E aquela sensação de você estar reconhecendo um momento da trilha sonora, mas não saber de onde? Não tem como colocar no Google: dãn dãn dãn dãn daram daran. hahaha! Depois vi que era um remix de Where Is My Mind, famosa em Clube da Luta.
Bem, saiu da zona de conforto em diversos momentos dos terrores atuais, entregando algo mais espelhado nos filmes antigos, e assim teve a coragem de ousar talvez bem mais do que o público de hoje estaria interessado. A tal da expectativa que atrapalha, mano. Tão destrutiva nos dias de hoje. Mas é um filme raro hoje em dia. Ainda mais feito por um diretor tão renomado no gênero.
Pensando muito nestas cenas de Matrix 1 inseridas na narrativa deste Trailer de Matrix 4.
Não como se fossem memórias ou flashbacks, mas sim como se estivessem realmente inseridas dentro da história (?).
Como se fosse um filme dentro de um filme (?). Já estão até teorizando sobre tais possibilidades.
De nessa realidade, por exemplo, o Neo (Chamado de Thomas) ter sido um ator ou intérprete do Neo na trilogia Matrix que dentro deste universo também seria reconhecida como um filme.
— Durante os últimos meses refleti sobre a minha situação. E senti um espírito criativo queimando por dentro e me incentivando a me transformar numa das orelhas através da qual o mundo ouve, num dos olhos através do qual o mundo vê. Enfim, quero ser escritor.
Gostei da maneira como o roteirista conduziu a história. Retrata bem sobre como toda história carece mais do que nunca de um ponto de vista criativo. Por isso que existem histórias pequenas e até ruins, mas que são tão bem contadas que se tornam mais memoráveis do que grandes épicos.
Daqueles especiais atemporais. Inicia com comentários sobre a eleição do Trump até as confissões sobre os maiores medos do Jerrod. Esse cara é MUITO BOM. Porque ele é cruel, mas ao mesmo tempo deixa transparecer todas as suas vulnerabilidades. Ele é certeiro, mas também admite seus erros e inseguranças. É o Stand-up confessional mais poderoso que já vi. Porque as piadas não se encerram em si mesmas, elas se expandem e se expandem. Sempre vejo por causa das atitudes dele.
Um daqueles filmes bem nicho do nicho. Um Mocumentário (com pitadas de comédia constrangedora) sobre a jornada espiritual-psicológica dessa mulher. Daqueles filmes onde você sente que ela colocou o coração inteiro. Não é uma grande produção, não é sobre isso. É uma história sincera sobre essa jornada.
- Você não é ruim, Amy. Você só não é nada ainda; esse é o meu ponto. Você pode se tornar uma grande escritora algum dia. Eu não sei. Você não viveu ainda. Seja presa. Vire uma freira. Agora você só é um leitãozinho. Vá viver a sua vida. Despedace o seu coração.
Eu estava pensando bastante sobre a música “Hands Up (Eyes on Me)”. E tomei a liberdade de seguir por certos caminhos. E dentre esses caminhos, aqui temos o da honestidade (ou não) do artista.
Discutindo entre amigos sobre o específico momento onde o Bo Burnham chora antes dessa música, ficamos nos questionando se o choro foi real. Bem, e a minha resposta de imediato foi: “Eu não sei, mas se teve algo que não faltou em 2020 foram lágrimas. Eu não sei se ele chorou de verdade, mas o choro de milhões de pessoas certamente foi.”
E daí eu decidi ir mais fundo nisso.
Talvez a arte do Bo tenha sido tão brutalmente honesta conosco desde o início da sua carreira, que isso nos tenha ensinado a duvidar da verdade dos artistas (e, logicamente, isso inclui ele também). Se questionando sobre: Quais são as verdadeiras intenções do artista? Passamos a ser mais exigentes.
Quando vemos um filme qualquer, por exemplo, não ficamos nos perguntando: “Será que o ator chorou de verdade nesta cena?” Isso porque já entendemos de antemão que aquilo é uma representação de um choro e de tudo que estiver relacionado ao choro. E não uma manifestação real de um choro. Portanto, o Bo chorou de verdade? Talvez não. Mas isso deixa de ser verdadeiro? Não. Porque a arte não é a verdade per se, mas sim uma representação dela. Talvez em algum momento ele realmente tenha chorado. E o que importa é o que ele está nos transmitindo, e não se ele está sentindo. Até porque você realmente precisa ter muita empatia para conseguir criar algo assim que ferve em pura criatividade.
Muito grato por testemunhar a feliz evolução de um ARTISTA como o Bo Burnham.
Em seu primeiro Stand up: Words Words Words (2010), quando ele tinha apenas 19 anos, já era muito nítido como ele sabia articular bem variados temas, e sempre com muita inteligência, timing cômico e profundidade performática.
O cara simplesmente criou a música Art Is Dead, que, na minha opinião, é um hino da comédia, pois, apresenta as principais dimensões da comédia, em perspectiva. Desde o seu lado trágico, autêntico e hipócrita, até o seu lado distorcido, divertido e criativo.
Anos depois, o cara vem com o Stand up: What (2013), onde ele agora demonstra muito mais segurança de palco em expressar o que ele pensa, como ele pensa, sobre o que ele pensa do que ele pensa, sobre o que ele está sentindo, sobre o que ele pensa sobre o que ele está sentindo, e ainda indo além: sobre o que ele pensa do que ele pensa que ele está sentindo.
E, como numa montanha russa de piadas musicais, comentários, críticas, poesia, reflexões e profundidade temática, vemos ele se revelando e se desconstruindo ao final com a belíssima canção: We Think We Know You.
E quando eu achava que ele não conseguiria mais elevar o nível, o cara vem com Make Happy (2015).
Daí, aqui temos um divisor de águas, pois, se no início já era evidente que ele não estava nenhum pouco interessado em fazer um Stand up tradicional, agora vemos que o seu interesse estava justamente no ato de criar experiências audiovisuais que possam mostrar os múltiplos lados que a comédia pode alcançar.
E para isso ele precisou ser confessional, meta, honesto, teatral, visual e narrativamente épico.
Com o seu final Can't Handle This, seguido de Are You Happy?, tínhamos um material riquíssimo para poder explorar, com profundidade, sobre as dificuldades de um artista em lidar com o peso da própria fama.
Agora, vindo completamente do nada, porque quando o Bo Burnham anunciou a sua volta, já faltavam 2 semanas para estrear o seu novo especial da Netflix, temos Inside (2021).
5 anos após o seu último especial, que ele disse que dificilmente voltaria, pois, esse processo todo agravou a sua Saúde Mental, comprometendo a sua ansiedade, e lhe dando ataques de pânico.
Sinceramente, eu não sabia o que esperar.
E é impossível saber o que teria sido deste seu filme (sim, agora eu chamarei de filme, porque é uma peça cinematográfica experimental) ... se não fosse pela Pandemia.
E talvez nem seja tão interessante assim ir por esse caminho. Até porque a arte, muitas vezes, toma curvas completamente inesperadas ao longo do percurso, nos fazendo encontrar atalhos novos e criativos, que melhor representem a nossa verdade.
Em Inside (2021), Bo Burnham descreve a sua percepção diante desta Pandemia.
Com um olhar minimalista (afinal, ele filmou tudo sozinho em sua casa), vemos o introspectivo sentimento ambíguo de estar trancafiado em casa, ganhando vida.
O que já sinaliza uma característica importante na sua arte: que é a de seguir por caminhos espirituosos diante das dificuldades da vida, combinando isso a uma “meta-comédia”, e a uma extrapolação do humor nonsense e autoconsciente.
Tem um trecho em uma de suas canções que descreve perfeitamente o que ele (e muitos de nós) podemos estar sentindo nesta Pandemia:
Desassociação total, Totalmente fora de si, Buscar “desrealização” no Google, E odiar o que você encontra lá
A desrealização (ou despersonalização), que é a sensação persistente de observar a si mesmo de fora do corpo ou de ter a sensação de que os seus arredores não são reais, sintetiza bem a ideia que ele busca aqui retratar.
No princípio, olharam para as estrelas, buscando um novo mundo. Para proteger a vida do filho eles escolheram se sacrificar. Queriam que ele tivesse uma vida digna da sua grandeza em escala. Depositaram a sua existência no destino. O lugar onde ele se enraizaria teria uma razão de acolhê-lo. Razão esta que a vida se encarregaria de um dia revelá-lo. “Se você ama a humanidade, entenda a isso.” Então, esta criança cresceu em silêncio e autocontrolado. E tornou-se num homem que desconhecia do que era capaz. A ele foi ensinada a importância de esperar. Ainda não era chegada a sua hora. O momento certo chegaria. Onde o seu coração se alinharia a sua grandeza. Onde a sua divindade despertaria. Onde a sua humanidade se acenderia. Onde a luz do sol refletiria nele a esperança. Mas, para isso, ele teria primeiro que escolher: “Amaria a humanidade ou a deixaria morrer?”
II A Morte:
Quando abandonamos a esperança perdemos tudo. Somos consumidos pela ignorância. O nosso olhar escurece. A razão enfraquece, e o ódio germina. Nada se salva, e um ciclo termina. Viver se torna numa belíssima mentira. Tudo parece inferior ao que poderia ter sido. Quem pode te salvar tem a autoridade questionada. Quem pode te matar tem a voz ouvida e obedecida. Odiamos o que não conseguimos entender. Na iminência de salvar, você abre os braços. Porém, no abrir dos braços, a humanidade te rejeita. Antes da ascensão temos a provação. Este é o prenúncio da tragédia. Antes da luz escurecer, também gritou. E o seu brado anunciou a todos que o Superman morreu. A sua morte feriu o mundo. Convocando todos a lamentar.
III A Ressurreição:
Quando abraçamos a esperança entendemos tudo. Entendemos que não estamos quebrados e nem sozinhos. Se a vida nos levar embora toda a esperança, o que nos resta? Resgatá-la e dar um novo sentido. Olhar para toda a injustiça deste mundo e combatê-la. Travar grandes batalhas com o que temos de melhor. Assim, viver passa a ser uma oportunidade de somar histórias. De encontrar o nosso ritmo e voz. De usar melhor o nosso tempo e habilidades. A grandiosidade dos grandes jaz em poder fazer, mas escolher não. Este é o desafio: encontrar o seu lugar entre os gigantes. No princípio, olharam para as estrelas buscando um novo mundo. E encontraram guerreiros capazes de alcançar grandes feitos. Inspirando a humanidade a fazer o mesmo, dando-lhes um ideal. Depois da luz gritar, brilhou. E o seu brilho anunciou a todos que o Superman voltou. O seu coração se alinhou a humanidade. Escolhendo protegê-la junto dos gigantes!
Maligno
3.3 1,2KE aquela sensação de você estar reconhecendo um momento da trilha sonora, mas não saber de onde? Não tem como colocar no Google: dãn dãn dãn dãn daram daran. hahaha! Depois vi que era um remix de Where Is My Mind, famosa em Clube da Luta.
E quanto ao filme:
Bem, saiu da zona de conforto em diversos momentos dos terrores atuais, entregando algo mais espelhado nos filmes antigos, e assim teve a coragem de ousar talvez bem mais do que o público de hoje estaria interessado. A tal da expectativa que atrapalha, mano. Tão destrutiva nos dias de hoje. Mas é um filme raro hoje em dia. Ainda mais feito por um diretor tão renomado no gênero.
Bobby Fischer Against the World
4.2 14Repórter: Algumas pessoas sugeriram que isto foi a sua forma de guerra psicológica contra Spassky.
Bobby: Não! Não acredito em psicologia. Acredito em bons lances.
Depois disso a sanidade deu um xeque-mate nele, infelizmente. Precisava de um acompanhamento psicológico para se manter inteiro.
Ted Bundy: A Confissão Final
3.2 52— Conseguiu o que queria? Sabe por que eu fiz isso?
— Porque você quis.
Melhor adaptação sobre o Ted Bundy até hoje. Mas, por favor, parem de fazer filmes sobre esse cara. Obrigado.
Matrix Resurrections
2.8 1,3K Assista AgoraPensando muito nestas cenas de Matrix 1 inseridas na narrativa deste Trailer de Matrix 4.
Não como se fossem memórias ou flashbacks, mas sim como se estivessem realmente inseridas dentro da história (?).
Como se fosse um filme dentro de um filme (?). Já estão até teorizando sobre tais possibilidades.
De nessa realidade, por exemplo, o Neo (Chamado de Thomas) ter sido um ator ou intérprete do Neo na trilogia Matrix que dentro deste universo também seria reconhecida como um filme.
Particularmente, acho bizarro. Mas vamos ver.
Martin Eden
3.7 23— Durante os últimos meses refleti sobre a minha situação. E senti um espírito criativo queimando por dentro e me incentivando a me transformar numa das orelhas através da qual o mundo ouve, num dos olhos através do qual o mundo vê. Enfim, quero ser escritor.
Dentro da Casa
4.1 553 Assista AgoraGostei da maneira como o roteirista conduziu a história. Retrata bem sobre como toda história carece mais do que nunca de um ponto de vista criativo. Por isso que existem histórias pequenas e até ruins, mas que são tão bem contadas que se tornam mais memoráveis do que grandes épicos.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 901 Assista Agora— Quando se sabe que está terminado?
— Num certo momento, paramos.
Como o artista lida com a infinitude do seu espírito criativo.
Jerrod Carmichael: 8
3.5 2 Assista AgoraDaqueles especiais atemporais. Inicia com comentários sobre a eleição do Trump até as confissões sobre os maiores medos do Jerrod. Esse cara é MUITO BOM. Porque ele é cruel, mas ao mesmo tempo deixa transparecer todas as suas vulnerabilidades. Ele é certeiro, mas também admite seus erros e inseguranças. É o Stand-up confessional mais poderoso que já vi. Porque as piadas não se encerram em si mesmas, elas se expandem e se expandem. Sempre vejo por causa das atitudes dele.
Clairevoyant
4.2 2Um daqueles filmes bem nicho do nicho. Um Mocumentário (com pitadas de comédia constrangedora) sobre a jornada espiritual-psicológica dessa mulher. Daqueles filmes onde você sente que ela colocou o coração inteiro. Não é uma grande produção, não é sobre isso. É uma história sincera sobre essa jornada.
Um Lugar Silencioso - Parte II
3.6 1,2K Assista AgoraO filme termina como se tivesse ido para o intervalo, mas aquele foi o final mesmo...
Ironicamente um filme chamado "Um lugar silencioso" teve uma trilha sonora ALTÍSSIMA E ÉPICA que achei bem manipulativa em algumas partes do filme.
Um Lugar Silencioso - Parte II
3.6 1,2K Assista Agora20 minutos de filme e eu já tava:
Gente, o pé do bichin :'(
Pede-se um Marido
4.1 16— No que você trabalha?
— Sou um gênio desconhecido, ainda. Eu toco música na máquina de escrever, mas ninguém escuta.
Barton Fink, Delírios de Hollywood
4.0 174 Assista Agora- O que tem na caixa?
- Eu não sei.
- Mas ela não é sua?
- Eu não sei.
Assim como a criatividade que habita em nós. Já a temos, só nos resta encontrá-la e conhecê-lo.
As Palavras
3.6 665Antigamente os escritores perdiam o seu manuscrito nalgum lugar; hoje é o computador que dá pau.
Vida de Adulto
3.3 232 Assista Agora- Você não é ruim, Amy. Você só não é nada ainda; esse é o meu ponto. Você pode se tornar uma grande escritora algum dia. Eu não sei. Você não viveu ainda. Seja presa. Vire uma freira. Agora você só é um leitãozinho. Vá viver a sua vida. Despedace o seu coração.
Estrada Perdida
4.1 469 Assista AgoraChegou uma hora no filme em que eu desisti de tentar entender e fiquei só sentindo a brisa.
O Estrangulador Seboso
3.2 23Entrou pra lista de "Filmes que me deixaram o tempo inteiro com cara de nojo"
Gênero: Seboso.
Isso aí é o submundo alternativo do alternativo. hahahaha
Lucky
4.1 193 Assista AgoraQue coisa mais linda!
Mac - O Extraterrestre
2.4 28 Assista AgoraConan O'Brien e Paul Rudd amam tanto esse filme.
Bo Burnham: Inside
4.3 109 Assista AgoraEu estava pensando bastante sobre a música “Hands Up (Eyes on Me)”. E tomei a liberdade de seguir por certos caminhos. E dentre esses caminhos, aqui temos o da honestidade (ou não) do artista.
Discutindo entre amigos sobre o específico momento onde o Bo Burnham chora antes dessa música, ficamos nos questionando se o choro foi real. Bem, e a minha resposta de imediato foi: “Eu não sei, mas se teve algo que não faltou em 2020 foram lágrimas. Eu não sei se ele chorou de verdade, mas o choro de milhões de pessoas certamente foi.”
E daí eu decidi ir mais fundo nisso.
Talvez a arte do Bo tenha sido tão brutalmente honesta conosco desde o início da sua carreira, que isso nos tenha ensinado a duvidar da verdade dos artistas (e, logicamente, isso inclui ele também). Se questionando sobre: Quais são as verdadeiras intenções do artista? Passamos a ser mais exigentes.
Quando vemos um filme qualquer, por exemplo, não ficamos nos perguntando: “Será que o ator chorou de verdade nesta cena?” Isso porque já entendemos de antemão que aquilo é uma representação de um choro e de tudo que estiver relacionado ao choro. E não uma manifestação real de um choro. Portanto, o Bo chorou de verdade? Talvez não. Mas isso deixa de ser verdadeiro? Não. Porque a arte não é a verdade per se, mas sim uma representação dela. Talvez em algum momento ele realmente tenha chorado. E o que importa é o que ele está nos transmitindo, e não se ele está sentindo. Até porque você realmente precisa ter muita empatia para conseguir criar algo assim que ferve em pura criatividade.
Bo Burnham: Inside
4.3 109 Assista AgoraMuito grato por testemunhar a feliz evolução de um ARTISTA como o Bo Burnham.
Em seu primeiro Stand up: Words Words Words (2010), quando ele tinha apenas 19 anos, já era muito nítido como ele sabia articular bem variados temas, e sempre com muita inteligência, timing cômico e profundidade performática.
O cara simplesmente criou a música Art Is Dead, que, na minha opinião, é um hino da comédia, pois, apresenta as principais dimensões da comédia, em perspectiva. Desde o seu lado trágico, autêntico e hipócrita, até o seu lado distorcido, divertido e criativo.
Anos depois, o cara vem com o Stand up: What (2013), onde ele agora demonstra muito mais segurança de palco em expressar o que ele pensa, como ele pensa, sobre o que ele pensa do que ele pensa, sobre o que ele está sentindo, sobre o que ele pensa sobre o que ele está sentindo, e ainda indo além: sobre o que ele pensa do que ele pensa que ele está sentindo.
E, como numa montanha russa de piadas musicais, comentários, críticas, poesia, reflexões e profundidade temática, vemos ele se revelando e se desconstruindo ao final com a belíssima canção: We Think We Know You.
E quando eu achava que ele não conseguiria mais elevar o nível, o cara vem com Make Happy (2015).
Daí, aqui temos um divisor de águas, pois, se no início já era evidente que ele não estava nenhum pouco interessado em fazer um Stand up tradicional, agora vemos que o seu interesse estava justamente no ato de criar experiências audiovisuais que possam mostrar os múltiplos lados que a comédia pode alcançar.
E para isso ele precisou ser confessional, meta, honesto, teatral, visual e narrativamente épico.
Com o seu final Can't Handle This, seguido de Are You Happy?, tínhamos um material riquíssimo para poder explorar, com profundidade, sobre as dificuldades de um artista em lidar com o peso da própria fama.
Agora, vindo completamente do nada, porque quando o Bo Burnham anunciou a sua volta, já faltavam 2 semanas para estrear o seu novo especial da Netflix, temos Inside (2021).
5 anos após o seu último especial, que ele disse que dificilmente voltaria, pois, esse processo todo agravou a sua Saúde Mental, comprometendo a sua ansiedade, e lhe dando ataques de pânico.
Sinceramente, eu não sabia o que esperar.
E é impossível saber o que teria sido deste seu filme (sim, agora eu chamarei de filme, porque é uma peça cinematográfica experimental) ... se não fosse pela Pandemia.
E talvez nem seja tão interessante assim ir por esse caminho. Até porque a arte, muitas vezes, toma curvas completamente inesperadas ao longo do percurso, nos fazendo encontrar atalhos novos e criativos, que melhor representem a nossa verdade.
Em Inside (2021), Bo Burnham descreve a sua percepção diante desta Pandemia.
Com um olhar minimalista (afinal, ele filmou tudo sozinho em sua casa), vemos o introspectivo sentimento ambíguo de estar trancafiado em casa, ganhando vida.
O que já sinaliza uma característica importante na sua arte: que é a de seguir por caminhos espirituosos diante das dificuldades da vida, combinando isso a uma “meta-comédia”, e a uma extrapolação do humor nonsense e autoconsciente.
Tem um trecho em uma de suas canções que descreve perfeitamente o que ele (e muitos de nós) podemos estar sentindo nesta Pandemia:
Desassociação total,
Totalmente fora de si,
Buscar “desrealização” no Google,
E odiar o que você encontra lá
A desrealização (ou despersonalização), que é a sensação persistente de observar a si mesmo de fora do corpo ou de ter a sensação de que os seus arredores não são reais, sintetiza bem a ideia que ele busca aqui retratar.
Para logo em seguida ele falar:
Ei, o que se pode dizer?
Já não era sem tempo
Mas, vai acabar logo
Espere
E esta é a memória que ele tenta resgatar.
Um sentimento de que as coisas já estiveram bem um dia.
E ainda podem estar.
E talvez, para que isso aconteça, seja preciso saber a hora, tanto de mergulhar fundo, como a de a superfície retornar.
E nesta dinâmica, seguimos.
Army of the Dead: Invasão em Las Vegas
2.8 956Army of the Dead: Efeito Desfoque.
Meu Pai
4.4 1,2K Assista AgoraA atuação do Anthony Hopkins é tão grandiosa que o Oscar deveria se chamar Anthony Hopkins daqui em diante.
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3KI O Nascimento:
No princípio, olharam para as estrelas, buscando um novo mundo.
Para proteger a vida do filho eles escolheram se sacrificar.
Queriam que ele tivesse uma vida digna da sua grandeza em escala.
Depositaram a sua existência no destino.
O lugar onde ele se enraizaria teria uma razão de acolhê-lo.
Razão esta que a vida se encarregaria de um dia revelá-lo.
“Se você ama a humanidade, entenda a isso.”
Então, esta criança cresceu em silêncio e autocontrolado.
E tornou-se num homem que desconhecia do que era capaz.
A ele foi ensinada a importância de esperar.
Ainda não era chegada a sua hora.
O momento certo chegaria.
Onde o seu coração se alinharia a sua grandeza.
Onde a sua divindade despertaria.
Onde a sua humanidade se acenderia.
Onde a luz do sol refletiria nele a esperança.
Mas, para isso, ele teria primeiro que escolher:
“Amaria a humanidade ou a deixaria morrer?”
II A Morte:
Quando abandonamos a esperança perdemos tudo.
Somos consumidos pela ignorância.
O nosso olhar escurece.
A razão enfraquece, e o ódio germina.
Nada se salva, e um ciclo termina.
Viver se torna numa belíssima mentira.
Tudo parece inferior ao que poderia ter sido.
Quem pode te salvar tem a autoridade questionada.
Quem pode te matar tem a voz ouvida e obedecida.
Odiamos o que não conseguimos entender.
Na iminência de salvar, você abre os braços.
Porém, no abrir dos braços, a humanidade te rejeita.
Antes da ascensão temos a provação.
Este é o prenúncio da tragédia.
Antes da luz escurecer, também gritou.
E o seu brado anunciou a todos que o Superman morreu.
A sua morte feriu o mundo.
Convocando todos a lamentar.
III A Ressurreição:
Quando abraçamos a esperança entendemos tudo.
Entendemos que não estamos quebrados e nem sozinhos.
Se a vida nos levar embora toda a esperança, o que nos resta?
Resgatá-la e dar um novo sentido.
Olhar para toda a injustiça deste mundo e combatê-la.
Travar grandes batalhas com o que temos de melhor.
Assim, viver passa a ser uma oportunidade de somar histórias.
De encontrar o nosso ritmo e voz.
De usar melhor o nosso tempo e habilidades.
A grandiosidade dos grandes jaz em poder fazer, mas escolher não.
Este é o desafio: encontrar o seu lugar entre os gigantes.
No princípio, olharam para as estrelas buscando um novo mundo.
E encontraram guerreiros capazes de alcançar grandes feitos.
Inspirando a humanidade a fazer o mesmo, dando-lhes um ideal.
Depois da luz gritar, brilhou.
E o seu brilho anunciou a todos que o Superman voltou.
O seu coração se alinhou a humanidade.
Escolhendo protegê-la junto dos gigantes!