O tom do filme, apesar de uma história difícil, vai contra nossas expectativas para o gênero. A atuação do Riccardo Scamarcio é excelente, encarnando um personagem que tem uma inocência infantil com instintos de sobrevivência. Bem Costa-Gavras.
Assisti o documentário como espectadora apenas, depois o revi como fosse uma das novas garotas agenciadas pelo Riley Reynolds vendo o futuro das antigas, talvez os delas mesmas. Enquanto mulher, há poucas variações na reação que tive ao assisti-lo. Mas é certo: ''liberdade sexual'' nunca será uma vitória ao passo em que a genitália já anuncia desde o nascimento quem deve ser hiper-sexualizada.
O que me deixou extasiada foi fato do filme tratar triunfo e derrocada como coisas semelhantes. Não é sobre o cara mau se ferrar, não é sobre aliciamento de ‘’pessoas exemplares’’, validação, poder ou sobre solidão que se vive apenas sozinho. Pelo contrário, por vezes parece que os personagens estão impelidos de qualquer coisa ruim que possa acontecer. E não, entendi o plano-sequencia quando os personagens começaram a sofrer consequências do que tinham feito, flertando o tempo todo com a violência, mas não como sinônimo de agressão e sim de liberdade, de vida. Da desorientação ao dinheiro ao abandono, ninguém acaba sem nada. Tudo no filme é urgente, e o final que soa calmo traduz isso em imagens; vida que segue.
Vou me perguntar por um bom tempo se a vida vale apenas por um momento excepcional de frenesi (ou o contrário).
Parece improvisação, por vezes, singelo além do ponto. Peca pelo excesso de cerimonia para coisas sem real importância. Aspirações a coisas populares, o folclore e a forma com que a religião é lida é honesta. Ou gerá risadas a todo tempo ou um ponto de interrogação ao pensar no que o filme mostra em 5 segundos em tom de espetáculo, mesmo sem ser. Costa Rica não combina com maniqueísmo.
É pasmosa a forma como da gravidez ao nascimento da criança a mulher é 100% condicionada ao título de mãe, unicamente. É como se tudo que você viveu fosse anulado e quisessem apenas saber sobre a gravidez e as coisas boas após ela - não que as pessoas estejam dispostas a ajudar, em sua maioria, mas só querem saber sobre o-maravilhoso-mundo-da-maternidade. As meninas encontram-se grávidas, a cria vai nascer e será uma outra vida, que a mãe - ainda meninas - apenas conduz por um período. Existem tantas coisas que chegam com a gravidez e ninguém pensa que a maternidade pode sim ser dolorida, exatamente por pensarem que essa vida gerada é uma realização plena para qualquer mulher. O filme mostra muito bem isso; meninas sendo meninas, ainda que futuras mães.
Irônico como a abordagem tenta ser real mas tudo soa completamente performático e piegas. Não acontece nada estruturalmente bem construído ou completo. Repasse excessivo de informação em uma tentativa de contextualizar coisas desconexas e dispensáveis. Tudo no filme é vergonhoso.
O filme escorre um humor espirituoso a todo o momento, em piadas sobre limitações, das relações amorosas, do destino e do próprio alarde que há em uma típica tragédia grega. Mostra faceta e, assim como os personagens, carrega cinismo ainda que de maneira leve. Encantador por ser despretensioso.
Obs: E se não tiver um filho de nome Groucho, que ao menos o nome escolhido seja ''Marx''.
O filme é uma construção de gestos, não uma história pura em si. Houve harmonia de forma com que se evitava o derramamento de sangue, na provocação social, na empatia da Gisela em sua fragilidade de ter ciência que aquilo que estava fazendo era perigoso. As demonstrações de dilemas morais dos quais os personagens lidavam, fez com que fossem expostas atuações competentes - mesmo que nem todos convençam. A forma com que cresce uma presença dominante da protagonista é interessante, mas esta não passou confiabilidade, gerando pouco dinamismo entre as cenas. Em sua construção, o filme foi engenhoso; passou aptidão em abordar uma história de maneira com que houvesse graça ainda que, em consciência, houvesse clareza que aquilo que era mostrado, os atos, poderiam ser arriscados ou até pecaminosos para época. Bons enquadramentos e ótima trabalho de montagem, mas direção executada descuidadamente. Inúmeras variações que denotavam apenas devaneios e indicavam, porém, que faltavam grandes momentos de atrevimento, pregando apenas por imagens genéricas e simplórias demais diante de uma história de muita perícia. Foi, mas poderia ter sido mais.
O documentário ultrapassou o que tange gosto musical ou conceitos preestabelecidos; mostra que a cultura que existe no funk é evidente na soma de vivencia + conhecimento de causa que aqueles que cantam esse tipo de musica possuem. Não foram mostradas ingenuidades, mas como se chega naquilo, motivo e construção. Bem válido mesmo!
A maneira que não foram retratadas apenas questões no que rodeia sexualidade, mas sim naquilo que a personagem de Lianna tinha por socialização e sua mulheridade: formas com que fazia com que ela enxergasse outras mulheres em essência depois de conseguir despir-se daquilo que, até então, lhe foi imposto; foram cenas puras. E, ainda que reste um pesar em pensar que o filme poderia ter ido além, é um agradável estudo de união e emancipação.
''Hoje uma parte de mim morreu e eu não posso chorar, pois esqueci todos os sinônimos para tristeza. Agora, tudo o que posso fazer sem você é substituí-lo. ''
Hoje uma parte de mim floresceu, e na densidade que vi ao decorrer do filme, fiz de mim quase que participante da história; não houve identificação, mas a impressão de algo tão envolvente que soa até próximo. Agora, o que resta é o questionamento do por que, o incomodo de ver as coisas que uma relação pode culminar, e das dificuldades em dizer adeus e se desvencilhar. Que filme.
O uso de uma abordagem mais típica e cultural do país fez o filme rico. Atuações competentes, fotografia bonita - e o uso de cores quentes foi acertado, montagem precisa, e roteiro bacana - ainda que muitas citações do filme foram ''jogadas'' deliberadamente para que houvesse o que falar. Porém, a questão do alimento poderia ser melhor trabalhada, poderia ter sido uma parábola que transparecesse a insatisfação dos personagens e levasse além de cartas ou citações. Infelizmente, o usa da comida foi reduzido apenas para sanar a fome - e isso destaca-se nas vezes em que Saajan divide o prato; não foi simbólica, e sim necessária: método de entrega. Passa vivificação, mas não nutri.
Algumas perdas de oportunidades, mas o filme, em seu conjunto, é bastante rico. Os personagens amadurecem por verem a si mesmo, no outro. E isso acontece com quem assiste o filme também. Ainda que em pregar por sutileza, tenha se tornado corriqueiro, é justo e real.
Os temas pautados não foram bem aprimorados, não foram mostrados argumentos e não houve tentativa de desconstrução; apenas repasse daquilo que é mostrado na mídia, por exemplo. Alguns bons diálogos e montagem de acordo, mas o desenvolvimento rápido e pouco analítico levaram os personagens - que poderiam ser mais perspicazes - a esmo, ficaram levianos. O foco no vulgar e não no ato de procura/encontro que os personagens desejavam, não teve alinhamento. Vale pelos cenários e pena áurea, mas não pela construção, infelizmente...
O filme é tão amargo quanto à história na qual ele foi baseado. Como tudo se desenrola, os fatos vão percorrendo um ao outro ainda que tudo soe limiar, foi certeiro em provocar agonia. Mas, ainda que tenha sido um filme bem executado, pecaram em focar tanto na angústia que Stratten sentia em relação ao seu relacionamento; não passou aflição e sim incômodo por coisas pouco relevantes. Mas tem aptidão e apuração para que destoe esse fato, um pouco. E a atuação do Eric Roberts é fantástica.
Junção perfeita de coragem e enfrentamento: produção nada caricata. O filme intriga a todo momento; instiga a comparação com as mazelas ''do hoje'' como nenhum outro. É folclórico, cruel, acusatório, potente e visceral. Definitivamente, uma das coisas mais magnificas que já vi na vida.
Filme bastante vago, atuações medianas - muitas beirando a mediocridade -, diálogos soltos, cenas que não se interligam: nada tem muito contexto. O filme foi miserável em abordar questões tão sérias de forma tão banal. A vaidade da Corrine foi mais bem trabalhada, que os abusos cometidos. Em nada lembra a seriedade que transparece em toda saga Foxworth. Apesar disso, o filme é bem ambientado, não é muito previsível, e a atuação de Ellen Burstyn é excelente.
Poucas foram as vezes em que me encontrei em uma diluvio de sentimentos diante de um filme; e neste, eu me peguei assim. Filme intenso em mostrar percursos inerentes a qualquer ser humano. Magnifica a forma como a transição de Sujeito Social e Pós-moderno foi abordada. Grande adaptação, atuações excelentes, diálogos de acordo e uma fotografia certeira. Um belo filme, que torna até a dor retratada, absurdamente abraçável.
Houve uma soma de roteiro bacana + abordagem certeira para atingir o receptor neste filme. Diria que foi até sublime a forma com que abordaram uma realidade tão marginalizada e camuflada. Bem estruturado em evidenciar agressões de forma delicada, não para sentirmos pena ou sei lá mas, com horas passadas, continuar gerando questionamentos. Estudado e bem construído. Gostei bastante!
Eu que não sou chegada em animação - tampouco em qualquer coisa que se aproxima de musical - fiquei encantada por este filme. E exatamente o fato de ser animação e de ter canções, fez com que o filme se tornasse tão sensível. Divertidíssima a forma como a morte não é vista com tabus; não há repressão com aqueles que desejam morrer, no filme.
De qualquer forma, o final é um tanto decepcionante. O filme a todo momento trás uma narração politicamente incorreta, da qual não resiste e cai em um padrão. O sarcasmo dos diálogos foi triturado em maniqueísmo; a sátira ao mercado e ao oportunismo, foi a esmo. O desejo de morrer foi abordado de forma banal só com ''vou me matar por... causa... Err...'', a Marilyn foi sexualizada de forma desnecessária(inclusive poderiam ter dado espaço para ambientar melhor outras coisas e não o quanto ''bonita'' ela era). O ambiente do filme teve uma mudança tão repentina que eu acho até que ele poderia ser sobre bipolaridades, rs... Uma antítese de tudo que foi mostrado no começo do filme. A parte em que disseram ''Morte ao suicídio'' de fato foi levada a sério no filme. No entanto, o final não é de todo previsível: o pai, sr. Tuvanche, mostra que, apesar ter ocorrido mudanças de habito, ao entregar o ''crepe de cianeto'', mostra que em essência não houve transformação muito grande, ele ainda continua um tanto fúnebre - o que pode ter acontecido com todos da família. Gostei bastante do roteiro - como não achar graça do "Errou na vida? Acerte na morte!"? ou ''Se suicidar em lugar público? Assim perderemos nossa licença''?! -, apesar desses pontos.
É um filme coeso, com uma boa técnica, simpático e compreensivo, uma graça - ainda que com o final um tanto quanto duvidoso.
Cumpriu o papel de soar ok/banal/estórinha adolescente perante sociedade e aproximar o público ignóbil, com destreza. Infelizmente, essa aproximação se deu por diálogos fracos, com acontecimentos previsíveis e falta de questionamentos. Poucas foram as pessoas que acharam algo além de ''ain, fofo'' deste filme, pelo visto, não gerou enfrentamentos. Nem sequer a questão do capacitismo foi abordada de forma séria e real. Ideia central bacana e fotografia boa, mas é sofrível pensar que tinha tudo para ser excelente por completo e foi apenas mais um filme que se fez por combate aos clichês; com mais clichês ainda.
Instigante a forma como é tratada a relação da protagonista com o Keith, o fato dos dois enxergarem toda uma simbologia no toque, na pele. Quase como se tivesse sido acordado entre eles que se houvesse pressa, haveria dores e perdas. Isto é, os personagens sabem o poder de um olhar.
Ressalto que, apesar de algumas cenas previsíveis, o filme não é de todo clichê; há de se reconhecer que a estória ''menininha apaixonada/homem mais velho que a seduz apenas com palavras bonitas/complexo de édipo/estocolmo'', não se faz presente aqui. Não vi um filme completamente caricato, não enxerguei sedução, tampouco falta de bom senso. É curiosa a forma como a relação da personagem de Felicity e do Pearce é real, boa, bonita, moderada e, de certa forma, conturbada... Exatamente como se dá a relação dele com sua esposa, existem momentos bons e ruins. Cheguei a questionar e pensar comigo mesma sobre o porque então do distanciamento entre Keith e sua esposa e o encantamento do mesmo por sua ''inquilina'', mas a fotografia crua e certeira responde esta (e outras questões) do filme de pronto: o toque é essencial! Ter empatia ou paixão é ter moderação, também.
Contudo, o roteiro dá uma guinada no meio do filme e depois decaí tragicamente. Mas...
O filme não passa de casualidades: algumas cenas são muito bizarras mas, ainda assim, ficamos concentrados nos diálogos; em pequenas coisas. Um filme que não tem intenção de divertir, tampouco soar belo ou moral. É uma sátira em um filme despretensioso, um humor que a gente não ri por estarmos acostumados com muitas das fatalidades que são retratadas e lidarmos como banalidades, assim como os personagens do filme. Gostaria que a Aubrey Plaza tivesse tido um papel mais relevante, btw.
Paraíso a Oeste
4.1 23O tom do filme, apesar de uma história difícil, vai contra nossas expectativas para o gênero. A atuação do Riccardo Scamarcio é excelente, encarnando um personagem que tem uma inocência infantil com instintos de sobrevivência. Bem Costa-Gavras.
Batalhas
3.0 99*****“Batalhas”*****
Hot Girls Wanted
3.3 196 Assista AgoraAssisti o documentário como espectadora apenas, depois o revi como fosse uma das novas garotas agenciadas pelo Riley Reynolds vendo o futuro das antigas, talvez os delas mesmas. Enquanto mulher, há poucas variações na reação que tive ao assisti-lo. Mas é certo: ''liberdade sexual'' nunca será uma vitória ao passo em que a genitália já anuncia desde o nascimento quem deve ser hiper-sexualizada.
Victoria
3.8 248 Assista AgoraO que me deixou extasiada foi fato do filme tratar triunfo e derrocada como coisas semelhantes. Não é sobre o cara mau se ferrar, não é sobre aliciamento de ‘’pessoas exemplares’’, validação, poder ou sobre solidão que se vive apenas sozinho. Pelo contrário, por vezes parece que os personagens estão impelidos de qualquer coisa ruim que possa acontecer. E não, entendi o plano-sequencia quando os personagens começaram a sofrer consequências do que tinham feito, flertando o tempo todo com a violência, mas não como sinônimo de agressão e sim de liberdade, de vida. Da desorientação ao dinheiro ao abandono, ninguém acaba sem nada. Tudo no filme é urgente, e o final que soa calmo traduz isso em imagens; vida que segue.
Vou me perguntar por um bom tempo se a vida vale apenas por um momento excepcional de frenesi (ou o contrário).
Por las Plumas
3.5 3Parece improvisação, por vezes, singelo além do ponto. Peca pelo excesso de cerimonia para coisas sem real importância. Aspirações a coisas populares, o folclore e a forma com que a religião é lida é honesta. Ou gerá risadas a todo tempo ou um ponto de interrogação ao pensar no que o filme mostra em 5 segundos em tom de espetáculo, mesmo sem ser. Costa Rica não combina com maniqueísmo.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraMedição de que o filme deve ser ótimo: Reinaldo Azevedo sugerir boicotá-lo.
Meninas
3.9 71 Assista AgoraÉ pasmosa a forma como da gravidez ao nascimento da criança a mulher é 100% condicionada ao título de mãe, unicamente. É como se tudo que você viveu fosse anulado e quisessem apenas saber sobre a gravidez e as coisas boas após ela - não que as pessoas estejam dispostas a ajudar, em sua maioria, mas só querem saber sobre o-maravilhoso-mundo-da-maternidade. As meninas encontram-se grávidas, a cria vai nascer e será uma outra vida, que a mãe - ainda meninas - apenas conduz por um período. Existem tantas coisas que chegam com a gravidez e ninguém pensa que a maternidade pode sim ser dolorida, exatamente por pensarem que essa vida gerada é uma realização plena para qualquer mulher. O filme mostra muito bem isso; meninas sendo meninas, ainda que futuras mães.
A História de Brittany Murphy
1.7 11Irônico como a abordagem tenta ser real mas tudo soa completamente performático e piegas. Não acontece nada estruturalmente bem construído ou completo. Repasse excessivo de informação em uma tentativa de contextualizar coisas desconexas e dispensáveis. Tudo no filme é vergonhoso.
Poderosa Afrodite
3.7 235 Assista AgoraO filme escorre um humor espirituoso a todo o momento, em piadas sobre limitações, das relações amorosas, do destino e do próprio alarde que há em uma típica tragédia grega. Mostra faceta e, assim como os personagens, carrega cinismo ainda que de maneira leve. Encantador por ser despretensioso.
Obs: E se não tiver um filho de nome Groucho, que ao menos o nome escolhido seja ''Marx''.
Ladra de Banco
3.2 4O filme é uma construção de gestos, não uma história pura em si. Houve harmonia de forma com que se evitava o derramamento de sangue, na provocação social, na empatia da Gisela em sua fragilidade de ter ciência que aquilo que estava fazendo era perigoso. As demonstrações de dilemas morais dos quais os personagens lidavam, fez com que fossem expostas atuações competentes - mesmo que nem todos convençam. A forma com que cresce uma presença dominante da protagonista é interessante, mas esta não passou confiabilidade, gerando pouco dinamismo entre as cenas.
Em sua construção, o filme foi engenhoso; passou aptidão em abordar uma história de maneira com que houvesse graça ainda que, em consciência, houvesse clareza que aquilo que era mostrado, os atos, poderiam ser arriscados ou até pecaminosos para época. Bons enquadramentos e ótima trabalho de montagem, mas direção executada descuidadamente. Inúmeras variações que denotavam apenas devaneios e indicavam, porém, que faltavam grandes momentos de atrevimento, pregando apenas por imagens genéricas e simplórias demais diante de uma história de muita perícia. Foi, mas poderia ter sido mais.
Sou Feia, Mas Tô na Moda
3.6 35O documentário ultrapassou o que tange gosto musical ou conceitos preestabelecidos; mostra que a cultura que existe no funk é evidente na soma de vivencia + conhecimento de causa que aqueles que cantam esse tipo de musica possuem. Não foram mostradas ingenuidades, mas como se chega naquilo, motivo e construção. Bem válido mesmo!
Lianna
3.0 13A maneira que não foram retratadas apenas questões no que rodeia sexualidade, mas sim naquilo que a personagem de Lianna tinha por socialização e sua mulheridade: formas com que fazia com que ela enxergasse outras mulheres em essência depois de conseguir despir-se daquilo que, até então, lhe foi imposto; foram cenas puras. E, ainda que reste um pesar em pensar que o filme poderia ter ido além, é um agradável estudo de união e emancipação.
Tom na Fazenda
3.7 368 Assista Agora''Hoje uma parte de mim morreu e eu não posso chorar, pois esqueci todos os sinônimos para tristeza. Agora, tudo o que posso fazer sem você é substituí-lo. ''
Hoje uma parte de mim floresceu, e na densidade que vi ao decorrer do filme, fiz de mim quase que participante da história; não houve identificação, mas a impressão de algo tão envolvente que soa até próximo. Agora, o que resta é o questionamento do por que, o incomodo de ver as coisas que uma relação pode culminar, e das dificuldades em dizer adeus e se desvencilhar. Que filme.
Lunchbox
4.1 134 Assista AgoraO uso de uma abordagem mais típica e cultural do país fez o filme rico.
Atuações competentes, fotografia bonita - e o uso de cores quentes foi acertado, montagem precisa, e roteiro bacana - ainda que muitas citações do filme foram ''jogadas'' deliberadamente para que houvesse o que falar.
Porém, a questão do alimento poderia ser melhor trabalhada, poderia ter sido uma parábola que transparecesse a insatisfação dos personagens e levasse além de cartas ou citações. Infelizmente, o usa da comida foi reduzido apenas para sanar a fome - e isso destaca-se nas vezes em que Saajan divide o prato; não foi simbólica, e sim necessária: método de entrega. Passa vivificação, mas não nutri.
Algumas perdas de oportunidades, mas o filme, em seu conjunto, é bastante rico. Os personagens amadurecem por verem a si mesmo, no outro. E isso acontece com quem assiste o filme também. Ainda que em pregar por sutileza, tenha se tornado corriqueiro, é justo e real.
Uma Noite
3.2 37Os temas pautados não foram bem aprimorados, não foram mostrados argumentos e não houve tentativa de desconstrução; apenas repasse daquilo que é mostrado na mídia, por exemplo. Alguns bons diálogos e montagem de acordo, mas o desenvolvimento rápido e pouco analítico levaram os personagens - que poderiam ser mais perspicazes - a esmo, ficaram levianos. O foco no vulgar e não no ato de procura/encontro que os personagens desejavam, não teve alinhamento. Vale pelos cenários e pena áurea, mas não pela construção, infelizmente...
Star 80
3.4 28O filme é tão amargo quanto à história na qual ele foi baseado. Como tudo se desenrola, os fatos vão percorrendo um ao outro ainda que tudo soe limiar, foi certeiro em provocar agonia. Mas, ainda que tenha sido um filme bem executado, pecaram em focar tanto na angústia que Stratten sentia em relação ao seu relacionamento; não passou aflição e sim incômodo por coisas pouco relevantes. Mas tem aptidão e apuração para que destoe esse fato, um pouco. E a atuação do Eric Roberts é fantástica.
Haxan: A Feitiçaria Através dos Tempos
4.2 183 Assista AgoraJunção perfeita de coragem e enfrentamento: produção nada caricata. O filme intriga a todo momento; instiga a comparação com as mazelas ''do hoje'' como nenhum outro. É folclórico, cruel, acusatório, potente e visceral. Definitivamente, uma das coisas mais magnificas que já vi na vida.
O Jardim dos Esquecidos
3.3 195Filme bastante vago, atuações medianas - muitas beirando a mediocridade -, diálogos soltos, cenas que não se interligam: nada tem muito contexto. O filme foi miserável em abordar questões tão sérias de forma tão banal. A vaidade da Corrine foi mais bem trabalhada, que os abusos cometidos. Em nada lembra a seriedade que transparece em toda saga Foxworth. Apesar disso, o filme é bem ambientado, não é muito previsível, e a atuação de Ellen Burstyn é excelente.
Não é um filme ruim; mas é duvidoso.
As Horas
4.2 1,4KPoucas foram as vezes em que me encontrei em uma diluvio de sentimentos diante de um filme; e neste, eu me peguei assim. Filme intenso em mostrar percursos inerentes a qualquer ser humano. Magnifica a forma como a transição de Sujeito Social e Pós-moderno foi abordada. Grande adaptação, atuações excelentes, diálogos de acordo e uma fotografia certeira. Um belo filme, que torna até a dor retratada, absurdamente abraçável.
Clapham Junction
3.6 59Houve uma soma de roteiro bacana + abordagem certeira para atingir o receptor neste filme. Diria que foi até sublime a forma com que abordaram uma realidade tão marginalizada e camuflada. Bem estruturado em evidenciar agressões de forma delicada, não para sentirmos pena ou sei lá mas, com horas passadas, continuar gerando questionamentos. Estudado e bem construído. Gostei bastante!
A Pequena Loja de Suicídios
3.7 774Eu que não sou chegada em animação - tampouco em qualquer coisa que se aproxima de musical - fiquei encantada por este filme. E exatamente o fato de ser animação e de ter canções, fez com que o filme se tornasse tão sensível. Divertidíssima a forma como a morte não é vista com tabus; não há repressão com aqueles que desejam morrer, no filme.
De qualquer forma, o final é um tanto decepcionante. O filme a todo momento trás uma narração politicamente incorreta, da qual não resiste e cai em um padrão. O sarcasmo dos diálogos foi triturado em maniqueísmo; a sátira ao mercado e ao oportunismo, foi a esmo. O desejo de morrer foi abordado de forma banal só com ''vou me matar por... causa... Err...'', a Marilyn foi sexualizada de forma desnecessária(inclusive poderiam ter dado espaço para ambientar melhor outras coisas e não o quanto ''bonita'' ela era). O ambiente do filme teve uma mudança tão repentina que eu acho até que ele poderia ser sobre bipolaridades, rs... Uma antítese de tudo que foi mostrado no começo do filme. A parte em que disseram ''Morte ao suicídio'' de fato foi levada a sério no filme. No entanto, o final não é de todo previsível: o pai, sr. Tuvanche, mostra que, apesar ter ocorrido mudanças de habito, ao entregar o ''crepe de cianeto'', mostra que em essência não houve transformação muito grande, ele ainda continua um tanto fúnebre - o que pode ter acontecido com todos da família. Gostei bastante do roteiro - como não achar graça do "Errou na vida? Acerte na morte!"? ou ''Se suicidar em lugar público? Assim perderemos nossa licença''?! -, apesar desses pontos.
É um filme coeso, com uma boa técnica, simpático e compreensivo, uma graça - ainda que com o final um tanto quanto duvidoso.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista AgoraCumpriu o papel de soar ok/banal/estórinha adolescente perante sociedade e aproximar o público ignóbil, com destreza. Infelizmente, essa aproximação se deu por diálogos fracos, com acontecimentos previsíveis e falta de questionamentos. Poucas foram as pessoas que acharam algo além de ''ain, fofo'' deste filme, pelo visto, não gerou enfrentamentos. Nem sequer a questão do capacitismo foi abordada de forma séria e real. Ideia central bacana e fotografia boa, mas é sofrível pensar que tinha tudo para ser excelente por completo e foi apenas mais um filme que se fez por combate aos clichês; com mais clichês ainda.
Paixão Inocente
3.1 175 Assista AgoraInstigante a forma como é tratada a relação da protagonista com o Keith, o fato dos dois enxergarem toda uma simbologia no toque, na pele. Quase como se tivesse sido acordado entre eles que se houvesse pressa, haveria dores e perdas. Isto é, os personagens sabem o poder de um olhar.
Ressalto que, apesar de algumas cenas previsíveis, o filme não é de todo clichê; há de se reconhecer que a estória ''menininha apaixonada/homem mais velho que a seduz apenas com palavras bonitas/complexo de édipo/estocolmo'', não se faz presente aqui. Não vi um filme completamente caricato, não enxerguei sedução, tampouco falta de bom senso. É curiosa a forma como a relação da personagem de Felicity e do Pearce é real, boa, bonita, moderada e, de certa forma, conturbada... Exatamente como se dá a relação dele com sua esposa, existem momentos bons e ruins. Cheguei a questionar e pensar comigo mesma sobre o porque então do distanciamento entre Keith e sua esposa e o encantamento do mesmo por sua ''inquilina'', mas a fotografia crua e certeira responde esta (e outras questões) do filme de pronto: o toque é essencial! Ter empatia ou paixão é ter moderação, também.
Contudo, o roteiro dá uma guinada no meio do filme e depois decaí tragicamente. Mas...
Descobrindo o Amor
2.5 97 Assista AgoraO filme não passa de casualidades: algumas cenas são muito bizarras mas, ainda assim, ficamos concentrados nos diálogos; em pequenas coisas. Um filme que não tem intenção de divertir, tampouco soar belo ou moral. É uma sátira em um filme despretensioso, um humor que a gente não ri por estarmos acostumados com muitas das fatalidades que são retratadas e lidarmos como banalidades, assim como os personagens do filme.
Gostaria que a Aubrey Plaza tivesse tido um papel mais relevante, btw.