Delicado e bonito, a proposta do filme é refletir sobre o tempo, pessoas, conexões e família - e o faz de maneira interessante à medida que o próprio personagem principal vai amadurecendo e entendendo o mundo em constante mudança ao seu redor. Por vezes o artifício utilizado para isso vai se tornando repetitivo - em sequências que reproduzem um mesmo ciclo de comportamento-reflexão-superação, e fiquei esperando uma utilização menos cansativa da proposta. Mas é o último ato do filme que ganha destaque. Aí entendemos a necessidade de todas as pequenas histórias contadas ao longo da película. O ato final é, também, onde as técnicas de animação ganham força e somam-se à beleza da história que pretende contar. É impossível, assim, não se emocionar ou se relacionar às mudanças da vida e compreender que são elas que desembocam no presente e moldam o futuro. Não a toa, Mirai, título do filme e de uma das personagens, significa "futuro".
Um filme fraco frente à personalidade que tenta abordar. Quem assiste esse filme não entende muito da personalidade da própria Frida, o motivo de ter se tornado um símbolo para o movimento feminista ou ainda do sofrimento que passa ao longo de sua vida e que em muito se transmite em suas obras. Se intitulado Frida e Diego, seria mais clara a abordagem que o filme propõe. Ao invés de focar na primeira, o que se observa ao longo do filme é um relato sobre o casal (relato esse, aliás, bastante raso). Aqui, vale um destaque para a atuação de Alfred Molina como Diego Rivera (a melhor do filme, em minha opinião). Não sei o que é mais incômodo: um filme sobre uma grande pintora mexicana, que se passa no México, ser todo em inglês, ou inglês forçar um sotaque mexicano e falas em espanhol/castelhano soltas. Salma Hayek, ao invés de apontar para a liberdade sexual que simboliza Frida, é hipersexualizada em diversos momentos do filme. Todos os demais personagens - a exceção de Frida e Diego - são tratados com pouca ou nenhuma profundidade, meros acessórios numa história que vai se arrastando sem muita complexidade e sem abraçar realmente as contradições do conturbado casamento ou da personagem que dá título à história. Enfim, é um filme fraco, com toques interessantes - como o jogo com as pinturas de Frida que ganham vida e se misturam ao filme - e é uma pena que uma grande história tenha sido contada de maneira tão apática. Típico filme "quase lá"; não é ruim, mas não chega muito além disso.
Apesar disso tudo, acho que é imprescindível ler o relato de Salma Hayek sobre a produção do filme, especialmente no que diz respeito à influência de Harvey Weinstein no desenrolar do filme. Doloroso e esclarecedor, me fez ver o filme com outros olhos (e que tristeza ver o que um homem poderoso pode conseguir fazer. Segue: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/12/1943121-harvey-weinstein-tambem-e-meu-monstro.shtml
Ao passo em que o universo circense é encantador em qualquer momento, em seu surgimento, e ainda mais tendo como protagonista um homem controverso e motivado pela ganância e ambição, torna-se ainda mais atrativo. Era de se pensar que o filme explorasse essas complexidades. Ao invés disso, temos uma trama fraca e mal feita, uma história superficial recheada de músicas que não combinam com a estética proposta - é início do século XX e, ainda assim, somos bombardeados por canções pop dos anos 2010. Há um enorme potencial inexplorado na história, que é suplantado pelas cenas de música, dança e efeitos visuais que enchem os olhos mas que, em sua maioria, servem só pra distrair de um roteiro ruim. Falta desenvolvimento dos personagens - e talvez os renegados do circo, por suas condições despertem em nós uma empatia sincera (e por isso mesmo protagonizam a melhor canção da trama, This is Me), e mereciam ser melhor explorados e não uma justificativa para fazer grandes atos musicais e de dança com malabares e temática circense por si só. Nunca compreendemos realmente as motivações do filme e de seus personagens,
de modo que o que deveria ser a história de como a ganância envenena até os grandes sonhadores, se torna uma ode ao perdão infundado, já que o personagem principal (P.T.), ao invés de passar por uma jornada de auto reconhecimento, simplesmente é perdoado por todos sem precisar reconhecer seus erros.
Ninguém parece ser carismático o suficiente para levar o filme adiante, e nem mesmo Hugh Jackman, ou as elaboradas cenas musicais conseguem salvar o filme de ser raso e pouco memorável. Péssimo aproveitamento de Michelle Williams - que, aliás, parece se resignar a um papel único de esposa sorridente durante todo o filme.
A ideia de A Bruxa é promover um mix de construção histórica realística que preza por diálogos bem construídos, que culminam num intrigante suspense de época. A sensação de isolamento da família é transmitida para o espectador, e antagonizada pelas forças sobrenaturais que a cercam em um contexto histórico recheado de superstição e apego à religiosidade, A Bruxa trabalha de maneira espetacular os limites entre o real, o sobrenatural e as coisas nas quais somos condicionados a acreditar.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação em 2016, e do mesmo roteirista de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Quero Ser John Malkovich e talvez a minha animação favorita, Anomalisa conta a história do guru do telemarketing Michael Stone, que conhece Lisa ao chegar à Connecticut. É esse encontro que transformará sua vida.
A beleza, verdade e grandeza do filme estão na forma didática com que mostra um mundo tomado por rótulos e que generaliza as pessoas. É impressionante a medida em que conseguimos nos identificar e emocionar com uma obra que é estranha, ficcional e ao mesmo tempo extremamente real.
Na primeira parte da película, dois momentos são singulares em passar o contexto do pós-guerra e daquilo ao que o filme se propõe. O primeiro, quando o cirurgião plástico pergunta a Nelly qual rosto ela deseja ter. Prontamente, ela responde que quer ser como era antes, ao que o médico rebate com um sutil aviso do que viria a seguir: “nada fica exatamente igual”. Num segundo momento, é a amiga Lene quem se pergunta como chamar o processo ao qual Nelly foi submetida: reconstrução? recriação? Afinal, como se adaptar às mudanças que não queremos que aconteçam mas que invariavelmente aconteceram? Como encarara a normalidade artificial quando se passou por tamanhas atrocidades? Como o povo judeu poderia seguir em frente? para Nelly, é pelo apego com o passado e pela posterior compreensão do presente. Para Lene – que vive seu próprio processo de readaptação – é querer estar no futuro, sem conseguir esquecer o passado. Phoenix é, assim, uma alegoria para o renascimento e para identidade. Para Nelly, é o renascimento de si mesma, o encontro de quem ela foi e de quem ela é. Para Lene, é a impossibilidade de renascer, de se esquecer quem a tornaram. É, ainda, significativo do renascimento do povo judeu no pós-guerra, e da própria Europa marcada pela guerra. Esses renascimentos podem ser materializados pelo momento em que, ao rever os escombros de seu antigo lar, Nelly vê seu reflexo no espelho e não se reconhece. Ali se encontram coisas que se quebraram e estão além de qualquer possível reparação, esquecimento ou das marcas que para sempre os acompanharão. E é esta a lição que, ao final do filme, Nelly compreende: não é possível esquecer o passado, e ele deixa marcas que moldam quem somos – e, quer queiramos ou não, encará-las é inevitável no processo de reconhecermos a nós mesmos.
A temática dos conflitos provocadas pela Guerra Fria já foi contada anteriormente por Angelina Jolie em seu "Na Terra do Amor e Ódio", e este é mais um exemplo dos desdobramentos da Guerra entre EUA e URSS. Há um acerto em fazer uma rápida - porém necessária e didática - contextualização história daquilo que veio a resultar na ascensão do Khmer Vermelho: os desdobramentos da Guerra do Vietnã no Camboja. É interessante apontar que o filme evidencia um fato: não importa quem está no comando, é o povo quem irá pagar e sustentar esse sistema. Desse modo, mesmo sendo o Khmer Vermelho o grande responsável pelas tragédias que se seguem, há uma importante menção a outros atores também relevantes para o crescente poder e apoio deste grupo, o que é marcado pelo discurso de Nixon no início do longa. A aprofundação história e contextualização, entretanto, não são o foco do filme, que preocupa-se em entender o lado humano do conflito, e como as pessoas - e não os envolvidos nas decisões de conflito - se comportam. É interessante observar o contexto da guerra pelos olhos de uma criança, ao mesmo tempo em que nos encontramos confusos e desorientados com a situação apresentada, tal qual a protagonista, Loung, parece estar. E é através desse olhar que vemos, à medida que Loung enxerga, as mudanças nas pessoas, roupas, cenários, e estilo de vida. E essa visão infantil as vezes nos deixa ávidos e sedentos por querer saber mais do que uma criança em seus seis anos poderia compreender do contexto em que vivia - apesar disso, a falta de diálogos que, pode ser bem característica do povo asiático, pode também representar a fraqueza no roteiro da história. Vale ainda ressaltar a bem vinda história contada em língua nativa - Angelina já havia errado anteriormente ao contar a história bósnia ("Na Terra do Amor e Ódio") em inglês. Entretanto, a força da história não é capaz de disfarçar alguns equívocos cometidos. O filme é extremamente longo, com diversas cenas desnecessárias, que não acrescentam na história e, por isso mesmo, se tornam repetitivas; a fotografia parece por vezes desconectada das emoções dos personagens; eventos que ocorrem sem nenhuma explicação aparente, revelando um roteiro raso; as atuações medianas; e as escolhas da direção em imputar ao seu filme a necessidade de ser dramático (numa história que, por si só, já emociona).
O final do filme é também bastante clichê e desnecessário, a cena final chega a ser cafona. Além disso, no desenrolar do último ato, torna-se até impossível de acreditar (ainda que seja baseada em fatos reais) que a história realmente tenha acabado tão bem quando no filme não há construção dessa narrativa: o fato dos irmãos se reencontrarem em diversos momentos desafia a nossa VONTADE de acreditar que isso realmente poderia acontecer.
Ainda com o poder da história há uma dificuldade de se envolver com a mesma, de se conectar com os personagens ou de sentir seu sofrimento. Apesar de algumas cenas poderosas
destaque para a cena em que Loung percebe sua participação na guerra, na cena das minas, e para o momento em que o soldado vermelhista é capturado e a menina oscila entre o impulso de protegê-lo e odiá-lo, reconhecendo nele seu próprio pai
, ainda falta uma abordagem que pudesse nos deixar ainda mais imersos no que se passava - algo que pode ser relacionado à necessidade de forçar emoções que parece permear o filme.
Filmes como esse tem uma temática tão chocante e impactante e são tão necessários...entretanto, a história boa se perde num filme que não é tão bom assim - falta um pouco mais de abordagem, de profundidade, enfim...faltou algo que fizesse jus à história. Temática semelhante e com uma abordagem completamente diferente, a sugestão é Philomena, de 2013, (concorreu ao Oscar de 2014 nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado).
Filme com história e personagem fantásticos mas que, pra mim, deixou a desejar. A história é extremamente necessária, e só por ela o filme já vale a pena ser visto. O ponto alto do filme é exatamente este passeio pela história dos direitos civis dos negros nos EUA (e seus muitos paralelos com preconceito na atualidade) - e por isso mesmo acredito que a história de Eugene Allen (o mordomo no qual o personagem principal é inspirado) merecia um trabalho mais bem acabado. Pontos negativos: O roteiro parece um pouco raso parece se apoiar na quantidade de astros que o diretor conseguiu reunir em seu filme e no drama exagerado que se propôs a colocar em todas as cenas, que chegam a dar um tom novelesco à história. O filme se equilibra na história de Cecil enquanto mordomo, que perpassa 30 anos de administrações presidenciais na Casa Branca, e em diversos subplots que nunca são completamente abordados e com personagens superficiais:
a escravidão na infância - nunca mais mencionada mas sempre presente - o que aconteceu com a mãe de Cecil?; o casamento falido, em meio a traições, com uma alcoolatra - rapidamente recuperados em certo ponto do filme; a relação conturbada com o filho - a meu ver um dos pontos mais interessantes do filme e que poderia ter sido o melhor explorado: as diferentes formas de luta de ambos, a compreensão de ambos sobre os papéis que tem na sociedade; a relação com o filho mais novo, cujo único propósito no filme pareceu ser ir ao Vietnã
Ponto positivo: Além das atuações, foi bastante acertado que Cecil se acostumou tanto a "ser invisível" na crueldade que lhe foi imposta desde que se torna um "negro de casa", que assume esse papel ao longo de toda sua vida, e em todos os âmbitos dela - no trabalho, no casamento, na paternidade, em seu ativismo...
gostaria que o processo de auto descoberta/de visibilidade tivesse sido explorado com mais ênfase durante o filme - talvez tornasse ainda mais interessante a discussão proposta pelo filme
Divertido! Se você gosta de cinema e metalinguagem, esse filme com certeza surpreende! É caricato ao extremo, fazendo graça de si mesmo, sem se levar muito a sério (sem aceitar essa premissa, é impossível se divertir, entender e/ou apreciar o filme). E este retrato do cinema no pós guerra pode nos parecer estranho, mas representa bem uma época de temor ao comunismo, do medo do fim da era de ouro do cinema e a necessidade de produções cada vez mais espetaculares (espetáculos aquáticos, musicais, faroestes,..). Faltou, talvez, um pouco mais de tempo para que o filme se desenvolvesse - mesmo que, a meu ver, tenha tido um final bem amarrado.
A cena de Ralph Fines como diretor é simplesmente fantástica! Aliás, todos os atores - mesmo os que aparecem por pouquíssimo tempo, estão muito bem no filme.
Um filme de atuações. Brie Larson está incrível em seu papel mas torna-se pequena comparada à atuação de Jacob Tremblay (e que pena não ter sido reconhecido na Academia por um papel muito mais forte e delicado do que tantos dos indicados...) Um filme bonito e intenso que provoca muito sentimento - a melhor parte de se estar no cinema. Você se indigna, se emociona e torce pela dupla principal mas, principalmente, se apaixona pela doçura do roteiro e dos pequenos momentos de descoberta. Mesmo a quebra de intensidade do filme não é capaz tirar a inteligência do roteiro - creio que o espectador precisa ter paciência pra ver uma história pelos olhos de uma criança de 5 anos que, como a maior parte das crianças, só vê partes do que acontece ao seu redor (mesmo sendo essa a opção do roteiro, queria sim ver mais dos dramas que se desenvolveram após a primeira metade do filme e foram superficialmente apresentados)
Sensível e arrebatador na medida certa! Com sutileza cada "graça" tem uma individualidade e rebeldia muito bem construídas para a história geral. Destaque pras cenas lindíssimas criadas pela diretora e pela personagem de Lale que cativa durante todo o filme . Filme muito delicado sobre liberdade, feminismo, irmandade e inocência
Lale que vê na fuga seu meio de fugir da triste realidade em que se insere, Nur em seu grito que é maior que a negação de um casamento, Ece e seu encontro com um rapaz qualquer dentro do carro e a morte prematura, Sonay e a suas frases arrebatadoras ("não importa o que eu diga, ninguém acredita que sou virgem") e tristeza no olhar e Selma, com seus encontros amorosos e o grito interrompido que lhe deram a tão sonhada liberdade
Simples e aparentemente despretensioso, dá uma sensação gostosa demais a quem vê. É a influência da "magia do cinema" na vida de cada um - e quem não se identifica com isso? Como disse Totó: o cinema paradiso é belíssimo!
Fotografia incrível, cenas belíssimas, boas atuações e direção, figurino e maquiagem de excelência...todas essas coisas são ofuscadas pelos diálogos num inglês arcaico que se tornam quase incompreensíveis que distraem E muito quem vai assistir o filme. Reconheço e admiro imensamente a obra de Shakespeare; entretanto, traduzida na tela, não funcionou da maneira literal como foi retratada, tal qual escrita pelo autor. Torna o filme cansativo e faz com que o espectador perca a linha da história (muito boa), que merecia uma adaptação mais digna para ser acessível a todo tipo de público. Duas estrelas pela qualidade da produção em seus demais aspectos
Mirai
3.6 119Delicado e bonito, a proposta do filme é refletir sobre o tempo, pessoas, conexões e família - e o faz de maneira interessante à medida que o próprio personagem principal vai amadurecendo e entendendo o mundo em constante mudança ao seu redor.
Por vezes o artifício utilizado para isso vai se tornando repetitivo - em sequências que reproduzem um mesmo ciclo de comportamento-reflexão-superação, e fiquei esperando uma utilização menos cansativa da proposta.
Mas é o último ato do filme que ganha destaque. Aí entendemos a necessidade de todas as pequenas histórias contadas ao longo da película. O ato final é, também, onde as técnicas de animação ganham força e somam-se à beleza da história que pretende contar. É impossível, assim, não se emocionar ou se relacionar às mudanças da vida e compreender que são elas que desembocam no presente e moldam o futuro.
Não a toa, Mirai, título do filme e de uma das personagens, significa "futuro".
Frida
4.1 1,2K Assista AgoraUm filme fraco frente à personalidade que tenta abordar. Quem assiste esse filme não entende muito da personalidade da própria Frida, o motivo de ter se tornado um símbolo para o movimento feminista ou ainda do sofrimento que passa ao longo de sua vida e que em muito se transmite em suas obras. Se intitulado Frida e Diego, seria mais clara a abordagem que o filme propõe. Ao invés de focar na primeira, o que se observa ao longo do filme é um relato sobre o casal (relato esse, aliás, bastante raso). Aqui, vale um destaque para a atuação de Alfred Molina como Diego Rivera (a melhor do filme, em minha opinião).
Não sei o que é mais incômodo: um filme sobre uma grande pintora mexicana, que se passa no México, ser todo em inglês, ou inglês forçar um sotaque mexicano e falas em espanhol/castelhano soltas.
Salma Hayek, ao invés de apontar para a liberdade sexual que simboliza Frida, é hipersexualizada em diversos momentos do filme.
Todos os demais personagens - a exceção de Frida e Diego - são tratados com pouca ou nenhuma profundidade, meros acessórios numa história que vai se arrastando sem muita complexidade e sem abraçar realmente as contradições do conturbado casamento ou da personagem que dá título à história. Enfim, é um filme fraco, com toques interessantes - como o jogo com as pinturas de Frida que ganham vida e se misturam ao filme - e é uma pena que uma grande história tenha sido contada de maneira tão apática. Típico filme "quase lá"; não é ruim, mas não chega muito além disso.
Apesar disso tudo, acho que é imprescindível ler o relato de Salma Hayek sobre a produção do filme, especialmente no que diz respeito à influência de Harvey Weinstein no desenrolar do filme. Doloroso e esclarecedor, me fez ver o filme com outros olhos (e que tristeza ver o que um homem poderoso pode conseguir fazer. Segue: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/12/1943121-harvey-weinstein-tambem-e-meu-monstro.shtml
O Rei do Show
3.9 897 Assista AgoraAo passo em que o universo circense é encantador em qualquer momento, em seu surgimento, e ainda mais tendo como protagonista um homem controverso e motivado pela ganância e ambição, torna-se ainda mais atrativo. Era de se pensar que o filme explorasse essas complexidades. Ao invés disso, temos uma trama fraca e mal feita, uma história superficial recheada de músicas que não combinam com a estética proposta - é início do século XX e, ainda assim, somos bombardeados por canções pop dos anos 2010.
Há um enorme potencial inexplorado na história, que é suplantado pelas cenas de música, dança e efeitos visuais que enchem os olhos mas que, em sua maioria, servem só pra distrair de um roteiro ruim.
Falta desenvolvimento dos personagens - e talvez os renegados do circo, por suas condições despertem em nós uma empatia sincera (e por isso mesmo protagonizam a melhor canção da trama, This is Me), e mereciam ser melhor explorados e não uma justificativa para fazer grandes atos musicais e de dança com malabares e temática circense por si só.
Nunca compreendemos realmente as motivações do filme e de seus personagens,
de modo que o que deveria ser a história de como a ganância envenena até os grandes sonhadores, se torna uma ode ao perdão infundado, já que o personagem principal (P.T.), ao invés de passar por uma jornada de auto reconhecimento, simplesmente é perdoado por todos sem precisar reconhecer seus erros.
Ninguém parece ser carismático o suficiente para levar o filme adiante, e nem mesmo Hugh Jackman, ou as elaboradas cenas musicais conseguem salvar o filme de ser raso e pouco memorável. Péssimo aproveitamento de Michelle Williams - que, aliás, parece se resignar a um papel único de esposa sorridente durante todo o filme.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraA ideia de A Bruxa é promover um mix de construção histórica realística que preza por diálogos bem construídos, que culminam num intrigante suspense de época. A sensação de isolamento da família é transmitida para o espectador, e antagonizada pelas forças sobrenaturais que a cercam em um contexto histórico recheado de superstição e apego à religiosidade, A Bruxa trabalha de maneira espetacular os limites entre o real, o sobrenatural e as coisas nas quais somos condicionados a acreditar.
Anomalisa
3.8 497 Assista AgoraIndicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação em 2016, e do mesmo roteirista de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Quero Ser John Malkovich e talvez a minha animação favorita, Anomalisa conta a história do guru do telemarketing Michael Stone, que conhece Lisa ao chegar à Connecticut. É esse encontro que transformará sua vida.
A beleza, verdade e grandeza do filme estão na forma didática com que mostra um mundo tomado por rótulos e que generaliza as pessoas. É impressionante a medida em que conseguimos nos identificar e emocionar com uma obra que é estranha, ficcional e ao mesmo tempo extremamente real.
Phoenix
3.8 104 Assista AgoraNa primeira parte da película, dois momentos são singulares em passar o contexto do pós-guerra e daquilo ao que o filme se propõe. O primeiro, quando o cirurgião plástico pergunta a Nelly qual rosto ela deseja ter. Prontamente, ela responde que quer ser como era antes, ao que o médico rebate com um sutil aviso do que viria a seguir: “nada fica exatamente igual”. Num segundo momento, é a amiga Lene quem se pergunta como chamar o processo ao qual Nelly foi submetida: reconstrução? recriação?
Afinal, como se adaptar às mudanças que não queremos que aconteçam mas que invariavelmente aconteceram? Como encarara a normalidade artificial quando se passou por tamanhas atrocidades? Como o povo judeu poderia seguir em frente? para Nelly, é pelo apego com o passado e pela posterior compreensão do presente. Para Lene – que vive seu próprio processo de readaptação – é querer estar no futuro, sem conseguir esquecer o passado.
Phoenix é, assim, uma alegoria para o renascimento e para identidade. Para Nelly, é o renascimento de si mesma, o encontro de quem ela foi e de quem ela é. Para Lene, é a impossibilidade de renascer, de se esquecer quem a tornaram. É, ainda, significativo do renascimento do povo judeu no pós-guerra, e da própria Europa marcada pela guerra. Esses renascimentos podem ser materializados pelo momento em que, ao rever os escombros de seu antigo lar, Nelly vê seu reflexo no espelho e não se reconhece. Ali se encontram coisas que se quebraram e estão além de qualquer possível reparação, esquecimento ou das marcas que para sempre os acompanharão. E é esta a lição que, ao final do filme, Nelly compreende: não é possível esquecer o passado, e ele deixa marcas que moldam quem somos – e, quer queiramos ou não, encará-las é inevitável no processo de reconhecermos a nós mesmos.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraGreta Gerwig é uma das pessoas mais adoráveis do mundo - e só de ela estar em cena já faz você gostar do filme
Primeiro, Mataram o Meu Pai
3.8 238 Assista AgoraA temática dos conflitos provocadas pela Guerra Fria já foi contada anteriormente por Angelina Jolie em seu "Na Terra do Amor e Ódio", e este é mais um exemplo dos desdobramentos da Guerra entre EUA e URSS. Há um acerto em fazer uma rápida - porém necessária e didática - contextualização história daquilo que veio a resultar na ascensão do Khmer Vermelho: os desdobramentos da Guerra do Vietnã no Camboja. É interessante apontar que o filme evidencia um fato: não importa quem está no comando, é o povo quem irá pagar e sustentar esse sistema. Desse modo, mesmo sendo o Khmer Vermelho o grande responsável pelas tragédias que se seguem, há uma importante menção a outros atores também relevantes para o crescente poder e apoio deste grupo, o que é marcado pelo discurso de Nixon no início do longa. A aprofundação história e contextualização, entretanto, não são o foco do filme, que preocupa-se em entender o lado humano do conflito, e como as pessoas - e não os envolvidos nas decisões de conflito - se comportam.
É interessante observar o contexto da guerra pelos olhos de uma criança, ao mesmo tempo em que nos encontramos confusos e desorientados com a situação apresentada, tal qual a protagonista, Loung, parece estar. E é através desse olhar que vemos, à medida que Loung enxerga, as mudanças nas pessoas, roupas, cenários, e estilo de vida. E essa visão infantil as vezes nos deixa ávidos e sedentos por querer saber mais do que uma criança em seus seis anos poderia compreender do contexto em que vivia - apesar disso, a falta de diálogos que, pode ser bem característica do povo asiático, pode também representar a fraqueza no roteiro da história. Vale ainda ressaltar a bem vinda história contada em língua nativa - Angelina já havia errado anteriormente ao contar a história bósnia ("Na Terra do Amor e Ódio") em inglês.
Entretanto, a força da história não é capaz de disfarçar alguns equívocos cometidos. O filme é extremamente longo, com diversas cenas desnecessárias, que não acrescentam na história e, por isso mesmo, se tornam repetitivas; a fotografia parece por vezes desconectada das emoções dos personagens; eventos que ocorrem sem nenhuma explicação aparente, revelando um roteiro raso; as atuações medianas; e as escolhas da direção em imputar ao seu filme a necessidade de ser dramático (numa história que, por si só, já emociona).
O final do filme é também bastante clichê e desnecessário, a cena final chega a ser cafona. Além disso, no desenrolar do último ato, torna-se até impossível de acreditar (ainda que seja baseada em fatos reais) que a história realmente tenha acabado tão bem quando no filme não há construção dessa narrativa: o fato dos irmãos se reencontrarem em diversos momentos desafia a nossa VONTADE de acreditar que isso realmente poderia acontecer.
Ainda com o poder da história há uma dificuldade de se envolver com a mesma, de se conectar com os personagens ou de sentir seu sofrimento. Apesar de algumas cenas poderosas
destaque para a cena em que Loung percebe sua participação na guerra, na cena das minas, e para o momento em que o soldado vermelhista é capturado e a menina oscila entre o impulso de protegê-lo e odiá-lo, reconhecendo nele seu próprio pai
Em Nome de Deus
4.1 254 Assista AgoraFilmes como esse tem uma temática tão chocante e impactante e são tão necessários...entretanto, a história boa se perde num filme que não é tão bom assim - falta um pouco mais de abordagem, de profundidade, enfim...faltou algo que fizesse jus à história.
Temática semelhante e com uma abordagem completamente diferente, a sugestão é Philomena, de 2013, (concorreu ao Oscar de 2014 nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado).
O Mordomo da Casa Branca
4.0 595 Assista AgoraFilme com história e personagem fantásticos mas que, pra mim, deixou a desejar. A história é extremamente necessária, e só por ela o filme já vale a pena ser visto. O ponto alto do filme é exatamente este passeio pela história dos direitos civis dos negros nos EUA (e seus muitos paralelos com preconceito na atualidade) - e por isso mesmo acredito que a história de Eugene Allen (o mordomo no qual o personagem principal é inspirado) merecia um trabalho mais bem acabado.
Pontos negativos: O roteiro parece um pouco raso parece se apoiar na quantidade de astros que o diretor conseguiu reunir em seu filme e no drama exagerado que se propôs a colocar em todas as cenas, que chegam a dar um tom novelesco à história.
O filme se equilibra na história de Cecil enquanto mordomo, que perpassa 30 anos de administrações presidenciais na Casa Branca, e em diversos subplots que nunca são completamente abordados e com personagens superficiais:
a escravidão na infância - nunca mais mencionada mas sempre presente - o que aconteceu com a mãe de Cecil?; o casamento falido, em meio a traições, com uma alcoolatra - rapidamente recuperados em certo ponto do filme; a relação conturbada com o filho - a meu ver um dos pontos mais interessantes do filme e que poderia ter sido o melhor explorado: as diferentes formas de luta de ambos, a compreensão de ambos sobre os papéis que tem na sociedade; a relação com o filho mais novo, cujo único propósito no filme pareceu ser ir ao Vietnã
Ponto positivo: Além das atuações, foi bastante acertado que Cecil se acostumou tanto a "ser invisível" na crueldade que lhe foi imposta desde que se torna um "negro de casa", que assume esse papel ao longo de toda sua vida, e em todos os âmbitos dela - no trabalho, no casamento, na paternidade, em seu ativismo...
gostaria que o processo de auto descoberta/de visibilidade tivesse sido explorado com mais ênfase durante o filme - talvez tornasse ainda mais interessante a discussão proposta pelo filme
Ave, César!
3.2 311 Assista AgoraDivertido! Se você gosta de cinema e metalinguagem, esse filme com certeza surpreende! É caricato ao extremo, fazendo graça de si mesmo, sem se levar muito a sério (sem aceitar essa premissa, é impossível se divertir, entender e/ou apreciar o filme).
E este retrato do cinema no pós guerra pode nos parecer estranho, mas representa bem uma época de temor ao comunismo, do medo do fim da era de ouro do cinema e a necessidade de produções cada vez mais espetaculares (espetáculos aquáticos, musicais, faroestes,..).
Faltou, talvez, um pouco mais de tempo para que o filme se desenvolvesse - mesmo que, a meu ver, tenha tido um final bem amarrado.
A cena de Ralph Fines como diretor é simplesmente fantástica! Aliás, todos os atores - mesmo os que aparecem por pouquíssimo tempo, estão muito bem no filme.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraUm filme de atuações. Brie Larson está incrível em seu papel mas torna-se pequena comparada à atuação de Jacob Tremblay (e que pena não ter sido reconhecido na Academia por um papel muito mais forte e delicado do que tantos dos indicados...)
Um filme bonito e intenso que provoca muito sentimento - a melhor parte de se estar no cinema. Você se indigna, se emociona e torce pela dupla principal mas, principalmente, se apaixona pela doçura do roteiro e dos pequenos momentos de descoberta.
Mesmo a quebra de intensidade do filme não é capaz tirar a inteligência do roteiro - creio que o espectador precisa ter paciência pra ver uma história pelos olhos de uma criança de 5 anos que, como a maior parte das crianças, só vê partes do que acontece ao seu redor (mesmo sendo essa a opção do roteiro, queria sim ver mais dos dramas que se desenvolveram após a primeira metade do filme e foram superficialmente apresentados)
Cinco Graças
4.3 329 Assista AgoraSensível e arrebatador na medida certa! Com sutileza cada "graça" tem uma individualidade e rebeldia muito bem construídas para a história geral. Destaque pras cenas lindíssimas criadas pela diretora e pela personagem de Lale que cativa durante todo o filme .
Filme muito delicado sobre liberdade, feminismo, irmandade e inocência
Lale que vê na fuga seu meio de fugir da triste realidade em que se insere, Nur em seu grito que é maior que a negação de um casamento, Ece e seu encontro com um rapaz qualquer dentro do carro e a morte prematura, Sonay e a suas frases arrebatadoras ("não importa o que eu diga, ninguém acredita que sou virgem") e tristeza no olhar e Selma, com seus encontros amorosos e o grito interrompido que lhe deram a tão sonhada liberdade
Joy: O Nome do Sucesso
3.4 778 Assista AgoraFilme bem fraco, roteiro previsível e as vezes mirabolante
(entrada pra fábrica dentro do banheiro??? Solução um pouco preguiçosa ein...)
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista AgoraSimples e aparentemente despretensioso, dá uma sensação gostosa demais a quem vê. É a influência da "magia do cinema" na vida de cada um - e quem não se identifica com isso? Como disse Totó: o cinema paradiso é belíssimo!
Linda cena final! Minha favorita do filme
Macbeth: Ambição e Guerra
3.5 383 Assista AgoraFotografia incrível, cenas belíssimas, boas atuações e direção, figurino e maquiagem de excelência...todas essas coisas são ofuscadas pelos diálogos num inglês arcaico que se tornam quase incompreensíveis que distraem E muito quem vai assistir o filme.
Reconheço e admiro imensamente a obra de Shakespeare; entretanto, traduzida na tela, não funcionou da maneira literal como foi retratada, tal qual escrita pelo autor. Torna o filme cansativo e faz com que o espectador perca a linha da história (muito boa), que merecia uma adaptação mais digna para ser acessível a todo tipo de público.
Duas estrelas pela qualidade da produção em seus demais aspectos
Sob o Mesmo Céu
2.7 455 Assista AgoraUma estrela e meia só pela trilha sonora que é muito boa (e a única coisa que faz algum sentido nesse filme)
Wolverine: Imortal
3.2 2,2K Assista AgoraPassei o filme todo esperando uma cena realmente boa (ainda bem que ela veio depois dos créditos)
Intocáveis
4.4 4,1K Assista AgoraDoce e arrebatador, te deixa com um sorriso de orelha a orelha
Simplesmente Complicado
3.5 919 Assista AgoraMuito engraçado, vale a pena!
Premonição 4
2.5 1,6K Assista AgoraPéssimo.
Avatar
3.6 4,5K Assista AgoraVale mais pela produção do que pela história, que é, realmente, incrível.
Separados pelo Casamento
2.9 580 Assista AgoraDetestei.
Anjos e Demônios
3.5 1,6K Assista AgoraMuito cansativo.