A noção de igualdade* permanece como um ideal a ser alcançado em nossa existência coletiva, levando a um exercício constante de empatia para enxergar o mundo através da lente utilizada pelo outro, de forma a compreender este outro.
Apesar agora estar consciente sobre amor por Karol, Dominique está impotente de praticá-lo, uma vez que encontra-se encarcerada. Presenciar esta virada na trama, colocando Dominique simbolicamente em pé de igualdade a Karol do início da trama, é momento de catarse para Karol e para o telespectador. (**) O filme é divertido pelas ironias. E inteligente pela construção das motivações de cada personagem. Gosto como se dá a construção das ideias, como por exemplo o plano de Karol simular sua morte partir ter sido inspirado pela ideia de seu novo amigo que desejava a própria morte. A vida é assim... construção. É preciso vida para se ter inspiração.
“- Todos nós sofremos. - Eu sei, mas quero sofrer menos!”
Na primeira parte da trilogia - A liberdade é azul - existe uma cena de um idoso tentando descartar uma garrafa na lixeira. Neste filme - A igualdade é branca - a cena se repete, sendo que em ambos a garrafa fica entalada. Qual seria a intenção desta cena?
(**) para proteger a igualdade de uma situação e de outra é preciso reduzir o contexto a: amar e estar impotente se viver este amor. Pois a prisão de Dominique no final do filme seria muito mais ampla e incapacitante que a impotência sexual de Karol.
Classificar um filme não é dizer se este é bom ou ruim. É mais sobre se bateu ou não. Há tempo tenho a Trilogia das Cores do Kieślowski no radar, mas só agora comecei a assistir. Bateu menos do que eu gostaria, no entanto me levou a complementar algumas reflexões. Lembrei de uma poderosa definição de liberdade dita por Elke Maravilha em uma de suas entrevistas. Liberdade - dizia ela - é poder escolher aonde você irá se aprisionar. Lembrei também de Sartre, que ponderou: se você for livre e absolutamente livre, ninguém mais o será. Neste filme, Kieslowski ampliou o que foi proposto por Elke e Sartre. Inevitavelmente todo mundo se esbarra com um outro no gozo de sua liberdade. E ainda, liberdade de longe é o que se planta ser: tem solitude, mas também nostalgia, tristeza, vazio e solidão.
Achei interessante como o filme foi se tornando mais internalista a medida em que vai se revelando a situação real do personagem do Di Caprio, que está muito bem no papel.
ficar solto e de boas como uma espécie de Hulk no final e queria que a questão fosse mais explorada dentro de uma abordagem científica. Mas aí naquele último diálogo do filme surge um tal de "Mister Glass" me intrigando, que me levou a Corpo Fechado, filme que vi a 15 fuc**ng anos atrás. Não sei se é empolgação pela maior descoberta de 2018 até então, mas passei a respeitar o universo criado pelo Shyamalan e até mesmo o encerramento desta parte da história. Ainda não sei se é pela empolgação, reafirmo, mas aguardo com certa expectativa o encerramento desta que se desenha como uma trilogia.
dos pais com Elio e Oliver. Por mais que o fio condutor da narrativa tenha sido o desenvolvimento do afeto ente os dois (Elio e Oliver), a cereja do bolo do filme está na cumplicidade e maturidade dos pais ao lidar com a vida afetiva do filho. Aquele diálogo entre o Perlman e Elio foi uma das coisas mais tocantes que já vi em cinema. A naturalidade e sutileza com que Annella e Perlman cuidaram deste momento de descoberta do filho é uma adição importante ao repertório de filmes LGBT´s, marcados por histórias trágicas, de rejeição e trajetórias complicadas (tal qual é comum a LGBT´s na vida real). O que destaco aqui, é a importância em demonstrar esta perspectiva, por mais que este filme não vá ganhar uma notoriedade massificada.
E ao contrário do que muitos estão falando, não vejo como um final triste. Quem aqui ficou o resto da vida com a primeira pessoa que ficou na vida? O final foi lindíssimo e muito feliz, o mais feliz possível! Oliver reencontrou o amor em uma relação e Elio tem total apoio e amizade dos pais, o que dará autoconfiança e força no enfrentamento de sua vida afetiva que em meu imaginário terá muitos momentos felizes pela frente .
Jennifer Lawrence faz aqui a melhor atuação feminina de 2017 em minha opinião. Falando em sensações, o filme me deixou imensamente desconfortável e sufocado. Toda aquela invasão domiciliar e o egocentrismo do personagem do Javier Bardem me incomodaram bastante. A direção está impecável e vale mais que o roteiro, mesmo tendo sido uma sacada extraordinária
Me levou ao cinema pela curiosidade em assistir a uma comédia francesa (inclusive aceito indicações). Não notei nenhuma identidade do cinema francês nesta comédia, parece ter sido feito com os mesmos moldes das comédias nacionais ou comédias americanas que não se apoiam em beisterol. Gostei das atuações, o roteiro é mediano e o filme tem diversas partes engraçadas. O elenco é bem cativante.
Adorei o filme. Como ocorre na maioria dos filmes do Woody Allen, a ambientação é harmoniosa e convidativa, trilha sonora é quase um personagem central e neste caso o elenco parece ter sido escolhido a dedo. Kate Winslet faz uma de suas melhores atuações, com destaque nas cenas finais. O porém do filme, foi não ter gostado muito da resolução, acho que pode ter faltado algo.
Vale demais pelo registro histórico do caricato Jeca Tatu, personagem que eleva nossa "nostalgia" ao mesmo tempo que causa enorme desconforto pela inadaptabilidade ao progresso e coletivo.
Sou fã da Laerte. Me identifico em muitas coisas, adorei em especial uma fala do documentário sobre as mulheres terem que se virar no mundo dos \ para os homens. Senti falta de algum aprofundamento, mas adorei!
Alimentando aquela fantasia de se isolar de todas as mazelas do mundo, dando valor apenas ao que é realmente necessário pra sobrevivência, e como seria isto em contraponto ao funcionamento incluído na forma como nos organizamos como sociedade.
Poderia ter aprofundado mais nesta questão e trazer um viés mais realístico? Poderia. Mas valeu muito a pena a porta aberta para esta reflexão.
A cena de Sweet Child O Mine foi um aperitivo à parte.
Serei empático ao baixo orçamento desta produção e reforçar que esteticamente a direção faz o melhor possível. O roteiro é bem instigante. Em poucos minutos já é possível sentir-se completamente vidrado na história. O final talvez não tenha agradado a todos, mas para mim foi bastante satisfatório.
Vou dizer que este filme me arrasou. Em especial a cena da cesta básica: um tiro no estômago.
Explicita a automatização dos sistemas que leva junto toda e qualquer humanidade dos processos embora. Um chamado pra realidade, ao mostrar que o funcionalismo público no primeiro mundo pode ser tão burocrático quanto o nosso, colocando seu dependente em situações absurdas.
Assisti a este documentário pausando em momentos estratégicos para digerir o peso da realidade carcerária norte americana, que muito serve de reflexão ao nosso sistema também. Desmonta qualquer visão simplista do assunto, ao mostrar que a discussão é muito mais profunda que imaginamos, envolvendo uma verdadeira fábrica de "bandidos". É chocante ver como tem alguém lucrando nesta história toda. Pro capitalismo, definitivamente bandido bom não é bandido morto. Corajosamente, aponta como a carceragem representa também um novo modelo de segregação étnica. Dolorosamente percebemos de longe a dor de ser um negro nos EUA. (Digi de longe, pois empatia alguma substitue a experiência).
Estados Unidos, terra da liberdade. Resta saber: Liberdade para quem?
Entendo a comoção em cima de La La Land e entendo quem saiu falando que não é tudo isso. Pois é bem isso... O roteiro é fraco, fácil e clichê. Mas a estética, direção e atuações são totalmente cativante.
A Igualdade é Branca
4.0 366 Assista AgoraA noção de igualdade* permanece como um ideal a ser alcançado em nossa existência coletiva, levando a um exercício constante de empatia para enxergar o mundo através da lente utilizada pelo outro, de forma a compreender este outro.
Apesar agora estar consciente sobre amor por Karol, Dominique está impotente de praticá-lo, uma vez que encontra-se encarcerada. Presenciar esta virada na trama, colocando Dominique simbolicamente em pé de igualdade a Karol do início da trama, é momento de catarse para Karol e para o telespectador. (**)
O filme é divertido pelas ironias. E inteligente pela construção das motivações de cada personagem.
Gosto como se dá a construção das ideias, como por exemplo o plano de Karol simular sua morte partir ter sido inspirado pela ideia de seu novo amigo que desejava a própria morte.
A vida é assim... construção. É preciso vida para se ter inspiração.
“- Todos nós sofremos.
- Eu sei, mas quero sofrer menos!”
Na primeira parte da trilogia - A liberdade é azul - existe uma cena de um idoso tentando descartar uma garrafa na lixeira. Neste filme - A igualdade é branca - a cena se repete, sendo que em ambos a garrafa fica entalada. Qual seria a intenção desta cena?
(*) ainda que equidade seja uma noção melhor.
(**) para proteger a igualdade de uma situação e de outra é preciso reduzir o contexto a: amar e estar impotente se viver este amor. Pois a prisão de Dominique no final do filme seria muito mais ampla e incapacitante que a impotência sexual de Karol.
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista AgoraClassificar um filme não é dizer se este é bom ou ruim. É mais sobre se bateu ou não. Há tempo tenho a Trilogia das Cores do Kieślowski no radar, mas só agora comecei a assistir. Bateu menos do que eu gostaria, no entanto me levou a complementar algumas reflexões.
Lembrei de uma poderosa definição de liberdade dita por Elke Maravilha em uma de suas entrevistas. Liberdade - dizia ela - é poder escolher aonde você irá se aprisionar. Lembrei também de Sartre, que ponderou: se você for livre e absolutamente livre, ninguém mais o será.
Neste filme, Kieslowski ampliou o que foi proposto por Elke e Sartre. Inevitavelmente todo mundo se esbarra com um outro no gozo de sua liberdade. E ainda, liberdade de longe é o que se planta ser: tem solitude, mas também nostalgia, tristeza, vazio e solidão.
"Não quero bens, presentes, amigos, amor e vínculos. Tudo isso são armadilhas", concluiu Julie.
E a pergunta que fica, é: ser livre também é um tipo de prisão?
Ilha do Medo
4.2 4,0K Assista AgoraAchei interessante como o filme foi se tornando mais internalista a medida em que vai se revelando a situação real do personagem do Di Caprio, que está muito bem no papel.
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraProcurei Fragmentado por indicação da minha irmã.
Confesso que achei meio tosco o Kevin
ficar solto e de boas como uma espécie de Hulk no final e queria que a questão fosse mais explorada dentro de uma abordagem científica. Mas aí naquele último diálogo do filme surge um tal de "Mister Glass" me intrigando, que me levou a Corpo Fechado, filme que vi a 15 fuc**ng anos atrás. Não sei se é empolgação pela maior descoberta de 2018 até então, mas passei a respeitar o universo criado pelo Shyamalan e até mesmo o encerramento desta parte da história. Ainda não sei se é pela empolgação, reafirmo, mas aguardo com certa expectativa o encerramento desta que se desenha como uma trilogia.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraInteressante ler as demais opiniões por aqui, e ver que o filme me tocou de maneira muito diferente que a maioria das pessoas.
Mais que um romance gay, o que mais foi significativo nesta história toda foi justamente a sutileza do relacionamento
dos pais com Elio e Oliver. Por mais que o fio condutor da narrativa tenha sido o desenvolvimento do afeto ente os dois (Elio e Oliver), a cereja do bolo do filme está na cumplicidade e maturidade dos pais ao lidar com a vida afetiva do filho. Aquele diálogo entre o Perlman e Elio foi uma das coisas mais tocantes que já vi em cinema.
A naturalidade e sutileza com que Annella e Perlman cuidaram deste momento de descoberta do filho é uma adição importante ao repertório de filmes LGBT´s, marcados por histórias trágicas, de rejeição e trajetórias complicadas (tal qual é comum a LGBT´s na vida real). O que destaco aqui, é a importância em demonstrar esta perspectiva, por mais que este filme não vá ganhar uma notoriedade massificada.
E ao contrário do que muitos estão falando, não vejo como um final triste. Quem aqui ficou o resto da vida com a primeira pessoa que ficou na vida? O final foi lindíssimo e muito feliz, o mais feliz possível! Oliver reencontrou o amor em uma relação e Elio tem total apoio e amizade dos pais, o que dará autoconfiança e força no enfrentamento de sua vida afetiva que em meu imaginário terá muitos momentos felizes pela frente .
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraJennifer Lawrence faz aqui a melhor atuação feminina de 2017 em minha opinião.
Falando em sensações, o filme me deixou imensamente desconfortável e sufocado. Toda aquela invasão domiciliar e o egocentrismo do personagem do Javier Bardem me incomodaram bastante.
A direção está impecável e vale mais que o roteiro, mesmo tendo sido uma sacada extraordinária
esta abordagem da história da humanidade na relação Deus, Natureza e Homem de forma menos romântica.
Assim é a Vida
3.8 36 Assista AgoraMe levou ao cinema pela curiosidade em assistir a uma comédia francesa (inclusive aceito indicações).
Não notei nenhuma identidade do cinema francês nesta comédia, parece ter sido feito com os mesmos moldes das comédias nacionais ou comédias americanas que não se apoiam em beisterol. Gostei das atuações, o roteiro é mediano e o filme tem diversas partes engraçadas. O elenco é bem cativante.
Indico!
Roda Gigante
3.3 309Adorei o filme. Como ocorre na maioria dos filmes do Woody Allen, a ambientação é harmoniosa e convidativa, trilha sonora é quase um personagem central e neste caso o elenco parece ter sido escolhido a dedo. Kate Winslet faz uma de suas melhores atuações, com destaque nas cenas finais. O porém do filme, foi não ter gostado muito da resolução, acho que pode ter faltado algo.
Com Amor, Van Gogh
4.3 1,0K Assista AgoraA narrativa é simples, o áudio deixa um pouco a desejar mas o que se vê é uma experiência visual única. Incrível!
B. F. Skinner
3.9 3Deu pra ver um pouquinho do Skinner, porém ficou muito focado na questão da educação.
O episódio é exposto com clareza e aguça a curiosidade.
Extraordinário
4.3 2,1K Assista AgoraSerá que eu chorei?
Onde Está Segunda?
3.6 1,3K Assista AgoraEsse é um daqueles filmes que tem a sinopse tão legal, mas aí o roteiro acaba sendo tão fraquinho e cheio de pirotecnia pra agradar o público.
Jeca Tatu
3.5 48 Assista AgoraVale demais pelo registro histórico do caricato Jeca Tatu, personagem que eleva nossa "nostalgia" ao mesmo tempo que causa enorme desconforto pela inadaptabilidade ao progresso e coletivo.
Laerte-se
4.0 184Sou fã da Laerte. Me identifico em muitas coisas, adorei em especial uma fala do documentário sobre as mulheres terem que se virar no mundo dos \ para os homens.
Senti falta de algum aprofundamento, mas adorei!
A Máscara em que Você Vive
4.5 201NECESSÁRIO!!!!
Me emocionou bastante, me reconheci em muitas falas.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraAlimentando aquela fantasia de se isolar de todas as mazelas do mundo, dando valor apenas ao que é realmente necessário pra sobrevivência, e como seria isto em contraponto ao funcionamento incluído na forma como nos organizamos como sociedade.
Poderia ter aprofundado mais nesta questão e trazer um viés mais realístico? Poderia. Mas valeu muito a pena a porta aberta para esta reflexão.
A cena de Sweet Child O Mine foi um aperitivo à parte.
Lion: Uma Jornada para Casa
4.3 1,9K Assista AgoraFilme que trata de algumas das muitas situações fálicas da nossa "civilização".
O mundo é hostil. É contar mais com a sorte que qualquer outra coisa. :'
Coerência
4.0 1,3K Assista AgoraSerei empático ao baixo orçamento desta produção e reforçar que esteticamente a direção faz o melhor possível.
O roteiro é bem instigante. Em poucos minutos já é possível sentir-se completamente vidrado na história.
O final talvez não tenha agradado a todos, mas para mim foi bastante satisfatório.
Recomendo.
Estrelas Além do Tempo
4.3 1,5K Assista AgoraAdorei o filme. Fica a crítica para a tradução do título, que priorizou um nome atrativo comercialmente falando que o nome fiel à historia.
Uma Noite de Crime: Anarquia
3.5 1,2K Assista AgoraA ideia do filme é muito legal, mas as acrobacias holywoodianas as vezes irritam um pouco.
Assisti sem ver o primeiro da trilogia.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraDa série, "não entendi o hype".
Eu, Daniel Blake
4.3 533 Assista AgoraVou dizer que este filme me arrasou.
Em especial a cena da cesta básica: um tiro no estômago.
Explicita a automatização dos sistemas que leva junto toda e qualquer humanidade dos processos embora. Um chamado pra realidade, ao mostrar que o funcionalismo público no primeiro mundo pode ser tão burocrático quanto o nosso, colocando seu dependente em situações absurdas.
A 13ª Emenda
4.6 354 Assista AgoraAssisti a este documentário pausando em momentos estratégicos para digerir o peso da realidade carcerária norte americana, que muito serve de reflexão ao nosso sistema também.
Desmonta qualquer visão simplista do assunto, ao mostrar que a discussão é muito mais profunda que imaginamos, envolvendo uma verdadeira fábrica de "bandidos". É chocante ver como tem alguém lucrando nesta história toda. Pro capitalismo, definitivamente bandido bom não é bandido morto.
Corajosamente, aponta como a carceragem representa também um novo modelo de segregação étnica. Dolorosamente percebemos de longe a dor de ser um negro nos EUA. (Digi de longe, pois empatia alguma substitue a experiência).
Estados Unidos, terra da liberdade. Resta saber: Liberdade para quem?
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraEntendo a comoção em cima de La La Land e entendo quem saiu falando que não é tudo isso. Pois é bem isso... O roteiro é fraco, fácil e clichê. Mas a estética, direção e atuações são totalmente cativante.