Única coisa mais interessante no filme são as implicações psicológicas, mas nem é pra tanto. O terror todinho foi definitivamente o filme não acabar nunca.
Um filme cheio de boas referências, seja a Mazzaropi quanto ao Cinema Paradiso, com uma direção de Luiz Alberto Pereira, uma bonita trilha sonora e uma fotografia que remonta o granulado das projeções de cinema de antes, com participações de grandes atores nacionais e ótimas performances de Matheus Nachtergaele e Gorete Milagres. Propositalmente caricato. É uma linda homenagem de amor ao cinema, ao grande Mazzaropi, à cultura caipira... pelo enredo que mais parece um read-movie jeca, onde os protagonistas saem em busca de se enxergar em um filme do Mazzaropi, mas estamos no Brasil, lugar onde cinemas são tomados por universais e fazendo jus ao monólogo inicial de que "até a roça mudou, só o pobre continua igual" é isso que acontece.
Impossível não lembrar de obras como Macabéa (de Clarice) ou do Zé do Burro, que por trás de uma cortina de inocência, comunica muito com a realidade brasileira, tocando em pontos sensíveis da sociedade de uma forma leve e cômica. Além disso, o longa traz fortes críticas sociais, trazendo pautas como a reforma agrária criticando o próprio Partido dos Trabalhadores, a situação trabalhista, as crianças de rua, o uso da mídia como arma, além de mostrar bem o preconceito contra o Jeca, tentaram falar sobre muitos assuntos num só filme e a coisa ficou bastante perdida.
É interessante perceber que os cinemas que eles acabam encontrando possuíam cartazes do primeiro X-Men e do Homem-Aranha, simbolizando a chegada do cinema internacional por aqui. As melhores cenas são as supersticiosas, isso é indiscutível! O roteiro possui muitas inconveniências, o que não anula o realismo mágico que o filme carrega, cumprindo além do que promete, me lembrou muito Cine Holliúdy que deve ter bebido bastante de Tapete Vermelho. No mais, é um filme gostoso de assistir, divertido e emocionante. Recomendo!
Sou suspeito a falar de qualquer obra do Almodóvar que seja, eu pago pau para ele e isso não me é vergonhoso de forma alguma, pois a forma que seus filmes exploram abertamente assuntos delicados que dificilmente outros diretores teriam coragem de seguir. É garantia de sempre ter uma sensação de assombro e em A Pele Que Habito não é diferente. Um longa verdadeiramente bizarro com um toque de loucura e uma trilha sonora que casa perfeitamente com tudo. A forma que a história vai se revelando é tão habitual que nem percebemos o drama digno de Almodóvar por trás de toda bizarrice.
O elenco é excelente, conseguem fazer um incomodo ser um personagem em cada cena, em especial o Antonio Banderas no papel do perturbador DR. Robert Ledgard que sustenta uma sedução estranha do personagem “cientista louco” de forma admirável. Elena Anayas entrega uma performance maravilhosa, sendo para mim, a maior.
O longa é, em si, desafiador por inteiro. Durante grande parte, o filme acontece de forma imprevisível, flertando com o suspense de quase perigo que poderia se perter de forma muito simples (um corte mal colocado; a música deslocada; um ângulo errado), poderia passar a mensagem de falta de seriedade a qualquer momento rompendo com o telespectador, mas as cenas são tratadas com o mesmo rigor que tratam o enredo e por isso o filme funciona.
É notável quanto o longa ´deixa a responsabilidade para o telespectador pensar sobre o seu impacto assim que acaba com um plot twist que há uma grande profundidade psicológica, mas que empobrece pela forma passada. O cinema poderia contribuir de formas ainda melhores que restringir a maior parte da história às mensagens e metáforas, tornando o final algo a parte.
Cada pessoa é um universo inteiro! E Coutinho se desnuda do egocentrismo, enquanto explorar o todo com as perguntas e intervenções mais simples possíveis. A forma que ele entende que as pessoas gostam de falar delas mesmas - e geralmente sentem um orgulho imenso nisso – enriquece ainda mais a obra.
Sinto que os documentários como esse são mais importantes para os entrevistados do que para o diretor em si, como um processo terapêutico de se mostrar real e compartilhar algo que agonizava enclausurado dentro de si, “Eu vivi isso!”. Escolher tantas histórias banais e marcantes fazem o filme ainda mais tocante, tudo ali merece espaço e Coutinho respeita a dor de cada um.
O longa é uma poesia! Reconhecer a vida de cada morador em seu apartamento padronizado e pequeno é uma verdadeira viagem ao íntimo do desconhecido. Pra quê? E a gente ressignifica e o todo ganha um sentido definitivo: o de conhecer mais uma vida (e isso basta).
A cidade maravilhosa, tão conhecida pelos seus encantos turísticos perde sua romantização ao enxergarmos as vidas dentro de um prédio tão simples. Essa novela é contada através de quem faz a cidade: seus figurantes. Gente que tem preconceito e é cheia de defeitos, mas que é real. O documentário é grandioso em sua realidade, mesmo com histórias um tanto irreais, mas é isso, a vida é a realidade sem idealização.
A única coisa que me chateia é o fato de que completou 20 anos agora em 2022 e ninguém se propôs a revisitar esses moradores em um projeto de comemoração.
A intenção do longa é realmente grandiosa. Não conheço o trabalho do Fuqua, mas fiquei interessado em consumir depois de assistir Emancipation. Adorei a fotografia mesclando as cenas com o preto e branco, sem falar de uma boa trilha sonora (um tanto repetitiva) e do presente que a gente recebe com a atuação do Will Smith. O homem está impecável! Se não fosse pelo ocorrido no Oscar, ele estaria concorrendo e tinha muita chance de ganhar. A forma que o ator conseguiu explorar os sentimentos do protagonista em cena, tratando de uma história tão real com essa maestria deve ter sido um trabalho difícil, o que faz de Emancipation grande, mas sai perdendo quando se compara com 12 Anos de Escravidão, por exemplo. O roteiro traz, até certo ponto, uma boa reflexão sobre o oportunismo do cristianismo em relação às colonizações, mas acaba se rendendo ao clichê próximo do final. Quando a perseguição acaba, o filme se torna um pouco arrastado e isso deve explicar o motivo de tanta gente está reclamando, o que não desmerece o longa no todo, ainda é uma boa retratação de como aconteceu o final da escravidão americana concedida pelo presidente Lincoln. Está longe de ser o melhor do gênero, mas valeu a experiência.
Acabei de assistir o filme e achei um textão de facebook com uma problematização foda, mas não achei que o filme celebra um levante popular, apenas se retro-alimenta no discurso de que o caos social instaurado pelas austeridades neoliberalistas é o bojo para o nascimento do herói máximo e personificação da lógica neoliberal e do estado burguês que vai ser necessário para sufocar esse mesmo levante (o Batman). Diria que é muito mais uma história de origem do Batman do que do próprio coringa, inclusive (e uma trama que vai justificar a necessidade de existência de batmans). Além da visão fatalista de “a humanidade é horrível, é isso, fim da História do Fukuyama”. Ou seja: não leva ninguém para lugar algum. Achei bem fraco em termos de reflexão, seria melhor ter assistido alguma coisa sobre o Bolívar.
Apesar de eu achar o roteiro mediano e as protagonistas totalmente detestáveis, ainda sim, fico encantado com tudo. A Catherine Zeta-Jones está a coisa mais linda nesse filme, e arrasa demais, ela ofusca a protagonista e o oscar de atriz coadjuvante foi merecido. O Richard Gere está maravilhoso, adorei o cinismo disfarçado de pretensão do personagem. Sem esquecer da jogada de mestre do diretor em usar nas performances uma alternação entre cenas na prisão com grandes números de Jazz, isso junto aos figurinos e coreografias resultou em algo incrível. A musicas "When You're Good to Mama" e "Cell Block Tango" são minhas favoritas. No mais, adoro a crítica social presente no longa, descrevendo a justiça como um espetáculo, falho e manipulável, com todo o clima efêmero e fútil de Chicago, o estranho fenômeno da celebridade criminosa e a questão da ambição para se chegar a fama.
Um filme rico em simplicidade e beleza. Que potência! É de uma realidade dolorosa, merece ser ecoada por aí. A história de Paloma me impactou e me fez pensar nas minhas percepções sobre o casamento de casais LGBTQIAP+ nas igrejas, que independente da minha opinião essa discussão está ligada a liberdade da prática religiosa de cada um. A igreja jamais permitiria um casamento e pela lei isso é a forma da igreja promover sua liberdade da prática da fé, culto e da liturgia. Como se num clube que estabelece a regra para seus associados, assim a igreja estabelece suas regras e dita o que pode e o que não. O que é uma pena! A dor de sermos sonhadores nos leva sempre para um caminho que nem sempre é bom, mas que precisa ter coragem de arriscar viver esse resultado. Que mesmo assim a gente possa sempre sonhar um sonho justo e alcançável. O filme passou como um sopro, tem muita cena bonita com enquadramentos típicos de filmes nordestinos. Um longa tão cru que não possui o básico dos clichês. A atriz que faz Paloma é muito carismática, merece reconhecimento e outros papéis de destaques. Me lembrou um pouco a Macabéa, personagem de Clarice interpretada pela Marcélia Cartaxo no cinema. Tudo é triste, mas que bom que a gente pode ser esperançoso pra ser quem a gente realmente quer, mesmo que doa!
Eu me sinto desconfortável durante todo o filme, muito triste ver a situação dessas meninas sem perspectivas de futuro nem nada. Deveria ter mais políticas públicas de prevenção voltada para os jovens nas periferias principalmente para as mulheres. Esse filme é um soco no estômago, mostra a realidade tão nua e crua no Brasil, muito triste!
"Pegue seus sentimentos e fuja, esconda-se! Você pode fugir, jogar no lixo, esquecer, deletar, mas tua alma vai mostrar o caminho de volta. Nada valerá a pena se você não enfrentar seus medos e cada sentimento negativo." essa foi a mensagem do filme, para mim. Além da crítica ao hedonismo, ao medo do envelhecimento, crítica aos meios de fuga da realidade, às drogas, às redes sociais, etc. E joga na cara o nosso medo de encarar a realidade!
Olhe para ela, brilhando tanto. E, no entanto, está tão sozinha.
Machista, sexista e desconfortável... A mulher foi um furacão para ter sido abordada desta forma, é agoniante ver o filme até o final. Em contraponto a direção, a fotografia, os efeitos de imagens e a atuação antológica da Ana de Armas me tiraram o chão.
Os diamantes não são eternos. As almas são! Diamantes no corpo da Marilyn eram só pedras.
Conheci o Racionais em meados de 2008, em uma época que eu estava perto da adolescência. Me lembro do meu tio ouvindo aquele som que eu não entendia a mensagem, mas tinha um medinho daquela realidade vista nos clipes. Voltei a ouvir depois de conseguir me politizar um pouco, entender melhor a mensagem escutava incansavelmente o álbum "Sobrevivendo no Inferno". Racionais MC's hoje faz parte das minhas ideias, dos meus conceitos, das minhas atitudes, dos meus ensinamentos, me fez entender como funcionava o sistema em relação as pessoas pobres que nasceram, cresceram e sobreviveram em uma periferia. A Netflix mexeu com um dos maiores grupos da música nacional, senão o maior! Racionais sempre estive lutando contra o sistema, contra o governo, contra a sociedade. As letras e seus movimentos sempre foram voltados para a destruição e a degradação dos jovens negros das periferias, da brutalidade policial, do estado, da exclusão social. Sempre mostrando as consequências do preconceito, do racismo, da miséria, da violência, do crime organizado e principalmente das drogas, soando diretamente como uma denúncia e como um protesto. O próprio Brown fala: "Nós viemos com uma missão através da música. Nossa música era um grito entalado na garganta". Olha a grandiosidade disso! São tão gigantes quanto os Doces Bárbaros, só que nada sutis. Incomodam o sistema inteiro, do governo aos policiais e os politicamente corretos. Eu, criança, me sentia incomodado. Hoje eu entendo que eles vieram para fazer incomodar e não se calar. E ai está a história dos 4 jovens negros que levaram para o mundo a realidade de um povo através da suas letras. Transformaram a dor, o ódio e a sobrevivência em poesia. Que movimento poderoso! São artísticos, políticos e tornam-se verdadeiras lendas por serem revolucionários. Conseguiram mudar muitos conceitos e desconstruir pré conceitos de muitos. Não consigo ver de maneira técnica esse documentário, pois sei que ele só potencializa e nos faz reconhecer tudo o que o grupo é. Só acredito que merecia uma série com coisas mais detalhadas, o Racionais é MC’s é muito maior que 2h de doc. Tudo é pouco, mas ainda assim: Obrigado, Netflix! Que essa voz possa ecoar ainda mais por ai, ninguém calará!
O cinema brasileiro tem tanta preciosidade escondida, como esse filme, mesmo já tendo sofrido censura, falência e agora lida com o monopólio da Globo Filmes e mesmo assim resiste! Devido esse esgotamento criativo redescobrir pérolas como essa é divertido. Que texto delicioso! Muito irreverente e trazendo uma crítica a nossa classe artística maravilhosa e tão atual que assusta como continuamos os mesmos. O casal central é fascinantemente carismático, Marília Pêra e Hugo Carvana são gigantes! O bar reproduz tantos estereótipos conhecidos em qualquer bar do Brasil que é fascinantemente perturbador. Nostalgia pura misturado com o clima de boteco e diálogos interessantes sobre a cultura de massa x cultura popular (novela versus teatro) e outras filosofias mais. Destaco a cena do strip-tease como um marco no cinema brasileiro. Saudade desse ar oitentista que eu não vivi. Um enorme presente para nós!
A premissa do filme é grandiosa, a direção criativa do Lázaro ramos é massa, mas é que oderia ter sido mais. Talvez eu tivesse esperando algo no roteiro mais parecido com Bacurau e acabei sendo surpreendido com umas cenas meio brigas de comentários do Facebook, ficou no básico. Acho que o que realmente faltou foi uma trama mais pé no chão, a mensagem ainda chegaria, mas ao mesmo tempo é tão próximo de uma realidade que é estranho chamar de distopia. As atuações são boas a galera entrega muito. Não é um filme perfeito, mas está bem longe de ser péssimo. É ousado, original e vale a pena ser conferido!
Depois de quase dois anos após assistir à novela decidi dar uma chance ao filme só para não comparar as obras, mas impossível não se frustrar. Talvez na mão de um diretor diferente o filme se tornasse inesquecível, mas o que segura o filme são as atuações impecáveis. Sônia Braga o Brasil é todinho seu, assim como é de Tieta e também da Betty Farias. O que eu odiei no roteiro eu adorei na fotografia. Acho um pecado quando se retira toda a crítica social dos livros de Jorge Amado e deixa apenas o entretenimento, mas não para de ser grandioso. Tieta é grandiosa, sou apaixonado pela personagem e a trilha de Caetano? Ah, eu amo!
Desde criança eu tinha medo sem nem ter assistido ao filme, lembrei de ver hoje(já com 26 anos), e estou muito surpreso: jurava que o Pinhead que era o protagonista! Um cultzão trash de muita qualidade, eu adorei! Não sei se vou continuar a assistir a franquia, pois já estou com medo de ficar uma bosta, não acho que tem tanto enredo para uma continuação, ou estou subestimando? Mas de longe, já quero ler os livros!
A cena de Fernanda Torres dirigindo enquanto canta Vapor barato que continua na voz indiscutível de Gal Costa faz desta experiência cinematográfica ainda melhor. Está entre as minhas cenas favoritas do cinema brasileiro. Que filme, meus amores. Que filme!
É numa manhã de carnaval, através das cordas de um violão que nasce o romance entre Orfeu e Eurídice. Assim como o dia é passageiro, esse amor também acaba cedo. A história mitológica do casal foi trazido por Vinicius de Moraes para o Rio do século 20. A peça Orfeu da Conceição, de 56, deu origem ao filme de 59: Orfeu Negro (ou Orfeu do Carnaval).
O longa, dirigido por Marcel Camus, foi o responsável por disseminar nossa cultura carnavalesca e apresentar pro mundo o samba carioca através de uma trilha sonora riquíssima que traz: Luiz Bonfá, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Antônio Maria. E é nas letras de músicas como: A felicidade, O nosso amor e Manhã de Carnaval que vemos toda esse inebriante romance acontecer. O mito grego torna-se negro para acontecer aqui. Impossível não pensar em Eurídice como uma Oxum, Orfeu como um Xangô e sua noiva, Mira, como Iansã. Ainda arrisco lembrar de uma história parecida trazida por Vinicius de Moraes e Toquinho, em outro momento, através da música: Canto de Oxum. Com cenas machistas, coisa comum pra época, o filme também é carregado de música brasileira e outros elementos da nossa cultura.
A presença da religião, no longa, é forte e bonita pois é ali que entra o sobrenatural da mitologia. Nem o diálogo, nem as atuações são tão importantes quanto a estética do filme e as cenas onde os personagens dançam e mostram a verdadeira energia do carnaval. Mas é inegável como as cenas de dança se tornam arrastadas e demasiadas, tornando o Brasil o país só do carnaval. Outros acontecimentos são os frames focados nos corpos das mulheres com o intuito de erotizar, mas que apesar disso é uma história cheia de magia e emoção. Há melancolia que contrasta com o carnaval, isso é Brasil!
Entre diálogos bem desenvolvidos - até porque é inspirado em um texto do Carlos Drummond - existe vida e morte, religião e repressão, amor e culpa. O filme é carregado de uma melancolia capaz de parecer um personagem próprio. O amor proibido que flerta com a complexidade dos sentimentos que vem com a busca do autoconhecimento e das descobertas de sensações e das culpas tornam todo o enredo com uma força inenarrável.
Eu fiquei extremamente encantado! Perceber a grandiosidade dessas Yalorixás e de como a sociedade vai pra frente quando uma mulher negra se movimenta - quando digo isso não relaciono tanto a cor da pele delas, mas a vivência de uma mulher negra a partir do momento em que elas tornam-se de terreiro e passam a ter uma vivência de mulher negra-. A religião, apesar da beleza, precisa lidar o tempo inteiro com a desigualdade social e isso é bem mostrado no documentário. O Candomblé é uma religião de resistência até os dias atuais, e isso é mostrado em um bairro que sofre de invasões cada vez mais constantes, mas as mães de santo estão lá resistindo. As Yabás estão bem representadas!
Esperei muito uma enorme obra sobre Elza Soares, afinal estamos falando sobre a cantora do milênio, mas achei simplista e sem sentido diversas vezes. A história de Elza é realmente gigante, é uma história de resistência, de força e luta, mas o longa deixa só o gostinho de quero mais. É bonito, mas foi uma forma muito cansativa, tem cenas que não acontecem nada. O conceito é maravilhoso, mas é pouco demais para A Mulher Do Fim Do Mundo.
Ó Paí, Ó 2
2.7 67fico tão ruim que dá pra dizer que nunca existiu perto da obra prima que é o primeiro.
M3gan
3.0 797 Assista AgoraÚnica coisa mais interessante no filme são as implicações psicológicas, mas nem é pra tanto. O terror todinho foi definitivamente o filme não acabar nunca.
Tapete Vermelho
3.8 277 Assista AgoraUm filme cheio de boas referências, seja a Mazzaropi quanto ao Cinema Paradiso, com uma direção de Luiz Alberto Pereira, uma bonita trilha sonora e uma fotografia que remonta o granulado das projeções de cinema de antes, com participações de grandes atores nacionais e ótimas performances de Matheus Nachtergaele e Gorete Milagres. Propositalmente caricato. É uma linda homenagem de amor ao cinema, ao grande Mazzaropi, à cultura caipira... pelo enredo que mais parece um read-movie jeca, onde os protagonistas saem em busca de se enxergar em um filme do Mazzaropi, mas estamos no Brasil, lugar onde cinemas são tomados por universais e fazendo jus ao monólogo inicial de que "até a roça mudou, só o pobre continua igual" é isso que acontece.
Impossível não lembrar de obras como Macabéa (de Clarice) ou do Zé do Burro, que por trás de uma cortina de inocência, comunica muito com a realidade brasileira, tocando em pontos sensíveis da sociedade de uma forma leve e cômica. Além disso, o longa traz fortes críticas sociais, trazendo pautas como a reforma agrária criticando o próprio Partido dos Trabalhadores, a situação trabalhista, as crianças de rua, o uso da mídia como arma, além de mostrar bem o preconceito contra o Jeca, tentaram falar sobre muitos assuntos num só filme e a coisa ficou bastante perdida.
É interessante perceber que os cinemas que eles acabam encontrando possuíam cartazes do primeiro X-Men e do Homem-Aranha, simbolizando a chegada do cinema internacional por aqui. As melhores cenas são as supersticiosas, isso é indiscutível! O roteiro possui muitas inconveniências, o que não anula o realismo mágico que o filme carrega, cumprindo além do que promete, me lembrou muito Cine Holliúdy que deve ter bebido bastante de Tapete Vermelho. No mais, é um filme gostoso de assistir, divertido e emocionante. Recomendo!
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraSou suspeito a falar de qualquer obra do Almodóvar que seja, eu pago pau para ele e isso não me é vergonhoso de forma alguma, pois a forma que seus filmes exploram abertamente assuntos delicados que dificilmente outros diretores teriam coragem de seguir. É garantia de sempre ter uma sensação de assombro e em A Pele Que Habito não é diferente. Um longa verdadeiramente bizarro com um toque de loucura e uma trilha sonora que casa perfeitamente com tudo. A forma que a história vai se revelando é tão habitual que nem percebemos o drama digno de Almodóvar por trás de toda bizarrice.
O elenco é excelente, conseguem fazer um incomodo ser um personagem em cada cena, em especial o Antonio Banderas no papel do perturbador DR. Robert Ledgard que sustenta uma sedução estranha do personagem “cientista louco” de forma admirável. Elena Anayas entrega uma performance maravilhosa, sendo para mim, a maior.
O longa é, em si, desafiador por inteiro. Durante grande parte, o filme acontece de forma imprevisível, flertando com o suspense de quase perigo que poderia se perter de forma muito simples (um corte mal colocado; a música deslocada; um ângulo errado), poderia passar a mensagem de falta de seriedade a qualquer momento rompendo com o telespectador, mas as cenas são tratadas com o mesmo rigor que tratam o enredo e por isso o filme funciona.
É notável quanto o longa ´deixa a responsabilidade para o telespectador pensar sobre o seu impacto assim que acaba com um plot twist que há uma grande profundidade psicológica, mas que empobrece pela forma passada. O cinema poderia contribuir de formas ainda melhores que restringir a maior parte da história às mensagens e metáforas, tornando o final algo a parte.
Edifício Master
4.3 372 Assista AgoraCada pessoa é um universo inteiro! E Coutinho se desnuda do egocentrismo, enquanto explorar o todo com as perguntas e intervenções mais simples possíveis. A forma que ele entende que as pessoas gostam de falar delas mesmas - e geralmente sentem um orgulho imenso nisso – enriquece ainda mais a obra.
Sinto que os documentários como esse são mais importantes para os entrevistados do que para o diretor em si, como um processo terapêutico de se mostrar real e compartilhar algo que agonizava enclausurado dentro de si, “Eu vivi isso!”. Escolher tantas histórias banais e marcantes fazem o filme ainda mais tocante, tudo ali merece espaço e Coutinho respeita a dor de cada um.
O longa é uma poesia! Reconhecer a vida de cada morador em seu apartamento padronizado e pequeno é uma verdadeira viagem ao íntimo do desconhecido. Pra quê? E a gente ressignifica e o todo ganha um sentido definitivo: o de conhecer mais uma vida (e isso basta).
A cidade maravilhosa, tão conhecida pelos seus encantos turísticos perde sua romantização ao enxergarmos as vidas dentro de um prédio tão simples. Essa novela é contada através de quem faz a cidade: seus figurantes.
Gente que tem preconceito e é cheia de defeitos, mas que é real. O documentário é grandioso em sua realidade, mesmo com histórias um tanto irreais, mas é isso, a vida é a realidade sem idealização.
A única coisa que me chateia é o fato de que completou 20 anos agora em 2022 e ninguém se propôs a revisitar esses moradores em um projeto de comemoração.
Filho da Mãe
4.4 136 Assista AgoraDoeu demais, doeu de novo!
Emancipation - Uma História de Liberdade
3.8 134 Assista AgoraA intenção do longa é realmente grandiosa. Não conheço o trabalho do Fuqua, mas fiquei interessado em consumir depois de assistir Emancipation. Adorei a fotografia mesclando as cenas com o preto e branco, sem falar de uma boa trilha sonora (um tanto repetitiva) e do presente que a gente recebe com a atuação do Will Smith. O homem está impecável! Se não fosse pelo ocorrido no Oscar, ele estaria concorrendo e tinha muita chance de ganhar. A forma que o ator conseguiu explorar os sentimentos do protagonista em cena, tratando de uma história tão real com essa maestria deve ter sido um trabalho difícil, o que faz de Emancipation grande, mas sai perdendo quando se compara com 12 Anos de Escravidão, por exemplo. O roteiro traz, até certo ponto, uma boa reflexão sobre o oportunismo do cristianismo em relação às colonizações, mas acaba se rendendo ao clichê próximo do final. Quando a perseguição acaba, o filme se torna um pouco arrastado e isso deve explicar o motivo de tanta gente está reclamando, o que não desmerece o longa no todo, ainda é uma boa retratação de como aconteceu o final da escravidão americana concedida pelo presidente Lincoln. Está longe de ser o melhor do gênero, mas valeu a experiência.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraAcabei de assistir o filme e achei um textão de facebook com uma problematização foda, mas não achei que o filme celebra um levante popular, apenas se retro-alimenta no discurso de que o caos social instaurado pelas austeridades neoliberalistas é o bojo para o nascimento do herói máximo e personificação da lógica neoliberal e do estado burguês que vai ser necessário para sufocar esse mesmo levante (o Batman). Diria que é muito mais uma história de origem do Batman do que do próprio coringa, inclusive (e uma trama que vai justificar a necessidade de existência de batmans). Além da visão fatalista de “a humanidade é horrível, é isso, fim da História do Fukuyama”. Ou seja: não leva ninguém para lugar algum.
Achei bem fraco em termos de reflexão, seria melhor ter assistido alguma coisa sobre o Bolívar.
Chicago
4.0 996Apesar de eu achar o roteiro mediano e as protagonistas totalmente detestáveis, ainda sim, fico encantado com tudo. A Catherine Zeta-Jones está a coisa mais linda nesse filme, e arrasa demais, ela ofusca a protagonista e o oscar de atriz coadjuvante foi merecido. O Richard Gere está maravilhoso, adorei o cinismo disfarçado de pretensão do personagem. Sem esquecer da jogada de mestre do diretor em usar nas performances uma alternação entre cenas na prisão com grandes números de Jazz, isso junto aos figurinos e coreografias resultou em algo incrível. A musicas "When You're Good to Mama" e "Cell Block Tango" são minhas favoritas. No mais, adoro a crítica social presente no longa, descrevendo a justiça como um espetáculo, falho e manipulável, com todo o clima efêmero e fútil de Chicago, o estranho fenômeno da celebridade criminosa e a questão da ambição para se chegar a fama.
Paloma
3.9 57Um filme rico em simplicidade e beleza. Que potência! É de uma realidade dolorosa, merece ser ecoada por aí. A história de Paloma me impactou e me fez pensar nas minhas percepções sobre o casamento de casais LGBTQIAP+ nas igrejas, que independente da minha opinião essa discussão está ligada a liberdade da prática religiosa de cada um. A igreja jamais permitiria um casamento e pela lei isso é a forma da igreja promover sua liberdade da prática da fé, culto e da liturgia. Como se num clube que estabelece a regra para seus associados, assim a igreja estabelece suas regras e dita o que pode e o que não. O que é uma pena!
A dor de sermos sonhadores nos leva sempre para um caminho que nem sempre é bom, mas que precisa ter coragem de arriscar viver esse resultado. Que mesmo assim a gente possa sempre sonhar um sonho justo e alcançável.
O filme passou como um sopro, tem muita cena bonita com enquadramentos típicos de filmes nordestinos. Um longa tão cru que não possui o básico dos clichês. A atriz que faz Paloma é muito carismática, merece reconhecimento e outros papéis de destaques. Me lembrou um pouco a Macabéa, personagem de Clarice interpretada pela Marcélia Cartaxo no cinema.
Tudo é triste, mas que bom que a gente pode ser esperançoso pra ser quem a gente realmente quer, mesmo que doa!
Sonhos Roubados
3.2 273 Assista AgoraEu me sinto desconfortável durante todo o filme, muito triste ver a situação dessas meninas sem perspectivas de futuro nem nada. Deveria ter mais políticas públicas de prevenção voltada para os jovens nas periferias principalmente para as mulheres. Esse filme é um soco no estômago, mostra a realidade tão nua e crua no Brasil, muito triste!
O Congresso Futurista
3.9 295 Assista Agora"Pegue seus sentimentos e fuja, esconda-se! Você pode fugir, jogar no lixo, esquecer, deletar, mas tua alma vai mostrar o caminho de volta. Nada valerá a pena se você não enfrentar seus medos e cada sentimento negativo." essa foi a mensagem do filme, para mim. Além da crítica ao hedonismo, ao medo do envelhecimento, crítica aos meios de fuga da realidade, às drogas, às redes sociais, etc. E joga na cara o nosso medo de encarar a realidade!
Blonde
2.6 443 Assista AgoraOlhe para ela, brilhando tanto.
E, no entanto, está tão sozinha.
Machista, sexista e desconfortável... A mulher foi um furacão para ter sido abordada desta forma, é agoniante ver o filme até o final. Em contraponto a direção, a fotografia, os efeitos de imagens e a atuação antológica da Ana de Armas me tiraram o chão.
Os diamantes não são eternos. As almas são!
Diamantes no corpo da Marilyn eram só pedras.
Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo
4.4 163Conheci o Racionais em meados de 2008, em uma época que eu estava perto da adolescência. Me lembro do meu tio ouvindo aquele som que eu não entendia a mensagem, mas tinha um medinho daquela realidade vista nos clipes. Voltei a ouvir depois de conseguir me politizar um pouco, entender melhor a mensagem escutava incansavelmente o álbum "Sobrevivendo no Inferno". Racionais MC's hoje faz parte das minhas ideias, dos meus conceitos, das minhas atitudes, dos meus ensinamentos, me fez entender como funcionava o sistema em relação as pessoas pobres que nasceram, cresceram e sobreviveram em uma periferia.
A Netflix mexeu com um dos maiores grupos da música nacional, senão o maior! Racionais sempre estive lutando contra o sistema, contra o governo, contra a sociedade. As letras e seus movimentos sempre foram voltados para a destruição e a degradação dos jovens negros das periferias, da brutalidade policial, do estado, da exclusão social. Sempre mostrando as consequências do preconceito, do racismo, da miséria, da violência, do crime organizado e principalmente das drogas, soando diretamente como uma denúncia e como um protesto. O próprio Brown fala: "Nós viemos com uma missão através da música. Nossa música era um grito entalado na garganta". Olha a grandiosidade disso!
São tão gigantes quanto os Doces Bárbaros, só que nada sutis. Incomodam o sistema inteiro, do governo aos policiais e os politicamente corretos. Eu, criança, me sentia incomodado. Hoje eu entendo que eles vieram para fazer incomodar e não se calar. E ai está a história dos 4 jovens negros que levaram para o mundo a realidade de um povo através da suas letras. Transformaram a dor, o ódio e a sobrevivência em poesia. Que movimento poderoso! São artísticos, políticos e tornam-se verdadeiras lendas por serem revolucionários. Conseguiram mudar muitos conceitos e desconstruir pré conceitos de muitos.
Não consigo ver de maneira técnica esse documentário, pois sei que ele só potencializa e nos faz reconhecer tudo o que o grupo é. Só acredito que merecia uma série com coisas mais detalhadas, o Racionais é MC’s é muito maior que 2h de doc. Tudo é pouco, mas ainda assim: Obrigado, Netflix!
Que essa voz possa ecoar ainda mais por ai, ninguém calará!
Bar Esperança
3.8 27 Assista AgoraO cinema brasileiro tem tanta preciosidade escondida, como esse filme, mesmo já tendo sofrido censura, falência e agora lida com o monopólio da Globo Filmes e mesmo assim resiste! Devido esse esgotamento criativo redescobrir pérolas como essa é divertido. Que texto delicioso! Muito irreverente e trazendo uma crítica a nossa classe artística maravilhosa e tão atual que assusta como continuamos os mesmos. O casal central é fascinantemente carismático, Marília Pêra e Hugo Carvana são gigantes! O bar reproduz tantos estereótipos conhecidos em qualquer bar do Brasil que é fascinantemente perturbador. Nostalgia pura misturado com o clima de boteco e diálogos interessantes sobre a cultura de massa x cultura popular (novela versus teatro) e outras filosofias mais. Destaco a cena do strip-tease como um marco no cinema brasileiro. Saudade desse ar oitentista que eu não vivi. Um enorme presente para nós!
Medida Provisória
3.6 432A premissa do filme é grandiosa, a direção criativa do Lázaro ramos é massa, mas é que oderia ter sido mais. Talvez eu tivesse esperando algo no roteiro mais parecido com Bacurau e acabei sendo surpreendido com umas cenas meio brigas de comentários do Facebook, ficou no básico. Acho que o que realmente faltou foi uma trama mais pé no chão, a mensagem ainda chegaria, mas ao mesmo tempo é tão próximo de uma realidade que é estranho chamar de distopia. As atuações são boas a galera entrega muito. Não é um filme perfeito, mas está bem longe de ser péssimo. É ousado, original e vale a pena ser conferido!
Tieta do Agreste
3.0 105Depois de quase dois anos após assistir à novela decidi dar uma chance ao filme só para não comparar as obras, mas impossível não se frustrar. Talvez na mão de um diretor diferente o filme se tornasse inesquecível, mas o que segura o filme são as atuações impecáveis. Sônia Braga o Brasil é todinho seu, assim como é de Tieta e também da Betty Farias. O que eu odiei no roteiro eu adorei na fotografia. Acho um pecado quando se retira toda a crítica social dos livros de Jorge Amado e deixa apenas o entretenimento, mas não para de ser grandioso. Tieta é grandiosa, sou apaixonado pela personagem e a trilha de Caetano? Ah, eu amo!
Hellraiser: Renascido do Inferno
3.5 858 Assista AgoraDesde criança eu tinha medo sem nem ter assistido ao filme, lembrei de ver hoje(já com 26 anos), e estou muito surpreso: jurava que o Pinhead que era o protagonista!
Um cultzão trash de muita qualidade, eu adorei! Não sei se vou continuar a assistir a franquia, pois já estou com medo de ficar uma bosta, não acho que tem tanto enredo para uma continuação, ou estou subestimando? Mas de longe, já quero ler os livros!
Terra Estrangeira
4.1 182 Assista AgoraA cena de Fernanda Torres dirigindo enquanto canta Vapor barato que continua na voz indiscutível de Gal Costa faz desta experiência cinematográfica ainda melhor. Está entre as minhas cenas favoritas do cinema brasileiro. Que filme, meus amores. Que filme!
Malena
3.9 406 Assista AgoraImpossível não ouvir Geni e o Zepelim e não lembrar de Malena.
Orfeu do Carnaval
3.7 123 Assista AgoraÉ numa manhã de carnaval, através das cordas de um violão que nasce o romance entre Orfeu e Eurídice. Assim como o dia é passageiro, esse amor também acaba cedo.
A história mitológica do casal foi trazido por Vinicius de Moraes para o Rio do século 20. A peça Orfeu da Conceição, de 56, deu origem ao filme de 59: Orfeu Negro (ou Orfeu do Carnaval).
O longa, dirigido por Marcel Camus, foi o responsável por disseminar nossa cultura carnavalesca e apresentar pro mundo o samba carioca através de uma trilha sonora riquíssima que traz: Luiz Bonfá, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Antônio Maria. E é nas letras de músicas como: A felicidade, O nosso amor e Manhã de Carnaval que vemos toda esse inebriante romance acontecer. O mito grego torna-se negro para acontecer aqui. Impossível não pensar em Eurídice como uma Oxum, Orfeu como um Xangô e sua noiva, Mira, como Iansã. Ainda arrisco lembrar de uma história parecida trazida por Vinicius de Moraes e Toquinho, em outro momento, através da música: Canto de Oxum.
Com cenas machistas, coisa comum pra época, o filme também é carregado de música brasileira e outros elementos da nossa cultura.
A presença da religião, no longa, é forte e bonita pois é ali que entra o sobrenatural da mitologia. Nem o diálogo, nem as atuações são tão importantes quanto a estética do filme e as cenas onde os personagens dançam e mostram a verdadeira energia do carnaval. Mas é inegável como as cenas de dança se tornam arrastadas e demasiadas, tornando o Brasil o país só do carnaval. Outros acontecimentos são os frames focados nos corpos das mulheres com o intuito de erotizar, mas que apesar disso é uma história cheia de magia e emoção. Há melancolia que contrasta com o carnaval, isso é Brasil!
Tristeza não tem fim, felicidade sim!
O Padre e a Moça
3.9 51Entre diálogos bem desenvolvidos - até porque é inspirado em um texto do Carlos Drummond - existe vida e morte, religião e repressão, amor e culpa. O filme é carregado de uma melancolia capaz de parecer um personagem próprio. O amor proibido que flerta com a complexidade dos sentimentos que vem com a busca do autoconhecimento e das descobertas de sensações e das culpas tornam todo o enredo com uma força inenarrável.
Mães do Pina
4.3 6Eu fiquei extremamente encantado! Perceber a grandiosidade dessas Yalorixás e de como a sociedade vai pra frente quando uma mulher negra se movimenta - quando digo isso não relaciono tanto a cor da pele delas, mas a vivência de uma mulher negra a partir do momento em que elas tornam-se de terreiro e passam a ter uma vivência de mulher negra-.
A religião, apesar da beleza, precisa lidar o tempo inteiro com a desigualdade social e isso é bem mostrado no documentário. O Candomblé é uma religião de resistência até os dias atuais, e isso é mostrado em um bairro que sofre de invasões cada vez mais constantes, mas as mães de santo estão lá resistindo. As Yabás estão bem representadas!
My Name is Now, Elza Soares
3.2 17Esperei muito uma enorme obra sobre Elza Soares, afinal estamos falando sobre a cantora do milênio, mas achei simplista e sem sentido diversas vezes. A história de Elza é realmente gigante, é uma história de resistência, de força e luta, mas o longa deixa só o gostinho de quero mais. É bonito, mas foi uma forma muito cansativa, tem cenas que não acontecem nada. O conceito é maravilhoso, mas é pouco demais para A Mulher Do Fim Do Mundo.