Me parece um daqueles filmes que visam premiaçoes e esquecem do principal, de dar alma a história. Tecnicamente perfeito, ótima interação entre os atores, roteiro intrincado e trilha sonora cheia de clásicos norte-americanos. Russel aproveitou o hype dos seus últimos filmes (impecáveis, diga-se) e quis levar uns óscars pra casa. Esqueceu, contudo, do principal: de fazer um filme por amor à história, de impô-la alma e autoralidade, de modo que o resultado final ficou bom mas insosso, e cada vez que alguma fala referencia a época, ou quando algum ator ganha uma cena para brilhar sozinho, ou mesmo quando uma música explode enquanto a narração scorseseana descreve as entrelinhas da ação em câmera lenta, em todos esses momentos sôa um pouco forçado, como se houvesse ali uma espécia de mendigagem sofisticada por prêmios e reconhecimento crítico.
Gostei! O filme é um ensaio cheio de camadas sobre a mecanização da guerra, sobre fascismo, livre-arbítrio e, sobretudo, sobre o que nos torna humanos.
Talvez contrariando expectativas, Robocop não é um filme de ação constante: durante a maior parte da projeção o que estamos assistindo é a uma discussão acirrada entre ideais. A narrativa é construída de modo muito semelhante a dois grandes filmes: Tropa de Elite e Batman Begins. A grandiosidade deste Robocop encontra-se na constante afronta à moralidade norte-americana. É impressionante que produtores tenham gastado 100 milhões de dólares num filme que dá uma dedada (das grandes) no olho dos Estados Unidos. Méritos indiscutíveis ao diretor José Padilha e ao seu companheiro Lula carvalho, que fotografa o filme de modo quase autoral.
Para aqueles que se orientam por rotten tomatoes, IMDB, metacritic etc, há que deixar claro que Robocop veio sob encomenda para dividir opiniões. Primeiro porque nenhum jornal republicano vai publicar uma crítica favorável, assim como foi com o primeiro, que é hoje considerado cult. As primeiras críticas (relevantes) que saíram estão favoráveis, mas já vi também gente moendo, geralmente em comparações puristas com o primeiro filme de Verhoven. Eu os entendo, também nunca fui muito a favor desse remake, até porque o universo de Rocobop não dava muito espaço para inovar.
Contudo, a forma como fizeram foi a melhor forma possível, e se não agradou a alguém é porque nunca houve sequer a chance de agradar. O filme tem seus defeitos, a mise-en-scene e o som são bagunçados, a ação é pouca (não para mim, mas para o público histérico de hoje se não explodir uma cidade nego chora) e há também suas caricaturas (o que, embora seja uma das marcas do Robocop original, hoje pode soar um pouco tosco, afinal depois de Nolan realismo virou regra).
Outro defeito do filme que anula as chances de agradar a todo mundo é que, comparado ao primeiro, esse é muito menos violento. Aliás, nem diria que é menos violento, mas talvez não seja violento o suficiente 'para hoje', se bem me entendem. Mas isso já sabia-se: o filme custou caro e botaram a classificação dele PG-13, certamente à contra-gosto do diretor. Não se pode ter tudo né. Na minha opinião apesar de ter sido tão caro Robocop não faz o tipo blockbuster, e talvez se dê mal por isso. Mas fracasso de bilheteria e crítica nunca foi exatamente atestado de má qualidade.
Enfim gostei bastante do filme, e mais ainda por ter colocado na mesa os que considero os pratos mais sujos da política norte-americana atualmente: uso de robôs pra matar gente. Para os brasileiros carentes de representação em Hollywood, podem dormir tranquilos, certeza que depois dessa Padilha vai conseguir mais trampos na gringa. Para os descrentes em remakes, garanto que Robocop tem a mesma alma, a mesma atmosfera punk e traz para o nosso tempo questões urgentes. Para completar, não faltam boas homenagens ao original, e se você imitava Alex Murphy e repetia suas frases quando era pequeno, vai adorar ouvir novamente: “Dead or alive, you’re coming with me”.
Casablanca é um filme irretocável, perfeitamente narrado e com personagens inesquecíveis. Contudo, penso que quando as listas norte-americanas o colocam como o "melhor de todos os tempos" ou "um dos maiores clássicos da história" isto trata-se da habitual forçação de barra hollywoodiana sobre filmes que determinam ou determinaram a supremacia moral norte-americana/sionista durante e após a Segunda Guerra. À medida em que o tempo passa, esta história vai sendo cada vez mais questionada. De todo modo, Casablanca narra fielmente um ponto de vista histórico poderoso e legítimo, e serve, além de documento, como um maravilhoso entretenimento.
Filme básico de sobrevivência com 3 atos bem definidos e um final tocante devido à belíssima atuação de Tom Hanks. Se o mundo fosse justo, o garoto que faz o capitão-pirata somali seria indicado ao Oscar de coadjuvante.
Daniel Bruhl mais uma vez num papel digno de Oscar. Com esse filme esse cara se tornou um dos meus atores favoritos. "Adeus Lenin", "Edukators", "Bastardos Inglórios", "O Ultimato Bourne" e agora mais esse filmaço!
Previsível, roteiro formulaico e desfocado, fórmulas exploradas à exaustão, conceitos confusos e trilha sonora intrusiva. Só vi até o final por consideração ao Morgan Freeman.
De todos os filmes políticos que tem saído com uma trama de revolução (não são poucos), para mim este foi o mais catártico. Não sei se pelo fato de boa parte da equipe ser composta por habitantes do "terceiro mundo", as metáforas de exclusão social e violência por parte do Estado nem de longe parecem algo distópico. Este, na verdade, é o grande mérito do filme: o futuro que ele mostra está acontecendo agora mesmo, em muitos lugares do globo.
A começar pela própria Elysium, metrópole espacial onde habitam os cidadãos privilegiados em um sistema aparentemente perfeito. A cidade é constantemente "ameaçada" por imigrantes ilegais da Terra, que tentam entrar no seu território através de naves clandestinas. Elysium, contudo, possui uma secretária de defesa (Jodie Foster, idêntica à Hillary Clinton) que não hesita em destruir as naves que se aproximam, usando para isto um mercenário contratado (Copley) que lança mísseis a partir da Terra, uma clara referência (inclusive visual) aos mercenários da Blackwater (agora Monsanto), contratatos pelo governo dos EUA para derrubar governos e causar crises na África do Norte e Oriente Médio.
A Terra, por sua vez, é representada como uma gigantesca favela semelhante à África do Sul de Distrito 9, primeiro filme de Blomkamp. A paleta inclusive é repetida, evocando novamente a imagem desértica e ensolarada das cidades bombardeadas. Ainda vale notar a separação étnica entre os habitantes de Elysium e da Terra. Enquanto os primeiros são brancos (exceto pelo presidente, que aqui curiosamente não é retratado como uma figura de poder) e falam inglês ou francês, os habitantes terrenos são morenos, hispânicos e falam espanhol.
Los Angeles, onde a história se divide, é patrulhada por robôs e aviões não tripulados - Drones, que lidam com os seres humanos de modo a apenas conter qualquer tentativa de revolta. É neste ambiente triste e opressor que crescem Max (Damon) e Frey (Alice Braga), que desde criança sonhavam em ir juntos morar em Elysium. Agora que ambos são adultos o sonho parece impossível, mas duas tragédias particulares transformam-no na única possibilidade de salvação, e é aí que entra Spider, personagem de Wagner Moura.
Chefe da empresa clandestina que tenta colocar gente pra dentro de Elysium, Wagner rouba a cena com uma atuação tresloucada (bastante influenciada pelo coringa de Heath Ledger) e foi com bastante orgulho que o ouvi arrancar várias reações da platéia multinacional aqui da Australia, incluindo numa parte em que solta dois palavrões bem brasileiros (mesmo seu personagem sendo mexicano). Alice Braga, contudo, me pareceu apática no papel, o que desaponta, pois assim como Wagner ela teve um considerável tempo de tela. O restante do elenco está OK, Matt Damon faz seu Bourne de sempre, Jodie Foster imita Hillary e Sharlto Copley é o oposto do seu personagem em Distrito 9, desta vez não chamando tanta atenção.
Com alguns vários neoclichês no roteiro, o filme nem se incomoda com isso, de modo que se limita a explorar seus estereótipos até o final. Há também os neoclichês técnicos que em nada parecem funcionais, como a trilha sonora trombetoza a lá Inception, a câmera de documentário que tanto tem poupado talento dos cinematógrafos, e ainda uns bullet times mal encaixados (esse clichê já nem pode mais ser chamado de novo). Por isso, não espere grandes novidades. O trunfo do filme está mesmo na direção de arte, que é fantástica. Se em Elysium vemos um condomínio rico e organizado, cercado por vegetação verde e água azul, na Terra a tecnologia militar sofisticada contrasta completamente com a pobreza das pessoas e com a completa ausência de natureza. Em ambos, o visual é primoroso, e tudo fica ainda melhor quando chega o inevitável conflito entre esses dois mundos.
Ainda achando espaço para provocar a indústria farmacêutica, a política eleitoreira e o tratamento dado a refugiados, Elysium é um filme de várias camadas e que conversa diretamente com seu tempo. Mesmo que seja mais um dos dez mil nos últimos anos a tratar do mesmo assunto (a visão do “terrorista” que tenta destruir o estado opressor), o filme vale cada segundo por colocar um cenário tão próximo da nossa realidade. O mundo criado pelo sul-africano Blomkamp e tão bem incorporado pelas dezenas de cidadãos do terceiro mundo que compõem o elenco, é sobretudo um filme político, e nele 2154 muito se assemelha a 2013. E quem sabe, pode até acabar sendo idêntico a 2014...
Quem sabe. ;)
Ps.: Valeu Wagner Moura, por pagar meu ingresso! :D
Norma Desmond além de louca enlouquece os outros. É impressionante como seu delírio parece contagiar aos que se aproximam. Gillis rejeita o amor para não deixar o luxo de sua mansão, Max abandona a carreira promissora de cineasta para se tornar seu mordomo, mas o melhor exemplo desse "efeito Norma" talvez seja o das figuras de cera, todos grandes atores à época, que no filme, como o apelido já diz, não passam de coadjuvantes ao brilho da doida. Personagem fantástico, profundo, genial!
"Man of Steel" é um filme populista, grandiloquente, redundante, desnecessariamente barulhento e muito mal escrito. Pra quem sabe da assinatura de Christopher Nolan e D.S. Goyer no roteiro, os descuidos chegam a ser chocantes. Até uns meses atrás, enquanto trailers contemplativos à la Terrence Mallick dominavam a internet, reinava entre os nerds a esperança de um Homem verdadeiramente Super, com a fisicalidade que faltou ao filme de Brian Singer e a emotividade épica que tornou-se praxe em blockbusters. Além, claro, de efeitos especiais virtuosos e easter-eggs abrindo caminho para uma nova e vitoriosa franquia.
Todavia, exceto pelos easter-eggs, o filme passa do ponto em todo resto. Não há organicidade alguma nos efeitos visuais, a trilha sonora de Hans Zimmer é imemorável, o diretor de fotografia só pode ter mal de parkinson, e o único personagem que não se perde completamente é a Lois Lane, e graças a linda da Amy Adams, porque o resto do elenco só sabe repetir frase de slide de auto ajuda.
Ao superman falta profundidade e sobra inconsequencia. Há momentos em que Zack Snider parece estar dirigindo um modelo num ensaio do paparazzo. Aliás, analisando sua filmografia, da até pra desconfiar de fetiche. Em algumas cenas achei que o superman ia sorrir e piscar pra câmera...
Quanto à narrativa, ainda estou tentando entender algumas das explicaçoes baratas do filme, assim como adoraria que o David Goyer explicasse o porque de uma raça tão avançada quanto os kriponianos ser tão burra. Raccords sem o mínimo de coerência, personagens tão inúteis quanto onipresentes (reparem no cientista, cujo único papel é olhar com espanto para a destruição; ou naqueles que ganham sua ponta de heroísmo sem fazer absolutamente nada de heróico). Sem esquecer dos flashbacks, que ocupam metade da trama justificando a outra metade. Gente, flashback é muleta. É muito fácil inventar qualquer absurdo e depois justificar com uma cena em sépia. Contar a história direito que é bom, ninguém tem culhões para.
Em resumo, o filme é uma melação de cueca sem fim e vai agradar bastante a quem se satisfaz com explosão, escombro e ferro retorcido. Infelizmente meu cérebro esperava um pouco mais. Por mim, esse superman passou a vez.
Um filme espetacular, quase sem defeitos! Apontaria somente a necessidade quase patológica que JJ Abrams (e 90% dos diretores de filmes de super-herói) tem tido de interromper toda cena com um ataque, uma explosão, ou algo do tipo. Até agora o único diretor que conseguiu elevar a tensão de um filme sem usar desse artifício barato foi C. Nolan, com com a trilogia do Cavaleiro das Trevas.
Brad Bird faz pela animação hoje o que o Spielberg fez elo cinema nas décadas de 70 e 80: filmes genuinamente emocionantes, mas sem nunca cair no sentimentalismo barato.
Anton Chigurh é a personificação do mal em do nosso tempo, o que o torna, ao mesmo tempo, um documento denunciativo perfeito do estado condenado em que se encontra nossa sociedade. Obra-prima.
Trapaça
3.4 2,2K Assista AgoraMe parece um daqueles filmes que visam premiaçoes e esquecem do principal, de dar alma a história. Tecnicamente perfeito, ótima interação entre os atores, roteiro intrincado e trilha sonora cheia de clásicos norte-americanos. Russel aproveitou o hype dos seus últimos filmes (impecáveis, diga-se) e quis levar uns óscars pra casa. Esqueceu, contudo, do principal: de fazer um filme por amor à história, de impô-la alma e autoralidade, de modo que o resultado final ficou bom mas insosso, e cada vez que alguma fala referencia a época, ou quando algum ator ganha uma cena para brilhar sozinho, ou mesmo quando uma música explode enquanto a narração scorseseana descreve as entrelinhas da ação em câmera lenta, em todos esses momentos sôa um pouco forçado, como se houvesse ali uma espécia de mendigagem sofisticada por prêmios e reconhecimento crítico.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraMelhor filme de horror brasileiro.
RoboCop
3.3 2,0K Assista AgoraGostei! O filme é um ensaio cheio de camadas sobre a mecanização da guerra, sobre fascismo, livre-arbítrio e, sobretudo, sobre o que nos torna humanos.
Talvez contrariando expectativas, Robocop não é um filme de ação constante: durante a maior parte da projeção o que estamos assistindo é a uma discussão acirrada entre ideais. A narrativa é construída de modo muito semelhante a dois grandes filmes: Tropa de Elite e Batman Begins. A grandiosidade deste Robocop encontra-se na constante afronta à moralidade norte-americana. É impressionante que produtores tenham gastado 100 milhões de dólares num filme que dá uma dedada (das grandes) no olho dos Estados Unidos. Méritos indiscutíveis ao diretor José Padilha e ao seu companheiro Lula carvalho, que fotografa o filme de modo quase autoral.
Para aqueles que se orientam por rotten tomatoes, IMDB, metacritic etc, há que deixar claro que Robocop veio sob encomenda para dividir opiniões. Primeiro porque nenhum jornal republicano vai publicar uma crítica favorável, assim como foi com o primeiro, que é hoje considerado cult. As primeiras críticas (relevantes) que saíram estão favoráveis, mas já vi também gente moendo, geralmente em comparações puristas com o primeiro filme de Verhoven. Eu os entendo, também nunca fui muito a favor desse remake, até porque o universo de Rocobop não dava muito espaço para inovar.
Contudo, a forma como fizeram foi a melhor forma possível, e se não agradou a alguém é porque nunca houve sequer a chance de agradar. O filme tem seus defeitos, a mise-en-scene e o som são bagunçados, a ação é pouca (não para mim, mas para o público histérico de hoje se não explodir uma cidade nego chora) e há também suas caricaturas (o que, embora seja uma das marcas do Robocop original, hoje pode soar um pouco tosco, afinal depois de Nolan realismo virou regra).
Outro defeito do filme que anula as chances de agradar a todo mundo é que, comparado ao primeiro, esse é muito menos violento. Aliás, nem diria que é menos violento, mas talvez não seja violento o suficiente 'para hoje', se bem me entendem. Mas isso já sabia-se: o filme custou caro e botaram a classificação dele PG-13, certamente à contra-gosto do diretor. Não se pode ter tudo né. Na minha opinião apesar de ter sido tão caro Robocop não faz o tipo blockbuster, e talvez se dê mal por isso. Mas fracasso de bilheteria e crítica nunca foi exatamente atestado de má qualidade.
Enfim gostei bastante do filme, e mais ainda por ter colocado na mesa os que considero os pratos mais sujos da política norte-americana atualmente: uso de robôs pra matar gente. Para os brasileiros carentes de representação em Hollywood, podem dormir tranquilos, certeza que depois dessa Padilha vai conseguir mais trampos na gringa. Para os descrentes em remakes, garanto que Robocop tem a mesma alma, a mesma atmosfera punk e traz para o nosso tempo questões urgentes. Para completar, não faltam boas homenagens ao original, e se você imitava Alex Murphy e repetia suas frases quando era pequeno, vai adorar ouvir novamente: “Dead or alive, you’re coming with me”.
Entre os Muros da Escola
3.9 363Adoraria ver um filme nesse mesmo estilo feito no Brasil.
Glória Feita de Sangue
4.4 447 Assista AgoraKirk Douglas era a cara do DeNiro.
Casablanca
4.3 1,0K Assista AgoraCasablanca é um filme irretocável, perfeitamente narrado e com personagens inesquecíveis. Contudo, penso que quando as listas norte-americanas o colocam como o "melhor de todos os tempos" ou "um dos maiores clássicos da história" isto trata-se da habitual forçação de barra hollywoodiana sobre filmes que determinam ou determinaram a supremacia moral norte-americana/sionista durante e após a Segunda Guerra. À medida em que o tempo passa, esta história vai sendo cada vez mais questionada. De todo modo, Casablanca narra fielmente um ponto de vista histórico poderoso e legítimo, e serve, além de documento, como um maravilhoso entretenimento.
Fome
4.0 310Depois de ver esse filme eu comi uma panela de arroz, feijão e ovos.
Capitão Phillips
4.0 1,6K Assista AgoraFilme básico de sobrevivência com 3 atos bem definidos e um final tocante devido à belíssima atuação de Tom Hanks. Se o mundo fosse justo, o garoto que faz o capitão-pirata somali seria indicado ao Oscar de coadjuvante.
Rush: No Limite da Emoção
4.2 1,3K Assista AgoraDaniel Bruhl mais uma vez num papel digno de Oscar. Com esse filme esse cara se tornou um dos meus atores favoritos. "Adeus Lenin", "Edukators", "Bastardos Inglórios", "O Ultimato Bourne" e agora mais esse filmaço!
Oblivion
3.2 1,7K Assista AgoraPrevisível, roteiro formulaico e desfocado, fórmulas exploradas à exaustão, conceitos confusos e trilha sonora intrusiva. Só vi até o final por consideração ao Morgan Freeman.
Elysium
3.3 2,0K Assista AgoraDe todos os filmes políticos que tem saído com uma trama de revolução (não são poucos), para mim este foi o mais catártico. Não sei se pelo fato de boa parte da equipe ser composta por habitantes do "terceiro mundo", as metáforas de exclusão social e violência por parte do Estado nem de longe parecem algo distópico. Este, na verdade, é o grande mérito do filme: o futuro que ele mostra está acontecendo agora mesmo, em muitos lugares do globo.
A começar pela própria Elysium, metrópole espacial onde habitam os cidadãos privilegiados em um sistema aparentemente perfeito. A cidade é constantemente "ameaçada" por imigrantes ilegais da Terra, que tentam entrar no seu território através de naves clandestinas. Elysium, contudo, possui uma secretária de defesa (Jodie Foster, idêntica à Hillary Clinton) que não hesita em destruir as naves que se aproximam, usando para isto um mercenário contratado (Copley) que lança mísseis a partir da Terra, uma clara referência (inclusive visual) aos mercenários da Blackwater (agora Monsanto), contratatos pelo governo dos EUA para derrubar governos e causar crises na África do Norte e Oriente Médio.
A Terra, por sua vez, é representada como uma gigantesca favela semelhante à África do Sul de Distrito 9, primeiro filme de Blomkamp. A paleta inclusive é repetida, evocando novamente a imagem desértica e ensolarada das cidades bombardeadas. Ainda vale notar a separação étnica entre os habitantes de Elysium e da Terra. Enquanto os primeiros são brancos (exceto pelo presidente, que aqui curiosamente não é retratado como uma figura de poder) e falam inglês ou francês, os habitantes terrenos são morenos, hispânicos e falam espanhol.
Los Angeles, onde a história se divide, é patrulhada por robôs e aviões não tripulados - Drones, que lidam com os seres humanos de modo a apenas conter qualquer tentativa de revolta. É neste ambiente triste e opressor que crescem Max (Damon) e Frey (Alice Braga), que desde criança sonhavam em ir juntos morar em Elysium. Agora que ambos são adultos o sonho parece impossível, mas duas tragédias particulares transformam-no na única possibilidade de salvação, e é aí que entra Spider, personagem de Wagner Moura.
Chefe da empresa clandestina que tenta colocar gente pra dentro de Elysium, Wagner rouba a cena com uma atuação tresloucada (bastante influenciada pelo coringa de Heath Ledger) e foi com bastante orgulho que o ouvi arrancar várias reações da platéia multinacional aqui da Australia, incluindo numa parte em que solta dois palavrões bem brasileiros (mesmo seu personagem sendo mexicano). Alice Braga, contudo, me pareceu apática no papel, o que desaponta, pois assim como Wagner ela teve um considerável tempo de tela. O restante do elenco está OK, Matt Damon faz seu Bourne de sempre, Jodie Foster imita Hillary e Sharlto Copley é o oposto do seu personagem em Distrito 9, desta vez não chamando tanta atenção.
Com alguns vários neoclichês no roteiro, o filme nem se incomoda com isso, de modo que se limita a explorar seus estereótipos até o final. Há também os neoclichês técnicos que em nada parecem funcionais, como a trilha sonora trombetoza a lá Inception, a câmera de documentário que tanto tem poupado talento dos cinematógrafos, e ainda uns bullet times mal encaixados (esse clichê já nem pode mais ser chamado de novo). Por isso, não espere grandes novidades. O trunfo do filme está mesmo na direção de arte, que é fantástica. Se em Elysium vemos um condomínio rico e organizado, cercado por vegetação verde e água azul, na Terra a tecnologia militar sofisticada contrasta completamente com a pobreza das pessoas e com a completa ausência de natureza. Em ambos, o visual é primoroso, e tudo fica ainda melhor quando chega o inevitável conflito entre esses dois mundos.
Ainda achando espaço para provocar a indústria farmacêutica, a política eleitoreira e o tratamento dado a refugiados, Elysium é um filme de várias camadas e que conversa diretamente com seu tempo. Mesmo que seja mais um dos dez mil nos últimos anos a tratar do mesmo assunto (a visão do “terrorista” que tenta destruir o estado opressor), o filme vale cada segundo por colocar um cenário tão próximo da nossa realidade. O mundo criado pelo sul-africano Blomkamp e tão bem incorporado pelas dezenas de cidadãos do terceiro mundo que compõem o elenco, é sobretudo um filme político, e nele 2154 muito se assemelha a 2013. E quem sabe, pode até acabar sendo idêntico a 2014...
Quem sabe. ;)
Ps.: Valeu Wagner Moura, por pagar meu ingresso! :D
Zumbilândia
3.7 2,5K Assista AgoraÚnico defeito do filme: muito curto. Podia ter durado mais uma hora.
Crepúsculo dos Deuses
4.5 795 Assista AgoraNorma Desmond além de louca enlouquece os outros. É impressionante como seu delírio parece contagiar aos que se aproximam. Gillis rejeita o amor para não deixar o luxo de sua mansão, Max abandona a carreira promissora de cineasta para se tornar seu mordomo, mas o melhor exemplo desse "efeito Norma" talvez seja o das figuras de cera, todos grandes atores à época, que no filme, como o apelido já diz, não passam de coadjuvantes ao brilho da doida. Personagem fantástico, profundo, genial!
Fahrenheit 451
4.2 419Que obra-prima! Benditas sejam as adaptações que te fazem anseiar pela obra original. Essa está desde já na minha lista de distopias favoritas!
Zohan: O Agente Bom de Corte
2.5 957 Assista AgoraEsse filme não faz o mínimo sentido. E não sei dizer se isso é um defeito.
Snatch: Porcos e Diamantes
4.2 1,1K Assista AgoraTyler Durden se fosse cigano. Genial esse filme.
O Homem de Aço
3.6 3,9K Assista Agora"Man of Steel" é um filme populista, grandiloquente, redundante, desnecessariamente barulhento e muito mal escrito. Pra quem sabe da assinatura de Christopher Nolan e D.S. Goyer no roteiro, os descuidos chegam a ser chocantes. Até uns meses atrás, enquanto trailers contemplativos à la Terrence Mallick dominavam a internet, reinava entre os nerds a esperança de um Homem verdadeiramente Super, com a fisicalidade que faltou ao filme de Brian Singer e a emotividade épica que tornou-se praxe em blockbusters. Além, claro, de efeitos especiais virtuosos e easter-eggs abrindo caminho para uma nova e vitoriosa franquia.
Todavia, exceto pelos easter-eggs, o filme passa do ponto em todo resto. Não há organicidade alguma nos efeitos visuais, a trilha sonora de Hans Zimmer é imemorável, o diretor de fotografia só pode ter mal de parkinson, e o único personagem que não se perde completamente é a Lois Lane, e graças a linda da Amy Adams, porque o resto do elenco só sabe repetir frase de slide de auto ajuda.
Ao superman falta profundidade e sobra inconsequencia. Há momentos em que Zack Snider parece estar dirigindo um modelo num ensaio do paparazzo. Aliás, analisando sua filmografia, da até pra desconfiar de fetiche. Em algumas cenas achei que o superman ia sorrir e piscar pra câmera...
Quanto à narrativa, ainda estou tentando entender algumas das explicaçoes baratas do filme, assim como adoraria que o David Goyer explicasse o porque de uma raça tão avançada quanto os kriponianos ser tão burra. Raccords sem o mínimo de coerência, personagens tão inúteis quanto onipresentes (reparem no cientista, cujo único papel é olhar com espanto para a destruição; ou naqueles que ganham sua ponta de heroísmo sem fazer absolutamente nada de heróico). Sem esquecer dos flashbacks, que ocupam metade da trama justificando a outra metade. Gente, flashback é muleta. É muito fácil inventar qualquer absurdo e depois justificar com uma cena em sépia. Contar a história direito que é bom, ninguém tem culhões para.
Em resumo, o filme é uma melação de cueca sem fim e vai agradar bastante a quem se satisfaz com explosão, escombro e ferro retorcido. Infelizmente meu cérebro esperava um pouco mais. Por mim, esse superman passou a vez.
Além da Escuridão: Star Trek
4.0 1,4K Assista AgoraUm filme espetacular, quase sem defeitos! Apontaria somente a necessidade quase patológica que JJ Abrams (e 90% dos diretores de filmes de super-herói) tem tido de interromper toda cena com um ataque, uma explosão, ou algo do tipo. Até agora o único diretor que conseguiu elevar a tensão de um filme sem usar desse artifício barato foi C. Nolan, com com a trilogia do Cavaleiro das Trevas.
O Gigante de Ferro
4.1 508 Assista AgoraBrad Bird faz pela animação hoje o que o Spielberg fez elo cinema nas décadas de 70 e 80: filmes genuinamente emocionantes, mas sem nunca cair no sentimentalismo barato.
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraPaul Thomas Anderson é um gênio.
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista AgoraComo gastei 22 anos da vida sem ter visto esse filme?
O Amor Não Tira Férias
3.7 1,5K Assista AgoraAdoro a voz do trailer!
Lisbela e o Prisioneiro
3.8 1,2KE SEJA FILIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIZ! (se puder)
Onde os Fracos Não Têm Vez
4.1 2,4K Assista AgoraAnton Chigurh é a personificação do mal em do nosso tempo, o que o torna, ao mesmo tempo, um documento denunciativo perfeito do estado condenado em que se encontra nossa sociedade. Obra-prima.