"Nunca mais tive amigos como aqueles que eu tive aos 12 anos. Meu Deus, e alguém tem?"
Essa reflexão do Gordie e mais "Stand by me" nos créditos são um fechamento perfeito para a história. No mais, a atmosfera oitentista e a essência nostálgica deste filme me lembraram muito o videoclipe "Turn back the clock", do Johnny Hates Jazz, também dos anos 80. Vou até deixar o link do YouTube para quem eventualmente não conhece: https://www.youtube.com/watch?v=51NAFhGDIYw
Razoável. A resolução do mistério em torno da morte do patriarca da família Thrombey preencheu muito bem as lacunas, mesmo que de forma mirabolante (o que não é problema para os leitores de Agatha Christie). Porém, achei frustrante quando é revelado o verdadeiro culpado, porque é absurdamente óbvio desde os primeiros momentos em que tal personagem aparece em cena
desde a briga com o avô até o comportamento que muda de repente e ele deixa de ser o playboy "tô nem aí" para se tornar tão prestativo e compreensivo em querer ajudar a Marta -Mosca-Morta. Sério, ele tinha "culpado" estampado na testa.
. Foi tão óbvio que cheguei a pensar que ele era uma daquelas pistas falsas tão comuns nos livros do Conan Doyle ou até mesmo do Dan Brown, onde o autor apresenta um personagem de forma exageradamente suspeita para desviar a nossa atenção do verdadeiro vilão. Não foi o caso neste filme: aqui o suspeito é mesmo o culpado. E por fim: o que o Jaeden Martell está fazendo neste filme? De protagonista de "IT" a quase-figurante aqui, foi uma queda brusca.
O original é um clássico, mas francamente eu não o colocaria num "top 3", acho-o muito datado. Este remake também não estaria na lista, mas tem alguns aspectos que são visivelmente superiores ao de 68, como a maquiagem (nesse caso, não dá para culpar o antigo por suas limitações) e, principalmente, a ideia de Romero em apagar aquela protagonista lesada e inútil do original, transformando a Barbara deste "novo" filme numa mulher forte e determinada. Quanto aos finais, há quem reclame porque nesta versão
É difícil entender essa gente; então queriam que o final fosse igual ao do filme original? Eu gostei dos dois finais, é como ter uma "versão alternativa" do desenrolar da história. Foi uma sacada inteligente do Romero. Provavelmente ele previu o desastre que seria o remake de "Psicose" por reciclar 100% do roteiro do filme de Hitchcock.
Parece que a ideia era fazer uma versão LGBT de "Os Garotos Perdidos", mas faltou coragem e ficou só um "Gaypúsculo" ruim de amargar. A história é ridiculamente vazia, as atuações são pavorosas e a direção fracassa miseravelmente ao tentar inserir homoerotismo. Uma estrela pelo personagem nerd do Josh Hammond, que até tem umas falas divertidas, mas isso não salva o filme de ser um dos piores que já vi. Comparado com isso, "A Rainha dos Condenados" é digno de Oscar.
Digam o que disserem, quando se trata de interpretar personagens surtados, Nicolas Cage ainda manda muito bem; eu não o via assim desde "Um estranho vampiro". Em relação à história, tem gente chiando que não é suficientemente fiel ao conto de Lovecraft, mas isso é algo que já ficava óbvio no trailer, então não é lá uma reclamação muito plausível. Aliás, parece que isso de fidelidade ao material original não é uma prioridade para os cineastas que levam Lovecraft para as telas (vide "Re-Animator"). Para mim, o problema deste filme foi o timing desequilibrado: dois terços dele são muito arrastados, tem muita encheção de linguiça no drama daquela família e as coisas só engatam mesmo no terceiro ato. A partir daí eu gostei dos momentos grotescos e psicodélicos. O que achei mais bizarro (e interessante), sem dúvida, foram as cenas com
o "monstro-mamãe". Lembrou bastante a criatura alienígena de "The Thing", principalmente a versão de 2011, onde a "coisa" funde dois corpos parcialmente.
Um grandioso épico dramático que faz jus ao status que conquistou: tecnicamente é impecável, desde a fotografia até a trilha sonora marcante, mas o que mais me impressionou foi a atuação de Omar Sharif: difícil imaginar um Jivago mais inspirado. Tenho o livro já há algum tempo e não pretendia lê-lo tão cedo, mas depois de ver esta adaptação primorosa vou tentar agilizar a leitura, não só para verificar o grau de fidelidade do roteiro, mas principalmente para adentrar melhor no contexto histórico da Rússia revolucionária.
Já faz muito tempo que eu enjoei de Scooby-Doo, tanto das animações quanto (principalmente) dos filmes em live-action. Porém, esta animação é pura nostalgia, e até hoje eu a defendo com unhas e dentes: é a melhor produção com a turma, na minha opinião. Adoro o traço do desenho e a história (que finalmente traz um mistério sobrenatural "de verdade"); mas o que mais me agrada aqui é a ambientação, porque adoro histórias que se passam no cenário lúgubre da Louisiana, com direito a pântanos, crocodilos... e vodu, claro! Além disso, este filme tem uma reviravolta muito interessante no clímax, quando as perspectivas sobre bem e mal são invertidas e, como se não bastasse, as competições entre Scooby e Salsicha para ver quem aguenta comer mais pimenta são hilárias.
Por ser uma produção independente, minha expectativa era quase nula, mas acabei me surpreendendo. Tem boa fotografia, boas caracterizações dos personagens (principalmente o Akuma) e até os efeitos visuais estão legais. Há quem reclame que tem poucas cenas de ação, mas eu gostei justamente porque houve uma maior preocupação do roteiro em contar uma história em vez de ficar só na pancadaria. Até certo ponto parece um live-action de "Street Fighter Alpha: Generations", mas por ser mais longo expande a perspectiva e o arco narrativo, construindo um ciclo que eu achei muito interessante entre o passado de Ryu e de Gouken. Só senti falta do tema musical do hadouken presente na série animada dos anos 90: inesquecível!
Assim como em "Jogo perigoso", Mike Flanagan entrega outro filme excelente, muito digno do livro em que se baseia. A propósito, num universo alternativo, bem que esse cara poderia ser declarado o "adaptador oficial" do Stephen King e refilmar tudo dele que já foi levado para as telas (com exceção das adaptações de Rob Reiner e Frank Darabont, porque esses dois são feras também). Os flashbacks foram muito bem trabalhados, e também as "cenas mentais", como
a armadilha mental da Abra para a Rose (uma das partes mais legais do livro) e a "sala dos baús" do Danny.
Eu temia que na tela essas cenas ficassem toscas e sem pé nem cabeça, como aconteceu na adaptação de "O apanhador de sonhos"; felizmente não foi o caso. Aliás, fico imaginando a perfeição que seria o Flanagan dirigindo a 2ª parte de "IT", porque foi justamente essa noção equilibrada de timing para a história e uso sensato dos flashbacks (sem exageros ou encheções de linguiça) que tanto fez falta naquele filme. Mas, como é inútil sonhar com isso a essa altura, estou torcendo para que ele seja o diretor numa eventual nova adaptação de "A hora do vampiro".
Meu favorito ao Oscar deste ano! Visual e esteticamente achei tão perfeccionista quanto "O resgate do soldado Ryan": de fato, a fotografia e a direção de arte deste filme são de um realismo impressionante, o que, na minha opinião, poderá garantir a ele os prêmios nas categorias técnicas. Quanto à história, para mim foi uma surpresa
o Blake ter morrido, e de forma tão estúpida (embora eu tenha achado a sua agonia o momento mais triste e dramático), porque o Schofield é que estava resmungando e se lamentando por estar naquela missão ingrata até então, inclusive quase morrendo na armadilha daquela mina alemã. Eu esperava que o Blake, com sua alma de bom samaritano, é que cumprisse a missão sozinho para transmitir a mensagem e impedir que o Robb Stark morresse... de novo.
E, a propósito, palmas para o George McKay: ele correu um bocado neste filme. Deve ter aprendido com o Tom Cruise.
Merece a fama que conquistou. Silvero Pereira é um ator incrível. Quanto à história, apresenta alegorias políticas e sociais infelizmente muito válidas nos dias atuais, principalmente na visão externa negativa sobre o nordeste (não só pelos estrangeiros, mas também por aqueles brasileiros que se consideram especiais por ser de outra região). Tem umas cenas simbólicas que eu achei brilhantes, como
o tiroteio na escola, onde metaforicamente os muros da educação protegem a todos que estão lá dentro; a cena em que um dos gringos mata uma criança por "pensar que ela estava armada" (cenário corriqueiro da polícia brasileira); a reunião em que os estrangeiros zombam dos sulistas pretensiosos que se consideram iguais aos gringos, e o momento em que o líder dos assassinos conversa com a Domingas em inglês e ela responde em português (ela entende o inglês, mas o gringo não sabe português, apesar de estar no país em que aquele é o idioma oficial).
O terceiro ato, então, é um banho de sangue digno.
Não gostei. Acho que pela sinopse e por já ter assistido "A autópsia" e o recente "Cadáver", eu esperava uma versão sobrenatural de "Doce vingança", com
a mulher morta sendo estuprada e "ressuscitando" para se vingar dos criminosos, sendo revelado que ela é na verdade uma bruxa, uma vampira ou por estar possuída por um espírito demoníaco.
Minha primeira frustração foi ver que não é nem terror, mas um suspense bem superficial e que mesmo curto consegue enrolar, por causa de uma história cheia de furos. O roteiro se preocupa mais em mostrar um diálogo inútil entre enfermeiras trocando receita de frango com mostarda do que em desenvolver os personagens importantes, que, com exceção da Anna, são puro estereótipo: o psicopata, o esquisito e o superior moral. Nem o final escapa:
a primeira morte da Anna eu pude atribuir a catalepsia, mas e a segunda? Dois caras ao mesmo tempo não conseguiram estrangulá-la "direito"?! Foi uma tremenda forçação de barra ela sobreviver para, só nos últimos instantes conseguir sua vingança.
Robert Pattinson dançando, cantando, gritando, correndo, surtando, fazendo caretas na chuva, declamando versos sem deixar o cigarro cair da boca, matando gaivotas, descascando banana... Se existisse justiça no mundo, esse cara teria sido indicado ao Oscar de Melhor ator deste ano, porque essa atuação foi fodástica. Ok, Rob, manda o Batman, que eu tô pronto!
O Silent Hill dos anos 80! Adorei as representações "artísticas" do inferno, a maquiagem grotesca e os momentos de gore à moda antiga (o clímax é um pesadelo deliciosamente bizarro). Nesses quesitos achei tão bom quanto o original. Porém, isso demora muito a acontecer e até quase a metade o roteiro é chato e cheio de idiotices, sendo a maior de todas a cena em que
Kirsty e Kyle vão à casa do dr. "Frankenstein" procurar a caixa de Lemarchand: logo ao chegar, encontram a(s) caixa(s), mas em vez de dar o fora dali, o rapaz manda ela esperar enquanto ele vai ver se tem alguém em casa. Para quê?! Se não tivesse ninguém, ele voltaria, diria: "não tem ninguém, vamos embora."; se tivesse (e ele sobrevivesse), voltaria e diria: "tem alguém, vamos embora." Entendem? É uma daquelas imbecilidades dos roteiros de filmes de terror que não servem para nada na história além de dar pretexto para os personagens serem massacrados.
Aaron Eckhart sustenta este filme com uma atuação brilhante... de um personagem detestável. Conheço meia dúzia de feministas radicais que fariam churrasco dele se o vissem na pele de Chad. Desde as pérolas que ele solta, como “não confio em nada que sangra por uma semana e não morre” até o seu plano de vingança contra as mulheres por se sentir ferido em seu “lugar de macho”, ele dá vida a um cretino misógino num nível patológico. O plot twist no final é ainda mais indigesto, porque até ali pensamos entender a justificativa daquele jogo mesquinho de manipulação sentimental com a moça surda, mas quando descobrimos a verdadeira motivação dele, é revoltante.
Tem pôster que compara com “Evil dead”, outro que compara com “Fome animal”, mas este filme não tem o charme tosco do clássico de Sam Raimi e nem a autenticidade do humor negro de Peter Jackson. Até a metade é um porre e dá vontade de desistir, com tanta besteira do roteiro e personagens inexpressivos e caricatos. A única exceção é o cantor country “cantando” partes da história. Fora isso, o filme só melhora depois que soltam a franga (ou melhor, os demônios), no terceiro ato, que é realmente muito divertido. Zumbis caipiras dançando com a coreografia descaradamente copiada de Thriller, e umas cenas gore que realmente lembram os bons trash antigos, principalmente as partes com os zumbis atacando a pensão, com direito a decapitações e outras mutilações exageradamente sangrentas. E o melhor é que nos créditos finais o cantor ainda nos brinda com um “resumo” da história. Cantei junto, mas só decorei a parte do “crazy shit”.
Lon Chaney Jr. fez um bom trabalho como Lennie na primeira adaptação desse livro de Steinbeck, mas John Malkovitch supera qualquer expectativa nessa "nova" versão. Ele incorpora o personagem de maneira impressionante, criando gestos, trejeitos e forma de falar que fazem desta uma de suas melhores atuações. Isso é que é amor à profissão! O restante do elenco também não decepciona, e o roteiro é um primor de fidelidade e equilíbrio. Eu estou totalmente satisfeito com o filme "Vinhas da ira", de 1940, mas se algum dia fizerem uma nova adaptação do livro, espero que tenha o mesmo respeito à obra de Steinbeck que Gary Sinise teve aqui, tanto atuando quanto dirigindo.
"É pior do que cobra cascavel, seu veneno é cruel..." Ao invés daquela lenga-lenga enjoativa do "letter to daddy", Jane Hudson devia mesmo era cantar "Erva venenosa". Bette Davis (como assim não levou o Oscar a que foi indicada?) entrega uma mistura de Norman Bates com Annie Wilkes de arrepiar. Aliás, eu não ficaria surpreso se Stephen King declarasse ter se inspirado parcialmente nessa história para criar a situação central de "Misery". Além da atuação brilhante da Bette, na minha opinião a fotografia em preto e branco caiu tão bem neste filme quanto em "Psicose". Destaque também para o premiado figurino.
Boris Karloff não precisa de parafusos no pescoço para fazer a gente sentir arrepios; seu Gray é sinistro. Infelizmente não se pode dizer o mesmo de Bela Lugosi: é inacreditável que o mesmo cara que consolidou o arquétipo do Drácula no cinema tenha sido tão mal aproveitado neste filme, reduzindo-se a um personagem patético e caricato. Acho que seria muito mais inteligente colocá-lo como MacFarlane.
Como a maioria dos fãs do Homem-Aranha, acho os filmes do Sam Raimi as melhores adaptações do personagem. Porém, uma coisa que eu gosto muito nos filmes posteriores do cabeça de teia é a oportunidade de trazer outros vilões dele (e a galeria de vilões do HA é imensa, comparável à do Batman). Aliás, considero Mysterio um dos personagens mais interessantes das hqs e animações, e eu curti muito a atuação do Jake Gyllenhaal no papel. Quanto a Tom Holland, pode não ser o melhor Homem-Aranha, mas ainda assim acho-o muito competente desde "O impossível", onde ele e a Naomi Watts sustentam o filme. Por outro lado, não gostei dessa nova May jovem e descolada da Marisa Tomei. Tia May raiz é a Rosemary Harris!
Vale só pelo fetiche de ver o Tom Welling sem superpoderes, porque no mais é um filme fraquíssimo. O original já não era lá essas coisas, era tosco e teatral nas cenas que deveriam ser tensas, mas pelo menos tinha uma atmosfera literalmente carregada e um final clichê, embora aceitável, coisa que este remake não consegue produzir. O desfecho é ridículo e não tem nem efeitos visuais decentes para distrair os olhos da fragilidade do roteiro. Esquecível.
Sinceramente, gostei mais do que esperava. Depois de ver tanta gente chiando que os flashbacks tornaram o filme cansativo e arrastado, fiquei receoso, porque também não gosto de excessos de volta no tempo, por me parecer recurso pobre de roteiro preguiçoso que não consegue avançar e por isso fica rebobinando. Porém, não senti isso neste filme: foram quase 3 horas que para mim passaram voando. Como eu gosto muito da versão infantil dos Losers na primeira parte, encarei os flashbacks como cenas bônus daquele filme. Além disso, há algumas cenas do livro que eu queria muito ter visto no filme anterior, e esses flashbacks realizaram meu desejo, especialmente na cena do
encontro do Richie com o Paul Bunyan: dura poucos segundos, mas aquele momento valeu o filme todo para mim. Também gostei da cena no esconderijo subterrâneo dos Losers e o momento alucinógeno em que alguns deles veem a chegada da Coisa na Terra.
Para mim, o único problema deste filme é que por ter dado tanto destaque aos flashbacks não houve tempo suficiente para desenvolver os conflitos do tempo presente para os personagens adultos. E o livro constrói situações importantíssimas desse tipo que poderiam ser usadas neste filme, como
a “Lua” manipulando o Bowers no hospício e um melhor aproveitamento do personagem ao fugir; a relação triangular de Beverly-Ben-Bill e uma participação maior do marido abusivo da Beverly e da esposa do Bill (que também são afetados pela Coisa).
Menção honrosa à atuação do Bill Hader, o melhor ator/personagem adulto aqui, na minha opinião.
Conta Comigo
4.3 1,9K Assista Agora"Nunca mais tive amigos como aqueles que eu tive aos 12 anos. Meu Deus, e alguém tem?"
Essa reflexão do Gordie e mais "Stand by me" nos créditos são um fechamento perfeito para a história. No mais, a atmosfera oitentista e a essência nostálgica deste filme me lembraram muito o videoclipe "Turn back the clock", do Johnny Hates Jazz, também dos anos 80. Vou até deixar o link do YouTube para quem eventualmente não conhece: https://www.youtube.com/watch?v=51NAFhGDIYw
Entre Facas e Segredos
4.0 1,5K Assista AgoraRazoável. A resolução do mistério em torno da morte do patriarca da família Thrombey preencheu muito bem as lacunas, mesmo que de forma mirabolante (o que não é problema para os leitores de Agatha Christie). Porém, achei frustrante quando é revelado o verdadeiro culpado, porque é absurdamente óbvio desde os primeiros momentos em que tal personagem aparece em cena
desde a briga com o avô até o comportamento que muda de repente e ele deixa de ser o playboy "tô nem aí" para se tornar tão prestativo e compreensivo em querer ajudar a Marta -Mosca-Morta. Sério, ele tinha "culpado" estampado na testa.
Foi tão óbvio que cheguei a pensar que ele era uma daquelas pistas falsas tão comuns nos livros do Conan Doyle ou até mesmo do Dan Brown, onde o autor apresenta um personagem de forma exageradamente suspeita para desviar a nossa atenção do verdadeiro vilão. Não foi o caso neste filme: aqui o suspeito é mesmo o culpado. E por fim: o que o Jaeden Martell está fazendo neste filme? De protagonista de "IT" a quase-figurante aqui, foi uma queda brusca.
A Noite dos Mortos-Vivos
3.6 373 Assista AgoraO original é um clássico, mas francamente eu não o colocaria num "top 3", acho-o muito datado. Este remake também não estaria na lista, mas tem alguns aspectos que são visivelmente superiores ao de 68, como a maquiagem (nesse caso, não dá para culpar o antigo por suas limitações) e, principalmente, a ideia de Romero em apagar aquela protagonista lesada e inútil do original, transformando a Barbara deste "novo" filme numa mulher forte e determinada. Quanto aos finais, há quem reclame porque nesta versão
o Ben morre de forma "justificada".
É difícil entender essa gente; então queriam que o final fosse igual ao do filme original? Eu gostei dos dois finais, é como ter uma "versão alternativa" do desenrolar da história. Foi uma sacada inteligente do Romero. Provavelmente ele previu o desastre que seria o remake de "Psicose" por reciclar 100% do roteiro do filme de Hitchcock.
Irmandade de Sangue
1.5 17 Assista AgoraParece que a ideia era fazer uma versão LGBT de "Os Garotos Perdidos", mas faltou coragem e ficou só um "Gaypúsculo" ruim de amargar. A história é ridiculamente vazia, as atuações são pavorosas e a direção fracassa miseravelmente ao tentar inserir homoerotismo. Uma estrela pelo personagem nerd do Josh Hammond, que até tem umas falas divertidas, mas isso não salva o filme de ser um dos piores que já vi. Comparado com isso, "A Rainha dos Condenados" é digno de Oscar.
A Cor que Caiu do Espaço
3.1 347Digam o que disserem, quando se trata de interpretar personagens surtados, Nicolas Cage ainda manda muito bem; eu não o via assim desde "Um estranho vampiro". Em relação à história, tem gente chiando que não é suficientemente fiel ao conto de Lovecraft, mas isso é algo que já ficava óbvio no trailer, então não é lá uma reclamação muito plausível. Aliás, parece que isso de fidelidade ao material original não é uma prioridade para os cineastas que levam Lovecraft para as telas (vide "Re-Animator").
Para mim, o problema deste filme foi o timing desequilibrado: dois terços dele são muito arrastados, tem muita encheção de linguiça no drama daquela família e as coisas só engatam mesmo no terceiro ato. A partir daí eu gostei dos momentos grotescos e psicodélicos. O que achei mais bizarro (e interessante), sem dúvida, foram as cenas com
o "monstro-mamãe". Lembrou bastante a criatura alienígena de "The Thing", principalmente a versão de 2011, onde a "coisa" funde dois corpos parcialmente.
Doutor Jivago
4.2 311 Assista AgoraUm grandioso épico dramático que faz jus ao status que conquistou: tecnicamente é impecável, desde a fotografia até a trilha sonora marcante, mas o que mais me impressionou foi a atuação de Omar Sharif: difícil imaginar um Jivago mais inspirado. Tenho o livro já há algum tempo e não pretendia lê-lo tão cedo, mas depois de ver esta adaptação primorosa vou tentar agilizar a leitura, não só para verificar o grau de fidelidade do roteiro, mas principalmente para adentrar melhor no contexto histórico da Rússia revolucionária.
Scooby-Doo na Ilha dos Zumbis
3.7 179 Assista AgoraJá faz muito tempo que eu enjoei de Scooby-Doo, tanto das animações quanto (principalmente) dos filmes em live-action. Porém, esta animação é pura nostalgia, e até hoje eu a defendo com unhas e dentes: é a melhor produção com a turma, na minha opinião. Adoro o traço do desenho e a história (que finalmente traz um mistério sobrenatural "de verdade"); mas o que mais me agrada aqui é a ambientação, porque adoro histórias que se passam no cenário lúgubre da Louisiana, com direito a pântanos, crocodilos... e vodu, claro! Além disso, este filme tem uma reviravolta muito interessante no clímax, quando as perspectivas sobre bem e mal são invertidas e, como se não bastasse, as competições entre Scooby e Salsicha para ver quem aguenta comer mais pimenta são hilárias.
Street Fighter: Punho Assassino
3.8 174 Assista grátisPor ser uma produção independente, minha expectativa era quase nula, mas acabei me surpreendendo. Tem boa fotografia, boas caracterizações dos personagens (principalmente o Akuma) e até os efeitos visuais estão legais. Há quem reclame que tem poucas cenas de ação, mas eu gostei justamente porque houve uma maior preocupação do roteiro em contar uma história em vez de ficar só na pancadaria. Até certo ponto parece um live-action de "Street Fighter Alpha: Generations", mas por ser mais longo expande a perspectiva e o arco narrativo, construindo um ciclo que eu achei muito interessante entre o passado de Ryu e de Gouken.
Só senti falta do tema musical do hadouken presente na série animada dos anos 90: inesquecível!
Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraAssim como em "Jogo perigoso", Mike Flanagan entrega outro filme excelente, muito digno do livro em que se baseia. A propósito, num universo alternativo, bem que esse cara poderia ser declarado o "adaptador oficial" do Stephen King e refilmar tudo dele que já foi levado para as telas (com exceção das adaptações de Rob Reiner e Frank Darabont, porque esses dois são feras também).
Os flashbacks foram muito bem trabalhados, e também as "cenas mentais", como
a armadilha mental da Abra para a Rose (uma das partes mais legais do livro) e a "sala dos baús" do Danny.
Aliás, fico imaginando a perfeição que seria o Flanagan dirigindo a 2ª parte de "IT", porque foi justamente essa noção equilibrada de timing para a história e uso sensato dos flashbacks (sem exageros ou encheções de linguiça) que tanto fez falta naquele filme. Mas, como é inútil sonhar com isso a essa altura, estou torcendo para que ele seja o diretor numa eventual nova adaptação de "A hora do vampiro".
1917
4.2 1,8K Assista AgoraMeu favorito ao Oscar deste ano!
Visual e esteticamente achei tão perfeccionista quanto "O resgate do soldado Ryan": de fato, a fotografia e a direção de arte deste filme são de um realismo impressionante, o que, na minha opinião, poderá garantir a ele os prêmios nas categorias técnicas.
Quanto à história, para mim foi uma surpresa
o Blake ter morrido, e de forma tão estúpida (embora eu tenha achado a sua agonia o momento mais triste e dramático), porque o Schofield é que estava resmungando e se lamentando por estar naquela missão ingrata até então, inclusive quase morrendo na armadilha daquela mina alemã. Eu esperava que o Blake, com sua alma de bom samaritano, é que cumprisse a missão sozinho para transmitir a mensagem e impedir que o Robb Stark morresse... de novo.
E, a propósito, palmas para o George McKay: ele correu um bocado neste filme. Deve ter aprendido com o Tom Cruise.
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraMerece a fama que conquistou. Silvero Pereira é um ator incrível. Quanto à história, apresenta alegorias políticas e sociais infelizmente muito válidas nos dias atuais, principalmente na visão externa negativa sobre o nordeste (não só pelos estrangeiros, mas também por aqueles brasileiros que se consideram especiais por ser de outra região). Tem umas cenas simbólicas que eu achei brilhantes, como
o tiroteio na escola, onde metaforicamente os muros da educação protegem a todos que estão lá dentro; a cena em que um dos gringos mata uma criança por "pensar que ela estava armada" (cenário corriqueiro da polícia brasileira); a reunião em que os estrangeiros zombam dos sulistas pretensiosos que se consideram iguais aos gringos, e o momento em que o líder dos assassinos conversa com a Domingas em inglês e ela responde em português (ela entende o inglês, mas o gringo não sabe português, apesar de estar no país em que aquele é o idioma oficial).
O terceiro ato, então, é um banho de sangue digno.
O Cadáver de Anna Fritz
3.2 120Não gostei. Acho que pela sinopse e por já ter assistido "A autópsia" e o recente "Cadáver", eu esperava uma versão sobrenatural de "Doce vingança", com
a mulher morta sendo estuprada e "ressuscitando" para se vingar dos criminosos, sendo revelado que ela é na verdade uma bruxa, uma vampira ou por estar possuída por um espírito demoníaco.
Nem o final escapa:
a primeira morte da Anna eu pude atribuir a catalepsia, mas e a segunda? Dois caras ao mesmo tempo não conseguiram estrangulá-la "direito"?! Foi uma tremenda forçação de barra ela sobreviver para, só nos últimos instantes conseguir sua vingança.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraRobert Pattinson dançando, cantando, gritando, correndo, surtando, fazendo caretas na chuva, declamando versos sem deixar o cigarro cair da boca, matando gaivotas, descascando banana... Se existisse justiça no mundo, esse cara teria sido indicado ao Oscar de Melhor ator deste ano, porque essa atuação foi fodástica.
Ok, Rob, manda o Batman, que eu tô pronto!
Hellraiser II: Renascido das Trevas
3.4 304 Assista AgoraO Silent Hill dos anos 80! Adorei as representações "artísticas" do inferno, a maquiagem grotesca e os momentos de gore à moda antiga (o clímax é um pesadelo deliciosamente bizarro). Nesses quesitos achei tão bom quanto o original. Porém, isso demora muito a acontecer e até quase a metade o roteiro é chato e cheio de idiotices, sendo a maior de todas a cena em que
Kirsty e Kyle vão à casa do dr. "Frankenstein" procurar a caixa de Lemarchand: logo ao chegar, encontram a(s) caixa(s), mas em vez de dar o fora dali, o rapaz manda ela esperar enquanto ele vai ver se tem alguém em casa. Para quê?! Se não tivesse ninguém, ele voltaria, diria: "não tem ninguém, vamos embora."; se tivesse (e ele sobrevivesse), voltaria e diria: "tem alguém, vamos embora." Entendem? É uma daquelas imbecilidades dos roteiros de filmes de terror que não servem para nada na história além de dar pretexto para os personagens serem massacrados.
Na Companhia de Homens
3.5 23Aaron Eckhart sustenta este filme com uma atuação brilhante... de um personagem detestável. Conheço meia dúzia de feministas radicais que fariam churrasco dele se o vissem na pele de Chad. Desde as pérolas que ele solta, como “não confio em nada que sangra por uma semana e não morre” até o seu plano de vingança contra as mulheres por se sentir ferido em seu “lugar de macho”, ele dá vida a um cretino misógino num nível patológico. O plot twist no final é ainda mais indigesto, porque até ali pensamos entender a justificativa daquele jogo mesquinho de manipulação sentimental com a moça surda, mas quando descobrimos a verdadeira motivação dele, é revoltante.
Adivinhe Quem Vem Para Morrer
2.9 33 Assista AgoraTem pôster que compara com “Evil dead”, outro que compara com “Fome animal”, mas este filme não tem o charme tosco do clássico de Sam Raimi e nem a autenticidade do humor negro de Peter Jackson. Até a metade é um porre e dá vontade de desistir, com tanta besteira do roteiro e personagens inexpressivos e caricatos. A única exceção é o cantor country “cantando” partes da história. Fora isso, o filme só melhora depois que soltam a franga (ou melhor, os demônios), no terceiro ato, que é realmente muito divertido. Zumbis caipiras dançando com a coreografia descaradamente copiada de Thriller, e umas cenas gore que realmente lembram os bons trash antigos, principalmente as partes com os zumbis atacando a pensão, com direito a decapitações e outras mutilações exageradamente sangrentas. E o melhor é que nos créditos finais o cantor ainda nos brinda com um “resumo” da história. Cantei junto, mas só decorei a parte do “crazy shit”.
Ratos e Homens
4.0 70 Assista AgoraLon Chaney Jr. fez um bom trabalho como Lennie na primeira adaptação desse livro de Steinbeck, mas John Malkovitch supera qualquer expectativa nessa "nova" versão. Ele incorpora o personagem de maneira impressionante, criando gestos, trejeitos e forma de falar que fazem desta uma de suas melhores atuações. Isso é que é amor à profissão! O restante do elenco também não decepciona, e o roteiro é um primor de fidelidade e equilíbrio. Eu estou totalmente satisfeito com o filme "Vinhas da ira", de 1940, mas se algum dia fizerem uma nova adaptação do livro, espero que tenha o mesmo respeito à obra de Steinbeck que Gary Sinise teve aqui, tanto atuando quanto dirigindo.
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
4.4 828 Assista Agora"É pior do que cobra cascavel, seu veneno é cruel..."
Ao invés daquela lenga-lenga enjoativa do "letter to daddy", Jane Hudson devia mesmo era cantar "Erva venenosa". Bette Davis (como assim não levou o Oscar a que foi indicada?) entrega uma mistura de Norman Bates com Annie Wilkes de arrepiar. Aliás, eu não ficaria surpreso se Stephen King declarasse ter se inspirado parcialmente nessa história para criar a situação central de "Misery".
Além da atuação brilhante da Bette, na minha opinião a fotografia em preto e branco caiu tão bem neste filme quanto em "Psicose". Destaque também para o premiado figurino.
O Túmulo Vazio
3.7 49 Assista AgoraBoris Karloff não precisa de parafusos no pescoço para fazer a gente sentir arrepios; seu Gray é sinistro. Infelizmente não se pode dizer o mesmo de Bela Lugosi: é inacreditável que o mesmo cara que consolidou o arquétipo do Drácula no cinema tenha sido tão mal aproveitado neste filme, reduzindo-se a um personagem patético e caricato. Acho que seria muito mais inteligente colocá-lo como MacFarlane.
O Rei Leão
3.8 1,6K Assista AgoraNessa onda de live-actions de animações da Disney, este foi o que mais gostei. Só não dou nota máxima porque
não teve o "SEX" no céu noturno quando Simba levanta poeira ao deitar.
A Morte de Dick Long
3.2 18Tradução brasileira: "A morte do pau comprido"
Homem-Aranha: Longe de Casa
3.6 1,3K Assista AgoraComo a maioria dos fãs do Homem-Aranha, acho os filmes do Sam Raimi as melhores adaptações do personagem. Porém, uma coisa que eu gosto muito nos filmes posteriores do cabeça de teia é a oportunidade de trazer outros vilões dele (e a galeria de vilões do HA é imensa, comparável à do Batman). Aliás, considero Mysterio um dos personagens mais interessantes das hqs e animações, e eu curti muito a atuação do Jake Gyllenhaal no papel. Quanto a Tom Holland, pode não ser o melhor Homem-Aranha, mas ainda assim acho-o muito competente desde "O impossível", onde ele e a Naomi Watts sustentam o filme.
Por outro lado, não gostei dessa nova May jovem e descolada da Marisa Tomei. Tia May raiz é a Rosemary Harris!
A Névoa
2.1 277Vale só pelo fetiche de ver o Tom Welling sem superpoderes, porque no mais é um filme fraquíssimo. O original já não era lá essas coisas, era tosco e teatral nas cenas que deveriam ser tensas, mas pelo menos tinha uma atmosfera literalmente carregada e um final clichê, embora aceitável, coisa que este remake não consegue produzir. O desfecho é ridículo e não tem nem efeitos visuais decentes para distrair os olhos da fragilidade do roteiro. Esquecível.
It: Capítulo Dois
3.4 1,5K Assista AgoraSinceramente, gostei mais do que esperava. Depois de ver tanta gente chiando que os flashbacks tornaram o filme cansativo e arrastado, fiquei receoso, porque também não gosto de excessos de volta no tempo, por me parecer recurso pobre de roteiro preguiçoso que não consegue avançar e por isso fica rebobinando. Porém, não senti isso neste filme: foram quase 3 horas que para mim passaram voando. Como eu gosto muito da versão infantil dos Losers na primeira parte, encarei os flashbacks como cenas bônus daquele filme. Além disso, há algumas cenas do livro que eu queria muito ter visto no filme anterior, e esses flashbacks realizaram meu desejo, especialmente na cena do
encontro do Richie com o Paul Bunyan: dura poucos segundos, mas aquele momento valeu o filme todo para mim. Também gostei da cena no esconderijo subterrâneo dos Losers e o momento alucinógeno em que alguns deles veem a chegada da Coisa na Terra.
Para mim, o único problema deste filme é que por ter dado tanto destaque aos flashbacks não houve tempo suficiente para desenvolver os conflitos do tempo presente para os personagens adultos. E o livro constrói situações importantíssimas desse tipo que poderiam ser usadas neste filme, como
a “Lua” manipulando o Bowers no hospício e um melhor aproveitamento do personagem ao fugir; a relação triangular de Beverly-Ben-Bill e uma participação maior do marido abusivo da Beverly e da esposa do Bill (que também são afetados pela Coisa).
Menção honrosa à atuação do Bill Hader, o melhor ator/personagem adulto aqui, na minha opinião.