Um tratado sobre a delicadeza, sensibilidade e afeto. Sobre olhar com amor para o mundo à nossa volta, com todas suas pequenas e grandes coisas, e ver sua beleza inerente. Sobre o poder imenso e transformador do afeto, do tocar e se deixar ser tocado. A cena final é
absurdamente bonita e dolorida. Me fez chorar de soluçar.
E a experiência estética como um todo é belíssima. A fotografia é tão maravilhosa que cada frame de A Menina Silenciosa é um quadro pra pendurar na parede do coração. Esse filme é uma obra de arte que é pura poesia, e que mais do que assistido, deve ser contemplado e sentido.
da "entrevista", que através do espelho conseguimos ver a Sophie filmando, o pai dela sendo filmado na TV, e o reflexo dele lá na sacada batendo na TV também, tudo no mesmo plano,
é de uma maestria sem fim. Bom, tudo é. As atuações, os diálogos, a fotografia, os enquadramentos, os reflexos, as cores... tudo e impecável e cada frame poderia virar um quadro pra pendurar na parede. A melancolia que perpassa o filme todo no olhar no Calum, e lá no fundo, da Sophie também, é tratada de uma maneira muito sensível e apurada. A cena em que
ela revela que estava se sentindo triste e tenta explicar, dar contorno pra esse sentimento, e o Calum reconhece a própria tristeza ali nas palavras da filha de apenas 11 anos,
me marcou profundamente. Pra mim, arte é isso aqui.
Normal People fica me doendo em vários lugares por tratar de questões muito caras a mim: as raras conexões inquebrantáveis que vivemos (quando vivemos) e uma primordial incomunicabilidade humana. A série e a relação da Marianne e do Connell me fez pensar sobre as dores e delícias de atravessar a vida, o tempo e o espaço, e Estar ao lado de outrem, quando já é tão complexo e inescrutável Ser quem somos. Que bonito e excruciante é estar neste mundo sendo uma pessoa que busca se comunicar (e amar e partilhar e crescer) com outro indivíduo quando não se tem palavras para o que existe (e se transforma o tempo todo) por dentro. Relacionar-se é um incrível mistério.
Thelma tem uma beleza (e tristeza) ímpar, e transmite uma constante sensação de um desassossego crescente. Anunciar esse filme como terror é provavelmente a razão da nota baixa por aqui. É um drama insólito que vale muito a pena conferir e refletir sobre. (Ai, ai, pensamentos intrusivos mandam um alô.)
Este é de longe um dos filmes mais bonitos, doloridos e poéticos que vi na vida. Jin mostra que vivemos em um mundo de feras, sendo a pior delas o homem. E apesar disso, Jin traça sua trajetória sempre generosa e doce com todas as formas de vida que encontra. Difícil passar por este filme incólume. Haja coração!
"Nós duas vamos queimar No inferno, meu anjo Eu planejei nossas despedidas Da terra, meu anjo E eu quero partir com você Eu quero morrer em seus braços
Que o mar coma o nosso corpo, ah Que o sal lave o nosso coração, ah Eu ainda vou te amar
Peço desculpas aos deuses À minha mãe e seus louvores Eu conheço todas as orações Todos os desejos Para que isso mude Mas eu quero partir com você Eu quero morrer em seus braços."
Desde que assisti esta poesia em forma de filme, a música On Brûlera da Pomme passou a ter as cores verde e vermelha e dois pares de olhos hipnotizantes de belos.
Robert Eggers e A24 obrigada por esta obra-prima irretocável (que muito me lembrou A Hora do Lobo, por sinal). Qualquer cena é digna de um quadro, que fotografia sublime (e grotesca!). Ver um filme desses me faz lembrar porquê amo cinema.
—I don't know what to do with it. —With what? —With all the love I have for her. I don't know where to put it now. —I'll take it. No, I'm serious. It sounds lovely. I'll have it. You have to give it to me. —Ok. —It's got to go somewhere.
Existem certas coisas que são tão excepcionais que mudam nossa recepção e relação com tudo o que vem depois delas. E sinto que por muito tempo nenhuma outra série vai me fazer tão bem quanto Fleabag fez. Que série fantástica! Fleabag ocupa um espaço imenso no meu coração porque estética e tecnicamente é uma obra-prima da televisão. Nessa segunda temporada, as cenas em que o padre perguntava pra onde ela ia quando ela conversava com a gente, e por fim ele começando a nos encarar também me deixaram extasiada. E além dos aspectos técnicos, e talvez, o mais importante – Fleabag é sobre a vida. Temos uma personagem central que é multifacetada e tem várias camadas que vão sendo expostas quando ela resolve deixar a gente entrar. E a gente descobre continuamente que por trás de toda a comédia há um profundo e sensível drama.
A despedida foi agridoce, eu estava chorando e sorrindo ao mesmo tempo: o coração partido mas quentinho. Eis a mensagem de Fleabag sobre a vida, afinal: tanta coisa dói nesse existir, mas um dia a gente fica bem, mesmo que continue doendo. A Phoebe é genial! Soube com maestria fazer a gente rir de doer a barriga em um momento, para no próximo chorar um choro dolorido. E fico contente de ter vivido a experiência de esperar ansiosamente por episódios novos de Fleabag ao longo de algumas semanas. (E como ela conversa tanto com a gente, por que não me dirigir diretamente a ela: já sinto sua falta terrivelmente, Flea!)
O olhar do Zain está cravado em mim e sei que vai me acompanhar, latejando, vida à fora. Palmas e mais palmas à direção impecável de Nadine e à performance assombrosa do pequeno Zain. E um soco no estômago para a gente.
deles brincando na praia; a cena da mãe sendo interrogada e argumentando sobre o que é ser mãe; e o pai dizendo "eu não sabia outra coisa pra ensinar pra elas" quando perguntado se não se sentia culpado ensinando crianças a roubar,
vão permanecer comigo, em mim, por um longo, longo tempo.
Willem Dafoe interpretou o Van Gogh que eu sempre concebi através de suas pinturas, suas cartas. Todo meu amor e admiração à sua performance. Me senti completamente envolvida no decorrer do filme, pensando, que sim, é este, este o Van Gogh que eu tanto amo. Para mim, uma das cenas iniciais,
dele caminhando por campos, contemplando o que existe à sua volta, colocando terra no rosto e sorrindo
é uma das mais bonitas da história do cinema! At Eternity's Gate é um filme muito sensível e bastante subjetivo, até introspectivo. Constantemente, a câmera é quase que uma extensão dos olhos de Vincent, de sua alma, seus demônios. E assim adentramos não só sua vida, mas seu coração inquieto. É uma experiência muito bonita. Por isso me encantei tanto com esse filme. É tudo o que eu poderia querer de um filme biográfico do nosso Van Gogh. Feliz, muito feliz de ter assistido a este filme.
da música que abandona a igreja para seguir o Lázaro, e a cena final do lobo correndo em sentido oposto ao dos carros, abandonando, por fim, aquele lugar, aquela vida vil.
"Pena que as pessoas tenham que viver. Tenho pena delas. Todos têm tanto medo." Eis um dos motivos mais caros ao mestre, tão recorrente em sua obra. Harriet Andersson e Ake Gronberg estão fantásticos, e a fotografia do Sven Nykvist impecável como sempre. E que espetáculo de mulher independente e decidida é a Agda, a esposa do Albert! Noites de Circo pode não ser dos maiores filmes do Bergman, mas definitivamente vale a pena ser assistido.
Essa preciosidade de filme é toda cheia de uma sensibilidade tão imensa e desperta tanto amor, que a vontade é de guardar ele dentro da gente pro resto da vida.
Assisti o filme antes de dormir, e cá permanece ele, me assombrando pelo dia à fora: pela sua arte (que fotografia!), repleta de sensibilidade e intimismo imensos; pela sua verdade. Inevitável o desconforto e melancolia ao nos confrontarmos com o retrato de nossa natureza humana: somos frágeis, efêmeros.
O monólogo sobre a Nona Sinfonia de Beethoven é um compêndio de angústias que existem desde o início — e existirão até o final — dos tempos.
Este filme é um delicado retrato do luto, das partidas, das esperas, da vida que segue em frente sem nós, do amor, e da condição irreparável do ser humano que, depois de tantos milhares de anos, ainda não sabe lidar com nenhuma dessas coisas e com a dor imensa que geram. Seguimos tentando.
A Menina Silenciosa
4.0 129Um tratado sobre a delicadeza, sensibilidade e afeto.
Sobre olhar com amor para o mundo à nossa volta, com todas suas pequenas e grandes coisas, e ver sua beleza inerente. Sobre o poder imenso e transformador do afeto, do tocar e se deixar ser tocado.
A cena final é
absurdamente bonita e dolorida. Me fez chorar de soluçar.
E a experiência estética como um todo é belíssima. A fotografia é tão maravilhosa que cada frame de A Menina Silenciosa é um quadro pra pendurar na parede do coração.
Esse filme é uma obra de arte que é pura poesia, e que mais do que assistido, deve ser contemplado e sentido.
Close
4.2 470 Assista AgoraA doçura no olhar do Rémi e o amor (e dor) no olhar do Léo vão me acompanhar por muito, muito tempo.
Aftersun
4.1 700Ô filme bonito de doer.
Esteticamente primoroso. A cena
da "entrevista", que através do espelho conseguimos ver a Sophie filmando, o pai dela sendo filmado na TV, e o reflexo dele lá na sacada batendo na TV também, tudo no mesmo plano,
A melancolia que perpassa o filme todo no olhar no Calum, e lá no fundo, da Sophie também, é tratada de uma maneira muito sensível e apurada. A cena em que
ela revela que estava se sentindo triste e tenta explicar, dar contorno pra esse sentimento, e o Calum reconhece a própria tristeza ali nas palavras da filha de apenas 11 anos,
Pra mim, arte é isso aqui.
Algum Lugar Especial
3.8 33 Assista AgoraUm filme sensível, pungente e belíssimo.
Sobre amores imensos, velas e envelopes vermelhos, estar no ar, na chuva e nas uvas e a dor inevitável das partidas.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 797 Assista AgoraA minha vontade é de colocar a cena do Mads Mikkelsen dançando em um quadro na parede do meu quarto pra eu poder olhar pra sempre.
Normal People
4.4 437Normal People fica me doendo em vários lugares por tratar de questões muito caras a mim: as raras conexões inquebrantáveis que vivemos (quando vivemos) e uma primordial incomunicabilidade humana.
A série e a relação da Marianne e do Connell me fez pensar sobre as dores e delícias de atravessar a vida, o tempo e o espaço, e Estar ao lado de outrem, quando já é tão complexo e inescrutável Ser quem somos.
Que bonito e excruciante é estar neste mundo sendo uma pessoa que busca se comunicar (e amar e partilhar e crescer) com outro indivíduo quando não se tem palavras para o que existe (e se transforma o tempo todo) por dentro.
Relacionar-se é um incrível mistério.
O Tempo e o Vento
3.9 10O pôster desse filme dá vontade de fechar os olhos e estar deitado ali também. Belíssimo!
Thelma
3.5 342 Assista AgoraThelma tem uma beleza (e tristeza) ímpar, e transmite uma constante sensação de um desassossego crescente. Anunciar esse filme como terror é provavelmente a razão da nota baixa por aqui. É um drama insólito que vale muito a pena conferir e refletir sobre.
(Ai, ai, pensamentos intrusivos mandam um alô.)
Jîn
4.3 11Este é de longe um dos filmes mais bonitos, doloridos e poéticos que vi na vida.
Jin mostra que vivemos em um mundo de feras, sendo a pior delas o homem. E apesar disso, Jin traça sua trajetória sempre generosa e doce com todas as formas de vida que encontra. Difícil passar por este filme incólume. Haja coração!
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista Agora"Nós duas vamos queimar
No inferno, meu anjo
Eu planejei nossas despedidas
Da terra, meu anjo
E eu quero partir com você
Eu quero morrer em seus braços
Que o mar coma o nosso corpo, ah
Que o sal lave o nosso coração, ah
Eu ainda vou te amar
Peço desculpas aos deuses
À minha mãe e seus louvores
Eu conheço todas as orações
Todos os desejos
Para que isso mude
Mas eu quero partir com você
Eu quero morrer em seus braços."
Desde que assisti esta poesia em forma de filme, a música On Brûlera da Pomme passou a ter as cores verde e vermelha e dois pares de olhos hipnotizantes de belos.
Mr. Robot (4ª Temporada)
4.6 370OBRA-PRIMA
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraRobert Eggers e A24 obrigada por esta obra-prima irretocável (que muito me lembrou A Hora do Lobo, por sinal). Qualquer cena é digna de um quadro, que fotografia sublime (e grotesca!). Ver um filme desses me faz lembrar porquê amo cinema.
Fleabag (2ª Temporada)
4.7 886 Assista Agora—I don't know what to do with it.
—With what?
—With all the love I have for her. I don't know where to put it now.
—I'll take it. No, I'm serious. It sounds lovely. I'll have it. You have to give it to me.
—Ok.
—It's got to go somewhere.
Existem certas coisas que são tão excepcionais que mudam nossa recepção e relação com tudo o que vem depois delas. E sinto que por muito tempo nenhuma outra série vai me fazer tão bem quanto Fleabag fez. Que série fantástica!
Fleabag ocupa um espaço imenso no meu coração porque estética e tecnicamente é uma obra-prima da televisão. Nessa segunda temporada, as cenas em que o padre perguntava pra onde ela ia quando ela conversava com a gente, e por fim ele começando a nos encarar também me deixaram extasiada.
E além dos aspectos técnicos, e talvez, o mais importante – Fleabag é sobre a vida. Temos uma personagem central que é multifacetada e tem várias camadas que vão sendo expostas quando ela resolve deixar a gente entrar. E a gente descobre continuamente que por trás de toda a comédia há um profundo e sensível drama.
A despedida foi agridoce, eu estava chorando e sorrindo ao mesmo tempo: o coração partido mas quentinho. Eis a mensagem de Fleabag sobre a vida, afinal: tanta coisa dói nesse existir, mas um dia a gente fica bem, mesmo que continue doendo.
A Phoebe é genial! Soube com maestria fazer a gente rir de doer a barriga em um momento, para no próximo chorar um choro dolorido. E fico contente de ter vivido a experiência de esperar ansiosamente por episódios novos de Fleabag ao longo de algumas semanas.
(E como ela conversa tanto com a gente, por que não me dirigir diretamente a ela: já sinto sua falta terrivelmente, Flea!)
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraO olhar do Zain está cravado em mim e sei que vai me acompanhar, latejando, vida à fora.
Palmas e mais palmas à direção impecável de Nadine e à performance assombrosa do pequeno Zain.
E um soco no estômago para a gente.
Assunto de Família
4.2 400 Assista AgoraO filme todo é muito marcante e impactante, mas a cena
deles brincando na praia; a cena da mãe sendo interrogada e argumentando sobre o que é ser mãe; e o pai dizendo "eu não sabia outra coisa pra ensinar pra elas" quando perguntado se não se sentia culpado ensinando crianças a roubar,
A Crônica Francesa
3.5 287 Assista AgoraUm filme do Wes Anderson com esse elenco é tudo que eu quero da vida? Sim, provavelmente.
No Portal da Eternidade
3.8 348 Assista AgoraWillem Dafoe interpretou o Van Gogh que eu sempre concebi através de suas pinturas, suas cartas. Todo meu amor e admiração à sua performance. Me senti completamente envolvida no decorrer do filme, pensando, que sim, é este, este o Van Gogh que eu tanto amo.
Para mim, uma das cenas iniciais,
dele caminhando por campos, contemplando o que existe à sua volta, colocando terra no rosto e sorrindo
At Eternity's Gate é um filme muito sensível e bastante subjetivo, até introspectivo. Constantemente, a câmera é quase que uma extensão dos olhos de Vincent, de sua alma, seus demônios. E assim adentramos não só sua vida, mas seu coração inquieto. É uma experiência muito bonita. Por isso me encantei tanto com esse filme. É tudo o que eu poderia querer de um filme biográfico do nosso Van Gogh.
Feliz, muito feliz de ter assistido a este filme.
Lazzaro Felice
4.1 217 Assista AgoraFazia um bom tempo que eu não via algo tão bonito como as alegorias
da música que abandona a igreja para seguir o Lázaro, e a cena final do lobo correndo em sentido oposto ao dos carros, abandonando, por fim, aquele lugar, aquela vida vil.
Dolorido, mas belíssimo filme.
Daguerreótipos
4.2 24 Assista Agora"Todos nós temos o desejo de partir no crepúsculo. Nós somos, sem dúvida, prisioneiros de nossa vida."
Noites de Circo
3.9 49"Pena que as pessoas tenham que viver. Tenho pena delas. Todos têm tanto medo."
Eis um dos motivos mais caros ao mestre, tão recorrente em sua obra.
Harriet Andersson e Ake Gronberg estão fantásticos, e a fotografia do Sven Nykvist impecável como sempre. E que espetáculo de mulher independente e decidida é a Agda, a esposa do Albert!
Noites de Circo pode não ser dos maiores filmes do Bergman, mas definitivamente vale a pena ser assistido.
Kauwboy
4.0 64Essa preciosidade de filme é toda cheia de uma sensibilidade tão imensa e desperta tanto amor, que a vontade é de guardar ele dentro da gente pro resto da vida.
Ladrões de Bicicleta
4.4 532 Assista AgoraEm meio a lágrimas e um desconsolo na alma, a cena final se gravou para sempre na minha memória. Filme belíssimo.
Visages, Villages
4.4 160 Assista AgoraGodard cuzão
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraAssisti o filme antes de dormir, e cá permanece ele, me assombrando pelo dia à fora: pela sua arte (que fotografia!), repleta de sensibilidade e intimismo imensos; pela sua verdade. Inevitável o desconforto e melancolia ao nos confrontarmos com o retrato de nossa natureza humana: somos frágeis, efêmeros.
O monólogo sobre a Nona Sinfonia de Beethoven é um compêndio de angústias que existem desde o início — e existirão até o final — dos tempos.
Este filme é um delicado retrato do luto, das partidas, das esperas, da vida que segue em frente sem nós, do amor, e da condição irreparável do ser humano que, depois de tantos milhares de anos, ainda não sabe lidar com nenhuma dessas coisas e com a dor imensa que geram. Seguimos tentando.