrebatou, e (pra mim) não é o "filme do ano - passado". Eu vejo a cinematografia do Dolan como um todo, e cada filme dele uma pequena obra-prima, todos com suas qualidades e defeitos, poucos, mas existem; um exemplo: suas escolhas músicas, sempre bregas, mas representativas e bastante significantes. O que dizer de Wonderwall ou Born To Die, e Andrea Bocelli?! Não esqueçamos do tesouro nacional: Celine Dion. A ambientação - e principalmente a caracterização das personagens - sempre são dos anos 1980, não importa o qual período de tempo a narrativa ocorra, o que é mágico, paradoxal, criando casos atemporais, embora com características temporais tão marcantes. Uma realidade pararela tão próximas a nós que mal a enxergamos. Muita gritaria, bate-boca, enredos incompletos, ambíguos, tensão sexual, atuações exageradas e potentes, desamparo e mães: obrigado, Xavier Dolan.
Focado no último ano de vida do astro, o documentário traça um panorama das atuações de Jimmy nos seus três únicos filmes da carreira imbricado com a sua vida pessoal. Diferentemente dos outros documentários que já vi esse daqui foca mais nos três filmes e como a partir deles foram percebidas, através de amigos, e daqueles que tiveram contato com Jim, todas as suas manias, sentimentos, e, digamos, personalidades. interessante que não chega ficar batendo no assunto do acidente, como se procedeu, e sua implicações culturais logo após. É claro que todo filme é envolto numa aura exagerada do "mito" que se foi muito cedo, e a partir daí todos podem falar, e dissecar, um pouco além do que realmente foi, mas é sempre um prazer fazer isso, é o que sempre fazemos com o passado que foi bom, ou poderia ter sido.
Juliette Binoche muito me lembra Kristin Scott Thomas em sua composição, e principalmente pelo fato de ambas serem poliglotas, o que me fascina; entretando, Juliette é mais sutil, e mostra toda a sua capacidade em desbravar as nuances e ambiguidade de sua personagem aqui. É sobre praticamente isso de que se trata o filme: o discurso metaliguístico desemboca na ambiguidade quando Maria e Val ensaiam, onde muitas das falas da peça, são, de fato, aquilo que se quer dizer - realmente se quer? E tudo isso é possível graças a incrível atuação da dupla, com destaque pra Kristin que se distancia cada dia mais, com glória, do seu papel insosso de Crepúsculo, aqui ela brilha, seus tiques recorrentes de outros filmes são quase imperceptíveis, e sua persongaem permite mostrar um lado mais (verdadeiramente) dramático e perspicaz da atriz; até agora não visto em tela grande. Esse jogo de projeções nos permite tratar sobre juventude, maturidade e, ironicamente, de uma hollywood destrutiva e desviante, graças ao papel de Chloë Grace Moretz, outra que nos surpreende (visto que o único papel que me impressionou foi o seu primeiro, em Kick-Ass). As escolhas técnico-artísticas são de um primor, contando com as escolhas não tão usuais de edição, e cenas sem conclusão, sem alguma mínima explicação, e é daí que surge e permanece a admiração.
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraAs imagens impressionam. O modo que estão disposto os objetos em cena, a movimentação da câmera, os atores e as atrizes no quadro, o sexo, a insinuação do sexo através do fingimento. O cartaz (aqui escolhido) traduz o enredo perfeitamente: dividido em três partes, as surpresas são constantes, as perspectivas são mostradas na sua devida hora, nada é o que parece até os derradeiros vinte minutos finais. O que me incomodou um pouco foi o sexo explícito, jamais gratuito, mas para homem ver - apesar das belíssimas imagens dos corpos das personagens entrelaçadas. Belo, grotesco, ousado, poético, cinema.
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraAmém, Nicolas Winding Refn. É exagerado, pretensioso e de uma beleza estonteante. Eu, que adoro comerciais de moda, não tive problema algum em ver uma versão estendida de um comercial de algum perfume do mercado de luxo. Embora de uma visão pueril, NWR tem a mão firme pro que quer mostrar e tem um domínio ímpar das presentes em cena, especialmente da Elle Fanning, sempre belíssima em cada take, não importa a situação: ela vai de uma inocente menina do interior com um passado misterioso a uma mulher segura de si, lolita dominatrix, em segundos, todas as suas nuances foram exploradas, e sem explorar da imagem de seu corpo nu, mas sempre mutilado, seja por palavras ou ações físicas. Infelizmente, as boas intenções de NWR e as pertubadoras (e, claro, sempre belíssimas) cenas do último ato não dão pra satisfazer a necessidade por conteúdo, a estética pela estética já se mostrou mais funcional em outras películas. Aparentemente o slogan do filme "A beleza não é tudo. É a única coisa" é levado às últimas consequências
Koyaanisqatsi - Uma Vida Fora de Equilíbrio
4.4 236 Assista AgoraOs primórdios. O agora. O futuro. Um estímulo aos olhos, um deleite aos ouvidos e um chacoalhar ao nosso pouco senso de humanidade. Um frenesi cinematográfico.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraEu simplesmente acho primorosa a utilização da linguagem cinematográfica típica dos filmes de terror mais inteligentes e arrepiantes produzidos para se falar sobre resistência, memória e o terrorismo do capital dentro de um microcosmo capaz de representar o universal; os pequenos detalhes das ações de cada personagem, a sutileza dos atos, a naturalidade das conversas, a sexualidade marcante nos corpos expostos, no choque das imagens de eventos naturais da natureza humana. É uma aula de cidadania.
Fonte da Vida
3.7 778 Assista AgoraÉ um filme sobre luto, né?
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraÉ muito mais fácil falar mal, então aqui vai: desde a primeira cena uma coisa me incomodou, a edição; meu primeiro e maior medo era que o filme fosse uma versão estendida do trailer, e foi exatamente isso que aconteceu. A edição do filme é praticamente a mesma dos trailers, e com se isso não bastasse, todas as cenas que poderiam ter algum impacto, seja dramático ou de brilhar os olhos, já estavam nos trailers, uma decepção. E por conta disso, nada chega ser uma novidade, e o enredo pouco explora os personagens e suas ações dentro do filme, fica tudo mal costurado, a impressão é que é o filme é a parte central de uma coisa maior, tudo é apressado - segundo o direito houveram de cinco a seis cortes finais. As personagens que roubam a cena e poderiam ser (mais) incríveis é a Arlequina e a Amanda Waller, dá pra sentir que há vida nelas - menção especial para a Magia, elegante, apaixonante, e fatal. E é claro, a personagem mais descartável: o Coringa, sem mais. A trilha sonora encanta, mas se apreciada separadamente, não houve uma preocupação em casar com as cenas, a impressão é que foram colocadas lá para fazer barulho. Você sai da sessão e já esqueceu do que viu, de tão genérico que o filme é sem a intenção de ser, pretende ser algo grandioso, entretanto não existe um tom durante o percurso, como vemos nos grandes filmes de ação: há uma proposta, e se vai até o fim com ela, aqui parece que muita gente quis meter a mão e dar pitaco. Até prefiro os filmes do Michael Bay.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraÉ um filme sobre opressão, poderia-se facilmente trocar a palavra "mal" por "opressão", na frase do cartaz. É um filme constrangedor, de fato; é como se realmente não devêssemos estar vendo todo o sofrimento daquela família, isso se dá pelo isolamento que eles se encontram, nós somos as testemunhas e nada podemos fazer para evitar o "mal". Creio que duas, ou três, cenas ficarão na minha memória pra sempre, e os últimos quinze minutos de filme me fizeram sair do cinema e desconfiar do vento que batia no meu rosto, das pessoas que transitavam ao meu lado, da minha sombra. Nem vou falar sobre as qualidades técnicas porque foram impecáveis. A confissão é a nossa culpa. Entretando, agora, admitir ser algo é incorporar o termo e tomar para si num postura empoderada. E se ser bruxa é ser livre, que sejamos todas.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraÉ interessante e muito bem produzido, mas já vi ficções científicas melhores, inclusive sobre Marte. O elenco manda bem, mas o filme oscila - nada bem - entre momentos de comédia e drama, o que não casa muito bem. Uma das cenas finais, no espaço, são de tirar o fôlego, mas longe da angústia causada em Gravidade.
4 Luas
3.8 286Quando você começa a ver muitos filmes, costuma ficar muito crítico em relação a qualquer coisa criada pela indústria cinematográfica, aquilo que fica de fora chama mais a atenção do que o que se encontra dentro da película, entretanto, é preciso pensar que muitos enquadramentos são possíveis, e um filme é uma escolha possível; todavia, ainda incomoda certas escolhas, quando já muito foi feito do mesmo jeito. As histórias enfocam em homens gays, de classe média - embora dentro de uma cultura sulamericana. É emocionante, e de fácil identificação, acho que todo gay que ver o filme vai se identificar com alguma situação vivida, desde as primeiras descobertas, aos xingamentos, discriminações, aceitação da família - ou não, viver escondido de todos, enfim, algo coisa todo mundo já viveu. Porém, a direção é muito fraca e o fime só não afunda porque é um dos filmes mais sinceros que já vi, e isso inclui as cenas de nudez e sexo, foram as mais "confortáveis" de se ver em um filme.
Além da Fronteira
3.8 440 Assista AgoraSão tanto enquadramentos possíveis e tantos pontos abordados que acabou ficando uma miscelânea de gêneros cinematográficos, claro que a temática religiosa - em conjunto com a política - se sobressaiu. Ainda assim, a história convence e emociona, emboras as atuações não ajudem muito. A proposta é boa e o final foi mais do que condizente. Vi muitas pessoas criticando o final, só que muito da vida é isso, loucuras de amor, desencontros inesperados.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraÉ cinema.
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraÉ agoniante, e de uma fotografia belíssima. Não é um terror de sustos, é um terror que extrai a tensão na espera e naquilo que não é mostrado. Se eu gostei? Sim. Entretanto, o roteiro tem algumas falhas: alguém me explica a cena da piscina? No todo, gostei muito até da cena final, porém faltou alguma coisa... a coisa, it.
Missão: Impossível - Nação Secreta
3.7 805 Assista AgoraSe o filme começa com uma cena em que Ethan Hunt fica agarrado, do lado de fora, de um avião enquanto ele decola, o que nos resta é aceitar o que está por vir. E o que vem é um deleite aos olhos e aos sentidos. Embora realmente já sabemos o que esperar do encadeamento das coisas, é sempre de alta qualidade; e cada vez mais Tom Cruise parece ir mais longe, assim como seu personagem, "a personificação viva do destino", como assim é descrito seu personagem. Duas coisas merecem nossa atenção, além das incríveis cenas de ação e o roteiro bem amarrado, incluindo sua ambiguidade: o conteúdo humorístico, graças ao Benjin (Simon Pegg), uma delícia tê-lo em cena, mesmo que passando por apuros, e o destaque feminino de Rebecca Furgeson, no papel de Ilsa, uma agente que não precisa de salva, cada vez mais fico contente em ver a maneira como as mulheres estão sendo representadas nos filmes de ação, pouco a pouco elas vão perdendo a dependência em seus pares masculinos, são capazes de resolver sozinhas suas lutas e não ficam atrás na hora da corrida - apesar de ainda serem coadjuvantes, mas isso fica para outro comentário.
Uma Nova Amiga
3.7 120[Não veja o trailer, e caso você veja o trailer, ainda assim não é metade do que o filme é; sim, ele é um suspense, assim como no trailer, um suspense erótico muito bem construído, que se aventura pelos "perigos" da (auto)descoberta das ilimitadas possibilidades de expressão da sexualidade humana - perigos da liberdade, de querer se livre, ser o que se é.
O que é um homem? O que é uma mulher? O que é ser um homem, uma mulher? As indagações permeiam as cenas, os olhares, os corpos, o dispositivo do sexo-corpo-desejo faz-se ver nos mais delicados gestos. Nunca é tarde para se permitir ser, e nesse filme-ensaio (assim acredito ele o ser) é possível um vislumbre das reais possibilidades das (novas?) relações humanas.
O Primeiro que Disse
3.8 221 Assista AgoraE esse é o aparente plot principal dessa deliciosa comédia italina, que ainda assim trata de assuntos delicados, e nos traz uma análise da moral daquela família, que de típica nada tem. Entretanto o que mais chama a atenção é uma trama temporal paralela (que sobre nada direi) que culmina em uma das cenas finais mais simbólicas, poéticas, e significativas (pelos menos para mim) que já vi. O elenco é na medida certa, e, é claro, a trilha sonora é deliciosíssima.
Queda Livre
3.6 591Embora muitos falem que Queda Livre é a versão alemã de Brokeback Mountain, eu incluso nessa, isso não tira o mérito de ser uma produção de boa qualidade que reitera a universalidade do amor, a sublime linguagem dos corpos e como a sociedade continua uma bosta em recortar, moldar e sancionar os corpos e modalidades das sexualidades múltiplas. E aparentemente ninguém está imune, todos sofrem.
Sentidos do Amor
4.1 1,2KQue título inadequado - pelo menos em português ficou parecendo título de novela mexicana.
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraÉ a Pixar mostrando que manda na porra toda.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraEnquanto que muitos diziam que era o filme do ano, outros o esnobavam, então fui com um pé atrás. Não me surpreendi, mas também não desgostei. É notável o primoroso trabalho em tornar "palpável" algumas das teorias mais atuais da física, e ainda tentar falar sobre o amor em uma ficção científica - a de Cooper pela filha até convence, mas tirando isso, piegas. Matthew McConaughey não me entra, entetanto, aqui, ele é satisfatório; enquanto que a presença de Jessica Chastain já me satisfaz por si só. Hans peca, e muito, pela trilha sonora excessiva, muitas vezes desnecessária e irritante. É uma boa e instrutiva viagem.
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraDevastador e aflitivo, o filme é um relato realista do doloroso processo que é apagar-se. Julianne Moore provando mais uma vez o porquê é dona dos nossos corações, independente do papel que interprete, e não vou me alongar muito na sua majestosa atuação. O mais indigesto é acompanhar Alice tento consciência de sua condição enquanto ela perde pouco a pouco a consciência de tudo. Obra modesta, é significativa e tocante em sua exposição.
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraNão sei direito o que dizer. É esmagador, te oprime. Esperava mais, mas é Dolan, e Dolan é sempre bom, ele só melhora - e nos surpreende, apesar da estética de seus filmes serem semelhantes. Não me arrebatou, e (pra mim) não é o "filme do ano - passado". Eu vejo a cinematografia do Dolan como um todo, e cada filme dele uma pequena obra-prima, todos com suas qualidades e defeitos, poucos, mas existem; um exemplo: suas escolhas músicas, sempre bregas, mas representativas e bastante significantes. O que dizer de Wonderwall ou Born To Die, e Andrea Bocelli?! Não esqueçamos do tesouro nacional: Celine Dion. A ambientação - e principalmente a caracterização das personagens - sempre são dos anos 1980, não importa o qual período de tempo a narrativa ocorra, o que é mágico, paradoxal, criando casos atemporais, embora com características temporais tão marcantes. Uma realidade pararela tão próximas a nós que mal a enxergamos. Muita gritaria, bate-boca, enredos incompletos, ambíguos, tensão sexual, atuações exageradas e potentes, desamparo e mães: obrigado, Xavier Dolan.
James Dean: Memórias de um Rebelde
4.1 9Focado no último ano de vida do astro, o documentário traça um panorama das atuações de Jimmy nos seus três únicos filmes da carreira imbricado com a sua vida pessoal. Diferentemente dos outros documentários que já vi esse daqui foca mais nos três filmes e como a partir deles foram percebidas, através de amigos, e daqueles que tiveram contato com Jim, todas as suas manias, sentimentos, e, digamos, personalidades. interessante que não chega ficar batendo no assunto do acidente, como se procedeu, e sua implicações culturais logo após. É claro que todo filme é envolto numa aura exagerada do "mito" que se foi muito cedo, e a partir daí todos podem falar, e dissecar, um pouco além do que realmente foi, mas é sempre um prazer fazer isso, é o que sempre fazemos com o passado que foi bom, ou poderia ter sido.
Acima das Nuvens
3.6 400Juliette Binoche muito me lembra Kristin Scott Thomas em sua composição, e principalmente pelo fato de ambas serem poliglotas, o que me fascina; entretando, Juliette é mais sutil, e mostra toda a sua capacidade em desbravar as nuances e ambiguidade de sua personagem aqui. É sobre praticamente isso de que se trata o filme: o discurso metaliguístico desemboca na ambiguidade quando Maria e Val ensaiam, onde muitas das falas da peça, são, de fato, aquilo que se quer dizer - realmente se quer? E tudo isso é possível graças a incrível atuação da dupla, com destaque pra Kristin que se distancia cada dia mais, com glória, do seu papel insosso de Crepúsculo, aqui ela brilha, seus tiques recorrentes de outros filmes são quase imperceptíveis, e sua persongaem permite mostrar um lado mais (verdadeiramente) dramático e perspicaz da atriz; até agora não visto em tela grande. Esse jogo de projeções nos permite tratar sobre juventude, maturidade e, ironicamente, de uma hollywood destrutiva e desviante, graças ao papel de Chloë Grace Moretz, outra que nos surpreende (visto que o único papel que me impressionou foi o seu primeiro, em Kick-Ass). As escolhas técnico-artísticas são de um primor, contando com as escolhas não tão usuais de edição, e cenas sem conclusão, sem alguma mínima explicação, e é daí que surge e permanece a admiração.
No Limite do Amanhã
3.8 1,5K Assista AgoraApesar de ser mais do mesmo, é bem eficiente.