"Quando você separa uma partícula entrelaçada e afasta ambas as partes, mesmo em polos distintos do universo, se você muda ou afeta uma das duas, a outra mudará ou ficará alterada também."
"Aprendemos na escola a história da Medusa Górgona, cujo rosto era tão terrível que bastava olhar pra ele pra transformar homens e feras em pedras. Quando Atena instigou Perdeu a destruir o monstro, ela o advertiu para nunca olhar para seu rosto e apenas para seu reflexo no escudo polido. Seguindo seu conselho, Perdeu cortou a cabeça de Medusa. A moral é que não enxergamos o verdadeiro horror pois ele nos paralisa com um medo que cega, e que devemos conhecê-lo apenas observando imagens que reproduzam sua aparência. A tela do cinema é o escudo polido de Atena".
O filme traz uma abordagem um pouco diferente dos demais do gênero e é doloroso e angustiante porque é real. E pra quem tá reclamando nos comentários que o casal foi "banana", me responde uma coisinha:
quantas vezes você já não acabou permitindo (sem se dar conta) que alguém fizesse algum mal a você só por não conseguir falar um 'não'? Por não colocar seus limites? Por não tomar uma atitude? A diferença aqui é que o filme leva para lados mais extremos, mas o ensinamento é esse: fazem da gente aquilo que permitimos
Não conheço a história das irmãs Williams, mas a minha impressão é de que transformaram um pai abusivo numa história de superação. A melhor parte do filme é o final, o que me faz pensar que o filme seria bem mais interessante se tivesse as irmãs como protagonistas da própria história, e não o pai.
O filme todo é quase uma aula de psicanálise. A atuação do Bale é GRANDIOSA! Na verdade, a protagonista aqui é a perturbação psicológica, paranoia e psicose em cena, Reznik é só carcaça que serve de moradia para a culpa e o conflito interno.
Filme visceral e escandalosamente imprevisível. Possession trata o real sob pauta do sobrenatural, uma metáfora cheia de camadas e influências subjetivas, culturais, sociais e psicanalíticas. Ninguém perguntou, mas vou deixar minha interpretação aqui:
A vida imita a arte, ou vice-versa; aqui temos um relato íntimo e pessoal do diretor sobre sua experiência conjugal. O filme representa um horror desconhecido, mas sempre presente, bem lovecraftiano. Uma mulher insatisfeita com seu casamento que descobre seu prazer e se liberta sexualmente através de relações extraconjugais, enquanto seu marido, sempre ausente, busca "possuí-la" a todo custo. Mark é o estereótipo do homem escroto que se faz ausente emocional e fisicamente e negligencia o cuidado paterno enquanto deixa toda a responsabilidade nas costas da mulher e que, quando ela resolve se libertar, o marido transforma na mais tóxica e ameaçadora criatura: o homem. Já Heinrich, o amante de Anna, é o oposto de seu marido: livre da masculinidade frágil e liberto sexualmente. Na maioria das cenas, há uma atmosfera bizarra e tóxica entre os personagens. E é justamente aí o ponto principal do filme: a toxidade. Aqui, a possessão demonstrada não é demoníaca, nem sobrenatural, mas sim uma possessão pela vida do outro, controle, o medo de ser deixado de lado. Anna anseia por liberdade, mas se sente presa em um relacionamento tóxico que se nutre de alguma coisa em comum entre os dois (daí a cena icônica do metrô, em que Anna libera líquidos "tóxicos" do próprio corpo). Outra pauta de condução do filme são as expectativas. Em todo relacionamento abusivo, há a expectativa do outro "perfeito", do outro como complemento de si. Helen, é a personificação da esposa perfeita para Mark, enquanto "a criatura" é o Mark em formação para Anna, que enfim se tornaria o homem ideal, sempre presente e possuído de "tentáculos" que garantiriam a plena satisfação sexual da mulher. Bob é negligenciado por ambos os pais, que estão muito ocupados nesse ciclo de adoecimento e aprisionamento psicológico. Todo o terror do filme se resume a duas pessoas extremamente dependentes uma da outra que, por não conseguirem se desvincular, entram em um ciclo de toxidade e adoecimento.
O filme entrega perfeição tanto na execução quanto na coesão dos significados e reflexões, uma obra única que influenciou muitas outras. Uma puta aula de direção artística, jogo de câmera e atuações esplendidas. Um destaque para o gore, que eu amo e não poderia se encaixar melhor nesse filme.
“...mas as pessoas não aceitam defeitos numa mãe. Nem estruturalmente nem espiritualmente. Porque a base dessa nossa baboseira judaico-cristã é Maria, mãe de Jesus, e ela é perfeita. Uma virgem que dá à luz, apoia o filho incondicionalmente e o abraça quando ele morre. E o pai nem dá as caras. Ele sequer comeu a mãe. Deus está no Céu. Deus é o pai e Deus sequer apareceu. Então você precisa ser perfeita e Charlie pode ser um fodido, não importa. Você sempre será julgada um nível acima. É muita sacanagem, mas é assim que as coisas são.”
Amantes Eternos
3.8 780 Assista Agoracontemplativo, melancólico e gótico, tudo que eu precisava!
"Quando você separa uma partícula entrelaçada e afasta ambas as partes, mesmo em polos distintos do universo, se você muda ou afeta uma das duas, a outra mudará ou ficará alterada também."
Volver
4.1 1,1K Assista AgoraE fantasmas não choram. ❤️
Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental
3.6 60 Assista Agora"Aprendemos na escola a história da Medusa Górgona, cujo rosto era tão terrível que bastava olhar pra ele pra transformar homens e feras em pedras. Quando Atena instigou Perdeu a destruir o monstro, ela o advertiu para nunca olhar para seu rosto e apenas para seu reflexo no escudo polido. Seguindo seu conselho, Perdeu cortou a cabeça de Medusa.
A moral é que não enxergamos o verdadeiro horror pois ele nos paralisa com um medo que cega, e que devemos conhecê-lo apenas observando imagens que reproduzam sua aparência. A tela do cinema é o escudo polido de Atena".
Não Fale o Mal
3.6 666O filme traz uma abordagem um pouco diferente dos demais do gênero e é doloroso e angustiante porque é real. E pra quem tá reclamando nos comentários que o casal foi "banana", me responde uma coisinha:
quantas vezes você já não acabou permitindo (sem se dar conta) que alguém fizesse algum mal a você só por não conseguir falar um 'não'? Por não colocar seus limites? Por não tomar uma atitude?
A diferença aqui é que o filme leva para lados mais extremos, mas o ensinamento é esse: fazem da gente aquilo que permitimos
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista Agorafinalmente o live action do chupa cu
As Boas Maneiras
3.5 647 Assista Agoraesse filme é simplesmente TUDO pra mim
King Richard: Criando Campeãs
3.8 409Não conheço a história das irmãs Williams, mas a minha impressão é de que transformaram um pai abusivo numa história de superação.
A melhor parte do filme é o final, o que me faz pensar que o filme seria bem mais interessante se tivesse as irmãs como protagonistas da própria história, e não o pai.
O Rebanho
2.9 75 Assista AgoraUma obra de arte. Cruel e real.
Basicamente uma mistura de Midsommar, A bruxa e The handmaid's tale.
Annette
3.5 118 Assista Agoraestranhamente eu gostei desse filme ?????????????????
Army of the Dead: Invasão em Las Vegas
2.8 954não sei pq eu ainda insisto em ver os filmes do Snyder
Fome Animal
3.9 877a definição de dedo no cú e gritaria em forma de filme
ICÔNICO!!!
Na Hora da Zona Morta
3.6 323 Assista AgoraO final me lembrou de uma certa facada mal dada do caralho.
O Espelho
4.3 264 Assista AgoraUm mergulho no inconsciente de Tarkóvski. Filme em forma de poesia onírica sensorial, cada frame é uma obra de arte.
"Palavras não são capazes de expressar tudo que alguém sente"
O Operário
4.0 1,3K Assista AgoraO filme todo é quase uma aula de psicanálise. A atuação do Bale é GRANDIOSA! Na verdade, a protagonista aqui é a perturbação psicológica, paranoia e psicose em cena, Reznik é só carcaça que serve de moradia para a culpa e o conflito interno.
Diríamos que o filme é basicamente o clipe 911 da Lady Gaga em versão estendida.
Cenas de um Casamento
4.4 232A complexidade das relações e os sentimentos desnudos em tela. Bergman, eu te venero!
"Te amo à minha maneira egoísta e acho que você me ama à sua maneira atarantada e incômoda. Nos amamos de forma mundana e imperfeita."
Possessão
3.9 584Filme visceral e escandalosamente imprevisível. Possession trata o real sob pauta do sobrenatural, uma metáfora cheia de camadas e influências subjetivas, culturais, sociais e psicanalíticas.
Ninguém perguntou, mas vou deixar minha interpretação aqui:
A vida imita a arte, ou vice-versa; aqui temos um relato íntimo e pessoal do diretor sobre sua experiência conjugal. O filme representa um horror desconhecido, mas sempre presente, bem lovecraftiano. Uma mulher insatisfeita com seu casamento que descobre seu prazer e se liberta sexualmente através de relações extraconjugais, enquanto seu marido, sempre ausente, busca "possuí-la" a todo custo. Mark é o estereótipo do homem escroto que se faz ausente emocional e fisicamente e negligencia o cuidado paterno enquanto deixa toda a responsabilidade nas costas da mulher e que, quando ela resolve se libertar, o marido transforma na mais tóxica e ameaçadora criatura: o homem. Já Heinrich, o amante de Anna, é o oposto de seu marido: livre da masculinidade frágil e liberto sexualmente.
Na maioria das cenas, há uma atmosfera bizarra e tóxica entre os personagens. E é justamente aí o ponto principal do filme: a toxidade. Aqui, a possessão demonstrada não é demoníaca, nem sobrenatural, mas sim uma possessão pela vida do outro, controle, o medo de ser deixado de lado. Anna anseia por liberdade, mas se sente presa em um relacionamento tóxico que se nutre de alguma coisa em comum entre os dois (daí a cena icônica do metrô, em que Anna libera líquidos "tóxicos" do próprio corpo). Outra pauta de condução do filme são as expectativas. Em todo relacionamento abusivo, há a expectativa do outro "perfeito", do outro como complemento de si. Helen, é a personificação da esposa perfeita para Mark, enquanto "a criatura" é o Mark em formação para Anna, que enfim se tornaria o homem ideal, sempre presente e possuído de "tentáculos" que garantiriam a plena satisfação sexual da mulher. Bob é negligenciado por ambos os pais, que estão muito ocupados nesse ciclo de adoecimento e aprisionamento psicológico.
Todo o terror do filme se resume a duas pessoas extremamente dependentes uma da outra que, por não conseguirem se desvincular, entram em um ciclo de toxidade e adoecimento.
O filme entrega perfeição tanto na execução quanto na coesão dos significados e reflexões, uma obra única que influenciou muitas outras. Uma puta aula de direção artística, jogo de câmera e atuações esplendidas. Um destaque para o gore, que eu amo e não poderia se encaixar melhor nesse filme.
O Chalé
3.3 721 Assista AgoraMoral da história:
Nunca brique com a psicose alheia.
O Farol
3.8 1,6K Assista Agoraparanóia e mitologia
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista Agora“...mas as pessoas não aceitam defeitos numa mãe. Nem estruturalmente nem espiritualmente. Porque a base dessa nossa baboseira judaico-cristã é Maria, mãe de Jesus, e ela é perfeita. Uma virgem que dá à luz, apoia o filho incondicionalmente e o abraça quando ele morre. E o pai nem dá as caras. Ele sequer comeu a mãe. Deus está no Céu. Deus é o pai e Deus sequer apareceu. Então você precisa ser perfeita e Charlie pode ser um fodido, não importa. Você sempre será julgada um nível acima. É muita sacanagem, mas é assim que as coisas são.”
LAURA DERN, ENTENDA, VC É TUDO PRA MIM
A Maldição da Bruxa
3.2 172 Assista Agoraeu não sei mais como respirar depois de desse filme, é isto.
K-12
3.8 67ARTISTA
Buffalo '66
4.1 302A cena do sapateado é uma das coisas mais lindas que já vi na vida
Encontros e Desencontros
3.8 1,7K Assista AgoraUm filme sobre encontros inesperados e conexões únicas. O encontro de duas solidões.
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista Agora"This is real life. It's not perfect but it's real."