Há muito tempo conhecendo d'Os Miseráveis nada além do nome de Jean Valjean e do histórico crime por ele cometido, decidi finalmente assistir a uma adaptação da obra de Victor Hugo, isso às vésperas de começar a ler o seu trabalho. Sempre gostei muito de musicais, então, por que não? O que poderia dar errado? Russell Crowe dá vida a Javert, um típico patriota, defendendo os interesses que julga serem os mais sinceros e benéficos ao seu país; Jean Valjean é interpretado por Hugh Jackman, e é um rapaz de bom coração, é o que dizem; Anne Hathaway encarna - e é sua a melhor atuação do filme, em minha opinião, e talvez seja essa uma das melhores em sua carreira - Fantine, que faz de tudo para proporcionar à sua pequena filha, Cosette (Amanda Seyfried), a melhor qualidade de vida que pode oferecer. Outros personagens menores na trama, como os de Eddie Redmayne e da Helena Bonham Carter, também foram muito bem representados em tela. A direção do Tom Hooper proporciona um grande prazer ao se notar o quanto deve ter sido difícil fazer trabalharem de forma tão bem ordenada atores de grande porte que não estão exatamente habituados a trabalhar com musicais no cinema. É um belíssimo revival dos épicos musicais, mas é também uma linda obra de arte fílmica, com direito a todos os modernos recursos oferecidos pela indústria e por Hollywood. Com tantos traços marcantes e elementos a favor do filme, pergunto novamente: o que poderia dar errado? Bem, o que normalmente faz tudo, em qualquer forma de arte, dar errado: a mordida venenosa do comum. Apesar de tudo, o fato de o romance entre Marius e Cosette não merece a atenção devida, assim como o relacionamento entre Fantine e Valjean, o que passa a impressão de que se trata de um filme superficial, o que inflama a visão que se tem do livro de Victor Hugo, o que é uma impressão distorcida e simplista da realidade: Os Miseráveis, o filme de 2012, pois não posso ainda falar do livro, não é superficial. Não é raso. Ou não de todo, pelo menos. O filme erra ao apresentar algo que, se não seria aprofundado, não precisaria ser mostrado com tamanho foco. Não imagino como esse trabalho poderia ser feito, mas percebam que (e acabei de descobrir isso) Victor Hugo dedica um volume inteiro ao relacionamento entre Valjean e Fantine, enquanto aqui mal percebemos a relação dos dois como algo existente: ficou pobre. Isso sem falar do que há entre Marius e Cosette, que não merece ser mencionado. Essas não são palavras de alguém que leu o livro e o tem em maior estima que o filme pela sua profundidade, mas pensamentos de alguém que viu o filme e, quanto a esses pontos, sentiu que foi feita uma abordagem descuidada e reducionista desses pontos. Está claro, desde o começo, que merecia uma abordagem mais profunda os vínculos entre Valjean, Cosette, Marion e Fantine. O contraste social está lá, a tensão está sempre presente, a revolução é mostrada com maestria, assim como o seu desgaste. Também como os dramas pessoais do Valjean e o seu constante embate, físico ou moral, com Javert. Não se trata de um filme raso: malgrado não seja lá essa grande obra de incursão filosófica, política, religiosa etc. que o Victor Hugo gostaria que fosse, eu imagino, deixa pouco a desejar. Por fim, minha opinião sobre o estilo: musical. E quanto a isso, o que poderia dar errado? Quase nada. Não fosse o fato das músicas serem ruins. Se não forem ruins, são pelo menos muito mal interpretadas. Elas são do musical homônimo oitentista, composto por Claude-Michel Schönberg, mas, perdoem-me os mais cultos, não foi isso tudo. As letras deixam muito a desejar, a despeito de algumas excepcionalíssimas ocasiões. As melodias são bem trabalhadas, e o elenco, ao cantá-lo, está muito bem organizado e seguro, mas poderiam muito bem ter saído de um musical ruim qualquer. Contudo, o seu maior pecado é também o seu maior trunfo: as canções se encaixam muito bem em todas as cenas. Bem até demais, talvez? Talvez.
Assisti a esse filme pela primeira vez hoje, um dia após, depois de dois anos, ter visto meu cachorro ser mandado embora. É o seu terceiro dono, e ele só tem dois anos e meio. Vi em algum lugar que o vínculo existente entre um cachorro e um ser humano a que ele se habitua é como o relacionamento entre uma mãe e um filho. Sinto como se um pedaço muito grande tivesse sido arrancado violentamente do meu peito, e ver esse filme só piorou a situação ao reafirmar uma ideia que já estava consolidada dentro de mim há dois dias: um pedaço dele também foi embora. Quanto mais o tempo passa, menos entendo os homens e muito menos essa força estranha que move as coisas.
Um dos melhores suspenses que já vi, senão for o melhor!!! Atuações inigualáveis dentro do gênero, com destaque ao Anthony Hopkins, merecendo destaque também o roteiro, a montagem e a trilha sonora, além da direção Jonathan Demme, que colaborou para que tudo desse extremamente certo em O Silêncio dos Inocentes!
Olha, fui assistir esperando ficar entediado mas felizmente fui surpreendido: com seu sublime roteiro, diálogos memoráveis, personagens marcantes e belíssimas atuações, Casablanca merece a posição de um dos maiores clássicos do cinema. Lindíssimo, lindíssimo! Os últimos momentos da trama são realmente o ponto alto do filme: quem diria que o Rick seria mesmo tão sentimental? E o que dizer do Louie, de quem não esperávamos nada além de sacanagem? Claro que as circunstâncias permitiram que aquela bela amizade começasse, mas não deixa de ser um final legitimamente inesperado. Um dos filmes que pretendo assistir ainda muitas e muitas outras vezes nessa minha vida! "We'll always have Paris"
Peca por sua extensão e pela -- muitas vezes -- desnecessária repetitividade, que, apesar de servir para intensificar a sensação de enclausuramento e tortura, serve, em outros momentos, apenas para entediar. A imersão do espectador poderia ter sido feita de outros modos que não o da muito exaustiva repetição - exaustão já seria suficiente. Yves Montand é um ótimo ator, pode-se notar, um dos melhores do cinema francês, e vê-lo desgraçado assim causa grande dor, mas também é a sua atuação, além da direção do Costa-Gavras, responsável por fazer-nos sentir repulsa pelo sistema de perseguição e repressão adotado pelo stalinismo. Notamos no filme a vida e a morte de um sistema já consolidado, um sistema totalitarista - não autoritário, diga-se de passagem, por se atrever a adentrar na vida de cada um em todos os seus mais minusculos aspectos - em que a verdade, como somos bem apresentados, é a verdade do líder e do Partido, a que todos estão submetidos, afastada a democracia e os direitos civis, pelo menos na prática, uma vez que, legalmente eram mantidos - como podemos ver, por exemplo, na cena dos advogados de defesa. Um nome que muito me chamou a atenção desde o princípio foi o de Raoul Coutard como diretor de fotografia. Apesar de ter certeza de já ter ouvido o nome antes, não sabia qual era a referência por mim utilizada, e descubro só agora que foi ele o diretor de fotografia nos clássicos A Bout de Souffle e Vivre sa Vie, além de outros trabalhos do notável cineasta Jean-Luc Godard. Não deu outra: a fotografia é belíssima e consegue transmitir com perfeição o clima almejado pelo filme. Não sei se quem é responsável pelas montagens é essa equipe de "Film Editing", mas se for, merece palmas - aliás, o Tocantins inteiro - Françoise Bonnot, mais notadamente pela cena de transição entre a queda do personagem do Yves, um balde de água sendo derrubado e a sua visão de uma praia, além de outras cenas de sobreposição de imagens que ficaram cravadas em minha mente, aquelas em que Artur relembra, ao ver a foice e o martelo, às vezes quase que tentado a desacreditar do partido, dos horrores da guerra ou, mais recentemente, da revolução. Sério, só vacilou por causa da extensão. Poderia ter durado menos.
Into my Arms sempre me pega desprevenido. :/ Gostei muito da história, mas vou ser sincero e admitir que a primeira coisa em que pensei foi ele viajando para um futuro pós-apocalíptico ou, de fato, matando Hitler ou ficando com Helena de Tróia. hahaha É um filme de grande beleza e muito sutil, mas que consegue acompanhar bem o desenvolvimento do personagem central, Tim. Além da trilha sonora e do argumento, este último um pouco menos original, é verdade, não vi nada que merecesse destaque. Contudo, vale analisar se o Tim realmente manipulou Mary, porque, percebam bem, em certo nível, admitir isso é admitir que você mudar de ideia sobre um tópico de conversação com o qual irá abordar alguém em que está interessado ou interessada a partir de um hearsay ou de um trecho de uma conversa envolvendo essa pessoa que você pegou no ar também é errado. Tim voltou no tempo para saber mais sobre a garota. Não há de se falar de amoralidade porque o que é moral é o que o homem diz que é moral. Só poderia haver debate sobre a moralidade do comportamento de Tim se houvesse alguém mais ciente do que ele tinha feito, alguém cujo conceito de moral diferisse daquele do Tim. Como isso não ocorreu, logicamente o comportamento de Tim permanece imaculado.
Por mais que doa, precisa doer; por mais que se ame e se deseje jamais ter amado, é preciso amar; por mais que se queira esquecer, lembrar é a condição de existência do homem. Um homem que não lembra não existe. Algo interessante sobre o filme é a perspectiva que a alinearidade oferece: a princípio, pensamos que estamos lidando com o começo de tudo. Mas percebam: as primeiras cenas são referentes a coisas que aconteceram depois da execução do procedimento. Ao final do filme, Clementine implora ao Joel que ele não pare a execução da gravação. Ouvir aquilo era necessário ao progresso dos dois, e foi esse o objetivo da Mary ao enviar os documentos de volta aos seus proprietários: levar a eles uma parte da sua vida que não poderia ter sido esquecida. O que isso significa? Que Joel esquecer Clementine ocasionaria a ruína do "segundo" relacionamento deles, quando a lembrança, e o brilho eterno de uma mente por ela formada, ocasionaria a possibilidade de um recomeço. Poderia dar errado, poderia dar certo. Terminamos o filme sem saber o que realmente aconteceu depois do procedimento entre Joel e Clementine. Porém é certo que os dois saíram muito mais forte do primeiro e viveram com muito mais força o segundo.
Ok, esse é claramente inferior ao primeiro, mas vamos admitir que esse também deixa suas marcas. Cara, a sequencia deles fora d'água foi muito maneira! Além disso, Bubbles melhor pessoa kkkkkkkkkkkk Valeu muito a pena por causa dele! hahahahaha
Ok, a atuação do Al Pacino foi sensacional, a equipe de montagem e a direção de arte foram perfeitas, e a direção do Brian merece aplausos, mas esse roteiro e essa trilha sonora do Moroder... Meu Deus!!!
Essa é a segunda vez que assisto a Never Let Me Go e a sensação é a mesma: vi algo cruel acontecer diante dos meus olhos. Não é apenas a crueldade da vida, nele retratada, que me choca, mas a crueldade do argumento nele utilizado. O mais intragável, o que mais me sensibiliza, é a produção em série de pessoas que têm, desde o nascimento, definido tudo aquilo que irão fazer de suas vidas. "Perguntem para qualquer um", pergunta em determinado momento, não exatamente com essas palavras, a Madame, "se aceitariam a volta das velhas doenças". "Ninguém aceitaria", ela conclui. Até que ponto é moralmente aceitável realizar tamanhos sacríficios em função de um alegado bem comum?
Sinceramente, não entra em minha cabeça como se desenvolveu o relacionamento entre o Ruth e o Tommy. Ruth surge dentro da vida dele do nada. Puta menino criado a leite com pêra. Af, que raiva. Não faz sentido aquilo não, oush.
Fotografia 8/10 Elenco 7/10 - a cara de retardado do Tommy enche o saco Roteiro 6/10 Direção 7/10
"Sorrow will pass, I promise. Life is so unimportant. And from now onwards you will dance like nobody before."
Que mais lindas atuações nessa sequencia final, sem mencionar a direção de arte e os atores secundários que conseguem levar o teatro para o cinema, além, é claro, das danças! Ah, a dança...
And now... Um comentário de verdade sobre o filme: Quantos de nós pode dizer que jamais se enxergou como o Tyler? Francamente, o emprego dos seus sonhos talvez não seja o emprego dos sonhos dos seus pais. Citando um post que vi mais cedo, cortar algumas necroses familiares é importante antes que elas consumam aquilo que sobrou de nós mesmos e do nosso real espírito depois de anos de interação e modelagem. Há momentos de grande beleza no filme, com destaque para a cena final, tão repetida em diversas páginas e pelos fãs. Nunca imaginei que "You met me at a very strange time of my life" fosse uma frase dita em circunstâncias de tamanho impacto visual e emocional! Clube da Luta consegue mostrar também a gênese de movimentos de rua, e como os seus seguidores apenas repetem determinadas ideias sob força do efeito multitudinário que cai sobre eles. Muitas coisas foram feitas em defesa de um ideal com o qual os membros concordavam, de minimalização da vida, de alcançar o fundo do poço e de perder tudo para poder, assim, ganhar tudo... Mas sabe de uma? Os bancos que se explodam!!! David Fincher é um excelente diretor que sabe, como poucos, trazer com maestria esse clima nervoso e psicótico aos seus filmes. Sua direção é magistral, quebrando a quarta parede nos momentos certos, fazendo uma espećie de metacinema, um filme que se explica enquanto filme: hoje eu aprendi o que é... Esqueci como as manchas que podiam aparecer entre um e outro quadro de um filme é ou era chamado pelo meio cool dos cineastas. Uma pena, porque o Popcorn Time não está ajudando. O trio de protagonistas atua muito bem: talvez objeto de estranhamento por aqueles que, como eu, estão acostumados a vê-la atuando em filmes mais infantis -- ou mais for the entire family --, Helena Bonham Carter é uma ótima mulher confusa com tendencias suicidas, transmitindo com grande sensibilidade a sensação de se estar perdido, sendo uma caricatura que funciona muito bem; Brad Pitt se apresenta em um dos seus melhores momentos, e isso quase todos nós podemos falar com certeza, dada a costumeira explosão ocasionada pelos seus filmes nos cinemas brasileiros, mas quem ganha as telas é Edward Norton, com seu personagem neurótico, perdido, psicótico, reflexo de toda uma geração -- ou mais de uma, quem sabe? -- criada por mães. Será que a cura dos nossos problemas está mesmo nas mulheres? Acho que o filme terminou por contribuir com a desconstrução da visão da mulher enquanto objeto, existente apenas para satisfazer o homem e solucionar os seus problemas: Marla mesmo é uma personagem indescritivelmente forte e de grande densidade emocional.
Bom ou ruim, uma coisa é certa: Gênesis é o quarto filme da série. Salvação não existiu. Furos no roteiro sempre existiram, desde o primeiro filme, pois é assim que são as viagens no tempo.As atuações não foram de grande destaque, nem mesmo a do Arnold, mas puderam ser digeridas. As cenas de ação são boas. A trilha sonora, porém, apenas está lá, não emociona tanto quanto costuma emocionar a trilha de um grande filme de ficção científica. De toda forma, acho que a principal falha do filme foi o reflexo de uma plateia que não sabe esperar. Custava deixar o T-800 "virtualmente morto", ou melhor, deixar ainda mais clara a sua morte, a fim de que ou nos deixasse certos de que não haveria outro filme ou incertos de que haveria? Gênesis prende, mas já nasce com um mal planejado (porque muito explicitamente divulgado) roteiro de primeiro filme de uma nova franquia. Apesar disso, consegue prender, e é uma excelente diversão que com certeza trará a tona velhos sentimentos para todo mundo que a ele assistir.
Kingsman: Serviço Secreto é um filme arrasador em vários sentidos. Com um fantástico tratamento do mundo da espionagem, oferece a quem assiste cenas de comédia, ação e muita, muita, muuuuuita violência e muitos clichês. Uma organização secreta criada pela aristocracia mundial no século XVIII que sobrevive ao longo do tempo sem sequer ser notada é algo que já vimos, porém, em poucas oportunidades. Os nossos agentes mais queridos são secretos: as agências a que pertencem nem tanto. Apesar disto, o festival de mais-do-mesmo que acompanhamos em alguns momentos funciona incrivelmente bem, dada a quantidade de elementos novos que surgem em tela. Todos já ouvimos falar de planos megalomaníacos de destruição do mundo, mas nunca de algo assim; já ouvimos falar de belas histórias de amizade entre mestre e pupilo, mas nenhuma que terminasse daquele jeito. Em suma, jamais vimos algo como Kingsman. A primorosa atuação do Colin Firth (Galahad), aliada ao seu belo sotaque britânico, merece destaque no filme. Assim como ele, Samuel L. Jackson (Valentine), outro veterano, é quem brilha mais na tela. Taron Egerton é um jovem ator que tem futuro, mas deixa bastante a desejar, passando a impressẫo de que, ao vê-lo, vemos um filme mais ou menos, um filme qualquer, não um dessa grandeza. A personalidade do seu character, Eggsy, consegue passar com a vida que leva o que o ator não consegue com suas expressões: que é alguém buscando fazer algo bom no mundo. Merece destaque a cena da Igreja, que, ao som de Freebird, fez nascer em mim uma sensação de que eu sou, sim, um grande merda desumanizado por ter achado aquilo tão bonito. Mas convenhamos: foi belíssimo. A violência utilizada em todo o filme transmite essa sensação estranha, um misto de alegria e dor, um sadismo sobre o qual preferimos não falar, e é por isso mesmo que não irei me prolongar. A fotografia é belíssima, e o roteiro é de arrepiar! Palmas.
Star Wars: O Despertar da Força é o sétimo episódio de uma das sagas mais bem-sucedidas da história do cinema. Recheado de referências que até mesmo os mais ou menos leigos, que, como eu, a despeito de terem assistido a todos os filmes da franquia, não podem se declarar seus grandes fãs, o filme, dirigido por J. J. Abrams, consagrado cineasta, conhecido por seus excelentes blockbusters, que vão muito além de "buster an entire block", não peca em nada. Ou seria em QUASE nada? É o que veremos. Sobre Kylo Ren, apesar de ser um personagem que tem muito para mostrar, tenho medo do que a Disney permitirá que seja feito. Por um lado, Star Wars nunca foi uma saga exatamente adulta, o que impossibilitaria que o contrário ocorresse nesse novo desenrolar de episódios, apesar da mudança de ares e dos tempos em que eles estão sendo feitos, isto é, que houvesse uma maturação do conteúdo; entretanto, acho que a Disney não permitir que o próximo episódio seja mais adulto, trate os problemas de Kylo com maior profundidade, vai ser um grande desserviço aos fãs que querem conhecer mais da sua personalidade. Aquela crise dele, porém, definitivamente não foi algo que gostaria que meus filhos vissem. Talvez a atuação do Adam Driver que tenha sido muito louca, mas ainda assim tenho medo do que a Disney pode fazer. Amei os cortes, a fotografia, o 3d, a trilha sonora, a química... amei tudo!
Depois farei uns comentários mais bem elaborados, mas um resumo de tudo foi: alegria, tristeza, vontade de que o filme nunca acabasse, emoção, vontade de não levantar. Que tempos grandiosos escolheram para nós vivermos, malandro!
Estava vindo comentar sobre o filme... Até iria responder ao comentário feito abaixo pela amiga Mariane, mas a simples verdade é que temo não poder colocar muito mais do que "Bertrand ♥♥♥" porque qualquer outra palavra poderia me denunciar, denunciar o quanto me identifiquei com Bertrand e a sua necessidade de estar cercado de mulheres, de amar cada uma delas sem que elas entendam isso. Definitivamente não estou preparado para falar de um trabalho cujo personagem principal me fez sentir tão bem representado, apesar das diferenças. Bertrand ♥♥♥
Suspense muito bem elaborado! Os diálogos protagonizados pelo personagem do Javier Bardem são excepcionais e contribuem muito com o clima neurótico do filme. Para mim, foi uma experiência interessante porque esperava, a cada minuto, ouvir uma música de fundo que fosse, um tiroteio eletrizante cheio de sangue explodindo em minha tela enquanto assistia quando, apesar de não ter visto nada disso, me senti entretido durante todo o seu transcorrer. Arrisco-me a dizer que é um dos poucos filmes que já assisti que me fizeram sentir fascinado apenas por aquilo que estava acontecendo, de forma crua, sem manipulações sentimentais envolvendo frases batidas (ok, com exceção do "você não precisa fazer isso"), canções badaladas e outros artifícios costumeiramente utilizados em outras obras. Esses artifícios não são absolutamente ruins, mas quando notamos que, apesar da sua ausência, estamos face a um filme de duas horas que não falha em momento algum com a missão de capturar a atenção do espectador, percebemos também a gama de possibilidades que o cinema oferece. A fotografia é espetacular, e fico feliz por ter baixado em 1080p, pois não teria notado tamanha beleza se tivesse assistido a ele com qualidade inferior.
Super interessante! É legal perceber como, cerca de dez anos após o fim da série original, suas marcas conseguiram ser reproduzidas, e não me refiro apenas à notável presença dos personagens que mais amamos (Kirk, Spock, Uhura, Bones, Scott, Sulu e Chekov), mas também à filosofia, à criatividade e às tretas presentes tanto na série quanto no filme. Destaque-se Bones, sempre de birra com tudo. Pegou até a parte do Scotty aqui. A ideia de promover um encontro entre uma máquina e o seu criador e de entendê-la como uma criança que aprendeu tanto que criou consciência própria (porque talvez não haja outra forma de formarmos uma espécie de consciência senão a partir de referências) é genial e pode nos levar a reflexões fantásticas sobre a forma como nos relacionamos com Deus, por exemplo. Imerso numa crise, o Sr. Spock, se vê como palco de uma batalha entre o seu lado puramente lógico ou vulcano - em busca do Kolinahr - e o seu lado humano sensitivo. Ao perceber no que consiste V'ger, percebe o que deveria saber há muito tempo: apesar de sua pura lógica, era estéril e frio... With no mistery or beauty. Ele deveria ter sabido. Mais tarde, ao enfrentar a máquina viva face a face, percebe muito mais: mesmo possuindo todo o conhecimento deste universo, ainda faltava algo. Amor? Talvez. Contato físico, apenas? Não sei. Daí em diante, seu trabalho em Vulcano estaria terminado. A arrogância de Kirk no começo não é uma surpresa: ele é assim por quase toda a série, apesar do seu constante carisma. Não vi muita diferença. A cena da Enterprise saindo daquela explosão foi linda, de chorar! Os efeitos especiais são muito bons, principalmente em comparação com a série, e a nova Enterprise ficou muito mais elegante e bonita (não sei se vi a versão remasterizada, mas suponho que mesmo na versão original os avanços devem ser facilmente notados). A trilha sonora é bem legal, e o vínculo mais forte com 2001, na minha opinião, foi a fotografia, em alguns momentos. Falando nisso, preciso reassistir a 2001! Omg! Enfim, foi uma boa experiência que merecia um comentário mais longo.
Definitivamente um dos melhores filmes sobre super-heróis que já vi até hoje! Seja pelo roteiro, pelos efeitos especiais de lascar, pela forma utilizada para contar a história, pelos personagens e atuações e mesmo pelo seu alto teor filosófico, Watchmen não deixa a desejar em absolutamente nada. É um filme longo, mas agradável e visualmente bonito, além de contar com uma trilha sonora marcante, a direção excepcional do Zack Snyder e montagens no mínimo inesperadas, mas nem por isso descabidas (sexo ao som da versão do Leonard Cohen de Hallelujah? Eu quero é mais!). Transcende o nível da maioria dos outros filmes sobre heróis e heroínas, constantemente nos lembrando de que herói é gente que nem a gente. Sob outra ótica, podemos fazer um paralelo (na verdade, é a coisa mais clara que podemos ver no filme e também na sociedade) com a recepção dos justiceiros e vigilantes. Então... Vocês viram a merda que vira, né? Então, crianças, enquanto um Superman moralmente perfeito e plenamente virtuoso não nos aparece, recusemos os justiceiros, que a qualquer momento podem sacrificar a sua vida em prol de tantas outras. Bem, talvez seja esse o sentido de justiça, mas isso fica para outra hora... Na minha opinião, um dos fatores mais estranhos - e legais - do longa é a tese de que só foi possível o estabelecimento da paz e o fim de uma guerra (ou de uma guerra latente) por meio de outra guerra, esta com dois lados: os homens e o Dr. Manhattan. Ou seja, só a partir da criação de novos inimigos, contra os quais toda a humanidade se sentisse convocada a lutar, seria possível uni-la como uma "grande comunidade hippie", como é, não exatamente nestes termos, mencionado no filme. Quais são os nossos inimigos hoje? Será que podemos apontar com clareza quem são aqueles contra quem todos nós queremos, com todas as nossas forças, lutar? E se é possível apontar esse(s) inimigo(s), o quanto cada um de nós está disposto a sacrificar? Porém, antes de respondermos a estas perguntas, acredito que devemos perceber as consequências de nossas respostas, isto é, notar o quanto elas fortalecem o vínculo que há entre cada um de nós e os nossos irmãos, sob pena de, se não se levarem em conta estas informações, cairmos num grande abismo que mais nos afasta do que aproxima uns dos outros.
Jamais me senti tão verdadeiramente emocionado e num estado de tão profunda reflexão ao assistir um filme desse tipo quanto no momento após a morte do Rorschach.
Sinceramente, acho que é um dos filmes mais representativos da minha geração de jovens. Tipo... Cara, meninos sarados? Check. Meninos muito inteligentes? Check. Piadistas? Check. Super geeks que sabem tudo sobre tudo de quadrinhos, séries etc? Check. E a gente, que não sabe de nada, mas é cheio de anseios, se encaixa onde? Pessoalmente, acho que no lugar do Dave. Me identifiquei bastante com os filmes, os efeitos, a trilha sonora, a criatividade do roteiro e tal. Não achei nem um pouco clichê. Logo, logo irei assistir ao segundo, que espero que seja tão bom quanto o primeiro.
Os Miseráveis
4.1 4,2K Assista AgoraPra começar, amei esse final e as cenas de luta♥
Pra ser prolixo,
Há muito tempo conhecendo d'Os Miseráveis nada além do nome de Jean Valjean e do histórico crime por ele cometido, decidi finalmente assistir a uma adaptação da obra de Victor Hugo, isso às vésperas de começar a ler o seu trabalho. Sempre gostei muito de musicais, então, por que não? O que poderia dar errado?
Russell Crowe dá vida a Javert, um típico patriota, defendendo os interesses que julga serem os mais sinceros e benéficos ao seu país; Jean Valjean é interpretado por Hugh Jackman, e é um rapaz de bom coração, é o que dizem; Anne Hathaway encarna - e é sua a melhor atuação do filme, em minha opinião, e talvez seja essa uma das melhores em sua carreira - Fantine, que faz de tudo para proporcionar à sua pequena filha, Cosette (Amanda Seyfried), a melhor qualidade de vida que pode oferecer. Outros personagens menores na trama, como os de Eddie Redmayne e da Helena Bonham Carter, também foram muito bem representados em tela.
A direção do Tom Hooper proporciona um grande prazer ao se notar o quanto deve ter sido difícil fazer trabalharem de forma tão bem ordenada atores de grande porte que não estão exatamente habituados a trabalhar com musicais no cinema. É um belíssimo revival dos épicos musicais, mas é também uma linda obra de arte fílmica, com direito a todos os modernos recursos oferecidos pela indústria e por Hollywood.
Com tantos traços marcantes e elementos a favor do filme, pergunto novamente: o que poderia dar errado?
Bem, o que normalmente faz tudo, em qualquer forma de arte, dar errado: a mordida venenosa do comum.
Apesar de tudo, o fato de o romance entre Marius e Cosette não merece a atenção devida, assim como o relacionamento entre Fantine e Valjean, o que passa a impressão de que se trata de um filme superficial, o que inflama a visão que se tem do livro de Victor Hugo, o que é uma impressão distorcida e simplista da realidade: Os Miseráveis, o filme de 2012, pois não posso ainda falar do livro, não é superficial. Não é raso. Ou não de todo, pelo menos. O filme erra ao apresentar algo que, se não seria aprofundado, não precisaria ser mostrado com tamanho foco. Não imagino como esse trabalho poderia ser feito, mas percebam que (e acabei de descobrir isso) Victor Hugo dedica um volume inteiro ao relacionamento entre Valjean e Fantine, enquanto aqui mal percebemos a relação dos dois como algo existente: ficou pobre. Isso sem falar do que há entre Marius e Cosette, que não merece ser mencionado.
Essas não são palavras de alguém que leu o livro e o tem em maior estima que o filme pela sua profundidade, mas pensamentos de alguém que viu o filme e, quanto a esses pontos, sentiu que foi feita uma abordagem descuidada e reducionista desses pontos. Está claro, desde o começo, que merecia uma abordagem mais profunda os vínculos entre Valjean, Cosette, Marion e Fantine.
O contraste social está lá, a tensão está sempre presente, a revolução é mostrada com maestria, assim como o seu desgaste. Também como os dramas pessoais do Valjean e o seu constante embate, físico ou moral, com Javert. Não se trata de um filme raso: malgrado não seja lá essa grande obra de incursão filosófica, política, religiosa etc. que o Victor Hugo gostaria que fosse, eu imagino, deixa pouco a desejar.
Por fim, minha opinião sobre o estilo: musical. E quanto a isso, o que poderia dar errado? Quase nada. Não fosse o fato das músicas serem ruins. Se não forem ruins, são pelo menos muito mal interpretadas. Elas são do musical homônimo oitentista, composto por Claude-Michel Schönberg, mas, perdoem-me os mais cultos, não foi isso tudo. As letras deixam muito a desejar, a despeito de algumas excepcionalíssimas ocasiões. As melodias são bem trabalhadas, e o elenco, ao cantá-lo, está muito bem organizado e seguro, mas poderiam muito bem ter saído de um musical ruim qualquer.
Contudo, o seu maior pecado é também o seu maior trunfo: as canções se encaixam muito bem em todas as cenas. Bem até demais, talvez? Talvez.
Sempre ao Seu Lado
4.3 4,1K Assista AgoraAssisti a esse filme pela primeira vez hoje, um dia após, depois de dois anos, ter visto meu cachorro ser mandado embora. É o seu terceiro dono, e ele só tem dois anos e meio. Vi em algum lugar que o vínculo existente entre um cachorro e um ser humano a que ele se habitua é como o relacionamento entre uma mãe e um filho. Sinto como se um pedaço muito grande tivesse sido arrancado violentamente do meu peito, e ver esse filme só piorou a situação ao reafirmar uma ideia que já estava consolidada dentro de mim há dois dias: um pedaço dele também foi embora.
Quanto mais o tempo passa, menos entendo os homens e muito menos essa força estranha que move as coisas.
O Silêncio dos Inocentes
4.4 2,8K Assista AgoraUm dos melhores suspenses que já vi, senão for o melhor!!! Atuações inigualáveis dentro do gênero, com destaque ao Anthony Hopkins, merecendo destaque também o roteiro, a montagem e a trilha sonora, além da direção Jonathan Demme, que colaborou para que tudo desse extremamente certo em O Silêncio dos Inocentes!
Casablanca
4.3 1,0K Assista AgoraOlha, fui assistir esperando ficar entediado mas felizmente fui surpreendido: com seu sublime roteiro, diálogos memoráveis, personagens marcantes e belíssimas atuações, Casablanca merece a posição de um dos maiores clássicos do cinema. Lindíssimo, lindíssimo! Os últimos momentos da trama são realmente o ponto alto do filme: quem diria que o Rick seria mesmo tão sentimental? E o que dizer do Louie, de quem não esperávamos nada além de sacanagem? Claro que as circunstâncias permitiram que aquela bela amizade começasse, mas não deixa de ser um final legitimamente inesperado. Um dos filmes que pretendo assistir ainda muitas e muitas outras vezes nessa minha vida!
"We'll always have Paris"
A Confissão
4.2 22Peca por sua extensão e pela -- muitas vezes -- desnecessária repetitividade, que, apesar de servir para intensificar a sensação de enclausuramento e tortura, serve, em outros momentos, apenas para entediar. A imersão do espectador poderia ter sido feita de outros modos que não o da muito exaustiva repetição - exaustão já seria suficiente.
Yves Montand é um ótimo ator, pode-se notar, um dos melhores do cinema francês, e vê-lo desgraçado assim causa grande dor, mas também é a sua atuação, além da direção do Costa-Gavras, responsável por fazer-nos sentir repulsa pelo sistema de perseguição e repressão adotado pelo stalinismo.
Notamos no filme a vida e a morte de um sistema já consolidado, um sistema totalitarista - não autoritário, diga-se de passagem, por se atrever a adentrar na vida de cada um em todos os seus mais minusculos aspectos - em que a verdade, como somos bem apresentados, é a verdade do líder e do Partido, a que todos estão submetidos, afastada a democracia e os direitos civis, pelo menos na prática, uma vez que, legalmente eram mantidos - como podemos ver, por exemplo, na cena dos advogados de defesa.
Um nome que muito me chamou a atenção desde o princípio foi o de Raoul Coutard como diretor de fotografia. Apesar de ter certeza de já ter ouvido o nome antes, não sabia qual era a referência por mim utilizada, e descubro só agora que foi ele o diretor de fotografia nos clássicos A Bout de Souffle e Vivre sa Vie, além de outros trabalhos do notável cineasta Jean-Luc Godard. Não deu outra: a fotografia é belíssima e consegue transmitir com perfeição o clima almejado pelo filme.
Não sei se quem é responsável pelas montagens é essa equipe de "Film Editing", mas se for, merece palmas - aliás, o Tocantins inteiro - Françoise Bonnot, mais notadamente pela cena de transição entre a queda do personagem do Yves, um balde de água sendo derrubado e a sua visão de uma praia, além de outras cenas de sobreposição de imagens que ficaram cravadas em minha mente, aquelas em que Artur relembra, ao ver a foice e o martelo, às vezes quase que tentado a desacreditar do partido, dos horrores da guerra ou, mais recentemente, da revolução.
Sério, só vacilou por causa da extensão. Poderia ter durado menos.
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraInto my Arms sempre me pega desprevenido.
:/
Gostei muito da história, mas vou ser sincero e admitir que a primeira coisa em que pensei foi ele viajando para um futuro pós-apocalíptico ou, de fato, matando Hitler ou ficando com Helena de Tróia. hahaha É um filme de grande beleza e muito sutil, mas que consegue acompanhar bem o desenvolvimento do personagem central, Tim. Além da trilha sonora e do argumento, este último um pouco menos original, é verdade, não vi nada que merecesse destaque.
Contudo, vale analisar se o Tim realmente manipulou Mary, porque, percebam bem, em certo nível, admitir isso é admitir que você mudar de ideia sobre um tópico de conversação com o qual irá abordar alguém em que está interessado ou interessada a partir de um hearsay ou de um trecho de uma conversa envolvendo essa pessoa que você pegou no ar também é errado. Tim voltou no tempo para saber mais sobre a garota. Não há de se falar de amoralidade porque o que é moral é o que o homem diz que é moral. Só poderia haver debate sobre a moralidade do comportamento de Tim se houvesse alguém mais ciente do que ele tinha feito, alguém cujo conceito de moral diferisse daquele do Tim. Como isso não ocorreu, logicamente o comportamento de Tim permanece imaculado.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraPor mais que doa, precisa doer; por mais que se ame e se deseje jamais ter amado, é preciso amar; por mais que se queira esquecer, lembrar é a condição de existência do homem. Um homem que não lembra não existe.
Algo interessante sobre o filme é a perspectiva que a alinearidade oferece: a princípio, pensamos que estamos lidando com o começo de tudo. Mas percebam: as primeiras cenas são referentes a coisas que aconteceram depois da execução do procedimento. Ao final do filme, Clementine implora ao Joel que ele não pare a execução da gravação. Ouvir aquilo era necessário ao progresso dos dois, e foi esse o objetivo da Mary ao enviar os documentos de volta aos seus proprietários: levar a eles uma parte da sua vida que não poderia ter sido esquecida. O que isso significa? Que Joel esquecer Clementine ocasionaria a ruína do "segundo" relacionamento deles, quando a lembrança, e o brilho eterno de uma mente por ela formada, ocasionaria a possibilidade de um recomeço. Poderia dar errado, poderia dar certo. Terminamos o filme sem saber o que realmente aconteceu depois do procedimento entre Joel e Clementine. Porém é certo que os dois saíram muito mais forte do primeiro e viveram com muito mais força o segundo.
Bob Esponja: Um Herói Fora D'Água
3.0 519 Assista AgoraOk, esse é claramente inferior ao primeiro, mas vamos admitir que esse também deixa suas marcas. Cara, a sequencia deles fora d'água foi muito maneira! Além disso, Bubbles melhor pessoa kkkkkkkkkkkk Valeu muito a pena por causa dele! hahahahaha
Scarface
4.4 1,8K Assista AgoraOk, a atuação do Al Pacino foi sensacional, a equipe de montagem e a direção de arte foram perfeitas, e a direção do Brian merece aplausos, mas esse roteiro e essa trilha sonora do Moroder... Meu Deus!!!
Não Me Abandone Jamais
3.8 2,1K Assista AgoraEssa é a segunda vez que assisto a Never Let Me Go e a sensação é a mesma: vi algo cruel acontecer diante dos meus olhos. Não é apenas a crueldade da vida, nele retratada, que me choca, mas a crueldade do argumento nele utilizado. O mais intragável, o que mais me sensibiliza, é a produção em série de pessoas que têm, desde o nascimento, definido tudo aquilo que irão fazer de suas vidas. "Perguntem para qualquer um", pergunta em determinado momento, não exatamente com essas palavras, a Madame, "se aceitariam a volta das velhas doenças". "Ninguém aceitaria", ela conclui. Até que ponto é moralmente aceitável realizar tamanhos sacríficios em função de um alegado bem comum?
Sinceramente, não entra em minha cabeça como se desenvolveu o relacionamento entre o Ruth e o Tommy. Ruth surge dentro da vida dele do nada. Puta menino criado a leite com pêra. Af, que raiva. Não faz sentido aquilo não, oush.
Fotografia 8/10
Elenco 7/10 - a cara de retardado do Tommy enche o saco
Roteiro 6/10
Direção 7/10
Os Sapatinhos Vermelhos
4.3 171 Assista Agora"Sorrow will pass, I promise. Life is so unimportant. And from now onwards you will dance like nobody before."
Que mais lindas atuações nessa sequencia final, sem mencionar a direção de arte e os atores secundários que conseguem levar o teatro para o cinema, além, é claro, das danças! Ah, a dança...
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraAnd now... Um comentário de verdade sobre o filme:
Quantos de nós pode dizer que jamais se enxergou como o Tyler? Francamente, o emprego dos seus sonhos talvez não seja o emprego dos sonhos dos seus pais. Citando um post que vi mais cedo, cortar algumas necroses familiares é importante antes que elas consumam aquilo que sobrou de nós mesmos e do nosso real espírito depois de anos de interação e modelagem. Há momentos de grande beleza no filme, com destaque para a cena final, tão repetida em diversas páginas e pelos fãs. Nunca imaginei que "You met me at a very strange time of my life" fosse uma frase dita em circunstâncias de tamanho impacto visual e emocional! Clube da Luta consegue mostrar também a gênese de movimentos de rua, e como os seus seguidores apenas repetem determinadas ideias sob força do efeito multitudinário que cai sobre eles. Muitas coisas foram feitas em defesa de um ideal com o qual os membros concordavam, de minimalização da vida, de alcançar o fundo do poço e de perder tudo para poder, assim, ganhar tudo... Mas sabe de uma? Os bancos que se explodam!!!
David Fincher é um excelente diretor que sabe, como poucos, trazer com maestria esse clima nervoso e psicótico aos seus filmes. Sua direção é magistral, quebrando a quarta parede nos momentos certos, fazendo uma espećie de metacinema, um filme que se explica enquanto filme: hoje eu aprendi o que é... Esqueci como as manchas que podiam aparecer entre um e outro quadro de um filme é ou era chamado pelo meio cool dos cineastas. Uma pena, porque o Popcorn Time não está ajudando.
O trio de protagonistas atua muito bem: talvez objeto de estranhamento por aqueles que, como eu, estão acostumados a vê-la atuando em filmes mais infantis -- ou mais for the entire family --, Helena Bonham Carter é uma ótima mulher confusa com tendencias suicidas, transmitindo com grande sensibilidade a sensação de se estar perdido, sendo uma caricatura que funciona muito bem; Brad Pitt se apresenta em um dos seus melhores momentos, e isso quase todos nós podemos falar com certeza, dada a costumeira explosão ocasionada pelos seus filmes nos cinemas brasileiros, mas quem ganha as telas é Edward Norton, com seu personagem neurótico, perdido, psicótico, reflexo de toda uma geração -- ou mais de uma, quem sabe? -- criada por mães. Será que a cura dos nossos problemas está mesmo nas mulheres? Acho que o filme terminou por contribuir com a desconstrução da visão da mulher enquanto objeto, existente apenas para satisfazer o homem e solucionar os seus problemas: Marla mesmo é uma personagem indescritivelmente forte e de grande densidade emocional.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista Agorafilme de drogado
gostei
Edward Norton tem um dom natural para representar personagens com transtorno de identidade! kkkkkk
O Exterminador do Futuro: Gênesis
3.2 1,2K Assista AgoraBom ou ruim, uma coisa é certa: Gênesis é o quarto filme da série. Salvação não existiu. Furos no roteiro sempre existiram, desde o primeiro filme, pois é assim que são as viagens no tempo.As atuações não foram de grande destaque, nem mesmo a do Arnold, mas puderam ser digeridas. As cenas de ação são boas. A trilha sonora, porém, apenas está lá, não emociona tanto quanto costuma emocionar a trilha de um grande filme de ficção científica. De toda forma, acho que a principal falha do filme foi o reflexo de uma plateia que não sabe esperar. Custava deixar o T-800 "virtualmente morto", ou melhor, deixar ainda mais clara a sua morte, a fim de que ou nos deixasse certos de que não haveria outro filme ou incertos de que haveria? Gênesis prende, mas já nasce com um mal planejado (porque muito explicitamente divulgado) roteiro de primeiro filme de uma nova franquia. Apesar disso, consegue prender, e é uma excelente diversão que com certeza trará a tona velhos sentimentos para todo mundo que a ele assistir.
Kingsman: Serviço Secreto
4.0 2,2K Assista AgoraKingsman: Serviço Secreto é um filme arrasador em vários sentidos. Com um fantástico tratamento do mundo da espionagem, oferece a quem assiste cenas de comédia, ação e muita, muita, muuuuuita violência e muitos clichês.
Uma organização secreta criada pela aristocracia mundial no século XVIII que sobrevive ao longo do tempo sem sequer ser notada é algo que já vimos, porém, em poucas oportunidades. Os nossos agentes mais queridos são secretos: as agências a que pertencem nem tanto.
Apesar disto, o festival de mais-do-mesmo que acompanhamos em alguns momentos funciona incrivelmente bem, dada a quantidade de elementos novos que surgem em tela. Todos já ouvimos falar de planos megalomaníacos de destruição do mundo, mas nunca de algo assim; já ouvimos falar de belas histórias de amizade entre mestre e pupilo, mas nenhuma que terminasse daquele jeito. Em suma, jamais vimos algo como Kingsman.
A primorosa atuação do Colin Firth (Galahad), aliada ao seu belo sotaque britânico, merece destaque no filme. Assim como ele, Samuel L. Jackson (Valentine), outro veterano, é quem brilha mais na tela. Taron Egerton é um jovem ator que tem futuro, mas deixa bastante a desejar, passando a impressẫo de que, ao vê-lo, vemos um filme mais ou menos, um filme qualquer, não um dessa grandeza. A personalidade do seu character, Eggsy, consegue passar com a vida que leva o que o ator não consegue com suas expressões: que é alguém buscando fazer algo bom no mundo.
Merece destaque a cena da Igreja, que, ao som de Freebird, fez nascer em mim uma sensação de que eu sou, sim, um grande merda desumanizado por ter achado aquilo tão bonito. Mas convenhamos: foi belíssimo. A violência utilizada em todo o filme transmite essa sensação estranha, um misto de alegria e dor, um sadismo sobre o qual preferimos não falar, e é por isso mesmo que não irei me prolongar.
A fotografia é belíssima, e o roteiro é de arrepiar!
Palmas.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraStar Wars: O Despertar da Força é o sétimo episódio de uma das sagas mais bem-sucedidas da história do cinema. Recheado de referências que até mesmo os mais ou menos leigos, que, como eu, a despeito de terem assistido a todos os filmes da franquia, não podem se declarar seus grandes fãs, o filme, dirigido por J. J. Abrams, consagrado cineasta, conhecido por seus excelentes blockbusters, que vão muito além de "buster an entire block", não peca em nada. Ou seria em QUASE nada? É o que veremos.
Sobre Kylo Ren, apesar de ser um personagem que tem muito para mostrar, tenho medo do que a Disney permitirá que seja feito. Por um lado, Star Wars nunca foi uma saga exatamente adulta, o que impossibilitaria que o contrário ocorresse nesse novo desenrolar de episódios, apesar da mudança de ares e dos tempos em que eles estão sendo feitos, isto é, que houvesse uma maturação do conteúdo; entretanto, acho que a Disney não permitir que o próximo episódio seja mais adulto, trate os problemas de Kylo com maior profundidade, vai ser um grande desserviço aos fãs que querem conhecer mais da sua personalidade. Aquela crise dele, porém, definitivamente não foi algo que gostaria que meus filhos vissem. Talvez a atuação do Adam Driver que tenha sido muito louca, mas ainda assim tenho medo do que a Disney pode fazer.
Amei os cortes, a fotografia, o 3d, a trilha sonora, a química... amei tudo!
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista Agoraaf caralho man e essa desconstrução???? affff
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraDepois farei uns comentários mais bem elaborados, mas um resumo de tudo foi: alegria, tristeza, vontade de que o filme nunca acabasse, emoção, vontade de não levantar. Que tempos grandiosos escolheram para nós vivermos, malandro!
O Homem que Amava as Mulheres
4.0 102Estava vindo comentar sobre o filme... Até iria responder ao comentário feito abaixo pela amiga Mariane, mas a simples verdade é que temo não poder colocar muito mais do que "Bertrand ♥♥♥" porque qualquer outra palavra poderia me denunciar, denunciar o quanto me identifiquei com Bertrand e a sua necessidade de estar cercado de mulheres, de amar cada uma delas sem que elas entendam isso. Definitivamente não estou preparado para falar de um trabalho cujo personagem principal me fez sentir tão bem representado, apesar das diferenças.
Bertrand ♥♥♥
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista AgoraSuspense muito bem elaborado! Os diálogos protagonizados pelo personagem do Javier Bardem são excepcionais e contribuem muito com o clima neurótico do filme. Para mim, foi uma experiência interessante porque esperava, a cada minuto, ouvir uma música de fundo que fosse, um tiroteio eletrizante cheio de sangue explodindo em minha tela enquanto assistia quando, apesar de não ter visto nada disso, me senti entretido durante todo o seu transcorrer. Arrisco-me a dizer que é um dos poucos filmes que já assisti que me fizeram sentir fascinado apenas por aquilo que estava acontecendo, de forma crua, sem manipulações sentimentais envolvendo frases batidas (ok, com exceção do "você não precisa fazer isso"), canções badaladas e outros artifícios costumeiramente utilizados em outras obras. Esses artifícios não são absolutamente ruins, mas quando notamos que, apesar da sua ausência, estamos face a um filme de duas horas que não falha em momento algum com a missão de capturar a atenção do espectador, percebemos também a gama de possibilidades que o cinema oferece. A fotografia é espetacular, e fico feliz por ter baixado em 1080p, pois não teria notado tamanha beleza se tivesse assistido a ele com qualidade inferior.
Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan
4.0 143 Assista Agoravou nem comentar pq to ocupado demais chorando e relacionando com o mais recente
Jornada nas Estrelas: O Filme
3.7 160 Assista AgoraSuper interessante!
É legal perceber como, cerca de dez anos após o fim da série original, suas marcas conseguiram ser reproduzidas, e não me refiro apenas à notável presença dos personagens que mais amamos (Kirk, Spock, Uhura, Bones, Scott, Sulu e Chekov), mas também à filosofia, à criatividade e às tretas presentes tanto na série quanto no filme.
Destaque-se Bones, sempre de birra com tudo. Pegou até a parte do Scotty aqui.
A ideia de promover um encontro entre uma máquina e o seu criador e de entendê-la como uma criança que aprendeu tanto que criou consciência própria (porque talvez não haja outra forma de formarmos uma espécie de consciência senão a partir de referências) é genial e pode nos levar a reflexões fantásticas sobre a forma como nos relacionamos com Deus, por exemplo.
Imerso numa crise, o Sr. Spock, se vê como palco de uma batalha entre o seu lado puramente lógico ou vulcano - em busca do Kolinahr - e o seu lado humano sensitivo. Ao perceber no que consiste V'ger, percebe o que deveria saber há muito tempo: apesar de sua pura lógica, era estéril e frio... With no mistery or beauty. Ele deveria ter sabido.
Mais tarde, ao enfrentar a máquina viva face a face, percebe muito mais: mesmo possuindo todo o conhecimento deste universo, ainda faltava algo. Amor? Talvez. Contato físico, apenas? Não sei. Daí em diante, seu trabalho em Vulcano estaria terminado.
A arrogância de Kirk no começo não é uma surpresa: ele é assim por quase toda a série, apesar do seu constante carisma. Não vi muita diferença.
A cena da Enterprise saindo daquela explosão foi linda, de chorar!
Os efeitos especiais são muito bons, principalmente em comparação com a série, e a nova Enterprise ficou muito mais elegante e bonita (não sei se vi a versão remasterizada, mas suponho que mesmo na versão original os avanços devem ser facilmente notados).
A trilha sonora é bem legal, e o vínculo mais forte com 2001, na minha opinião, foi a fotografia, em alguns momentos. Falando nisso, preciso reassistir a 2001! Omg!
Enfim, foi uma boa experiência que merecia um comentário mais longo.
Watchmen: O Filme
4.0 2,8K Assista AgoraDefinitivamente um dos melhores filmes sobre super-heróis que já vi até hoje!
Seja pelo roteiro, pelos efeitos especiais de lascar, pela forma utilizada para contar a história, pelos personagens e atuações e mesmo pelo seu alto teor filosófico, Watchmen não deixa a desejar em absolutamente nada. É um filme longo, mas agradável e visualmente bonito, além de contar com uma trilha sonora marcante, a direção excepcional do Zack Snyder e montagens no mínimo inesperadas, mas nem por isso descabidas (sexo ao som da versão do Leonard Cohen de Hallelujah? Eu quero é mais!). Transcende o nível da maioria dos outros filmes sobre heróis e heroínas, constantemente nos lembrando de que herói é gente que nem a gente.
Sob outra ótica, podemos fazer um paralelo (na verdade, é a coisa mais clara que podemos ver no filme e também na sociedade) com a recepção dos justiceiros e vigilantes. Então... Vocês viram a merda que vira, né? Então, crianças, enquanto um Superman moralmente perfeito e plenamente virtuoso não nos aparece, recusemos os justiceiros, que a qualquer momento podem sacrificar a sua vida em prol de tantas outras. Bem, talvez seja esse o sentido de justiça, mas isso fica para outra hora...
Na minha opinião, um dos fatores mais estranhos - e legais - do longa é a tese de que só foi possível o estabelecimento da paz e o fim de uma guerra (ou de uma guerra latente) por meio de outra guerra, esta com dois lados: os homens e o Dr. Manhattan. Ou seja, só a partir da criação de novos inimigos, contra os quais toda a humanidade se sentisse convocada a lutar, seria possível uni-la como uma "grande comunidade hippie", como é, não exatamente nestes termos, mencionado no filme.
Quais são os nossos inimigos hoje? Será que podemos apontar com clareza quem são aqueles contra quem todos nós queremos, com todas as nossas forças, lutar? E se é possível apontar esse(s) inimigo(s), o quanto cada um de nós está disposto a sacrificar?
Porém, antes de respondermos a estas perguntas, acredito que devemos perceber as consequências de nossas respostas, isto é, notar o quanto elas fortalecem o vínculo que há entre cada um de nós e os nossos irmãos, sob pena de, se não se levarem em conta estas informações, cairmos num grande abismo que mais nos afasta do que aproxima uns dos outros.
Jamais me senti tão verdadeiramente emocionado e num estado de tão profunda reflexão ao assistir um filme desse tipo quanto no momento após a morte do Rorschach.
Kick-Ass: Quebrando Tudo
3.9 2,8K Assista AgoraSinceramente, acho que é um dos filmes mais representativos da minha geração de jovens. Tipo... Cara, meninos sarados? Check. Meninos muito inteligentes? Check. Piadistas? Check. Super geeks que sabem tudo sobre tudo de quadrinhos, séries etc? Check. E a gente, que não sabe de nada, mas é cheio de anseios, se encaixa onde? Pessoalmente, acho que no lugar do Dave.
Me identifiquei bastante com os filmes, os efeitos, a trilha sonora, a criatividade do roteiro e tal. Não achei nem um pouco clichê. Logo, logo irei assistir ao segundo, que espero que seja tão bom quanto o primeiro.