Geralmente não caio na do Lanthimos, mas A Favorita me conquistou. Desde os enquadramentos até o cinismo do roteiro e das atuações do trio principal. Coleman está excelente, mas Weisz e Stone dominam cada cena sempre que surgem na tela. Hoult complementa perfeitamente o elenco. A Favorita é uma grata surpresa em uma boa temporada de cinema.
Elle é um filme que respeita a sua protagonista - por mais que esta desrespeite todos os outros personagens da história. Isablle Hupert tem tudo para transformar a sua personagem em uma vilã caricata, daquelas que nos acostumamos a ver na novela das nove. Porém, a atriz é fascinente e aliada a direção sempre competente de Verhoeven - que filma o estupro sem cair no fetichismo - cria um dos melhores filmes.
O último Jogos Vorazes são dois filmes divididos em um: a primeira metade, muito melhor do que segunda, amarra as pontas do filme anterior e acrescenta novas ideias à história. No entanto, a segunda metade se perde no roteiro e em seus múltiplos finais. Ficou a impressão de que dividir o final entre duas partes não funcionou exatamente como o diretor e o estúdio esperou que funcionasse.
No entanto, não se pode negar que a franquia Jogos Vorazes foi contante do início ao fi, trazendo à tona diversos assuntos importantes para o seu público alvo - e demais públicos, também. A Esperança - Parte 2 está longe de ser o melhor da série, mas encerra de maneira satisfatória a história de Katniss. E, no fim, é isso que importa.
Que Horas Ela Volta?, da diretora paulista Anna Muylaert, é uma comédia de costumes ao contrário. Um retrato de um país em constante mudança, que possibilita uma inspirada Regina Casé representar a transição dessas transformações. Aliado à polêmica do debate envolvendo Anna e os diretores Lírio Ferreira e Cláudio Assis, o filme ainda consegue evocar a discussão da força do protagonismo feminino nos dias atuais - mesmo que este nem seja o foco principal do roteiro. No entanto, apesar de Regina dominar todas as cenas em que atua, o maior mérito de Que Horas Ela Volta? ser um grande filme é mesmo de Anna. O domínio técnico dela em cada enquadramento e a consistência na direção evitando que o filme caia em um dramalhão, é excelente. Não é à toa que os diretores ficaram com medo de perder o protagonismo no cinema. Anna Muylaert fez um filme infinitamente melhor do que os últimos dos dois diretores.
Maggie: A Transformação tem uma ideia muito boa. No entanto, a resolução que o diretor Henry Hobson resolveu empregar não correspondeu a própria expectativa dos primeiros minutos do longa. Mesmo que a fotografia acinzentada e as boas atuações consigam aproximar mais o espectador do longa, o roteiro é apático demais e Maggie se transforma em uma aborrecida tentativa de filme de personagem, intimista. No entanto, falha naquilo que os filmes de personagens precisam mais do que qualquer coisa: bons personagens.
Se não fosse o seu arrastado terceiro ato, Rebecca teria sido mais eficaz. O resultado, no entanto, sai com saldo positivo, sendo apenas o primeiro filme da grande carreira de Htichcock em Hollywood. A performance de Laurence Olivier e de Joan Fontaine são grandiosas, mas Judith Anderson não fica atrás. A sua Mrs. Denvers é ameaçadora em cada cena que surge, em cada quadro que o diretor decide enquadra-la. E a escalação de George Sanders como Jack Favell é genial.
Talvez Rebecca teria sido melhor se o seu produtor não insistisse em atrapalhar Hitchcock. Não saberemos. O que sabemos é que este é o filme que dá o pontapé inicial a uma nova fase do diretor, onde, mais maduro, realizaria ainda grandes obras-primas do Cinema. Portanto, deste ponto de vista, Rebecca tem uma importância imensa não só para a carreira do diretor, mas para a sétima arte.
Tão frágil quanto parece, Superpai é uma comédia que não acerta em nada. Danton Mello está cada vez mais candidato a Adam Sandler do Brasil. Diferente de seu irmão Selton, Danton repete o mesmo personagem do péssimo O Concurso. E se o protagonista não ajuda, pior são os coadjuvantes que não conseguem dar personalidade alguma ao filme: Antonio Tabet, Thogun e Dani Calabreza não conseguem dar carisma algum ao longa e as suas subtramas são mais para encher linguiça e inchar mais o roteiro do que pra acrescentar algo na trama.
Os filmes nacionais precisam parar de tentar imitar às fórmulas desgastadas das comédias norte-americanas e resgatar mais o humor de O Auto da Compadecida, Saneamento Básico e O Palhaço, por exemplo. Não por coincidência, dois dos três filmes citados são estrelados também por um outro Mello, o Selton.
Por enquanto, Superpai concorre à pior comédia do ano.
Seguindo a mesma linha dos seus antecessores, este Uma Noite no Museu 3 se esforça ao máximo para trazer uma história interessante e original, mas peca na convencionalidade. O roteiro inclui piadas bobas e sem nem um pouco de originalidade, além de subestimar a capacidade do elenco que possui em mãos (há a piada de um macaco urinando e de insistir em um possível homossexualismo de um personagem, por exemplo). É uma pena que este seja um dos últimos trabalhos de Robin Willians e de Mickey Rooney, Os dois mereciam mais.
Golpe Duplo tem um bom primeiro ato. Will Smith e Margot Robbie possuem uma boa química em cena e as reviravoltas do roteiro se desenvolvem com naturalidade. É uma pena que o roteiro parece abandonar as boas ideias do início e vira mais um filme de golpe, só que sem a inteligência de um.
Apesar da boa composição de Thiago Mendonça e das ótimas escolhas de músicas de Renato Russo, esta cinebiografia é mais uma que sofre com as difíceis decisões quando se filma a trajetória de uma personalidade. Em Somos Tão Jovens, as questões mais polêmicas da vida de Renato foram abordadas de forma tão superficial quanto a formação das duas bandas.
Sem foco, o longa se divide entre dar foco para a amizade de Renato com a amiga Ana, as dificuldades que foram manter o Aborto Elétrico, a crianção e o objetivo do Legião Urbana, a relação com os pais, ser jovem em plena Ditadura, falar sobre a sua homossexualidade... São muitos os assuntos que são colocados em menos de duas horas em tela. No fim, se dá pouca atenção para todos os assuntos.
Somos Tão Jovens acaba parecendo mais como um daqueles especiais de televisão do que um filme feito para Cinema. A estrutura episódica (comum em cinebiografias) e a dificuldade de saber o que abordar empobrecem o roteiro e que, além disso, também é prejudicado por uma direção apática de Antônio Carlos da Fontouram que parece não entender que a linguagem cinematográfica é bem diferente daquela praticada pela televisão.
Divertido, Bob Esponja: Um Herói Fora D'Água combina animação e live action com precisão, apostando no carisma de seus personagens e tendo no elenco um Antonio Banderas inspiradíssimo como o Burger Beard. Os noventa minutos do filme passam voando.
Com um desfecho avassalador, À Sombra do Vulcão mostra um John Huston como a Hollywood moralista da década de 40 não o deixava fazer: um filme cru que mostra a autodestruição do homem em pouco menos de duas horas. Albert Finney está em sua atuação mais inspirada, compondo o ex-cônsul com a personalidade autodestrutiva que permeia o longa.
O reboot é uma técnica que Hollywood constantemente utiliza para retomar o sucesso de franquias renomadas que geram lucro aos grandes estúdios. Até aí, nada de novo. No entanto, há algum tempo que os estúdios tentam recomeçar essas novas séries de filmes, mas tentando fazer com que o novo universo coexista com o anterior. O maior exemplo disso foi Star Trek, dirigido por J.J. Abrahams que, com qualidade e originalidade, fez com que os novos filmes acontecessem em uma linha temporal diferente daquela protagonizada por Leonard Nimoy. O novo Exterminador do Futuro segue esta mesma dinâmica. No entanto, sem a mesma criatividade e competência do longa dirigido por Abrahams.
O Exterminador do Futuro: Gênesis tem início naqueles momentos conhecidos dos fãs: John Connor (Jason Clarke), Kyle Reese (Jai Courtney) e os rebeldes estão em uma operação final para acabar com as máquinas. Reese é enviado ao passado para proteger Sarah Connor (Emilia Clarke) do Exterminador T-800 (Arnold Schwarzenegger). Porém, o que Reese acaba encontrando é uma realidade diferente daquela que presenciamos nos dois primeiros longas-metragens (e nos medíocres A Rebelião das Máquinas e A Salvação). Um Exterminador T-800 tinha sido enviado do futuro para protegê-la quando ela tinha apenas nove anos de idade e, desde então, ela e o “Papi” (apelido carinhoso do guardião) vêm se preparado para a guerra e, claro, para a chegada de Reese.
A oportunidade que Gênesis perde é imensa. Linhas temporais e viagens no tempo são recursos que, nas mãos corretas, podem levantar uma franquia. Nas quatro mãos de Laeta Kalagrodis e Patrick Lussier o roteiro é um desastre. Além de ser confuso e repleto de furos, o longa insiste em mostrar flashbacks (muitos, inúteis) para tentar mastigar o máximo possível de informações para o espectador. No entanto, o que não é mastigado, gera ainda mais perguntas e cada resposta leva a outra pergunta e assim vai indo até que o espectador se canse de tentar amarrar as pontas. O maior exemplo é a dúvida que o filme deixa sobre o envio do Exterminador para proteger Sarah. Qual é a identidade da pessoa que o enviou? Quais são os seus verdadeiros objetivos? São perguntas que o roteiro não consegue encontrar tempo para respondê-las, se utilizando da solução mais simples que pôde encontrar: alguém apagou as memórias do “Papi”. Essa é só mais uma das inúmeras justificativas bobas que o filme oferece ao espectador sempre que é confrontado a algo que os roteiristas esqueceram de colocar no roteiro final.
Ao logo de tanto tropeço, ainda há a insistente aparição do personagem de J.K. Simmons que não serve para nada além de consumir tempo nas telas e inchar mais o elenco. O ator é desperdiçado em cena e jogado no meio da ação desenfreada e das subtramas que tentam, de uma forma ou de outra, justificar a existência de uma um quinto filme da série e, pior ainda, um começo para uma nova franquia.
Quem acaba se divertindo mesmo é Schwarzenegger, que entra no clima e resgata seu carisma habitual se esforçando ao máximo com que a bagunça que é este novo Exterminador seja no mínimo tragável. É uma pena, no entanto, que cinema não é uma arte individual e que um ator sozinho não consiga salvar cento e vinte minutos de projeção.
Filme produzido graças ao sistema de Crowdfunding, Night of the Living Deb surpreende graças à invejável química entre a dupla de protagonistas, interpretados pela bela Maria Thayer e por um simpático Michael Cassidy. Em tempos em que finalmente temas como feminismo e preconceito são debatidos sem medo, ter Deb como a heroína do filme é um alívio. Forte e decidida, Deb salva o mocinho inúmeras vezes ao longo da projeção. Night of the Living Deb é uma comédia de terror que, infelizmente, poucos acertam em fazer (só para exemplificar, o único que me recordo de cabeça é Todo Mundo Quase Morto).
Ainda Estamos Aqui funciona, principalmente, graças ao excesso de homenagens a obras de Stuart Gordon e o clima dos grandes diretores italianos, como Bava e Argento. Os personagens, apesar de jamais serem explorados como deveriam, cumprem as suas funções como em todos os filmes do gênero. No entanto, Geoghegan é hábil nos sustos e no gore, transformando Ainda Estamos Aqui em um terror que o Cinema estava precisando. Uma grata surpresa.
Julianne Moore está excelente em um filme que apenas recicla tudo o que já vimos antes em filmes do gênero.
Observação:: Eu gosto da Kristen Stewart pós Crepúsculo. Ainda que no filme ela empalideça frente à performance de Moore, ver que a menina insonsa de Crepúsculo está mais ambiciosa em suas escolhas de projetos é louvável. (Assim como o seu parceiro de franquia, Robert Pattinson, que aprendeu com Cronenberg que o Cinema é mais do que protagonizar uma franquia para borrar as calças de adolescentes)
A Academia perdeu uma grande oportunidade de que 12 Anos de Escravidão não foi por acaso e ter indicado, pelo menos, Ava DuVernay e David Oyelowo para Melhor Diretora e Melhor Ator, respectivamente. O longa consegue equilibrar, com eficiência, a marcha de Selma, os problemas familiares de King e as tentativas diplomáticas com o presidente Johnson à época.
Alguns assuntos, infelizmente, que o longa propõe a explorar, não têm tempo em tela o suficiente. No entanto, quando decide a explorar a fundo, temos belas passagens. A cena em que os manifestantes são impedidos de fazer a passeata pela primeira vez é belíssima - e só ela já justifica o reconhecimento para DuVernay nas premiações.
Selma é um triste e verdadeiro recorte de uma realidade da História recente não apenas do Estados Unidos, mas da nossa História. E só de pensar que o racismo continua gerando vítimas até mesmo nos dias de hoje, uma produção como Selma parece chegar no momento correto.
Não vou discutir aqui os erros e os acertos em relação à animação, pois são duas formas de contar histórias completamente distintas. Ao ter que adaptar os 20 episódios que compõe a primeira temporada, o filme de Shyalaman escorrega na lama em que todas adaptações escorregam: falta de tempo.
O espectador jamais consegue se deliciar com o mundo de Avatar, a mitologia é jogada às pressas em um amontoado de acontecimentos que não respeitam nem limites geográficos nem as lógicas de cenas. Somado a isso, os personagens mal são apresentados para o espectador, que acaba não se conectando com praticamente ninguém - para não ser injusto, o príncipe Zuko, interpretado por um esforçado Dev Patel, talvez seja o único que desperte uma certa empatia por parte do público.
Para completar, nem mesmo a parte técnica salva o longa. Os efeitos visuais deixam a desejar e a trilha sonora se esforça ao máximo para tentar salvar algumas cenas de ação. A direção de Shyalaman é péssima e mostra cada vez mais que o diretor não deve voltar mesmo à boa forma que nos trouxe obras memoráveis como O Sexto Sentido e O Corpo Fechado.
É uma pena que um mundo tão rico e uma história tão criativa tenha gerado uma obra tão ruim quanto este O Último Mestre do Ar. Que os criadores consigam ainda ver a sua obra ganhar uma obra mais digna nos cinemas.
Como um serviço aos fãs, deve funcionar parcialmente (digo isso pois eu imagino que a reação à mudança brusca de personagens não deve ter sido bem recebida por eles) e como cinema possui tantas falhas quanto a personalidade da maioria dos personagens. Com roteiro que procura resolver todos os conflitos de maneira apressada devido ao acúmulo de mitologia e história por trás do Cavaleiro do Zodíaco, o longa não consegue escolher um dos caminhos: ou agrada aos fãs ou funciona como filme.
Mesmo com um visual impressionante, Cavaleiros do Zodíaco é hábil ao apresentar velhos personagens a um público novo, mas falha naquilo que qualquer espectador queria ver: um bom filme.
Interestelar tem uma gama de conceitos infinitos, aliados à sua complexidade. No entanto, o roteiro dos irmãos Nolan parece não saber o que explorar, tendo uma primeira metade muito problemática - tanto na questão estrutural, o que torna o longa cansativo. O excesso de didatismo, marca de Nolan, constantemente prejudica a evolução de Interstelar, prejudicando tanto no primeiro quanto no terceiro ato.
Com quase três horas de duração, Interestelar é uma obra realmente admirável do ponto de vista técnico e possui ao menos duas atuações dignas de elogios: Matthew McConaughey e Matt Damon. Se o filme tivesse 45 minutos a menos, poderia ter sido a obra que Nolan tanto queria. No entanto, o longa não possui 45 minutos a menos e, por mais incrível que a jornada tenha sido, não passa de um filme com altos e baixos. O que é uma pena.
Muito superior ao seu antecessor, este Espetacular Homem-Aranha seria ainda melhor se não descomplicasse a trama dos pais de Peter e tivesse deixado o Duende Verde para um próximo longa. Não que o segundo seja ruim. É raro ver um filme de super-heróis em que as motivações dos vilões sejam tão coerentes - principalmente de Electro, que na pele de um Jamie Foxx cheio de cacoetes e timidez, foge de ser um vilão genérico.
Este é o longa também que define o tom dos próximos filmes - e isso é bom. Agora a nova franquia do Homem-Aranha ganhou um novo fôlego e um novo material para que o diretor Marc Webb possa trabalhar. Veremos como será daqui para frente.
Guardiões da Galáxia é o melhor filme da Marvel. Pretendo escrever mais sobre ele, mas é o, de longe, mais divertido e mais carismático do estúdio. Além de ser também o mais irônico e o mais bonito dentre a franquia de super-heróis do estúdio.
Com Guardiões da Galáxia, o Homem de Ferro finalmente tem um concorrente de peso.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraGeralmente não caio na do Lanthimos, mas A Favorita me conquistou. Desde os enquadramentos até o cinismo do roteiro e das atuações do trio principal. Coleman está excelente, mas Weisz e Stone dominam cada cena sempre que surgem na tela. Hoult complementa perfeitamente o elenco. A Favorita é uma grata surpresa em uma boa temporada de cinema.
Elle
3.8 886Elle é um filme que respeita a sua protagonista - por mais que esta desrespeite todos os outros personagens da história. Isablle Hupert tem tudo para transformar a sua personagem em uma vilã caricata, daquelas que nos acostumamos a ver na novela das nove. Porém, a atriz é fascinente e aliada a direção sempre competente de Verhoeven - que filma o estupro sem cair no fetichismo - cria um dos melhores filmes.
Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
3.6 1,9K Assista AgoraO último Jogos Vorazes são dois filmes divididos em um: a primeira metade, muito melhor do que segunda, amarra as pontas do filme anterior e acrescenta novas ideias à história. No entanto, a segunda metade se perde no roteiro e em seus múltiplos finais. Ficou a impressão de que dividir o final entre duas partes não funcionou exatamente como o diretor e o estúdio esperou que funcionasse.
No entanto, não se pode negar que a franquia Jogos Vorazes foi contante do início ao fi, trazendo à tona diversos assuntos importantes para o seu público alvo - e demais públicos, também. A Esperança - Parte 2 está longe de ser o melhor da série, mas encerra de maneira satisfatória a história de Katniss. E, no fim, é isso que importa.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraQue Horas Ela Volta?, da diretora paulista Anna Muylaert, é uma comédia de costumes ao contrário. Um retrato de um país em constante mudança, que possibilita uma inspirada Regina Casé representar a transição dessas transformações.
Aliado à polêmica do debate envolvendo Anna e os diretores Lírio Ferreira e Cláudio Assis, o filme ainda consegue evocar a discussão da força do protagonismo feminino nos dias atuais - mesmo que este nem seja o foco principal do roteiro. No entanto, apesar de Regina dominar todas as cenas em que atua, o maior mérito de Que Horas Ela Volta? ser um grande filme é mesmo de Anna. O domínio técnico dela em cada enquadramento e a consistência na direção evitando que o filme caia em um dramalhão, é excelente.
Não é à toa que os diretores ficaram com medo de perder o protagonismo no cinema. Anna Muylaert fez um filme infinitamente melhor do que os últimos dos dois diretores.
Crianças Lobo
4.4 339Uma obra-prima.
Maggie: A Transformação
2.7 449Maggie: A Transformação tem uma ideia muito boa. No entanto, a resolução que o diretor Henry Hobson resolveu empregar não correspondeu a própria expectativa dos primeiros minutos do longa. Mesmo que a fotografia acinzentada e as boas atuações consigam aproximar mais o espectador do longa, o roteiro é apático demais e Maggie se transforma em uma aborrecida tentativa de filme de personagem, intimista. No entanto, falha naquilo que os filmes de personagens precisam mais do que qualquer coisa: bons personagens.
Rebecca, a Mulher Inesquecível
4.2 359 Assista AgoraSe não fosse o seu arrastado terceiro ato, Rebecca teria sido mais eficaz. O resultado, no entanto, sai com saldo positivo, sendo apenas o primeiro filme da grande carreira de Htichcock em Hollywood. A performance de Laurence Olivier e de Joan Fontaine são grandiosas, mas Judith Anderson não fica atrás. A sua Mrs. Denvers é ameaçadora em cada cena que surge, em cada quadro que o diretor decide enquadra-la. E a escalação de George Sanders como Jack Favell é genial.
Talvez Rebecca teria sido melhor se o seu produtor não insistisse em atrapalhar Hitchcock. Não saberemos. O que sabemos é que este é o filme que dá o pontapé inicial a uma nova fase do diretor, onde, mais maduro, realizaria ainda grandes obras-primas do Cinema. Portanto, deste ponto de vista, Rebecca tem uma importância imensa não só para a carreira do diretor, mas para a sétima arte.
Superpai
2.6 132Tão frágil quanto parece, Superpai é uma comédia que não acerta em nada. Danton Mello está cada vez mais candidato a Adam Sandler do Brasil. Diferente de seu irmão Selton, Danton repete o mesmo personagem do péssimo O Concurso. E se o protagonista não ajuda, pior são os coadjuvantes que não conseguem dar personalidade alguma ao filme: Antonio Tabet, Thogun e Dani Calabreza não conseguem dar carisma algum ao longa e as suas subtramas são mais para encher linguiça e inchar mais o roteiro do que pra acrescentar algo na trama.
Os filmes nacionais precisam parar de tentar imitar às fórmulas desgastadas das comédias norte-americanas e resgatar mais o humor de O Auto da Compadecida, Saneamento Básico e O Palhaço, por exemplo. Não por coincidência, dois dos três filmes citados são estrelados também por um outro Mello, o Selton.
Por enquanto, Superpai concorre à pior comédia do ano.
Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba
3.2 359 Assista AgoraSeguindo a mesma linha dos seus antecessores, este Uma Noite no Museu 3 se esforça ao máximo para trazer uma história interessante e original, mas peca na convencionalidade. O roteiro inclui piadas bobas e sem nem um pouco de originalidade, além de subestimar a capacidade do elenco que possui em mãos (há a piada de um macaco urinando e de insistir em um possível homossexualismo de um personagem, por exemplo). É uma pena que este seja um dos últimos trabalhos de Robin Willians e de Mickey Rooney, Os dois mereciam mais.
Golpe Duplo
3.3 733 Assista AgoraGolpe Duplo tem um bom primeiro ato. Will Smith e Margot Robbie possuem uma boa química em cena e as reviravoltas do roteiro se desenvolvem com naturalidade. É uma pena que o roteiro parece abandonar as boas ideias do início e vira mais um filme de golpe, só que sem a inteligência de um.
Somos Tão Jovens
3.3 2,0KApesar da boa composição de Thiago Mendonça e das ótimas escolhas de músicas de Renato Russo, esta cinebiografia é mais uma que sofre com as difíceis decisões quando se filma a trajetória de uma personalidade. Em Somos Tão Jovens, as questões mais polêmicas da vida de Renato foram abordadas de forma tão superficial quanto a formação das duas bandas.
Sem foco, o longa se divide entre dar foco para a amizade de Renato com a amiga Ana, as dificuldades que foram manter o Aborto Elétrico, a crianção e o objetivo do Legião Urbana, a relação com os pais, ser jovem em plena Ditadura, falar sobre a sua homossexualidade... São muitos os assuntos que são colocados em menos de duas horas em tela. No fim, se dá pouca atenção para todos os assuntos.
Somos Tão Jovens acaba parecendo mais como um daqueles especiais de televisão do que um filme feito para Cinema. A estrutura episódica (comum em cinebiografias) e a dificuldade de saber o que abordar empobrecem o roteiro e que, além disso, também é prejudicado por uma direção apática de Antônio Carlos da Fontouram que parece não entender que a linguagem cinematográfica é bem diferente daquela praticada pela televisão.
Bob Esponja: Um Herói Fora D'Água
3.0 519 Assista AgoraDivertido, Bob Esponja: Um Herói Fora D'Água combina animação e live action com precisão, apostando no carisma de seus personagens e tendo no elenco um Antonio Banderas inspiradíssimo como o Burger Beard. Os noventa minutos do filme passam voando.
À Sombra do Vulcão
3.7 21Com um desfecho avassalador, À Sombra do Vulcão mostra um John Huston como a Hollywood moralista da década de 40 não o deixava fazer: um filme cru que mostra a autodestruição do homem em pouco menos de duas horas. Albert Finney está em sua atuação mais inspirada, compondo o ex-cônsul com a personalidade autodestrutiva que permeia o longa.
O Exterminador do Futuro: Gênesis
3.2 1,2K Assista AgoraO reboot é uma técnica que Hollywood constantemente utiliza para retomar o sucesso de franquias renomadas que geram lucro aos grandes estúdios. Até aí, nada de novo. No entanto, há algum tempo que os estúdios tentam recomeçar essas novas séries de filmes, mas tentando fazer com que o novo universo coexista com o anterior. O maior exemplo disso foi Star Trek, dirigido por J.J. Abrahams que, com qualidade e originalidade, fez com que os novos filmes acontecessem em uma linha temporal diferente daquela protagonizada por Leonard Nimoy. O novo Exterminador do Futuro segue esta mesma dinâmica. No entanto, sem a mesma criatividade e competência do longa dirigido por Abrahams.
O Exterminador do Futuro: Gênesis tem início naqueles momentos conhecidos dos fãs: John Connor (Jason Clarke), Kyle Reese (Jai Courtney) e os rebeldes estão em uma operação final para acabar com as máquinas. Reese é enviado ao passado para proteger Sarah Connor (Emilia Clarke) do Exterminador T-800 (Arnold Schwarzenegger). Porém, o que Reese acaba encontrando é uma realidade diferente daquela que presenciamos nos dois primeiros longas-metragens (e nos medíocres A Rebelião das Máquinas e A Salvação). Um Exterminador T-800 tinha sido enviado do futuro para protegê-la quando ela tinha apenas nove anos de idade e, desde então, ela e o “Papi” (apelido carinhoso do guardião) vêm se preparado para a guerra e, claro, para a chegada de Reese.
A oportunidade que Gênesis perde é imensa. Linhas temporais e viagens no tempo são recursos que, nas mãos corretas, podem levantar uma franquia. Nas quatro mãos de Laeta Kalagrodis e Patrick Lussier o roteiro é um desastre. Além de ser confuso e repleto de furos, o longa insiste em mostrar flashbacks (muitos, inúteis) para tentar mastigar o máximo possível de informações para o espectador. No entanto, o que não é mastigado, gera ainda mais perguntas e cada resposta leva a outra pergunta e assim vai indo até que o espectador se canse de tentar amarrar as pontas. O maior exemplo é a dúvida que o filme deixa sobre o envio do Exterminador para proteger Sarah. Qual é a identidade da pessoa que o enviou? Quais são os seus verdadeiros objetivos? São perguntas que o roteiro não consegue encontrar tempo para respondê-las, se utilizando da solução mais simples que pôde encontrar: alguém apagou as memórias do “Papi”. Essa é só mais uma das inúmeras justificativas bobas que o filme oferece ao espectador sempre que é confrontado a algo que os roteiristas esqueceram de colocar no roteiro final.
Ao logo de tanto tropeço, ainda há a insistente aparição do personagem de J.K. Simmons que não serve para nada além de consumir tempo nas telas e inchar mais o elenco. O ator é desperdiçado em cena e jogado no meio da ação desenfreada e das subtramas que tentam, de uma forma ou de outra, justificar a existência de uma um quinto filme da série e, pior ainda, um começo para uma nova franquia.
Quem acaba se divertindo mesmo é Schwarzenegger, que entra no clima e resgata seu carisma habitual se esforçando ao máximo com que a bagunça que é este novo Exterminador seja no mínimo tragável. É uma pena, no entanto, que cinema não é uma arte individual e que um ator sozinho não consiga salvar cento e vinte minutos de projeção.
Night of the Living Deb
2.6 18Filme produzido graças ao sistema de Crowdfunding, Night of the Living Deb surpreende graças à invejável química entre a dupla de protagonistas, interpretados pela bela Maria Thayer e por um simpático Michael Cassidy. Em tempos em que finalmente temas como feminismo e preconceito são debatidos sem medo, ter Deb como a heroína do filme é um alívio. Forte e decidida, Deb salva o mocinho inúmeras vezes ao longo da projeção. Night of the Living Deb é uma comédia de terror que, infelizmente, poucos acertam em fazer (só para exemplificar, o único que me recordo de cabeça é Todo Mundo Quase Morto).
Ainda Estamos Aqui
2.5 186Ainda Estamos Aqui funciona, principalmente, graças ao excesso de homenagens a obras de Stuart Gordon e o clima dos grandes diretores italianos, como Bava e Argento. Os personagens, apesar de jamais serem explorados como deveriam, cumprem as suas funções como em todos os filmes do gênero. No entanto, Geoghegan é hábil nos sustos e no gore, transformando Ainda Estamos Aqui em um terror que o Cinema estava precisando. Uma grata surpresa.
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraJulianne Moore está excelente em um filme que apenas recicla tudo o que já vimos antes em filmes do gênero.
Observação:: Eu gosto da Kristen Stewart pós Crepúsculo. Ainda que no filme ela empalideça frente à performance de Moore, ver que a menina insonsa de Crepúsculo está mais ambiciosa em suas escolhas de projetos é louvável. (Assim como o seu parceiro de franquia, Robert Pattinson, que aprendeu com Cronenberg que o Cinema é mais do que protagonizar uma franquia para borrar as calças de adolescentes)
Selma: Uma Luta Pela Igualdade
4.2 794A Academia perdeu uma grande oportunidade de que 12 Anos de Escravidão não foi por acaso e ter indicado, pelo menos, Ava DuVernay e David Oyelowo para Melhor Diretora e Melhor Ator, respectivamente. O longa consegue equilibrar, com eficiência, a marcha de Selma, os problemas familiares de King e as tentativas diplomáticas com o presidente Johnson à época.
Alguns assuntos, infelizmente, que o longa propõe a explorar, não têm tempo em tela o suficiente. No entanto, quando decide a explorar a fundo, temos belas passagens. A cena em que os manifestantes são impedidos de fazer a passeata pela primeira vez é belíssima - e só ela já justifica o reconhecimento para DuVernay nas premiações.
Selma é um triste e verdadeiro recorte de uma realidade da História recente não apenas do Estados Unidos, mas da nossa História. E só de pensar que o racismo continua gerando vítimas até mesmo nos dias de hoje, uma produção como Selma parece chegar no momento correto.
O Último Mestre do Ar
2.7 2,1K Assista AgoraNão vou discutir aqui os erros e os acertos em relação à animação, pois são duas formas de contar histórias completamente distintas. Ao ter que adaptar os 20 episódios que compõe a primeira temporada, o filme de Shyalaman escorrega na lama em que todas adaptações escorregam: falta de tempo.
O espectador jamais consegue se deliciar com o mundo de Avatar, a mitologia é jogada às pressas em um amontoado de acontecimentos que não respeitam nem limites geográficos nem as lógicas de cenas. Somado a isso, os personagens mal são apresentados para o espectador, que acaba não se conectando com praticamente ninguém - para não ser injusto, o príncipe Zuko, interpretado por um esforçado Dev Patel, talvez seja o único que desperte uma certa empatia por parte do público.
Para completar, nem mesmo a parte técnica salva o longa. Os efeitos visuais deixam a desejar e a trilha sonora se esforça ao máximo para tentar salvar algumas cenas de ação. A direção de Shyalaman é péssima e mostra cada vez mais que o diretor não deve voltar mesmo à boa forma que nos trouxe obras memoráveis como O Sexto Sentido e O Corpo Fechado.
É uma pena que um mundo tão rico e uma história tão criativa tenha gerado uma obra tão ruim quanto este O Último Mestre do Ar. Que os criadores consigam ainda ver a sua obra ganhar uma obra mais digna nos cinemas.
Sussurros do Coração
4.3 482 Assista AgoraEu não consigo entender como um estúdio destes pode acabar assim... É algo que eu nunca conseguirei aceitar! Sussurros do Coração é uma obra-prima.
Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário
2.5 810 Assista AgoraComo um serviço aos fãs, deve funcionar parcialmente (digo isso pois eu imagino que a reação à mudança brusca de personagens não deve ter sido bem recebida por eles) e como cinema possui tantas falhas quanto a personalidade da maioria dos personagens. Com roteiro que procura resolver todos os conflitos de maneira apressada devido ao acúmulo de mitologia e história por trás do Cavaleiro do Zodíaco, o longa não consegue escolher um dos caminhos: ou agrada aos fãs ou funciona como filme.
Mesmo com um visual impressionante, Cavaleiros do Zodíaco é hábil ao apresentar velhos personagens a um público novo, mas falha naquilo que qualquer espectador queria ver: um bom filme.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraInterestelar tem uma gama de conceitos infinitos, aliados à sua complexidade. No entanto, o roteiro dos irmãos Nolan parece não saber o que explorar, tendo uma primeira metade muito problemática - tanto na questão estrutural, o que torna o longa cansativo. O excesso de didatismo, marca de Nolan, constantemente prejudica a evolução de Interstelar, prejudicando tanto no primeiro quanto no terceiro ato.
Com quase três horas de duração, Interestelar é uma obra realmente admirável do ponto de vista técnico e possui ao menos duas atuações dignas de elogios: Matthew McConaughey e Matt Damon. Se o filme tivesse 45 minutos a menos, poderia ter sido a obra que Nolan tanto queria. No entanto, o longa não possui 45 minutos a menos e, por mais incrível que a jornada tenha sido, não passa de um filme com altos e baixos. O que é uma pena.
O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro
3.5 2,6K Assista AgoraMuito superior ao seu antecessor, este Espetacular Homem-Aranha seria ainda melhor se não descomplicasse a trama dos pais de Peter e tivesse deixado o Duende Verde para um próximo longa. Não que o segundo seja ruim. É raro ver um filme de super-heróis em que as motivações dos vilões sejam tão coerentes - principalmente de Electro, que na pele de um Jamie Foxx cheio de cacoetes e timidez, foge de ser um vilão genérico.
Este é o longa também que define o tom dos próximos filmes - e isso é bom. Agora a nova franquia do Homem-Aranha ganhou um novo fôlego e um novo material para que o diretor Marc Webb possa trabalhar. Veremos como será daqui para frente.
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraGuardiões da Galáxia é o melhor filme da Marvel. Pretendo escrever mais sobre ele, mas é o, de longe, mais divertido e mais carismático do estúdio. Além de ser também o mais irônico e o mais bonito dentre a franquia de super-heróis do estúdio.
Com Guardiões da Galáxia, o Homem de Ferro finalmente tem um concorrente de peso.