Não achei a história chocante em momento algum, mas certamente o filme tem um clima bastante carregado e denso o tempo inteiro, por algum motivo até nas cenas "felizes" o negócio consegue ser desconfortável. Gostei muito. Demorei para processar o final.
Um dos meus diretores favoritos. No entanto, esse filme leva apenas 3 estrelas de mim... talvez até 2. Não é um filme ruim. Acontece que, Se Gaspar Noé não perceber logo que apenas o estilo não faz um bom filme (roteiro com pé e cabeça também é algo importantíssimo, diga-se de passagem), vai cair na mesma que Tarantino, Tim Burton & cia: outrora geniais, tornaram-se escravos do próprio estilo e agora terminam entregando para o público filmes que mais parecem cópias ruins dos filmes que eles mesmos fizeram antes. Pontos altos desse filme: trilha sonora, fotografia, cenas de sexo bem elaboradas, bonitas.
Achei sensacional. Me lembra os filmes de Antonioni em alguns momentos. Cenários de deixar o queixo caído. Os atores estão muito bem e a história é cativante. O filme tem um ritmo lento sim e pode parecer arrastado em certos momentos, mas isso faz parte da trama. Quem vai esperando um dramalhão com choradeira e gritaria vai se arrepender mesmo, o caos desse filme está nos momentos de silêncio, no que não é dito e feito, no que poderia ter sido...
O ator mirim deveria ganhar um prêmio, ficou incrivelmente cativante no papel de Jack. Se ver esse filme foi uma experiência boa e marcante para tantas pessoas, experimentem o livro. É sério. Por mim, o filme ganha 4 estrelas. O livro, 40. Claustrofóbico, emocionante, terno, trágico, tudo ao mesmo tempo. Consegui rir, prender o fôlego e chorar... tudo isso durante a leitura de uma mesma página. Foi uma das mais impactantes e surpreendentes leituras dos últimos tempos pra mim.
Uma das minhas cinebiografias favoritas, e um daqueles filmes que caem na seleta categoria "a vida como ela é". Sem tentativas de fazer tudo ficar bonitinho, agradável e cor-de-rosa. É pra fazer passar mal mesmo, porque a vida em estado bruto é algo de fazer passar mal. Simpatizo com Aileen Wuornos, que se tornou vítima das circunstâncias e nem por isso deixou de ser uma mulher muito forte. Simpatizo com sua história. Quem será o verdadeiro "monstro" dessa história? Certamente não é Aileen...
E digo mais: sua sentença de morte foi um dos crimes mais severos e absurdos que a "justiça" norte-americana já cometeu. Ela não precisava ser morta, precisava de ajuda. Precisava de um tratamento psiquiátrico, de amigos, de uma família, de amor.
Esse filme é uma das coisas mais intensas e bem feitas que eu vi nos últimos tempos. O filme retrata com muita delicadeza toda a "confusão" de Therese, uma jovem sensível, e Carol, uma mulher à frente de seu tempo. A direção de Todd Haynes faz com que a história ambientada na década de 50 pareça atemporal em diversos momentos. Cate Blanchett está magnética, sedutora e carismática como Carol, enquanto Rooney Mara mostra em mais um filme que consegue cativar até nas horas em que fica em silêncio. Sarah Paulson aparece em poucas cenas, mas sua presença é marcante e imponente, como uma espécie de figura principal de um quebra-cabeças. Convenhamos: Cate Blanchett, Rooney Mara e Sarah Paulson no mesmo filme? Difícil o resultado ser ruim. A trilha sonora é um show por si só e a fotografia deixa tudo com um ar soturno, melancólico... que filme. Sério, que filme. Mal posso esperar para ver no cinema e chorar de novo.
Esse é o último trabalho do diretor romeno Cristian Nemescu, que faleceu em um acidente de carro no mesmo ano em que finalizou a obra. O final desse curta me deixou com uma sensação peculiar, um misto de tristeza com resignação. É tudo bem cru, o realismo das cada cena entra em contraste com todo aquele glamour surreal que as superproduções costumam ter. Me agradou e me surpreendeu bastante. Poderia ter sido um longa metragem, assim veríamos mais sobre as vidas dos personagens.
Difícil entender como esse filme é tão cultuado... assisti com as esperanças lá no alto e terminei frustrada, a lenda por escrito consegue ser mais interessante e assustadora do que o filme inteiro. Vale a pena assistir porque as atuações são boas (bem acima da média pra esse gênero) e a fotografia é bonita.
Eu tentei gostar desse filme, juro que tentei, mas a única coisa que me agradou (além da trilha sonora) foram os minutos finais pela bizarrice trash. A fotografia é legal, mas não chega a ser nada de extraordinário. O início é extremamente tedioso, e o filme não fica menos tedioso conforme a história se passa. Enfim, achei ruim.
Esse jeito intenso de ser não me é estranho... ah, sim, sou eu. Betty e eu temos muito em comum. Fica difícil fazer um comentário sobre essa obra que não seja reducionista. O final é tão angustiante, triste e belo que meu coração doeu lá no fundo e todo o resto doeu também. As três horas de duração não são gratuitas e se fazem essenciais para o impacto final: cada detalhe, cada cena, cada situação absurda, tudo é perfeito, tudo é parte do crescendo muito bem orquestrado que esse filme tem. É uma verdadeira espiral em direção ao mais completo caos, uma via de mão única para a loucura. Desde os momentos iniciais fica claro que aquilo não vai ser uma história de amor convencional, e, bom, esse é o único ponto previsível do filme. Desavisados, estejam cientes de que não se trata de um romance água com açúcar pra distrair a cabeça, esse filme é tão carregado com as emoções dos personagens (ênfase, claro, em Betty, interpretada pela sempre sensacional Béatrice Dalle) que passei umas horas sem saber o que fazer pra voltar ao "mundo real" depois que as três horas se passaram. Um filme que te arrasta sem dó nem piedade para dentro de seu universo e te prende lá: essa foi a sensação que tive.
A cena na qual Betty descobre que não está grávida e fica frustrada é, pra mim, a puxada definitiva na alavanca da loucura dessa personagem, é como um "ponto de transição" entre a intensidade e a insanidade. A hora em que ela "sequestra" o menino e vai brincar com ele na loja de brinquedos partiu meu coração. Por um instante quis que a mãe daquela criança nunca surgisse ali e que ela, o menino e Zorg vivessem felizes para sempre. Aliás, Zorg... que homem paciente com as "crises" de Betty. E, pra completar, se mostrou capaz de coisas dignas de sua amada incontrolável. Como eles diziam, foram mesmo feitos um para o outro.
Tá aí, um filme perfeito. Em todos os aspectos. O único ponto negativo do filme é que ele tem um fim, porque eu queria assistir esse filme pra sempre. Passei um bom tempo procurando uma obra que me fizesse exclamar "nossa, é isso mesmo que eu queria assistir, exatamente isso, aleluia!". E: nossa, é isso mesmo que eu queria assistir, exatamente isso, aleluia! Nem sei por onde começo a falar sobre esse trabalho incrível, que me fez sentir uma quantia impressionante de emoções distintas em apenas 110 minutos, emoções que iam de felicidade e tristeza até repulsa e aflição. Estou bem honrada em ser a primeira a comentar sobre ele aqui, aliás. E espantada (pode-se dizer horrorizada) pela ausência de comentários, já que o filme tem potencial pra agradar o grande público. É o seguinte: trata-se de uma obra quase autobiográfica, e isso dá ao filme uma profundidade ainda mais bela e comovente. Não se sabe até onde vai a veracidade dos fatos que ocorrem no filme, mas Asia Argento (cujo nome de registro é, na verdade, Aria, porque o cartório se recusou em aceitar "Asia" como um nome válido - depois, de qualquer forma, ela viria a adotar "Asia" como nome artístico) foi claramente inspirada pela própria história ao elaborar a personagem, que também é filha de "estrelas” do mundo da arte (Asia é filha do mestre italiano do horror Dario Argento com uma atriz e roteirista chamada Daria Nicolodi). Tudo foi extremamente bem orquestrado, desde a escolha dos atores até os cenários, que são tão bem feitos que tive vontade de levantar pra aplaudir em certas cenas. Charlotte Gainsbourg está linda demais, e Giulia Salerno é tão cativante em toda aquela inocência que tive vontade de guardá-la num potinho o tempo inteiro.
Não sei se gostei ou não gostei desse filme. A fotografia é excelente (principalmente levando em conta que é um filme de terror, e filmes de terror com boa fotografia estão em extinção), os cenários são bem construídos, a trilha sonora também é excelente, a escolha dos atores foi ótima e o filme tem momentos sensacionais de tensão, mas acho que ficou faltando alguma coisa. Talvez uma explicação para, sei lá, de onde exatamente tudo aquilo veio, como aquilo começou, enfim. Eu sou super a favor de filmes com finais "em aberto", inclusive prefiro filmes que dão margem para interpretações distintas, mas algo nesse final me deixou com a sensação de que a história poderia ter ficado bem mais interessante (e assustadora) se o roteiro tivesse sido aprofundado naquela questão da "maldição que segue".
Sem contar que a cena da piscina foi um tanto quanto bizarra, não gostei muito. E, assim, é claro que Jay teria morrido ali dentro com todos aqueles aparelhos ligados na tomada e imersos na água. Achei inverossímil demais. Eu entendo que o filme faz um paralelo daquela situação toda com a questão da morte que é inevitável, mas nem essa sacada genial foi suficiente pra me fazer perder a sensação de que algo ficou faltando.
Eu amo esse filme. Jan Svankmajer é mestre na arte de transformar tudo em um potencial cenário de pesadelo, e esse filme não foge dessa regra. Alice No País dos Pesadelos Bizarros seria um título coerente pra esses 86 minutos de pura criatividade e imaginação expressa através de um de seus recursos favoritos, o stop-motion. É obrigatório para quem gosta de releituras muito bem feitas de histórias clássicas. A atriz que faz Alice é muito fofa.
Esse filme faz parte da tal Trilogia dos Apartamentos de Polanski, na qual o diretor retrata os horrores vividos pelos moradores de complexos residenciais. Aqui, Deneuve bem jovem encarna Carol, personagem tão fascinante quanto mentalmente adoecida. O que vemos, no entanto, não é um show de insanidade de 105 minutos: a loucura nesse filme se faz vísivel de forma sutil, através da fotografia claustrofóbica, dos elementos visuais que muitas vezes beiram o surrealismo, dos efeitos sonoros que causam tensão no espectador e da lenta porém derradeira degradação psicológica da personagem, expressa em cenas de seu cotidiano. É um filme que me deixou desconfortável, bem como os outros que completam a trilogia.
Fiz uma resenha sobre esse filme no meu blog pessoal. Para quem estiver interessado em ler: www . raquelavolio . com/2015/05/ the-babadook-um-ensaio-sobre-depressao . html
Que surpresa agradável foi esse filme, e eu realmente preciso ler o livro. Thriller vintage muito bem conduzido, sem furos no roteiro, etc. A Jodie Foster parece uma adulta em miniatura em certas cenas, até as expressões faciais e o jeito com o qual ela fala impressionam. O jeito da personagem Rynn me lembra eu quando tinha 13/14 anos: as críticas precoces ao ensino institucionalizado, a "independência" intelectual, me identifiquei. Filme excelente.
Meu deus, que filme. O final foi chegando, eu fui ficando cheia de lágrimas nos olhos, tava quase tendo um negócio, aí... boom! Esse filme é muito, muito, muito lindo, fofo, tem uma fotografia de cair o queixo e personagens extremamente cativantes. Sério. O final... argh. Meu coração derreteu. Eu me apaixonei pelo Billy, personagem problemático e amável ao mesmo tempo (Vincent Gallo conseguiu ficar lindo até sendo grosseiro) e me identifiquei horrores com a Layla e toda aquela carência. Se tivesse como dar seis estrelas aqui, eu daria.
Call her moonchild Dancing in the shallows of a river Lonely moonchild...
A questão é que a loucura muitas vezes não precisa de uma explicação racional, ela simplesmente é, simplesmente acontece. Daí vem a ausência de uma "explicação" para o que alavancou a obsessão da personagem com a própria pele e de um desenvolvimento da história nesse sentido. O filme não seria ruim caso tudo fosse minimamente explicado, pelo contrário, mas essa espontaneidade dos eventos e o minimalismo da história contribuíram para que o clima pesado dos 93 minutos de filme beirasse o insuportável em certos momentos. Um filme tão difícil quanto belo.
Muitas pessoas parecem não ter gostado desse filme, e aí eu me pergunto: como assim? Não gostar por algum motivo pessoal é perfeitamente aceitável, mas negar que o filme é bem feito não faz o menor sentido. Achei tudo ótimo (principalmente quando o comparamos com a atual safra de filmes do gênero): dos diálogos curtos até a fotografia primorosa e o show que os atores mirins dão o filme inteiro, tudo foi bem executado. Gostei demais.
Caí com força na surpresa quando o final se desenrolou e a situação foi explicada. Eu não havia me tocado no que diz respeito ao fato de Lukas estar morto, apesar de que isso faz todo sentido, e existem pistas para que essa informação seja assimilada desde o início do filme. Acho que a experiência fica mil vezes melhor pra quem ganha esse "susto" com a virada de mesa. Fiquei com a sensação de que o final poderia ter sido menos fantasioso e mais cru como o restante do filme. Sei lá, uma cena de Elias sobrevivendo ao incêndio, desesperado ao perceber que matou a própria mãe e agora está sozinho, algo nesse estilo. Eu considerei o tempo inteiro a hipótese da mãe ser a mãe deles mesmo, mas numa versão diferente porque estava deprimida em virtude do acidente.
Bom, o remake desse filme não deveria existir. Acho que isso diz bastante sobre o que eu penso a respeito da obra. Clima de tensão muito bem conduzido, escolha de atores bem feita, cenários convincentes e uma boa história. Deu tudo certo.
Um filme intrigante, mas que não vai muito além disso. Cenas fortes e desconfortáveis envolvendo animais (que, infelizmente, são reais mesmo: no IMDb há uma lista dos animais que
Vi esse filme faz bastante tempo, e me lembro de que achei a fotografia muito bonita. O clima autobiográfico reina o tempo inteiro. Se alguém tiver curiosidades acerca do relacionamento de Philippe Garrel com a saudosa Nico, basta assistir esse filme.
O filme realmente cumpre o que promete. Reconheço que é angustiante, denso e difícil de ser digerido (talvez isso se aplique muito mais para aquelas pessoas que não estão tão acostumadas com filmes que seguem essa linha mais crua). Talvez eu tenha visto tantos filmes nesse estilo que não consegui ficar perturbada com nada em nenhum momento (infelizmente, pois eu gostaria mesmo de ver alguma coisa que me deixasse perturbada em termos de cinema). Achei exemplar a maneira com a qual as coisas vão "se encaixando" conforme a história é contada, e no final passamos algum tempo em silêncio, silêncio ora para respeitar as tragédias que testemunhamos, ora para terminar de montar o tenebroso quebra-cabeças.
Ventre
3.7 271Não achei a história chocante em momento algum, mas certamente o filme tem um clima bastante carregado e denso o tempo inteiro, por algum motivo até nas cenas "felizes" o negócio consegue ser desconfortável. Gostei muito. Demorei para processar o final.
Love
3.5 882 Assista AgoraUm dos meus diretores favoritos. No entanto, esse filme leva apenas 3 estrelas de mim... talvez até 2. Não é um filme ruim. Acontece que, Se Gaspar Noé não perceber logo que apenas o estilo não faz um bom filme (roteiro com pé e cabeça também é algo importantíssimo, diga-se de passagem), vai cair na mesma que Tarantino, Tim Burton & cia: outrora geniais, tornaram-se escravos do próprio estilo e agora terminam entregando para o público filmes que mais parecem cópias ruins dos filmes que eles mesmos fizeram antes.
Pontos altos desse filme: trilha sonora, fotografia, cenas de sexo bem elaboradas, bonitas.
À Beira Mar
3.1 222 Assista AgoraAchei sensacional. Me lembra os filmes de Antonioni em alguns momentos. Cenários de deixar o queixo caído. Os atores estão muito bem e a história é cativante. O filme tem um ritmo lento sim e pode parecer arrastado em certos momentos, mas isso faz parte da trama. Quem vai esperando um dramalhão com choradeira e gritaria vai se arrepender mesmo, o caos desse filme está nos momentos de silêncio, no que não é dito e feito, no que poderia ter sido...
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraO ator mirim deveria ganhar um prêmio, ficou incrivelmente cativante no papel de Jack. Se ver esse filme foi uma experiência boa e marcante para tantas pessoas, experimentem o livro. É sério. Por mim, o filme ganha 4 estrelas. O livro, 40. Claustrofóbico, emocionante, terno, trágico, tudo ao mesmo tempo. Consegui rir, prender o fôlego e chorar... tudo isso durante a leitura de uma mesma página. Foi uma das mais impactantes e surpreendentes leituras dos últimos tempos pra mim.
Monster: Desejo Assassino
4.0 1,2K Assista AgoraUma das minhas cinebiografias favoritas, e um daqueles filmes que caem na seleta categoria "a vida como ela é". Sem tentativas de fazer tudo ficar bonitinho, agradável e cor-de-rosa. É pra fazer passar mal mesmo, porque a vida em estado bruto é algo de fazer passar mal. Simpatizo com Aileen Wuornos, que se tornou vítima das circunstâncias e nem por isso deixou de ser uma mulher muito forte. Simpatizo com sua história. Quem será o verdadeiro "monstro" dessa história? Certamente não é Aileen...
E digo mais: sua sentença de morte foi um dos crimes mais severos e absurdos que a "justiça" norte-americana já cometeu. Ela não precisava ser morta, precisava de ajuda. Precisava de um tratamento psiquiátrico, de amigos, de uma família, de amor.
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraEsse filme é uma das coisas mais intensas e bem feitas que eu vi nos últimos tempos. O filme retrata com muita delicadeza toda a "confusão" de Therese, uma jovem sensível, e Carol, uma mulher à frente de seu tempo. A direção de Todd Haynes faz com que a história ambientada na década de 50 pareça atemporal em diversos momentos. Cate Blanchett está magnética, sedutora e carismática como Carol, enquanto Rooney Mara mostra em mais um filme que consegue cativar até nas horas em que fica em silêncio. Sarah Paulson aparece em poucas cenas, mas sua presença é marcante e imponente, como uma espécie de figura principal de um quebra-cabeças. Convenhamos: Cate Blanchett, Rooney Mara e Sarah Paulson no mesmo filme? Difícil o resultado ser ruim. A trilha sonora é um show por si só e a fotografia deixa tudo com um ar soturno, melancólico... que filme. Sério, que filme. Mal posso esperar para ver no cinema e chorar de novo.
E o final? Aqueles olhares... a tela escura apareceu e meu coração doeu.
Marilena de la P7
3.6 5Esse é o último trabalho do diretor romeno Cristian Nemescu, que faleceu em um acidente de carro no mesmo ano em que finalizou a obra. O final desse curta me deixou com uma sensação peculiar, um misto de tristeza com resignação. É tudo bem cru, o realismo das cada cena entra em contraste com todo aquele glamour surreal que as superproduções costumam ter. Me agradou e me surpreendeu bastante. Poderia ter sido um longa metragem, assim veríamos mais sobre as vidas dos personagens.
Medo
3.5 421 Assista AgoraDifícil entender como esse filme é tão cultuado... assisti com as esperanças lá no alto e terminei frustrada, a lenda por escrito consegue ser mais interessante e assustadora do que o filme inteiro. Vale a pena assistir porque as atuações são boas (bem acima da média pra esse gênero) e a fotografia é bonita.
Os Filhos do Medo
3.7 152Eu tentei gostar desse filme, juro que tentei, mas a única coisa que me agradou (além da trilha sonora) foram os minutos finais pela bizarrice trash. A fotografia é legal, mas não chega a ser nada de extraordinário. O início é extremamente tedioso, e o filme não fica menos tedioso conforme a história se passa. Enfim, achei ruim.
Betty Blue
4.1 81Esse jeito intenso de ser não me é estranho... ah, sim, sou eu. Betty e eu temos muito em comum.
Fica difícil fazer um comentário sobre essa obra que não seja reducionista. O final é tão angustiante, triste e belo que meu coração doeu lá no fundo e todo o resto doeu também. As três horas de duração não são gratuitas e se fazem essenciais para o impacto final: cada detalhe, cada cena, cada situação absurda, tudo é perfeito, tudo é parte do crescendo muito bem orquestrado que esse filme tem. É uma verdadeira espiral em direção ao mais completo caos, uma via de mão única para a loucura. Desde os momentos iniciais fica claro que aquilo não vai ser uma história de amor convencional, e, bom, esse é o único ponto previsível do filme. Desavisados, estejam cientes de que não se trata de um romance água com açúcar pra distrair a cabeça, esse filme é tão carregado com as emoções dos personagens (ênfase, claro, em Betty, interpretada pela sempre sensacional Béatrice Dalle) que passei umas horas sem saber o que fazer pra voltar ao "mundo real" depois que as três horas se passaram. Um filme que te arrasta sem dó nem piedade para dentro de seu universo e te prende lá: essa foi a sensação que tive.
A cena na qual Betty descobre que não está grávida e fica frustrada é, pra mim, a puxada definitiva na alavanca da loucura dessa personagem, é como um "ponto de transição" entre a intensidade e a insanidade. A hora em que ela "sequestra" o menino e vai brincar com ele na loja de brinquedos partiu meu coração. Por um instante quis que a mãe daquela criança nunca surgisse ali e que ela, o menino e Zorg vivessem felizes para sempre. Aliás, Zorg... que homem paciente com as "crises" de Betty. E, pra completar, se mostrou capaz de coisas dignas de sua amada incontrolável. Como eles diziam, foram mesmo feitos um para o outro.
Incompreendida
3.8 35 Assista AgoraTá aí, um filme perfeito. Em todos os aspectos. O único ponto negativo do filme é que ele tem um fim, porque eu queria assistir esse filme pra sempre. Passei um bom tempo procurando uma obra que me fizesse exclamar "nossa, é isso mesmo que eu queria assistir, exatamente isso, aleluia!". E: nossa, é isso mesmo que eu queria assistir, exatamente isso, aleluia! Nem sei por onde começo a falar sobre esse trabalho incrível, que me fez sentir uma quantia impressionante de emoções distintas em apenas 110 minutos, emoções que iam de felicidade e tristeza até repulsa e aflição.
Estou bem honrada em ser a primeira a comentar sobre ele aqui, aliás. E espantada (pode-se dizer horrorizada) pela ausência de comentários, já que o filme tem potencial pra agradar o grande público. É o seguinte: trata-se de uma obra quase autobiográfica, e isso dá ao filme uma profundidade ainda mais bela e comovente. Não se sabe até onde vai a veracidade dos fatos que ocorrem no filme, mas Asia Argento (cujo nome de registro é, na verdade, Aria, porque o cartório se recusou em aceitar "Asia" como um nome válido - depois, de qualquer forma, ela viria a adotar "Asia" como nome artístico) foi claramente inspirada pela própria história ao elaborar a personagem, que também é filha de "estrelas” do mundo da arte (Asia é filha do mestre italiano do horror Dario Argento com uma atriz e roteirista chamada Daria Nicolodi).
Tudo foi extremamente bem orquestrado, desde a escolha dos atores até os cenários, que são tão bem feitos que tive vontade de levantar pra aplaudir em certas cenas. Charlotte Gainsbourg está linda demais, e Giulia Salerno é tão cativante em toda aquela inocência que tive vontade de guardá-la num potinho o tempo inteiro.
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraNão sei se gostei ou não gostei desse filme. A fotografia é excelente (principalmente levando em conta que é um filme de terror, e filmes de terror com boa fotografia estão em extinção), os cenários são bem construídos, a trilha sonora também é excelente, a escolha dos atores foi ótima e o filme tem momentos sensacionais de tensão, mas acho que ficou faltando alguma coisa. Talvez uma explicação para, sei lá, de onde exatamente tudo aquilo veio, como aquilo começou, enfim. Eu sou super a favor de filmes com finais "em aberto", inclusive prefiro filmes que dão margem para interpretações distintas, mas algo nesse final me deixou com a sensação de que a história poderia ter ficado bem mais interessante (e assustadora) se o roteiro tivesse sido aprofundado naquela questão da "maldição que segue".
Sem contar que a cena da piscina foi um tanto quanto bizarra, não gostei muito. E, assim, é claro que Jay teria morrido ali dentro com todos aqueles aparelhos ligados na tomada e imersos na água. Achei inverossímil demais. Eu entendo que o filme faz um paralelo daquela situação toda com a questão da morte que é inevitável, mas nem essa sacada genial foi suficiente pra me fazer perder a sensação de que algo ficou faltando.
Alice
4.1 265Eu amo esse filme. Jan Svankmajer é mestre na arte de transformar tudo em um potencial cenário de pesadelo, e esse filme não foge dessa regra. Alice No País dos Pesadelos Bizarros seria um título coerente pra esses 86 minutos de pura criatividade e imaginação expressa através de um de seus recursos favoritos, o stop-motion. É obrigatório para quem gosta de releituras muito bem feitas de histórias clássicas. A atriz que faz Alice é muito fofa.
Repulsa ao Sexo
4.0 461 Assista AgoraEsse filme faz parte da tal Trilogia dos Apartamentos de Polanski, na qual o diretor retrata os horrores vividos pelos moradores de complexos residenciais. Aqui, Deneuve bem jovem encarna Carol, personagem tão fascinante quanto mentalmente adoecida. O que vemos, no entanto, não é um show de insanidade de 105 minutos: a loucura nesse filme se faz vísivel de forma sutil, através da fotografia claustrofóbica, dos elementos visuais que muitas vezes beiram o surrealismo, dos efeitos sonoros que causam tensão no espectador e da lenta porém derradeira degradação psicológica da personagem, expressa em cenas de seu cotidiano. É um filme que me deixou desconfortável, bem como os outros que completam a trilogia.
O Babadook
3.5 2,0KFiz uma resenha sobre esse filme no meu blog pessoal. Para quem estiver interessado em ler: www . raquelavolio . com/2015/05/ the-babadook-um-ensaio-sobre-depressao . html
A Menina do Outro Lado da Rua
3.8 162Que surpresa agradável foi esse filme, e eu realmente preciso ler o livro. Thriller vintage muito bem conduzido, sem furos no roteiro, etc. A Jodie Foster parece uma adulta em miniatura em certas cenas, até as expressões faciais e o jeito com o qual ela fala impressionam. O jeito da personagem Rynn me lembra eu quando tinha 13/14 anos: as críticas precoces ao ensino institucionalizado, a "independência" intelectual, me identifiquei.
Filme excelente.
Buffalo '66
4.1 302Meu deus, que filme. O final foi chegando, eu fui ficando cheia de lágrimas nos olhos, tava quase tendo um negócio, aí... boom! Esse filme é muito, muito, muito lindo, fofo, tem uma fotografia de cair o queixo e personagens extremamente cativantes. Sério. O final... argh. Meu coração derreteu.
Eu me apaixonei pelo Billy, personagem problemático e amável ao mesmo tempo (Vincent Gallo conseguiu ficar lindo até sendo grosseiro) e me identifiquei horrores com a Layla e toda aquela carência. Se tivesse como dar seis estrelas aqui, eu daria.
Call her moonchild
Dancing in the shallows of a river
Lonely moonchild...
Em Minha Pele
3.3 87A questão é que a loucura muitas vezes não precisa de uma explicação racional, ela simplesmente é, simplesmente acontece. Daí vem a ausência de uma "explicação" para o que alavancou a obsessão da personagem com a própria pele e de um desenvolvimento da história nesse sentido. O filme não seria ruim caso tudo fosse minimamente explicado, pelo contrário, mas essa espontaneidade dos eventos e o minimalismo da história contribuíram para que o clima pesado dos 93 minutos de filme beirasse o insuportável em certos momentos. Um filme tão difícil quanto belo.
Para Elisa
1.5 129Esse filme é o que acontece quando uma ideia boa e personagens com potencial caem nas graças de um diretor ruim.
Boa Noite, Mamãe
3.5 1,5K Assista AgoraMuitas pessoas parecem não ter gostado desse filme, e aí eu me pergunto: como assim? Não gostar por algum motivo pessoal é perfeitamente aceitável, mas negar que o filme é bem feito não faz o menor sentido. Achei tudo ótimo (principalmente quando o comparamos com a atual safra de filmes do gênero): dos diálogos curtos até a fotografia primorosa e o show que os atores mirins dão o filme inteiro, tudo foi bem executado. Gostei demais.
Caí com força na surpresa quando o final se desenrolou e a situação foi explicada. Eu não havia me tocado no que diz respeito ao fato de Lukas estar morto, apesar de que isso faz todo sentido, e existem pistas para que essa informação seja assimilada desde o início do filme. Acho que a experiência fica mil vezes melhor pra quem ganha esse "susto" com a virada de mesa. Fiquei com a sensação de que o final poderia ter sido menos fantasioso e mais cru como o restante do filme. Sei lá, uma cena de Elias sobrevivendo ao incêndio, desesperado ao perceber que matou a própria mãe e agora está sozinho, algo nesse estilo. Eu considerei o tempo inteiro a hipótese da mãe ser a mãe deles mesmo, mas numa versão diferente porque estava deprimida em virtude do acidente.
Terror em Amityville
3.3 289 Assista AgoraBom, o remake desse filme não deveria existir. Acho que isso diz bastante sobre o que eu penso a respeito da obra. Clima de tensão muito bem conduzido, escolha de atores bem feita, cenários convincentes e uma boa história. Deu tudo certo.
Holocausto Canibal
3.1 833Um filme intrigante, mas que não vai muito além disso. Cenas fortes e desconfortáveis envolvendo animais (que, infelizmente, são reais mesmo: no IMDb há uma lista dos animais que
foram mortos de verdade
Minha mãe assistiu esse filme no cinema, na altura do lançamento, e compartilha dessa opinião.
Já Não Ouço a Guitarra
3.8 6Vi esse filme faz bastante tempo, e me lembro de que achei a fotografia muito bonita. O clima autobiográfico reina o tempo inteiro. Se alguém tiver curiosidades acerca do relacionamento de Philippe Garrel com a saudosa Nico, basta assistir esse filme.
Miss Violence
3.9 1,0K Assista AgoraO filme realmente cumpre o que promete. Reconheço que é angustiante, denso e difícil de ser digerido (talvez isso se aplique muito mais para aquelas pessoas que não estão tão acostumadas com filmes que seguem essa linha mais crua). Talvez eu tenha visto tantos filmes nesse estilo que não consegui ficar perturbada com nada em nenhum momento (infelizmente, pois eu gostaria mesmo de ver alguma coisa que me deixasse perturbada em termos de cinema).
Achei exemplar a maneira com a qual as coisas vão "se encaixando" conforme a história é contada, e no final passamos algum tempo em silêncio, silêncio ora para respeitar as tragédias que testemunhamos, ora para terminar de montar o tenebroso quebra-cabeças.
Vale ressaltar que o filme já começa bem com Dance Me To The End of Love do Leonard Cohen na trilha sonora.