Com a primeira metade se detendo sobre a construção do vínculo dos personagens (momento fantástico e eficientemente ambientado que remete à Era uma Vez na América, uma história de crimes e amizade que atravessa décadas), a segunda lamentavelmente se transforma num drama de tribunal, com andamento sensivelmente mais lento e desinteressante. No geral, não é um filme ruim, apenas uma obra que tinha potencial para se tornar um clássico moderno, no que foi mal sucedido. A melhor coisa do filme é o belo, comovente e espontâneo epílogo.
Repleto de sequências surtadas, como a cena da igreja ao som de Lynyrd Skynyrd. A quase ausência de sangue peca contra o filme, tornando-o asséptico, mas a violência estilizada e cartunesca compensa.
Poderosa abordagem que desconstrói mitos e ilusões, para mostrar as inadequações e o pessimismo de uma geração. Talvez, o mito da caverna de Platão seja a melhor referência para representar a busca por uma identidade própria dos personagens, ainda que o que predomine seja a incompreensão geral do meio. A cena do aquário é metaforicamente primorosa e, junto com as outras experimentações estilísticas que são usadas, tornam esse filme uma subestimada obra prima.
Prelúdio que explica algumas pontas soltas da série, com uma linguagem mais ousada (o que inclui, por exemplo, cenas de sexo proibitivas para a TV) e um enfoque maior na construção da personalidade de Laura Palmer (deixada de lado em meados da segunda temporada). Peca apenas por estender um tanto a participação do agente Cooper, que por mais carismático que seja, deveria ter uma participação mais discreta.
Filme tardio sobre a guerra do Vietnã, não tão conhecido como outros exemplares cultuados do gênero (Platoon, por exemplo), mas quase tão bom quanto. Com a vantagem de ter a classe e a estética característica da direção de Brian De Palma, e a belíssima trilha do maestro Ennio Morricone, demarcando os pontos altos do filme (na sequência que envolve o soldado Brown, e a lírica cena final). Faz pensar que tudo fica melhor com Morricone na trilha.
Retrato fiel e ainda atual de uma juventude em busca de um lugar no mundo, de um sentimento de pertença a determinado grupo social. Os ângulos de câmera inusitados contribuem para transmitir a sensação de deslocamento dos personagens, ao mesmo tempo em que a bela fotografia revela o lado humano desses jovens.
Ok. Os primeiros 9, 10 episódios retomam a genialidade da primeira temporada, em seu clima onírico de mistério, suprimindo tudo aquilo que era desnecessário, como as subtramas sem graça e o exagerado humor nonsense (a finalização desse arco é magnífico!). Depois disso a série se transforma numa grande novela sem rumo, ladeira abaixo, que se distancia grandemente do seu plote principal (a investigação do assassinato de Laura Palmer), e falha em desenvolver os novos personagens, incapazes de gerar empatia entre o público, além de mudar total e inexplicavelmente a personalidade daqueles que eram centrais à trama da primeira temporada (por exemplo, Audrey, que de doidivanas passa a uma apagada mocinha desiludida). Exceto, claro, pelas últimas cenas do último episódio, que redimem toda a série. Ah, aquele final...
Cenários, cores, clima, espaço, atuações (Nicholson, inspiradíssimo), trilha. Tudo contribui para que esta maravilha cinematográfica envolva o público numa atmosfera pesada, tensa. Que Kubrick foi um gênio, todos nós sabemos, agora, que ele sabia lapidar tão bem uma obra literária (de outro grande mestre, King), é coisa para se conferir em O Iluminado.
Perfeita construção de personagem em conflito (entre o trabalho e a culpa), com traços paranoicos, em muito ajudada pela ótima atuação do Hackman. Complementam este bom filme a trilha opressiva e a ágil edição de imagem, intercalando cenas do processo de escuta com a conversação dos personagens.
Filme que foge sensivelmente do plote que costuma ser explorado nos westerns americanos (geralmente histórias sobre vingança), focando mais na obsessiva busca de um homem. A fotografia é deslumbrante, e os enquadramentos são de cair o queixo. Trabalho de mestre. Se alguém um dia já falou que este é o melhor western americano de todos os tempos, bem, talvez esteja bem próximo da verdade.
Uma cena de batalha primorosa, um tenso julgamento em que todas possibilidades de absolvição estão contra os "réus", e uma hipnotizante preparação para um fuzilamento,
tudo regado a diálogos precisamente trabalhados e uma crítica convincente às guerras. Stanley Kubrick sabia o que fazia, mesmo na época pré 2001 (o grande marco de mudança da sua carreira). Altamente recomendável.
Atualização da história de Moby Dick e a obsessão do capitão Ahab pela célebre baleia (pelo menos o enredo lembra bastante o clássico da literatura), só que com uma contextualização diferente: a época das guerras napoleônicas e as épicas batalhas entre os navios ingleses e o corsários franceses. Direção de arte impecável, com tudo pensado para reproduzir exatamente o funcionamento de um navio de guerra, e cenas de ação competentemente conduzidas.
Como as pessoas se comportam quando o que está em jogo é o bem estar próprio, em detrimento do bem estar dos outros (com altruísmo ou com egoísmo), é o ponto principal discutido por este contundente filme. O país palco da trama - Bélgica - bem poderia ser o Brasil, com as políticas estratégicas das grandes empresas passando longe das reais necessidades (físicas e/ou psicológicas) dos trabalhadores. Filme para ser pensado e repensado.
Um filme bonito sobre a vida familiar de Stephen Hawking e Jane, que o amparou na doença boa parte de sua vida. Isso explica o equilíbrio ao mostrar a perspectiva (sentimentos, pensamentos, medos, etc) de cada um, embora algumas pessoas reclamem da pouca ênfase que as descobertas de Hawking tiveram no filme. Particularmente agoniante é o seu processo degenerativo, mostrando de forma crescente a suas limitações e dependência (bem como o medo de perder a capacidade de externalizar o mundo de pensamentos da sua cabeça).
Irrepreensível do ponto de vista técnico e com relação às atuações (todo o elenco está ótimo!). No mais, de forma metalinguística o filme expõe e crítica a grande máquina que é Hollywood.
Parece que o 4 é o número mágico das franquias para os prelúdios (vide Hannibal, Hellraiser, O Exorcista). Em Psicose 4 temos o bagaço do que algum dia foi o clássico de Hitchcock. Não que seja ruim, mas parece não funcionar enquanto uma grande terapia de expurgação, em que cada traço ambíguo e apenas sugerido (no primeiro filme) da personalidade de Norman é minuciosa e exaustivamente explicado. Bom para discutir incesto e Complexo de Édipo com alunos de Psicologia, mas como filme, está aquém do esperado.
As cenas de ação (tensas!) são numerosas e bem construídas. Pessoalmente, não gostei muito dos efeitos especiais, que apesar de poucos, pareceram amadores. A atuação do Bradley não teve nada demais, nada que justifique sua indicação ao Oscar. No mais, o patriotismo e o auto sacrifício abundam (quantas vezes ele é chamado de "A Lenda"?), com uma tímida crítica à guerra aqui e acolá.
Atuações primorosas, num filme de andamento lento (não que seja um demérito) em que o desenvolvimento dos personagens é prioridade! Peter Sellers, a cereja do bolo, rouba sempre a cena com o seu Clare Quilty
Homenagem tardia ao grande clássico, cujo ponto forte fica por conta de suas várias alusões. No quesito atuação Anthony Perkins (com precisa ambiguidade) e Vera Miles estão convincentes, mas Meg Tilly, com um importante papel de apoio, não faz mais do que ficar impassível, o filme todo. Lá pelas tantas vira um típico slasher oitentista. Dá pro gasto.
Dá para assistir se encararmos o filme como uma grande e colorida (colorida até demais!) brincadeira com o clássico do Sr. Hitchcock, com um monte de figurinhas tarimbadas de Hollywood pagando mico. Bom apenas para comparar algumas sutis diferenças desta cópia cena a cena, em relação à versão original.
Sleepers: A Vingança Adormecida
3.9 465 Assista AgoraCom a primeira metade se detendo sobre a construção do vínculo dos personagens (momento fantástico e eficientemente ambientado que remete à Era uma Vez na América, uma história de crimes e amizade que atravessa décadas), a segunda lamentavelmente se transforma num drama de tribunal, com andamento sensivelmente mais lento e desinteressante. No geral, não é um filme ruim, apenas uma obra que tinha potencial para se tornar um clássico moderno, no que foi mal sucedido. A melhor coisa do filme é o belo, comovente e espontâneo epílogo.
Kingsman: Serviço Secreto
4.0 2,2K Assista AgoraRepleto de sequências surtadas, como a cena da igreja ao som de Lynyrd Skynyrd. A quase ausência de sangue peca contra o filme, tornando-o asséptico, mas a violência estilizada e cartunesca compensa.
O Selvagem da Motocicleta
3.9 227 Assista AgoraPoderosa abordagem que desconstrói mitos e ilusões, para mostrar as inadequações e o pessimismo de uma geração. Talvez, o mito da caverna de Platão seja a melhor referência para representar a busca por uma identidade própria dos personagens, ainda que o que predomine seja a incompreensão geral do meio. A cena do aquário é metaforicamente primorosa e, junto com as outras experimentações estilísticas que são usadas, tornam esse filme uma subestimada obra prima.
Whiplash
3.8 17Bom!
Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer
3.9 273 Assista AgoraPrelúdio que explica algumas pontas soltas da série, com uma linguagem mais ousada (o que inclui, por exemplo, cenas de sexo proibitivas para a TV) e um enfoque maior na construção da personalidade de Laura Palmer (deixada de lado em meados da segunda temporada). Peca apenas por estender um tanto a participação do agente Cooper, que por mais carismático que seja, deveria ter uma participação mais discreta.
Pecados de Guerra
3.8 154 Assista AgoraFilme tardio sobre a guerra do Vietnã, não tão conhecido como outros exemplares cultuados do gênero (Platoon, por exemplo), mas quase tão bom quanto. Com a vantagem de ter a classe e a estética característica da direção de Brian De Palma, e a belíssima trilha do maestro Ennio Morricone, demarcando os pontos altos do filme (na sequência que envolve o soldado Brown, e a lírica cena final). Faz pensar que tudo fica melhor com Morricone na trilha.
Vidas Sem Rumo
3.8 259Retrato fiel e ainda atual de uma juventude em busca de um lugar no mundo, de um sentimento de pertença a determinado grupo social. Os ângulos de câmera inusitados contribuem para transmitir a sensação de deslocamento dos personagens, ao mesmo tempo em que a bela fotografia revela o lado humano desses jovens.
Twin Peaks (2ª Temporada)
4.2 299Ok. Os primeiros 9, 10 episódios retomam a genialidade da primeira temporada, em seu clima onírico de mistério, suprimindo tudo aquilo que era desnecessário, como as subtramas sem graça e o exagerado humor nonsense (a finalização desse arco é magnífico!). Depois disso a série se transforma numa grande novela sem rumo, ladeira abaixo, que se distancia grandemente do seu plote principal (a investigação do assassinato de Laura Palmer), e falha em desenvolver os novos personagens, incapazes de gerar empatia entre o público, além de mudar total e inexplicavelmente a personalidade daqueles que eram centrais à trama da primeira temporada (por exemplo, Audrey, que de doidivanas passa a uma apagada mocinha desiludida). Exceto, claro, pelas últimas cenas do último episódio, que redimem toda a série. Ah, aquele final...
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraCenários, cores, clima, espaço, atuações (Nicholson, inspiradíssimo), trilha. Tudo contribui para que esta maravilha cinematográfica envolva o público numa atmosfera pesada, tensa. Que Kubrick foi um gênio, todos nós sabemos, agora, que ele sabia lapidar tão bem uma obra literária (de outro grande mestre, King), é coisa para se conferir em O Iluminado.
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista AgoraFilme bonito e sincero sobre amor e preconceito. O final contundente é um verdadeiro soco no estômago.
A Conversação
4.0 231 Assista AgoraPerfeita construção de personagem em conflito (entre o trabalho e a culpa), com traços paranoicos, em muito ajudada pela ótima atuação do Hackman. Complementam este bom filme a trilha opressiva e a ágil edição de imagem, intercalando cenas do processo de escuta com a conversação dos personagens.
Rastros de Ódio
4.1 266 Assista AgoraFilme que foge sensivelmente do plote que costuma ser explorado nos westerns americanos (geralmente histórias sobre vingança), focando mais na obsessiva busca de um homem. A fotografia é deslumbrante, e os enquadramentos são de cair o queixo. Trabalho de mestre. Se alguém um dia já falou que este é o melhor western americano de todos os tempos, bem, talvez esteja bem próximo da verdade.
Glória Feita de Sangue
4.4 447 Assista AgoraUma cena de batalha primorosa, um tenso julgamento em que todas possibilidades de absolvição estão contra os "réus", e uma hipnotizante preparação para um fuzilamento,
Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo
3.4 206 Assista AgoraAtualização da história de Moby Dick e a obsessão do capitão Ahab pela célebre baleia (pelo menos o enredo lembra bastante o clássico da literatura), só que com uma contextualização diferente: a época das guerras napoleônicas e as épicas batalhas entre os navios ingleses e o corsários franceses. Direção de arte impecável, com tudo pensado para reproduzir exatamente o funcionamento de um navio de guerra, e cenas de ação competentemente conduzidas.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraSensacional!
Dois Dias, Uma Noite
3.8 543Como as pessoas se comportam quando o que está em jogo é o bem estar próprio, em detrimento do bem estar dos outros (com altruísmo ou com egoísmo), é o ponto principal discutido por este contundente filme. O país palco da trama - Bélgica - bem poderia ser o Brasil, com as políticas estratégicas das grandes empresas passando longe das reais necessidades (físicas e/ou psicológicas) dos trabalhadores. Filme para ser pensado e repensado.
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraUm filme bonito sobre a vida familiar de Stephen Hawking e Jane, que o amparou na doença boa parte de sua vida. Isso explica o equilíbrio ao mostrar a perspectiva (sentimentos, pensamentos, medos, etc) de cada um, embora algumas pessoas reclamem da pouca ênfase que as descobertas de Hawking tiveram no filme. Particularmente agoniante é o seu processo degenerativo, mostrando de forma crescente a suas limitações e dependência (bem como o medo de perder a capacidade de externalizar o mundo de pensamentos da sua cabeça).
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraIrrepreensível do ponto de vista técnico e com relação às atuações (todo o elenco está ótimo!). No mais, de forma metalinguística o filme expõe e crítica a grande máquina que é Hollywood.
Psicose 4: O Começo
2.9 107Parece que o 4 é o número mágico das franquias para os prelúdios (vide Hannibal, Hellraiser, O Exorcista). Em Psicose 4 temos o bagaço do que algum dia foi o clássico de Hitchcock. Não que seja ruim, mas parece não funcionar enquanto uma grande terapia de expurgação, em que cada traço ambíguo e apenas sugerido (no primeiro filme) da personalidade de Norman é minuciosa e exaustivamente explicado. Bom para discutir incesto e Complexo de Édipo com alunos de Psicologia, mas como filme, está aquém do esperado.
Psicose III
2.8 115 Assista AgoraNa linha das continuações totalmente desnecessárias. Salva-se o respeito à continuidade da franquia. E Anthony Perkins, claro.
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraAs cenas de ação (tensas!) são numerosas e bem construídas. Pessoalmente, não gostei muito dos efeitos especiais, que apesar de poucos, pareceram amadores. A atuação do Bradley não teve nada demais, nada que justifique sua indicação ao Oscar. No mais, o patriotismo e o auto sacrifício abundam (quantas vezes ele é chamado de "A Lenda"?), com uma tímida crítica à guerra aqui e acolá.
Lolita
3.7 632 Assista AgoraAtuações primorosas, num filme de andamento lento (não que seja um demérito) em que o desenvolvimento dos personagens é prioridade! Peter Sellers, a cereja do bolo, rouba sempre a cena com o seu Clare Quilty
Psicose 2
3.3 213 Assista AgoraHomenagem tardia ao grande clássico, cujo ponto forte fica por conta de suas várias alusões. No quesito atuação Anthony Perkins (com precisa ambiguidade) e Vera Miles estão convincentes, mas Meg Tilly, com um importante papel de apoio, não faz mais do que ficar impassível, o filme todo. Lá pelas tantas vira um típico slasher oitentista. Dá pro gasto.
Psicose
3.1 467 Assista AgoraDá para assistir se encararmos o filme como uma grande e colorida (colorida até demais!) brincadeira com o clássico do Sr. Hitchcock, com um monte de figurinhas tarimbadas de Hollywood pagando mico. Bom apenas para comparar algumas sutis diferenças desta cópia cena a cena, em relação à versão original.