Um "teatro cinematográfico" com interpretações absolutamente fabulosas e uma encenação magistral. Um drama romântico imprevisível, destrutivo e intrigante.
É incrível como a cinematografia de cores vibrantes aumenta violentamente a intensidade desta obra. As atuações do casal Elizabeth Taylor e Paul Newman são perfeitas - muita tensão sexual. O elenco secundário também faz um trabalho digno de palmas com especial destaque para o espantoso Burl Ives.
Seria impossível deixar de referir os diálogos que valem ouro, do mais puro ouro - alguns deles jamais esquecerei. Penas que estes sentem a necessidade de explicar as suas segundas intenções, o que elimina parte da sua magia.
De resto, temos aqui uma obra-prima. Fiquei colado ao ecrã.
O argumentista Barry Morrow admitiu ter escrito Rain Man depois de ter conhecido Kim Peek, um portador da síndrome de Savant. Tratava-se de um homem com problemas motores, mas que decorava 98% das coisas que ouvia e lia. Com apenas 16 anos, decorou toda a obra de William Shakespeare e, ao longo da sua vida, memorizou mais de 12,000 livros. Um homem absolutamente extraordinário - vejam alguns vídeos no YouTube, é incrível.
Dustin Hoffman conheceu Peek, estudou tudo sobre ele e ofereceu-nos uma das melhores performances da sua grande carreira. Em 1988, Rain Man chegou às salas de cinema e tornou-se o maior sucesso de bilheteira do ano, vencendo 4 Óscares (incluindo Melhor Filme). E merecidamente. Rain Man é um dos dramas mais marcantes dos anos 80 e um dos melhores "road movies" de sempre.
Brilhante Dustin Hoffman, brilhante Tom Cruise, brilhante argumento, brilhante realização, brilhante banda sonora, brilhante, brilhante, brilhante!
Amei cada momento deste filme. Ri-me, comovi-me, impressionei-me. É assim que se faz um drama. Personagens profundos, interpretações espetaculares, um enredo simples mas genial e tocante. E a química entre o Hoffman e o Cruise é... brilhante.
Enquanto que o filme do De Palma era arte pura, este não passa de um mero objeto comercial hollywoodiano que se força de maneira grotesca para assustar a sua audiência. O resultado é um exercício que não funciona.
Pensava que isto era uma nova leitura do romance do Stephen King. Estava enganado. Repete (erradamente) as mesmas cenas da obra-prima dos anos '70 e acrescenta outras plenamente irrelevantes.
Ao passo que a Sissy Spackey só precisva de utilizar o seu olhar para causar caos, a Chloë Grace Moretz precisa de fazer uns bailados à feiticeira - voar e aterrar como se fosse o espírito das trevas a chegar à terra. E, pelo caminho, acontecem explosões à la Michael Boom. Um supranaturalismo muito exagerado.
Menos mal que ainda temos uma Julianne Moore convincente.
Quando querem fazer um remake de uma obra de arte... tipo... simplesmente não o façam.
Muito além de ser um mero filme de terror com muito sangue, temos aqui um dos retratos mais poéticos sobre a timidez e a angustia da adolescência. Aliás, Carrie é uma película da sua época, da juventude dos anos '70, e passado quase 40 anos, é muito curioso ver como o mundo era.
O ambiente da escola aqui é perfeito. A personificação da rebeldia e da timidez é algo espantoso. E a performance genial da Sissy Packey é doutro mundo.Carrie é um excelente estudo de uma mente tímida. E o seu sobrenaturalismo é tratado de uma forma tão cuidada e absurdamente realista (sim, "realista"). Muito mais que um filme de fantasia, este é um poético conto de vingança.
Para além de tudo isto, temos aqui uma ótima crítica ao fanatismo religioso. A performance da Piper Laurie é animalesca.
O Brian De Palma é um génio. Carrie é uma das melhores experiências cinematográficas de sempre. Cenas magistrais. Ultrapassou de uma forma avassaladora todas as minhas expectativas. Esta é uma das maiores obras de arte do cinema.
Clássico do cinema noir sobre vingança, corrupção policial, violência e o mundo das drogas.
Touch of Evil é um filme provocativo que deixa o espectador agarrado ao ecrã do primeiro ao último segundo. Um thriller assombroso sem momentos desnecessários e com um ritmo frenético.
A realização do Orson Welles é perfeita. Aquele plano-sequência inicial é umas das coisas mais sublimes e bem realizadas que alguma vez vi. É atmosfericamente perfeito e tem um timing simplesmente genial.
Com personagens memoráveis, diálogos excelentes e um elenco espantoso, Touch of Evil é mais um obra-prima de uma das figuras mais fascinantes da sétima arte.
Cameron Crowe explora os bastidores do universo do desporto. Acompanhamos a jornada de Jerry Maguire, um agente que quer recuperar a luz do sucesso.
Quando iniciei o visionamento desta comédia dramática, desconhecia o que estava prestes a vivenciar no decorrer destas duas horas e vinte minutos de película. E o que acabei por ver foi nada mais que um magnífico filme sobre a superação pessoal e profissional.
Jerry Maguire funciona perfeitamente devido ao argumento fabuloso do Crowe, que se mistura muito bem com vários géneros.
E o que dizer sobre o personagem-título? Excelente character study... excelente. Temos aqui um dos melhores desempenhos da carreira do fantástico Tom Cruise. E o elenco secundário também faz um trabalho fabuloso, como o super divertido Cuba Gooding Jr. e a imprevisível Renée Zellweger.
Jerry Maguire é engraçado, inteligente, emocionante, cativante e, certamente, uma das obras mais memoráveis dos anos '90.
1971 ficou marcado como um ano negro para os Estados Unidos. No meio do desgosto ainda sentido pelos fãs dos Beatles, do grande choque provocado pelo terremoto no sul da Califórnia e do desagrado pela permanência do Nixon na presidência, muitos fugiam de tais acontecimentos agitados e iam para não sei onde em busca do sonho americano e para aproveitar a vida enquanto ainda podiam.
O cineasta de culto Terry Gilliam, nesta adaptação de '98 do livro do Hunter S. Thompson, retrata tal época numa viagem completamente desvairada. O efeitos das drogas, as luzes fortes e os cenários desarrumados fazem parte desta aventura alienada protagonizada por Raoul Duke e o seu advogado Gonzo. Personagens de partir a rir, interpretados divertidamente pelo Johnny Depp e pelo Benicio Del Toro.
De facto, é inegável que o modo como o Gilliam filmou Fear and Loathing in Las Vegas é impressionante. Mas o filme não passa disso.
Sem rumo, mas de propósito. Inexistência de um verdadeiro enredo, mas de propósito. Repetitivo, mas de propósito.
Este filme parece-me mais uma alternativa alienada para aqueles que não pretendem danificar realmente a sua mente com alucinogénicos do que propriamente uma obra cinematográfica.
Então, a minha família decidiu juntar-se para ver um filme depois do jantar, até que paramos num canal de cinema que ia começar a transtimitir este Scream.
A sessão termina e as reações foram divertidamente negativas. O meu irmão declarou que o filme era um absurdo, o meu pai afirmou que só perdeu tempo a ver "essa cagada de merda do século passado", a minha mãe disse que não gostou de o rever e a minha avó... gostou do filme. Pois, a minha querida avó.
"O que tens a dizer sobre isto, Alex?", pergunta o meu irmão. Respondo: "Acho que não podes levar a sério um filme de terror que brinca com o significado dos filmes de terror. É um filme divertido que brinca com o seu público."
Acredito que eu e a minha avó fomos os únicos que gostaram verdadeiramente da experiência.
Porque, para além de entreter muito bem, Scream é um bom whodunit. E, quanto a mim, a primeira cena é emblemática. Muito suspense. A Drew Barrymore está sensacional.
Sinceramente, diverti-me a ver isto. E a minha avó também.
Keanu Reeves entra novamente em modo "like a boss". E desta vez na pele de John Wick, um personagem já popular.
O enredo é simples e deliciosamente explosivo:
Após a recente morte da sua mulher, JW, um ex-assassino profissional, tem a sua casa invadida por gangsters. Estes roubam o seu carro e matam o seu cão. Vingança!
Agora, não é mentira que o filme traz consigo alguns clichés. Mas o seu visual limpo, a sua realização plenamente funcional, os seus diálogos curtos e certeiros e a sua simplicidade acabam por ofuscar tais banalidades, tornando-as positivas até. As cenas de ação são lindas.
Preciso, bem feito e com uma banda sonora espetacular, que se casa muito bem com a edição, John Wick é definitivamente um bom filme que manterá a audiência agarrada ao ecrã do princípio ao fim.
Não é a primeira vez que o jovem cineasta canadiano Xavier Dolan trata de uma relação dificultosa entre mãe e filho. Já o tinha feito na sua primeira obra, mas Mommy atinge um novo patamar.
J'ai tué ma mère não só era um filme sobre um jovem que aparentava odiar a sua mãe mas também era uma viagem de autodescoberta de um personagem através do seu meio social e artístico. Já Mommy centra-se na relação entre um jovem com problemas comportamentais e uma mãe perdida no próprio rumo da vida.
À primeira vista, ambos os filmes parecem-nos comparáveis. Porém, revelam-se diferentes em termos de forma e valor emocional.
A Anne Dorval é novamente a mãe da história e o filho já não é interpretado pelo Dolan mas sim pelo jovem ator Antoine-Olivier Pilon. Os dois são completamente sensacionais. Até porque Doval é versátil no seu papel. Se bem que muitos podem achar estas representações bastante histéricas. Mas isso já faz parte do Dolan. Pessoalmente, agrada-me esse histerismo.
Uma das coisas que me chama mais à atenção é o facto de que este Mommy foi filmado com uma proporção de 1:1. Claro que há um propósito para isto. A sensação de claustrofobia reforça aquilo que os personagens estão a sentir. Funciona plenamente. E há uma cena em particular em que o Dolan decide "abrir" completamente o ecrã, oferecendo-nos um momento de pura magia cinematográfica.
Há muito tempo que uma performance não me emocionava tão profundamente desde a do Robin Williams no Dead Poets Society (que vi há cerca de um ano). Desta vez, foi com o poderoso desempenho do Adam Sandler neste Reign Over Me.
Percebi que o Adam Sandler é ótimo em papéis dramáticos assim que vi o Punch-Drunk Love, que, quanto a mim, é um dos melhores filmes contemporâneos - senão de sempre.
Reign Over Me é mais uma prova que este ator constantemente atacado pela crítica SABE, de facto, representar.
Neste filme, o Sandler oferece-nos um desemepnho profundo, intenso e admirável. Nota-se que fez o seu trabalho de casa: ele veste o corpo e a alma do seu personagem, pois o compreende. Há um monólogo em particular sobre as recordações negras de uma vida sofrida que arrepia braços quentes e até amansa o coração do urso mais bravo.
Reign Over Me é um drama subvalorizado, realista, absolutamente emocionante, inteligentemente escrito e realizado pelo Mike Binder e que ainda conta com atuações sólidas de Don Cheadle, Liv Tyler e Saffron Burrows. Trata-se de uma pequena obra-prima sobre a amizade, o sentimento de perda e a nossa capacidade de superar dificuldades.
Lady in the Water baseia-se na mitologia de um conto de fadas (criado pelo próprio Shyamalan) que se torna realidade e que tem efeitos na vida de um homem com um passado profundamente infeliz.
Esse homem é interpretado pelo Paul Giamatti, ator que já nos impressionou diversas por conta do seu enorme talento. E é ele quem oferece a única performance decente deste filme.
Temos uma Bryce Dallas Howard com uma voz roboticamente sensível e exageradamente dramática e um Shyamalan péssimo como ator (expressividade nível zero, outra pedra).
O tempo passa e o filme vai ficando cada vez mais desinteressante, tedioso e incoerente. Perde o rumo e vai pelos caminhos errados.
O filme biográfico sobre o produtor televisivo Chuck Barris é um fantasioso noir que viaja pelas etapas da sua vida de uma forma embriagada; é de partir a rir, é deliciosamente irónico e negro; tem um conjunto de personagens desvairados, deprimidos e estupidamente loucos envolvidos no crime, na indústria dos anos '70 e/ou no stress cotidiano.
A realidade é que o guionista Charlie Kaufman, apesar de se basear na autobiografia de Barris, colocou muito peso da sua marca autoral neste filme. Acredita-se que Barris nunca tenha trabalhado para a CIA. No entanto, o Kaufman aproveita-se disso para construir um personagem absolutamente genial, onde tudo à sua volta parece ser imaginação da sua cabeça.
A vida do Chuck Barris contada pelo Charlie Kaufman? Que dois!
Adoro tudo neste filme: a performance do Sam Rockell, a realização do George Clooney (como é possível isto ser a sua estreia atrás das câmaras? Parece que já o faz há décadas!), a maneira como decide contar a sua história, a montagem frenética, os diálogos, os personagens, a loucura, tudo!
Os irmãos Coen gostam muito de meter os seus personagens aparentemente comuns em verdadeiras e graves encrencas. Veja-se o caso do preguiçoso e pacífico the Dude, do The Big Lebowski, que a única coisa que queria era jogar bowling na tranquilidade com os seus amigos. Para não falar do simples professor universitário do A Serious Man. Com The Man Who Wasn't There a coisa não muda. Pobre protagonista.
A verdade é que The Man Who Wasn't There muito dificilmente envolverá a sua audiência emocionalmente. O enredo desenrola-se lentamente. Porque é que os realizadores contemporâneos só utilizam o preto e branco para dar uma atmosfera melancólica aos seus filmes?
Mesmo assim. este não deixa de ser um bom prato para quem gosta verdadeiramente das refeições destes dois cineastas.
Discordo! Discordo com aqueles que dizem que o terceiro filme da franquia Jurassic Park é o mais fraco. Pelo contrário, temos aqui um filme de ação '90 minutos' que é puro entretenimento.
Spielberg levanta-se da cadeira de realizador e dá lugar a Joe Johnston, que oferece um trabalho sóbrio e funcional. Sam Neill regressa ao seu papel emblemático depois de oito anos de ausência.
Jurassic Park III traz um bom argumento e que sabe ser engraçado nos momentos certos. Simples e divertido do início ao fim.
Interview with the Vampire é um horripilante espetáculo muito bem encenado por Neil Jordan. É um conto de fantasia que atravessa os séculos e que nos dá a conhecer os mistérios profundos da noite segundo a perspectiva de seres vampirescos.
O realizador de The Crying Game concede um trabalho absolutamente atmosférico e penetrante. Faz jogos com a audiência, brinca com o suspense e utiliza a violência em momentos chave, deixando a experiência mais assustadora.
E para provocar um pouco mais temos um elenco de ouro. Tom Cruise está completamente assombroso como o vampiro Lestat, Brad Pitt volta a impressionar com a sua versatilidade sobrenatural e ainda temos uma Kirsten Dunst que, com apenas 12 anos, já mostrava o seu talento com muita garra.
Interview with the Vampire é um grande filme de fantasia.
A segunda obra vencedora dos Óscares do Clint Eastwood quase atinge a perfeição. Quero dizer, estamos a falar de um filme que tem alguns clichés, sim, mas que os utiliza de uma forma tão inteligente que, ao fim de um tempo, simplesmente os aceitamos.
Além de ser um drama notável e forte, é uma obra cinematográfica que, com perspicácia, desenvolve uma história de amor genial.
Mas não acaba por aí. Perfeitamente fotografada, esta obra-prima realizada com primor pelo Eastwood tem um visual sublime que ajuda a criar substancialmente a atmosfera da trama.
Mas não acaba por aí. Os atores fazem um trabalho absolutamente bri-lhan-te! O que diabos dizer sobre o espetáculo deslumbrante da Hilary Swank, do Esstwood ou do Morgan Freeman? Até os próprios personagens secundários que vão aparecendo com o avançar do filme fazem um trabalho impressionante. Basta vermos o caso do Jay Baruchel ou da Margo Martindale.
Muito bem escrito pelo Paul Haggis (que venceria dois Óscares um ano depois com Crash), uma realização excepcional de Eastwood e atuações fenomenais, Million Dollar Baby é um dos grandes dramas do início do século.
Custa a crer que o mesmo sujeito que deu ao Bruce Willis dois dos grandes papéis da sua vida é o mesmo sujeito que coordena aqui o Mark Wahlberg e diversos outros artistas de uma forma simplesmente horrível.
Custa a crer que o mesmo sujeito que escreveu um dos grandes clássicos contemporâneos, um filme sobre a mitologia dos super-heróis e uma belíssima fábula sobre a fé é o mesmo sujeito que escreveu aqui uma história que podia ter dado tão certo, mas que foi, na verdade, muito, muito, mas MUITO mal contada.
Custa a crer que o mesmo sujeito que construía personagens psicologicamente complexos e que sustentavam os seus filmes de uma forma primorosa é o mesmo sujeito que aqui...
Que se lixe.
A grande questão do filme é: O que se passa? A minha questão é: O que se passa com este sujeito?
Antes de Donnie Darko, o Jake Gyllenhaal protagonizou October Sky. Que filme! Baseado na inspiradora história verídica do Homer Hickam, esta película de '99 é um retrato profundo sobre concretizar sonhos.
A verdade é que a vontade humana consegue destruir quaisquer barreiras e seguir qualquer caminho desejado. A esperança sempre existirá e qualquer objetivo pode ser alcançado com a força viva e imparável que mora dentro de nós.
Como diria o slogan da famosa marca de ténis e o sábio LaBeouf: JUST DO IT.
Fico extremamente piegas com estes filmes. É uma loucura...
Com um enredo conduzido com muita eficácia, os atores marcam uma presença especial e oferecem-nos personagens fascinantes. Jake Gyllenhaal, como de habitual, está fabuloso; a belíssima Laura Dern encontra-se em grande forma; os jovens Chris Owen, William Lee Scott e Chad Lindberg estão muito bem; mas a melhor interpretação do filme é a de Chris Cooper, que está fenomenal como o John Hickman, o pai do Homer.
No entanto, o que é ainda mais notável em October Sky é a construção da personalidade enigmática do Homer. Tudo o que ele quer é concretizar o seu sonho, mas reparemos, por exemplo, como ele reage, durante todo o filme, às raparigas que o "perseguem". Não há uma concreta explicação à reação um bocado indiferente que ele tem com elas, mas acho que estamos perante um jovem tão sonhador que nem se dá conta das outras coisas da vida. E reparemos, também, o modo repentino como ele desenvolve o desejo de construir um foguetão. A maneira enigmática como o filme retrata o seu protagonista torna-o, de certa forma, mais intrigante.
October Sky é, com certeza, uma obra profundamente emocionante.
Um dos grandes êxitos de bilheteira e de crítica da Pixar, "Ratatouille" é uma divertidíssima animação familiar com personagens extremamente encantadoras e uma história deliciosa e hilariante.
Criar simpatia com ratos é possível nesta animação realizada pelo ótimo Brad Bird e co-realizada pelo artista da Pixar Jan Pinkava.
Para além de ser totalmente engraçada, uma das coisas que chama mais à atenção nesta obra animada com esplendor é o quão bem escrita ela é. Brad Bird, Jan Pinkava e Jim Capobianco são os principais responsáveis pelo excelente argumento de "Ratatouille", que competiu nos Óscares ao lado de filmes como "Juno" e "The Savages".
"Ratatouille" é definitivamente um dos melhores filmes de 2007 - ano esse que nos trouxe maravilhas cinematográficas como "No Country for Old Men", "Zodiac" e "There Will Be Blood".
Obra impressionante do mestre Eastwood com um elenco composto por grandes veteranos em excelente forma.
Eastwood estuda a recruta e o progresso das missões espaciais da NASA para formar uma experiência visualmente espetacular. A quadrilha formada pelos rijos e experientes Clint Eastwood, Tommy Lee Jones, Donald Sutherland e James Garner entregam ao filme momentos engraçados e de amizade genuína, Os personagens tornam-se camaradas do próprio espectador. Mas o que chama mesmo à atenção aqui é o atrito entre o personagem do Eastwood e do T.L. Jones (este que faz o seu papel a brincar e, mesmo assim, de uma forma extremamente convincente).
Uma realização notável, um argumento amigável, bons personagens e efeitos formidáveis fazem de "Space Cowboys" um filme de ação e aventura marcante.
Baseado no romance homónimo de Cormac McCarthy (o mesmo escritor de "No Country for Old Men"), "All the Pretty Horses" é um western romântico realizado de modo confiante pelo actor Billy Bob Thornton após o seu sucesso com "Sling Blade".
A adaptação feita pelo oscarizado Ted Tally traz bons diálogos e que supostamente deviam ajudar na criação da história de amor. Com isso, Thornton tenta fazer algo poeticamente belo. No entanto, por infelicidade, o resultado deixa a desejar.
Os desempenhos são demasiado forçados. O casal Matt Damon-Penélope Cruz não tem química e o desenvolvimento do romance é fraco, o que só deixa a obra menos envolvente.
Ainda assim, "All the Pretty Horses" traz elementos positivos e inteligentes. A amizade entre o Matt Damon e o Henry Thomas parece-nos verdadeira e existe aqui uma cena que envolve uma luta de facas que é encenada brilhantemente.
Mas a melhor coisa que podemos identificar em "All the Pretty Horses" é, sem sombra de dúvida, a cinematografia belíssima do Barry Markowitz.
A primeira longa-metragem do realizador/argumentista Martin McDonagh é uma comédia negra britânica envolvida num thriller e sustentada por um jogo traiçoeiro liderado por três personagens muito bem construídos e engraçados. Colin Farrell, Brendan Gleeson e Ralph Fiennes fazem o espetáculo.
A atmosfera é melancólica e ironicamente cómica. Bons diálogos, realização eficaz.
Gata em Teto de Zinco Quente
4.1 207 Assista AgoraUm "teatro cinematográfico" com interpretações absolutamente fabulosas e uma encenação magistral. Um drama romântico imprevisível, destrutivo e intrigante.
É incrível como a cinematografia de cores vibrantes aumenta violentamente a intensidade desta obra. As atuações do casal Elizabeth Taylor e Paul Newman são perfeitas - muita tensão sexual. O elenco secundário também faz um trabalho digno de palmas com especial destaque para o espantoso Burl Ives.
Seria impossível deixar de referir os diálogos que valem ouro, do mais puro ouro - alguns deles jamais esquecerei. Penas que estes sentem a necessidade de explicar as suas segundas intenções, o que elimina parte da sua magia.
De resto, temos aqui uma obra-prima. Fiquei colado ao ecrã.
Rain Man
4.1 766 Assista AgoraO argumentista Barry Morrow admitiu ter escrito Rain Man depois de ter conhecido Kim Peek, um portador da síndrome de Savant. Tratava-se de um homem com problemas motores, mas que decorava 98% das coisas que ouvia e lia. Com apenas 16 anos, decorou toda a obra de William Shakespeare e, ao longo da sua vida, memorizou mais de 12,000 livros. Um homem absolutamente extraordinário - vejam alguns vídeos no YouTube, é incrível.
Dustin Hoffman conheceu Peek, estudou tudo sobre ele e ofereceu-nos uma das melhores performances da sua grande carreira. Em 1988, Rain Man chegou às salas de cinema e tornou-se o maior sucesso de bilheteira do ano, vencendo 4 Óscares (incluindo Melhor Filme). E merecidamente. Rain Man é um dos dramas mais marcantes dos anos 80 e um dos melhores "road movies" de sempre.
Brilhante Dustin Hoffman, brilhante Tom Cruise, brilhante argumento, brilhante realização, brilhante banda sonora, brilhante, brilhante, brilhante!
Amei cada momento deste filme. Ri-me, comovi-me, impressionei-me. É assim que se faz um drama. Personagens profundos, interpretações espetaculares, um enredo simples mas genial e tocante. E a química entre o Hoffman e o Cruise é... brilhante.
Vejam este filme. É uma ordem!
Carrie, a Estranha
2.8 3,5K Assista AgoraPorquê?
Uma refilmagem absolutamente desnecessária...
Enquanto que o filme do De Palma era arte pura, este não passa de um mero objeto comercial hollywoodiano que se força de maneira grotesca para assustar a sua audiência. O resultado é um exercício que não funciona.
Pensava que isto era uma nova leitura do romance do Stephen King. Estava enganado. Repete (erradamente) as mesmas cenas da obra-prima dos anos '70 e acrescenta outras plenamente irrelevantes.
Ao passo que a Sissy Spackey só precisva de utilizar o seu olhar para causar caos, a Chloë Grace Moretz precisa de fazer uns bailados à feiticeira - voar e aterrar como se fosse o espírito das trevas a chegar à terra. E, pelo caminho, acontecem explosões à la Michael Boom. Um supranaturalismo muito exagerado.
Menos mal que ainda temos uma Julianne Moore convincente.
Quando querem fazer um remake de uma obra de arte... tipo... simplesmente não o façam.
Porque é que eu vi isto?
Carrie, a Estranha
3.7 1,4K Assista AgoraObra-prima absoluta.
Muito além de ser um mero filme de terror com muito sangue, temos aqui um dos retratos mais poéticos sobre a timidez e a angustia da adolescência. Aliás, Carrie é uma película da sua época, da juventude dos anos '70, e passado quase 40 anos, é muito curioso ver como o mundo era.
O ambiente da escola aqui é perfeito. A personificação da rebeldia e da timidez é algo espantoso. E a performance genial da Sissy Packey é doutro mundo.Carrie é um excelente estudo de uma mente tímida. E o seu sobrenaturalismo é tratado de uma forma tão cuidada e absurdamente realista (sim, "realista"). Muito mais que um filme de fantasia, este é um poético conto de vingança.
Para além de tudo isto, temos aqui uma ótima crítica ao fanatismo religioso. A performance da Piper Laurie é animalesca.
O Brian De Palma é um génio. Carrie é uma das melhores experiências cinematográficas de sempre. Cenas magistrais. Ultrapassou de uma forma avassaladora todas as minhas expectativas. Esta é uma das maiores obras de arte do cinema.
A Marca da Maldade
4.1 221 Assista AgoraClássico do cinema noir sobre vingança, corrupção policial, violência e o mundo das drogas.
Touch of Evil é um filme provocativo que deixa o espectador agarrado ao ecrã do primeiro ao último segundo. Um thriller assombroso sem momentos desnecessários e com um ritmo frenético.
A realização do Orson Welles é perfeita. Aquele plano-sequência inicial é umas das coisas mais sublimes e bem realizadas que alguma vez vi. É atmosfericamente perfeito e tem um timing simplesmente genial.
Com personagens memoráveis, diálogos excelentes e um elenco espantoso, Touch of Evil é mais um obra-prima de uma das figuras mais fascinantes da sétima arte.
Jerry Maguire: A Grande Virada
3.6 443 Assista AgoraCameron Crowe explora os bastidores do universo do desporto. Acompanhamos a jornada de Jerry Maguire, um agente que quer recuperar a luz do sucesso.
Quando iniciei o visionamento desta comédia dramática, desconhecia o que estava prestes a vivenciar no decorrer destas duas horas e vinte minutos de película. E o que acabei por ver foi nada mais que um magnífico filme sobre a superação pessoal e profissional.
Jerry Maguire funciona perfeitamente devido ao argumento fabuloso do Crowe, que se mistura muito bem com vários géneros.
E o que dizer sobre o personagem-título? Excelente character study... excelente. Temos aqui um dos melhores desempenhos da carreira do fantástico Tom Cruise. E o elenco secundário também faz um trabalho fabuloso, como o super divertido Cuba Gooding Jr. e a imprevisível Renée Zellweger.
Jerry Maguire é engraçado, inteligente, emocionante, cativante e, certamente, uma das obras mais memoráveis dos anos '90.
Medo e Delírio
3.7 550 Assista Agora1971 ficou marcado como um ano negro para os Estados Unidos. No meio do desgosto ainda sentido pelos fãs dos Beatles, do grande choque provocado pelo terremoto no sul da Califórnia e do desagrado pela permanência do Nixon na presidência, muitos fugiam de tais acontecimentos agitados e iam para não sei onde em busca do sonho americano e para aproveitar a vida enquanto ainda podiam.
O cineasta de culto Terry Gilliam, nesta adaptação de '98 do livro do Hunter S. Thompson, retrata tal época numa viagem completamente desvairada. O efeitos das drogas, as luzes fortes e os cenários desarrumados fazem parte desta aventura alienada protagonizada por Raoul Duke e o seu advogado Gonzo. Personagens de partir a rir, interpretados divertidamente pelo Johnny Depp e pelo Benicio Del Toro.
De facto, é inegável que o modo como o Gilliam filmou Fear and Loathing in Las Vegas é impressionante. Mas o filme não passa disso.
Sem rumo, mas de propósito. Inexistência de um verdadeiro enredo, mas de propósito. Repetitivo, mas de propósito.
Este filme parece-me mais uma alternativa alienada para aqueles que não pretendem danificar realmente a sua mente com alucinogénicos do que propriamente uma obra cinematográfica.
Pânico
3.6 1,6K Assista AgoraEntão, a minha família decidiu juntar-se para ver um filme depois do jantar, até que paramos num canal de cinema que ia começar a transtimitir este Scream.
A sessão termina e as reações foram divertidamente negativas. O meu irmão declarou que o filme era um absurdo, o meu pai afirmou que só perdeu tempo a ver "essa cagada de merda do século passado", a minha mãe disse que não gostou de o rever e a minha avó... gostou do filme. Pois, a minha querida avó.
"O que tens a dizer sobre isto, Alex?", pergunta o meu irmão. Respondo: "Acho que não podes levar a sério um filme de terror que brinca com o significado dos filmes de terror. É um filme divertido que brinca com o seu público."
Acredito que eu e a minha avó fomos os únicos que gostaram verdadeiramente da experiência.
Porque, para além de entreter muito bem, Scream é um bom whodunit. E, quanto a mim, a primeira cena é emblemática. Muito suspense. A Drew Barrymore está sensacional.
Sinceramente, diverti-me a ver isto. E a minha avó também.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraKeanu Reeves entra novamente em modo "like a boss". E desta vez na pele de John Wick, um personagem já popular.
O enredo é simples e deliciosamente explosivo:
Após a recente morte da sua mulher, JW, um ex-assassino profissional, tem a sua casa invadida por gangsters. Estes roubam o seu carro e matam o seu cão. Vingança!
Agora, não é mentira que o filme traz consigo alguns clichés. Mas o seu visual limpo, a sua realização plenamente funcional, os seus diálogos curtos e certeiros e a sua simplicidade acabam por ofuscar tais banalidades, tornando-as positivas até. As cenas de ação são lindas.
Preciso, bem feito e com uma banda sonora espetacular, que se casa muito bem com a edição, John Wick é definitivamente um bom filme que manterá a audiência agarrada ao ecrã do princípio ao fim.
(Ah, e que venha logo o segundo!)
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraNão é a primeira vez que o jovem cineasta canadiano Xavier Dolan trata de uma relação dificultosa entre mãe e filho. Já o tinha feito na sua primeira obra, mas Mommy atinge um novo patamar.
J'ai tué ma mère não só era um filme sobre um jovem que aparentava odiar a sua mãe mas também era uma viagem de autodescoberta de um personagem através do seu meio social e artístico. Já Mommy centra-se na relação entre um jovem com problemas comportamentais e uma mãe perdida no próprio rumo da vida.
À primeira vista, ambos os filmes parecem-nos comparáveis. Porém, revelam-se diferentes em termos de forma e valor emocional.
A Anne Dorval é novamente a mãe da história e o filho já não é interpretado pelo Dolan mas sim pelo jovem ator Antoine-Olivier Pilon. Os dois são completamente sensacionais. Até porque Doval é versátil no seu papel. Se bem que muitos podem achar estas representações bastante histéricas. Mas isso já faz parte do Dolan. Pessoalmente, agrada-me esse histerismo.
Uma das coisas que me chama mais à atenção é o facto de que este Mommy foi filmado com uma proporção de 1:1. Claro que há um propósito para isto. A sensação de claustrofobia reforça aquilo que os personagens estão a sentir. Funciona plenamente. E há uma cena em particular em que o Dolan decide "abrir" completamente o ecrã, oferecendo-nos um momento de pura magia cinematográfica.
Mommy é, com certeza, um dos grandes de 2014.
Reine Sobre Mim
3.8 592 Assista AgoraHá muito tempo que uma performance não me emocionava tão profundamente desde a do Robin Williams no Dead Poets Society (que vi há cerca de um ano). Desta vez, foi com o poderoso desempenho do Adam Sandler neste Reign Over Me.
Percebi que o Adam Sandler é ótimo em papéis dramáticos assim que vi o Punch-Drunk Love, que, quanto a mim, é um dos melhores filmes contemporâneos - senão de sempre.
Reign Over Me é mais uma prova que este ator constantemente atacado pela crítica SABE, de facto, representar.
Neste filme, o Sandler oferece-nos um desemepnho profundo, intenso e admirável. Nota-se que fez o seu trabalho de casa: ele veste o corpo e a alma do seu personagem, pois o compreende. Há um monólogo em particular sobre as recordações negras de uma vida sofrida que arrepia braços quentes e até amansa o coração do urso mais bravo.
Reign Over Me é um drama subvalorizado, realista, absolutamente emocionante, inteligentemente escrito e realizado pelo Mike Binder e que ainda conta com atuações sólidas de Don Cheadle, Liv Tyler e Saffron Burrows. Trata-se de uma pequena obra-prima sobre a amizade, o sentimento de perda e a nossa capacidade de superar dificuldades.
A Dama na Água
2.8 785 Assista AgoraLady in the Water baseia-se na mitologia de um conto de fadas (criado pelo próprio Shyamalan) que se torna realidade e que tem efeitos na vida de um homem com um passado profundamente infeliz.
Esse homem é interpretado pelo Paul Giamatti, ator que já nos impressionou diversas por conta do seu enorme talento. E é ele quem oferece a única performance decente deste filme.
Temos uma Bryce Dallas Howard com uma voz roboticamente sensível e exageradamente dramática e um Shyamalan péssimo como ator (expressividade nível zero, outra pedra).
O tempo passa e o filme vai ficando cada vez mais desinteressante, tedioso e incoerente. Perde o rumo e vai pelos caminhos errados.
E o twist? Um desastre colossal.
Confissões de uma Mente Perigosa
3.4 146 Assista AgoraO filme biográfico sobre o produtor televisivo Chuck Barris é um fantasioso noir que viaja pelas etapas da sua vida de uma forma embriagada; é de partir a rir, é deliciosamente irónico e negro; tem um conjunto de personagens desvairados, deprimidos e estupidamente loucos envolvidos no crime, na indústria dos anos '70 e/ou no stress cotidiano.
A realidade é que o guionista Charlie Kaufman, apesar de se basear na autobiografia de Barris, colocou muito peso da sua marca autoral neste filme. Acredita-se que Barris nunca tenha trabalhado para a CIA. No entanto, o Kaufman aproveita-se disso para construir um personagem absolutamente genial, onde tudo à sua volta parece ser imaginação da sua cabeça.
A vida do Chuck Barris contada pelo Charlie Kaufman? Que dois!
Adoro tudo neste filme: a performance do Sam Rockell, a realização do George Clooney (como é possível isto ser a sua estreia atrás das câmaras? Parece que já o faz há décadas!), a maneira como decide contar a sua história, a montagem frenética, os diálogos, os personagens, a loucura, tudo!
ADORO ESTE FILME.
O Homem Que Não Estava Lá
4.0 229 Assista AgoraOs irmãos Coen gostam muito de meter os seus personagens aparentemente comuns em verdadeiras e graves encrencas. Veja-se o caso do preguiçoso e pacífico the Dude, do The Big Lebowski, que a única coisa que queria era jogar bowling na tranquilidade com os seus amigos. Para não falar do simples professor universitário do A Serious Man. Com The Man Who Wasn't There a coisa não muda. Pobre protagonista.
A verdade é que The Man Who Wasn't There muito dificilmente envolverá a sua audiência emocionalmente. O enredo desenrola-se lentamente. Porque é que os realizadores contemporâneos só utilizam o preto e branco para dar uma atmosfera melancólica aos seus filmes?
Mesmo assim. este não deixa de ser um bom prato para quem gosta verdadeiramente das refeições destes dois cineastas.
Jurassic Park III
3.1 488 Assista AgoraDiscordo! Discordo com aqueles que dizem que o terceiro filme da franquia Jurassic Park é o mais fraco. Pelo contrário, temos aqui um filme de ação '90 minutos' que é puro entretenimento.
Spielberg levanta-se da cadeira de realizador e dá lugar a Joe Johnston, que oferece um trabalho sóbrio e funcional. Sam Neill regressa ao seu papel emblemático depois de oito anos de ausência.
Jurassic Park III traz um bom argumento e que sabe ser engraçado nos momentos certos. Simples e divertido do início ao fim.
Entrevista Com o Vampiro
4.1 2,2K Assista AgoraInterview with the Vampire é um horripilante espetáculo muito bem encenado por Neil Jordan. É um conto de fantasia que atravessa os séculos e que nos dá a conhecer os mistérios profundos da noite segundo a perspectiva de seres vampirescos.
O realizador de The Crying Game concede um trabalho absolutamente atmosférico e penetrante. Faz jogos com a audiência, brinca com o suspense e utiliza a violência em momentos chave, deixando a experiência mais assustadora.
E para provocar um pouco mais temos um elenco de ouro. Tom Cruise está completamente assombroso como o vampiro Lestat, Brad Pitt volta a impressionar com a sua versatilidade sobrenatural e ainda temos uma Kirsten Dunst que, com apenas 12 anos, já mostrava o seu talento com muita garra.
Interview with the Vampire é um grande filme de fantasia.
Menina de Ouro
4.2 1,8K Assista AgoraA segunda obra vencedora dos Óscares do Clint Eastwood quase atinge a perfeição. Quero dizer, estamos a falar de um filme que tem alguns clichés, sim, mas que os utiliza de uma forma tão inteligente que, ao fim de um tempo, simplesmente os aceitamos.
Além de ser um drama notável e forte, é uma obra cinematográfica que, com perspicácia, desenvolve uma história de amor genial.
Mas não acaba por aí. Perfeitamente fotografada, esta obra-prima realizada com primor pelo Eastwood tem um visual sublime que ajuda a criar substancialmente a atmosfera da trama.
Mas não acaba por aí. Os atores fazem um trabalho absolutamente bri-lhan-te! O que diabos dizer sobre o espetáculo deslumbrante da Hilary Swank, do Esstwood ou do Morgan Freeman? Até os próprios personagens secundários que vão aparecendo com o avançar do filme fazem um trabalho impressionante. Basta vermos o caso do Jay Baruchel ou da Margo Martindale.
Muito bem escrito pelo Paul Haggis (que venceria dois Óscares um ano depois com Crash), uma realização excepcional de Eastwood e atuações fenomenais, Million Dollar Baby é um dos grandes dramas do início do século.
Fim dos Tempos
2.5 1,4K Assista AgoraCusta a crer que o mesmo sujeito que deu ao Bruce Willis dois dos grandes papéis da sua vida é o mesmo sujeito que coordena aqui o Mark Wahlberg e diversos outros artistas de uma forma simplesmente horrível.
Custa a crer que o mesmo sujeito que escreveu um dos grandes clássicos contemporâneos, um filme sobre a mitologia dos super-heróis e uma belíssima fábula sobre a fé é o mesmo sujeito que escreveu aqui uma história que podia ter dado tão certo, mas que foi, na verdade, muito, muito, mas MUITO mal contada.
Custa a crer que o mesmo sujeito que construía personagens psicologicamente complexos e que sustentavam os seus filmes de uma forma primorosa é o mesmo sujeito que aqui...
Que se lixe.
A grande questão do filme é: O que se passa?
A minha questão é: O que se passa com este sujeito?
O Céu de Outubro
4.1 258 Assista AgoraAntes de Donnie Darko, o Jake Gyllenhaal protagonizou October Sky. Que filme! Baseado na inspiradora história verídica do Homer Hickam, esta película de '99 é um retrato profundo sobre concretizar sonhos.
A verdade é que a vontade humana consegue destruir quaisquer barreiras e seguir qualquer caminho desejado. A esperança sempre existirá e qualquer objetivo pode ser alcançado com a força viva e imparável que mora dentro de nós.
Como diria o slogan da famosa marca de ténis e o sábio LaBeouf: JUST DO IT.
Fico extremamente piegas com estes filmes. É uma loucura...
Com um enredo conduzido com muita eficácia, os atores marcam uma presença especial e oferecem-nos personagens fascinantes. Jake Gyllenhaal, como de habitual, está fabuloso; a belíssima Laura Dern encontra-se em grande forma; os jovens Chris Owen, William Lee Scott e Chad Lindberg estão muito bem; mas a melhor interpretação do filme é a de Chris Cooper, que está fenomenal como o John Hickman, o pai do Homer.
No entanto, o que é ainda mais notável em October Sky é a construção da personalidade enigmática do Homer. Tudo o que ele quer é concretizar o seu sonho, mas reparemos, por exemplo, como ele reage, durante todo o filme, às raparigas que o "perseguem". Não há uma concreta explicação à reação um bocado indiferente que ele tem com elas, mas acho que estamos perante um jovem tão sonhador que nem se dá conta das outras coisas da vida. E reparemos, também, o modo repentino como ele desenvolve o desejo de construir um foguetão. A maneira enigmática como o filme retrata o seu protagonista torna-o, de certa forma, mais intrigante.
October Sky é, com certeza, uma obra profundamente emocionante.
A Noiva Cadáver
3.8 1,4K Assista AgoraNão me agradou.
Não por ter sido um mau filme com uma má realização ou um mau argumento. Nada disso. Simplesmente não me interessou.
Acontece. "Mr. Nobody" e "The Life Aquatic with Steve Zissou" são outros exemplos meus.
Ratatouille
3.9 1,3K Assista AgoraUm dos grandes êxitos de bilheteira e de crítica da Pixar, "Ratatouille" é uma divertidíssima animação familiar com personagens extremamente encantadoras e uma história deliciosa e hilariante.
Criar simpatia com ratos é possível nesta animação realizada pelo ótimo Brad Bird e co-realizada pelo artista da Pixar Jan Pinkava.
Para além de ser totalmente engraçada, uma das coisas que chama mais à atenção nesta obra animada com esplendor é o quão bem escrita ela é. Brad Bird, Jan Pinkava e Jim Capobianco são os principais responsáveis pelo excelente argumento de "Ratatouille", que competiu nos Óscares ao lado de filmes como "Juno" e "The Savages".
"Ratatouille" é definitivamente um dos melhores filmes de 2007 - ano esse que nos trouxe maravilhas cinematográficas como "No Country for Old Men", "Zodiac" e "There Will Be Blood".
Cowboys do Espaço
3.3 117 Assista AgoraObra impressionante do mestre Eastwood com um elenco composto por grandes veteranos em excelente forma.
Eastwood estuda a recruta e o progresso das missões espaciais da NASA para formar uma experiência visualmente espetacular. A quadrilha formada pelos rijos e experientes Clint Eastwood, Tommy Lee Jones, Donald Sutherland e James Garner entregam ao filme momentos engraçados e de amizade genuína, Os personagens tornam-se camaradas do próprio espectador. Mas o que chama mesmo à atenção aqui é o atrito entre o personagem do Eastwood e do T.L. Jones (este que faz o seu papel a brincar e, mesmo assim, de uma forma extremamente convincente).
Uma realização notável, um argumento amigável, bons personagens e efeitos formidáveis fazem de "Space Cowboys" um filme de ação e aventura marcante.
Espírito Selvagem
2.8 24 Assista AgoraBaseado no romance homónimo de Cormac McCarthy (o mesmo escritor de "No Country for Old Men"), "All the Pretty Horses" é um western romântico realizado de modo confiante pelo actor Billy Bob Thornton após o seu sucesso com "Sling Blade".
A adaptação feita pelo oscarizado Ted Tally traz bons diálogos e que supostamente deviam ajudar na criação da história de amor. Com isso, Thornton tenta fazer algo poeticamente belo. No entanto, por infelicidade, o resultado deixa a desejar.
Os desempenhos são demasiado forçados. O casal Matt Damon-Penélope Cruz não tem química e o desenvolvimento do romance é fraco, o que só deixa a obra menos envolvente.
Ainda assim, "All the Pretty Horses" traz elementos positivos e inteligentes. A amizade entre o Matt Damon e o Henry Thomas parece-nos verdadeira e existe aqui uma cena que envolve uma luta de facas que é encenada brilhantemente.
Mas a melhor coisa que podemos identificar em "All the Pretty Horses" é, sem sombra de dúvida, a cinematografia belíssima do Barry Markowitz.
Na Mira do Chefe
3.7 360A primeira longa-metragem do realizador/argumentista Martin McDonagh é uma comédia negra britânica envolvida num thriller e sustentada por um jogo traiçoeiro liderado por três personagens muito bem construídos e engraçados. Colin Farrell, Brendan Gleeson e Ralph Fiennes fazem o espetáculo.
A atmosfera é melancólica e ironicamente cómica. Bons diálogos, realização eficaz.