Interessante uso do recurso da anagnórise, fornecendo um plot twist interessante, além de uma bela direção de fotografia. Porém, se prologa demais em tomadas que poderiam ser menores e melhor resolutas, o que o torna pouco envolvente. Cabe ressaltar que este filme faz parte do movimento alemão Kammerspiel ("teatro de câmera"), que prezava pelo uso de poucos diálogos e foco na personalidade das personagens. O Murnau, juntamente com o Carl Mayer e o Georg Wilhelm Pabst integraram tal movimento.
O tipo de filme para aprender a ver e, principalmente, escutar, pois a trilha sonora é espetacular! Não possui um arco dramático clássico, de maneira que pode decepcionar alguns, mas o final sabe lidar com o resultado da procura do Alex por sua família e por uma inspiração mística/panteísta! P.s.: procurem a obra de Alex Zhang Hungtai, vale à pena!
Este filme foge completamente do modelo estereotipado que as telenovelas e o próprio cinema constrói personagens ao longo do tempo: assusta o quanto conseguimos nos identificar com as camadas de realidade, os figurinos, cenários, enquadramentos... o que potencializa a capacidade de refletir, cena a cena. Corpos negros em espaços periféricos. Corpos periféricos em espaços de afeto. Como não gostar do Russão e não se derreter com o olhar da Grace? Temporada ensina a olhar: onde tem um esgoto, pode ser um lago. Olhar para os corpos que o cinema não costuma mostrar: o corpo do dia a dia. O corpo preto, o corpo gordo, o corpo magro... que servem para trabalhar, mas também para o prazer. E, por isso é político: destrói para reconstruir - com delicadeza, simpatia e simplicidade... como o cafezinho com bolo de queijo!
Alemanha, Ano Zero é um desfecho apropriado para a Trilogia da Guerra, do Rossellini. Nessa cidade fantasma, que presencia o seu "ano zero" (um trágico recomeço), onde os habitantes vagueiam perdidos, sem quaisquer perspectiva de sobrevivência, o ponto de vista da criança, o Edmund, assim como o personagem de Jean-Pierre Léaud, em Os Incompreendidos, eleva a obra um outro nível, e pra mim é tão bom quanto! Também impressiona e angustia a forma como são retratadas a pedofilia e o discurso nazista, na representação do professor. Existe neste filme uma atmosfera deprimente, por tudo o que já se perdeu neste "não-lugar" de pós-guerra. A fotografia em P&B, as tomadas abertas dos destroços faz com seja um recorte cru de uma época. E, sem mais, essa textura imagética e narrativa se conecta com a nossa alma, em sua vertente mais niilista de existência humana.
Só dou 5 estrelas pq não tem 6!!! Pra uma fã louca pela WW qualquer filme é pouco, e não poderia finalizar um ano tão difícil, como foi 2020, sem este "abraço", em forma de filme, com a resiliência, inteligência e paciência que só uma super-heroína como a WW é capaz de nos transmitir! ❤ "É sobre o que você acredita. Eu acredito no amor e apenas o amor pode salvar o mundo! (...) vou lutar por todos aqueles que não podem lutar por eles mesmos." #FiquemEmCasa
Infelizmente, como a maioria dos filmes biográficos, o desenvolvimento é muito pobre e previsível, mas vale à pena assistir! A câmera explora bem a segregação racial e a direção de arte ataca a imparcialidade do julgamento através da decoração do próprio tribunal, com quadros que mostram a soberania dos brancos sobre os indígenas na guerra civil americana. A vida do protagonista não é devidamente aprofundada, como o título promete. Ao contrário, a opressão e a intolerância assumem os postos principais, o que não seria de um todo ruim, caso a trama estivesse melhor amarrada e pudéssemos adentrar mais na vida e nas motivações do próprio Thurgood Marshall.
O diretor George C. Wolfe literalmente entrega o poder aos seus atores neste filme, que corre com fortes traços teatrais, diálogos profundos e foco nas emoções das personagens. Descortina conflitos importantes, como a opressão sofrida pelos afro-americanos, sexualidade e conflitos religiosos. O Boseman entrega dois monólogos tão potentes e dramáticos que o seu personagem cresce a ponto de se equiparar (ou mesmo superar) à protagonista, Viola Davis que, por sua vez, não precisa de muito para dar conta da performance como a Mãe do Blues (o jeito de caminhar, as expressões: ninguém duvida que é a própria Ma Rainey encarnada!). A atriz passa com muita propriedade a força de uma mulher que, ao bater o pé para coisas banais (como beber uma Coca antes de começar a cantar), pretendia mostrar que ninguém jamais irá acorrentá-la novamente! O elenco que compõe a banda também é muito cativante (aquele olhar do senhor no final, me dilacerou...!). Gostei também da forma como o filme abordou o contraponto jazz x blues entre Leeve e Ma, assim como a cena final que enfatiza o mecanicismo da banda de homens brancos. Senti falta de um maior embate entre as personagens do Chadwick e Viola, teria sido um show a parte! Por fim, saber o Boseman tinha a consciência de que a sua própria vida estava sendo suprimida pela doença, enquanto esteve gravando, faz com que estes questionamentos todos adquiram múltiplas camadas de interpretações. Por que não 5 estrelas? Bem, a linguagem cinematográfica do filme ficou muito restrita ao aspecto teatro o que, ao meu ver, limitou muitas as muitos possibilidades que o filme tinha.
Particularmente, achei fantástica a ideia de revisitar 'A Bela da Tarde', agora em outro tempo (de época, personsagens, narrativa e estilo de direção). Eu amei!
Me tocou... eu gosto das brechas e das dúvidas... longe de ser um defeito, eu considero o charme deste filme! Não espetaculariza a morte, o alzheimer, o suicídio, a depressão... é tudo sutil e posto com muito respeito e sensibilidade... como no ballet.
A ideia é boa, mas o roteiro não tem uma boa evolução, além de inúmeras cenas clichês e sem a menor graça. Eu até me simpatizo com o Hassum, mas às vezes menos é mais para um ator!
Eu achei fantástica a ideia do híbrido entre a parte documental (que automaticamente gera outros híbridos de história/memória, espontaneidade/performance, ficção/não-ficção) e animação! Documentário fantástico, o tempo passou voando e aprendi muito... me peguei pesquisando sobre a Guerra da Croácia, os países Balcãs... enfim, recomendo!
Encaro este filme mais como um importante documento de uma época e de um tempo de luta! Temática muito relevante mas, particularmente, a linguagem documental observacional não me convenceu e não consegui ficar até o final.
Seu Nome Gravado em Mim
4.0 180Onde dá pra assistir???
O Filme da Minha Vida
3.6 500 Assista AgoraFotografia linda, mas não me prendeu por quase 2h...
O Castelo Vogelöd
3.6 18Interessante uso do recurso da anagnórise, fornecendo um plot twist interessante, além de uma bela direção de fotografia. Porém, se prologa demais em tomadas que poderiam ser menores e melhor resolutas, o que o torna pouco envolvente. Cabe ressaltar que este filme faz parte do movimento alemão Kammerspiel ("teatro de câmera"), que prezava pelo uso de poucos diálogos e foco na personalidade das personagens. O Murnau, juntamente com o Carl Mayer e o Georg Wilhelm Pabst integraram tal movimento.
Agosto na casa de Akiko
3.4 1 Assista AgoraO tipo de filme para aprender a ver e, principalmente, escutar, pois a trilha sonora é espetacular! Não possui um arco dramático clássico, de maneira que pode decepcionar alguns, mas o final sabe lidar com o resultado da procura do Alex por sua família e por uma inspiração mística/panteísta! P.s.: procurem a obra de Alex Zhang Hungtai, vale à pena!
Temporada
3.9 145 Assista AgoraEste filme foge completamente do modelo estereotipado que as telenovelas e o próprio cinema constrói personagens ao longo do tempo: assusta o quanto conseguimos nos identificar com as camadas de realidade, os figurinos, cenários, enquadramentos... o que potencializa a capacidade de refletir, cena a cena. Corpos negros em espaços periféricos. Corpos periféricos em espaços de afeto. Como não gostar do Russão e não se derreter com o olhar da Grace? Temporada ensina a olhar: onde tem um esgoto, pode ser um lago. Olhar para os corpos que o cinema não costuma mostrar: o corpo do dia a dia. O corpo preto, o corpo gordo, o corpo magro... que servem para trabalhar, mas também para o prazer. E, por isso é político: destrói para reconstruir - com delicadeza, simpatia e simplicidade... como o cafezinho com bolo de queijo!
La Bamba
3.6 294 Assista AgoraÉ o clichê que faz a gente chorar num domingo a tarde! Nostalgia pura!!
Overseas
4.0 3Incrível a linguagem explorada por este documentário, além de tocante!
Alemanha, Ano Zero
4.3 92Alemanha, Ano Zero é um desfecho apropriado para a Trilogia da Guerra, do Rossellini. Nessa cidade fantasma, que presencia o seu "ano zero" (um trágico recomeço), onde os habitantes vagueiam perdidos, sem quaisquer perspectiva de sobrevivência, o ponto de vista da criança, o Edmund, assim como o personagem de Jean-Pierre Léaud, em Os Incompreendidos, eleva a obra um outro nível, e pra mim é tão bom quanto! Também impressiona e angustia a forma como são retratadas a pedofilia e o discurso nazista, na representação do professor. Existe neste filme uma atmosfera deprimente, por tudo o que já se perdeu neste "não-lugar" de pós-guerra. A fotografia em P&B, as tomadas abertas dos destroços faz com seja um recorte cru de uma época. E, sem mais, essa textura imagética e narrativa se conecta com a nossa alma, em sua vertente mais niilista de existência humana.
Mulher-Maravilha 1984
3.0 1,4K Assista AgoraSó dou 5 estrelas pq não tem 6!!! Pra uma fã louca pela WW qualquer filme é pouco, e não poderia finalizar um ano tão difícil, como foi 2020, sem este "abraço", em forma de filme, com a resiliência, inteligência e paciência que só uma super-heroína como a WW é capaz de nos transmitir! ❤ "É sobre o que você acredita. Eu acredito no amor e apenas o amor pode salvar o mundo! (...) vou lutar por todos aqueles que não podem lutar por eles mesmos." #FiquemEmCasa
Marshall: Igualdade e Justiça
3.8 130 Assista AgoraInfelizmente, como a maioria dos filmes biográficos, o desenvolvimento é muito pobre e previsível, mas vale à pena assistir! A câmera explora bem a segregação racial e a direção de arte ataca a imparcialidade do julgamento através da decoração do próprio tribunal, com quadros que mostram a soberania dos brancos sobre os indígenas na guerra civil americana. A vida do protagonista não é devidamente aprofundada, como o título promete. Ao contrário, a opressão e a intolerância assumem os postos principais, o que não seria de um todo ruim, caso a trama estivesse melhor amarrada e pudéssemos adentrar mais na vida e nas motivações do próprio Thurgood Marshall.
Belle Epoque
3.8 47 Assista AgoraOnde eu posso assistir???
A Voz Suprema do Blues
3.5 539 Assista AgoraO diretor George C. Wolfe literalmente entrega o poder aos seus atores neste filme, que corre com fortes traços teatrais, diálogos profundos e foco nas emoções das personagens. Descortina conflitos importantes, como a opressão sofrida pelos afro-americanos, sexualidade e conflitos religiosos.
O Boseman entrega dois monólogos tão potentes e dramáticos que o seu personagem cresce a ponto de se equiparar (ou mesmo superar) à protagonista, Viola Davis que, por sua vez, não precisa de muito para dar conta da performance como a Mãe do Blues (o jeito de caminhar, as expressões: ninguém duvida que é a própria Ma Rainey encarnada!).
A atriz passa com muita propriedade a força de uma mulher que, ao bater o pé para coisas banais (como beber uma Coca antes de começar a cantar), pretendia mostrar que ninguém jamais irá acorrentá-la novamente! O elenco que compõe a banda também é muito cativante (aquele olhar do senhor no final, me dilacerou...!). Gostei também da forma como o filme abordou o contraponto jazz x blues entre Leeve e Ma, assim como a cena final que enfatiza o mecanicismo da banda de homens brancos.
Senti falta de um maior embate entre as personagens do Chadwick e Viola, teria sido um show a parte! Por fim, saber o Boseman tinha a consciência de que a sua própria vida estava sendo suprimida pela doença, enquanto esteve gravando, faz com que estes questionamentos todos adquiram múltiplas camadas de interpretações. Por que não 5 estrelas? Bem, a linguagem cinematográfica do filme ficou muito restrita ao aspecto teatro o que, ao meu ver, limitou muitas as muitos possibilidades que o filme tinha.
António Um Dois Três
3.5 9 Assista AgoraAchei interessante as camadas desdobradas ao longo da narrativa e o Mauro Soares é muito cativante!
Sempre Bela
3.6 17Particularmente, achei fantástica a ideia de revisitar 'A Bela da Tarde', agora em outro tempo (de época, personsagens, narrativa e estilo de direção). Eu amei!
Bolshoi
3.5 4Me tocou... eu gosto das brechas e das dúvidas... longe de ser um defeito, eu considero o charme deste filme! Não espetaculariza a morte, o alzheimer, o suicídio, a depressão... é tudo sutil e posto com muito respeito e sensibilidade... como no ballet.
Tudo Bem no Natal Que Vem
3.5 563A ideia é boa, mas o roteiro não tem uma boa evolução, além de inúmeras cenas clichês e sem a menor graça. Eu até me simpatizo com o Hassum, mas às vezes menos é mais para um ator!
Chris, o Suíço
3.5 3Eu achei fantástica a ideia do híbrido entre a parte documental (que automaticamente gera outros híbridos de história/memória, espontaneidade/performance, ficção/não-ficção) e animação! Documentário fantástico, o tempo passou voando e aprendi muito... me peguei pesquisando sobre a Guerra da Croácia, os países Balcãs... enfim, recomendo!
O Quarto do Pânico
3.4 958Clássico Sessão da Tarde, hehe!
AmarElo - É Tudo Pra Ontem
4.6 354 Assista AgoraQue aula, minha gente! A arte salva, a política salva, o amor salva, tudo que nóis tem é nóis!!! ♪
Paris, Texas
4.3 696 Assista AgoraEu nunca vou esquecer a profunda nostalgia que este filme me deixou na primeira vez que o assisti. E a trilha sonora? Puts!
Meu Corpo é Político
3.7 20Encaro este filme mais como um importante documento de uma época e de um tempo de luta! Temática muito relevante mas, particularmente, a linguagem documental observacional não me convenceu e não consegui ficar até o final.
Cidadão Kane
4.3 991 Assista AgoraGrande obra-prima do Welles, os planos sempre me assombram pela genialidade para a época... e o roteiro, claro, fantástico!!!
Banquete Coutinho
3.6 12"No escuro é sem graça fumar, não vê a fumaça...", entre inflexões e reflexões bourdieusianas... esse era o Coutinho, grande!
Elena
4.2 1,3K Assista AgoraUma grande ode às memórias... a forma fílmica sintetizando poeticamente uma vida inteira, grande!