Que lindeza de filme, suave e potente, e bruto, e cru, e lírico, e os planos que focam as mãos, o toque da mãe que se esvai, o nervosismo das próprias mãos uma sobre a outra enquanto segura o cigarro trêmulo, as nuances da luz, Emmanuelle Devos, enfim. Não conhecia Leduc, estou ansiosa para encontrar seus livros, e o filme deixou evidente a força própria de sua escrita como protagonista, mas que ao mesmo tempo se alimenta daquilo que admira, uma junção que flui.
No making off mostra que contaram com a presença de Li Cunxin, então, por mais que seja romanceado - como toda biografia quando passada para ficção acaba sendo - acho que é mais fiel do que pensamos. As atuações são um tanto canastronas, e o deslumbre do american way of life incomoda mesmo, apesar de que acredito que foi o próprio deslumbre do menino, mas as sequências de dança são bem bonitas.
Uma trilogia que começou com "Albergue Espanhol" não poderia terminar com menos que MUITO amor!! Sempre me reapaixono por como Klapisch utiliza as cores e a iluminação! Não achei menor que os primeiros, como cheguei a ler antes de assistir, aliás acho que ele foi enriquecendo o roteiro de um para o outro, como se ele fosse o próprio Xavier amadurecendo e se encontrando. E das coisas que mais gostei foi como é mostrado que algumas personagens estão entrando em uma crise com o avançar da idade, e começando a buscar subjetividades que tragam frescor; em contraponto a como outras foram deixando as características de jovem mimadx para tornar-se interessante.
Em um campo garotos brancos uniformizados treinam rugby, no cercado do outro lado da estreita estrada garotos negros, com roupas simples e pés descalços, jogam futebol. Um carro passa escoltado, as crianças negras entram em alvoroço, as brancas não compreendem do que se trata; é o ponto que indica o início de uma fase de mudanças políticas e sociais; a data é 11 de Fevereiro de 1990, Nelson Mandela é libertado após 27 anos como preso político.
Fiquei com um pé atrás no começo por ser um norteamericano falando da África, mas me surpreendi, que delicadeza, sem ser panfletário, os pontos e os posicionamentos de Madiba demonstrados nos detalhes, até passei a me interessar pelo jogo e
Assim como outras opiniões também achei que foi uma tentativa de repetir o sucesso de " O segredo dos seus olhos", não é nada fabuloso, mas é oquei, redondinho, e com Darín é sempre um golpe baixo haha.
a ideia podia ter sido explorada de tantas maneiras, mas...caiu em um roteiro que é uma peneira, e que para além dos furos, não dá tempo de nos envolvermos com as personagens.
Li algumas opiniões sobre o filme ser pueril demais,ultrapassando as crianças para as personagens adultas, mas eu não acho que seja bem isso. Vejo mais claro a inversão de papéis, filhos criando pais. E acredito que para evidenciar este ponto sem tirar o lado infantil - no sentido puro - das crianças, escolheu-se por deixar mais forte esse caráter adolescente dos pais. A narrativa é simples, doce, doce, doce, a trilha é uma delícia
Não sei o que me encanta mais no cinema de Wes. Se a paleta de cores, os cenários, o elenco, as personas, a fotografia, os planos, a dinâmica da narrativa e dos próprios gestos das personagens; ou como um roteiro simples, envolto por todos estes detalhes, consegue aquecer até os corações em frangalhos e escorrer um sorriso faceiro.
ainda meio amortecida pelo filme vim deixar alguns rascunhos - engraçado, com o último filme que me deixou assim também só consegui rascunhar, como se a cada momento de reflexão fosse surgir algo novo a ser adicionado à minha opinião... talvez os melhores nos causem isso. Bom, o caso é que pensei que não fosse ficar surpresa e assustada, posso dizer que o segundo de fato não ocorreu, não porque as constatações postas não sejam bizarras e próximas, mas porque outros filmes recentes - o mais próximo deste acho que é "Ruby Sparks"- já haviam me revirado por dentro e colocado à tona os questionamentos que Her reavivou. Mas, sim fui surpreendida, porque sempre que um filme é superestimado e levamos um tempo para assistir, mesmo sem querer expectativas se criam, e eu não sei exatamente o que eu esperava, mas não achei que fosse conseguir ser muito diferente dos outros. Afinal, a melancolia da metrópole, a efemeridade das relações (e um certo desespero para recuperá-las), somada à rapidez com que surgem lenitivos - tecnológicos principalmente - são os grandes temas dos últimos anos, todos juntos ou algum deles - Melancolia, A Cabana, Another Earth, Medianeras, A Casa de Alice... - ainda assim, a naturalidade com que a relação de Theo e Samantha se desenvolve foi um ponto novo. É claro e assustador o quanto isso é absorvido pelo expectador com a mesma naturalidade passada - mesmo com uma sensação de estranhamento - porque a verdade é que a questão está para além da tela. Pois, mesmo que exista um corpo do outro lado da máquina, este tantas vezes não é táctil, mas desperta em nós, carinho, saudades, amor, nos desperta. E o que eu posso dizer, em resumo, é que nesta noite a máquina foi o seu filme Spike. Com a suavidade - que pendia entre o incômodo e a leveza completa - da fotografia, dos planos, da música, das relações (mesmo quando houve conflito), onde não há corpo além do vídeo rodando, da barra chegando ao fim, mas nos sentiremos aconchegados pelo teu sistema, prontos para o despertador que timbrará alto na manhã seguinte com uma centelha de esperança.
Ainda digerindo, assim, só alguns rascunhos. Planos abertos belíssimos, fotografia lindíssima, sutileza na passagem de tempo, as cenas de punição são pesadas mas não apelativas, working songs fodas. Bom, por tratar de um homem negro que já tinha sua liberdade e foi sequestrado para ser vendido como escravo, a história é singular, e justamente este mesmo fato evidenciou ainda mais, para mim, a proporção absurda da maioria que não poderia nem sonhar com essa centelha de esperança. E a linda Lupita, para além de sua atuação, deixou à altura dos olhos o quão ainda mais profunda é a questão da mulher negra. Me lembrou a entrevista que li da Sueli Carneiro (uma das fundadoras do Geledés) na TPM de Abril: "A mulher negra é a síntese de duas opressões, de duas contradições essenciais: a opressão de gênero e de raça. Isso resulta no tipo mais perverso de confinamento"
Eu não acho que Cate "segurou" o filme, pois ela É o filme! As nuances (trágica, caricata, hiperbólica, contida) da personagem são o que forma o roteiro. Fica um gosto amargo.
Metalinguagens; uma estória (recheada de história) triste contada como literatura e memória. Fotografia linda, o roteiro me incomodou em detalhes, mas o pior pra mim são personagens portugueses falando em inglês entre si, não. E sobre a ditadura, apesar de ser o pano que cobre todo o enredo e que marca as personagens, achei que ficou mais na superfície
O que poderia ser uma simples questão estética trouxe a possibilidade de discutir gênero, raça, política. Mostrando mais uma vez que estética nunca é algo aleatório à toda uma construção de estereótipos, e que a escolha por uma determinada traz uma junção de significados para aquele que a carrega e para os que o rodeiam. Filme cru e verdadeiro.
Mais um da série: demorei a assistir esperando o momento certo. Ironico, com uma fotografia linda, trilha sonora foda, e intenção interessante de vingança, assim como em Bastardos Inglórios. Mas, há uma ressalva,
utilizar um dos focos mais fortes de atenção para responsabilizar um negro, não dá, não dá! Poderia ter escolhido outro mecanismo de retórica que faria bem mais sentido e daria ainda mais força ao roteiro, já que mesmo estando na Casa Grande, Stephen é escravo e está submetido em um simulacro de poder.
Violette
4.0 99 Assista AgoraQue lindeza de filme, suave e potente, e bruto, e cru, e lírico, e os planos que focam as mãos, o toque da mãe que se esvai, o nervosismo das próprias mãos uma sobre a outra enquanto segura o cigarro trêmulo, as nuances da luz, Emmanuelle Devos, enfim. Não conhecia Leduc, estou ansiosa para encontrar seus livros, e o filme deixou evidente a força própria de sua escrita como protagonista, mas que ao mesmo tempo se alimenta daquilo que admira, uma junção que flui.
O Último Dançarino de Mao
4.1 235No making off mostra que contaram com a presença de Li Cunxin, então, por mais que seja romanceado - como toda biografia quando passada para ficção acaba sendo - acho que é mais fiel do que pensamos. As atuações são um tanto canastronas, e o deslumbre do american way of life incomoda mesmo, apesar de que acredito que foi o próprio deslumbre do menino, mas as sequências de dança são bem bonitas.
O Enigma Chinês
3.9 129Uma trilogia que começou com "Albergue Espanhol" não poderia terminar com menos que MUITO amor!! Sempre me reapaixono por como Klapisch utiliza as cores e a iluminação! Não achei menor que os primeiros, como cheguei a ler antes de assistir, aliás acho que ele foi enriquecendo o roteiro de um para o outro, como se ele fosse o próprio Xavier amadurecendo e se encontrando.
E das coisas que mais gostei foi como é mostrado que algumas personagens estão entrando em uma crise com o avançar da idade, e começando a buscar subjetividades que tragam frescor; em contraponto a como outras foram deixando as características de jovem mimadx para tornar-se interessante.
Sangue no Gelo
3.3 343 Assista AgoraUm filme ok, a dupla sustenta e o fato de ser mesmo uma história real
como as fotos comprovam no fim
Bravura Indômita
3.9 1,4K Assista AgoraBridges, Damon, Brolin, clássicos, ácidos, irônicos, elegantes em uma linda fotografia. E o que é Hailee Steinfeld? Mais amor!
Invictus
3.8 805 Assista AgoraEm um campo garotos brancos uniformizados treinam rugby, no cercado do outro lado da estreita estrada garotos negros, com roupas simples e pés descalços, jogam futebol. Um carro passa escoltado, as crianças negras entram em alvoroço, as brancas não compreendem do que se trata; é o ponto que indica o início de uma fase de mudanças políticas e sociais; a data é 11 de Fevereiro de 1990, Nelson Mandela é libertado após 27 anos como preso político.
Fiquei com um pé atrás no começo por ser um norteamericano falando da África, mas me surpreendi, que delicadeza, sem ser panfletário, os pontos e os posicionamentos de Madiba demonstrados nos detalhes, até passei a me interessar pelo jogo e
quando chega ao último Scrum – que podemos entender como símbolo da união que o país buscava no momento –
Morgan Freeman e Matt Damon sustentam muito além da semelhança física!!
http://diariodeferro.com/dica-de-filme-invictus-2009/#more-687
A Noiva Estava de Preto
3.9 99Truffaut homenageia Hitchcock. Tarantino se inspira em Truffaut. Muito amor (e vingança) para um só filme. Planos lindos e um final pontual.
A Coisa
3.2 811 Assista Agoraeu gostei deste prequel, mas ainda não assisti o filme de 82 para fazer comparações.
Tese Sobre um Homicídio
3.4 309 Assista AgoraAssim como outras opiniões também achei que foi uma tentativa de repetir o sucesso de " O segredo dos seus olhos", não é nada fabuloso, mas é oquei, redondinho, e com Darín é sempre um golpe baixo haha.
Beijos Proibidos
4.1 138 Assista Agoratruffaut c'est l'amour ♥
Perigo por Encomenda
3.3 491 Assista AgoraE se é para fazer entretenimento sem mais, que seja assim, divertido, dinâmico, e com o plus de Joseph Gordon-Levitt e Michael Shannon!
Mundos Opostos
3.4 611 Assista Agoraa ideia podia ter sido explorada de tantas maneiras, mas...caiu em um roteiro que é uma peneira, e que para além dos furos, não dá tempo de nos envolvermos com as personagens.
O Que Eu Mais Desejo
4.0 126 Assista AgoraLi algumas opiniões sobre o filme ser pueril demais,ultrapassando as crianças para as personagens adultas, mas eu não acho que seja bem isso. Vejo mais claro a inversão de papéis, filhos criando pais. E acredito que para evidenciar este ponto sem tirar o lado infantil - no sentido puro - das crianças, escolheu-se por deixar mais forte esse caráter adolescente dos pais.
A narrativa é simples, doce, doce, doce, a trilha é uma delícia
e o final me surpreendeu recorrendo ao realismo...a vida seguindo, do jeito que dá...
http://www.youtube.com/watch?v=L6w2SM9_X-c
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KNão sei o que me encanta mais no cinema de Wes. Se a paleta de cores, os cenários, o elenco, as personas, a fotografia, os planos, a dinâmica da narrativa e dos próprios gestos das personagens; ou como um roteiro simples, envolto por todos estes detalhes, consegue aquecer até os corações em frangalhos e escorrer um sorriso faceiro.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraQuerido Spike,
ainda meio amortecida pelo filme vim deixar alguns rascunhos - engraçado, com o último filme que me deixou assim também só consegui rascunhar, como se a cada momento de reflexão fosse surgir algo novo a ser adicionado à minha opinião... talvez os melhores nos causem isso.
Bom, o caso é que pensei que não fosse ficar surpresa e assustada, posso dizer que o segundo de fato não ocorreu, não porque as constatações postas não sejam bizarras e próximas, mas porque outros filmes recentes - o mais próximo deste acho que é "Ruby Sparks"- já haviam me revirado por dentro e colocado à tona os questionamentos que Her reavivou. Mas, sim fui surpreendida, porque sempre que um filme é superestimado e levamos um tempo para assistir, mesmo sem querer expectativas se criam, e eu não sei exatamente o que eu esperava, mas não achei que fosse conseguir ser muito diferente dos outros. Afinal, a melancolia da metrópole, a efemeridade das relações (e um certo desespero para recuperá-las), somada à rapidez com que surgem lenitivos - tecnológicos principalmente - são os grandes temas dos últimos anos, todos juntos ou algum deles - Melancolia, A Cabana, Another Earth, Medianeras, A Casa de Alice... - ainda assim, a naturalidade com que a relação de Theo e Samantha se desenvolve foi um ponto novo. É claro e assustador o quanto isso é absorvido pelo expectador com a mesma naturalidade passada - mesmo com uma sensação de estranhamento - porque a verdade é que a questão está para além da tela. Pois, mesmo que exista um corpo do outro lado da máquina, este tantas vezes não é táctil, mas desperta em nós, carinho, saudades, amor, nos desperta.
E o que eu posso dizer, em resumo, é que nesta noite a máquina foi o seu filme Spike. Com a suavidade - que pendia entre o incômodo e a leveza completa - da fotografia, dos planos, da música, das relações (mesmo quando houve conflito), onde não há corpo além do vídeo rodando, da barra chegando ao fim, mas nos sentiremos aconchegados pelo teu sistema, prontos para o despertador que timbrará alto na manhã seguinte com uma centelha de esperança.
Com Amor.
A Perseguição
3.2 850 Assista Agoraé legalzinho.
A Sorte em Suas Mãos
2.8 24 Assista AgoraÉ um filme fofo plus Jorge Drexler!
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KAinda digerindo, assim, só alguns rascunhos. Planos abertos belíssimos, fotografia lindíssima, sutileza na passagem de tempo, as cenas de punição são pesadas mas não apelativas, working songs fodas.
Bom, por tratar de um homem negro que já tinha sua liberdade e foi sequestrado para ser vendido como escravo, a história é singular, e justamente este mesmo fato evidenciou ainda mais, para mim, a proporção absurda da maioria que não poderia nem sonhar com essa centelha de esperança.
E a linda Lupita, para além de sua atuação, deixou à altura dos olhos o quão ainda mais profunda é a questão da mulher negra. Me lembrou a entrevista que li da Sueli Carneiro (uma das fundadoras do Geledés) na TPM de Abril:
"A mulher negra é a síntese de duas opressões, de duas contradições essenciais: a opressão de gênero e de raça. Isso resulta no tipo mais perverso de confinamento"
Blue Jasmine
3.7 1,7K Assista AgoraEu não acho que Cate "segurou" o filme, pois ela É o filme! As nuances (trágica, caricata, hiperbólica, contida) da personagem são o que forma o roteiro. Fica um gosto amargo.
Chamada de Emergência
3.7 1,5K Assista AgoraGostei do final!
Trem Noturno para Lisboa
3.7 258 Assista AgoraMetalinguagens; uma estória (recheada de história) triste contada como literatura e memória. Fotografia linda, o roteiro me incomodou em detalhes, mas o pior pra mim são personagens portugueses falando em inglês entre si, não. E sobre a ditadura, apesar de ser o pano que cobre todo o enredo e que marca as personagens, achei que ficou mais na superfície
Pelo Malo
4.0 121 Assista AgoraO que poderia ser uma simples questão estética trouxe a possibilidade de discutir gênero, raça, política. Mostrando mais uma vez que estética nunca é algo aleatório à toda uma construção de estereótipos, e que a escolha por uma determinada traz uma junção de significados para aquele que a carrega e para os que o rodeiam. Filme cru e verdadeiro.
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraMais um da série: demorei a assistir esperando o momento certo. Ironico, com uma fotografia linda, trilha sonora foda, e intenção interessante de vingança, assim como em Bastardos Inglórios. Mas, há uma ressalva,
utilizar um dos focos mais fortes de atenção para responsabilizar um negro, não dá, não dá! Poderia ter escolhido outro mecanismo de retórica que faria bem mais sentido e daria ainda mais força ao roteiro, já que mesmo estando na Casa Grande, Stephen é escravo e está submetido em um simulacro de poder.
Camille Outra Vez
3.4 86 Assista AgoraFofinho, docinho, me convenceu! ♥