O filme é uma das grandes apostas para Oscar de melhor documentário de 2017. A lista completa: https://filmow.com/listas/previsoes-para-oscar-de-documentario-2017-l98172/
Sou fã desse filme, adoro assistir mais de uma vez — e embora não seja um filme de Natal por definição, algumas características fazem com que ele possa ser considerado um. Meu único problema é com Jack Black: nunca consegui gostar da atuação dele. Não é que ele não seja engraçado, ele só parece artificial demais em algumas cenas emotivas. Kate Winslet, em contrapartida, é sempre espetacular.
Ansioso pelo Tom Holland e amei o uniforme do Spider, mas fora isso... Desculpa, não sei o que esse trailer tem de épico. A impressão que eu tive é a de que o Homem Aranha vai ser tratado como um mero spinoff dos Vingadores, quase como se estivesse sendo apadrinhado por eles antes de merecer um filme solo com roteiro próprio.
É um privilégio ter novos filmes baseados nesse universo incrível. Não tem do que reclamar. E vale comentar também: muitos spinoffs exageram ao citar personagens e referências dos filmes originais, muitas vezes para ganhar mais público, mas neste caso ninguém pesou a mão com Harry Potter. Nos trailers promocionais, tomaram o cuidado de não relacionar a nova produção com Harry Potter diretamente e o próprio filme não usa mais do que parte da trilha sonora conhecida da saga, um pequeno componente e nada que poderia roubar a autonomia e vida própria de Animais Fantásticos e Onde Habitam.
Fora isso, é ótimo notar as diferenças culturais que foram criadas entre bruxos britânicos e americanos, detalhe que não poderia ser diferente e faz com que essa futura saga ganhe proporções muito maiores do que as que poderíamos imaginar ao ver aquele livrinho fino de capa vermelha que a Rowling teve a criatividade de lançar — só a iniciativa de escrever um livro didático que existe "dentro" da história de Harry Potter já foi algo imensamente divertido, mas todas essas novidades tornam esse universo ainda mais irresistível.
Mais uma produção incrível da Netflix. O documentário é especialmente importante para jornalistas e estudantes de comunicação, com um grande exemplo de cobertura tendenciosa e totalmente sensacionalista. A hipocrisia e ambiguidade do repórter entrevistado acaba provando isso,
principalmente quando ele ressalta os princípios jornalísticos ao guardar uma fonte – e a identidade do responsável por entregar o diário de Amanda –, mas não se preocupa em dizer que produz manchetes polêmicas sem antes checar a informação com uma segunda fonte (curioso que ele próprio cita o trabalho dos repórteres Woodward e Bernstein no caso Watergate como uma grande inspiração, mas se esquece de que eles respeitavam a regra de nunca publicar algo sem a confirmação de outras fontes sem relação ou conexão direta com a primeira).
O filme em si pode parecer tendencioso, como alguns citaram, por ter a presença constante de Amanda em entrevistas e depoimentos inéditos, mas minha visão pessoal sobre os suspeitos oscilou inúmeras vezes ao longo do doc e não conseguiu parar de uma vez por todas em uma única conclusão, o que faz de "Amanda Knox" uma grande trama de investigação e análise criminal sobre este caso ainda sem solução.
Entre os documentários sobre nutrição que assisti até hoje, esse é o que consegue abordar mais questões ao mesmo tempo: os possíveis efeitos do consumo diário de leite e laticínios, os malefícios à saúde causados pelo consumo de carne, os benefícios de uma dieta à base de alimentos integrais e ainda as consequências negativas desse modelo da indústria alimentar sobre o meio ambiente. Tudo isso com base em pesquisas e testes científicos consistentes dos doutores T. Colin Campbell e Caldwell Esselstyn, além de alguns casos de pessoas que reduziram o colesterol e se livraram de vários outros sintomas de doenças crônicas, como diabetes.
Normalmente prefiro aquele documentário que se concentra em apenas um tópico de todo esse universo, mas Forks over Knives conseguiu abordá-los com o devido equilíbrio. Deixou de fora, talvez, a questão do consumo de açúcar, que mesmo o vegano está sujeito a extrapolar se não escolher bem seus alimentos. Fica difícil contrariar os argumentos que foram utilizados para indicar a dieta vegana como a mais indicada, mas para alguns ainda pode ter soado como uma sugestão radical. Valeria ter ponderado os benefícios da carne e derivados animais, se consumidos em quantidades pequenas e em intervalos maiores, como faziam — ou ainda fazem, não sei — os chineses
(de acordo com o que um dos entrevistados citou no início, ao comparar a cultura e alimentação chinesa com a americana)
, mas no próprio documentário vimos que o lado supostamente positivo de comer carne já foi perpetuado há décadas pela cultura ocidental, de qualquer forma.
Admiro todos os simbolismos do filme e entendo até certo ponto seus propósitos, mas Lars carrega um estilo que tenho dificuldade de apreciar plenamente, porque você nunca conseguirá assistir e entender o filme senão pelo que ele representa: as imagens servem apenas de instrumento para ideias, metáforas e alegorias maiores. Para muitos isso funciona como poesia, para outros é quase como tentar entender grego.
Alguns acontecimentos na primeira parte te deixam perdido e não fazem sentido...
Transou com um cara aleatório no campo de golfe? Um chefe que só fala de um slogan na noite do casamento da noiva? Vai tomar banho no meio da festa? O noivo vai embora da festa sozinho??? Entendo o significado disso tudo e acho genial, mas pensando friamente, não faz sentido. Chega a ser um pouco sem noção.
E quanto à história do planeta, mesma coisa: metáfora linda e pertinente, mas o objeto por si só, se você parar para pensar, soa infantil e fora da realidade. Roteiro escatológico para ilustrar a melancolia, a inércia e a pequenez humana? Parece-me grandioso demais, grave demais e dramático demais. Tudo isso me distanciou de um tema com o qual tenho bastante relação e familiaridade.
Do mesmo diretor de Idas e Vindas do Amor, não é à toa que esse filme recebeu o mesmo tom despretensioso e dinâmico que tinha o especial de Valentine's Day, com várias pequenas histórias que se cruzam e homenageiam uma data especial, no caso o dia das mães. Sobre grandes mães temos muitos filmes, mas poucos - não me lembro de nenhum - que tenham construído um roteiro em cima da própria data comemorativa. A fórmula é boa.
Fala sobre a modernização das pranchas de surfe, o criador da parafina - por muito tempo ele foi desconsiderado, surfistas ainda não enxergavam o propósito do produto - e discute o papel das empresas de surfe e dos próprios surfistas sobre a limpeza e sustentabilidade dos oceanos, algo que quase nenhum documentário da categoria costuma fazer.
Além de entrevistar visionários da área e shapers aclamados, o filme deu espaço a crianças ligadas ao surfe que já crescem aprendendo formas mais conscientes de tratar a natureza e prolongar a vida das ondas.
Em geral, tira sarro da suposta estupidez comum entre modelos e manequins internacionais e critica certas futilidades, costumes e preconceitos incentivados pelo universo da moda, mas não é um filme que mostra bem a que veio... Enquanto crítica, não é satírico ou mordaz, é apenas caricato e superficial, características sustentadas pelo figurino extravagante e diálogos irônicos. Para uma comédia, aposta mais no cafona do que em um bom roteiro e pouquíssimas piadas fazem valer a pena, atuações menos ainda. Me decepcionei, achei que seria hilário de verdade.
Com um tema árido, delicado e difícil de abordar, The Law in These Parts também é uma aula sobre como produzir um bom documentário e faz isso sem artifícios baratos para entreter quem o assiste. Tudo o que surge na tela prova ter sua razão de existir e as perguntas feitas aos entrevistados surgem na hora certa, com objetividade e muita segurança, ainda que respeitando as opiniões de cada um dos juristas.
As imagens históricas, os juristas e o assunto escolhido pelo diretor são seu único material, que provou ser suficiente para dar vida a um filme bastante corajoso. Para reforçar suas intenções e a imparcialidade da produção, Alexandrowicz inclui sua voz nas cenas onde uma pequena narração se faz necessária, mas ouvi-la é ainda mais importante nos trechos das entrevistas: no lugar de uma edição pesada, sujeita a alterar o teor das respostas, temos a conversa bruta, pergunta e resposta, dando nas mãos do público tudo aquilo que foi "coletado" desde o início - isso inclui mostrar até a preparação do cenário e explicar a origem das gravações antigas.
É inevitável perceber elementos essenciais para criar um bom documentário e concluir que todos eles atravessaram a simples preocupação estética sobre uma ou outra imagem. Para alcançar uma mensagem em sua forma mais crua, vale ignorar até o ritmo acelerado que filmes de temas intrincados normalmente assumiriam. Apenas capítulos dividem as conversas e acabam por também dividir as opiniões de quem acompanha um dos documentários mais instrutivos e ousados já feitos até hoje.
Assume uma linguagem bem simples e acaba explicando, a partir de especialistas, vários conceitos da economia e as relações financeiras entre governo e empresas. O documentário não chega a ser imparcial, considerando que nenhuma versão das grandes companhias citadas foi incluída, mas atingiram bem a proposta de resumir um problema pouco conhecido pelas pessoas e apontaram algumas alternativas. Tem qualidades que todo doc deveria se preocupar em ter, como objetividade, edição simples e uma abordagem que agrada tanto aquele que não sabe nada sobre o assunto quanto o que já entende bem de economia.
É um documentário bem cínico, porque só corrobora teorias conspiratórias através de uma narração com tom professoral e uma música de fundo misteriosa que colabora para criar aquele clima agoniante e ilusório de "grandes revelações" - achei esses dois artifícios BEM irritantes e ambos causam desconforto: parece que você faz parte de um universo orwelliano e a qualquer momento o Grande Irmão vai pular do computador e te torturar. Não vou entrar na discussão sobre o quanto a realidade da obra '1984', de George Orwell, pode estar atrelada à nossa sociedade porque a verdadeira questão é que o doc assume uma postura elucidadora e didática que soa enganosa.
Ainda tenho dúvidas se o objetivo do filme era realmente despertar uma profusão de questionamentos e esse princípio baseado no "duvide de tudo". Como jornalista, acho que não tinha maneira pior de disseminar essa ideia.
Pode até ser válido discutir os temas levantados pelo filme, mas o sensacionalismo faz com que ele perca quase toda sua validade. Restam apenas sensos comuns que podem ser verdade, mas não necessariamente nos termos observados pela produção em si.
O documentário é bem equilibrado na discussão sobre a descriminalização da maconha e ao analisar como os paradigmas relacionados a esse tipo de droga foram criados. Até chegaram a comentar sobre os benefícios da cannabis para fins medicinais, então é um filme bem completo e abrangente. A opinião dos especialistas é valiosa, a única falha foi na abordagem sobre os efeitos na saúde de quem fuma maconha, bem mais parcial e algo que não se justifica em um documentário com tempo suficiente para ilustrar todos os aspectos possíveis sobre esse tema.
A retomada histórica que eles fazem dessa luta contra a cannabis parece ter substituído entrevistas com quem é contra a legalização, mas ainda acho que seria válido dar espaço aos argumentos que não são favoráveis (comentários absurdos e incoerentes feitos por apresentadores de jornal não servem como bons argumentos). Mas depois de décadas com figuras importantes afirmando que a maconha é altamente prejudicial, o caminho que o filme tomou acaba sendo bem justificável. E no final das contas, toda essa resistência para nutrir uma discussão séria sobre o assunto se resume ao lucro que a criminalização da droga costuma render ao governo e à relação das empresas farmacêuticas com drogas mais "lucrativas" que outras.
Fica claro que existe um problema e é plausível a opção de documentá-lo exclusivamente através da Nestlé: uma das coisas mais interessantes foi descobrir que a empresa é dona de dezenas de marcas de água pelo mundo. Eu não havia notado que até a Perrier e a S. Pellegrino pertencem a ela.
De qualquer forma, esse problema não foi bem ilustrado. A figura do documentarista no filme é irrelevante, os argumentos são fracos e muitas das declarações são pouco impactantes ou não dizem nada. A abordagem foi, como a própria Nestlé alegou, parcial.
O documentário passa a impressão de ter recebido bom investimento, considerando as visitas feitas a diversos países e as imagens de alta qualidade. Mas é impossível sustentar um filme desse tipo apenas com aspectos visuais.
A tentativa de humanizar Anna ficou explícita, mas falhou miseravelmente: Anna Wintour com certeza deve ter sido a inspiração para a personagem Miranda Priestly. É possível identificar os mesmos trejeitos e temperamento logo nos primeiros minutos. Mas apesar de parecer muitas vezes mimada e arrogante, ela é também pragmática, direta e inexpressiva, um escudo necessário para a posição que ocupa. Isso é fácil de perceber porque ela muda totalmente ao lado da filha ou quando fala sobre a própria família.
Foi incrível a iniciativa de selecionar uma figura notável e, a partir de sua história, ilustrar a atmosfera da Vogue, tudo o que ela representa e quem são as pessoas que fazem com que essa publicação assuma seu verdadeiro tamanho e sucesso. Também é interessante notar a presença de profissionais que tiveram contato com a moda muito cedo, mesmo durante uma infância passada em cidades remotas e alheias ao mundo fashion, porque fica claro que esse universo estressante e perfeccionista é movido especialmente pela paixão dessas pessoas. Grace é o retrato perfeito disso, talvez uma versão de Nigel em O Diabo Veste Prada (a semelhança no comportamento é berrante) e ela própria uma inspiração. Suas palavras na visita à França - assim como as imagens feitas em Paris - são marcantes.
Fico surpreso que esse documentário seja tão pouco conhecido, porque merece ser assistido por vários públicos: estudantes de jornalismo, de moda, da área de administração e por todos os demais apaixonados pelo mundo da moda. Os minutos finais, com a edição de setembro sendo finalmente impressa, ajudaram a reforçar minha paixão por revistas e jornalismo.
O início do documentário sugere que veremos uma discussão ultrapassada, com uma premissa que, aos poucos, foi ficando cada vez mais "datada" na nossa realidade digital. Mas logo surgem casos de pirataria de maiores proporções, consequentemente mais ameaçadores às gravadoras e distribuidoras... E então fica claro que a cultura do compartilhamento na internet e os limites da propriedade intelectual nunca foram tão atuais. A melhor parte é que o filme respeita muito as opiniões divergentes e dá espaço a vários casos, em diferentes países.
Ainda acho que em alguns exemplos recentes - como os mods feitos a partir de um game ou as samples recriadas através de uma música original - o assunto já perdeu muito de seu impacto e tem se tornado cada vez mais normal para nossa geração. Estamos aprendendo a absorver essa cultura da criatividade e compartilhamento, só não sabemos com que limite isso pode ser explorado e não definimos até onde tudo isso é legalmente aceitável. Essa é a verdadeira polêmica.
E esse cara aleatório do piano que fica conversando com a gente no começo e nas últimas cenas? hahaha
Uma observação para o final: o cara "remixando o remix" brasileiro foi a melhor forma de resumir o desenvolvimento e o conceito dessa cultura de compartilhamento. Como ele disse: "Pretty fun to cut stuff up"
A 13ª Emenda
4.6 354 Assista AgoraO filme é uma das grandes apostas para Oscar de melhor documentário de 2017. A lista completa: https://filmow.com/listas/previsoes-para-oscar-de-documentario-2017-l98172/
Tickled
3.8 101Tô em choque. Ótimo trabalho de David Farrier.
O Amor Não Tira Férias
3.7 1,5K Assista AgoraSou fã desse filme, adoro assistir mais de uma vez — e embora não seja um filme de Natal por definição, algumas características fazem com que ele possa ser considerado um. Meu único problema é com Jack Black: nunca consegui gostar da atuação dele. Não é que ele não seja engraçado, ele só parece artificial demais em algumas cenas emotivas. Kate Winslet, em contrapartida, é sempre espetacular.
A cena da Amanda na casa de Graham com as filhas é uma delícia de se assistir, acho que não posso usar outra palavra senão "fofa".
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
3.8 1,9K Assista AgoraAnsioso pelo Tom Holland e amei o uniforme do Spider, mas fora isso... Desculpa, não sei o que esse trailer tem de épico. A impressão que eu tive é a de que o Homem Aranha vai ser tratado como um mero spinoff dos Vingadores, quase como se estivesse sendo apadrinhado por eles antes de merecer um filme solo com roteiro próprio.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraÉ um privilégio ter novos filmes baseados nesse universo incrível. Não tem do que reclamar. E vale comentar também: muitos spinoffs exageram ao citar personagens e referências dos filmes originais, muitas vezes para ganhar mais público, mas neste caso ninguém pesou a mão com Harry Potter. Nos trailers promocionais, tomaram o cuidado de não relacionar a nova produção com Harry Potter diretamente e o próprio filme não usa mais do que parte da trilha sonora conhecida da saga, um pequeno componente e nada que poderia roubar a autonomia e vida própria de Animais Fantásticos e Onde Habitam.
Fora isso, é ótimo notar as diferenças culturais que foram criadas entre bruxos britânicos e americanos, detalhe que não poderia ser diferente e faz com que essa futura saga ganhe proporções muito maiores do que as que poderíamos imaginar ao ver aquele livrinho fino de capa vermelha que a Rowling teve a criatividade de lançar — só a iniciativa de escrever um livro didático que existe "dentro" da história de Harry Potter já foi algo imensamente divertido, mas todas essas novidades tornam esse universo ainda mais irresistível.
Amanda Knox
3.6 229 Assista AgoraMais uma produção incrível da Netflix. O documentário é especialmente importante para jornalistas e estudantes de comunicação, com um grande exemplo de cobertura tendenciosa e totalmente sensacionalista. A hipocrisia e ambiguidade do repórter entrevistado acaba provando isso,
principalmente quando ele ressalta os princípios jornalísticos ao guardar uma fonte – e a identidade do responsável por entregar o diário de Amanda –, mas não se preocupa em dizer que produz manchetes polêmicas sem antes checar a informação com uma segunda fonte (curioso que ele próprio cita o trabalho dos repórteres Woodward e Bernstein no caso Watergate como uma grande inspiração, mas se esquece de que eles respeitavam a regra de nunca publicar algo sem a confirmação de outras fontes sem relação ou conexão direta com a primeira).
O filme em si pode parecer tendencioso, como alguns citaram, por ter a presença constante de Amanda em entrevistas e depoimentos inéditos, mas minha visão pessoal sobre os suspeitos oscilou inúmeras vezes ao longo do doc e não conseguiu parar de uma vez por todas em uma única conclusão, o que faz de "Amanda Knox" uma grande trama de investigação e análise criminal sobre este caso ainda sem solução.
Garfos ao Invés de Facas
4.3 41Entre os documentários sobre nutrição que assisti até hoje, esse é o que consegue abordar mais questões ao mesmo tempo: os possíveis efeitos do consumo diário de leite e laticínios, os malefícios à saúde causados pelo consumo de carne, os benefícios de uma dieta à base de alimentos integrais e ainda as consequências negativas desse modelo da indústria alimentar sobre o meio ambiente. Tudo isso com base em pesquisas e testes científicos consistentes dos doutores T. Colin Campbell e Caldwell Esselstyn, além de alguns casos de pessoas que reduziram o colesterol e se livraram de vários outros sintomas de doenças crônicas, como diabetes.
Normalmente prefiro aquele documentário que se concentra em apenas um tópico de todo esse universo, mas Forks over Knives conseguiu abordá-los com o devido equilíbrio. Deixou de fora, talvez, a questão do consumo de açúcar, que mesmo o vegano está sujeito a extrapolar se não escolher bem seus alimentos. Fica difícil contrariar os argumentos que foram utilizados para indicar a dieta vegana como a mais indicada, mas para alguns ainda pode ter soado como uma sugestão radical. Valeria ter ponderado os benefícios da carne e derivados animais, se consumidos em quantidades pequenas e em intervalos maiores, como faziam — ou ainda fazem, não sei — os chineses
(de acordo com o que um dos entrevistados citou no início, ao comparar a cultura e alimentação chinesa com a americana)
Grande Menina, Pequena Mulher
3.6 773 Assista AgoraClima de filme anos 90, adoro.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraAdmiro todos os simbolismos do filme e entendo até certo ponto seus propósitos, mas Lars carrega um estilo que tenho dificuldade de apreciar plenamente, porque você nunca conseguirá assistir e entender o filme senão pelo que ele representa: as imagens servem apenas de instrumento para ideias, metáforas e alegorias maiores. Para muitos isso funciona como poesia, para outros é quase como tentar entender grego.
Alguns acontecimentos na primeira parte te deixam perdido e não fazem sentido...
Transou com um cara aleatório no campo de golfe? Um chefe que só fala de um slogan na noite do casamento da noiva? Vai tomar banho no meio da festa? O noivo vai embora da festa sozinho??? Entendo o significado disso tudo e acho genial, mas pensando friamente, não faz sentido. Chega a ser um pouco sem noção.
E quanto à história do planeta, mesma coisa: metáfora linda e pertinente, mas o objeto por si só, se você parar para pensar, soa infantil e fora da realidade. Roteiro escatológico para ilustrar a melancolia, a inércia e a pequenez humana? Parece-me grandioso demais, grave demais e dramático demais. Tudo isso me distanciou de um tema com o qual tenho bastante relação e familiaridade.
O Maior Amor do Mundo
3.1 248 Assista AgoraDo mesmo diretor de Idas e Vindas do Amor, não é à toa que esse filme recebeu o mesmo tom despretensioso e dinâmico que tinha o especial de Valentine's Day, com várias pequenas histórias que se cruzam e homenageiam uma data especial, no caso o dia das mães. Sobre grandes mães temos muitos filmes, mas poucos - não me lembro de nenhum - que tenham construído um roteiro em cima da própria data comemorativa. A fórmula é boa.
Special Correspondents
3.1 86 Assista AgoraNetflix precisa de mais filmes sobre jornalismo... Tô curioso pra ver esse.
A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
3.2 1,0K Assista AgoraAi que preguiça que me deu depois de anunciarem Scarlett...
Fabricando o Surfe
5.0 1Fala sobre a modernização das pranchas de surfe, o criador da parafina - por muito tempo ele foi desconsiderado, surfistas ainda não enxergavam o propósito do produto - e discute o papel das empresas de surfe e dos próprios surfistas sobre a limpeza e sustentabilidade dos oceanos, algo que quase nenhum documentário da categoria costuma fazer.
Além de entrevistar visionários da área e shapers aclamados, o filme deu espaço a crianças ligadas ao surfe que já crescem aprendendo formas mais conscientes de tratar a natureza e prolongar a vida das ondas.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraVai ser lindo.
Deep Web
3.6 103Foi adicionado na Netflix!
Zoolander
2.6 343 Assista AgoraEm geral, tira sarro da suposta estupidez comum entre modelos e manequins internacionais e critica certas futilidades, costumes e preconceitos incentivados pelo universo da moda, mas não é um filme que mostra bem a que veio... Enquanto crítica, não é satírico ou mordaz, é apenas caricato e superficial, características sustentadas pelo figurino extravagante e diálogos irônicos. Para uma comédia, aposta mais no cafona do que em um bom roteiro e pouquíssimas piadas fazem valer a pena, atuações menos ainda. Me decepcionei, achei que seria hilário de verdade.
A Lei por essas Bandas
4.7 1Com um tema árido, delicado e difícil de abordar, The Law in These Parts também é uma aula sobre como produzir um bom documentário e faz isso sem artifícios baratos para entreter quem o assiste. Tudo o que surge na tela prova ter sua razão de existir e as perguntas feitas aos entrevistados surgem na hora certa, com objetividade e muita segurança, ainda que respeitando as opiniões de cada um dos juristas.
As imagens históricas, os juristas e o assunto escolhido pelo diretor são seu único material, que provou ser suficiente para dar vida a um filme bastante corajoso. Para reforçar suas intenções e a imparcialidade da produção, Alexandrowicz inclui sua voz nas cenas onde uma pequena narração se faz necessária, mas ouvi-la é ainda mais importante nos trechos das entrevistas: no lugar de uma edição pesada, sujeita a alterar o teor das respostas, temos a conversa bruta, pergunta e resposta, dando nas mãos do público tudo aquilo que foi "coletado" desde o início - isso inclui mostrar até a preparação do cenário e explicar a origem das gravações antigas.
É inevitável perceber elementos essenciais para criar um bom documentário e concluir que todos eles atravessaram a simples preocupação estética sobre uma ou outra imagem. Para alcançar uma mensagem em sua forma mais crua, vale ignorar até o ritmo acelerado que filmes de temas intrincados normalmente assumiriam. Apenas capítulos dividem as conversas e acabam por também dividir as opiniões de quem acompanha um dos documentários mais instrutivos e ousados já feitos até hoje.
Não Estamos Falidos
4.2 2 Assista AgoraAssume uma linguagem bem simples e acaba explicando, a partir de especialistas, vários conceitos da economia e as relações financeiras entre governo e empresas. O documentário não chega a ser imparcial, considerando que nenhuma versão das grandes companhias citadas foi incluída, mas atingiram bem a proposta de resumir um problema pouco conhecido pelas pessoas e apontaram algumas alternativas. Tem qualidades que todo doc deveria se preocupar em ter, como objetividade, edição simples e uma abordagem que agrada tanto aquele que não sabe nada sobre o assunto quanto o que já entende bem de economia.
Zeitgeist: The Movie
3.8 311 Assista AgoraÉ um documentário bem cínico, porque só corrobora teorias conspiratórias através de uma narração com tom professoral e uma música de fundo misteriosa que colabora para criar aquele clima agoniante e ilusório de "grandes revelações" - achei esses dois artifícios BEM irritantes e ambos causam desconforto: parece que você faz parte de um universo orwelliano e a qualquer momento o Grande Irmão vai pular do computador e te torturar. Não vou entrar na discussão sobre o quanto a realidade da obra '1984', de George Orwell, pode estar atrelada à nossa sociedade porque a verdadeira questão é que o doc assume uma postura elucidadora e didática que soa enganosa.
Ainda tenho dúvidas se o objetivo do filme era realmente despertar uma profusão de questionamentos e esse princípio baseado no "duvide de tudo". Como jornalista, acho que não tinha maneira pior de disseminar essa ideia.
Pode até ser válido discutir os temas levantados pelo filme, mas o sensacionalismo faz com que ele perca quase toda sua validade. Restam apenas sensos comuns que podem ser verdade, mas não necessariamente nos termos observados pela produção em si.
Cultura Chapada
4.5 34O documentário é bem equilibrado na discussão sobre a descriminalização da maconha e ao analisar como os paradigmas relacionados a esse tipo de droga foram criados. Até chegaram a comentar sobre os benefícios da cannabis para fins medicinais, então é um filme bem completo e abrangente. A opinião dos especialistas é valiosa, a única falha foi na abordagem sobre os efeitos na saúde de quem fuma maconha, bem mais parcial e algo que não se justifica em um documentário com tempo suficiente para ilustrar todos os aspectos possíveis sobre esse tema.
A retomada histórica que eles fazem dessa luta contra a cannabis parece ter substituído entrevistas com quem é contra a legalização, mas ainda acho que seria válido dar espaço aos argumentos que não são favoráveis (comentários absurdos e incoerentes feitos por apresentadores de jornal não servem como bons argumentos). Mas depois de décadas com figuras importantes afirmando que a maconha é altamente prejudicial, o caminho que o filme tomou acaba sendo bem justificável. E no final das contas, toda essa resistência para nutrir uma discussão séria sobre o assunto se resume ao lucro que a criminalização da droga costuma render ao governo e à relação das empresas farmacêuticas com drogas mais "lucrativas" que outras.
Vida Engarrafada: O Negócio da Nestlé com a Água
3.6 4Fica claro que existe um problema e é plausível a opção de documentá-lo exclusivamente através da Nestlé: uma das coisas mais interessantes foi descobrir que a empresa é dona de dezenas de marcas de água pelo mundo. Eu não havia notado que até a Perrier e a S. Pellegrino pertencem a ela.
De qualquer forma, esse problema não foi bem ilustrado. A figura do documentarista no filme é irrelevante, os argumentos são fracos e muitas das declarações são pouco impactantes ou não dizem nada. A abordagem foi, como a própria Nestlé alegou, parcial.
O documentário passa a impressão de ter recebido bom investimento, considerando as visitas feitas a diversos países e as imagens de alta qualidade. Mas é impossível sustentar um filme desse tipo apenas com aspectos visuais.
A Edição de Setembro
4.1 105A tentativa de humanizar Anna ficou explícita, mas falhou miseravelmente: Anna Wintour com certeza deve ter sido a inspiração para a personagem Miranda Priestly. É possível identificar os mesmos trejeitos e temperamento logo nos primeiros minutos. Mas apesar de parecer muitas vezes mimada e arrogante, ela é também pragmática, direta e inexpressiva, um escudo necessário para a posição que ocupa. Isso é fácil de perceber porque ela muda totalmente ao lado da filha ou quando fala sobre a própria família.
Foi incrível a iniciativa de selecionar uma figura notável e, a partir de sua história, ilustrar a atmosfera da Vogue, tudo o que ela representa e quem são as pessoas que fazem com que essa publicação assuma seu verdadeiro tamanho e sucesso. Também é interessante notar a presença de profissionais que tiveram contato com a moda muito cedo, mesmo durante uma infância passada em cidades remotas e alheias ao mundo fashion, porque fica claro que esse universo estressante e perfeccionista é movido especialmente pela paixão dessas pessoas. Grace é o retrato perfeito disso, talvez uma versão de Nigel em O Diabo Veste Prada (a semelhança no comportamento é berrante) e ela própria uma inspiração. Suas palavras na visita à França - assim como as imagens feitas em Paris - são marcantes.
Fico surpreso que esse documentário seja tão pouco conhecido, porque merece ser assistido por vários públicos: estudantes de jornalismo, de moda, da área de administração e por todos os demais apaixonados pelo mundo da moda. Os minutos finais, com a edição de setembro sendo finalmente impressa, ajudaram a reforçar minha paixão por revistas e jornalismo.
Heima
4.7 140 Assista AgoraFiquei curioso para poder conhecer um pouco mais da Islândia...
Good Copy, Bad Copy
3.7 15O início do documentário sugere que veremos uma discussão ultrapassada, com uma premissa que, aos poucos, foi ficando cada vez mais "datada" na nossa realidade digital. Mas logo surgem casos de pirataria de maiores proporções, consequentemente mais ameaçadores às gravadoras e distribuidoras... E então fica claro que a cultura do compartilhamento na internet e os limites da propriedade intelectual nunca foram tão atuais. A melhor parte é que o filme respeita muito as opiniões divergentes e dá espaço a vários casos, em diferentes países.
Ainda acho que em alguns exemplos recentes - como os mods feitos a partir de um game ou as samples recriadas através de uma música original - o assunto já perdeu muito de seu impacto e tem se tornado cada vez mais normal para nossa geração. Estamos aprendendo a absorver essa cultura da criatividade e compartilhamento, só não sabemos com que limite isso pode ser explorado e não definimos até onde tudo isso é legalmente aceitável. Essa é a verdadeira polêmica.
E esse cara aleatório do piano que fica conversando com a gente no começo e nas últimas cenas? hahaha
Uma observação para o final: o cara "remixando o remix" brasileiro foi a melhor forma de resumir o desenvolvimento e o conceito dessa cultura de compartilhamento. Como ele disse: "Pretty fun to cut stuff up"