A estrutura essencial de 'A Lavanderia', adaptada para a tela de Scott Z. Burns do livro de Jake Burnstein, é confusa. Soderbergh flerta com vários estilos antes de se estabelecer na narrativa episódica conectada por Antonio Banderas e Gary Oldman.
Sempre foi difícil imaginar como um escândalo sombrio envolvendo financiamento global poderia ser transformado em filme, mas a decisão de Soderbergh de nos distrair com participações especiais de celebridades em uma série de vinhetas confusas, simplesmente não funcionou.
Soderbergh e o roteirista Scott Z. Burns tentam pegar conceitos financeiros complicados e dividi-los para um público comum, com atores conversando com a câmera. Apesar de todas as suas boas intenções, 'A Lavanderia' se agita, com um excesso de más ideias que minam a indignação justificável sobre os eventos descritos.
Conversas rápidas são o que Jurgen Mossack e Ramon Fonseca, caras da vida real interpretados respectivamente por Gary Oldman e Antonio Banderas, periodicamente fazem com efeito, um tanto torturado, ao longo do filme. Nos comentários diretos à câmera, eles justificam seu comportamento de uma maneira arrogante, destinada a ser sombria e divertida, mas isso se mostra cada vez mais irritante à medida que as coisas acontecem.
A diretora de elenco Carmen Cuba tem que preencher muitos papéis que têm apenas uma ou duas cenas para causar impacto, o filme tem Sharon Stone, Cristina Alonzo, David Schwimmer e Robert Patrick, nem mesmo Meryl Streep, Antonio Banderas e Gary Oldman conseguem elevar 'A Lavanderia'.
Soderbergh e Burns aparentemente queriam enfatizar a pura indignação do golpe e se divertir um pouco com essa barganha, mas seu objetivo satírico, em última análise, não se compara à nitidez de suas ambições, 'A Lavanderia' é uma exposição confusa.
A trama de 'O Príncipe do Natal' tem vários buracos. Por que o tutor original nunca apareceu? Por que Amber, em sua primeira turnê oficial de imprensa, só levaria um par de tênis? Como Richard consegue rastrear Amber na lanchonete de seu pai em Nova York no final, quando ele nem mesmo sabe que seu pai tem uma lanchonete e que ela estaria lá naquele momento? O filme é recheado de acontecimentos sem noção para fazer a história andar.
Não preciso falar que 'O Príncipe do Natal' é típico clichê natalino. Há cenas de guerra de bola de neve, um baile, uma personagem principal que todos amam e adoram facilmente. É o típico filme bobo que ninguém se importa, mas que assistimos, afinal é Natal. Isso não faz sentido, mas é o que fazemos, por isso esses filmes fazem "sucesso" nessa época do ano.
'O Príncipe do Natal' chega de carência de boas atuações, o que deixa muito a desejar, incluindo o fato de que a maioria dos atores está lutando para simular um sotaque americano. Talvez esse filme da Netflix seja o único filme em que as lindas canções de natal são muito irritantes.
Não importa o quão do mesmo e o quão ruim sejam esses filmes, a Netflix continua a sustentá-los, já que as festas de fim de ano parecem ser a temporada de fantasia e expectativas irreais, que gostamos de consumir apesar dos pesares.
À medida que as horas passam para o Dia D, quatro soldados americanos são deixados para trás das linhas inimigas na França, em uma missão crucial para o sucesso dos desembarques na Normandia. Mas seu objetivo é complicado quando se deparam com um monstruoso experimento nazista em uma igreja fortificada.
O promissor diretor Julius Avery faz um ato de abertura feroz, enquadrando a guerra como um espetáculo de terror por si só. A chegada de Boyce ao campo de batalha é um batismo literal de fogo, arrancado de um turbilhão de chamas quando seu avião é abatido e desce ao chão em uma enxurrada de explosões e tiros. O começo te prepara por algo que nunca chega.
De alguma forma, 'Operação Overlord' começa a desacelerar, mesmo quando o caos aumenta e o momento máximo do filme chega, as coisas começam a evoluir de assustador para cartunista, de conceito para clichê, em um piscar de olhos.
Após um começo de tirar o fôlego, o filme nunca chega à loucura exagerada que precisa atingir. 'Operação Overlord' fica leve e sem graça quando chega na metade. O ritmo paira quando a gangue une forças com a aldeã resistente Chloe (Mathilde Ollivier) para enfrentar um mal.
'Operação Overlord' é um passeio divertido, mas o roteiro não é suficientemente corajoso para atingir o ponto certo, e o desfecho sangrento não evoca carnificina suficiente para mascarar a falta de sustos reais.
Sem conhecer o funcionamento interno das empresas de stream, eu diria que esses são os tipos de séries que você naturalmente começaria a fazer se tivesse mais dinheiro do que tempo. O mundo precisa de conteúdo, por isso, bombeie! 'Hollywood' é uma promessa incrível, que não cumpri.
'Hollywood' o mais recente esforço do super produtor de televisão Ryan Murphy. Seu estilo preferido, pelo menos recentemente, é explorar o tratamento de grupos minoritários abusados ou explorados, em grandes conjuntos limpos e saturados de cores.
Em alguns episódios, a série é uma fantasia docemente apaziguadora. Outros, é um pesadelo sombrio sobre uma cidade amarga. Essas duas metades nunca se fundem, deixando 'Hollywood' preso entre seus pólos. É intermitentemente envolvente, mas curiosamente desanimador.
A maioria dos conflitos que a série propõe é projetada para ser superada, de modo que não há muito em jogo. Desde do começo você sabe o que vai acontecer e a onde a série chegará, 'Hollywood' é extremamente previsível.
O elenco é fantástico, as performances mais jovens são muito boas, o lado veterano do é ainda melhor. Os personagens não falam realmente como pessoas, mas como avatares de identidades maiores, aqui temos outro problema. Não são personagens com uma história para contar, são discursos específicos para agradar um determinado público. 'Hollywood' está tão envolvida em fazer o certo por sua ampla certeza moral, que falha na individualidade.
A motivação dos personagens foi outra coisa que eu achei bem estranho. Não sei se isso faz parte de um ponto de vista irônico de Ryan Murphy, mas a luta dos personagens é para ganhar uma estatueta dourada e não para colocar os bandidos na cadeia e de fato mudar as regras da indústria. Ninguém vai preso, ninguém paga as consequências, não há nenhuma denúncia, todos lutam por espaço na fama e busca por um prêmio. Um ponto de vista mal colocado.
O designer de produção de Matthew Flood Ferguson coloca afeto nos estúdios e nos apartamentos de baixa renda, e os figurinistas Lou Eyrich e Sarah Evelyn evocam o glamour do período para todas as ocasiões e finalidades. A cinematografia Simon Dennis filma grandes pedaços em preto e branco imaculado, muito mais bonito do que qualquer filme de 1947 de orçamento comparável poderia ter alcançado.
Murphy oferece uma visão revisionista de como Hollywood deveria ser naquela época. É uma ideia atraente, mas o resultado é incrivelmente brega. 'Hollywood' tem grande potencial de sucesso, mas é desfeita por sua própria marca de diferenças criativas. A série mostra que tempo e dinheiro não são a mesma coisa; às vezes você precisa de ambos.
Ashworth entrega uma mulher forte, sobrevivendo ao apocalipse na pele de Juliette, que exige um preparo físico também, mas quando ela viaja para o passado em flashbacks, ela é fraca, sua atuação soa como algo não verdadeiro. Há uma fraca conexão entre os personagens centrais de Juliette e seu amante, o que enfraquece o conjunto da obra. A química entre Ashworth e Fitoussi nos flashbacks da história é inexistente.
A estrutura de "Depois do Apocalipse" também tem problemas, ele vai e volta o tempo todo. Essa maneira de contar a trama, serve para nos dar muita história para Juliette, mas também mata o ritmo do filme. O trabalho de maquiagem da criatura interpretada por Botet também é muito bom, remete aos personagens interpretados pelo próprio ator na franquia de horror 'REC'. O filme também tem alguns sustos bem elaborados, um deles em particular é de gelar a medula do espectador.
Os valores de produção são muito bonitos. No apocalipse empoeirado, os locais decadentes eram impressionantes e propriamente. No presente, coisas da cidade grande, parece que nenhuma despesa foi poupada. Apartamentos e casas de luxo e ruas movimentadas da cidade conferem autenticidade e certamente uma visão da vida desses personagens.
Há alguns erros de continuidade notáveis que, quando são óbvios, apresentam uma distração do filme como um todo. A primeira é uma edição que coloca os dois personagens principais em diferentes posições de um ângulo para o outro. E depois, há a colocação da pistola de Juliette em uma cena de luta, que de repente está disponível para a nossa heroína, quando não era fisicamente possível com base em onde a arma acabou.
E aí chegamos ao final do filme, que simplesmente desaponta. Com fortes valores de produção, com uma estrutura narrativa nada agradável, o filme não consegue ser totalmente ruim e nem bom, ele fica morno.
Talvez para desfrutar plenamente da nova versão de 'Mortal Kombat' seja necessário um conhecimento prático do videogame em que se baseia, ou do filme de 1995. Essa nova versão não exige nenhum conhecimento prático de cinema e narrativa, o filme não é muito bom.
Desenvolvimento do personagem? Um enredo coerente? Atuação? Quando se trata de Mortal Kombat, o que importa é lutar, afinal, é isso que realmente importa aqui. Há uma história nominal no filme, mas é tudo apenas uma configuração de papelão usada como desculpa para justificar cenas de luta carregadas de sangue.
O que traz à tona o elemento mais importante de qualquer adaptação de Mortal Kombat são as lutas! A classificação R do filme ganha sua manutenção através dos floreios técnicos do filme. O som perturbador de uma adaga esmagando um osso; a beleza chocante de sangue e chuva misturados nas pétalas e folhas das flores; a grosseira gargalhada de um coração batendo sendo arrancado do peito de alguém, 'Mortal Kombat' é atencioso com isso.
No entanto, algumas lutas não são nada extraordinariamente coreografadas e carregadas com VFX esporádico de sangue coagulado e respingos de sangue digital. Os efeitos digitais não tornaram os filmes mais baratos, mas definitivamente os tornam menos interessantes de se olhar.
O protagonista principal do filme é um personagem totalmente original e eu achei isso positivo para o filme. O recém-chegado à franquia 'Mortal Kombat' é Cole Young (Lewis Tan), que nasceu com o logotipo do Mortal Kombat em seu peito. O maior problema do filme é que, com tantos personagens para acompanhar, a ação é constantemente interrompida por infindáveis lapsos de histórias de fundo.
Os diálogos ruins consistem em bordões dos jogos, nos quais os personagens falam em uma combinação de referências da cultura pop e respostas rápidas. A mistura deste 'Mortal Kombat' consiste de uma severidade descarada, humor blasé e discreto, que o coloca automaticamente junto com os sucessos de bilheteria contemporâneos.
No meio, 'Mortal Kombat' fica um pouco confuso e o ritmo está um pouco fora, o longa é puro produto fanservice. A melhor coisa que pode ser dito sobre o novo 'Mortal Kombat' é como ele pode enganar você a pensar que o passado está presente novamente. O longa é mais amplamente "assistível" do que a versão de 1995, mas é difícil enxergá-lo além de uma simples adaptação de vídeo game enfadonha.
O diretor Dennison Ramalho, apresenta um interessante comentário sobre violência urbana, ele propõe um terror que parte de questões tipicamente periféricas. 'Morto Não Fala' mostra realidades concretas das periferias brasileiras e traz para o lado fantasioso. O filme é orgânico e maduro quando mistura sua crítica ao gênero que ele propõe, nos dando uma mistura gore sensacional.
'Morto Não Fala' tem um roteiro que transita entre o estranho e o macabro, com uma grande facilidade e equilíbrio, mantendo a lógica de sua trama, aqui você não encontrará o clichê famoso "susto do nada sem propósito". 'Morto Não Fala' não é um filme barato recheado de surpresas que já esperávamos.
O elenco é ótimo. Há um pequeno problema com os atores mirins, que transmitem reações atrasadas, mas talvez isso poderia ter sido corrigido na hora da edição e montagem do projeto.
André Faccioli, responsável pela fotografia do filme, trás um trabalho bem feito dentro da trama sombria do filme. Ele trabalha com cores esverdeadas e muita textura, realçando a sensação de estar dentro de uma sala cirúrgica, ou até mesmo dentro do próprio IML. O filme trabalha bastante com ângulos de câmera que ajudam o telespectador a imergir na história, por isso, o sentimento de claustrofobia é sentido do começo ao fim em 'Morto Não Fala'.
O filme investe pesado nas cenas mais gráficas ao representar a rotina de autópsias no IML. Membros decepados, litros de sangue falso, vísceras expostas, estados de putrefação... Tudo isso é bem equilibrado e dosado, trazendo um conjunto visual para o filme.
'Morto Não Fala' sabe construir sua própria mitologia, desenvolve bons personagens e boas situações, mantém uma lógica impecável do começo ao fim, assusta e incomoda, e acima de tudo, diverte. 'Morto Não Fala' é um thriller de fundo moral que inverte as regras do tradicional gênero.
'Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos', assim como o longa anterior, é um filme voltado diretamente para o fã hardcore de Mortal Kombat. É repleto de referências irônicas, uma abundância de cenas esmagadoras de violência gratuita e batidas de história que imitam os eventos dos jogos.
Enquanto 'Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion' ainda conseguiu ancorar sua história em torno de Hanzo Hasashi e a trágica história de origem de Scorpion através das lentes do primeiro Torneio Mortal Kombat, essa sequência parece estar em todo lugar. Poderia ter havido quatro filmes de Mortal Kombat Legends, cada um focado em uma única trama secundária, mas em vez disso, eles foram todos misturados em um único filme, como resultado, cada personagem parece vazio.
O filme tem uma pilha de personagens, apesar do grande elenco, 'Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos' é bastante focado em Liu Kang enquanto ele abraça seu destino como defensor de Earthrealm para derrotar Shao Khan na batalha. Seu arco é bastante forte. Os outros personagens conseguem seus momentos para brilhar, embora seus arcos não sejam tão elaborados devido ao grande elenco. O longa tenta equilibrar cada história, na maioria das vezes, se sai razoavelmente bem.
Visualmente, 'Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos' faz mais sucesso. Os planos de fundo são lindos e reproduzem muito bem a aparência dos locais dos jogos, como o Templo Lin Kuei do MKX e a Kahn's Arena do MK2. Os designs dos personagens são muito mais polarizadores, caracterizados por rostos fortemente angulares.
A animação faz seu trabalho bem o suficiente, com uma divertida coreografia de luta cheia de pequenos acenos e referências ao jogo, embora certamente haja algumas arestas. A ação é bem animada, coreografada e muito sangrenta, pois não foge das fatalidades sangrentas pelas quais os jogos são conhecidos, especialmente em algumas partidas memoráveis de Mortal Kombat. O filme costuma usar a visão de raio-x dos jogos para obter uma visão detalhada dos danos infligidos aos órgãos e ossos de um lutador, assim como fez no primeiro filme.
'Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos' é um recurso emocionante e divertido que parece feito sob medida para os fãs de Mortal Kombat. A ação e a animação não conseguem compensar a falta de conteúdo da história, o que resta é um filme vazio que ainda pode ter algum apelo para os fãs hardcore de Mortal Kombat graças à sua violência exagerada e referências aos jogos.
A Netflix foi quase que uma heroína trazendo esse filme ao alcance de qualquer pessoa, uma pena que não vamos conseguir assisti-lo em uma tela de cinema, que é o seu verdadeiro lugar. O suntuoso filme, baseado na própria infância de Cuarón, reverbera não só com a inocência, mas com a terrível intuição de seu colapso.
'Roma' é em preto e branco, e a estrela, Yalitza Aparicio, nunca atuou antes. A maior parte da história se passa em Roma, um subúrbio agradável da Cidade do México, entre 1970 e 1971. O filme anterior custou cem milhões de dólares, 'Roma' supostamente, um décimo dessa soma. Um filme que grita contra o que mais rende aos estúdios de cinema hoje, super caros, cheio de efeitos especiais e por aí vai. 'Roma' venho para nos lembrar o que é fazer arte.
Cuarón mostrou grande versatilidade e visão com seus filmes. Em 'Roma', ele nos dá uma peça profundamente pessoal do período da década de 1970 inspirada em sua própria infância no México, ainda assim há uma universalidade nos personagens e suas histórias, seus triunfos e tragédias. É incrível a rapidez com que conhecemos os principais atores e quão profundamente nos apegamos às suas histórias.
'Roma' move-se em um ritmo deliberado, dando-nos as medidas certas de tempo e espaço para absorver as sutis e não tão sutis diferenças de classe entre a ajuda doméstica e seus empregadores, mas também o laço cada vez mais forte entre Cleo e Sofia. especialmente depois que ambos passam por alguns testes comoventes. São mulheres fortes e engenhosas que se apaixonam por homens fracos e egoístas.
A arte de Cuarón produz um filme com a autenticidade de um documentário, mas também a poesia inebriante e lírica das memórias filtradas através de um sonho perfeito. Às vezes vamos ao cinema e somos recompensados com uma obra-prima, 'Roma' é persuasivo em sua beleza, isso te conquista. 'Roma' é artístico e bonito, mas também um pouco como sentar em um sofá enquanto Cuarón folheia os álbuns de fotos da família, nunca narrando ou exagerando em explicar qualquer momento ou imagem.
A franquia de videogame 'Mortal Kombat' existe desde que eu era criança, muito famoso por trazer brutalidade espirrando sangue que você não consegue em nenhum outro lugar. A série teve seus altos e baixos no que diz respeito às adaptações cinematográficas adequadas, 'Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion' marca o segundo filme de animação da franquia.
Foi uma decisão acertada escolher Scorpion como um dos principais protagonistas deste filme. Ele nunca recebeu tanta atenção no passado, embora ainda seja um dos personagens mais populares do videogame. Não havia fanservice aqui, cada ataque especial dos personagens eram naturais e tinham substância em seu uso, não apenas usados como movimentos aleatórios e isso foi consistente em todo o filme para a maioria dos personagens.
Se é sangue que você quer é sangue que você tem em 'Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion'. A ação tem sangue jorrando e esguichando diretamente para a tela. Parece interessante no início, mas depois se torna irritante. O gotejamento e a pulverização de vísceras na tela são exagerados.
“Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion” é uma mistura de algo novo e algo antigo, algo gostoso de se ver em tela. Porém o roteiro de Adams apenas recria o material com batidas ligeiramente diferentes, o filme não causa um efeito surpreendente e a mudança de foco da narrativa não ajuda muito.
Apesar de passarmos muito tempo com Scorpion no início, ele é relegado à história B pelo resto do filme assim que o torneio Mortal Kombat começar. O maior problema do filme é que ele tenta fazer o arco épico do torneio Mortal Kombat no topo de uma história pessoal. A segunda metade do filme se torna uma série rápida de cenas de luta, participações especiais de personagens e reviravoltas na trama de lógica questionável.
Por causa dessa mudança de foco, os dois pontos da história sofrem dramaticamente e não são capazes de se unir completamente em uma trama coesa enquanto estabelecem todas as regras básicas do referido universo. Quase todos os conflitos da trama são deixados pendurados de forma insatisfatória.
Outro ponto negativo é o diálogo entre os personagens em algumas cenas. Às vezes parece que foi escrito no último minuto, sem nenhum pensamento real de soar significativo ou de ser uma interação realista entre um grupo de pessoas. Era muito simples para levar a sério às vezes.
Embora tudo isso seja compensado no final com o nível de luta brutal e carnificina. “Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion” não é uma obra-prima, mas é uma boa adaptação digna que pelo menos qualquer fã da franquia apreciaria. Embora o filme cumpra os requisitos básicos da franquia, ele não oferece muito mais. Foi uma ideia promissora revisitar a história original de 'Mortal Kombat' do ponto de vista de Scorpion, mas infelizmente foi uma oportunidade perdida oferecendo a nós uma animação mal executada.
Filmes de super-heróis em quadrinhos já são populares há muito tempo, agora os estúdios de Hollywood se voltaram para propriedades menos conhecidas em um esforço para lançar novas franquias em potencial, 'The Old Guard' se enquadra nessa categoria. Baseado na série de quadrinhos de mesmo nome criada por Greg Rucka e Leandro Fernández.
A história de Rucka para 'The Old Guard' segue um formato bastante padrão para o gênero de ficção científica / fantasia. Além disso, o arco de Nilo para se tornar um herói, onde ela é relutante no início e o mentor cansado de Andy, são igualmente familiares para aqueles que estão bem familiarizados com esse tipo de história.
O roteiro de Rucka também usa efetivamente cada pedaço de construção de mundo para desenvolver ainda mais os personagens e adicionar alguma textura emocional às suas vidas como imortais. No entanto, esses momentos silenciosos de exposição e desenvolvimento do personagem tendem a desacelerar muito o filme, puxando o ritmo para baixo.
A coreografia de luta e a direção de Prince-Bythewood são tão fascinantes que é impossível desviar o olhar. O que é talvez ainda mais original é a coreografia do grupo, que é feita de tal forma que Andy, Booker, Joe e Nicky lutam como se fossem quatro partes de uma arma inteira.
O elenco de 'The Old Guard' também trabalha incrivelmente bem em conjunto para dar vida a esses personagens atraentes. Ao todo, o elenco trabalha perfeitamente em conjunto para trazer uma dinâmica divertida e emocional do personagem para a tela.
O efeito visual dos personagens se curando de feridas letais, no estilo Wolverine, parece plástico e pouco convincente. As músicas parecem forçar seu caminho para o filme em momentos difíceis. Um certo desenvolvimento do enredo parece previsível, imerecido e desprovido de impacto, tudo ao mesmo tempo.
No final das contas, 'The Old Guard' oferece muita ação emocionante e batidas divertidas de personagens para manter os espectadores presos mesmo quando a história chega ao fim. É uma excelente fuga para fãs de quadrinhos, filmes de super-heróis e qualquer coisa com cenas de ação.
"Mortal Kombat: A Aniquilação" é o filme que segue a franquia para seu fenomenal e inesperadamente bem-sucedido longa-metragem de 1995, que por si só foi baseado em um videogame extraordinariamente bem-sucedido que também gerou outros inúmeros produtos.
Seria errado reclamar que o enredo é uma bobagem sem sentido, povoada por personagens de papelão e uma escassez de ideias. Apenas Remar oferece algo parecido com uma performance, a maioria dos outros atores parece feliz apenas em flexionar músculos e fazer caretas.
O filme nada mais é do que uma cadeia perpétua de sequências de luta elaboradamente coreografadas que misturam primeiros planos de ação ao vivo com efeitos digitais em camadas complexas e estão ligados pelos mais frágeis e risíveis elementos da trama. Qualquer coisa é motivo para uma sequência de batalha ou um motivo para os personagens saltarem, pularem ou se transformarem.
Não há sangue, ossos quebrados ou hematomas, os fãs do jogo, assim como no primeiro filme, podem ficar um pouco desapontados, pois "Mortal Kombat: A Aniquilação" evita o banho de sangue dos jogos. Mas temos muito barulho, a sequência também pode ser qualificada como o filme musical mais barulhento já feito. A trilha sonora coberta por um techno irritante, que lembra uma serra circular, é bombeada a níveis ensurdecedores durante quase todo o filme.
Seus efeitos especiais fazem seus combatentes girar e voar, girar e voar, o tempo todo socando e chutando uns aos outros como britadeiras, apenas para deixar os espectadores totalmente impassíveis. O diretor estreante John R. Leonetti, filma algumas das cenas de luta em ângulos que tornam impossível ver o que está acontecendo. As sequências de luta são mal editadas, monotonamente coreografadas e aprimoradas com CGI que pareceriam datadas em um vídeo pop dos anos 80.
"Mortal Kombat: A Aniquilação" é um exercício de como fazer filmes para meninos adolescentes; muita luta, mulheres lutando na lama e alguns close-ups na virilha de várias lutadoras, só faltou mesmo levar a sério os fatality. Para uma pessoa obcecada por videogame, o filme pode ser uma grande coisa. "Mortal Kombat: A Aniquilação" é intencionalmente exagerado de uma beleza sombria, porém sem brilho algum. O filme serpenteia quase sem motivo ou razão, até chegar ao final, sem inteligência, sem charme e sem noção.
O roteiro foi adaptado por Huston de uma obra homônima de 1927, escrita B. Traven. Foi um dos primeiros filmes de Hollywood a realizar locações fora dos Estados Unidos; foram feitas externas em Tampico, no México.
A aventura que "O Tesouro de Sierra Madre" propõe não para um fim em si mesmo, mas como um teste para seus personagens. Os personagens são bem construídos e eles oferecem algo, até então, surpreendentemente original. Os bonzinhos morrem e se dão mal, o personagem principal, o herói da trama é um perdedor miserável, enlouquecido pela ganância. Em questão de personagens o filme apresenta algo totalmente fora do normal e isso é ótimo.
O filme tem sua trama servida para o desenvolvimento de seus personagens. Mas isso não faz do filme com um roteiro pobre com uma história sem graça, longe disso. O roteiro do filme é cheio de reviravoltas. Se as atuações te prenderem na história, as surpresas do filme são de se prender na cadeira, você quer ir até o final e descobrir no que tudo vai dar.
Outro coisa surpreendente são as cenas noturnas que foram todas feitas em estúdios, mesmo o filme tendo mais de 70 anos os efeitos especiais são bem feitos a ponto de você não conseguir ter certeza se são efeitos especiais mesmo. A qualidade das cenas noturnas são tão bem produzidas e bem feitas como as cenas externas.
Humphrey Bogart merece um destaque exclusivo. Apesar de todo elenco ser fantástico, Humphrey tinha um desafio em mãos, o seu personagem é complexo. Dobbs (Humphrey Bogart) enlouquece durante o filme e atuação de Humphrey passa por todas as núncia que o personagem exige, ele é convincente.
"O Tesouro de Sierra Madre" é o fim que viaja por gerações em todas elas se consagra como um excelente filme. Com os seus 70 anos de vida, o filme tem um roteiro inovador, personagens bem escritos e desenvolvidos, atuações de tirar o chapéu. Um dos melhores filmes de todos os tempos com certeza.
Os fãs dos videogames que vendeu mais de 10 milhões de cópias, vão adorar o filme por se manter fiel às histórias que servem como desculpa para uma série de duelos devastadores entre lutadores de outro mundo com poderes especiais, mesmo que a taxa de decapitação do filme seja significativamente menor do que a do jogo.
Em termos de personagens e enredo, o diretor Paul Anderson e o escritor Kevin Droney se mantêm muito próximos das escrituras projetadas pelos criadores de 'Mortal Kombat', o artista John Tobias e o designer Ed Boon. É bem óbvio do porquê não mexer nesse produto licenciado, mas o filme poderia ter sido melhor adaptado para linguagem cinematográfica, do que ter levado o videogame ao pé da letra.
O gigante Shokan Príncipe Goro de quatro braços, é um personagem construído com base dos clássicos monstros stop-motion de Ray Harryhausen dos anos 50 e 60. Parecendo ruim ou não, o estilo deu um charme de baixa tecnologia a um empreendimento bem investido em seus efeitos. Os efeitos especiais impressionam quando vemos um panorama de monges budistas alinhados diante de templos exóticos, mas é tosco quando tenta engrossar mais a fantasia e a ficção científica.
Não acontece muita coisa aqui, exceto batalha após batalha. Grande parte da ação está no molde das artes marciais tradicionais e são filmados com vigor. Parte dela acontece nas cavernas iluminadas por velas e nas salas do trono de Outworld, que recria o ambiente do jogo arcade, mascarando as limitações de orçamento do filme; isso também explica o trabalho ocasionalmente frenético da câmera e os exageros sônicos da trilha sonora.
O que há de mais convincente aqui é Robin Shou, que interpreta Liu Kang, um artista de kung-fu que deixou a China em busca de melhores oportunidades na América. Ele carrega o peso da culpa por deixar para trás um irmão mais novo que morreu nas mãos de Shang Tsung. Como o filme reduz o diálogo ao mínimo em um esforço para atrair uma audiência global, Shou tem pouco a dizer, mas com sua presença intensa e graciosos saltos e chutes de kung-fu, ele poderia dar a Bruce Lee uma corrida por seu dinheiro no apelo das telas.
“Mortal Kombat: O Filme" provavelmente irá satisfazer apenas o público já viciado em videogame, mas pode desapontá-los também. Enquanto as versões do jogo de 'Mortal Kombat' foram adotadas por sua carnificina sangrenta e gratuita, o filme é classificado como PG-13, e sua violência é branda. Claramente, as acomodações foram feitas em um esforço para atingir um público mais amplo.
O filme tem tudo que um adolescente poderia desejar: cobras que se projetam das mãos de um vilão, lutas acrobáticas de kung-fu e duas garotas lutando, porém não oferece boas atuações, não tem bons diálogos e os cenários são extravagantes demais, mas no geral consegue atingir notas altas, por não se levar muito a sério. O filme às vezes se salva pelo seu toque de humor maluco, é bobo, mas o mais importante, é muito divertido.
Nenhum dos contos de Coen sobre o Velho Oeste é um fracasso absoluto, mas o filme nunca coincide com a sequência de abertura de mesmo nome, estrelado por Tim Blake Nelson como um caubói cantor de chapéu branco com uma música em seu coração. O resto do filme se esforça para igualar a energia deste pedaço de abertura, mas há delícias a serem descobertas ao longo do caminho.
'A Balada de Buster Scruggs' foi originalmente concebido e filmado como uma série de seis episódios para Netflix. Seus roteiristas-diretores, Joel e Ethan Coen decidiram, em vez disso, compor os episódios (contos míticos violentos, pitorescos e milagrosos do Velho Oeste)em um filme antológico de longa metragem. É nesse momento que conseguimos entender o problema do filme, ele funciona como uma minissérie, não como um filme.
O filme é cheio de imagens majestosas do deserto que surgem na tela, um trabalho de fotografia de cair o queixo. Os episódios estão ligados por uma obsessão escabrosa com a morte que, no final, se soma a algo. Não é algo importante, mas um tema com uma pitada de ressonância. E o elenco é impecável.
Com ótimas atuações e uma bela fotografia, 'A Balada de Buster Scruggs' funcionária sendo lançada como uma série e não como um filme, a escolha foi errada. Mas o filme é uma obra gostosa de ver e vale muito a pena.
Sabe aquele filme que é tão ruim, mas tão ruim que você assiste para poder rir, de tão bizarro que ele é, pois bem, 'O Peregrino' é um desses. Vamos começar com as atuações que são péssimas, sabe aquele trabalho de escola que você chama a tia e os primos para ajudar, esse filme parece isso, os atores não são inexperientes, eles não são atores!
'O Peregrino' é bem fiel ao livro, e isso é problema. Eu não gostei do livro, eu acho ele muito chato e didático, para quem é cristão se diverte lendo-o por causa das referências bíblicas. Esse longa-metragem decidiu adaptar o livro ao pé da letra e trazendo os mesmos problemas dos livros para o filme.
A trama do filme é corrida demais e ficou muito focada na jornada e pouca atenção foi dada aos personagens. O personagem principal é casado e faz amigos, mas o filme retrata isso com tanta superficialidade que você fica até na dúvida se entendeu certo.
Há aqueles típicos efeitos especiais toscos que parecem ter sido feitos no Paint que a gente ama, eles são toscos e são uma das grandes diversões do filme. Bem, não tem muito o que dizer desse filme porque ele é horrível. Ainda bem que a salvação depende da cruz, porque se dependesse da arte estaríamos ferrados.
Uma das melhores e mais belas coisas do mundo é quando você reconhece e conserta os erros cometidos, 'Liga da Justiça de Zack Snyder' vem com a promessa de ajustar o mal feito e acender a chama dos fãs da DC. O filme conserta alguns erros, mas em sua grande parte continua precisando ser refeito. O filme continua sem uma visão, nenhuma linha narrativa convincente ou mesmo coerente.
O filme mostra a primeira batalha da tentativa de invasão de Darkside a Terra. Achei bacana mostrar a guerra por completo, deu um fundo interessante a história, porém CGI está horrível. Falando de Darkside, há outros personagens que aparecem dando um gás ao universo da DC, um exemplo disso é o Caçador de Marte, o Ajax. 'Liga da Justiça de Zack Snyder' faz algumas mudanças e acrescenta alguns elementos que ajudam a nascer uma esperança
Na primeira 'Liga da Justiça' os gráficos de computador eram fracos, muitas faíscas vermelhas por toda parte, esqueletos voadores acompanhando o vilão Lobo da Estepe, que deveria ser imponente e causar medo, mas não passa de uma coisa boba. Em 'Liga da Justiça de Zack Snyder' os efeitos continuam mais ou menos, mas ajustaram o visual do vilão Lobo da Estepe o que deixou com uma atmosfera ameaçadora, essa mudança acrescentou demais no filme.
Outra mudança que eu gostei e que deixou um filme mais legal, foi toda aquela parte do heróis esvaziando a cidade e salvando a população, e com isso, deram espaço a mais lutas e mais ação, também gostei dessa alteração, o filme ficou menos chato. Porém a ação continua ruim, mas um pouco menos confusa.
O roteiro continua desinteressante, falta algum elemento mais rico ou profundo, essa história continua muito simples e enfadonha. Se em 'Liga da Justiça' o filme parece durar uma eternidade, em 'Liga da Justiça de Zack Snyder' temos quatro horas de muita enrolação.
No 'Liga da Justiça' as origens de Aquaman, Flash e Cyborg não foram desenvolvidas, aqui esses personagens tiveram mais espaço, porém continuaram mal desenvolvidos e isso continua sendo um problema em 'Liga da Justiça de Zack Snyder'. O bom dessa nova versão é que temos quatro horas de Gal Gadot como Mulher Maravilha, assim como no primeiro filme ela continua a hipnotizar, foi bom reviver a personagem depois do morno 'Mulher Maravilha 1984'.
'Liga da Justiça de Zack Snyder' traz alguns concertos em seu CGI, mas em sua maioria ele continua sendo um filme ruim. A nova versão continua com suas falhas de roteiro e não consegue ir além do clichê de um grupo de heróis contra o mal. Se a intenção de 'Liga da Justiça de Zack Snyder' era encorajar a esperança no universo da DC, talvez o filme tenha alcançado seu objetivo, se intenção foi entregar algo consertado, o filme não cumpriu os objetivos.
A 'Liga da Justiça' é uma bagunça tão mal orientada que você torce para Marvel comprar a DC, só para eles arrumarem toda essa confusão. A Marvel também passou por momentos baixos, o gênero super heróis é algo novo, não se sabe o tom e como fazer tudo isso, mas 'Thor: Ragnarok' consegui colocar o estilo nos trilhos; colorido, para as crianças e bom humor, mas a DC está relutante em aprender com os erros.
Se você não tem uma noção clara de como construir uma dessas franquias de uma forma funcional, muito menos interessante, talvez seja hora de parar e pensar. Em 'Liga da Justiça' não há uma visão, nenhuma linha narrativa convincente ou mesmo coerente; nenhum sentimento, ou consideração, o filme infelizmente é fraco demais.
Ao assistir ao filme você deverá enfrentar gráficos de computador fracos, muitas faíscas vermelhas por toda parte, esqueletos voadores acompanhando o vilão Lobo da Estepe, que deveria ser imponente e causar medo, mas não passa de uma coisa boba. Os efeitos especiais são uma verdadeira decepção.
A ação é ruim, ela é em grande parte lamacenta e confusa, uma confusão giratória de corpos gerados por computador zunindo rápido demais para ter qualquer noção de seu peso ou impacto.
O roteiro não é interessante, os roteiristas estão perdidos para inventar alguma coisa nova, algum elemento mais rico ou profundo, alguma tangente interessante, e então eles simplesmente fazem do mesmo, sobre essa história muito simples e enfadonha que dura uma eternidade.
Não há como contar a história, pois não há história, juntar heróis para derrotar um supervilão é mais que clichê, é preguiça. Um grupo é formado e depois há uma batalha para salvar o mundo, é isso tudo com o diretor Zack Snyder, uma material genérico.
Há outro problema no roteiro, o filme precisa explicar as origens de Aquaman, Flash e Cyborg e isso significa que não há tempo para fazer o vilão da 'Liga da Justiça' parecer remotamente assustador, ou para desenvolver seu plano demoníaco em algo mais interessante do que "destruir o mundo", bem os heróis, devem se contentar com suas tramas boiando no raso mesmo.
Dos artistas principais, apenas Gal Gadot é legal de assistir, na verdade, acho que o tom mais leve do filme se deve mais ao enorme sucesso da 'Mulher Maravilha', que ousou abraçar o altruísmo e a bondade de sua personagem e ficou muito melhor com isso.
Snyder e Whedon guiam tudo com uma mão pesada e com um estilo visual sombrio e extravagante, isso quer dizer que temos uma iluminação péssima e atores em trajes horríveis. Não a trama, não desenvolvimento, muito CGI mediano um filme excessivamente escuro, péssimas atuações e uma ação ruim, nada funciona aqui, 'Liga da Justiça' é um filme que deveria ser refeito.
Olivier Assayas se uniu a Edgar Ramírez no emocionante 'Carlos', mas desta vez, o aspecto da história verídica desse docudrama parece ter paralisado o cineasta. Quando o diretor deixa o enredo de lado e foca nos personagens, o filme ganha vida, mas esses momentos são poucos e distantes entre si. 'Wasp Network: Rede de Espiões' é uma decepção surpreendente de Olivier Assayas, um dos cineastas mais interessantes e ecléticos da atualidade.
O editor Simon Jacquet faz muito esforço para manter o ritmo animado, ele brilha em um segmento que envolve o plantio de bombas em vários hotéis de Havana, mas não há muito que ele possa fazer com tantas conversas prosaicas que o filme oferece.
'Wasp Network: Rede de Espiões' é uma história de complexidade de desenrolamento e múltiplas traições, o maior problema do filme, é que ele pode ser totalmente confuso. Um espectador sem conhecimento prévio da situação é lançado em uma teia de oposições ideológicas e grupos políticos dissidentes e uma série de figuras sombrias e poderosas que são fáceis de se perder.
O público tem que gastar muito tempo resolvendo as traições e desfazendo os nós, enquanto isso, vozes explicativas aparecem e desaparecem sem rima ou razão, isso é um claro indicador de que Assayas carrega informações demais em 'Wasp Network: Rede de Espiões'.
Algumas pessoas podem viver por uma causa e outras têm necessidades humanas mais íntimas. Os movimentos políticos têm um jeito engraçado de levar as pessoas de um lugar para outro. 'Wasp Network: Rede de Espiões' nada mais é que um filme fascinado pela fronteira porosa entre o desejo pessoal e a devoção política.
Esta última parte é uma oferta que o diretor Francis Ford Coppola deveria ter recusado ou pensado por mais tempo. Talvez antagonizado pela aclamação universal dos dois primeiros filmes, Coppola e o autor original de 'O Poderoso Chefão', Mario Puzo, superaram as direções erradas, é como se algo não estivesse bem encaixado nesse filme.
Eles contam com tantos detalhes da trama que é difícil acompanhar o que está acontecendo. O filme completa a história de Vito Corleone e seus filhos, trazendo-nos do ponto em que o segundo filme terminou até os dias de hoje, daquela imagem de um Michael isolado (Al Pacino) olhando de seu escritório da casa de barcos como as ordens de seu assassinato do irmão são executados, até o final anticlímax.
Ao continuar a história dos Corleones, Coppola não apenas deixa de construir o que ele e seu roteirista Mario Puzo criaram anteriormente; ele também parece alheio ao que tornou sua história tão atraente para começar.
Algumas das escolhas de Coppola parecem ter sido feitas por desespero. Algumas das tramas estão emaranhadas além da compreensão. Algumas cenas estão no filme por causa da política do estúdio e não porque Puzo e Coppola tenham algo importante a dizer nelas.
O romance entre Mary e Vincent é uma das principais subtramas do filme e como Mary, Sofia Coppola é irremediavelmente amadora. Ainda assim, o papel é relativamente pequeno, seu fracasso contribui muito pouco para o que está realmente errado com o filme.
Os personagens que transitam dos filmes anteriores têm pouca semelhança com eles mesmos. A terrível curva da vida de Michael Corleone, que forneceu uma coluna dramática para a saga da família, perdeu sua curva sinistra. No início da terceira parte, Michael chegou muito perto de realizar seu sonho de uma empresa familiar completamente legítima. Michael não está mais sentado como uma aranha maligna no centro de sua teia da máfia. Michael agora é um homem de negócios, ao se desfazer de seus interesses criminosos, perdeu o que o tornava interessante, sua escuridão assassina.
Com Michael ausente do centro do filme, o resto da ação parece sem fundamento; perde sua dimensão moral e se torna apenas mais uma história de máfia. Os dois principais tópicos da trama dizem respeito ao trato da família Corleone com o Vaticano e ao surgimento de Vincent como sucessor de Michael. Os motivos do Vincent de Garcia não são divididos, como os de Michael.
Garcia, como resultado, parece ser o único ator do filme que sabe o que está interpretando, o único com uma missão clara, e ele faz uma performance emocionante e selvagem. É o mais forte do filme.
Pacino, por sua vez, se debate dentro de seu personagem. Sua maquiagem é soberba, embora se ele pudesse varrer o cabelo para trás, isso poderia tê-lo conectado fisicamente a Garcia (e também a Marlon Brando e Robert De Niro). Às vezes, suas escolhas são intrigantes e, às vezes, ele desenha algo interessante na superfície de sua performance. Na maioria das vezes, porém, ele se ocupa prestando atenção aos detalhes de interpretar um homem mais velho e não vai muito além disso.
Pode ser que Coppola estivesse certo em adiar a entrega desta última parcela todos esses anos, pois ele não tinha mais nada a dizer. 'O Poderoso Chefão 3' é o trabalho de um artista distante de seu talento, uma alma perdida. A parte três é um bom filme, mas ele decepciona um pouco, é certo que os dois primeiros filmes, que são universalmente aclamados como uma das maiores obras do cinema americano, são um ato difícil de seguir.
"Pato Pato Ganso" tem uma animação muito bonita, isso é inquestionável, desde de seus personagens até os cenários chineses. O roteiro do filme não há nada de elaborado, ele mais do mesmo. Há muito entretenimento para os pequenos, com aquele típico humor pastelão, que as crianças gostam.
O grande erro deste filme foi a escolha de piadas sexuais e alguns momentos muito aterrorizantes para um filme infantil. 'Pato Pato Ganso' é filme para crianças, isso é óbvio, mas foi constrangedor ver piadas com testículos e ereção durante o filme.
As crianças não entenderão essas piadas, pelo menos não deveriam, mas isso não deveria existir dentro de uma proposta infantil. Os momentos de terror, praticamente sustentável pelo gato malvado é meio tenso de mais, talvez algumas crianças ficarão perturbadas.
Ao tentar agradar a garotada e aos adultos, assim como a Pixar costuma fazer, a Netflix erra um pouco a mão e exagera. 'Pato Pato Ganso' é um filme de mau gosto, mas ainda sim é possível engolir.
As incríveis quantias de dinheiro gastas são totalmente visíveis em 'O Poderoso Chefão 2'. As grandes recriações históricas funcionam mais como comentário social do que mero espetáculo ou pano de fundo. É moralmente importante para Francis Ford Coppola mostrar o consenso político de grandes grupos de pessoas em um único quadro.
A chegada de imigrantes passando pela Estátua da Liberdade, festas mais gigantescas em Corleone, uma visita à Havana pré-castrista na véspera da revolução (filmado em Santo Domingo), as ruas de Little Italy em Nova York no início dos anos 1900 e uma audiência sobre as atividades da máfia no Senado Caucus Room, todos são notavelmente evocados pelo trabalho magistral do designer de produção Dean Tavoularis, com o figurinista Theadora Van Runkle, o diretor de arte Angelo Graham e o decorador de cenário George Nelson.
O diretor de fotografia Gordon Willis, em outra grande conquista, envolve o mundo de Pacino com trevas. O estilo visual é austero, com lentes rígidas e pouco movimento da câmera. Para o crédito dos editores Peter Zinner, Barry Malkin e Richard Marks, o tempo de execução de 3 horas e 20 minutos, embora exigente, é bem ritmado e justificado.
Ao manter seu filme emocionalmente honesto, o diretor sacrifica parte do valor de choque de sua violência, acalma a ambição de seu estilo visual e renuncia à identificação do público com personagens que marcam um filme mais pessoal. A parte dois de Francis Ford Coppola é uma produção admirável, responsável, menos emocionalmente perturbadora do que seu antecessor, mas ainda sim um épico histórico.
Muito do DNA de 'O Irlandês' será familiar para qualquer pessoa com um conhecimento ainda superficial do trabalho anterior de Scorsese. É sobre assassinato e a máfia; possui voice-over e melodias retro estimulantes. Há muito em 'O Irlandês' que evoca os primeiros trabalhos de Scorsese, desde a maneira como os personagens falam, agem e se vestem até as ocasionais explosões de violência sangrenta.
O filme tem a maturidade da perspectiva de um homem mais velho, um olhar voltado para uma vida plena. É animado, irônico e muito engraçado, mas às vezes também parece uma confissão, um pedido de graça, não apenas de seu protagonista, mas do próprio cineasta.
Estimado em mais de R$160 milhões, boa parte desse orçamento foi gasta na redução do envelhecimento da tecnologia gráfica, o que significa que os atores mais velhos envolvidos também poderiam interpretar a si mesmos no passado. Parecia uma ideia extravagante, com ramificações potenciais enervantes para o entretenimento filmado.
Na prática, essa magia misteriosa do computador não é tão grotesca quanto poderia ser, nem é tão perceptível. Os rostos de De Niro e Pesci são suavizados até a meia-idade em grande parte do filme e há um certo constrangimento aí, especialmente quando o movimento de seus corpos septuagenários funciona de forma tão incongruente sob suas cabeças de aparência mais jovem.
Em seu primeiro ato, o filme pode ser tedioso, porque dá pouca indicação de por que exatamente estamos assistindo esses homens fazerem suas coisas diferentes do que Scorsese acha que deveríamos ser. O longo tempo de execução significa que as cenas têm mais espaço para respirar do que estamos acostumados a ver, eles poderiam ter cortado alguns dos diálogos ou cenas, mas o filme não cai na chatice.
Os minutos finais de 'O Irlandês' contrastam fortemente com o início do filme, porque é assim que nossas vidas se desenrolam. O que importa no final é quem amávamos e como os amávamos e se os tratamos como se fossem importantes.
'O Poderoso Chefão' está cheio de coisas fantásticas e uma delas são seus personagens. Brando surge como o herói dessa produção. Em uma cena maravilhosamente criativa e comovente, Brando passa do padrinho para o avô.
Não muito atrás dele está Al Pacino como o jovem Michael Corleone, destinado a herdar o manto do Poderoso Chefão, ele progride de forma convincente de um ingénuo a um assassino cruel e impiedoso. A construção e evolução dos personagens em tela é uma das coisas que há de impressionante neste filme.
'O Poderoso Chefão' sem ênfase indevida, mostra a proximidade, o calor dos laços familiares. As cenas estão cheias de esposas e bebês berrantes, casamentos festivos e funerais igualmente festivos, espaguete preparado na cozinha... Há o sabor da vida doméstica italiana que poucos filmes de gângster tentaram.
O diretor Francis Ford Coppola, com uma forte assistência do cinegrafista Gordon Willis, fez um trabalho extraordinário de captura de período e lugar. Muito poucos dos exteriores de Nova York parecem ser fotos de estoque, a maioria foi recriada com uma incrível atenção aos detalhes.
Os interiores têm a aparência rica e queimada de fotografias tiradas décadas atrás, enquanto os exteriores - seja representando uma festa no jardim em Nova Jersey ou um interlúdio amoroso na Sicília - estão encharcados de cor e sol.
Vinte e cinco anos podem ter reordenado nossas percepções de Coppola e seu elenco, mas o fato básico da grandeza de seu filme não foi diminuído. Em cena após cena - a longa sequência do casamento, a sangrenta descoberta de John Marley em sua cama, Pacino alisando os cabelos nervosamente antes do massacre de um restaurante, o colapso do padrinho em um jardim - Coppola criou uma obra-prima duradoura e incontestável.
A brincadeira de Coppola é dominada por várias sequências imaginativas de montagens retrô. Manchetes de jornal passam por cima de tiros de mãos passando a tigela de espaguete em uma daquelas festas improvisadas que nutriam o submundo. Igualmente potente é o corte rápido entre imagens de Michael, no batismo de um afilhado, prometendo a um padre que ele renunciaria a Satanás ao mesmo tempo em que seus inimigos estão sendo gravemente feridos em toda a cidade.
'O Poderoso Chefão' é sim um verdadeiro clássico do cinema, um filme que ainda tem um grau de importância na história cinematográfica.
A Lavanderia
3.3 246A estrutura essencial de 'A Lavanderia', adaptada para a tela de Scott Z. Burns do livro de Jake Burnstein, é confusa. Soderbergh flerta com vários estilos antes de se estabelecer na narrativa episódica conectada por Antonio Banderas e Gary Oldman.
Sempre foi difícil imaginar como um escândalo sombrio envolvendo financiamento global poderia ser transformado em filme, mas a decisão de Soderbergh de nos distrair com participações especiais de celebridades em uma série de vinhetas confusas, simplesmente não funcionou.
Soderbergh e o roteirista Scott Z. Burns tentam pegar conceitos financeiros complicados e dividi-los para um público comum, com atores conversando com a câmera. Apesar de todas as suas boas intenções, 'A Lavanderia' se agita, com um excesso de más ideias que minam a indignação justificável sobre os eventos descritos.
Conversas rápidas são o que Jurgen Mossack e Ramon Fonseca, caras da vida real interpretados respectivamente por Gary Oldman e Antonio Banderas, periodicamente fazem com efeito, um tanto torturado, ao longo do filme. Nos comentários diretos à câmera, eles justificam seu comportamento de uma maneira arrogante, destinada a ser sombria e divertida, mas isso se mostra cada vez mais irritante à medida que as coisas acontecem.
A diretora de elenco Carmen Cuba tem que preencher muitos papéis que têm apenas uma ou duas cenas para causar impacto, o filme tem Sharon Stone, Cristina Alonzo, David Schwimmer e Robert Patrick, nem mesmo Meryl Streep, Antonio Banderas e Gary Oldman conseguem elevar 'A Lavanderia'.
Soderbergh e Burns aparentemente queriam enfatizar a pura indignação do golpe e se divertir um pouco com essa barganha, mas seu objetivo satírico, em última análise, não se compara à nitidez de suas ambições, 'A Lavanderia' é uma exposição confusa.
O Príncipe do Natal
3.1 181 Assista AgoraA trama de 'O Príncipe do Natal' tem vários buracos. Por que o tutor original nunca apareceu? Por que Amber, em sua primeira turnê oficial de imprensa, só levaria um par de tênis? Como Richard consegue rastrear Amber na lanchonete de seu pai em Nova York no final, quando ele nem mesmo sabe que seu pai tem uma lanchonete e que ela estaria lá naquele momento? O filme é recheado de acontecimentos sem noção para fazer a história andar.
Não preciso falar que 'O Príncipe do Natal' é típico clichê natalino. Há cenas de guerra de bola de neve, um baile, uma personagem principal que todos amam e adoram facilmente. É o típico filme bobo que ninguém se importa, mas que assistimos, afinal é Natal. Isso não faz sentido, mas é o que fazemos, por isso esses filmes fazem "sucesso" nessa época do ano.
'O Príncipe do Natal' chega de carência de boas atuações, o que deixa muito a desejar, incluindo o fato de que a maioria dos atores está lutando para simular um sotaque americano. Talvez esse filme da Netflix seja o único filme em que as lindas canções de natal são muito irritantes.
Não importa o quão do mesmo e o quão ruim sejam esses filmes, a Netflix continua a sustentá-los, já que as festas de fim de ano parecem ser a temporada de fantasia e expectativas irreais, que gostamos de consumir apesar dos pesares.
Operação Overlord
3.3 503 Assista AgoraÀ medida que as horas passam para o Dia D, quatro soldados americanos são deixados para trás das linhas inimigas na França, em uma missão crucial para o sucesso dos desembarques na Normandia. Mas seu objetivo é complicado quando se deparam com um monstruoso experimento nazista em uma igreja fortificada.
O promissor diretor Julius Avery faz um ato de abertura feroz, enquadrando a guerra como um espetáculo de terror por si só. A chegada de Boyce ao campo de batalha é um batismo literal de fogo, arrancado de um turbilhão de chamas quando seu avião é abatido e desce ao chão em uma enxurrada de explosões e tiros. O começo te prepara por algo que nunca chega.
De alguma forma, 'Operação Overlord' começa a desacelerar, mesmo quando o caos aumenta e o momento máximo do filme chega, as coisas começam a evoluir de assustador para cartunista, de conceito para clichê, em um piscar de olhos.
Após um começo de tirar o fôlego, o filme nunca chega à loucura exagerada que precisa atingir. 'Operação Overlord' fica leve e sem graça quando chega na metade. O ritmo paira quando a gangue une forças com a aldeã resistente Chloe (Mathilde Ollivier) para enfrentar um mal.
'Operação Overlord' é um passeio divertido, mas o roteiro não é suficientemente corajoso para atingir o ponto certo, e o desfecho sangrento não evoca carnificina suficiente para mascarar a falta de sustos reais.
Hollywood
4.1 332 Assista AgoraSem conhecer o funcionamento interno das empresas de stream, eu diria que esses são os tipos de séries que você naturalmente começaria a fazer se tivesse mais dinheiro do que tempo. O mundo precisa de conteúdo, por isso, bombeie! 'Hollywood' é uma promessa incrível, que não cumpri.
'Hollywood' o mais recente esforço do super produtor de televisão Ryan Murphy. Seu estilo preferido, pelo menos recentemente, é explorar o tratamento de grupos minoritários abusados ou explorados, em grandes conjuntos limpos e saturados de cores.
Em alguns episódios, a série é uma fantasia docemente apaziguadora. Outros, é um pesadelo sombrio sobre uma cidade amarga. Essas duas metades nunca se fundem, deixando 'Hollywood' preso entre seus pólos. É intermitentemente envolvente, mas curiosamente desanimador.
A maioria dos conflitos que a série propõe é projetada para ser superada, de modo que não há muito em jogo. Desde do começo você sabe o que vai acontecer e a onde a série chegará, 'Hollywood' é extremamente previsível.
O elenco é fantástico, as performances mais jovens são muito boas, o lado veterano do é ainda melhor. Os personagens não falam realmente como pessoas, mas como avatares de identidades maiores, aqui temos outro problema. Não são personagens com uma história para contar, são discursos específicos para agradar um determinado público. 'Hollywood' está tão envolvida em fazer o certo por sua ampla certeza moral, que falha na individualidade.
A motivação dos personagens foi outra coisa que eu achei bem estranho. Não sei se isso faz parte de um ponto de vista irônico de Ryan Murphy, mas a luta dos personagens é para ganhar uma estatueta dourada e não para colocar os bandidos na cadeia e de fato mudar as regras da indústria. Ninguém vai preso, ninguém paga as consequências, não há nenhuma denúncia, todos lutam por espaço na fama e busca por um prêmio. Um ponto de vista mal colocado.
O designer de produção de Matthew Flood Ferguson coloca afeto nos estúdios e nos apartamentos de baixa renda, e os figurinistas Lou Eyrich e Sarah Evelyn evocam o glamour do período para todas as ocasiões e finalidades. A cinematografia Simon Dennis filma grandes pedaços em preto e branco imaculado, muito mais bonito do que qualquer filme de 1947 de orçamento comparável poderia ter alcançado.
Murphy oferece uma visão revisionista de como Hollywood deveria ser naquela época. É uma ideia atraente, mas o resultado é incrivelmente brega. 'Hollywood' tem grande potencial de sucesso, mas é desfeita por sua própria marca de diferenças criativas. A série mostra que tempo e dinheiro não são a mesma coisa; às vezes você precisa de ambos.
Depois do Apocalipse
2.3 115 Assista AgoraAshworth entrega uma mulher forte, sobrevivendo ao apocalipse na pele de Juliette, que exige um preparo físico também, mas quando ela viaja para o passado em flashbacks, ela é fraca, sua atuação soa como algo não verdadeiro. Há uma fraca conexão entre os personagens centrais de Juliette e seu amante, o que enfraquece o conjunto da obra. A química entre Ashworth e Fitoussi nos flashbacks da história é inexistente.
A estrutura de "Depois do Apocalipse" também tem problemas, ele vai e volta o tempo todo. Essa maneira de contar a trama, serve para nos dar muita história para Juliette, mas também mata o ritmo do filme. O trabalho de maquiagem da criatura interpretada por Botet também é muito bom, remete aos personagens interpretados pelo próprio ator na franquia de horror 'REC'. O filme também tem alguns sustos bem elaborados, um deles em particular é de gelar a medula do espectador.
Os valores de produção são muito bonitos. No apocalipse empoeirado, os locais decadentes eram impressionantes e propriamente. No presente, coisas da cidade grande, parece que nenhuma despesa foi poupada. Apartamentos e casas de luxo e ruas movimentadas da cidade conferem autenticidade e certamente uma visão da vida desses personagens.
Há alguns erros de continuidade notáveis que, quando são óbvios, apresentam uma distração do filme como um todo. A primeira é uma edição que coloca os dois personagens principais em diferentes posições de um ângulo para o outro. E depois, há a colocação da pistola de Juliette em uma cena de luta, que de repente está disponível para a nossa heroína, quando não era fisicamente possível com base em onde a arma acabou.
E aí chegamos ao final do filme, que simplesmente desaponta. Com fortes valores de produção, com uma estrutura narrativa nada agradável, o filme não consegue ser totalmente ruim e nem bom, ele fica morno.
Mortal Kombat
2.7 1,0K Assista AgoraTalvez para desfrutar plenamente da nova versão de 'Mortal Kombat' seja necessário um conhecimento prático do videogame em que se baseia, ou do filme de 1995. Essa nova versão não exige nenhum conhecimento prático de cinema e narrativa, o filme não é muito bom.
Desenvolvimento do personagem? Um enredo coerente? Atuação? Quando se trata de Mortal Kombat, o que importa é lutar, afinal, é isso que realmente importa aqui. Há uma história nominal no filme, mas é tudo apenas uma configuração de papelão usada como desculpa para justificar cenas de luta carregadas de sangue.
O que traz à tona o elemento mais importante de qualquer adaptação de Mortal Kombat são as lutas! A classificação R do filme ganha sua manutenção através dos floreios técnicos do filme. O som perturbador de uma adaga esmagando um osso; a beleza chocante de sangue e chuva misturados nas pétalas e folhas das flores; a grosseira gargalhada de um coração batendo sendo arrancado do peito de alguém, 'Mortal Kombat' é atencioso com isso.
No entanto, algumas lutas não são nada extraordinariamente coreografadas e carregadas com VFX esporádico de sangue coagulado e respingos de sangue digital. Os efeitos digitais não tornaram os filmes mais baratos, mas definitivamente os tornam menos interessantes de se olhar.
O protagonista principal do filme é um personagem totalmente original e eu achei isso positivo para o filme. O recém-chegado à franquia 'Mortal Kombat' é Cole Young (Lewis Tan), que nasceu com o logotipo do Mortal Kombat em seu peito. O maior problema do filme é que, com tantos personagens para acompanhar, a ação é constantemente interrompida por infindáveis lapsos de histórias de fundo.
Os diálogos ruins consistem em bordões dos jogos, nos quais os personagens falam em uma combinação de referências da cultura pop e respostas rápidas. A mistura deste 'Mortal Kombat' consiste de uma severidade descarada, humor blasé e discreto, que o coloca automaticamente junto com os sucessos de bilheteria contemporâneos.
No meio, 'Mortal Kombat' fica um pouco confuso e o ritmo está um pouco fora, o longa é puro produto fanservice. A melhor coisa que pode ser dito sobre o novo 'Mortal Kombat' é como ele pode enganar você a pensar que o passado está presente novamente. O longa é mais amplamente "assistível" do que a versão de 1995, mas é difícil enxergá-lo além de uma simples adaptação de vídeo game enfadonha.
Morto Não Fala
3.4 386 Assista AgoraO diretor Dennison Ramalho, apresenta um interessante comentário sobre violência urbana, ele propõe um terror que parte de questões tipicamente periféricas. 'Morto Não Fala' mostra realidades concretas das periferias brasileiras e traz para o lado fantasioso. O filme é orgânico e maduro quando mistura sua crítica ao gênero que ele propõe, nos dando uma mistura gore sensacional.
'Morto Não Fala' tem um roteiro que transita entre o estranho e o macabro, com uma grande facilidade e equilíbrio, mantendo a lógica de sua trama, aqui você não encontrará o clichê famoso "susto do nada sem propósito". 'Morto Não Fala' não é um filme barato recheado de surpresas que já esperávamos.
O elenco é ótimo. Há um pequeno problema com os atores mirins, que transmitem reações atrasadas, mas talvez isso poderia ter sido corrigido na hora da edição e montagem do projeto.
André Faccioli, responsável pela fotografia do filme, trás um trabalho bem feito dentro da trama sombria do filme. Ele trabalha com cores esverdeadas e muita textura, realçando a sensação de estar dentro de uma sala cirúrgica, ou até mesmo dentro do próprio IML. O filme trabalha bastante com ângulos de câmera que ajudam o telespectador a imergir na história, por isso, o sentimento de claustrofobia é sentido do começo ao fim em 'Morto Não Fala'.
O filme investe pesado nas cenas mais gráficas ao representar a rotina de autópsias no IML. Membros decepados, litros de sangue falso, vísceras expostas, estados de putrefação... Tudo isso é bem equilibrado e dosado, trazendo um conjunto visual para o filme.
'Morto Não Fala' sabe construir sua própria mitologia, desenvolve bons personagens e boas situações, mantém uma lógica impecável do começo ao fim, assusta e incomoda, e acima de tudo, diverte. 'Morto Não Fala' é um thriller de fundo moral que inverte as regras do tradicional gênero.
Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos
3.1 67 Assista Agora'Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos', assim como o longa anterior, é um filme voltado diretamente para o fã hardcore de Mortal Kombat. É repleto de referências irônicas, uma abundância de cenas esmagadoras de violência gratuita e batidas de história que imitam os eventos dos jogos.
Enquanto 'Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion' ainda conseguiu ancorar sua história em torno de Hanzo Hasashi e a trágica história de origem de Scorpion através das lentes do primeiro Torneio Mortal Kombat, essa sequência parece estar em todo lugar. Poderia ter havido quatro filmes de Mortal Kombat Legends, cada um focado em uma única trama secundária, mas em vez disso, eles foram todos misturados em um único filme, como resultado, cada personagem parece vazio.
O filme tem uma pilha de personagens, apesar do grande elenco, 'Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos' é bastante focado em Liu Kang enquanto ele abraça seu destino como defensor de Earthrealm para derrotar Shao Khan na batalha. Seu arco é bastante forte. Os outros personagens conseguem seus momentos para brilhar, embora seus arcos não sejam tão elaborados devido ao grande elenco. O longa tenta equilibrar cada história, na maioria das vezes, se sai razoavelmente bem.
Visualmente, 'Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos' faz mais sucesso. Os planos de fundo são lindos e reproduzem muito bem a aparência dos locais dos jogos, como o Templo Lin Kuei do MKX e a Kahn's Arena do MK2. Os designs dos personagens são muito mais polarizadores, caracterizados por rostos fortemente angulares.
A animação faz seu trabalho bem o suficiente, com uma divertida coreografia de luta cheia de pequenos acenos e referências ao jogo, embora certamente haja algumas arestas. A ação é bem animada, coreografada e muito sangrenta, pois não foge das fatalidades sangrentas pelas quais os jogos são conhecidos, especialmente em algumas partidas memoráveis de Mortal Kombat. O filme costuma usar a visão de raio-x dos jogos para obter uma visão detalhada dos danos infligidos aos órgãos e ossos de um lutador, assim como fez no primeiro filme.
'Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos' é um recurso emocionante e divertido que parece feito sob medida para os fãs de Mortal Kombat. A ação e a animação não conseguem compensar a falta de conteúdo da história, o que resta é um filme vazio que ainda pode ter algum apelo para os fãs hardcore de Mortal Kombat graças à sua violência exagerada e referências aos jogos.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraA Netflix foi quase que uma heroína trazendo esse filme ao alcance de qualquer pessoa, uma pena que não vamos conseguir assisti-lo em uma tela de cinema, que é o seu verdadeiro lugar. O suntuoso filme, baseado na própria infância de Cuarón, reverbera não só com a inocência, mas com a terrível intuição de seu colapso.
'Roma' é em preto e branco, e a estrela, Yalitza Aparicio, nunca atuou antes. A maior parte da história se passa em Roma, um subúrbio agradável da Cidade do México, entre 1970 e 1971. O filme anterior custou cem milhões de dólares, 'Roma' supostamente, um décimo dessa soma. Um filme que grita contra o que mais rende aos estúdios de cinema hoje, super caros, cheio de efeitos especiais e por aí vai. 'Roma' venho para nos lembrar o que é fazer arte.
Cuarón mostrou grande versatilidade e visão com seus filmes. Em 'Roma', ele nos dá uma peça profundamente pessoal do período da década de 1970 inspirada em sua própria infância no México, ainda assim há uma universalidade nos personagens e suas histórias, seus triunfos e tragédias. É incrível a rapidez com que conhecemos os principais atores e quão profundamente nos apegamos às suas histórias.
'Roma' move-se em um ritmo deliberado, dando-nos as medidas certas de tempo e espaço para absorver as sutis e não tão sutis diferenças de classe entre a ajuda doméstica e seus empregadores, mas também o laço cada vez mais forte entre Cleo e Sofia. especialmente depois que ambos passam por alguns testes comoventes. São mulheres fortes e engenhosas que se apaixonam por homens fracos e egoístas.
A arte de Cuarón produz um filme com a autenticidade de um documentário, mas também a poesia inebriante e lírica das memórias filtradas através de um sonho perfeito. Às vezes vamos ao cinema e somos recompensados com uma obra-prima, 'Roma' é persuasivo em sua beleza, isso te conquista. 'Roma' é artístico e bonito, mas também um pouco como sentar em um sofá enquanto Cuarón folheia os álbuns de fotos da família, nunca narrando ou exagerando em explicar qualquer momento ou imagem.
Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion
3.7 165 Assista AgoraA franquia de videogame 'Mortal Kombat' existe desde que eu era criança, muito famoso por trazer brutalidade espirrando sangue que você não consegue em nenhum outro lugar. A série teve seus altos e baixos no que diz respeito às adaptações cinematográficas adequadas, 'Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion' marca o segundo filme de animação da franquia.
Foi uma decisão acertada escolher Scorpion como um dos principais protagonistas deste filme. Ele nunca recebeu tanta atenção no passado, embora ainda seja um dos personagens mais populares do videogame. Não havia fanservice aqui, cada ataque especial dos personagens eram naturais e tinham substância em seu uso, não apenas usados como movimentos aleatórios e isso foi consistente em todo o filme para a maioria dos personagens.
Se é sangue que você quer é sangue que você tem em 'Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion'. A ação tem sangue jorrando e esguichando diretamente para a tela. Parece interessante no início, mas depois se torna irritante. O gotejamento e a pulverização de vísceras na tela são exagerados.
“Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion” é uma mistura de algo novo e algo antigo, algo gostoso de se ver em tela. Porém o roteiro de Adams apenas recria o material com batidas ligeiramente diferentes, o filme não causa um efeito surpreendente e a mudança de foco da narrativa não ajuda muito.
Apesar de passarmos muito tempo com Scorpion no início, ele é relegado à história B pelo resto do filme assim que o torneio Mortal Kombat começar. O maior problema do filme é que ele tenta fazer o arco épico do torneio Mortal Kombat no topo de uma história pessoal. A segunda metade do filme se torna uma série rápida de cenas de luta, participações especiais de personagens e reviravoltas na trama de lógica questionável.
Por causa dessa mudança de foco, os dois pontos da história sofrem dramaticamente e não são capazes de se unir completamente em uma trama coesa enquanto estabelecem todas as regras básicas do referido universo. Quase todos os conflitos da trama são deixados pendurados de forma insatisfatória.
Outro ponto negativo é o diálogo entre os personagens em algumas cenas. Às vezes parece que foi escrito no último minuto, sem nenhum pensamento real de soar significativo ou de ser uma interação realista entre um grupo de pessoas. Era muito simples para levar a sério às vezes.
Embora tudo isso seja compensado no final com o nível de luta brutal e carnificina. “Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion” não é uma obra-prima, mas é uma boa adaptação digna que pelo menos qualquer fã da franquia apreciaria. Embora o filme cumpra os requisitos básicos da franquia, ele não oferece muito mais. Foi uma ideia promissora revisitar a história original de 'Mortal Kombat' do ponto de vista de Scorpion, mas infelizmente foi uma oportunidade perdida oferecendo a nós uma animação mal executada.
The Old Guard
3.5 663 Assista AgoraFilmes de super-heróis em quadrinhos já são populares há muito tempo, agora os estúdios de Hollywood se voltaram para propriedades menos conhecidas em um esforço para lançar novas franquias em potencial, 'The Old Guard' se enquadra nessa categoria. Baseado na série de quadrinhos de mesmo nome criada por Greg Rucka e Leandro Fernández.
A história de Rucka para 'The Old Guard' segue um formato bastante padrão para o gênero de ficção científica / fantasia. Além disso, o arco de Nilo para se tornar um herói, onde ela é relutante no início e o mentor cansado de Andy, são igualmente familiares para aqueles que estão bem familiarizados com esse tipo de história.
O roteiro de Rucka também usa efetivamente cada pedaço de construção de mundo para desenvolver ainda mais os personagens e adicionar alguma textura emocional às suas vidas como imortais. No entanto, esses momentos silenciosos de exposição e desenvolvimento do personagem tendem a desacelerar muito o filme, puxando o ritmo para baixo.
A coreografia de luta e a direção de Prince-Bythewood são tão fascinantes que é impossível desviar o olhar. O que é talvez ainda mais original é a coreografia do grupo, que é feita de tal forma que Andy, Booker, Joe e Nicky lutam como se fossem quatro partes de uma arma inteira.
O elenco de 'The Old Guard' também trabalha incrivelmente bem em conjunto para dar vida a esses personagens atraentes. Ao todo, o elenco trabalha perfeitamente em conjunto para trazer uma dinâmica divertida e emocional do personagem para a tela.
O efeito visual dos personagens se curando de feridas letais, no estilo Wolverine, parece plástico e pouco convincente. As músicas parecem forçar seu caminho para o filme em momentos difíceis. Um certo desenvolvimento do enredo parece previsível, imerecido e desprovido de impacto, tudo ao mesmo tempo.
No final das contas, 'The Old Guard' oferece muita ação emocionante e batidas divertidas de personagens para manter os espectadores presos mesmo quando a história chega ao fim. É uma excelente fuga para fãs de quadrinhos, filmes de super-heróis e qualquer coisa com cenas de ação.
Mortal Kombat 2: A Aniquilação
2.6 338 Assista Agora"Mortal Kombat: A Aniquilação" é o filme que segue a franquia para seu fenomenal e inesperadamente bem-sucedido longa-metragem de 1995, que por si só foi baseado em um videogame extraordinariamente bem-sucedido que também gerou outros inúmeros produtos.
Seria errado reclamar que o enredo é uma bobagem sem sentido, povoada por personagens de papelão e uma escassez de ideias. Apenas Remar oferece algo parecido com uma performance, a maioria dos outros atores parece feliz apenas em flexionar músculos e fazer caretas.
O filme nada mais é do que uma cadeia perpétua de sequências de luta elaboradamente coreografadas que misturam primeiros planos de ação ao vivo com efeitos digitais em camadas complexas e estão ligados pelos mais frágeis e risíveis elementos da trama. Qualquer coisa é motivo para uma sequência de batalha ou um motivo para os personagens saltarem, pularem ou se transformarem.
Não há sangue, ossos quebrados ou hematomas, os fãs do jogo, assim como no primeiro filme, podem ficar um pouco desapontados, pois "Mortal Kombat: A Aniquilação" evita o banho de sangue dos jogos. Mas temos muito barulho, a sequência também pode ser qualificada como o filme musical mais barulhento já feito. A trilha sonora coberta por um techno irritante, que lembra uma serra circular, é bombeada a níveis ensurdecedores durante quase todo o filme.
Seus efeitos especiais fazem seus combatentes girar e voar, girar e voar, o tempo todo socando e chutando uns aos outros como britadeiras, apenas para deixar os espectadores totalmente impassíveis. O diretor estreante John R. Leonetti, filma algumas das cenas de luta em ângulos que tornam impossível ver o que está acontecendo. As sequências de luta são mal editadas, monotonamente coreografadas e aprimoradas com CGI que pareceriam datadas em um vídeo pop dos anos 80.
"Mortal Kombat: A Aniquilação" é um exercício de como fazer filmes para meninos adolescentes; muita luta, mulheres lutando na lama e alguns close-ups na virilha de várias lutadoras, só faltou mesmo levar a sério os fatality. Para uma pessoa obcecada por videogame, o filme pode ser uma grande coisa. "Mortal Kombat: A Aniquilação" é intencionalmente exagerado de uma beleza sombria, porém sem brilho algum. O filme serpenteia quase sem motivo ou razão, até chegar ao final, sem inteligência, sem charme e sem noção.
O Tesouro de Sierra Madre
4.4 169 Assista AgoraO roteiro foi adaptado por Huston de uma obra homônima de 1927, escrita B. Traven. Foi um dos primeiros filmes de Hollywood a realizar locações fora dos Estados Unidos; foram feitas externas em Tampico, no México.
A aventura que "O Tesouro de Sierra Madre" propõe não para um fim em si mesmo, mas como um teste para seus personagens. Os personagens são bem construídos e eles oferecem algo, até então, surpreendentemente original. Os bonzinhos morrem e se dão mal, o personagem principal, o herói da trama é um perdedor miserável, enlouquecido pela ganância. Em questão de personagens o filme apresenta algo totalmente fora do normal e isso é ótimo.
O filme tem sua trama servida para o desenvolvimento de seus personagens. Mas isso não faz do filme com um roteiro pobre com uma história sem graça, longe disso. O roteiro do filme é cheio de reviravoltas. Se as atuações te prenderem na história, as surpresas do filme são de se prender na cadeira, você quer ir até o final e descobrir no que tudo vai dar.
Outro coisa surpreendente são as cenas noturnas que foram todas feitas em estúdios, mesmo o filme tendo mais de 70 anos os efeitos especiais são bem feitos a ponto de você não conseguir ter certeza se são efeitos especiais mesmo. A qualidade das cenas noturnas são tão bem produzidas e bem feitas como as cenas externas.
Humphrey Bogart merece um destaque exclusivo. Apesar de todo elenco ser fantástico, Humphrey tinha um desafio em mãos, o seu personagem é complexo. Dobbs (Humphrey Bogart) enlouquece durante o filme e atuação de Humphrey passa por todas as núncia que o personagem exige, ele é convincente.
"O Tesouro de Sierra Madre" é o fim que viaja por gerações em todas elas se consagra como um excelente filme. Com os seus 70 anos de vida, o filme tem um roteiro inovador, personagens bem escritos e desenvolvidos, atuações de tirar o chapéu. Um dos melhores filmes de todos os tempos com certeza.
Mortal Kombat
3.0 598 Assista AgoraOs fãs dos videogames que vendeu mais de 10 milhões de cópias, vão adorar o filme por se manter fiel às histórias que servem como desculpa para uma série de duelos devastadores entre lutadores de outro mundo com poderes especiais, mesmo que a taxa de decapitação do filme seja significativamente menor do que a do jogo.
Em termos de personagens e enredo, o diretor Paul Anderson e o escritor Kevin Droney se mantêm muito próximos das escrituras projetadas pelos criadores de 'Mortal Kombat', o artista John Tobias e o designer Ed Boon. É bem óbvio do porquê não mexer nesse produto licenciado, mas o filme poderia ter sido melhor adaptado para linguagem cinematográfica, do que ter levado o videogame ao pé da letra.
O gigante Shokan Príncipe Goro de quatro braços, é um personagem construído com base dos clássicos monstros stop-motion de Ray Harryhausen dos anos 50 e 60. Parecendo ruim ou não, o estilo deu um charme de baixa tecnologia a um empreendimento bem investido em seus efeitos. Os efeitos especiais impressionam quando vemos um panorama de monges budistas alinhados diante de templos exóticos, mas é tosco quando tenta engrossar mais a fantasia e a ficção científica.
Não acontece muita coisa aqui, exceto batalha após batalha. Grande parte da ação está no molde das artes marciais tradicionais e são filmados com vigor. Parte dela acontece nas cavernas iluminadas por velas e nas salas do trono de Outworld, que recria o ambiente do jogo arcade, mascarando as limitações de orçamento do filme; isso também explica o trabalho ocasionalmente frenético da câmera e os exageros sônicos da trilha sonora.
O que há de mais convincente aqui é Robin Shou, que interpreta Liu Kang, um artista de kung-fu que deixou a China em busca de melhores oportunidades na América. Ele carrega o peso da culpa por deixar para trás um irmão mais novo que morreu nas mãos de Shang Tsung. Como o filme reduz o diálogo ao mínimo em um esforço para atrair uma audiência global, Shou tem pouco a dizer, mas com sua presença intensa e graciosos saltos e chutes de kung-fu, ele poderia dar a Bruce Lee uma corrida por seu dinheiro no apelo das telas.
“Mortal Kombat: O Filme" provavelmente irá satisfazer apenas o público já viciado em videogame, mas pode desapontá-los também. Enquanto as versões do jogo de 'Mortal Kombat' foram adotadas por sua carnificina sangrenta e gratuita, o filme é classificado como PG-13, e sua violência é branda. Claramente, as acomodações foram feitas em um esforço para atingir um público mais amplo.
O filme tem tudo que um adolescente poderia desejar: cobras que se projetam das mãos de um vilão, lutas acrobáticas de kung-fu e duas garotas lutando, porém não oferece boas atuações, não tem bons diálogos e os cenários são extravagantes demais, mas no geral consegue atingir notas altas, por não se levar muito a sério. O filme às vezes se salva pelo seu toque de humor maluco, é bobo, mas o mais importante, é muito divertido.
A Balada de Buster Scruggs
3.7 537 Assista AgoraNenhum dos contos de Coen sobre o Velho Oeste é um fracasso absoluto, mas o filme nunca coincide com a sequência de abertura de mesmo nome, estrelado por Tim Blake Nelson como um caubói cantor de chapéu branco com uma música em seu coração. O resto do filme se esforça para igualar a energia deste pedaço de abertura, mas há delícias a serem descobertas ao longo do caminho.
'A Balada de Buster Scruggs' foi originalmente concebido e filmado como uma série de seis episódios para Netflix. Seus roteiristas-diretores, Joel e Ethan Coen decidiram, em vez disso, compor os episódios (contos míticos violentos, pitorescos e milagrosos do Velho Oeste)em um filme antológico de longa metragem. É nesse momento que conseguimos entender o problema do filme, ele funciona como uma minissérie, não como um filme.
O filme é cheio de imagens majestosas do deserto que surgem na tela, um trabalho de fotografia de cair o queixo. Os episódios estão ligados por uma obsessão escabrosa com a morte que, no final, se soma a algo. Não é algo importante, mas um tema com uma pitada de ressonância. E o elenco é impecável.
Com ótimas atuações e uma bela fotografia, 'A Balada de Buster Scruggs' funcionária sendo lançada como uma série e não como um filme, a escolha foi errada. Mas o filme é uma obra gostosa de ver e vale muito a pena.
O Peregrino: Uma Jornada Para o Céu
3.6 87 Assista AgoraSabe aquele filme que é tão ruim, mas tão ruim que você assiste para poder rir, de tão bizarro que ele é, pois bem, 'O Peregrino' é um desses. Vamos começar com as atuações que são péssimas, sabe aquele trabalho de escola que você chama a tia e os primos para ajudar, esse filme parece isso, os atores não são inexperientes, eles não são atores!
'O Peregrino' é bem fiel ao livro, e isso é problema. Eu não gostei do livro, eu acho ele muito chato e didático, para quem é cristão se diverte lendo-o por causa das referências bíblicas. Esse longa-metragem decidiu adaptar o livro ao pé da letra e trazendo os mesmos problemas dos livros para o filme.
A trama do filme é corrida demais e ficou muito focada na jornada e pouca atenção foi dada aos personagens. O personagem principal é casado e faz amigos, mas o filme retrata isso com tanta superficialidade que você fica até na dúvida se entendeu certo.
Há aqueles típicos efeitos especiais toscos que parecem ter sido feitos no Paint que a gente ama, eles são toscos e são uma das grandes diversões do filme. Bem, não tem muito o que dizer desse filme porque ele é horrível. Ainda bem que a salvação depende da cruz, porque se dependesse da arte estaríamos ferrados.
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3KUma das melhores e mais belas coisas do mundo é quando você reconhece e conserta os erros cometidos, 'Liga da Justiça de Zack Snyder' vem com a promessa de ajustar o mal feito e acender a chama dos fãs da DC. O filme conserta alguns erros, mas em sua grande parte continua precisando ser refeito. O filme continua sem uma visão, nenhuma linha narrativa convincente ou mesmo coerente.
O filme mostra a primeira batalha da tentativa de invasão de Darkside a Terra. Achei bacana mostrar a guerra por completo, deu um fundo interessante a história, porém CGI está horrível. Falando de Darkside, há outros personagens que aparecem dando um gás ao universo da DC, um exemplo disso é o Caçador de Marte, o Ajax. 'Liga da Justiça de Zack Snyder' faz algumas mudanças e acrescenta alguns elementos que ajudam a nascer uma esperança
Na primeira 'Liga da Justiça' os gráficos de computador eram fracos, muitas faíscas vermelhas por toda parte, esqueletos voadores acompanhando o vilão Lobo da Estepe, que deveria ser imponente e causar medo, mas não passa de uma coisa boba. Em 'Liga da Justiça de Zack Snyder' os efeitos continuam mais ou menos, mas ajustaram o visual do vilão Lobo da Estepe o que deixou com uma atmosfera ameaçadora, essa mudança acrescentou demais no filme.
Outra mudança que eu gostei e que deixou um filme mais legal, foi toda aquela parte do heróis esvaziando a cidade e salvando a população, e com isso, deram espaço a mais lutas e mais ação, também gostei dessa alteração, o filme ficou menos chato. Porém a ação continua ruim, mas um pouco menos confusa.
O roteiro continua desinteressante, falta algum elemento mais rico ou profundo, essa história continua muito simples e enfadonha. Se em 'Liga da Justiça' o filme parece durar uma eternidade, em 'Liga da Justiça de Zack Snyder' temos quatro horas de muita enrolação.
No 'Liga da Justiça' as origens de Aquaman, Flash e Cyborg não foram desenvolvidas, aqui esses personagens tiveram mais espaço, porém continuaram mal desenvolvidos e isso continua sendo um problema em 'Liga da Justiça de Zack Snyder'. O bom dessa nova versão é que temos quatro horas de Gal Gadot como Mulher Maravilha, assim como no primeiro filme ela continua a hipnotizar, foi bom reviver a personagem depois do morno 'Mulher Maravilha 1984'.
'Liga da Justiça de Zack Snyder' traz alguns concertos em seu CGI, mas em sua maioria ele continua sendo um filme ruim. A nova versão continua com suas falhas de roteiro e não consegue ir além do clichê de um grupo de heróis contra o mal. Se a intenção de 'Liga da Justiça de Zack Snyder' era encorajar a esperança no universo da DC, talvez o filme tenha alcançado seu objetivo, se intenção foi entregar algo consertado, o filme não cumpriu os objetivos.
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraA 'Liga da Justiça' é uma bagunça tão mal orientada que você torce para Marvel comprar a DC, só para eles arrumarem toda essa confusão. A Marvel também passou por momentos baixos, o gênero super heróis é algo novo, não se sabe o tom e como fazer tudo isso, mas 'Thor: Ragnarok' consegui colocar o estilo nos trilhos; colorido, para as crianças e bom humor, mas a DC está relutante em aprender com os erros.
Se você não tem uma noção clara de como construir uma dessas franquias de uma forma funcional, muito menos interessante, talvez seja hora de parar e pensar. Em 'Liga da Justiça' não há uma visão, nenhuma linha narrativa convincente ou mesmo coerente; nenhum sentimento, ou consideração, o filme infelizmente é fraco demais.
Ao assistir ao filme você deverá enfrentar gráficos de computador fracos, muitas faíscas vermelhas por toda parte, esqueletos voadores acompanhando o vilão Lobo da Estepe, que deveria ser imponente e causar medo, mas não passa de uma coisa boba. Os efeitos especiais são uma verdadeira decepção.
A ação é ruim, ela é em grande parte lamacenta e confusa, uma confusão giratória de corpos gerados por computador zunindo rápido demais para ter qualquer noção de seu peso ou impacto.
O roteiro não é interessante, os roteiristas estão perdidos para inventar alguma coisa nova, algum elemento mais rico ou profundo, alguma tangente interessante, e então eles simplesmente fazem do mesmo, sobre essa história muito simples e enfadonha que dura uma eternidade.
Não há como contar a história, pois não há história, juntar heróis para derrotar um supervilão é mais que clichê, é preguiça. Um grupo é formado e depois há uma batalha para salvar o mundo, é isso tudo com o diretor Zack Snyder, uma material genérico.
Há outro problema no roteiro, o filme precisa explicar as origens de Aquaman, Flash e Cyborg e isso significa que não há tempo para fazer o vilão da 'Liga da Justiça' parecer remotamente assustador, ou para desenvolver seu plano demoníaco em algo mais interessante do que "destruir o mundo", bem os heróis, devem se contentar com suas tramas boiando no raso mesmo.
Dos artistas principais, apenas Gal Gadot é legal de assistir, na verdade, acho que o tom mais leve do filme se deve mais ao enorme sucesso da 'Mulher Maravilha', que ousou abraçar o altruísmo e a bondade de sua personagem e ficou muito melhor com isso.
Snyder e Whedon guiam tudo com uma mão pesada e com um estilo visual sombrio e extravagante, isso quer dizer que temos uma iluminação péssima e atores em trajes horríveis. Não a trama, não desenvolvimento, muito CGI mediano um filme excessivamente escuro, péssimas atuações e uma ação ruim, nada funciona aqui, 'Liga da Justiça' é um filme que deveria ser refeito.
Wasp Network: Rede de Espiões
3.1 116 Assista AgoraOlivier Assayas se uniu a Edgar Ramírez no emocionante 'Carlos', mas desta vez, o aspecto da história verídica desse docudrama parece ter paralisado o cineasta. Quando o diretor deixa o enredo de lado e foca nos personagens, o filme ganha vida, mas esses momentos são poucos e distantes entre si. 'Wasp Network: Rede de Espiões' é uma decepção surpreendente de Olivier Assayas, um dos cineastas mais interessantes e ecléticos da atualidade.
O editor Simon Jacquet faz muito esforço para manter o ritmo animado, ele brilha em um segmento que envolve o plantio de bombas em vários hotéis de Havana, mas não há muito que ele possa fazer com tantas conversas prosaicas que o filme oferece.
'Wasp Network: Rede de Espiões' é uma história de complexidade de desenrolamento e múltiplas traições, o maior problema do filme, é que ele pode ser totalmente confuso. Um espectador sem conhecimento prévio da situação é lançado em uma teia de oposições ideológicas e grupos políticos dissidentes e uma série de figuras sombrias e poderosas que são fáceis de se perder.
O público tem que gastar muito tempo resolvendo as traições e desfazendo os nós, enquanto isso, vozes explicativas aparecem e desaparecem sem rima ou razão, isso é um claro indicador de que Assayas carrega informações demais em 'Wasp Network: Rede de Espiões'.
Algumas pessoas podem viver por uma causa e outras têm necessidades humanas mais íntimas. Os movimentos políticos têm um jeito engraçado de levar as pessoas de um lugar para outro. 'Wasp Network: Rede de Espiões' nada mais é que um filme fascinado pela fronteira porosa entre o desejo pessoal e a devoção política.
O Poderoso Chefão: Parte III
4.2 1,1K Assista AgoraEsta última parte é uma oferta que o diretor Francis Ford Coppola deveria ter recusado ou pensado por mais tempo. Talvez antagonizado pela aclamação universal dos dois primeiros filmes, Coppola e o autor original de 'O Poderoso Chefão', Mario Puzo, superaram as direções erradas, é como se algo não estivesse bem encaixado nesse filme.
Eles contam com tantos detalhes da trama que é difícil acompanhar o que está acontecendo. O filme completa a história de Vito Corleone e seus filhos, trazendo-nos do ponto em que o segundo filme terminou até os dias de hoje, daquela imagem de um Michael isolado (Al Pacino) olhando de seu escritório da casa de barcos como as ordens de seu assassinato do irmão são executados, até o final anticlímax.
Ao continuar a história dos Corleones, Coppola não apenas deixa de construir o que ele e seu roteirista Mario Puzo criaram anteriormente; ele também parece alheio ao que tornou sua história tão atraente para começar.
Algumas das escolhas de Coppola parecem ter sido feitas por desespero. Algumas das tramas estão emaranhadas além da compreensão. Algumas cenas estão no filme por causa da política do estúdio e não porque Puzo e Coppola tenham algo importante a dizer nelas.
O romance entre Mary e Vincent é uma das principais subtramas do filme e como Mary, Sofia Coppola é irremediavelmente amadora. Ainda assim, o papel é relativamente pequeno, seu fracasso contribui muito pouco para o que está realmente errado com o filme.
Os personagens que transitam dos filmes anteriores têm pouca semelhança com eles mesmos. A terrível curva da vida de Michael Corleone, que forneceu uma coluna dramática para a saga da família, perdeu sua curva sinistra. No início da terceira parte, Michael chegou muito perto de realizar seu sonho de uma empresa familiar completamente legítima. Michael não está mais sentado como uma aranha maligna no centro de sua teia da máfia. Michael agora é um homem de negócios, ao se desfazer de seus interesses criminosos, perdeu o que o tornava interessante, sua escuridão assassina.
Com Michael ausente do centro do filme, o resto da ação parece sem fundamento; perde sua dimensão moral e se torna apenas mais uma história de máfia. Os dois principais tópicos da trama dizem respeito ao trato da família Corleone com o Vaticano e ao surgimento de Vincent como sucessor de Michael. Os motivos do Vincent de Garcia não são divididos, como os de Michael.
Garcia, como resultado, parece ser o único ator do filme que sabe o que está interpretando, o único com uma missão clara, e ele faz uma performance emocionante e selvagem. É o mais forte do filme.
Pacino, por sua vez, se debate dentro de seu personagem. Sua maquiagem é soberba, embora se ele pudesse varrer o cabelo para trás, isso poderia tê-lo conectado fisicamente a Garcia (e também a Marlon Brando e Robert De Niro). Às vezes, suas escolhas são intrigantes e, às vezes, ele desenha algo interessante na superfície de sua performance. Na maioria das vezes, porém, ele se ocupa prestando atenção aos detalhes de interpretar um homem mais velho e não vai muito além disso.
Pode ser que Coppola estivesse certo em adiar a entrega desta última parcela todos esses anos, pois ele não tinha mais nada a dizer. 'O Poderoso Chefão 3' é o trabalho de um artista distante de seu talento, uma alma perdida. A parte três é um bom filme, mas ele decepciona um pouco, é certo que os dois primeiros filmes, que são universalmente aclamados como uma das maiores obras do cinema americano, são um ato difícil de seguir.
Pato Pato Ganso
3.2 27 Assista Agora"Pato Pato Ganso" tem uma animação muito bonita, isso é inquestionável, desde de seus personagens até os cenários chineses. O roteiro do filme não há nada de elaborado, ele mais do mesmo. Há muito entretenimento para os pequenos, com aquele típico humor pastelão, que as crianças gostam.
O grande erro deste filme foi a escolha de piadas sexuais e alguns momentos muito aterrorizantes para um filme infantil. 'Pato Pato Ganso' é filme para crianças, isso é óbvio, mas foi constrangedor ver piadas com testículos e ereção durante o filme.
As crianças não entenderão essas piadas, pelo menos não deveriam, mas isso não deveria existir dentro de uma proposta infantil. Os momentos de terror, praticamente sustentável pelo gato malvado é meio tenso de mais, talvez algumas crianças ficarão perturbadas.
Ao tentar agradar a garotada e aos adultos, assim como a Pixar costuma fazer, a Netflix erra um pouco a mão e exagera. 'Pato Pato Ganso' é um filme de mau gosto, mas ainda sim é possível engolir.
O Poderoso Chefão: Parte II
4.6 1,2K Assista AgoraAs incríveis quantias de dinheiro gastas são totalmente visíveis em 'O Poderoso Chefão 2'. As grandes recriações históricas funcionam mais como comentário social do que mero espetáculo ou pano de fundo. É moralmente importante para Francis Ford Coppola mostrar o consenso político de grandes grupos de pessoas em um único quadro.
A chegada de imigrantes passando pela Estátua da Liberdade, festas mais gigantescas em Corleone, uma visita à Havana pré-castrista na véspera da revolução (filmado em Santo Domingo), as ruas de Little Italy em Nova York no início dos anos 1900 e uma audiência sobre as atividades da máfia no Senado Caucus Room, todos são notavelmente evocados pelo trabalho magistral do designer de produção Dean Tavoularis, com o figurinista Theadora Van Runkle, o diretor de arte Angelo Graham e o decorador de cenário George Nelson.
O diretor de fotografia Gordon Willis, em outra grande conquista, envolve o mundo de Pacino com trevas. O estilo visual é austero, com lentes rígidas e pouco movimento da câmera. Para o crédito dos editores Peter Zinner, Barry Malkin e Richard Marks, o tempo de execução de 3 horas e 20 minutos, embora exigente, é bem ritmado e justificado.
Ao manter seu filme emocionalmente honesto, o diretor sacrifica parte do valor de choque de sua violência, acalma a ambição de seu estilo visual e renuncia à identificação do público com personagens que marcam um filme mais pessoal. A parte dois de Francis Ford Coppola é uma produção admirável, responsável, menos emocionalmente perturbadora do que seu antecessor, mas ainda sim um épico histórico.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraMuito do DNA de 'O Irlandês' será familiar para qualquer pessoa com um conhecimento ainda superficial do trabalho anterior de Scorsese. É sobre assassinato e a máfia; possui voice-over e melodias retro estimulantes. Há muito em 'O Irlandês' que evoca os primeiros trabalhos de Scorsese, desde a maneira como os personagens falam, agem e se vestem até as ocasionais explosões de violência sangrenta.
O filme tem a maturidade da perspectiva de um homem mais velho, um olhar voltado para uma vida plena. É animado, irônico e muito engraçado, mas às vezes também parece uma confissão, um pedido de graça, não apenas de seu protagonista, mas do próprio cineasta.
Estimado em mais de R$160 milhões, boa parte desse orçamento foi gasta na redução do envelhecimento da tecnologia gráfica, o que significa que os atores mais velhos envolvidos também poderiam interpretar a si mesmos no passado. Parecia uma ideia extravagante, com ramificações potenciais enervantes para o entretenimento filmado.
Na prática, essa magia misteriosa do computador não é tão grotesca quanto poderia ser, nem é tão perceptível. Os rostos de De Niro e Pesci são suavizados até a meia-idade em grande parte do filme e há um certo constrangimento aí, especialmente quando o movimento de seus corpos septuagenários funciona de forma tão incongruente sob suas cabeças de aparência mais jovem.
Em seu primeiro ato, o filme pode ser tedioso, porque dá pouca indicação de por que exatamente estamos assistindo esses homens fazerem suas coisas diferentes do que Scorsese acha que deveríamos ser. O longo tempo de execução significa que as cenas têm mais espaço para respirar do que estamos acostumados a ver, eles poderiam ter cortado alguns dos diálogos ou cenas, mas o filme não cai na chatice.
Os minutos finais de 'O Irlandês' contrastam fortemente com o início do filme, porque é assim que nossas vidas se desenrolam. O que importa no final é quem amávamos e como os amávamos e se os tratamos como se fossem importantes.
O Poderoso Chefão
4.7 2,9K Assista Agora'O Poderoso Chefão' está cheio de coisas fantásticas e uma delas são seus personagens. Brando surge como o herói dessa produção. Em uma cena maravilhosamente criativa e comovente, Brando passa do padrinho para o avô.
Não muito atrás dele está Al Pacino como o jovem Michael Corleone, destinado a herdar o manto do Poderoso Chefão, ele progride de forma convincente de um ingénuo a um assassino cruel e impiedoso. A construção e evolução dos personagens em tela é uma das coisas que há de impressionante neste filme.
'O Poderoso Chefão' sem ênfase indevida, mostra a proximidade, o calor dos laços familiares. As cenas estão cheias de esposas e bebês berrantes, casamentos festivos e funerais igualmente festivos, espaguete preparado na cozinha... Há o sabor da vida doméstica italiana que poucos filmes de gângster tentaram.
O diretor Francis Ford Coppola, com uma forte assistência do cinegrafista Gordon Willis, fez um trabalho extraordinário de captura de período e lugar. Muito poucos dos exteriores de Nova York parecem ser fotos de estoque, a maioria foi recriada com uma incrível atenção aos detalhes.
Os interiores têm a aparência rica e queimada de fotografias tiradas décadas atrás, enquanto os exteriores - seja representando uma festa no jardim em Nova Jersey ou um interlúdio amoroso na Sicília - estão encharcados de cor e sol.
Vinte e cinco anos podem ter reordenado nossas percepções de Coppola e seu elenco, mas o fato básico da grandeza de seu filme não foi diminuído. Em cena após cena - a longa sequência do casamento, a sangrenta descoberta de John Marley em sua cama, Pacino alisando os cabelos nervosamente antes do massacre de um restaurante, o colapso do padrinho em um jardim - Coppola criou uma obra-prima duradoura e incontestável.
A brincadeira de Coppola é dominada por várias sequências imaginativas de montagens retrô. Manchetes de jornal passam por cima de tiros de mãos passando a tigela de espaguete em uma daquelas festas improvisadas que nutriam o submundo. Igualmente potente é o corte rápido entre imagens de Michael, no batismo de um afilhado, prometendo a um padre que ele renunciaria a Satanás ao mesmo tempo em que seus inimigos estão sendo gravemente feridos em toda a cidade.
'O Poderoso Chefão' é sim um verdadeiro clássico do cinema, um filme que ainda tem um grau de importância na história cinematográfica.