Certos filmes envelhecem como vinho. E esse é um deles. Me lembro do frenesi de quando passou na TV, mas nunca assisti. Só o fiz agora, 24 anos após o lançamento. E ainda é um suspense de roer as unhas. Um roteiro que faz com que se ame e odeia o protagonista ao mesmo tempo. O espectador nunca sabe se torce por Ripley ou contra ele. Sem conta o elenco... só tem gente astro de competência no longa.
Miraram em Missão Impossível e não acertaram em nada. Um filme totalmente esquecível. Vale só pra ver a Gal Gadot, que segue linda em todo o papel que faz, mas tirando isso, é um filme fraquíssimo.
Três coisas precisam ser ditas sobre esse filme: aviso aos fãs do Nolan, prós e contras. Aviso aos desavisados fãs do Nolan: não vão achando que esse é mais um filme da linha de identidade tradicional do Nolan. Não é! É algo completamente fora do tradicional de sua carreira (e isso é muito bom).
Prós: Não é um filme sobre a bomba atômica. Não é um filme sobre a Segunda Guerra Mundial. Não é um filme sobre superioridade americana ou filosofia de guerra/pacifismo. É um filme sobre um cara, sobre sua ânsia de fazer ciência sem pensar nas consequências e sobre as consequências que ele não pensou.
Contra: não havia necessidade de se fazer uma montagem tão truncada e confusa. O longa se torna quase indecifrável com tantas idas e vindas em três tempos diferentes. Uma montagem mais simples daria muito mais dinamicidade para roteiro e tornaria a trama bem mais interessante.
Ditas essas três questões, de resto não há o que se falar que já não seja cair no clichê da crítica, afinal tecnicamente o filme é impecável. Os efeitos práticos são ótimos. Fotografia e arte são impecáveis.
Um surpreendente. Não vou entrar no mérito do roteiro e das diversas discussões que podem ser levantadas a partir daí, pois precisaria de muito mais espaço para escrever. Basta saber que é um longa com muitas camadas, muitas abordagens uma variedade de questões sociais a serem discutidas. E tudo isso feito de forma leve e bem humorada, sarcástica mesmo; o que torna o filme gostoso e divertido de ser visto. Mas podemos falar de muitos outros méritos. As concepções de mundo desenvolvidas pela direção de arte ou mesmo as diferentes iluminações para mundo diferentes. O elenco impecável, com ótimas atuações e personagens muito bem elaborados. Com certeza um filme que vai entrar pra história.
Uma trama interessante, mas com diversos elementos totalmente dispensáveis algumas "coincidências" muito convenientes para o roteiro. Mas o mais dispensável de tudo é ter Edgar Allan Poe entre os personagens. O cara poderia se chamar Zé das Coves que funcionaria da mesma forma, pois, tirando o nome e aparência, o filme não traz mais nenhuma referência ao autor. Fiquei o filme todo pensando o porquê do autor ter escolhido Poe para ser personagem do romance. O plot twist é interessante, mas dadas as coincidências que citei antes, deixa o filme sem graça.
O problema desse filme já começa no título (em inglês) e no cartaz, que de cara já entregam o final. Mas há muitos problemas no decorrer do longa. Para um espectador desatento, o roteiro até consegue desenvolver um bom plot twist, segurando o mistério até o final. Mas para qualquer pessoa mais atenta, o filme já se entrega logo no início do segundo ato, quando chegam ao hospital: o balão como elemento de duplicidade já denuncia que a partir dali tudo se passa dentro da mente do protagonista. Mesmo assim mantive o benefício da dúvida, achando que não cairiam no clichê e terminei o longa com uma incógnita em mente: por que? Por que assisti esse filme?
Comédia romântica tradicional, seguindo a receitinha de bolo do gênero, redondinha e divertida. Vale a pena pela Amy Adams jovem fazendo algo diferente daquela seriedade que a consagrou.
Não entendi o sucesso desse filme. Um pano de fundo interessante e convincente, mas uma trama fraquíssima e extremamente previsível. Ainda na metade, eu já havia deduzido todo o plot twist do filme. Não me surpreendeu em nada e ainda me deixou incomodado com várias questões. Principalmente o design de produção. Certos conceitos da arte são absurdos. Poderia ter partido para uma alegoria do holocausto e se tornaria bem mais interssante, mas preferiu ser original e se tornou extremamente inocente e fraco. A questão das diversas personalidades poderia ser melhor explorada, as personagens poderiam ser melhor desenvolvidas. Uma pena, tinha potencial.
Um dos melhores da Marvel. Uma ótimo filme de despedida. Um drama comovente e bem desenvolvido, humor na medida certa (sem ficar piegas) e uma trama interessante, que pareceu que seria aleatória (o início do filme é bem aleatório), mas que amarra as pontas do meio pra frente. Fazia tempo que não gostava de um filme da Marvel.
Não assisti ao 2 e 3, só ao primeiro. Tendo isso em mente, posso dizer que esse é melhor que o primeiro por um único motivo (o mesmo motivo que faz com que o segundo Mercenários seja melhor que o primeiro): o filme não se leva a sério. O primeiro é um filme de ação vazio que se leva a sério. O quarto desiste de qualquer seriedade, extrapola o exagero e se aceita totalmente fora da realidade... e torna isso cômico. A sala de cinema toda só fazia dar risada no meio dos exageros da ação e nos momentos mais dramáticos, a situação era tão absurda que alguém sempre soltava uma piadinha que refletia muito bem meu próprio estado de espírito ao ver o filme. É... talvez eu assista os outros dois um dia.
Resolvi revisitar esse filme 20 anos depois do lançamento (2003-2023) e até que continua legal. Apesar de algumas cenas toscas e de ter umas piores e menos sensuais cena de sexo do cinema, ainda assim consegue prender com uma trama interessante e com arcos bem construídos para os personagens.
Como mistério policial, o filme é bom e traz alguns elementos típicos de alguns romances de Agatha Christie (como a presença de um romancista de mistério que usa da ficção para construir a realidade, como Ariadne Oliver - alterego de Christie em seus romances). Mas como subgênero detetive fodão (clara pretensão do longa), deixa-se muito a desejar. O personagem de Craig não só não cativa como também não soluciona o caso como o estereótipo exige.
Mas é um filme divertido e uma trama inteligente no fim das contas.
Um filme sobre perda, luto, aceitação e culpa. Todos nós temos um Cherlie dentro de nós, cada qual com sua compulsão. No fim, todos queremos apenas perdão para seguir adiante em nossas vidas... mesmo que já seja tarde demais.
Fraser está mais que excelente no papel.
A fotografia é claustrofóbica e transmite muito bem o mundo limitado do protagonista. O roteiro é impecável, apresentando aos poucos cada um dos erros e traumas dos personagens. Outro que eu naõ entendi como ficou de fora do Oscar.
O livro de Remarque revolucionou a literatura desse tema por mostrar a guerra não como uma instituição ou uma entidade de Estado, não como uma necessidade governamental ou princípio cultural. O livro revolucionou por mostrar a guerra do ponto de vista de um soldado comum e como a presença nas trincheiras, a tensão e o terror da morte iminente são capazes de afetar o psicológico de uma pessoa e transformar um soldado. O tema principal do livro é a total alienação do soldado perante o mundo normal, pois ele passa a viver somente para a guerra, sua família são seus colegas, sua única função é guerrear. Não há futuro, não existe sociedade além do campo de batalha.
Já esse longa alemão faz tudo o que o livro não pretende fazer: expõe a guerra como uma ação do Estado, coloca oficiais de alto escalão em evidência e romantiza o conflito ao transformá-lo numa corrida contra o tempo em suas cenas finais.
Por si só, se não assumisse ser uma adaptação, o filme é bom. Tem um bom roteiro "original", boa fotografia e uma ótima direção de arte e design. O elenco também foi muito bem composto e (repito, deixando de lado o fato de ser uma adaptação), o contraste com o alto comando e suas regalias é bem interessante.
Mas definitivamente está longe de ser uma boa adaptação. Desfocou do intuito principal do texto original e deixou de lado TODOS os momentos mais traumáticos do livro. Remarque conseguiu, em texto, ser muito mais realista, traumatizante e emocionante do que o filme conseguiu com sons e imagens.
Basicamente, o longa se vale pelo roteiro e pelos diálogos fortes, com discussões bem construídas. Um tema delicado e realista, atual e constante, que vale cada discussão. E o filme se faz valer por abordá-lo de forma delicada, apresentando questões de gênero/sexo na sociedade de forma comovente, sem ser extremista. Mulheres que querem ser livres sem abandonar fé e religião. Mulheres que precisam interpretar suas relações com Deus antes de tomarem decisões que as irão liberdade da opressão em que vivem. Enfim, é forte sem ser polêmico.
Mas algumas coisas me incomodaram bastante. Tecnicamente, o filme é bem simples. A fotografia é bem pobre, baseada numa "noite americana" constante e mal feita. Nunca se sabe quando é dia, quando é noite. Além disso, algumas coisas me deixaram confusos. Não é um filme de época, se passa em 2010. Beleza, eu sei que existem colônias religiosas fechadas nos EUA, mas se o August fez faculdade, será que ele não poderia dizer às mulheres que existe um mundo de verdade lá fora? Que elas não vivem mais no Século XVIII?
Enfim, vale muito a pena assistir, mas está longe de ser digno de estar na lista de Melhor Filme do Ano no Oscar.
Em meio a tanta esquisitice, uma pergunta se destacou: como esse filme conseguiu ficar fora do Oscar? Uma união perfeita de metáforas e metalinguagens, somadas a diálogos excitantes e comoventes. Se eu não soubesse que se tratava de um filme escrito e dirigido por Iñarrit, eu com certeza chutaria ser uma história do genial Charlie Kaufman.
Já devem ter uns 6 meses que assisti ao filme e esqueci de marcar. É um bom filme do gênero, com ótimas sequências de ação e boas atuações. Mas clichê.
Tár já começa quebrando a teoria do roteiro, que diz que um filme deve conquistar o espectador antes dos 10 primeiros minutos. Isso não acontece neste longa. Uma cena inicial aleatória seguida dos créditos do filme e reiniciando com uma looonga entrevista que, apesar de interessante em seu conteúdo, é cansativa para o ato inicial de um filme. Mas apensar dessa quebra. o restante da estrutura se sai bem, apresentando uma fictícia cine biografia extremamente realista e conectada à atualidade. O mais atraente do longa, com certeza é a atuação de Cate Blanchet. Mas o roteiro consegue trazer algo de misterioso que desperta a atenção de quem assiste. São várias insinuações dentro e fora do universo do filme. Não dá pra saber ao certo se a protagonista está alucinando ou se suas incursões noturnas são reais. Da mesma forma que não dá pra saber se seus "crimes" são mesmo reais ou fruto de uma cultura digital de cancelamento que pode a todo momento destruir carreiras de inocentes, sem chance de julgamento justo. O que se sabe de fato é que, culpada ou não, as redes sociais transformam a mais ilustre maestrina viva em uma mulher decadente e esquecida. Meio maçante em alguns momentos, mas com certeza um ótimo filme.
O Talentoso Ripley
3.8 660 Assista AgoraCertos filmes envelhecem como vinho. E esse é um deles.
Me lembro do frenesi de quando passou na TV, mas nunca assisti. Só o fiz agora, 24 anos após o lançamento. E ainda é um suspense de roer as unhas. Um roteiro que faz com que se ame e odeia o protagonista ao mesmo tempo. O espectador nunca sabe se torce por Ripley ou contra ele.
Sem conta o elenco... só tem gente astro de competência no longa.
Agente Stone
3.0 145 Assista AgoraMiraram em Missão Impossível e não acertaram em nada. Um filme totalmente esquecível. Vale só pra ver a Gal Gadot, que segue linda em todo o papel que faz, mas tirando isso, é um filme fraquíssimo.
O Assassino Perfeito
2.5 18 Assista AgoraBanderas devia tá muito necessitado pra aceitar esse papel. Um cara do nível dele fazer um filme ruim desse?
Linha de Frente
3.4 359 Assista AgoraUm filme clichê com um vilão bundão e outro vilão preso. Que roteiro foi esse, minha gente? Haha
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraFaz tempo que assisti e não marquei.
Mas gostei bastante. Um ótimo exemplo de arco dramático de um personagem.
Oppenheimer
4.0 1,1KTrês coisas precisam ser ditas sobre esse filme: aviso aos fãs do Nolan, prós e contras.
Aviso aos desavisados fãs do Nolan: não vão achando que esse é mais um filme da linha de identidade tradicional do Nolan. Não é! É algo completamente fora do tradicional de sua carreira (e isso é muito bom).
Prós: Não é um filme sobre a bomba atômica. Não é um filme sobre a Segunda Guerra Mundial. Não é um filme sobre superioridade americana ou filosofia de guerra/pacifismo. É um filme sobre um cara, sobre sua ânsia de fazer ciência sem pensar nas consequências e sobre as consequências que ele não pensou.
Contra: não havia necessidade de se fazer uma montagem tão truncada e confusa. O longa se torna quase indecifrável com tantas idas e vindas em três tempos diferentes. Uma montagem mais simples daria muito mais dinamicidade para roteiro e tornaria a trama bem mais interessante.
Ditas essas três questões, de resto não há o que se falar que já não seja cair no clichê da crítica, afinal tecnicamente o filme é impecável. Os efeitos práticos são ótimos. Fotografia e arte são impecáveis.
Barbie
3.9 1,6K Assista AgoraUm surpreendente.
Não vou entrar no mérito do roteiro e das diversas discussões que podem ser levantadas a partir daí, pois precisaria de muito mais espaço para escrever. Basta saber que é um longa com muitas camadas, muitas abordagens uma variedade de questões sociais a serem discutidas. E tudo isso feito de forma leve e bem humorada, sarcástica mesmo; o que torna o filme gostoso e divertido de ser visto.
Mas podemos falar de muitos outros méritos. As concepções de mundo desenvolvidas pela direção de arte ou mesmo as diferentes iluminações para mundo diferentes. O elenco impecável, com ótimas atuações e personagens muito bem elaborados.
Com certeza um filme que vai entrar pra história.
O Pálido Olho Azul
3.3 272 Assista AgoraUma trama interessante, mas com diversos elementos totalmente dispensáveis algumas "coincidências" muito convenientes para o roteiro.
Mas o mais dispensável de tudo é ter Edgar Allan Poe entre os personagens. O cara poderia se chamar Zé das Coves que funcionaria da mesma forma, pois, tirando o nome e aparência, o filme não traz mais nenhuma referência ao autor. Fiquei o filme todo pensando o porquê do autor ter escolhido Poe para ser personagem do romance.
O plot twist é interessante, mas dadas as coincidências que citei antes, deixa o filme sem graça.
Fratura
3.3 918O problema desse filme já começa no título (em inglês) e no cartaz, que de cara já entregam o final.
Mas há muitos problemas no decorrer do longa. Para um espectador desatento, o roteiro até consegue desenvolver um bom plot twist, segurando o mistério até o final. Mas para qualquer pessoa mais atenta, o filme já se entrega logo no início do segundo ato, quando chegam ao hospital: o balão como elemento de duplicidade já denuncia que a partir dali tudo se passa dentro da mente do protagonista.
Mesmo assim mantive o benefício da dúvida, achando que não cairiam no clichê e terminei o longa com uma incógnita em mente: por que? Por que assisti esse filme?
Casa Comigo?
3.6 1,5K Assista AgoraComédia romântica tradicional, seguindo a receitinha de bolo do gênero, redondinha e divertida.
Vale a pena pela Amy Adams jovem fazendo algo diferente daquela seriedade que a consagrou.
Onde Está Segunda?
3.6 1,3K Assista AgoraNão entendi o sucesso desse filme.
Um pano de fundo interessante e convincente, mas uma trama fraquíssima e extremamente previsível. Ainda na metade, eu já havia deduzido todo o plot twist do filme. Não me surpreendeu em nada e ainda me deixou incomodado com várias questões. Principalmente o design de produção. Certos conceitos da arte são absurdos.
Poderia ter partido para uma alegoria do holocausto e se tornaria bem mais interssante, mas preferiu ser original e se tornou extremamente inocente e fraco.
A questão das diversas personalidades poderia ser melhor explorada, as personagens poderiam ser melhor desenvolvidas.
Uma pena, tinha potencial.
Guardiões da Galáxia: Vol. 3
4.2 799 Assista AgoraUm dos melhores da Marvel. Uma ótimo filme de despedida.
Um drama comovente e bem desenvolvido, humor na medida certa (sem ficar piegas) e uma trama interessante, que pareceu que seria aleatória (o início do filme é bem aleatório), mas que amarra as pontas do meio pra frente. Fazia tempo que não gostava de um filme da Marvel.
John Wick 4: Baba Yaga
3.9 691 Assista AgoraNão assisti ao 2 e 3, só ao primeiro. Tendo isso em mente, posso dizer que esse é melhor que o primeiro por um único motivo (o mesmo motivo que faz com que o segundo Mercenários seja melhor que o primeiro): o filme não se leva a sério.
O primeiro é um filme de ação vazio que se leva a sério. O quarto desiste de qualquer seriedade, extrapola o exagero e se aceita totalmente fora da realidade... e torna isso cômico. A sala de cinema toda só fazia dar risada no meio dos exageros da ação e nos momentos mais dramáticos, a situação era tão absurda que alguém sempre soltava uma piadinha que refletia muito bem meu próprio estado de espírito ao ver o filme.
É... talvez eu assista os outros dois um dia.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraNão dá pra negar que é um filme raso, muito raso! Vazio mesmo! Mas tem umas cenas de ação que valem a pena... por serem uma ação bem-feita.
Filhos do Ódio
3.3 36 Assista AgoraVale a pena para conhecer a história do protagonista, mas é uma cinebiografia bem rasa e porcamente explorada. Poderia ser bem melhor.
Anjos da Noite
3.5 602 Assista AgoraResolvi revisitar esse filme 20 anos depois do lançamento (2003-2023) e até que continua legal. Apesar de algumas cenas toscas e de ter umas piores e menos sensuais cena de sexo do cinema, ainda assim consegue prender com uma trama interessante e com arcos bem construídos para os personagens.
Vou dar uma chance para as quatro sequências.
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
3.5 651 Assista AgoraTrama mirabolante, enredo megalomaníaco, personagens mal desenvolvidos e um protagonista totalmente deslocado e desnecessário.
Parece mais uma sátira de 007 (sem referência ao Craig) do que de romances de mistério.
O primeiro é bem melhor!
Entre Facas e Segredos
4.0 1,5K Assista AgoraComo mistério policial, o filme é bom e traz alguns elementos típicos de alguns romances de Agatha Christie (como a presença de um romancista de mistério que usa da ficção para construir a realidade, como Ariadne Oliver - alterego de Christie em seus romances).
Mas como subgênero detetive fodão (clara pretensão do longa), deixa-se muito a desejar. O personagem de Craig não só não cativa como também não soluciona o caso como o estereótipo exige.
Mas é um filme divertido e uma trama inteligente no fim das contas.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraUm filme sobre perda, luto, aceitação e culpa.
Todos nós temos um Cherlie dentro de nós, cada qual com sua compulsão. No fim, todos queremos apenas perdão para seguir adiante em nossas vidas... mesmo que já seja tarde demais.
Fraser está mais que excelente no papel.
A fotografia é claustrofóbica e transmite muito bem o mundo limitado do protagonista. O roteiro é impecável, apresentando aos poucos cada um dos erros e traumas dos personagens. Outro que eu naõ entendi como ficou de fora do Oscar.
Nada de Novo no Front
4.0 611 Assista AgoraO livro de Remarque revolucionou a literatura desse tema por mostrar a guerra não como uma instituição ou uma entidade de Estado, não como uma necessidade governamental ou princípio cultural. O livro revolucionou por mostrar a guerra do ponto de vista de um soldado comum e como a presença nas trincheiras, a tensão e o terror da morte iminente são capazes de afetar o psicológico de uma pessoa e transformar um soldado. O tema principal do livro é a total alienação do soldado perante o mundo normal, pois ele passa a viver somente para a guerra, sua família são seus colegas, sua única função é guerrear. Não há futuro, não existe sociedade além do campo de batalha.
Já esse longa alemão faz tudo o que o livro não pretende fazer: expõe a guerra como uma ação do Estado, coloca oficiais de alto escalão em evidência e romantiza o conflito ao transformá-lo numa corrida contra o tempo em suas cenas finais.
Por si só, se não assumisse ser uma adaptação, o filme é bom. Tem um bom roteiro "original", boa fotografia e uma ótima direção de arte e design. O elenco também foi muito bem composto e (repito, deixando de lado o fato de ser uma adaptação), o contraste com o alto comando e suas regalias é bem interessante.
Mas definitivamente está longe de ser uma boa adaptação. Desfocou do intuito principal do texto original e deixou de lado TODOS os momentos mais traumáticos do livro. Remarque conseguiu, em texto, ser muito mais realista, traumatizante e emocionante do que o filme conseguiu com sons e imagens.
Entre Mulheres
3.7 262Basicamente, o longa se vale pelo roteiro e pelos diálogos fortes, com discussões bem construídas. Um tema delicado e realista, atual e constante, que vale cada discussão. E o filme se faz valer por abordá-lo de forma delicada, apresentando questões de gênero/sexo na sociedade de forma comovente, sem ser extremista. Mulheres que querem ser livres sem abandonar fé e religião. Mulheres que precisam interpretar suas relações com Deus antes de tomarem decisões que as irão liberdade da opressão em que vivem. Enfim, é forte sem ser polêmico.
Mas algumas coisas me incomodaram bastante.
Tecnicamente, o filme é bem simples. A fotografia é bem pobre, baseada numa "noite americana" constante e mal feita. Nunca se sabe quando é dia, quando é noite.
Além disso, algumas coisas me deixaram confusos. Não é um filme de época, se passa em 2010. Beleza, eu sei que existem colônias religiosas fechadas nos EUA, mas se o August fez faculdade, será que ele não poderia dizer às mulheres que existe um mundo de verdade lá fora? Que elas não vivem mais no Século XVIII?
Enfim, vale muito a pena assistir, mas está longe de ser digno de estar na lista de Melhor Filme do Ano no Oscar.
Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades
3.3 83Em meio a tanta esquisitice, uma pergunta se destacou: como esse filme conseguiu ficar fora do Oscar?
Uma união perfeita de metáforas e metalinguagens, somadas a diálogos excitantes e comoventes. Se eu não soubesse que se tratava de um filme escrito e dirigido por Iñarrit, eu com certeza chutaria ser uma história do genial Charlie Kaufman.
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista AgoraJá devem ter uns 6 meses que assisti ao filme e esqueci de marcar.
É um bom filme do gênero, com ótimas sequências de ação e boas atuações. Mas clichê.
Tár
3.8 392 Assista AgoraTár já começa quebrando a teoria do roteiro, que diz que um filme deve conquistar o espectador antes dos 10 primeiros minutos. Isso não acontece neste longa. Uma cena inicial aleatória seguida dos créditos do filme e reiniciando com uma looonga entrevista que, apesar de interessante em seu conteúdo, é cansativa para o ato inicial de um filme.
Mas apensar dessa quebra. o restante da estrutura se sai bem, apresentando uma fictícia cine biografia extremamente realista e conectada à atualidade.
O mais atraente do longa, com certeza é a atuação de Cate Blanchet. Mas o roteiro consegue trazer algo de misterioso que desperta a atenção de quem assiste. São várias insinuações dentro e fora do universo do filme. Não dá pra saber ao certo se a protagonista está alucinando ou se suas incursões noturnas são reais. Da mesma forma que não dá pra saber se seus "crimes" são mesmo reais ou fruto de uma cultura digital de cancelamento que pode a todo momento destruir carreiras de inocentes, sem chance de julgamento justo.
O que se sabe de fato é que, culpada ou não, as redes sociais transformam a mais ilustre maestrina viva em uma mulher decadente e esquecida.
Meio maçante em alguns momentos, mas com certeza um ótimo filme.