Essa é uma das sequencias mais subestimadas da Disney. Considero ate melhor que o filme original.
Primeiramente, acho a trama muito madura e inteligente por ambientar os personagens num cenario de guerra, pois nao poderia existir contraste mais poderoso para uma nova aventura em uma Terra do Nunca. Logo no início fica claro que Jane é o total oposto de sua mãe Wendy, seguindo aquele tropo "sou diferente de meus pais", e sim, Jane é inicialmente toda chata e age como se fosse adulta, mas seu comportamento faz total sentido, pois ela é uma menina que foi forçada a experenciar a guerra muito jovem. Tudo isso moldou sua personalidade a ponto de faze-la querer abandonar sua infância cedo demais. É como se Jane experimentasse uma aventura contrária a de Wendy no primeiro filme: enquanto Wendy não queria deixar de ser criança, mas no fim aceita que isso é necessário, Jane quer ser adulta a todo custo, mas aprende no final a se reconectar com sua criança interior perdida.
A forma como Wendy é retratada nessa sequencia também é outro acerto do filme: ela cresceu, ja é uma mulher, mas mesmo depois de tantos anos nunca deixou de lado seu Eu criança, continuando no fundo a mesma Wendy divertida, leve, esperançosa e contadora de histórias. Há ate mesmo um breve reencontro entre ela e Peter, que só reforça ainda mais essa mensagem.
Outro acerto dessa sequência está no próprio Peter Pan. Se no primeiro filme ele era arrogante em excesso, a ponto de soar até narcisista em alguns momentos, aqui eu sinto que eles finalmente acertam o tom do personagem. Peter age como um heroi mais agradável e simpático de acompanhar.
Capitão Gancho também está ótimo na sequência. No lugar do crocodilo, agora temos um polvo gigante que o persegue. (Uma curiosidade é que a cena em que ele e sua tripulação raptam Jane de seu quarto foi uma das alternativas que Disney e sua equipe pensaram para o Peter Pan original - mas a ideia nunca saiu do storyboard - sendo enfim reaproveitada aqui.)
Peter pan 2 também traz uma evolução em relação aos relacionamentos femininos: se no primeiro filme todas as garotas disputavam entre si pela atenção de Peter, aqui isso é atenuado, construindo no terceiro ato uma interação entre garotas finalmente positiva atraves de Jane e Sininho, que unem suas forças para salvar o dia.
O terceiro ato, aliás, é para mim mais poderoso que no original, por que ao contrário do primeiro filme em que Peter parecia um garoto sem fraquezas e invencivel, aqui
Um clássico da Disney, que mesmo não tendo envelhecido bem em alguns aspectos, sempre foi um dos meus favoritos até hoje. Sininho (curiosamente chamada de Tilimtim na dublagem brasileira antiga) é uma personagem que causou polêmica na época, sendo desenhada de forma bem sensual para seu tempo e para um filme destinado a crianças. Sua personalidade ciumenta e forte nesse filme é muito anti-heroica, o oposto do que se esperava de uma personagem feminina da década de 50. Agora, é curioso notar alguns aspectos que existem nessa animação que seriam impensáveis em uma obra atual. Um deles foi a forma que Disney e sua equipe retrataram os indígenas, soando ofensivo em alguns momentos. Apenas Tigrinha se salva. Outra coisa que chama a atenção, é que todas as personagens femininas nesse filme interagem de forma negativa, competindo umas com as outras pela atenção de Peter. Sininho odeia Wendy a tal ponto de tentar mata-la, as Sereias implicam e atacam Wendy assim que a veem, e mais para a frente ate mesmo Wendy se incomoda com a aproximação de Tigrinha com Peter. É claro que a competição feminina sempre existiu na vida real, mas acho que o SR. DISNEY pesou um pouco a mão aqui, com todas as garotas sendo tóxicas umas com as outras, sem pausa. Acho que esse inclusive é um dos fatores que fazem o Peter Pan de Walt Disney parecer até desagradável em algumas cenas. Em muitos momentos, ele soa mais um rapaz arrogante e narcisista do que heroico, o que sempre prejudicou minha impressão com ele. O próprio Sr. Disney admitiu que não gostou do resultado final do personagem, sentindo que o publico teria dificuldade de se conectar com ele. Mas, mesmo com todos esses problemas na construção do personagem, Peter Pan sempre será uma animação nostálgica para mim.
Um clássico imortal da Disney, que até hoje encanta por seu capricho e roteiro bem escrito. É sempre uma surpresa revisita-lo. O filme funciona, tal como diz a introdução, como uma verdadeira homenagem a todos os cachorros, "sejam eles damas ou vagabundos". Disney e sua equipe conseguem retratar de forma ludica como os cachorros agem e enxergam os humanos de seu ponto de vista. É ainda mais interessante o rumo que a história toma, mostrando como a chegada de um bebê muda a dinâmica e o ambiente, onde o cachorro deixa de ser o centro da atenção, tambem abordando não apenas as diferenças entre classes caninas, que espelham muito as classes sociais humanas, mas também a importancia de viver a liberdade sem se esquecer que existem responsabilidades. O filme possui ainda uma das animações mais caprichadas da década de 50 dos estudios Disney, ficando atrás talvez apenas d A Bela Adormecida. A química entre Lady e o Vagabundo se forma no sentido dos opostos se atraírem. LADY é doce e ingenua sobre o mundo fora de seu quintal, mas faz de tudo para cuidar de seu lar e donos. Vagabundo é um malandro e tem experiencia de vida que ela nao tem, mas é irresponsavel. O filme possui sequencias musicais memoráveis, com destaque a dos gatos gemeos siameses da insuportável tia Sara, e a imortal cena do prato de espaguete com almôndegas ao som de "Lá Bella Notte", considerada até hoje um dos momentos mais românticos da história da animação - se não o maior. E para quem é adulto, é ainda mais interesse pescar mensagens nas entrelinhas, como por exemplo na sutil sugestão na parte em que Lady e Vagabundo dormem juntos, e também na interessantissima personagem Peggy - uma cadeia de rua que é o oposto de Lady, retratada de um modo sutil como se fosse uma espécie de "prostituta, dançarina de cabarés" versão canina, e que rouba a cena sempre que aparece. Não menos importante, aquele rato é realmente assustador.
Bem, esse talvez seja o texto mais controverso que ja fiz no Filmow, mas vamos la... Não sou gay, mas sou uma pessoa que shippa o Luca e o Alberto sim, e acho muito curioso o quanto isso costuma irritar as pessoas. Se você gosta de ver a relação deles como apenas uma amizade, o que era a ideia original do diretor do filme - algo que acho engraçado, visto que o Casarosa acabou por criar não intencionalmente o filme da Disney mais queer ever - que otimo para voce! A verdade é que cada um é livre para interpretar e curtir uma obra como bem quiser, independente do que o diretor tinha originalmente em mente. Luca é uma das minhas animações favoritas, e sim, é um filme muito fofo sobre aceitação, onde cada um pode se ver universalmente representado, mas não existe nada de errado caso uma parcela do público ache divertido e fofo shippar o Luca com Alberto. Ah, mas voce nao pode, isso é um absurdo por que eles são apenas crianças! Não, não são. Alberto tem oficialmente 14 anos e Luca tem 13. Embora eles pareçam crianças por conta do estilo artistico da animacao da Pixar , na prática o Luca é pré adolescente e o Alberto já é adolescente, idade em que atração pelo outro já pode comecar a despertar naturalmente sem ser nada absurdo ou amoral. Outra coisa é que shippar personagens é algo que sempre existiu entre fandoms de obras infantis, e ninguem se importava... até Luca. Há tantos exemplos, mas vou citar a Turma da Mônica. Chico Bento, Cascão e Magali são crianças de 6 anos de idade que sempre tiveram namoradinhos(as) OFICIAIS nos seus gibis. Ora, ora, e aonde estava esses pais que de repente se sentem tão ofendidos ao ver crianças sendo mencionadas como namoradas em uma obra infantil? O motivo de odiarem tanto LucaxAlberto - que tem na verdade o dobro da idade dos personagens na turma da Mônica- é bem claro. Não é por " serem crianças". É apenas porque é um shipp lgbt+. Enfim, a hipocrisia.
A história da animação é marcada em "antes" e "depois" de Toy Story. Poderia ter parado apenas na contribuição de apresentar a técnica da animação 3D ao mundo, mas Toy story de 1995 foi além dessa inovação: trouxe tambem consigo personagens inesqueciveis, um timing cômico perfeito em cada cena e uma trama criativa com um ritmo ágil, que não deixa pontas soltas e te prende do início ao fim.
A premissa da historia é simples, mas genial. O que aconteceria se brinquedos tivessem vida propria? Ninguém antes havia pensado nesse cenario a nivel de um longa metragem, mas a Pixar o fez.
O humor e a comedia desse filme é algo a destacar, cheio de tiradas inteligentes. Sid, o vilão, é outra figura que rouba a cena, sendo a perfeita personificação de como um garoto problematico e assustador dos anos 90 seria.
Até mesmo a relação entre Woody e Buzz faz um paralelo com a história do cinema: assim como os filmes de faroeste perderam espaço e popularidade para os filmes de ficção científica, o cowboy perde o posto de brinquedo favorito do Andy para o astronauta, acontecimento que vai desencadear o conflito da trama.
E é mais surpreendente perceber que, por mais que a animação tenha envelhecido pelo tempo, toda sua temática e seu roteiro inteligente e bem escrito não envelheceram nada. Na verdade, Toy story é um filme que não enjoa nunca, e fica cada vez melhor quanto mais se assiste.
Não fez parte da minha infância, portanto não existe oculos da nostalgia para ocultar o fato que esse foi o pior filme da Disney que já vi em toda minha vida. Depois de cinco tentativas consegui enfim chegar até o final com muito esforço no DisneyPlus. O trio de vacas protagonistas são chatissimas, os personagens não tem carisma algum e a história é muito fraca. O tom do filme é uma comédia tão exagerada e frenética que tira qualquer profundidade ou emoção genuína nas cenas. Animações da Disney costumam ter comédia, mas há sempre um equilíbrio entre cenas leves com cenas de peso emocional e dramatico. Isso não acontece em Nem Que A Vaca Tussa. Os personagens são tão rasos e de uma nota só que eles se tornam meras caricaturas sem qualquer humanidade para se identificar. Havia muitas rotas diferentes que a Disney poderia ter explorado no desenvolvimento de seus personagens, sendo uma das oportunidades mais perdidas o do caçador de recompensas Rico, por exemplo. Rico por boa parte da historia foi um personagem muito intrigante que parecia servir de homenagem digna de grandes herois de filmes de velho oeste, para no final simplesmente virar outro capanga imbecilizado do Alameda Slim - quando ja havia 3 capangas cumprindo tal papel na historia, numa conclusao rasa como um pires. Em nenhum momento o trio protagonista é confrontado com qualquer ameaça real que faça a audiencia temer por uma consequencia. O filme segue do inicio ao fim parecendo um desenho animado abobajado de Looney Toones, mas de mais baixa qualidade. A unica coisa que pode-se resgatar foi a animação, e ainda assim há muitas outras animações até mais antigas que conseguem ser esteticamente melhores e mais charmosas. Nem que a Vaca Tussa é definitivamente o Galinho Chicken Little das animações 2D.
Elementos me surpreendeu em todos os sentidos. Pra mim é a melhor animação da Pixar desde VIVA. Conseguiu me emocionar e me divertir mais do que SOUL. Faísca e Gota são apaixonantes e a química entre eles funciona muito. O romance entre eles é fofo e inspirador. O conflito dramatico a qual Faisca se vê presa é real e convincente. Indo além de uma comédia romântica, o filme aborda os obstáculos que imigrantes enfrentam em um novo local, desde o medo e a desconfiança de se misturar, até a dificuldade de se fazer compreender. Mais do que isso, a história traz uma importante mensagem das expectativas que os pais têm sobre seus filhos, que se de início parece algo positivo, a longo prazo acaba se tornando um fardo para o filho carregar, especialmente quando o coração aponta para outra direção, muito bem retratado na relação de Faisca com seu pai. A Animação está linda como se é de esperar. Achei o design das criaturas elementares muito criativa e inspirada. De modo injusto, ELEMENTOS estreiou com pouca bilheteria e recebeu inicialmente críticas pouco entusiasmadas, mas com o tempo o filme foi crescendo de boca em boca e encontrando seu público, se reerguendo nos cinemas e se tornando enfim um sucesso absoluto no Disney plus.
Um bom filme de ação pra passar o tempo. Achei o início meio parado e confuso, mas a segunda metade é viciante, e a motivação da protagonista é convincente. Algumas cenas me fizeram lembrar um filme do Tarantino. Os cenários e a iluminação são bonitos.
Jurassic Park foi o filme que definiu os anos 90, grande responsável pela febre da dinomania nas crianças noventistas. Aqui Spielberg entregou um blockbuster completo de aventura, ficção científica e terror, mas acessível a todas as idades, aquele filme que você pode assistir tranquilamente com seus pais , avós e filhos sem se preocupar se vão jogar alguma nudez ou sexo gratuito e desnecessário na sua cara ( momento esse cada vez mais raro de se ter com sua familia). É verdade que os personagens não são la muito profundos, mas cumprem bem o papel na trama a que foram designados. Interessante notar como mesmo sendo um blockbuster o filme ainda traz uma mensagem relevante ate os dias de hoje sobre o desenvolvimento da genetica e ate que ponto o homem deve ou nao interferir na natureza. E fica impossivel não citar o fato de Jurassic Park não ter envelhecido mal visualmente . O CGi dos dinossauros continua impressionante e parece muito natural ao lado dos cenários e atores. Posso lembrar de quase todas as cenas mesmo passando muito tempo sem rever. A primeira vez que o TRex aparece na chuva, o programador gordo sendo morto no carro, aquela cena da Dra. Ellie tendo que ligar o disjuntor do parque inteiro, o Dr. Grant cuidando das crianças, as crianças com os velociraptors na cozinha. E muitos outros. Um clássico dos anos 90 icônico e eterno
Melhor filme brasileiro de todos os tempos, e desafio alguem a me provar o contrario. Historia simples, mas memoravel. Grandes atores dando vida a personagens marcantes. Trilha sonora maravilhosa. Humor e comedia no tom certo. O filme consegue mesclar a tragedia de uma chacina na cidade com uma leveza e bom humor que aquece o coracao. Um filme acessivel a todas as idades. Uma historia genuinamente brasileira.
Digimon Adventure Tri foi de longe a maior decepcao da minha vida. Meu hype estava na extratosfera e agonizou ate morrer a medida que os episodios saiam. Me ficou a impresssao que os roteiristas que escreveram tri nem assistiram Digimon 01 e 02. Nunca vi tanto desperdicio de potencial num roteiro todo desconjuntado com ritmo muito ruim e personagens inuteis que ninguem pediu pra existirem. Qual o apelo da Meiko? Quem veio assistir Tri veio para rever os 8 digiescolhidos originais. Trazer uma protagonista 100% nova e sem sal pra roubar tempo de tela que devia ser dos 8 originais foi uma ideia terrivel dos roteiristas.
Um espétáculo de vergonha alheia da primeira à última cena. É assim que The Room pode ser resumido em uma frase. Quando pensamos em um filme muito ruim, imaginamos num primeiro momento uma história de Terror ou de Ficção Científica, gêneros do cinema onde o Trash e a Comédia Involuntária costuma ser mais frequente de acontecer. Mas o fato de The Room ter se proposto a retratar de forma séria um Romance Dramático Psicólogico é o que o torna uma experiência verdadeiramente única no cinema trash underground. The Room é tão deliciosamente desastroso que faz Cinderela Baiana (pérola trash nacional) soar como uma peça de Shakespeare em comparação. Sim, pois apesar de toda sua ruindade em diversos aspectos, Cinderela Baiana ainda consegue a inexplicavel proeza de nos entregar uma trama um pouco mais coesa e lógica que The Room. Basicamente não existe trama em The Room, apenas um rascunho de uma idéia: Johnny (interpretado de forma atroz pelo proprio diretor e roteirista Wiseau) é um banqueiro que vive em San Francisco e parece ter a a vida perfeita que todo homem sonha em ter. No entanto, a noiva dele, Lisa, se cansa de Johnny e começa a trai-lo com seu melhor amigo, Mark. Basta apenas 20 minutos para já ficar claro à audiência que essa premissa não irá a lugar nenhum e que Tommy Wiseau não apenas é um ator amador como não faz a menor ideia de como se escreve um roteiro para o cinema. O filme é um amontoado de cenas aleatórias que nada acrescentam a trama central, com repetições inuteis que não impulsionam a história para a frente e com cenas de sexo desnecessariamente longas ao som de uma trilha sonora brega e cafona que elevam a vergonha alheia à ultima potência – pense em qualquer cena de sexo desnecessária que você já viu em qualquer filme (e há várias), mas The Room faz tudo muito pior. Os personagens são um show à parte: são meras caricaturas fingindo agir como seres humanos, entrando em cena sem explicação prévia e sumindo em seguida sem causar impacto algum nos personagens centrais e na narrativa. Em determinado momento, Denny (um jovem considerado filho adotivo de Johnny, personagem estranhíssimo que não age nem como uma criança nem como um homem) acaba com uma arma apontada na cabeça por um traficante de drogas, gerando uma cena de ação rápida que nunca mais será mencionada no instante seguinte. Mas o que mais impressiona em Wiseau além da sua atuação ruim e sua incapacidade de escrever um roteiro que faça sentido, é que ele parece realmente não entender como funciona a interação entre seres humanos. É como se toda a história e o dialogo de The Room tivesse sido escrito por um alienígena vindo de uma galáxia distante que pousou na Terra à poucas semanas e, fascinado com essa nova descoberta, se aventurasse a criar uma novela sobre nossa espécie conforme as impressões que ele teve, nos brindando assim com diálogos totalmente artificiais e reações irreais que nenhum ser humano falaria ou teria em situação semelhante. O que dizer daquela cena em que a mãe de Lisa simplesmente informa que “Definitivamente, eu tenho um câncer de mama”, em um tom de conversa banal e corriqueiro de café da tarde? Sua filha Lisa é uma caricatura de uma mulher adúltera, uma tentativa de ser uma “femme fatale”, mas no final termina apenas como um ser que resolve do dia para noite trair Johnny sem nenhuma explicação ou motivação crível. Sua personagem beira a psicopatia, mas não de uma forma divertida. Através do comportamento de Lisa, Wiseau traz uma visão rasa e misógina das mulheres como megeras interesseiras e adulteras – mas o filme é tão absurdo por si só, que essa misognia empalidece no meio de todo desastre em tela. E o que dizer de Denny, o filho adotivo de Johnny , que além de gostar de espiar seu “pai adotivo” fazendo sexo com Lisa, ainda informa na cara de Johnny que a ama e um dia a quer para si? Mais absurdo do que isso é Johnny reagindo a essas informações não apenas com bom humor e calma, mas como se fosse a coisa mais normal e corriqueira da vida. Afinal, todo dia um filho nosso admite que quer nossa mulher, não é mesmo?
Aqui temos 2 curtas da Disney na segunda metade dos anos 40, o primeiro conta uma historia simples sobre um urso de circo chamado Bongo (um personagem que caiu no esquecimento) e o classico conto "o gigante e o pe de feijao" com Mickey, Donald e Pateta. Os curtas sao criativos, mas o formato eh muito ruim, por conta da narracao que eles botaram . Ter que aturar uma mulher e um cara narrando tudo que aparece e tudo que os personagens estao fazendo alem de ser redundante, eh irritante e zomba da inteligencia de quem esta assistindo, pq ate uma crianca entenderia o que se passa.
É dificil para mim confessar, mas nunca fui fã da trilogia Nolan. Ele trouxe o icônico Coringa de Heath Ledger, é claro. Mas nada mais do que isso me anima tanto.
Em primeiro lugar, não gosto de todo esse realismo e "vibração tão séria" que o Nolan imprimiu na sua versão e que ficou na massa popular como a "versão mais correta" do Batman. Não para mim. Nolan pesou muito no tom, desviando-se tanto dos quadrinhos a ponto de não parecer mais o clássico Batman que eu aprecio. Batman tem uma estética sombria, é claro, mas o personagem e seu universo como um todo não deveriam ser tão realistas. É um universo de super-heróis onde um homem anda vestido de morcego, meu deus. Eu sei que existem muitos fãs de Batman que clamam por histórias realistas. Mas simplesmente não é meu estilo. Como grande fã da família de morcegos, eu me inclino para historias mais coloridas, divertidas e despretensiosas do Batman. Veja, não estou dizendo que um filme do Batman deva ser tão camp como Batman & Robin (1997), mas também não precisa ser levado muito a sério para soar constantemente como uma peça pretensiosa de shakeaspeare.
Em segundo lugar, por causa desse realismo, a Gothan de Nolan é enfadonha. Gothan sempre foi um personagem vivo dos quadrinhos. O visual, que oscila entre uma cidade gótica do século 19 misturada com uma cidade futurista cyberpunk, é icônico. Mas Nolan sacrifica este Gothan icônico para criar uma cidade absolutamente genérica e comum em que qualquer um de nós viveria, destruindo toda a imersão e diversão da cidade de Gothan.
Terceiro, o Batman. Bale simplesmente não é meu Batman ideal. Meu Batman ideal é muito mais durão nas lutas e muito mais brilhante intelectualmente. Mais importante, meu Batman ideal não desiste de ser o Batman só porque
sua namorada ou amigo morre. Mais importante ainda, sua carreira ativa como Cavaleiro das Trevas não dura cerca de apenas 2 malditos anos em 3 filmes para simplesmente terminar como um civil tomando café com a Mulher-Gato.
Sem chance. Meu Batman ideal só se aposenta em duas situações, tendo sua coluna irreversivelmente quebrada, ou dentro de um caixão por idade ou por que foi morto. O maior problema do Batman de Nolan é que depois de Begins, Bruce é ainda Bruce, enquanto Batman é uma ferramenta que ele usa. Desculpe, mas isso está totalmente errado. Qualquer fã sabe que em qualquer história em quadrinhos do morcego, Batman é a sua persona real, enquanto é Bruce a ferramenta usada como disfarce. Não é isso que vemos nos filmes do Nolan, Bruce é sempre o destaque, e Batman sempre em segundo plano. Por mais que não fosse a intenção de Nolan, foi essa impressão que eu senti a medida que assistia ate o final da trilogia.
Quarto, as cenas de luta não são muito boas. Tivemos boas cenas de perseguição, mas a coreografia de luta não é boa. Nolan falha muito nesse quesito. Falta impacto. A primeira luta de Bane e Batman é um exemplo. Essa deveria ter sido uma luta tão chocante e memorável, no nivel da batalha no trem entre o Homem-Aranha e o Doutor Octopus, pois
seria o Batman levando uma surra de como nunca antes e sofrendo uma amarga derrota. Mas o que Nolan nos dá? Uma cena mal coreografada, onde você mal consegue sentir e ouvir os golpes, Batman lutando como se fosse um cara bêbado em uma briga de bar, e no momento em que Bane o levanta para quebrá-lo... faltou impacto. Foi muito rápido. Deveria ter sido em câmera lenta, para vermos a derrota do Batman em toda a glória do Bane. Mas não, mal ouvimos a quebra de sua coluna, apenas uma massa negra caindo tão rápido que, se você piscar o olho, corre o risco de perder.
Foi tão irritante para mim, porque a cena não era exatamente ruim, simplesmente não foi grandiosa o suficiente, e isso deveria ter sido grandioso como foi nos quadrinhos. Nolan conseguiu desperdiçar a luta mais impressionante e dramática dos quadrinhos do Batman e transformou-a em uma luta esquecível e sem brilho. Para piorar as coisas, quase não vimos Batman lutando nos filmes de Nolan.
Quinto, e não menos importante, Blake. Meu Deus, Blake é o epítome do medo e da vergonha que a DC sente pela presença do Robin nos filmes live-action do Batman. Como uma grande fã de Robin, eu detesto Blake. A ideia de trazer Blake é rasteira. É como Nolan pensando "Eu quero flertar com Robin, mas ele não pode ser Robin, porque Robin não se encaixa no meu universo tão sério." Se Nolan tem medo e vergonha da ideia de Robin, por que ele trouxe um personagem como Blake? Nolan tinha um monte de Robins à mão que ele poderia adaptar ao seu estilo: Dick, Jason, Tim, Damian ... até Carrie Kelley. Mas não.
Tive a honra de assistir homem aranha 2 nos cinemas com meu pai. Na epoca eu tinha 13 anos. Foi um marco na minha adolescencia. Lembro o quanto o Alfred Molina me deixou boquiaberta com seu dr. Octopus. Eu era muito novinha e estava acostumada com os vilões dos desenhos da Disney. Mas o dr. Octopus era outro nivel acima, que eu nunca tinha visto em um filme antes. Um vilão complexo, que fazia maldades por uma razao bem explicavel. Vc podia sentir empatia e pena por ele. Sem falar que ele era totalmente foda, com um visual super estiloso e um poder arrasador, que realmente desafiava o Aranha. Sem sombra de duvida, o dr. octopus do Alfred Molina é o super vilão mais foda da historia do cinema ao lado do Coringa do Heath Ledger. E isso por que eu nem comentei das lutas. A luta do trem e aquela com a tia May no banco sao impossiveis de esquecer de tão antológicas e bem dirigidas, com muita ação, agilidade sem ser confuso pra audiencia, dramaticidade e humor tudo na dose certa. Homem Aranha 2 é simplesmente um filme muito gostoso de assistir, sempre que vejo passando em algum lugar eu paro tudo que estou fazendo pra assistir de novo. Por mais que o Batman seja meu super heroi favorito, tenho que admitir que até hoje nenhum filme do morcegão conseguiu ainda superar Homem Aranha 2. É dificil explicar mas esse filme é o epitome de tudo que um filme de super heroi deve ser. Diversão, emoção,drama, lutas epicas, vilão foda: tudo está ali e na dose certa.
Uma decada se passou e ainda permanece a melhor animação do Batman já feita. Acho que nem os filmes do Nolan conseguem capturar a essência de uma boa história do Batman como Under the Red Hood fez. Essa animação traz uma das histórias mais impactantes e dramáticas do Batman, "Morte em Família" e conta a história de um dos maiores anti-herois modernos da DC: Jason Todd.
Para quem gosta de boas historias entre Batman e Robin, algo raro de se ver fora dos quadrinhos, esse filme será um prato cheio. Aqui, Batman está muito bem escrito e fiel às HQs. Ele é o balanceamento perfeito entre o Batman detetive, o Batman pai que se preocupa com seu filho e o Batman amargurado em conflitos com o passado.
O "tom" da animação é bem "Batmêsca", bem dark com um ritmo perfeito e lutas excelentes, mas mais do que isso, é muito emocionante e mexe com os sentimentos. O embate final entre o Capuz e o Batman é uma das melhores sequencias que já vi em um filme de super heroi com destaque ao momento em que o Batman desce o cacete no Capuz dentro do banheiro. O Coringa está perfeito também, aqui ele traz um humor e diversão que meio que se perdeu em suas encarnações mais recentes no cinema.
Poderia ter sido uma adaptação perfeita, se não tivesse esse estranho fetiche do Bruce Timm no meio.
Todo o fandom de Batman em geral concordam que Batman e Bárbara devem ser o pior casal de super-heróis de todos os tempos, por um motivo obvio: com eles tendo uma relação de tio / sobrinha tão próxima e bem estabelecida na Batfamilia, com ela sendo a filha do Comissário Gordon e até mesmo um interesse amoroso importante para Dick/Asa-Noturna/Robin (filho adotivo de Bruce) Batman e Barbara portanto não deveriam nem ser um casal para começar, e qualquer tentativa de escrevê-los em alguma aventura erótica vai soar bem estranho.
Isso traz problemas para a caracterização de Batman e Barbara. Não o apenas enfraquece o caráter dela, transformando-a em mais um interesse amoroso passageiro e descartável do Morcego (como se ele já não tivesse interesses amorosos o suficiente!), mas arruína o personagem de Batman também, ao transformá-lo em um desses tios de meia-idade assustadores que eventualmente transam com a filha de seu melhor amigo de meia-idade na surdina. Isso soa como uma fanfic de quinta, vinda de um escritor bem pervertido, não como uma história do Batman deveria ser.
Mas Bruce Timm é "aquele cara". Ele não apenas ama isso, não apenas acha essa a ideia mais legal de todas desde Batman Animated Series e Batman Beyond, mas sua perversão infelizmente ainda vive ao ser empurrada na cara do público agora através da escrita de Brian Azarello. Isso resulta nos primeiros 30 minutos do filme The Killing Joke, que não só não funcionam e se sentem totalmente deslocados e fora do enredo principal, mas arruinam toda a experiência como um todo. O que muitos escritores homens parecem não entender é que existem outras maneiras de personagens femininas trabalharem com um personagem masculino sem precisar haver uma tensão sexual entre eles. Como uma dinâmica de um velho mentor e uma aluna mais jovem, por exemplo. Mas, aparentemente, Timm e Azarello são incapazes de imaginar Batgirl interagindo com Batman dentro de um papel de nada além de um interesse amoroso, o que é uma pena.
Se Barbara tivesse tido algum momento safado com Dick em cima de algum telhado, ou o proprio Batman com a Mulher Gato, dava ate pra entender. Mas Batman e Barbara??? Oi??? Timm e Azarello deveriam apenas parar de forçar seus fetiches estranhos nas principais obras da DC e reservá-los para suas fanfics particulares.
Uma das melhores animações que já vi nos ultimos anos. Despretensiosa e divertida, a história sabe muito bem brincar com toda nossa atual geração tão dependente e viciada em internet e smartphones. Ri de todas as cenas e memes. A relação da Katie com seu pai equilibra emocionalmente a história, trazendo esse lado mais familiar. Alias foi só eu que percebi que a vilã do filme é uma referencia refrescante ao Hall 9000 de Uma Odisseia no Espaço? A SONY aprendeu com o fiasco do Emoji Movie e renasceu das cinzas nos trazendo cada vez mais obra-primas, e o que é melhor, com sua propria identidade visual e artistica, misturando o hoje tão esquecido 2D com o 3D como nenhum outro estúdio faz. A Disney , Dreamworks e ate a Pixar devem ficar espertas pois tem uma nova concorrente à altura.
Valente é o maior exemplo de um filme com uma protagonista com um visual unico e marcante (Merida) dentro de uma história muito meia-boca. Sempre que revejo Valente, é simplesmente para apreciar em cada cena e movimento a beleza e a obra-prima que é o seu cabelo encaracolado. Dá para constatar o extremo cuidado com que a Pixar dedicou nos cachos ruivos de sua princesa escocesa. Infelizmente, a equipe se deteu tanto ao visual da princesa, que esqueceram de se deter em uma história interessante ou até mesmo em uma personalidade distinta de Merida. Embora tenha sido construida para o papel de princesa empoderada, ela não vai além disso, permanecendo no velho e cansado esteriótipo da "ruiva guerreira e rebelde". Da metade do filme até o final, os acontecimentos tomam rumos estranhos, questionáveis e sem identidade própria. É como se a historia não acertasse nunca o tom. Hora sombrio demais, hora com um humor simplório demais.
Mais que isso, Valente cai no clássico equívoco de, ao desejar enfatizar o empoderamento de Merida e de sua mãe Elinor, tornar todos os personagens masculinos do filme que a rodeiam em seres bobalhões, atrapalhados, idiotas ou violentos. Em resumo, a mensagem é: para elevar uma mulher, é preciso diminuir todos os homens à sua volta. Valente segue essa cartilha à risca, e é por isso que, literalmente, nenhum cara se salva em dignidade nesse filme. Mesmo o pai de Merida é retratado como um vicking esteriotipado brutamontes sem cérebro que no final se torna até uma ameaça contra a própria esposa.
Resumindo ao final: Dou 2 estrelinhas pelo cabelo de Merida, que é uma obra-prima, mas é só.
Assisti nos cinemas, e a primeira coisa que posso dizer é que esse filme é muito esquecível, começando com o titulo banal... Horas depois de sair da sessão nao conseguia mais me lembrar do nome do filme e tive que pesquisar no Google para resgata-lo.
O que mais me incomodou foi a falta de foco no tom da historia, que estava em todo lugar. O filme nao sabia o que queria ser. Uma hora se apresenta com uma trama leve descontraída, em outra, com um drama pesado melodramático e ate como uma pornochanchada com cenas de sexo explícito desnecessários. Maria Casadevall tem talento e fez o que pôde, mas sua personagem é simplesmente mal-escrita. Bebel, a personagem feminina central, é rasa e sem profundidade. Ela é uma genérica "Maniac Pixie Girl" louca por sexo, drogas e festas, sem familia nem passado e nem um futuro proprio, existindo apenas como um interesse amoroso dos caras e como um dispositivo de enredo. Em outras palavras,ela é uma fantasia masculina ambulante e não uma personagem própria com um arco próprio.
Acho que a maior força de Hotel Transylvania é o relacionamento pai e filha de Mavis e Dracula, que é fofo sem duvida, mas isso não é nenhuma novidade - o Tropo "pai super-protetor x filha adolescente" já foi feito milhares de vezes. A história tem potencial, mas cai no aleatorio rapidamente. O roteiro sofre pela falta de foco narrativo e uma trama mais poderosa. Johnny, humano e namorado de Mavis, é um verdadeiro pé no saco, chato, sem graça nem carisma, e o fato dele estar no nucleo central torna a tarefa de assistir Hotel Transylvania uma experiencia muito mais irritante do que divertida. Talvez se tivessem iniciado a história com a mãe de Mavis ainda viva, a animação poderia ter tido mais peso narrativo. Hotel Transylvania 2 é muito melhor.
Depois de vários anos resolvi assistir Hotel Transylvania 1 & 2 que agora estão no Netflix. Surpreendentemente, esse segundo filme é muito melhor do que o primeiro. Enquanto no 1 o foco central estava em Johnny, personagem extremamente irritante e sem graça, no 2 o foco está em Dennis, o fofinho neto de Dracula, que ganha nossa simpatia já na primeira cena que aparece pelo seu carisma, tornando a história bem mais mais divertida, agradável e gostosa de assistir. Enquanto o roteiro do 1 sofre sem ter um foco muito definido, caindo em vários momentos até no aleatório, esse segue uma premissa bem mais clara. A dinâmica entre avô e neto é a melhor força do filme. A amiguinha-namorada lobinha é uma graça e o humor e a comédia estão em seu melhor.
A animação é mesmo a frente do seu tempo. Fiquei impressionada com a qualidade e o detalhismo dos cenários. Desde as milhares de janelas de cada prédio, aos becos sujos, Neo-Tokyo é uma cidade cyberpunk muito imersiva. A movimentação dos personagens é fluída, como se estivéssemos assistindo atores se movendo. A qualidade tecnica não envelheceu quase nada. Sem duvida deixa no chinelo todos os filmes da Disney dos anos 80, e nem mesmo as animações dos anos 90 conseguem ser tão bonitos e detalhados visualmente.
Os dois personagens principais - Kaneda e Tetsuo - são icônicos e carismáticos. Tetsuo representa o tipico personagem azarado que sente muita inveja do sucesso do amigo e que ao ganhar poderes se corrompe e vai para um caminho de vilania. Kaneda por sua vez é como um Han Solo, o canalha com coração de ouro, que vira um "herói" porque a situação o força.
O relacionamento entre Kaneda e Tetsuo é o melhor ponto do filme em termos narrativos - não a toa essa amizade mesclada com rivalidade tenha inspirado tantos animes depois a trazer uma dinâmica parecida, como Goku vs Vegeta e Naruto vs Sasuke. A diferença em Akira é que ao contrário de Goku e Naruto, Kaneda não possui nenhum poder sobre-humano ou equiparável a Tetsuo para enfrentá-lo. Ele é apenas um cara normal que só tem como ferramenta a famosa moto vermelha e uma arma de raio-laser. Isso só torna a coragem de Kaneda em peitar Tetsuo ainda mais ousada, afinal estamos falando de um inimigo capaz de rasgar um ser-humano em pedaços e destruir uma cidade inteira apenas com a mente.
Se na qualidade tecnica e visual Akira é incriticável, o mesmo não pode ser dito da história, que é prejudicada por conta de ter que estar contida em um filme de 2 horas. O ritmo é muito irregular. Há muita sub-trama espremida nesse limite de tempo. A consequencia disso é que todos os arcos acabam se tornando superficiais, corridos e pouco explorados, até mesmo a amizade de Kaneda com Tetsuo no orfanato e na gangue até o despertar de poderes de Tetsuo e sua queda à vilania foram desperdiçados por falta de tempo. Terem incluído aquela sub-trama política foi um erro, pois prejudicou o ritmo da história além de tornar muitas partes maçantes. A forma como a história termina é um equívoco: um verdadeiro Que Porra É Essa, exagerado, megalomaníaco e insatisfatório, sem praticamente nenhuma ligação com o inicio da história.
As explosões e a destruição nesse filme são uma faca de dois gumes: por um lado, impressionam pela tecnica, mas estão em todo o lugar na história de forma descontrolada, sem dar ao espectador e aos personagens momentos mais contemplativos para respirar entre uma ação e outra. Lá para a metade já ficamos simplesmente cansados e exaustos com tanta gritaria, fumaça, fogo e baderna.
A forma como Kaori é tratada dentro da história não envelheceu bem para os dias atuais. É claro que por um lado temos que entender que se trata de um filme dos anos 80, onde o tal empoderamento feminino não estava ainda proeminente, mesmo assim, é sofrível como ela é tratada no enredo, servindo apenas como um interesse amoroso passivo de Tetsuo, aturando as grosserias dele, enquanto sofre agressões sexuais e físicas, para no final ainda ter uma morte cruel, esmagada dentro de uma massa de carne, apenas para a função de choque. É impossível não deixar de sentir que ela merecia um arco mais digno, ainda mais por se tratar de uma personagem tão doce e com boas intenções.
Meu filme catástrofe favorito. Essa obra gloriosa têm tudo que você pode esperar para se divertir: drama, comédia, romance, explosões épicas, momentos emocionais, grandes efeitos especiais que não envelheceram quase nada e boa trilha sonora. Eu adoro filmes que mesmo tendo um pano de fundo sério não se levam tão exageradamente a sério, tendo cenas que nos permite sorrir e rir um pouco. Armageddon é isso. Bruce Willis é Harry Stamper, o pai que toda filha do mundo deseja e se orgulharia de ter: um cara com falhas mas profundamente heroico, durão por fora com um coração mole por dentro, disposto a morrer para salvar não só sua filha mas toda a humanidade. Ele é o epitome do que todo pai deve representar aos olhos dos filhos: um exemplo e herói. Liv Tyler vive Grace, no auge de sua beleza, que mesmo não tendo tanto tempo de tela e não participando nos momentos de ação, ainda nos traz momentos emocionais com a interação entre seu pai e namorado. Ben Affleck está ok no papel de A.J., encarnando o típico malandro atrapalhado que namora a mocinha e tenta conquistar a confiança do sogrão ciumento e casca grossa, que no fundo o ama e é como um pai para ele. É clichê? Sim, é. Mas é um clichê que consegue entreter por quase 3 horas e ainda consegue arrancar lágrimas no fim. Aquela cena do Harry trocando de lugar com A.J e fazendo seu discurso final para a filha me faz chorar até hoje... E não posso esquecer de dizer que o elenco de apoio está ótimo também, em especial Steve Buscemi, que está perfeito no papel de alívio cômico.
Peter Pan: De Volta à Terra do Nunca
3.3 58 Assista AgoraEssa é uma das sequencias mais subestimadas da Disney. Considero ate melhor que o filme original.
Primeiramente, acho a trama muito madura e inteligente por ambientar os personagens num cenario de guerra, pois nao poderia existir contraste mais poderoso para uma nova aventura em uma Terra do Nunca. Logo no início fica claro que Jane é o total oposto de sua mãe Wendy, seguindo aquele tropo "sou diferente de meus pais", e sim, Jane é inicialmente toda chata e age como se fosse adulta, mas seu comportamento faz total sentido, pois ela é uma menina que foi forçada a experenciar a guerra muito jovem. Tudo isso moldou sua personalidade a ponto de faze-la querer abandonar sua infância cedo demais. É como se Jane experimentasse uma aventura contrária a de Wendy no primeiro filme: enquanto Wendy não queria deixar de ser criança, mas no fim aceita que isso é necessário, Jane quer ser adulta a todo custo, mas aprende no final a se reconectar com sua criança interior perdida.
A forma como Wendy é retratada nessa sequencia também é outro acerto do filme: ela cresceu, ja é uma mulher, mas mesmo depois de tantos anos nunca deixou de lado seu Eu criança, continuando no fundo a mesma Wendy divertida, leve, esperançosa e contadora de histórias. Há ate mesmo um breve reencontro entre ela e Peter, que só reforça ainda mais essa mensagem.
Outro acerto dessa sequência está no próprio Peter Pan. Se no primeiro filme ele era arrogante em excesso, a ponto de soar até narcisista em alguns momentos, aqui eu sinto que eles finalmente acertam o tom do personagem. Peter age como um heroi mais agradável e simpático de acompanhar.
Capitão Gancho também está ótimo na sequência. No lugar do crocodilo, agora temos um polvo gigante que o persegue. (Uma curiosidade é que a cena em que ele e sua tripulação raptam Jane de seu quarto foi uma das alternativas que Disney e sua equipe pensaram para o Peter Pan original - mas a ideia nunca saiu do storyboard - sendo enfim reaproveitada aqui.)
Peter pan 2 também traz uma evolução em relação aos relacionamentos femininos: se no primeiro filme todas as garotas disputavam entre si pela atenção de Peter, aqui isso é atenuado, construindo no terceiro ato uma interação entre garotas finalmente positiva atraves de Jane e Sininho, que unem suas forças para salvar o dia.
O terceiro ato, aliás, é para mim mais poderoso que no original, por que ao contrário do primeiro filme em que Peter parecia um garoto sem fraquezas e invencivel, aqui
Peter demonstra mais vulnerabilidade, sendo aquele quem precisa ser salvo no final.
No geral, acho uma sequência digna e sem dúvida uma das minhas favoritas.
Peter Pan
3.8 279 Assista AgoraUm clássico da Disney, que mesmo não tendo envelhecido bem em alguns aspectos, sempre foi um dos meus favoritos até hoje.
Sininho (curiosamente chamada de Tilimtim na dublagem brasileira antiga) é uma personagem que causou polêmica na época, sendo desenhada de forma bem sensual para seu tempo e para um filme destinado a crianças. Sua personalidade ciumenta e forte nesse filme é muito anti-heroica, o oposto do que se esperava de uma personagem feminina da década de 50.
Agora, é curioso notar alguns aspectos que existem nessa animação que seriam impensáveis em uma obra atual. Um deles foi a forma que Disney e sua equipe retrataram os indígenas, soando ofensivo em alguns momentos. Apenas Tigrinha se salva.
Outra coisa que chama a atenção, é que todas as personagens femininas nesse filme interagem de forma negativa, competindo umas com as outras pela atenção de Peter. Sininho odeia Wendy a tal ponto de tentar mata-la, as Sereias implicam e atacam Wendy assim que a veem, e mais para a frente ate mesmo Wendy se incomoda com a aproximação de Tigrinha com Peter. É claro que a competição feminina sempre existiu na vida real, mas acho que o SR. DISNEY pesou um pouco a mão aqui, com todas as garotas sendo tóxicas umas com as outras, sem pausa. Acho que esse inclusive é um dos fatores que fazem o Peter Pan de Walt Disney parecer até desagradável em algumas cenas. Em muitos momentos, ele soa mais um rapaz arrogante e narcisista do que heroico, o que sempre prejudicou minha impressão com ele. O próprio Sr. Disney admitiu que não gostou do resultado final do personagem, sentindo que o publico teria dificuldade de se conectar com ele.
Mas, mesmo com todos esses problemas na construção do personagem, Peter Pan sempre será uma animação nostálgica para mim.
A Dama e o Vagabundo
3.8 517 Assista AgoraUm clássico imortal da Disney, que até hoje encanta por seu capricho e roteiro bem escrito. É sempre uma surpresa revisita-lo. O filme funciona, tal como diz a introdução, como uma verdadeira homenagem a todos os cachorros, "sejam eles damas ou vagabundos". Disney e sua equipe conseguem retratar de forma ludica como os cachorros agem e enxergam os humanos de seu ponto de vista. É ainda mais interessante o rumo que a história toma, mostrando como a chegada de um bebê muda a dinâmica e o ambiente, onde o cachorro deixa de ser o centro da atenção, tambem abordando não apenas as diferenças entre classes caninas, que espelham muito as classes sociais humanas, mas também a importancia de viver a liberdade sem se esquecer que existem responsabilidades.
O filme possui ainda uma das animações mais caprichadas da década de 50 dos estudios Disney, ficando atrás talvez apenas d A Bela Adormecida.
A química entre Lady e o Vagabundo se forma no sentido dos opostos se atraírem. LADY é doce e ingenua sobre o mundo fora de seu quintal, mas faz de tudo para cuidar de seu lar e donos. Vagabundo é um malandro e tem experiencia de vida que ela nao tem, mas é irresponsavel. O filme possui sequencias musicais memoráveis, com destaque a dos gatos gemeos siameses da insuportável tia Sara, e a imortal cena do prato de espaguete com almôndegas ao som de "Lá Bella Notte", considerada até hoje um dos momentos mais românticos da história da animação - se não o maior.
E para quem é adulto, é ainda mais interesse pescar mensagens nas entrelinhas, como por exemplo na sutil sugestão na parte em que Lady e Vagabundo dormem juntos, e também na interessantissima personagem Peggy - uma cadeia de rua que é o oposto de Lady, retratada de um modo sutil como se fosse uma espécie de "prostituta, dançarina de cabarés" versão canina, e que rouba a cena sempre que aparece.
Não menos importante, aquele rato é realmente assustador.
Luca
4.1 770Bem, esse talvez seja o texto mais controverso que ja fiz no Filmow, mas vamos la...
Não sou gay, mas sou uma pessoa que shippa o Luca e o Alberto sim, e acho muito curioso o quanto isso costuma irritar as pessoas. Se você gosta de ver a relação deles como apenas uma amizade, o que era a ideia original do diretor do filme - algo que acho engraçado, visto que o Casarosa acabou por criar não intencionalmente o filme da Disney mais queer ever - que otimo para voce! A verdade é que cada um é livre para interpretar e curtir uma obra como bem quiser, independente do que o diretor tinha originalmente em mente.
Luca é uma das minhas animações favoritas, e sim, é um filme muito fofo sobre aceitação, onde cada um pode se ver universalmente representado, mas não existe nada de errado caso uma parcela do público ache divertido e fofo shippar o Luca com Alberto.
Ah, mas voce nao pode, isso é um absurdo por que eles são apenas crianças! Não, não são. Alberto tem oficialmente 14 anos e Luca tem 13. Embora eles pareçam crianças por conta do estilo artistico da animacao da Pixar , na prática o Luca é pré adolescente e o Alberto já é adolescente, idade em que atração pelo outro já pode comecar a despertar naturalmente sem ser nada absurdo ou amoral. Outra coisa é que shippar personagens é algo que sempre existiu entre fandoms de obras infantis, e ninguem se importava... até Luca. Há tantos exemplos, mas vou citar a Turma da Mônica. Chico Bento, Cascão e Magali são crianças de 6 anos de idade que sempre tiveram namoradinhos(as) OFICIAIS nos seus gibis. Ora, ora, e aonde estava esses pais que de repente se sentem tão ofendidos ao ver crianças sendo mencionadas como namoradas em uma obra infantil? O motivo de odiarem tanto LucaxAlberto - que tem na verdade o dobro da idade dos personagens na turma da Mônica- é bem claro. Não é por " serem crianças". É apenas porque é um shipp lgbt+.
Enfim, a hipocrisia.
Toy Story
4.2 1,3K Assista AgoraA história da animação é marcada em "antes" e "depois" de Toy Story. Poderia ter parado apenas na contribuição de apresentar a técnica da animação 3D ao mundo, mas Toy story de 1995 foi além dessa inovação: trouxe tambem consigo personagens inesqueciveis, um timing cômico perfeito em cada cena e uma trama criativa com um ritmo ágil, que não deixa pontas soltas e te prende do início ao fim.
A premissa da historia é simples, mas genial. O que aconteceria se brinquedos tivessem vida propria? Ninguém antes havia pensado nesse cenario a nivel de um longa metragem, mas a Pixar o fez.
O humor e a comedia desse filme é algo a destacar, cheio de tiradas inteligentes. Sid, o vilão, é outra figura que rouba a cena, sendo a perfeita personificação de como um garoto problematico e assustador dos anos 90 seria.
Até mesmo a relação entre Woody e Buzz faz um paralelo com a história do cinema: assim como os filmes de faroeste perderam espaço e popularidade para os filmes de ficção científica, o cowboy perde o posto de brinquedo favorito do Andy para o astronauta, acontecimento que vai desencadear o conflito da trama.
E é mais surpreendente perceber que, por mais que a animação tenha envelhecido pelo tempo, toda sua temática e seu roteiro inteligente e bem escrito não envelheceram nada. Na verdade, Toy story é um filme que não enjoa nunca, e fica cada vez melhor quanto mais se assiste.
Nem que a Vaca Tussa
3.1 291Não fez parte da minha infância, portanto não existe oculos da nostalgia para ocultar o fato que esse foi o pior filme da Disney que já vi em toda minha vida. Depois de cinco tentativas consegui enfim chegar até o final com muito esforço no DisneyPlus. O trio de vacas protagonistas são chatissimas, os personagens não tem carisma algum e a história é muito fraca. O tom do filme é uma comédia tão exagerada e frenética que tira qualquer profundidade ou emoção genuína nas cenas. Animações da Disney costumam ter comédia, mas há sempre um equilíbrio entre cenas leves com cenas de peso emocional e dramatico. Isso não acontece em Nem Que A Vaca Tussa. Os personagens são tão rasos e de uma nota só que eles se tornam meras caricaturas sem qualquer humanidade para se identificar. Havia muitas rotas diferentes que a Disney poderia ter explorado no desenvolvimento de seus personagens, sendo uma das oportunidades mais perdidas o do caçador de recompensas Rico, por exemplo. Rico por boa parte da historia foi um personagem muito intrigante que parecia servir de homenagem digna de grandes herois de filmes de velho oeste, para no final simplesmente virar outro capanga imbecilizado do Alameda Slim - quando ja havia 3 capangas cumprindo tal papel na historia, numa conclusao rasa como um pires. Em nenhum momento o trio protagonista é confrontado com qualquer ameaça real que faça a audiencia temer por uma consequencia. O filme segue do inicio ao fim parecendo um desenho animado abobajado de Looney Toones, mas de mais baixa qualidade. A unica coisa que pode-se resgatar foi a animação, e ainda assim há muitas outras animações até mais antigas que conseguem ser esteticamente melhores e mais charmosas. Nem que a Vaca Tussa é definitivamente o Galinho Chicken Little das animações 2D.
Elementos
3.7 470Elementos me surpreendeu em todos os sentidos.
Pra mim é a melhor animação da Pixar desde VIVA. Conseguiu me emocionar e me divertir mais do que SOUL.
Faísca e Gota são apaixonantes e a química entre eles funciona muito. O romance entre eles é fofo e inspirador. O conflito dramatico a qual Faisca se vê presa é real e convincente.
Indo além de uma comédia romântica, o filme aborda os obstáculos que imigrantes enfrentam em um novo local, desde o medo e a desconfiança de se misturar, até a dificuldade de se fazer compreender. Mais do que isso, a história traz uma importante mensagem das expectativas que os pais têm sobre seus filhos, que se de início parece algo positivo, a longo prazo acaba se tornando um fardo para o filho carregar, especialmente quando o coração aponta para outra direção, muito bem retratado na relação de Faisca com seu pai.
A Animação está linda como se é de esperar. Achei o design das criaturas elementares muito criativa e inspirada.
De modo injusto, ELEMENTOS estreiou com pouca bilheteria e recebeu inicialmente críticas pouco entusiasmadas, mas com o tempo o filme foi crescendo de boca em boca e encontrando seu público, se reerguendo nos cinemas e se tornando enfim um sucesso absoluto no Disney plus.
A Bailarina
3.2 86 Assista AgoraUm bom filme de ação pra passar o tempo. Achei o início meio parado e confuso, mas a segunda metade é viciante, e a motivação da protagonista é convincente. Algumas cenas me fizeram lembrar um filme do Tarantino. Os cenários e a iluminação são bonitos.
Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros
3.9 1,7K Assista AgoraJurassic Park foi o filme que definiu os anos 90, grande responsável pela febre da dinomania nas crianças noventistas. Aqui Spielberg entregou um blockbuster completo de aventura, ficção científica e terror, mas acessível a todas as idades, aquele filme que você pode assistir tranquilamente com seus pais , avós e filhos sem se preocupar se vão jogar alguma nudez ou sexo gratuito e desnecessário na sua cara ( momento esse cada vez mais raro de se ter com sua familia). É verdade que os personagens não são la muito profundos, mas cumprem bem o papel na trama a que foram designados. Interessante notar como mesmo sendo um blockbuster o filme ainda traz uma mensagem relevante ate os dias de hoje sobre o desenvolvimento da genetica e ate que ponto o homem deve ou nao interferir na natureza. E fica impossivel não citar o fato de Jurassic Park não ter envelhecido mal visualmente . O CGi dos dinossauros continua impressionante e parece muito natural ao lado dos cenários e atores.
Posso lembrar de quase todas as cenas mesmo passando muito tempo sem rever. A primeira vez que o TRex aparece na chuva, o programador gordo sendo morto no carro, aquela cena da Dra. Ellie tendo que ligar o disjuntor do parque inteiro, o Dr. Grant cuidando das crianças, as crianças com os velociraptors na cozinha. E muitos outros.
Um clássico dos anos 90 icônico e eterno
O Auto da Compadecida
4.3 2,3K Assista AgoraMelhor filme brasileiro de todos os tempos, e desafio alguem a me provar o contrario. Historia simples, mas memoravel. Grandes atores dando vida a personagens marcantes. Trilha sonora maravilhosa. Humor e comedia no tom certo. O filme consegue mesclar a tragedia de uma chacina na cidade com uma leveza e bom humor que aquece o coracao. Um filme acessivel a todas as idades. Uma historia genuinamente brasileira.
Digimon Adventure tri. - Parte 6: Nosso Futuro
3.5 31Digimon Adventure Tri foi de longe a maior decepcao da minha vida. Meu hype estava na extratosfera e agonizou ate morrer a medida que os episodios saiam. Me ficou a impresssao que os roteiristas que escreveram tri nem assistiram Digimon 01 e 02. Nunca vi tanto desperdicio de potencial num roteiro todo desconjuntado com ritmo muito ruim e personagens inuteis que ninguem pediu pra existirem. Qual o apelo da Meiko? Quem veio assistir Tri veio para rever os 8 digiescolhidos originais. Trazer uma protagonista 100% nova e sem sal pra roubar tempo de tela que devia ser dos 8 originais foi uma ideia terrivel dos roteiristas.
The Room
2.3 492Um espétáculo de vergonha alheia da primeira à última cena. É assim que The Room pode ser resumido em uma frase. Quando pensamos em um filme muito ruim, imaginamos num primeiro momento uma história de Terror ou de Ficção Científica, gêneros do cinema onde o Trash e a Comédia Involuntária costuma ser mais frequente de acontecer. Mas o fato de The Room ter se proposto a retratar de forma séria um Romance Dramático Psicólogico é o que o torna uma experiência verdadeiramente única no cinema trash underground.
The Room é tão deliciosamente desastroso que faz Cinderela Baiana (pérola trash nacional) soar como uma peça de Shakespeare em comparação. Sim, pois apesar de toda sua ruindade em diversos aspectos, Cinderela Baiana ainda consegue a inexplicavel proeza de nos entregar uma trama um pouco mais coesa e lógica que The Room. Basicamente não existe trama em The Room, apenas um rascunho de uma idéia: Johnny (interpretado de forma atroz pelo proprio diretor e roteirista Wiseau) é um banqueiro que vive em San Francisco e parece ter a a vida perfeita que todo homem sonha em ter. No entanto, a noiva dele, Lisa, se cansa de Johnny e começa a trai-lo com seu melhor amigo, Mark.
Basta apenas 20 minutos para já ficar claro à audiência que essa premissa não irá a lugar nenhum e que Tommy Wiseau não apenas é um ator amador como não faz a menor ideia de como se escreve um roteiro para o cinema. O filme é um amontoado de cenas aleatórias que nada acrescentam a trama central, com repetições inuteis que não impulsionam a história para a frente e com cenas de sexo desnecessariamente longas ao som de uma trilha sonora brega e cafona que elevam a vergonha alheia à ultima potência – pense em qualquer cena de sexo desnecessária que você já viu em qualquer filme (e há várias), mas The Room faz tudo muito pior.
Os personagens são um show à parte: são meras caricaturas fingindo agir como seres humanos, entrando em cena sem explicação prévia e sumindo em seguida sem causar impacto algum nos personagens centrais e na narrativa. Em determinado momento, Denny (um jovem considerado filho adotivo de Johnny, personagem estranhíssimo que não age nem como uma criança nem como um homem) acaba com uma arma apontada na cabeça por um traficante de drogas, gerando uma cena de ação rápida que nunca mais será mencionada no instante seguinte.
Mas o que mais impressiona em Wiseau além da sua atuação ruim e sua incapacidade de escrever um roteiro que faça sentido, é que ele parece realmente não entender como funciona a interação entre seres humanos. É como se toda a história e o dialogo de The Room tivesse sido escrito por um alienígena vindo de uma galáxia distante que pousou na Terra à poucas semanas e, fascinado com essa nova descoberta, se aventurasse a criar uma novela sobre nossa espécie conforme as impressões que ele teve, nos brindando assim com diálogos totalmente artificiais e reações irreais que nenhum ser humano falaria ou teria em situação semelhante. O que dizer daquela cena em que a mãe de Lisa simplesmente informa que “Definitivamente, eu tenho um câncer de mama”, em um tom de conversa banal e corriqueiro de café da tarde? Sua filha Lisa é uma caricatura de uma mulher adúltera, uma tentativa de ser uma “femme fatale”, mas no final termina apenas como um ser que resolve do dia para noite trair Johnny sem nenhuma explicação ou motivação crível. Sua personagem beira a psicopatia, mas não de uma forma divertida. Através do comportamento de Lisa, Wiseau traz uma visão rasa e misógina das mulheres como megeras interesseiras e adulteras – mas o filme é tão absurdo por si só, que essa misognia empalidece no meio de todo desastre em tela.
E o que dizer de Denny, o filho adotivo de Johnny , que além de gostar de espiar seu “pai adotivo” fazendo sexo com Lisa, ainda informa na cara de Johnny que a ama e um dia a quer para si? Mais absurdo do que isso é Johnny reagindo a essas informações não apenas com bom humor e calma, mas como se fosse a coisa mais normal e corriqueira da vida. Afinal, todo dia um filho nosso admite que quer nossa mulher, não é mesmo?
Para o alienígena Wiseau, tudo isso faz sentido.
Como é Bom se Divertir
3.4 41 Assista AgoraAqui temos 2 curtas da Disney na segunda metade dos anos 40, o primeiro conta uma historia simples sobre um urso de circo chamado Bongo (um personagem que caiu no esquecimento) e o classico conto "o gigante e o pe de feijao" com Mickey, Donald e Pateta.
Os curtas sao criativos, mas o formato eh muito ruim, por conta da narracao que eles botaram . Ter que aturar uma mulher e um cara narrando tudo que aparece e tudo que os personagens estao fazendo alem de ser redundante, eh irritante e zomba da inteligencia de quem esta assistindo, pq ate uma crianca entenderia o que se passa.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraÉ dificil para mim confessar, mas nunca fui fã da trilogia Nolan. Ele trouxe o icônico Coringa de Heath Ledger, é claro. Mas nada mais do que isso me anima tanto.
Em primeiro lugar, não gosto de todo esse realismo e "vibração tão séria" que o Nolan imprimiu na sua versão e que ficou na massa popular como a "versão mais correta" do Batman. Não para mim. Nolan pesou muito no tom, desviando-se tanto dos quadrinhos a ponto de não parecer mais o clássico Batman que eu aprecio. Batman tem uma estética sombria, é claro, mas o personagem e seu universo como um todo não deveriam ser tão realistas. É um universo de super-heróis onde um homem anda vestido de morcego, meu deus. Eu sei que existem muitos fãs de Batman que clamam por histórias realistas. Mas simplesmente não é meu estilo. Como grande fã da família de morcegos, eu me inclino para historias mais coloridas, divertidas e despretensiosas do Batman. Veja, não estou dizendo que um filme do Batman deva ser tão camp como Batman & Robin (1997), mas também não precisa ser levado muito a sério para soar constantemente como uma peça pretensiosa de shakeaspeare.
Em segundo lugar, por causa desse realismo, a Gothan de Nolan é enfadonha. Gothan sempre foi um personagem vivo dos quadrinhos. O visual, que oscila entre uma cidade gótica do século 19 misturada com uma cidade futurista cyberpunk, é icônico. Mas Nolan sacrifica este Gothan icônico para criar uma cidade absolutamente genérica e comum em que qualquer um de nós viveria, destruindo toda a imersão e diversão da cidade de Gothan.
Terceiro, o Batman. Bale simplesmente não é meu Batman ideal. Meu Batman ideal é muito mais durão nas lutas e muito mais brilhante intelectualmente. Mais importante, meu Batman ideal não desiste de ser o Batman só porque
sua namorada ou amigo morre. Mais importante ainda, sua carreira ativa como Cavaleiro das Trevas não dura cerca de apenas 2 malditos anos em 3 filmes para simplesmente terminar como um civil tomando café com a Mulher-Gato.
O maior problema do Batman de Nolan é que depois de Begins, Bruce é ainda Bruce, enquanto Batman é uma ferramenta que ele usa. Desculpe, mas isso está totalmente errado. Qualquer fã sabe que em qualquer história em quadrinhos do morcego, Batman é a sua persona real, enquanto é Bruce a ferramenta usada como disfarce. Não é isso que vemos nos filmes do Nolan, Bruce é sempre o destaque, e Batman sempre em segundo plano. Por mais que não fosse a intenção de Nolan, foi essa impressão que eu senti a medida que assistia ate o final da trilogia.
Quarto, as cenas de luta não são muito boas. Tivemos boas cenas de perseguição, mas a coreografia de luta não é boa. Nolan falha muito nesse quesito. Falta impacto. A primeira luta de Bane e Batman é um exemplo. Essa deveria ter sido uma luta tão chocante e memorável, no nivel da batalha no trem entre o Homem-Aranha e o Doutor Octopus, pois
seria o Batman levando uma surra de como nunca antes e sofrendo uma amarga derrota. Mas o que Nolan nos dá? Uma cena mal coreografada, onde você mal consegue sentir e ouvir os golpes, Batman lutando como se fosse um cara bêbado em uma briga de bar, e no momento em que Bane o levanta para quebrá-lo... faltou impacto. Foi muito rápido. Deveria ter sido em câmera lenta, para vermos a derrota do Batman em toda a glória do Bane. Mas não, mal ouvimos a quebra de sua coluna, apenas uma massa negra caindo tão rápido que, se você piscar o olho, corre o risco de perder.
Quinto, e não menos importante, Blake. Meu Deus, Blake é o epítome do medo e da vergonha que a DC sente pela presença do Robin nos filmes live-action do Batman. Como uma grande fã de Robin, eu detesto Blake. A ideia de trazer Blake é rasteira. É como Nolan pensando "Eu quero flertar com Robin, mas ele não pode ser Robin, porque Robin não se encaixa no meu universo tão sério." Se Nolan tem medo e vergonha da ideia de Robin, por que ele trouxe um personagem como Blake? Nolan tinha um monte de Robins à mão que ele poderia adaptar ao seu estilo: Dick, Jason, Tim, Damian ... até Carrie Kelley. Mas não.
"Vou criar um policial genérico chamado Robin e vamos fazer esse cara se tornar o sucessor do Batman!"
Blake é uma perda de tempo.
Homem-Aranha 2
3.6 1,1K Assista AgoraTive a honra de assistir homem aranha 2 nos cinemas com meu pai. Na epoca eu tinha 13 anos. Foi um marco na minha adolescencia. Lembro o quanto o Alfred Molina me deixou boquiaberta com seu dr. Octopus. Eu era muito novinha e estava acostumada com os vilões dos desenhos da Disney. Mas o dr. Octopus era outro nivel acima, que eu nunca tinha visto em um filme antes. Um vilão complexo, que fazia maldades por uma razao bem explicavel. Vc podia sentir empatia e pena por ele. Sem falar que ele era totalmente foda, com um visual super estiloso e um poder arrasador, que realmente desafiava o Aranha. Sem sombra de duvida, o dr. octopus do Alfred Molina é o super vilão mais foda da historia do cinema ao lado do Coringa do Heath Ledger.
E isso por que eu nem comentei das lutas. A luta do trem e aquela com a tia May no banco sao impossiveis de esquecer de tão antológicas e bem dirigidas, com muita ação, agilidade sem ser confuso pra audiencia, dramaticidade e humor tudo na dose certa. Homem Aranha 2 é simplesmente um filme muito gostoso de assistir, sempre que vejo passando em algum lugar eu paro tudo que estou fazendo pra assistir de novo.
Por mais que o Batman seja meu super heroi favorito, tenho que admitir que até hoje nenhum filme do morcegão conseguiu ainda superar Homem Aranha 2. É dificil explicar mas esse filme é o epitome de tudo que um filme de super heroi deve ser. Diversão, emoção,drama, lutas epicas, vilão foda: tudo está ali e na dose certa.
Batman Contra o Capuz Vermelho
4.0 341 Assista AgoraUma decada se passou e ainda permanece a melhor animação do Batman já feita.
Acho que nem os filmes do Nolan conseguem capturar a essência de uma boa história do Batman como Under the Red Hood fez. Essa animação traz uma das histórias mais impactantes e dramáticas do Batman, "Morte em Família" e conta a história de um dos maiores anti-herois modernos da DC: Jason Todd.
Para quem gosta de boas historias entre Batman e Robin, algo raro de se ver fora dos quadrinhos, esse filme será um prato cheio. Aqui, Batman está muito bem escrito e fiel às HQs. Ele é o balanceamento perfeito entre o Batman detetive, o Batman pai que se preocupa com seu filho e o Batman amargurado em conflitos com o passado.
O "tom" da animação é bem "Batmêsca", bem dark com um ritmo perfeito e lutas excelentes, mas mais do que isso, é muito emocionante e mexe com os sentimentos. O embate final entre o Capuz e o Batman é uma das melhores sequencias que já vi em um filme de super heroi com destaque ao momento em que o Batman desce o cacete no Capuz dentro do banheiro.
O Coringa está perfeito também, aqui ele traz um humor e diversão que meio que se perdeu em suas encarnações mais recentes no cinema.
Batman: A Piada Mortal
3.3 495 Assista AgoraPoderia ter sido uma adaptação perfeita, se não tivesse esse estranho fetiche do Bruce Timm no meio.
Todo o fandom de Batman em geral concordam que Batman e Bárbara devem ser o pior casal de super-heróis de todos os tempos, por um motivo obvio: com eles tendo uma relação de tio / sobrinha tão próxima e bem estabelecida na Batfamilia, com ela sendo a filha do Comissário Gordon e até mesmo um interesse amoroso importante para Dick/Asa-Noturna/Robin (filho adotivo de Bruce) Batman e Barbara portanto não deveriam nem ser um casal para começar, e qualquer tentativa de escrevê-los em alguma aventura erótica vai soar bem estranho.
Isso traz problemas para a caracterização de Batman e Barbara. Não o apenas enfraquece o caráter dela, transformando-a em mais um interesse amoroso passageiro e descartável do Morcego (como se ele já não tivesse interesses amorosos o suficiente!), mas arruína o personagem de Batman também, ao transformá-lo em um desses tios de meia-idade assustadores que eventualmente transam com a filha de seu melhor amigo de meia-idade na surdina. Isso soa como uma fanfic de quinta, vinda de um escritor bem pervertido, não como uma história do Batman deveria ser.
Mas Bruce Timm é "aquele cara". Ele não apenas ama isso, não apenas acha essa a ideia mais legal de todas desde Batman Animated Series e Batman Beyond, mas sua perversão infelizmente ainda vive ao ser empurrada na cara do público agora através da escrita de Brian Azarello. Isso resulta nos primeiros 30 minutos do filme The Killing Joke, que não só não funcionam e se sentem totalmente deslocados e fora do enredo principal, mas arruinam toda a experiência como um todo. O que muitos escritores homens parecem não entender é que existem outras maneiras de personagens femininas trabalharem com um personagem masculino sem precisar haver uma tensão sexual entre eles. Como uma dinâmica de um velho mentor e uma aluna mais jovem, por exemplo. Mas, aparentemente, Timm e Azarello são incapazes de imaginar Batgirl interagindo com Batman dentro de um papel de nada além de um interesse amoroso, o que é uma pena.
Se Barbara tivesse tido algum momento safado com Dick em cima de algum telhado, ou o proprio Batman com a Mulher Gato, dava ate pra entender. Mas Batman e Barbara??? Oi??? Timm e Azarello deveriam apenas parar de forçar seus fetiches estranhos nas principais obras da DC e reservá-los para suas fanfics particulares.
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
4.0 494Uma das melhores animações que já vi nos ultimos anos.
Despretensiosa e divertida, a história sabe muito bem brincar com toda nossa atual
geração tão dependente e viciada em internet e smartphones. Ri de todas as cenas e memes. A relação da Katie com seu pai equilibra emocionalmente a história, trazendo esse lado mais familiar.
Alias foi só eu que percebi que a vilã do filme é uma referencia refrescante ao Hall 9000 de Uma Odisseia no Espaço?
A SONY aprendeu com o fiasco do Emoji Movie e renasceu das cinzas nos trazendo cada vez mais obra-primas, e o que é melhor, com sua propria identidade visual e artistica, misturando o hoje tão esquecido 2D com o 3D como nenhum outro estúdio faz. A Disney , Dreamworks e ate a Pixar devem ficar espertas pois tem uma nova concorrente à altura.
Valente
3.8 2,8K Assista AgoraValente é o maior exemplo de um filme com uma protagonista com um visual unico e marcante (Merida) dentro de uma história muito meia-boca. Sempre que revejo Valente, é simplesmente para apreciar em cada cena e movimento a beleza e a obra-prima que é o seu cabelo encaracolado. Dá para constatar o extremo cuidado com que a Pixar dedicou nos cachos ruivos de sua princesa escocesa. Infelizmente, a equipe se deteu tanto ao visual da princesa, que esqueceram de se deter em uma história interessante ou até mesmo em uma personalidade distinta de Merida. Embora tenha sido construida para o papel de princesa empoderada, ela não vai além disso, permanecendo no velho e cansado esteriótipo da "ruiva guerreira e rebelde". Da metade do filme até o final, os acontecimentos tomam rumos estranhos, questionáveis e sem identidade própria. É como se a historia não acertasse nunca o tom. Hora sombrio demais, hora com um humor simplório demais.
Mais que isso, Valente cai no clássico equívoco de, ao desejar enfatizar o empoderamento de Merida e de sua mãe Elinor, tornar todos os personagens masculinos do filme que a rodeiam em seres bobalhões, atrapalhados, idiotas ou violentos. Em resumo, a mensagem é: para elevar uma mulher, é preciso diminuir todos os homens à sua volta. Valente segue essa cartilha à risca, e é por isso que, literalmente, nenhum cara se salva em dignidade nesse filme. Mesmo o pai de Merida é retratado como um vicking esteriotipado brutamontes sem cérebro que no final se torna até uma ameaça contra a própria esposa.
Resumindo ao final: Dou 2 estrelinhas pelo cabelo de Merida, que é uma obra-prima, mas é só.
Depois de Tudo
2.7 38Assisti nos cinemas, e a primeira coisa que posso dizer é que esse filme é muito esquecível, começando com o titulo banal... Horas depois de sair da sessão nao conseguia mais me lembrar do nome do filme e tive que pesquisar no Google para resgata-lo.
O que mais me incomodou foi a falta de foco no tom da historia, que estava em todo lugar. O filme nao sabia o que queria ser. Uma hora se apresenta com uma trama leve descontraída, em outra, com um drama pesado melodramático e ate como uma pornochanchada com cenas de sexo explícito desnecessários.
Maria Casadevall tem talento e fez o que pôde, mas sua personagem é simplesmente mal-escrita. Bebel, a personagem feminina central, é rasa e sem profundidade. Ela é uma genérica "Maniac Pixie Girl" louca por sexo, drogas e festas, sem familia nem passado e nem um futuro proprio, existindo apenas como um interesse amoroso dos caras e como um dispositivo de enredo. Em outras palavras,ela é uma fantasia masculina ambulante e não uma personagem própria com um arco próprio.
Hotel Transilvânia
3.6 1,5K Assista AgoraAcho que a maior força de Hotel Transylvania é o relacionamento pai e filha de Mavis e Dracula, que é fofo sem duvida, mas isso não é nenhuma novidade - o Tropo "pai super-protetor x filha adolescente" já foi feito milhares de vezes.
A história tem potencial, mas cai no aleatorio rapidamente. O roteiro sofre pela falta de foco narrativo e uma trama mais poderosa. Johnny, humano e namorado de Mavis, é um verdadeiro pé no saco, chato, sem graça nem carisma, e o fato dele estar no nucleo central torna a tarefa de assistir Hotel Transylvania uma experiencia muito mais irritante do que divertida.
Talvez se tivessem iniciado a história com a mãe de Mavis ainda viva, a animação poderia ter tido mais peso narrativo.
Hotel Transylvania 2 é muito melhor.
Hotel Transilvânia 2
3.6 427 Assista AgoraDepois de vários anos resolvi assistir Hotel Transylvania 1 & 2 que agora estão no Netflix. Surpreendentemente, esse segundo filme é muito melhor do que o primeiro. Enquanto no 1 o foco central estava em Johnny, personagem extremamente irritante e sem graça, no 2 o foco está em Dennis, o fofinho neto de Dracula, que ganha nossa simpatia já na primeira cena que aparece pelo seu carisma, tornando a história bem mais mais divertida, agradável e gostosa de assistir. Enquanto o roteiro do 1 sofre sem ter um foco muito definido, caindo em vários momentos até no aleatório, esse segue uma premissa bem mais clara. A dinâmica entre avô e neto é a melhor força do filme. A amiguinha-namorada lobinha é uma graça e o humor e a comédia estão em seu melhor.
Akira
4.3 869 Assista AgoraA animação é mesmo a frente do seu tempo. Fiquei impressionada com a qualidade e o detalhismo dos cenários. Desde as milhares de janelas de cada prédio, aos becos sujos, Neo-Tokyo é uma cidade cyberpunk muito imersiva. A movimentação dos personagens é fluída, como se estivéssemos assistindo atores se movendo. A qualidade tecnica não envelheceu quase nada. Sem duvida deixa no chinelo todos os filmes da Disney dos anos 80, e nem mesmo as animações dos anos 90 conseguem ser tão bonitos e detalhados visualmente.
Os dois personagens principais - Kaneda e Tetsuo - são icônicos e carismáticos. Tetsuo representa o tipico personagem azarado que sente muita inveja do sucesso do amigo e que ao ganhar poderes se corrompe e vai para um caminho de vilania. Kaneda por sua vez é como um Han Solo, o canalha com coração de ouro, que vira um "herói" porque a situação o força.
O relacionamento entre Kaneda e Tetsuo é o melhor ponto do filme em termos narrativos - não a toa essa amizade mesclada com rivalidade tenha inspirado tantos animes depois a trazer uma dinâmica parecida, como Goku vs Vegeta e Naruto vs Sasuke. A diferença em Akira é que ao contrário de Goku e Naruto, Kaneda não possui nenhum poder sobre-humano ou equiparável a Tetsuo para enfrentá-lo. Ele é apenas um cara normal que só tem como ferramenta a famosa moto vermelha e uma arma de raio-laser. Isso só torna a coragem de Kaneda em peitar Tetsuo ainda mais ousada, afinal estamos falando de um inimigo capaz de rasgar um ser-humano em pedaços e destruir uma cidade inteira apenas com a mente.
Se na qualidade tecnica e visual Akira é incriticável, o mesmo não pode ser dito da história, que é prejudicada por conta de ter que estar contida em um filme de 2 horas. O ritmo é muito irregular. Há muita sub-trama espremida nesse limite de tempo. A consequencia disso é que todos os arcos acabam se tornando superficiais, corridos e pouco explorados, até mesmo a amizade de Kaneda com Tetsuo no orfanato e na gangue até o despertar de poderes de Tetsuo e sua queda à vilania foram desperdiçados por falta de tempo. Terem incluído aquela sub-trama política foi um erro, pois prejudicou o ritmo da história além de tornar muitas partes maçantes. A forma como a história termina é um equívoco: um verdadeiro Que Porra É Essa, exagerado, megalomaníaco e insatisfatório, sem praticamente nenhuma ligação com o inicio da história.
As explosões e a destruição nesse filme são uma faca de dois gumes: por um lado, impressionam pela tecnica, mas estão em todo o lugar na história de forma descontrolada, sem dar ao espectador e aos personagens momentos mais contemplativos para respirar entre uma ação e outra. Lá para a metade já ficamos simplesmente cansados e exaustos com tanta gritaria, fumaça, fogo e baderna.
A forma como Kaori é tratada dentro da história não envelheceu bem para os dias atuais. É claro que por um lado temos que entender que se trata de um filme dos anos 80, onde o tal empoderamento feminino não estava ainda proeminente, mesmo assim, é sofrível como ela é tratada no enredo, servindo apenas como um interesse amoroso passivo de Tetsuo, aturando as grosserias dele, enquanto sofre agressões sexuais e físicas, para no final ainda ter uma morte cruel, esmagada dentro de uma massa de carne, apenas para a função de choque. É impossível não deixar de sentir que ela merecia um arco mais digno, ainda mais por se tratar de uma personagem tão doce e com boas intenções.
Armageddon
3.5 1,1KMeu filme catástrofe favorito. Essa obra gloriosa têm tudo que você pode esperar para se divertir: drama, comédia, romance, explosões épicas, momentos emocionais, grandes efeitos especiais que não envelheceram quase nada e boa trilha sonora. Eu adoro filmes que mesmo tendo um pano de fundo sério não se levam tão exageradamente a sério, tendo cenas que nos permite sorrir e rir um pouco. Armageddon é isso.
Bruce Willis é Harry Stamper, o pai que toda filha do mundo deseja e se orgulharia de ter: um cara com falhas mas profundamente heroico, durão por fora com um coração mole por dentro, disposto a morrer para salvar não só sua filha mas toda a humanidade. Ele é o epitome do que todo pai deve representar aos olhos dos filhos: um exemplo e herói.
Liv Tyler vive Grace, no auge de sua beleza, que mesmo não tendo tanto tempo de tela e não participando nos momentos de ação, ainda nos traz momentos emocionais com a interação entre seu pai e namorado.
Ben Affleck está ok no papel de A.J., encarnando o típico malandro atrapalhado que namora a mocinha e tenta conquistar a confiança do sogrão ciumento e casca grossa, que no fundo o ama e é como um pai para ele.
É clichê? Sim, é. Mas é um clichê que consegue entreter por quase 3 horas e ainda consegue arrancar lágrimas no fim. Aquela cena do Harry trocando de lugar com A.J e fazendo seu discurso final para a filha me faz chorar até hoje... E não posso esquecer de dizer que o elenco de apoio está ótimo também, em especial Steve Buscemi, que está perfeito no papel de alívio cômico.