"A mão do Eurico" – Um pouco do que não foi citado
Faltou Citar
Sobre um pouco daquilo que não foi citado no documentário de Eurico Miranda e é importante ser registrado mais à frente, numa outra oportunidade, baseado na biografia dele e nos fatos inequívocos expostos pela própria mídia e pela história não só do Vasco, como de seus principais adversários do Rio.
Não citaram que o jornalista de "O Globo", responsável pela matéria "A mão do Eurico", José Jorge, pediu desculpas ao próprio pela reprodução da mesma, ao identificar que não fora Eurico ou sua mão, protagonista do apagão.
Não citaram a passagem de Eurico Miranda como representante do basquete carioca em 1972, quando questionou os organizadores do torneio disputado em Recife por tentarem dar privilégios aos paulistas em detrimento dos demais estados participantes da competição, obtendo êxito naquilo que queria (a igualdade de tratamento entre todos) e o título de campeão, tido como quase impossível por muitos, conquistado pelos cariocas.
Não citaram que através de ação diligente iniciada por Eurico Miranda, em 1981, lutando pelos direitos do Vasco, os clubes passaram a receber do governo percentuais sobre a Loteria Esportiva, anos depois.
Não citaram as duas invasões de campo de torcedores do Flamengo, ocorridas no segundo jogo da decisão do Campeonato Carioca de 1981 frente ao Vasco, aos 37 minutos do segundo tempo, quando o placar que dava o título ao Flamengo se mantinha (0 x 0). Não foi, portanto, uma novidade ou fato insólito a invasão do ladrilheiro rubro-negro no terceiro jogo decisivo, logo após o Vasco diminuir o placar para 2 x 1.
Não citaram que nos 25 anos anteriores à chegada de Eurico Miranda como Vice-Presidente de Futebol do clube, o Vasco era o quarto clube dos grandes em títulos no Rio de Janeiro e que quando Eurico assumiu o cargo, em janeiro de 1986, o Bangu (que o Vasco não vencia desde 1982) se mostrava mais forte que o próprio Vasco, considerando o ano anterior (1985).
Não citaram que na primeira decisão do Vasco com Eurico Miranda à frente do clube (Taça Guanabara de 1986), houve vitória do Vasco sobre o Flamengo por 2 x 0, gols de Romário, com 121 mil pagantes no Maracanã, após ele desafiar a torcida do Flamengo e dizer que a do Vasco seria maior no estádio, promovendo o jogo e vendo, de fato, os vascaínos dividirem o Maracanã com seu principal rival, quanto à presença de público.
Não citaram o caso das papeletas amarelas em 1986, suposto esquema de corrupção em favor de árbitros que apitaram jogos do Flamengo, trazido a público de dentro do próprio Flamengo, pouco após o rubro-negro ter sido Campeão Carioca daquele ano.
Não citaram que Eurico Miranda, trabalhando nos bastidores e encarando adversários de ocasião, impediu o Vasco de cair de divisão no Campeonato Brasileiro, em 1986, quando tentou-se, fora de campo, fazer com que o Joinville ficasse com a vaga do Vasco, comportando-se parte da imprensa carioca à época mais favorável à tese do Joinville (que buscava a vaga fora das quatro linhas) que a do Vasco, norteada no resultado de campo das duas equipes.
Não citaram que Eurico Miranda foi o responsável pelo cruzamento dos módulos verde e amarelo no Campeonato Brasileiro de 1987, que possibilitou ao Sport ser o Campeão Brasileiro daquele ano e, com isso, que a Copa União não fosse considerada pela CBF como uma competição pirata.
Não citaram que o Vasco, quando ganhou o Bicampeonato Carioca, o fez após 38 anos da conquista anterior e que nas duas decisões (1987 e 1988) ex-rubro-negros trazidos por ele, Eurico, fizeram os gols dos respectivos títulos para o Vasco (Tita e Cocada).
Não citaram que Eurico Miranda, enquanto diretor de futebol da CBF, criou a Copa do Brasil.
Não citaram que Eurico Miranda, enquanto diretor de futebol da CBF, foi diligente no episódio da partida contra o Chile, válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1990, sabendo que havia possibilidade de o Brasil perder os pontos da partida pelo fato de um sinalizador de fumaça ter sido atirado em campo, na direção do goleiro Rojas (embora sem atingi-lo), tomando medidas para que os chilenos não saíssem do vestiário após abandonarem o campo e garantindo na mesma noite à imprensa que o Brasil estaria na Copa do Mundo, pois o Chile sofreria um W.O., o que, de fato, ocorreu.
Não citaram o tricampeonato do Troféu Ramon de Carranza, disputado na Espanha (1987/1988/1989), fato que nenhum clube no mundo, não espanhol, jamais conseguiu.
Não citaram que Eurico Miranda saiu da CBF porque Ricardo Teixeira lhe deu a opção de decidir entre a entidade e o Vasco e ele Eurico, de pronto, disse que sua opção seria o Vasco. "Não precisa perguntar duas vezes. Minha opção é o Vasco".
Não citaram que Eurico Miranda refutou as ponderações de Antônio Soares Calçada para demitir o treinador Nelsinho no meio do Campeonato Brasileiro de 1989.
Não citaram a briga nos bastidores contra o Palmeiras no Campeonato Brasileiro de 1989 para que o Vasco chegasse à decisão do campeonato.
Não citaram que na queda de braço entre Vasco e CBF sobre a liberação dos atletas para a seleção antes da Copa do Mundo de 1990, prevaleceu a vontade do Vasco e não da entidade, considerando a entrevista dada por Ricardo Teixeira, mostrada no documentário.
Não citaram que na discussão de 1990 sobre o Campeonato Carioca, o Fluminense ficou do lado do Vasco (até ser eliminado em campo pelo próprio Vasco), que a arbitragem ficou no gramado esperando o Botafogo voltar à cancha (porque era a ordem da FERJ) na partida em que houve a dupla interpretação dos clubes de que eram campeões, que na decisão nos tribunais esportivos suprimiu-se instância para definir o Botafogo como campeão e que dar o título ao Botafogo foi um trabalho primordialmente midiático até o julgamento.
Não citaram que Eurico Miranda refutou a hipótese de o Vasco entregar o jogo com o São Paulo em 1992, diante da iminência de a vaga ficar com o Flamengo para ir à decisão do Campeonato Brasileiro, embora os jornais do dia do jogo sugerissem que era plausível Eurico fazê-lo.
Não citaram que os grandes clubes cariocas foram obrigados a disputar todos os clássicos no Campeonato Carioca de 1992 em São Januário e que o Vasco neste ano foi Campeão Carioca Invicto, o que não ocorria há 43 anos.
Não citaram que Eurico Miranda defendeu o ex-atleta rubro-negro Junior, que dera uma cabeçada no árbitro Jorge Travassos no último jogo do Campeonato Carioca (Vasco x Flamengo) em 1992, para que ele não sofresse uma grande punição e pudesse, com isso, encerrar sua carreira, sem qualquer entrave, no ano seguinte, como de fato ocorreu no primeiro semestre de 1993.
Não citaram que Eurico repudiava a venda de Edmundo ao Palmeiras em 1993 e que o presidente do clube à época, Antônio Soares Calçada, ameaçou renunciar caso ela não fosse concretizada.
Não citaram que na conquista do Bicampeonato pelo Vasco em 1993 foi a primeira vez na história em que o clube derrotou o Fluminense numa decisão de Campeonato Carioca e que em todas as decisões de taça ou campeonato disputadas contra o adversário no período de Eurico como Vice de Futebol e presidente do clube, o Vasco venceu todas. Foram nove ao todo. E que antes disso (antes da chegada de Eurico à vice-presidência de futebol) o Vasco havia perdido, diante do mesmo adversário, sete decisões consecutivas.
Não citaram a tentativa infrutífera dos rivais cariocas de boicotar o campeonato no ano do tri (1994) e a que ponto chegou a rivalidade do Flamengo com o Vasco, no jogo seguinte ao falecimento de Dener, partida na qual, inclusive, o Vasco foi prejudicado pela arbitragem e sofreu sua única derrota na competição.
Não citaram as preocupações de Eurico Miranda com a família de Dener, logo após o falecimento do atleta, quando se preocupou com a quitação de apartamento para a mãe do ex-atleta, entre outras assistências à família e que após o imbróglio jurídico foi na gestão do próprio Eurico, como presidente do Vasco, que os valores acertados em juízo foram finalmente satisfeitos, após calote das últimas seis parcelas de pagamento por parte da gestão antecessora a dele.
Não citaram que Eurico conseguiu fazer reconhecer oficialmente, com status de Libertadores, o título Sul-Americano de 1948, isso em 1996, garantindo a participação do Vasco na Supercopa Libertadores de 1997 (e outras que porventura fossem disputadas), competição da qual só participavam equipes que tivessem conquistado a Taça Libertadores.
Não citaram o caso da "Liga Barbante" que os demais clubes do Rio quiseram implementar em 1997, sem sucesso.
Não citaram que o mesmo Edmundo, liberado para disputar a decisão do Campeonato Brasileiro de 1997 contra o Palmeiras, após ter sido julgado, obteve efeito suspensivo para atuar na final do Campeonato Brasileiro de 1994 pelo próprio Palmeiras, diante do Corinthians, mesmo julgado e posto na condição de impedido de jogar, diferentemente do ocorrido em 1997.
Não citaram como Eurico Miranda conseguiu que o Vasco atuasse até a decisão da Taça Libertadores de 1998 em seu estádio.
Não citaram o título carioca conquistado pelo Vasco no ano do centenário, nem o papelão dos rivais no campeonato, inclusive com vergonhosos WOs, frutos da fuga de Flamengo e Botafogo quando da ocasião em que deveriam enfrentar o Vasco.
Não citaram que no jogo do título carioca do ano do centenário (1998), em Bangu, a partida só não acabou sem acréscimos da arbitragem porque Eurico Miranda foi a campo e pressionou o árbitro para isso, após as luzes terem sido apagadas, o que aparentemente faria com que o árbitro encerrasse a partida sem descontos.
Não citaram que o Projeto Olímpico veio a partir de um consenso entre as partes envolvidas de que fortaleceria a marca, facilitando a que a VGL obtivesse novos patrocínios e receitas para o clube, o que por sinal era sua função à época.
Não citaram a conquista do Torneio Rio- São Paulo de 1999, mas apenas uma fala de Eurico numa rádio (para afrontar setores da imprensa paulista) a respeito da competição.
Não citaram que no balanço patrimonial do clube em 1999 todo o valor investido em esportes olimpicos e correlatos somava apenas 22% do montante, enquanto o referente ao futebol chegava a 67%.
Não citaram que o mesmo critério utilizado para o Vasco disputar o Campeonato Mundial de 2000 valeu para o Palmeiras ser escolhido como representante brasileiro para disputar o de 2001 na Espanha, que chegou a ser anunciado pela FIFA em fevereiro daquele ano para ser realizado em agosto, mas que depois não foi para frente.
Não citaram que o parceiro contratual do clube desde 1998 deixou de pagar o Vasco em julho de 2000.
Não citaram o porquê de Eurico Miranda ter sido contra a Lei Pelé e as consequências de tal lei para o futebol brasileiro, primordialmente para os clubes, desembocando nas SAFs, criadas via legislação, em 2021.
Não citaram o real motivo de a Globo ter se indisposto com o Vasco, quando o clube não aceitou atuar em jogos encavalados, referentes a Campeonato Brasileiro e Copa Mercosul, no fim de 2000, causando prejuízos e embaraços à emissora, após o Vasco instar o Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol para que fosse à Justiça, a fim de impedir que o clube se visse obrigado a atuar em até cinco partidas no incrível espaço de 14/12 a 23/12.
Não citaram que a Globo tratou como antecipação de receitas um valor que na verdade foi emprestado com aval do parceiro do Vasco, que garantia poder ocorrer tal empréstimo pois o quitaria, algo não concretizado.
Não citaram que o Vasco denunciou o contrato em 14/02/2001 e no imbróglio com o parceiro ganhou em primeira instância o direito de receber U$12 milhões e que no acordo feito em 2002, embora a VGL cobrasse quase 80 milhões de reais do clube, aceitou-se fazer acordo, ficando elas por elas.
Não citaram que o Vasco não tinha como buscar patrocínio entre 2001 e 2002 porque a marca estava presa, tanto que nova fornecedora de material esportivo foi fechada logo após o fim do torniquete financeiro, em agosto de 2002. E que em 2004 o clube obteve patrocínio durante a temporada (utilizado, na prática, para ajudá-lo a obter certidões positivas com efeito de negativas no ano seguinte) e pontual (no último jogo do Campeonato Brasileiro), que em 2007 o clube teve patrocínio durante o período da luta de Romário por marcar seu milésimo gol (BMG) e que em 2008 o clube obteve novo patrocínio (MRV), válido até fevereiro de 2009 e, finalmente, que a grande preocupação do Vasco na primeira década do século foi a de se manter na elite dentre os clubes recebedores das cotas de TV, maior receita dos clubes na ocasião (com raríssimas exceçoes), o que conseguiu, de fato, durante todo aquele período em que Eurico Miranda esteve à frente do clube.
Não citaram que entre 1998 e 2002 o Vasco adquiriu uma rua inteira, comprando 56 imóveis, incorporando tudo ao seu patrimônio, no complexo de São Januário.
Não citaram que a Globo foi convencida a conversar com o Vasco em 2002, porque o clube não deu unanimidade quanto à redução que pretendia a emissora fazer no contrato seguinte de cotas de TV (os outros clubes todos, devedores dela, pressionados, aquiesciam) e que ela pagou cotas ao Vasco no mesmo ano, embora a narrativa fosse a de que o clube já havia antecipado tudo até 2003.
Não citaram que a força de Eurico Miranda o fazia comandar as negociações das cotas de TV e que a Globo teve nele, na esmagadora maioria das vezes, um aliado, tendo sido ele, na prática, o maior parceiro dela nesse quesito.
Não citaram a conquista do Campeonato Carioca de 2003, ano em que o Vasco obteve também a Taça Guanabara e a Taça Rio.
Não citaram que a participação do Vasco na Copa Sul-Americana de 2003 se deu porque o clube fez valer seu direito, citando o título Sul-Americano de 1948 para que fosse incluído no critério de pontos do ranking e, por conseguinte, inserido o clube na competição, como de fato ocorreu, junto a outros, em mudança do número de participantes feita pela entidade logo depois.
Não citaram, embora falassem en passant do assunto, que foi Eurico Miranda quem criou o Colégio Vasco da Gama, dentro do complexo de São Januário, em 2004, com funcionários do setor trabalhando às expensas do clube.
Não citaram as mais variadas comprovações em fatos, matérias, publicações, de que a situação financeira do Vasco era muito melhor que a dos três outros grandes do Rio. Exemplo: Lamentomania Carioca em 2005 (Jornal "O Globo").
Não citaram que em maio de 2005, através da revista Consultor Jurídico, comprovou-se que o Vasco era entre os clubes do Rio o que menos tinha ações trabalhistas contra si. Eram 286, contra 534 do Flamengo, 662 do Fluminense e 723 do Botafogo.
Não citaram que em 2002 (CSA na Copa do Brasil), 2005 (Brasiliense no Campeonato Brasileiro) e 2007 (Grêmio no Campeonato Brasileiro) os desejos do Vasco foram satisfeitos nos bastidores e mesmo dentro de campo, com participação de Eurico Miranda ou do corpo jurídico do Vasco nos episódios.
Não citaram que quando foram consolidadas as dívidas fiscais via Timemania, incluindo as equacionadas, o tamanho da dívida fiscal do Vasco era metade daquela consolidada pelo Flamengo e menor do que as consolidadas por Fluminense e Botafogo.
Não citaram que quando o clube assinou seu segundo Ato Trabalhista, em dezembro de 2007 (o primeiro, cumprido, fora iniciado em 2004), os percentuais da receita a serem separados para satisfazer os débitos eram menores mensalmente e anualmente que os estipulados para Fluminense e Botafogo, os outros dois grandes signatários do mesmo Ato, durante todo o período previsto do acordo.
Não citaram a incrível coincidência de o Vasco ter sido prejudicado pela arbitragem no balanço dos pontos em quase todos os Campeonatos Brasileiros do século XXI antes da saída de Eurico Miranda do clube em 30/06/2008 (2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 e ao longo das oito primeiras rodadas da competição em 2008), bem como em momentos decisivos da Copa do Brasil de 2003 e 2008, na decisão do Campeonato Carioca de 2001, de 2003 (quando foi campeão) e de 2004 e em disputas diretas eliminatórias no próprio Campeonato Carioca, em 2005 e 2008.
Não citaram que quando Eurico saiu do Vasco, em 30/06/2008, o clube era o terceiro colocado no ranking da CBF (melhor do Rio).
Não citaram que quando Eurico saiu, em 30/06/2008, o Vasco, no século XXI, não perdia no confronto direto para nenhum grande do Rio.
Não citaram que quando Eurico saiu do Vasco o clube estava há 108 rodadas fora da zona de rebaixamento, jamais havia estado na referida zona no segundo turno da competição, desde 2003, e jamais precisara, matematicamente, dos pontos das duas últimas rodadas de quaisquer dos certames para se manter na primeira divisão. Isto num século em que cinco grandes haviam caído de divisão até ali (Atlético-MG, Botafogo, Corinthians, Grêmio e Palmeiras). E que do Rio de Janeiro era o que menos vezes havia frequentado a zona de rebaixamento, longe, muito longe, de Flamengo e Botafogo nesse quesito. O documentário sugere, inclusive, que a gestão de Roberto Dinamite começou muito bem, como se ela tivesse sido iniciada em 2009 e não em 01 de julho de 2008, quando pegou o Vasco, recém semifinalista da Copa do Brasil (foi eliminado pelo Sport, campeão daquela edição, nos pênaltis), em nono lugar no Campeonato Brasileiro (com salários em dia) e o levou à 18ª colocação, após o fim da competição, após trocar de técnico duas vezes, negociar dois titulares, além do terceiro principal artilheiro da equipe e trazer nove outros atletas para o clube.
Não citaram que poucos dias após a posse de Roberto Dinamite, próceres daquela gestão foram chamados ao escritório de Eurico Miranda para que ele lhes explicasse como deveriam fazer para buscar antecipação de receitas das cotas de TV, via Bic Banco e com aval do Clube dos Treze, o que a direção do clube, de fato, fez mais de uma vez ao longo do segundo semestre de 2008.
Não citaram que o gasto mensal do Vasco, entre despesas fixas e variáveis, à época da saída de Eurico Miranda (junho de 2008), era em torno de 3,5 milhões de reais (no mês de julho de 2008 a gestão sucessora recebeu 3 milhões de reais pela primeira parcela da venda de Phillippe Coutinho) e que quando Eurico Miranda voltou a gerir o clube, cerca de seis anos e cinco meses depois, o gasto mensal do clube, entre despesas fixas e variáveis, com o Vasco vindo da segunda divisão, passava de 10 milhões.
Não citaram, ainda, que quando o Vasco estava na lanterna da competição, em 2008, a dez rodadas do fim da competição, Eurico Miranda anunciou no programa Casaca! no Rádio, veiculado na Rádio Bandeirantes do Rio de Janeiro, que se dispunha a assumir o futebol, com amplos poderes, e evitar o rebaixamento, o que foi rejeitado pela gestão naquele momento, por medo de isso vir a se consumar e trazer ao dirigente os holofotes que tanto incomodavam a muitos.
Não citaram que nas cotas de TV em âmbito nacional, até Eurico sair, o Vasco não ganhava um centavo a menos que nenhum outro clube e que um contrato com validade até 2011 foi deixado assinado nesses termos.
Não citaram que como oposição, em 2011, Eurico Miranda buscou alertar e tentou mesmo se mexer para que a direção do Vasco não fosse partícipe da ideia de implodir o Clube dos Treze, em benefício daquilo que queria o Flamengo, no final o grande beneficiado mesmo, junto ao Corinthians, após a negociação ter sido feita de maneira individual por cada clube com a Globo e não coletiva, como era até ali.
Não citaram que como oposição Eurico Miranda se mexeu e conseguiu da FERJ em 2013 que o Vasco mantivesse o direito de permanecer com sua torcida do lado direito do Maracanã em qualquer ocasião e que isso só não foi possível porque Roberto Dinamite, a posteriori, resolveu assinar um termo no qual dava ao Fluminense tal direito, a troco de nada, como se fosse algo desimportante.
Não citaram que como oposição Eurico Miranda ajudou o Vasco, via FERJ, a pagar salários em plena Série B no ano de 2014.
Não citaram que na conquista do Campeonato Carioca de 2015 o Vasco quebrou um tabu de jamais ter vencido o Botafogo em decisões e que há 50 anos não derrotava o adversário numa decisão direta de competição.
Não citaram os inúmeros prejuízos de arbitragem sofridos pelo clube no Campeonato Brasileiro de 2015 (14 pontos ao todo, o que é um recorde na história da competição para qualquer clube na era dos pontos corridos).
Não citaram com um mínimo de profundidade o título invicto de 2016, ocasião na qual o Vasco disputou mais clássicos em comparação a qualquer outra conquista invicta da história do clube.
Não citaram a maior sequência invicta da história do clube, em jogos oficiais, obtida entre novembro de 2015 e junho de 2016, superando as marcas neste quesito de Atlético-MG, Flamengo, Internacional-RS e Palmeiras, e que o último jogo dela se deu no aniversário do próprio Eurico, em 07/06/2016, quando em Joinville a torcida vascaína cantou um "Parabéns a você" em homeagem a ele, após o fim da partida.
Não citaram a reconstrução do patrimônio do clube em sua última gestão, após a passagem do Tsunami do MUV no clube, bem como o fato de que pela última vez o Vasco, exatamente naquele período, obteve certidões positivas com efeito de negativas, em relação às dívidas fiscais, o que se manteve por quase três anos.
Não citaram que apesar de ter recebido a dívida do clube mais do que dobrada do acumulado dela em 110 anos de Vasco, Eurico a reduziu em seu triênio último à frente do Vasco, admitido isso pela gestão que o sucedeu, responsável pelo balanço patrimonial de 2017 apresentado.
Não citaram que enquanto Eurico Miranda deixou como crédito para o clube em 2008 o valor da venda de Phillippe Coutinho, além de uma joia da base com 100 milhões de reais de multa rescisória (Alex Teixeira) e em 2018 deixou tudo pronto para uma possível negociação do atacante Paulinho (hoje destaque do Atlético-MG) à Europa, com valores na ordem de 57 milhões de reais a serem usufruídos pela gestão sucessora, que fez a negociação, ele, Eurico, quando recebeu o clube para geri-lo novamente, em dezembro de 2014, não tinha um atleta sequer da base com potencial para uma grande venda.
Não citaram que Eurico Miranda deixou o Vasco na Taça Libertadores de 2018, mesmo com o clube impedido de atuar com torcida em São Januário por seis jogos no Campeonato Brasileiro. Nele, por sinal, o Vasco teve seis gols irregulares marcados contra si (validados), apenas um pênalti a favor e oito contra, sendo que não foram marcados a seu favor sete outras penalidades máximas, existentes.
Não citaram que no referido triênio o Vasco ganhou mais campeonatos oficiais (dois) do que todos os grandes cariocas (juntos).
Não citaram que no referido triênio o Vasco conquistou mais taças oficiais (quatro), do que todos os outros do Rio (juntos).
Não citaram que no referido triênio o Vasco disputou quatro decisões de taça e venceu todas.
Não citaram que no referido triênio, pela primeira vez na história, o Vasco eliminou o Flamengo, em confronto direto, de três competições consecutivas, sendo campeão em duas delas.
Não citaram que com Eurico Miranda na presidência do clube no século XXI, jamais qualquer outro clube carioca foi Campeão Brasileiro ou Sul-Americano, fato ocorrido nas gestões do Vasco em que estiveram à frente do clube seus adversários políticos deste século.
Não citaram que de cadeira de rodas e tudo, Eurico ainda ia buscar verba junto a entidades para ajudar o Vasco, ao longo de 2018.
Não citaram as ajudas que Eurico deu a muitos clubes, incluindo os principais rivais, mas citaram um pedido dele a Eduardo Viana, presidente da FERJ, de que as cotas do Campeonato Carioca de 2001 (em reunião realizada a 13/02 daquele ano) fossem divididas proporcionalmente com o Vasco incluído, porque a Globo se recusava a pagar o que o Vasco entendia ser seu por direito (o tempo comprovou que, de fato, era), tratando-se a questão por jornais da época como uma "vaquinha", ou algo do gênero, sem ter sido citado no documentário as razões pelas quais Flamengo e Botafogo justificavam não aceitar aquilo (grave crise financeira, dito pelo Flamengo e estado de humilhação pública, dito pelo Botafogo, por não cumprimento de obrigações básicas por parte do próprio alvinegro). Vale lembrar que 11 meses depois, o Fla-Barra virou Vasco-Barra, após calote rubro-negro dado ao dono do local e consequente despejo em julho de 2000. Em janeiro de 2002 o espaço passou a ser alugado e utilizado pelo Vasco. Anos mais tarde, na gestão de Roberto Dinamite no Vasco, o clube foi despejado do local por não pagamento do acordado e cumprido até o fim da gestão de Eurico Miranda, em junho de 2008.
Não citaram que Eurico Miranda é o dirigente com maior número de títulos oficiais conquistados em toda a história do clube. Em 25 anos e meio como vice-presidente de futebol ou presidente do clube foram 18 campeonatos oficiais: uma Copa Libertadores, uma Copa Mercosul, três Campeonatos Brasileiros, dois Interestaduais (João Havelange de 1993 e Rio-São Paulo de 1999), nove Campeonatos Cariocas (1987, 1988, 1992, 1993, 1994, 1998, 2003, 2015, 2016) e duas Copas Rio (1992/1993). Além disso, 20 conquistas de taças (turnos): Taça Guanabara (1986, 1987, 1990, 1992, 1994, 1998, 2000, 2003, 2016), Taça Rio (1988, 1992, 1993, 1998, 1999, 2001, 2003, 2004, 2017), Terceiro Turno (1988 e 1997). Fora isso, o Vasco ainda obteve, com ele à frente do futebol, 11 títulos internacionais, dois interestaduais e um estadual, totalizando 52 títulos. Não bastasse tudo que foi exposto, ainda fez reconhecer, como já dito antes, o título Sul-Americano Invicto de 1948, 48 anos depois, colocando o emblemático Expresso da Vitória como primeiro Campeão Sul-Americano oficial do continente.
O Poderoso Chefão do futebol brasileiro, e uma faca de dois gumes pro Vasco da Gama.
Muito da história do auge e descenso do Vasco nos últimos 25 anos tá aqui, excelentes entrevistas inclusive mostrando a histórica rixa Globo x Eurico/Vasco por conta do episódio com a camisa do SBT na final da Copa João Avelange em 2000.
Recomendo pra todos os vascaínos e principalmente pra quem se interessa pela história do futebol brasileiro, na figura da maior persona cartolística que já habitou essas terras brasilis.
O desenho é ótimo e muito engraçado, com esse naipe de dublagem então, ficou melhor ainda. Vi o 2º episódio agora e rachei o bico, fazia tempo que não me divertia genuinamente com uma série animada pra adultos.
O hate dos nerdolas e conservadores é puro mimimi, enquanto ficam aí chorando acusando de "lacrassaum" a animação tá fazendo o maior sucesso e batendo recordes de audiência, e tem méritos de sobra pra isso.
NOTA DISSONANTE EM TEMPOS DE CHANCHADA Carlos Alberto Mattos*
O panorama do cinema brasileiro em 1949 era marcado por comédias musicais, dramas rurais e adaptações literárias. Os temas sociais não costumavam ser encarados de frente. No máximo, perpassavam as entrelinhas de histórias de amor e de busca pelo sucesso. Daí a surpresa com que foi recebida a estreia de Também somos irmãos, um libelo contra o preconceito racial.
Além do ineditismo do tema na nossa filmografia, causava verdadeiro espanto o fato de ter sido produzido pela Atlântida Cinematográfica, uma fábrica de divertimentos despreocupados e das então nascentes chanchadas. Como entender o selo da Atlântida num filme passado em parte numa favela e com um personagem negro que suspirava pelo amor de uma moça branca criada na elite carioca?
O argumento de Alinor Azevedo mobilizava arquétipos poderosos em enredo acentuadamente melodramático. Os irmãos negros Renato (Aguinaldo Camargo) e Altamiro (Grande Otelo) foram criados por um viúvo milionário, que também adotara duas crianças brancas. Depois de crescidos, Renato e Miro vão compreender a diferença entre “ser filho” e “como se fosse filho”. A barreira racial se mostra mais forte que o suposto gesto humanitário, trazendo discriminação e humilhações para os rapazes “de cor”.
Um grande achado de Alinor foi abrir uma fenda entre os dois irmãos negros. Enquanto Renato é um homem de bem, advogado afeito às leituras e à música “branca”, Miro é um contraventor chegado ao samba, à cachaça e ao inconformismo. Para ele, o irmão tem “alma de escravo”. Numa das melhores sequências do filme, Renato, enfiado num impecável terno branco, sai para a formatura em Direito e é festejado na favela como doutor. O “embranquecimento” de Renato contrasta com a revolta de Miro, que se orgulha de seu “sangue negro”.
Essas visões dicotômicas dos personagens refletem, sem dúvida, certas convicções vigentes na época. Mas também antecipam uma discussão que nortearia o advento de uma nova consciência da questão racial no Brasil algumas décadas mais tarde.
Entre o conflito de posturas e a solidariedade fraternal, Renato e Miro vivenciam uma das duas linhas dramáticas que atravessam todo o filme. Na outra vertente do roteiro, Renato corteja Marta (Vera Nunes), sua irmã adotiva e aspiração romântica, tendo que para isso rivalizar com um escroque (Jorge Dória), que pretende se casar com ela e se apoderar da fortuna do sogro.
Assunto ousado, como se vê, para a mentalidade dos anos 1940, bastante segmentada em termos sociais, morais e raciais. O atrevimento se deve sobretudo ao perfil do diretor José Carlos Burle, um dos fundadores da Atlântida, em que incentivava a produção de “filmes sérios”.
O primeiro longa-metragem do estúdio, em 1943, fora uma biografia disfarçada de Grande Otelo, Moleque Tião, dirigida pelo próprio Burle. Também somos irmãos é uma amostra de como o diretor tentava conciliar temas sociais com entretenimento típico da época. Renato e Miro são compositores, e suas canções irrompem na trama sem pedir licença. Uma delas é interpretada pelo cantor Agnaldo Rayol, então fazendo sua estreia, aos 12 anos de idade, no papel do quarto irmão. Outro que faz aqui sua primeira aparição no cinema é Jece Valadão, numa pequena ponta como garçom.
* Crítico e pesquisador de cinema, autor de livros sobre os cineastas Walter Lima Jr., Eduardo Coutinho, Carla Camurati, Jorge Bodanzky, Maurice Capovilla e Vladimir Carvalho.
Segundo filme que assisto do meu avô Sérgio de Oliveira, que faz o pequeno papel do pai dos 7 irmãos (Inclusive sou o 7ª filho e caçula também) De quebra ainda assisti ao Oscarito pela primeira vez em cena, e faz jus á fama, ele é naturalmente engraçado. É um filme bacana pena que a cópia existente dele esteja em péssimas condições pra se assistir, merecendo uma restauração digna da obra. Uma coisa que não podia deixar de observar, é o tanto de falas racistas no filme, com comentários como "imagina se eu ia ficar com aquela macaca", "aquela pessoa de cor, deus me livre" entre outros, que serve de retrato ao racismo estrutural que existe no país, mas que antigamente era ainda muito pior.
Primeiro filme que assisto do meu avô (que não conheci) Sérgio de Oliveira (Arno Werner Broda) nesse filme ele faz o papel do Sr. Requião. De bônus também é a primeira vez que assisto a um filme com Grande Otelo.
É bom filme, que foi vanguarda na abordagem ao racismo estrutural do país. Merece uma restauração á altura em alta definição pra ser melhor apreciado.
A cena do urubu entrando no Alvorada no dia seguinte ao impeachment é antológica como simbolismo. O doc em si é bem aquém do esperado, mas é bem vindo como reforço a mais um dos pontos de vista sobre esse processo de ruptura democrática e institucional que o país atravessa desde então.
Terminei de assistir completo depois de quase 3 anos, um dos meus desenhos preferidos da infância, muita nostalgia e psicodelia envolvida, o ponto forte do desenho é a criatividade. Quem quiser assistir tenho no Brodaflix, só mandar MP.
Fã: "Por mais que eu não tenha dinheiro, cara, de ir nos seus shows. Por mais que eu não tenha dinheiro de comprar os seus CDs, sabe, mas eu te amo. CHORÃO: Aí te falar uma parada, te falar uma parada: Baixa o som. Não gasta dinheiro com essa porra. baixa o som, tá ligado? Baixa o som e curte o barato. Fã: Te amo! CHORÃO: O som é pra vocês, não precisa comprar. Ama as pessoas e usa as coisas. O máximo que tu puder, valeu?
Não me lembro do primeiro filme pra ter uma base comparativa, mas me diverti bastante assistindo a essa sequência. Universo de personagens expandido e bem trabalhados, e ambientação muito bem desenvolvida e criativa, dei várias gargalhadas com as excelentes tiradas e sacadas. Dreamworks acertou a mão e produziu uma ótima animação, que se não chega aos pés de Como Treinar Seu Dragão, ao menos encanta e entretém o público com qualidade e sem subestimar a inteligência das crianças.
O vídeo é de 1967, vale a pena assistir quem puder, registro histórico incrível do olhar de uma parcela da juventude na época.
"Movimento Estudantil na década de 60 O vídeo “Os oito universitários”, eu recebi de minha velha e querida amiga Tania Roque, companheira do movimento estudantil do Rio de Janeiro. Ela resgatou o vídeo, produzido em 35 mm por Cacá Diegues, que anos depois se consagrou como cineasta. Trata-se de um importante documento daqueles anos, quando nós tínhamos estrelas nos olhos e queríamos assaltar os céus."
O 2º filme da minha avó Lídia Mattos (que fez a Marina) com 16 anos de idade! Grande obra de Humberto Mauro, muita vanguarda em uma produção digna e completa em muitos sentidos cinematográficos. Espero que o filme ganhe uma cópia em alta definição em breve, merece muito.
O primeiro filme da minha avó Lídia Mattos, com 15 anos de idade, a 82 anos atrás! Do sensacional diretor e artista Raoul Roulien, é uma produção incrível!!!
"Minha causa é a causa dessas infelizes que nasceram desgraçadas... dessas pobres 'aves sem ninho' que incessantemente voejam e rodopiam até quebrarem as azas de encontro aos vidros opacos da felicidade que nunca lhes deixaram alcançar."
Disponível no meu canal do YouTube para assistir: youtu.be/-69nayHQjf8
Em 1959, Joaquim Pedro de Andrade estreou como diretor de cinema filmando seu padrinho de crisma, Manuel Bandeira. O documentário exibe o homem aparentemente comum. Bandeira em casa, colocando discretamente as mãos nas costas para levantar-se, escrevendo, lendo, saindo para comprar leite. Ele está vivo.
O homem caminha por um pedaço do Rio de Janeiro triste e sujo. As cenas em preto e branco, com planos amplos, lembram o melhor de Michelangelo Antonioni. Após uma pausa dramática, ouve-se a voz de Bandeira no primeiro poema do filme: “Belo belo minha bela. Tenho tudo que não quero. Não tenho nada que quero”.
Nas cenas banais de uma manhã como outra qualquer, enquanto prepara o café, emerge o segundo poema, Testamento, que aos poucos convida quem vê o filme a passear pela cabeça (ou pelo coração) do poeta. Como escreveu Rachel de Queiroz na apresentação do livro Estrela da Manhã: “É engraçado – estamos aqui falando do maior poeta vivo do Brasil, aliás, segundo o nosso melhor juízo, o maior poeta do Brasil – no entanto, há qualquer coisa de homem que quase o impede – assim grande, louvado, imortal, consagrado – de ser um monumento nacional. Todos lhe reconhecemos a glória laureada – claro! claro! mas antes de o admirarmos, ou ao mesmo tempo em que o admiramos, acima de tudo e principalmente o amamos”.
Esse amor está presente na película de Joaquim Pedro. Com suavidade, a câmera se aproxima, retrata a delicadeza de uma risada e, aos poucos, revela a intimidade do homem que, com o poema Pasárgada, resumiu o paraíso imaginário do brasileiro. Enquanto se ouve a voz que declama Vou-me embora pra Pasárgada, Bandeira caminha pela Avenida Presidente Wilson até que, como Macunaíma, vai aos céus virar estrela.
Com roteiro do próprio poeta, retocado pelo diretor, O poeta do Castelo é um dos precursores do Cinema Novo. Repleto de externas (takes filmados a céu aberto) que exibem a cidade cruamente, com um ator-poeta que representa a si mesmo em seu cotidiano, o documentário coloca o homem no centro da trama – características que mais tarde o movimento de vanguarda do cinema brasileiro iria destacar.
A fotografia – limpa e crua – é de Afrodísio de Castro, que assinou mais de 50 filmes, entre eles Ganga Bruta, de Humberto Mauro. Depois de O poeta do Castelo, Joaquim Pedro dirigiu curtas-metragens como Couro de gato e O mestre de Apipucos, e os longas Macunaíma, O padre e a moça, Garrincha, alegria do povo e o antropofágico Homem do Pau Brasil, entre outros. Neste documentário, o maior cineasta brasileiro conseguiu imortalizar o poeta em movimento e o eterniza em sua cidade.
O Poeta do Castelo” é um curta-metragem de Joaquim Pedro de Andrade, um dos principais cineastas do cinema brasileiro, que nesse filme acompanha um dia de Manuel Bandeira. Originalmente montado junto com “O Mestre de Apipucos”, foi exibido na 6a Bienal de São Paulo numa sessão de curtas que também contou com “Aruanda” e “Arraial do Cabo”, entre outros. Essa mostra na Cinemateca Brasileira foi considerada o ano zero do Cinema Novo. Esses filmes rompem com o formato tradicional representado pela falida Vera Cruz, buscando um cinema nacional, mais direto e de baixo custo.
"Considerado um dos cem melhores filmes brasileiros de todos os tempos na recente votação da Abbracine (2016).
Foi o primeiro filme brasileiro a usar conscientemente algumas proposições da Psicanálise, como símbolos fálicos. Ao assumir a influência, o diretor Humberto Mauro sofreu chacotas da crítica e acabou sendo chamado de Freud de Cascadura, em alusão ao bairro suburbano carioca.
Utiliza, entre outras locações, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Fábrica de Cimentos Portland, então em construção, e atualmente localizada no município de São Gonçalo-RJ.
A atriz Dea Selva tinha 14 anos quando foi selecionada para para viver a protagonista feminina, e os vestidos usados por ela exploram motivos modernistas e art-déco.
Foi o último filme brasileiro lançado com a trilha sonora gravada pelo processo Vitaphone (som gravado em discos).
Primeira trilha musical organizada pelo maestro, compositor, pianista e arranjador Radames Gnatalli, que escreveu duas canções para o filme.
O ator protagonista, Durval Bellini, era remador do Flamengo e participou das Olimpíadas de Los Angeles em 1932, interrompendo as filmagens. Na condição de Polícia Especial, foi o carcereiro de Luis Carlos Prestes, após sua prisão em 1935. Bellini contava que o prisioneiro era bastante afável e nunca deu trabalho.
O afamado diretor de fotografia Edgar Brasil faz uma ponta na cena do bar, e o produtor Adhemar Gonzaga faz uma participação na cena do açude.
Em algumas cenas o ator Durval Bellini, de tão forte que era, carrega o câmera nos ombros.
A locação da sequência de abertura é o famoso Palacete Martinelli, na Av. Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
O palavra ganga significa rotineiramente impureza, mas, no jargão dos garimpeiros das Minas Gerais, é a cobertura áspera, bruta e feia que envolve a pepita de ouro ou diamante. A ganga enganaria o observador desatento."
- Alice Gonzaga é escritora, pesquisadora, produtora, diretora e empresária do ramo cinematográfico; é filha de Adhemar Gonzaga, fundador da Cinédia.
24 anos depois, finalmente assisti a esse clássico. Diversão garantida, gargalhadas fáceis ou seu tempo de volta! Assistir com a dublagem clássica da TV fez toda a diferença pro fator lúdico, tudo ficou ainda mais engraçado! Recomendo!
O primeiro registro etnográfico do mundo é brasileiro! Sensacional, toda a tradição, costumes, danças e o registro histórico do século passado. Todo o meu respeito e admiração por essa cultura milenar dos verdadeiros brasileiros desse país! Assistam com alguma trilha indígena de fundo que acompanha bem, já que ele é mudo. Viva os índios desse país!
Baseado na cantoria de Elomar Figueira de Melo , Cantiga do Boi Encantado Aruá relata a história de um fazendeiro orgulhoso cujo poder é desafiado sete vezes pela extraordinária aparição do BOI ARUÁ, o Boi Misterioso, até o derradeiro confronto quando se despoja das máscaras e celebra fraternalmente a vitória sobre si mesmo.
O longa metragem "Boi Aruá" amadurece a linguagem desenvolvida pela dupla de artistas, que reúne na década de 1980 uma pequena equipe de pessoas interessadas em aprender animação e com ela cria o filme que se tornou uma referência na animação brasileira devido à força e pioneirismo no audiovisual como representante do imaginário sertanejo. Neste momento novas obras estão em andamento, afirmando no cinema de animação brasileiro uma riscadura autêntica que se origina nas gravuras populares que ilustram a literatura de cordel.
Achei bacana, o visual é muito rico, vibrante, colorido e psicodélico. Trilha sonora marcante com as transmutações zoomórficas dos personagens. Com certeza pra quem leu o livro o filme fica ainda mais rico.
Disponível no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=svYUBr10E18
A Mão do Eurico
4.0 32"A mão do Eurico" – Um pouco do que não foi citado
Faltou Citar
Sobre um pouco daquilo que não foi citado no documentário de Eurico Miranda e é importante ser registrado mais à frente, numa outra oportunidade, baseado na biografia dele e nos fatos inequívocos expostos pela própria mídia e pela história não só do Vasco, como de seus principais adversários do Rio.
Não citaram que o jornalista de "O Globo", responsável pela matéria "A mão do Eurico", José Jorge, pediu desculpas ao próprio pela reprodução da mesma, ao identificar que não fora Eurico ou sua mão, protagonista do apagão.
Não citaram a passagem de Eurico Miranda como representante do basquete carioca em 1972, quando questionou os organizadores do torneio disputado em Recife por tentarem dar privilégios aos paulistas em detrimento dos demais estados participantes da competição, obtendo êxito naquilo que queria (a igualdade de tratamento entre todos) e o título de campeão, tido como quase impossível por muitos, conquistado pelos cariocas.
Não citaram que através de ação diligente iniciada por Eurico Miranda, em 1981, lutando pelos direitos do Vasco, os clubes passaram a receber do governo percentuais sobre a Loteria Esportiva, anos depois.
Não citaram as duas invasões de campo de torcedores do Flamengo, ocorridas no segundo jogo da decisão do Campeonato Carioca de 1981 frente ao Vasco, aos 37 minutos do segundo tempo, quando o placar que dava o título ao Flamengo se mantinha (0 x 0). Não foi, portanto, uma novidade ou fato insólito a invasão do ladrilheiro rubro-negro no terceiro jogo decisivo, logo após o Vasco diminuir o placar para 2 x 1.
Não citaram que nos 25 anos anteriores à chegada de Eurico Miranda como Vice-Presidente de Futebol do clube, o Vasco era o quarto clube dos grandes em títulos no Rio de Janeiro e que quando Eurico assumiu o cargo, em janeiro de 1986, o Bangu (que o Vasco não vencia desde 1982) se mostrava mais forte que o próprio Vasco, considerando o ano anterior (1985).
Não citaram que na primeira decisão do Vasco com Eurico Miranda à frente do clube (Taça Guanabara de 1986), houve vitória do Vasco sobre o Flamengo por 2 x 0, gols de Romário, com 121 mil pagantes no Maracanã, após ele desafiar a torcida do Flamengo e dizer que a do Vasco seria maior no estádio, promovendo o jogo e vendo, de fato, os vascaínos dividirem o Maracanã com seu principal rival, quanto à presença de público.
Não citaram o caso das papeletas amarelas em 1986, suposto esquema de corrupção em favor de árbitros que apitaram jogos do Flamengo, trazido a público de dentro do próprio Flamengo, pouco após o rubro-negro ter sido Campeão Carioca daquele ano.
Não citaram que Eurico Miranda, trabalhando nos bastidores e encarando adversários de ocasião, impediu o Vasco de cair de divisão no Campeonato Brasileiro, em 1986, quando tentou-se, fora de campo, fazer com que o Joinville ficasse com a vaga do Vasco, comportando-se parte da imprensa carioca à época mais favorável à tese do Joinville (que buscava a vaga fora das quatro linhas) que a do Vasco, norteada no resultado de campo das duas equipes.
Não citaram que Eurico Miranda foi o responsável pelo cruzamento dos módulos verde e amarelo no Campeonato Brasileiro de 1987, que possibilitou ao Sport ser o Campeão Brasileiro daquele ano e, com isso, que a Copa União não fosse considerada pela CBF como uma competição pirata.
Não citaram que o Vasco, quando ganhou o Bicampeonato Carioca, o fez após 38 anos da conquista anterior e que nas duas decisões (1987 e 1988) ex-rubro-negros trazidos por ele, Eurico, fizeram os gols dos respectivos títulos para o Vasco (Tita e Cocada).
Não citaram que Eurico Miranda, enquanto diretor de futebol da CBF, criou a Copa do Brasil.
Não citaram que Eurico Miranda, enquanto diretor de futebol da CBF, foi diligente no episódio da partida contra o Chile, válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1990, sabendo que havia possibilidade de o Brasil perder os pontos da partida pelo fato de um sinalizador de fumaça ter sido atirado em campo, na direção do goleiro Rojas (embora sem atingi-lo), tomando medidas para que os chilenos não saíssem do vestiário após abandonarem o campo e garantindo na mesma noite à imprensa que o Brasil estaria na Copa do Mundo, pois o Chile sofreria um W.O., o que, de fato, ocorreu.
Não citaram o tricampeonato do Troféu Ramon de Carranza, disputado na Espanha (1987/1988/1989), fato que nenhum clube no mundo, não espanhol, jamais conseguiu.
Não citaram que Eurico Miranda saiu da CBF porque Ricardo Teixeira lhe deu a opção de decidir entre a entidade e o Vasco e ele Eurico, de pronto, disse que sua opção seria o Vasco. "Não precisa perguntar duas vezes. Minha opção é o Vasco".
Não citaram que Eurico Miranda refutou as ponderações de Antônio Soares Calçada para demitir o treinador Nelsinho no meio do Campeonato Brasileiro de 1989.
Não citaram a briga nos bastidores contra o Palmeiras no Campeonato Brasileiro de 1989 para que o Vasco chegasse à decisão do campeonato.
Não citaram que na queda de braço entre Vasco e CBF sobre a liberação dos atletas para a seleção antes da Copa do Mundo de 1990, prevaleceu a vontade do Vasco e não da entidade, considerando a entrevista dada por Ricardo Teixeira, mostrada no documentário.
Não citaram que na discussão de 1990 sobre o Campeonato Carioca, o Fluminense ficou do lado do Vasco (até ser eliminado em campo pelo próprio Vasco), que a arbitragem ficou no gramado esperando o Botafogo voltar à cancha (porque era a ordem da FERJ) na partida em que houve a dupla interpretação dos clubes de que eram campeões, que na decisão nos tribunais esportivos suprimiu-se instância para definir o Botafogo como campeão e que dar o título ao Botafogo foi um trabalho primordialmente midiático até o julgamento.
Não citaram que Eurico Miranda refutou a hipótese de o Vasco entregar o jogo com o São Paulo em 1992, diante da iminência de a vaga ficar com o Flamengo para ir à decisão do Campeonato Brasileiro, embora os jornais do dia do jogo sugerissem que era plausível Eurico fazê-lo.
Não citaram que os grandes clubes cariocas foram obrigados a disputar todos os clássicos no Campeonato Carioca de 1992 em São Januário e que o Vasco neste ano foi Campeão Carioca Invicto, o que não ocorria há 43 anos.
Não citaram que Eurico Miranda defendeu o ex-atleta rubro-negro Junior, que dera uma cabeçada no árbitro Jorge Travassos no último jogo do Campeonato Carioca (Vasco x Flamengo) em 1992, para que ele não sofresse uma grande punição e pudesse, com isso, encerrar sua carreira, sem qualquer entrave, no ano seguinte, como de fato ocorreu no primeiro semestre de 1993.
Não citaram que Eurico repudiava a venda de Edmundo ao Palmeiras em 1993 e que o presidente do clube à época, Antônio Soares Calçada, ameaçou renunciar caso ela não fosse concretizada.
Não citaram que na conquista do Bicampeonato pelo Vasco em 1993 foi a primeira vez na história em que o clube derrotou o Fluminense numa decisão de Campeonato Carioca e que em todas as decisões de taça ou campeonato disputadas contra o adversário no período de Eurico como Vice de Futebol e presidente do clube, o Vasco venceu todas. Foram nove ao todo. E que antes disso (antes da chegada de Eurico à vice-presidência de futebol) o Vasco havia perdido, diante do mesmo adversário, sete decisões consecutivas.
Não citaram a tentativa infrutífera dos rivais cariocas de boicotar o campeonato no ano do tri (1994) e a que ponto chegou a rivalidade do Flamengo com o Vasco, no jogo seguinte ao falecimento de Dener, partida na qual, inclusive, o Vasco foi prejudicado pela arbitragem e sofreu sua única derrota na competição.
Não citaram as preocupações de Eurico Miranda com a família de Dener, logo após o falecimento do atleta, quando se preocupou com a quitação de apartamento para a mãe do ex-atleta, entre outras assistências à família e que após o imbróglio jurídico foi na gestão do próprio Eurico, como presidente do Vasco, que os valores acertados em juízo foram finalmente satisfeitos, após calote das últimas seis parcelas de pagamento por parte da gestão antecessora a dele.
Não citaram que Eurico conseguiu fazer reconhecer oficialmente, com status de Libertadores, o título Sul-Americano de 1948, isso em 1996, garantindo a participação do Vasco na Supercopa Libertadores de 1997 (e outras que porventura fossem disputadas), competição da qual só participavam equipes que tivessem conquistado a Taça Libertadores.
Não citaram o caso da "Liga Barbante" que os demais clubes do Rio quiseram implementar em 1997, sem sucesso.
Não citaram que o mesmo Edmundo, liberado para disputar a decisão do Campeonato Brasileiro de 1997 contra o Palmeiras, após ter sido julgado, obteve efeito suspensivo para atuar na final do Campeonato Brasileiro de 1994 pelo próprio Palmeiras, diante do Corinthians, mesmo julgado e posto na condição de impedido de jogar, diferentemente do ocorrido em 1997.
Não citaram como Eurico Miranda conseguiu que o Vasco atuasse até a decisão da Taça Libertadores de 1998 em seu estádio.
Não citaram o título carioca conquistado pelo Vasco no ano do centenário, nem o papelão dos rivais no campeonato, inclusive com vergonhosos WOs, frutos da fuga de Flamengo e Botafogo quando da ocasião em que deveriam enfrentar o Vasco.
Não citaram que no jogo do título carioca do ano do centenário (1998), em Bangu, a partida só não acabou sem acréscimos da arbitragem porque Eurico Miranda foi a campo e pressionou o árbitro para isso, após as luzes terem sido apagadas, o que aparentemente faria com que o árbitro encerrasse a partida sem descontos.
Não citaram que o Projeto Olímpico veio a partir de um consenso entre as partes envolvidas de que fortaleceria a marca, facilitando a que a VGL obtivesse novos patrocínios e receitas para o clube, o que por sinal era sua função à época.
Não citaram a conquista do Torneio Rio- São Paulo de 1999, mas apenas uma fala de Eurico numa rádio (para afrontar setores da imprensa paulista) a respeito da competição.
Não citaram que no balanço patrimonial do clube em 1999 todo o valor investido em esportes olimpicos e correlatos somava apenas 22% do montante, enquanto o referente ao futebol chegava a 67%.
Não citaram que o mesmo critério utilizado para o Vasco disputar o Campeonato Mundial de 2000 valeu para o Palmeiras ser escolhido como representante brasileiro para disputar o de 2001 na Espanha, que chegou a ser anunciado pela FIFA em fevereiro daquele ano para ser realizado em agosto, mas que depois não foi para frente.
Não citaram que o parceiro contratual do clube desde 1998 deixou de pagar o Vasco em julho de 2000.
Não citaram o porquê de Eurico Miranda ter sido contra a Lei Pelé e as consequências de tal lei para o futebol brasileiro, primordialmente para os clubes, desembocando nas SAFs, criadas via legislação, em 2021.
Não citaram o real motivo de a Globo ter se indisposto com o Vasco, quando o clube não aceitou atuar em jogos encavalados, referentes a Campeonato Brasileiro e Copa Mercosul, no fim de 2000, causando prejuízos e embaraços à emissora, após o Vasco instar o Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol para que fosse à Justiça, a fim de impedir que o clube se visse obrigado a atuar em até cinco partidas no incrível espaço de 14/12 a 23/12.
Não citaram que a Globo tratou como antecipação de receitas um valor que na verdade foi emprestado com aval do parceiro do Vasco, que garantia poder ocorrer tal empréstimo pois o quitaria, algo não concretizado.
Não citaram que o Vasco denunciou o contrato em 14/02/2001 e no imbróglio com o parceiro ganhou em primeira instância o direito de receber U$12 milhões e que no acordo feito em 2002, embora a VGL cobrasse quase 80 milhões de reais do clube, aceitou-se fazer acordo, ficando elas por elas.
Não citaram que o Vasco não tinha como buscar patrocínio entre 2001 e 2002 porque a marca estava presa, tanto que nova fornecedora de material esportivo foi fechada logo após o fim do torniquete financeiro, em agosto de 2002. E que em 2004 o clube obteve patrocínio durante a temporada (utilizado, na prática, para ajudá-lo a obter certidões positivas com efeito de negativas no ano seguinte) e pontual (no último jogo do Campeonato Brasileiro), que em 2007 o clube teve patrocínio durante o período da luta de Romário por marcar seu milésimo gol (BMG) e que em 2008 o clube obteve novo patrocínio (MRV), válido até fevereiro de 2009 e, finalmente, que a grande preocupação do Vasco na primeira década do século foi a de se manter na elite dentre os clubes recebedores das cotas de TV, maior receita dos clubes na ocasião (com raríssimas exceçoes), o que conseguiu, de fato, durante todo aquele período em que Eurico Miranda esteve à frente do clube.
Não citaram que entre 1998 e 2002 o Vasco adquiriu uma rua inteira, comprando 56 imóveis, incorporando tudo ao seu patrimônio, no complexo de São Januário.
Não citaram que a Globo foi convencida a conversar com o Vasco em 2002, porque o clube não deu unanimidade quanto à redução que pretendia a emissora fazer no contrato seguinte de cotas de TV (os outros clubes todos, devedores dela, pressionados, aquiesciam) e que ela pagou cotas ao Vasco no mesmo ano, embora a narrativa fosse a de que o clube já havia antecipado tudo até 2003.
Não citaram que a força de Eurico Miranda o fazia comandar as negociações das cotas de TV e que a Globo teve nele, na esmagadora maioria das vezes, um aliado, tendo sido ele, na prática, o maior parceiro dela nesse quesito.
Não citaram a conquista do Campeonato Carioca de 2003, ano em que o Vasco obteve também a Taça Guanabara e a Taça Rio.
Não citaram que a participação do Vasco na Copa Sul-Americana de 2003 se deu porque o clube fez valer seu direito, citando o título Sul-Americano de 1948 para que fosse incluído no critério de pontos do ranking e, por conseguinte, inserido o clube na competição, como de fato ocorreu, junto a outros, em mudança do número de participantes feita pela entidade logo depois.
Não citaram, embora falassem en passant do assunto, que foi Eurico Miranda quem criou o Colégio Vasco da Gama, dentro do complexo de São Januário, em 2004, com funcionários do setor trabalhando às expensas do clube.
Não citaram as mais variadas comprovações em fatos, matérias, publicações, de que a situação financeira do Vasco era muito melhor que a dos três outros grandes do Rio. Exemplo: Lamentomania Carioca em 2005 (Jornal "O Globo").
Não citaram que em maio de 2005, através da revista Consultor Jurídico, comprovou-se que o Vasco era entre os clubes do Rio o que menos tinha ações trabalhistas contra si. Eram 286, contra 534 do Flamengo, 662 do Fluminense e 723 do Botafogo.
Não citaram que em 2002 (CSA na Copa do Brasil), 2005 (Brasiliense no Campeonato Brasileiro) e 2007 (Grêmio no Campeonato Brasileiro) os desejos do Vasco foram satisfeitos nos bastidores e mesmo dentro de campo, com participação de Eurico Miranda ou do corpo jurídico do Vasco nos episódios.
Não citaram que quando foram consolidadas as dívidas fiscais via Timemania, incluindo as equacionadas, o tamanho da dívida fiscal do Vasco era metade daquela consolidada pelo Flamengo e menor do que as consolidadas por Fluminense e Botafogo.
Não citaram que quando o clube assinou seu segundo Ato Trabalhista, em dezembro de 2007 (o primeiro, cumprido, fora iniciado em 2004), os percentuais da receita a serem separados para satisfazer os débitos eram menores mensalmente e anualmente que os estipulados para Fluminense e Botafogo, os outros dois grandes signatários do mesmo Ato, durante todo o período previsto do acordo.
Não citaram a incrível coincidência de o Vasco ter sido prejudicado pela arbitragem no balanço dos pontos em quase todos os Campeonatos Brasileiros do século XXI antes da saída de Eurico Miranda do clube em 30/06/2008 (2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 e ao longo das oito primeiras rodadas da competição em 2008), bem como em momentos decisivos da Copa do Brasil de 2003 e 2008, na decisão do Campeonato Carioca de 2001, de 2003 (quando foi campeão) e de 2004 e em disputas diretas eliminatórias no próprio Campeonato Carioca, em 2005 e 2008.
Não citaram que quando Eurico saiu do Vasco, em 30/06/2008, o clube era o terceiro colocado no ranking da CBF (melhor do Rio).
Não citaram que quando Eurico saiu, em 30/06/2008, o Vasco, no século XXI, não perdia no confronto direto para nenhum grande do Rio.
Não citaram que quando Eurico saiu do Vasco o clube estava há 108 rodadas fora da zona de rebaixamento, jamais havia estado na referida zona no segundo turno da competição, desde 2003, e jamais precisara, matematicamente, dos pontos das duas últimas rodadas de quaisquer dos certames para se manter na primeira divisão. Isto num século em que cinco grandes haviam caído de divisão até ali (Atlético-MG, Botafogo, Corinthians, Grêmio e Palmeiras). E que do Rio de Janeiro era o que menos vezes havia frequentado a zona de rebaixamento, longe, muito longe, de Flamengo e Botafogo nesse quesito. O documentário sugere, inclusive, que a gestão de Roberto Dinamite começou muito bem, como se ela tivesse sido iniciada em 2009 e não em 01 de julho de 2008, quando pegou o Vasco, recém semifinalista da Copa do Brasil (foi eliminado pelo Sport, campeão daquela edição, nos pênaltis), em nono lugar no Campeonato Brasileiro (com salários em dia) e o levou à 18ª colocação, após o fim da competição, após trocar de técnico duas vezes, negociar dois titulares, além do terceiro principal artilheiro da equipe e trazer nove outros atletas para o clube.
Não citaram que poucos dias após a posse de Roberto Dinamite, próceres daquela gestão foram chamados ao escritório de Eurico Miranda para que ele lhes explicasse como deveriam fazer para buscar antecipação de receitas das cotas de TV, via Bic Banco e com aval do Clube dos Treze, o que a direção do clube, de fato, fez mais de uma vez ao longo do segundo semestre de 2008.
Não citaram que o gasto mensal do Vasco, entre despesas fixas e variáveis, à época da saída de Eurico Miranda (junho de 2008), era em torno de 3,5 milhões de reais (no mês de julho de 2008 a gestão sucessora recebeu 3 milhões de reais pela primeira parcela da venda de Phillippe Coutinho) e que quando Eurico Miranda voltou a gerir o clube, cerca de seis anos e cinco meses depois, o gasto mensal do clube, entre despesas fixas e variáveis, com o Vasco vindo da segunda divisão, passava de 10 milhões.
Não citaram, ainda, que quando o Vasco estava na lanterna da competição, em 2008, a dez rodadas do fim da competição, Eurico Miranda anunciou no programa Casaca! no Rádio, veiculado na Rádio Bandeirantes do Rio de Janeiro, que se dispunha a assumir o futebol, com amplos poderes, e evitar o rebaixamento, o que foi rejeitado pela gestão naquele momento, por medo de isso vir a se consumar e trazer ao dirigente os holofotes que tanto incomodavam a muitos.
Não citaram que nas cotas de TV em âmbito nacional, até Eurico sair, o Vasco não ganhava um centavo a menos que nenhum outro clube e que um contrato com validade até 2011 foi deixado assinado nesses termos.
Não citaram que como oposição, em 2011, Eurico Miranda buscou alertar e tentou mesmo se mexer para que a direção do Vasco não fosse partícipe da ideia de implodir o Clube dos Treze, em benefício daquilo que queria o Flamengo, no final o grande beneficiado mesmo, junto ao Corinthians, após a negociação ter sido feita de maneira individual por cada clube com a Globo e não coletiva, como era até ali.
Não citaram que como oposição Eurico Miranda se mexeu e conseguiu da FERJ em 2013 que o Vasco mantivesse o direito de permanecer com sua torcida do lado direito do Maracanã em qualquer ocasião e que isso só não foi possível porque Roberto Dinamite, a posteriori, resolveu assinar um termo no qual dava ao Fluminense tal direito, a troco de nada, como se fosse algo desimportante.
Não citaram que como oposição Eurico Miranda ajudou o Vasco, via FERJ, a pagar salários em plena Série B no ano de 2014.
Não citaram que na conquista do Campeonato Carioca de 2015 o Vasco quebrou um tabu de jamais ter vencido o Botafogo em decisões e que há 50 anos não derrotava o adversário numa decisão direta de competição.
Não citaram os inúmeros prejuízos de arbitragem sofridos pelo clube no Campeonato Brasileiro de 2015 (14 pontos ao todo, o que é um recorde na história da competição para qualquer clube na era dos pontos corridos).
Não citaram com um mínimo de profundidade o título invicto de 2016, ocasião na qual o Vasco disputou mais clássicos em comparação a qualquer outra conquista invicta da história do clube.
Não citaram a maior sequência invicta da história do clube, em jogos oficiais, obtida entre novembro de 2015 e junho de 2016, superando as marcas neste quesito de Atlético-MG, Flamengo, Internacional-RS e Palmeiras, e que o último jogo dela se deu no aniversário do próprio Eurico, em 07/06/2016, quando em Joinville a torcida vascaína cantou um "Parabéns a você" em homeagem a ele, após o fim da partida.
Não citaram a reconstrução do patrimônio do clube em sua última gestão, após a passagem do Tsunami do MUV no clube, bem como o fato de que pela última vez o Vasco, exatamente naquele período, obteve certidões positivas com efeito de negativas, em relação às dívidas fiscais, o que se manteve por quase três anos.
Não citaram que apesar de ter recebido a dívida do clube mais do que dobrada do acumulado dela em 110 anos de Vasco, Eurico a reduziu em seu triênio último à frente do Vasco, admitido isso pela gestão que o sucedeu, responsável pelo balanço patrimonial de 2017 apresentado.
Não citaram que enquanto Eurico Miranda deixou como crédito para o clube em 2008 o valor da venda de Phillippe Coutinho, além de uma joia da base com 100 milhões de reais de multa rescisória (Alex Teixeira) e em 2018 deixou tudo pronto para uma possível negociação do atacante Paulinho (hoje destaque do Atlético-MG) à Europa, com valores na ordem de 57 milhões de reais a serem usufruídos pela gestão sucessora, que fez a negociação, ele, Eurico, quando recebeu o clube para geri-lo novamente, em dezembro de 2014, não tinha um atleta sequer da base com potencial para uma grande venda.
Não citaram que Eurico Miranda deixou o Vasco na Taça Libertadores de 2018, mesmo com o clube impedido de atuar com torcida em São Januário por seis jogos no Campeonato Brasileiro. Nele, por sinal, o Vasco teve seis gols irregulares marcados contra si (validados), apenas um pênalti a favor e oito contra, sendo que não foram marcados a seu favor sete outras penalidades máximas, existentes.
Não citaram que no referido triênio o Vasco ganhou mais campeonatos oficiais (dois) do que todos os grandes cariocas (juntos).
Não citaram que no referido triênio o Vasco conquistou mais taças oficiais (quatro), do que todos os outros do Rio (juntos).
Não citaram que no referido triênio o Vasco disputou quatro decisões de taça e venceu todas.
Não citaram que no referido triênio, pela primeira vez na história, o Vasco eliminou o Flamengo, em confronto direto, de três competições consecutivas, sendo campeão em duas delas.
Não citaram que com Eurico Miranda na presidência do clube no século XXI, jamais qualquer outro clube carioca foi Campeão Brasileiro ou Sul-Americano, fato ocorrido nas gestões do Vasco em que estiveram à frente do clube seus adversários políticos deste século.
Não citaram que de cadeira de rodas e tudo, Eurico ainda ia buscar verba junto a entidades para ajudar o Vasco, ao longo de 2018.
Não citaram as ajudas que Eurico deu a muitos clubes, incluindo os principais rivais, mas citaram um pedido dele a Eduardo Viana, presidente da FERJ, de que as cotas do Campeonato Carioca de 2001 (em reunião realizada a 13/02 daquele ano) fossem divididas proporcionalmente com o Vasco incluído, porque a Globo se recusava a pagar o que o Vasco entendia ser seu por direito (o tempo comprovou que, de fato, era), tratando-se a questão por jornais da época como uma "vaquinha", ou algo do gênero, sem ter sido citado no documentário as razões pelas quais Flamengo e Botafogo justificavam não aceitar aquilo (grave crise financeira, dito pelo Flamengo e estado de humilhação pública, dito pelo Botafogo, por não cumprimento de obrigações básicas por parte do próprio alvinegro). Vale lembrar que 11 meses depois, o Fla-Barra virou Vasco-Barra, após calote rubro-negro dado ao dono do local e consequente despejo em julho de 2000. Em janeiro de 2002 o espaço passou a ser alugado e utilizado pelo Vasco. Anos mais tarde, na gestão de Roberto Dinamite no Vasco, o clube foi despejado do local por não pagamento do acordado e cumprido até o fim da gestão de Eurico Miranda, em junho de 2008.
Não citaram que Eurico Miranda é o dirigente com maior número de títulos oficiais conquistados em toda a história do clube. Em 25 anos e meio como vice-presidente de futebol ou presidente do clube foram 18 campeonatos oficiais: uma Copa Libertadores, uma Copa Mercosul, três Campeonatos Brasileiros, dois Interestaduais (João Havelange de 1993 e Rio-São Paulo de 1999), nove Campeonatos Cariocas (1987, 1988, 1992, 1993, 1994, 1998, 2003, 2015, 2016) e duas Copas Rio (1992/1993). Além disso, 20 conquistas de taças (turnos): Taça Guanabara (1986, 1987, 1990, 1992, 1994, 1998, 2000, 2003, 2016), Taça Rio (1988, 1992, 1993, 1998, 1999, 2001, 2003, 2004, 2017), Terceiro Turno (1988 e 1997). Fora isso, o Vasco ainda obteve, com ele à frente do futebol, 11 títulos internacionais, dois interestaduais e um estadual, totalizando 52 títulos. Não bastasse tudo que foi exposto, ainda fez reconhecer, como já dito antes, o título Sul-Americano Invicto de 1948, 48 anos depois, colocando o emblemático Expresso da Vitória como primeiro Campeão Sul-Americano oficial do continente.
Sérgio Frias
A Mão do Eurico
4.0 32O Poderoso Chefão do futebol brasileiro, e uma faca de dois gumes pro Vasco da Gama.
Muito da história do auge e descenso do Vasco nos últimos 25 anos tá aqui, excelentes entrevistas inclusive mostrando a histórica rixa Globo x Eurico/Vasco por conta do episódio com a camisa do SBT na final da Copa João Avelange em 2000.
Recomendo pra todos os vascaínos e principalmente pra quem se interessa pela história do futebol brasileiro, na figura da maior persona cartolística que já habitou essas terras brasilis.
Feitiço do Amazonas
2.5 2Disponível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=z4dzznAc5pk
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraDublado, em 4K e completo no Youtube aqui, marco histórico na internet
www.youtube.com/watch?v=UYD2DKswT8E&ab_channel=FilmIncorp.
Velma (1ª Temporada)
2.3 124 Assista AgoraO desenho é ótimo e muito engraçado, com esse naipe de dublagem então, ficou melhor ainda. Vi o 2º episódio agora e rachei o bico, fazia tempo que não me divertia genuinamente com uma série animada pra adultos.
O hate dos nerdolas e conservadores é puro mimimi, enquanto ficam aí chorando acusando de "lacrassaum" a animação tá fazendo o maior sucesso e batendo recordes de audiência, e tem méritos de sobra pra isso.
Aí nerdolada incel, aturem ou surtem hahahahahah
Também Somos Irmãos
3.7 9NOTA DISSONANTE EM TEMPOS DE CHANCHADA
Carlos Alberto Mattos*
O panorama do cinema brasileiro em 1949 era marcado por comédias musicais, dramas rurais e adaptações literárias. Os temas sociais não costumavam ser encarados de frente. No máximo, perpassavam as entrelinhas de histórias de amor e de busca pelo sucesso. Daí a surpresa com que foi recebida a estreia de Também somos irmãos, um libelo contra o preconceito racial.
Além do ineditismo do tema na nossa filmografia, causava verdadeiro espanto o fato de ter sido produzido pela Atlântida Cinematográfica, uma fábrica de divertimentos despreocupados e das então nascentes chanchadas. Como entender o selo da Atlântida num filme passado em
parte numa favela e com um personagem negro que suspirava pelo amor de uma moça branca criada na elite carioca?
O argumento de Alinor Azevedo mobilizava arquétipos poderosos em enredo acentuadamente melodramático. Os irmãos negros Renato (Aguinaldo Camargo) e Altamiro (Grande Otelo) foram criados por um viúvo milionário, que também adotara duas crianças brancas. Depois
de crescidos, Renato e Miro vão compreender a diferença entre “ser filho” e “como se fosse filho”. A barreira racial se mostra mais forte que o suposto gesto humanitário, trazendo discriminação e humilhações para os rapazes “de cor”.
Um grande achado de Alinor foi abrir uma fenda entre os dois irmãos negros. Enquanto Renato é um homem de bem, advogado afeito às leituras e à música “branca”, Miro é um contraventor chegado ao samba, à cachaça e ao inconformismo. Para ele, o irmão tem “alma de escravo”. Numa das melhores sequências do filme, Renato, enfiado num impecável terno branco, sai para a formatura em Direito e é festejado na favela como doutor. O “embranquecimento” de Renato contrasta com a revolta de Miro, que se orgulha de seu “sangue negro”.
Essas visões dicotômicas dos personagens refletem, sem dúvida, certas convicções vigentes na época. Mas também antecipam uma discussão que nortearia o advento de uma nova consciência da questão racial no Brasil algumas décadas mais tarde.
Entre o conflito de posturas e a solidariedade fraternal, Renato e Miro vivenciam uma das duas linhas dramáticas que atravessam todo o filme. Na outra vertente do roteiro, Renato corteja Marta (Vera Nunes), sua irmã adotiva e aspiração romântica, tendo que para isso rivalizar com
um escroque (Jorge Dória), que pretende se casar com ela e se apoderar da fortuna do sogro.
Assunto ousado, como se vê, para a mentalidade dos anos 1940, bastante segmentada em termos sociais, morais e raciais. O atrevimento se deve sobretudo ao perfil do diretor José Carlos Burle, um dos fundadores da Atlântida, em que incentivava a produção de “filmes sérios”.
O primeiro longa-metragem do estúdio, em 1943, fora uma biografia disfarçada de Grande Otelo, Moleque Tião, dirigida pelo próprio Burle. Também somos irmãos é uma amostra de como o diretor tentava conciliar temas sociais com entretenimento típico da época. Renato e Miro são compositores, e suas canções irrompem na trama sem pedir licença. Uma delas é interpretada pelo cantor Agnaldo Rayol, então fazendo sua estreia, aos 12 anos de idade, no papel do quarto irmão. Outro que faz aqui sua primeira aparição no cinema é Jece Valadão, numa pequena ponta como garçom.
* Crítico e pesquisador de cinema, autor de livros sobre os cineastas Walter Lima Jr., Eduardo Coutinho, Carla Camurati, Jorge Bodanzky, Maurice Capovilla e Vladimir Carvalho.
O Caçula do Barulho
3.2 1Segundo filme que assisto do meu avô Sérgio de Oliveira, que faz o pequeno papel do pai dos 7 irmãos (Inclusive sou o 7ª filho e caçula também) De quebra ainda assisti ao Oscarito pela primeira vez em cena, e faz jus á fama, ele é naturalmente engraçado.
É um filme bacana pena que a cópia existente dele esteja em péssimas condições pra se assistir, merecendo uma restauração digna da obra. Uma coisa que não podia deixar de observar, é o tanto de falas racistas no filme, com comentários como "imagina se eu ia ficar com aquela macaca", "aquela pessoa de cor, deus me livre" entre outros, que serve de retrato ao racismo estrutural que existe no país, mas que antigamente era ainda muito pior.
Também Somos Irmãos
3.7 9Primeiro filme que assisto do meu avô (que não conheci) Sérgio de Oliveira (Arno Werner Broda) nesse filme ele faz o papel do Sr. Requião. De bônus também é a primeira vez que assisto a um filme com Grande Otelo.
É bom filme, que foi vanguarda na abordagem ao racismo estrutural do país. Merece uma restauração á altura em alta definição pra ser melhor apreciado.
Momentos Inesquecíveis do Desenho Animado Publicitário
3.8 1Disponível no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=53w_3quMdbM&t=69s&ab_channel=BackOldM%C3%B4nica
Alvorada
3.2 25A cena do urubu entrando no Alvorada no dia seguinte ao impeachment é antológica como simbolismo. O doc em si é bem aquém do esperado, mas é bem vindo como reforço a mais um dos pontos de vista sobre esse processo de ruptura democrática e institucional que o país atravessa desde então.
Grump, o Feiticeiro Trapalhão
3.8 12Terminei de assistir completo depois de quase 3 anos, um dos meus desenhos preferidos da infância, muita nostalgia e psicodelia envolvida, o ponto forte do desenho é a criatividade. Quem quiser assistir tenho no Brodaflix, só mandar MP.
Chorão: Marginal Alado
3.8 179 Assista AgoraFã: "Por mais que eu não tenha dinheiro, cara, de ir nos seus shows. Por mais que eu não tenha dinheiro de comprar os seus CDs, sabe, mas eu te amo.
CHORÃO: Aí te falar uma parada, te falar uma parada: Baixa o som. Não gasta dinheiro com essa porra. baixa o som, tá ligado? Baixa o som e curte o barato.
Fã: Te amo!
CHORÃO: O som é pra vocês, não precisa comprar.
Ama as pessoas e usa as coisas. O máximo que tu puder, valeu?
Os Croods 2: Uma Nova Era
3.5 149 Assista AgoraNão me lembro do primeiro filme pra ter uma base comparativa, mas me diverti bastante assistindo a essa sequência. Universo de personagens expandido e bem trabalhados, e ambientação muito bem desenvolvida e criativa, dei várias gargalhadas com as excelentes tiradas e sacadas. Dreamworks acertou a mão e produziu uma ótima animação, que se não chega aos pés de Como Treinar Seu Dragão, ao menos encanta e entretém o público com qualidade e sem subestimar a inteligência das crianças.
Oito Universitários
3.9 3Disponível pra assistir em documentosrevelados. com. br (Só juntar os espaços)
Oito Universitários
3.9 3O vídeo é de 1967, vale a pena assistir quem puder, registro histórico incrível do olhar de uma parcela da juventude na época.
"Movimento Estudantil na década de 60
O vídeo “Os oito universitários”, eu recebi de minha velha e querida amiga Tania Roque, companheira do movimento estudantil do Rio de Janeiro.
Ela resgatou o vídeo, produzido em 35 mm por Cacá Diegues, que anos depois se consagrou como cineasta. Trata-se de um importante documento daqueles anos, quando nós tínhamos estrelas nos olhos e queríamos assaltar os céus."
Argila
3.3 6O 2º filme da minha avó Lídia Mattos (que fez a Marina) com 16 anos de idade!
Grande obra de Humberto Mauro, muita vanguarda em uma produção digna e completa em muitos sentidos cinematográficos.
Espero que o filme ganhe uma cópia em alta definição em breve, merece muito.
Viva o cinema brasileiro!!
Aves sem ninho
3.7 1O primeiro filme da minha avó Lídia Mattos, com 15 anos de idade, a 82 anos atrás!
Do sensacional diretor e artista Raoul Roulien, é uma produção incrível!!!
"Minha causa é a causa dessas infelizes que nasceram desgraçadas... dessas pobres 'aves sem ninho' que incessantemente voejam e rodopiam até quebrarem as azas de encontro aos vidros opacos da felicidade que nunca lhes deixaram alcançar."
Disponível no meu canal do YouTube para assistir: youtu.be/-69nayHQjf8
O Poeta do Castelo
4.3 32Em 1959, Joaquim Pedro de Andrade estreou como diretor de cinema filmando seu padrinho de crisma, Manuel Bandeira. O documentário exibe o homem aparentemente comum. Bandeira em casa, colocando discretamente as mãos nas costas para levantar-se, escrevendo, lendo, saindo para comprar leite. Ele está vivo.
O homem caminha por um pedaço do Rio de Janeiro triste e sujo. As cenas em preto e branco, com planos amplos, lembram o melhor de Michelangelo Antonioni. Após uma pausa dramática, ouve-se a voz de Bandeira no primeiro poema do filme: “Belo belo minha bela. Tenho tudo que não quero. Não tenho nada que quero”.
Nas cenas banais de uma manhã como outra qualquer, enquanto prepara o café, emerge o segundo poema, Testamento, que aos poucos convida quem vê o filme a passear pela cabeça (ou pelo coração) do poeta. Como escreveu Rachel de Queiroz na apresentação do livro Estrela da Manhã: “É engraçado – estamos aqui falando do maior poeta vivo do Brasil, aliás, segundo o nosso melhor juízo, o maior poeta do Brasil – no entanto, há qualquer coisa de homem que quase o impede – assim grande, louvado, imortal, consagrado – de ser um monumento nacional. Todos lhe reconhecemos a glória laureada – claro! claro! mas antes de o admirarmos, ou ao mesmo tempo em que o admiramos, acima de tudo e principalmente o amamos”.
Esse amor está presente na película de Joaquim Pedro. Com suavidade, a câmera se aproxima, retrata a delicadeza de uma risada e, aos poucos, revela a intimidade do homem que, com o poema Pasárgada, resumiu o paraíso imaginário do brasileiro. Enquanto se ouve a voz que declama Vou-me embora pra Pasárgada, Bandeira caminha pela Avenida Presidente Wilson até que, como Macunaíma, vai aos céus virar estrela.
Com roteiro do próprio poeta, retocado pelo diretor, O poeta do Castelo é um dos precursores do Cinema Novo. Repleto de externas (takes filmados a céu aberto) que exibem a cidade cruamente, com um ator-poeta que representa a si mesmo em seu cotidiano, o documentário coloca o homem no centro da trama – características que mais tarde o movimento de vanguarda do cinema brasileiro iria destacar.
A fotografia – limpa e crua – é de Afrodísio de Castro, que assinou mais de 50 filmes, entre eles Ganga Bruta, de Humberto Mauro. Depois de O poeta do Castelo, Joaquim Pedro dirigiu curtas-metragens como Couro de gato e O mestre de Apipucos, e os longas Macunaíma, O padre e a moça, Garrincha, alegria do povo e o antropofágico Homem do Pau Brasil, entre outros. Neste documentário, o maior cineasta brasileiro conseguiu imortalizar o poeta em movimento e o eterniza em sua cidade.
Crítica por Sylvio Rocha
O Poeta do Castelo
4.3 32O Poeta do Castelo” é um curta-metragem de Joaquim Pedro de Andrade, um dos principais cineastas do cinema brasileiro, que nesse filme acompanha um dia de Manuel Bandeira. Originalmente montado junto com “O Mestre de Apipucos”, foi exibido na 6a Bienal de São Paulo numa sessão de curtas que também contou com “Aruanda” e “Arraial do Cabo”, entre outros. Essa mostra na Cinemateca Brasileira foi considerada o ano zero do Cinema Novo. Esses filmes rompem com o formato tradicional representado pela falida Vera Cruz, buscando um cinema nacional, mais direto e de baixo custo.
Lampião, o Rei do Cangaço
4.2 7Aqui o vídeo colorizado por Inteligência artificial:
https://www.youtube.com/watch?v=zNxe1PCAUb0
Nome no Youtube: Vídeo real de Lampião (120fps/FullHD e colorizado com IA)
E aqui na íntegra com edição sonora:
https://www.youtube.com/watch?v=eBBQReNSw00&t=122s
Nome no Youtube: lampião rei do cangaço, vídeo reais com montagem de som
Ganga Bruta
3.4 51Notas da especialista, Alice Gonzaga:
"Considerado um dos cem melhores filmes brasileiros de todos os tempos na recente votação da Abbracine (2016).
Foi o primeiro filme brasileiro a usar conscientemente algumas proposições da Psicanálise, como símbolos fálicos. Ao assumir a influência, o diretor Humberto Mauro sofreu chacotas da crítica e acabou sendo chamado de Freud de Cascadura, em alusão ao bairro suburbano carioca.
Utiliza, entre outras locações, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Fábrica de Cimentos Portland, então em construção, e atualmente localizada no município de São Gonçalo-RJ.
A atriz Dea Selva tinha 14 anos quando foi selecionada para para viver a protagonista feminina, e os vestidos usados por ela exploram motivos modernistas e art-déco.
Foi o último filme brasileiro lançado com a trilha sonora gravada pelo processo Vitaphone (som gravado em discos).
Primeira trilha musical organizada pelo maestro, compositor, pianista e arranjador Radames Gnatalli, que escreveu duas canções para o filme.
O ator protagonista, Durval Bellini, era remador do Flamengo e participou das Olimpíadas de Los Angeles em 1932, interrompendo as filmagens. Na condição de Polícia Especial, foi o carcereiro de Luis Carlos Prestes, após sua prisão em 1935. Bellini contava que o prisioneiro era bastante afável e nunca deu trabalho.
O afamado diretor de fotografia Edgar Brasil faz uma ponta na cena do bar, e o produtor Adhemar Gonzaga faz uma participação na cena do açude.
Em algumas cenas o ator Durval Bellini, de tão forte que era, carrega o câmera nos ombros.
A locação da sequência de abertura é o famoso Palacete Martinelli, na Av. Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
O palavra ganga significa rotineiramente impureza, mas, no jargão dos garimpeiros das Minas Gerais, é a cobertura áspera, bruta e feia que envolve a pepita de ouro ou diamante. A ganga enganaria o observador desatento."
- Alice Gonzaga é escritora, pesquisadora, produtora, diretora e empresária do ramo cinematográfico; é filha de Adhemar Gonzaga, fundador da Cinédia.
Joe e as Baratas
2.7 75024 anos depois, finalmente assisti a esse clássico. Diversão garantida, gargalhadas fáceis ou seu tempo de volta! Assistir com a dublagem clássica da TV fez toda a diferença pro fator lúdico, tudo ficou ainda mais engraçado! Recomendo!
Rituais e festas Borôro
3.7 2O primeiro registro etnográfico do mundo é brasileiro! Sensacional, toda a tradição, costumes, danças e o registro histórico do século passado. Todo o meu respeito e admiração por essa cultura milenar dos verdadeiros brasileiros desse país! Assistam com alguma trilha indígena de fundo que acompanha bem, já que ele é mudo. Viva os índios desse país!
Boi Aruá
4.0 4Baseado na cantoria de Elomar Figueira de Melo , Cantiga do Boi Encantado Aruá relata a história de um fazendeiro orgulhoso cujo poder é desafiado sete vezes pela extraordinária aparição do BOI ARUÁ, o Boi Misterioso, até o derradeiro confronto quando se despoja das máscaras e celebra fraternalmente a vitória sobre si mesmo.
O longa metragem "Boi Aruá" amadurece a linguagem desenvolvida pela dupla de artistas, que reúne na década de 1980 uma pequena equipe de pessoas interessadas em aprender animação e com ela cria o filme que se tornou uma referência na animação brasileira devido à força e pioneirismo no audiovisual como representante do imaginário sertanejo. Neste momento novas obras estão em andamento, afirmando no cinema de animação brasileiro uma riscadura autêntica que se origina nas gravuras populares que ilustram a literatura de cordel.
Achei bacana, o visual é muito rico, vibrante, colorido e psicodélico. Trilha sonora marcante com as transmutações zoomórficas dos personagens. Com certeza pra quem leu o livro o filme fica ainda mais rico.
Disponível no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=svYUBr10E18