Não costumo assistir filmes de guerra (apenas no caso de serem indicados ao Oscar, como é o caso!), e entre os filmes do gênero, esse foi dos que mais me surpreendeu.
A história é baseada em fatos reais, de um soldado que queria demonstrar seu patriotismo indo para o campo de batalha, mas diferente dos outros soldados, se recusava a pegar em armas e matar os inimigos de guerra, devido a sua ideologia e crenças religiosas. O filme buscou retratar a importância da religião para Doss, ele entendia que matar era pecado, mesmo em guerra, sua crença não o deixava cometer assassinato. Ele desejou matar o próprio pai, devido ao seu alcoolismo e agressões físicas aos filhos e a esposa. Doss o ameaçou com uma arma para proteger a mãe, mas não conseguiu matá-lo, e resolveu nunca mais pegar em armas. No seu treinamento, era necessário que tivesse contato com armas, mas ele se recusou, foi humilhado por seus colegas e por seus superiores, tentaram desertá-lo, mas ele acabou conseguindo ir para a guerra, com ajuda de seu pai. No campo de batalha, Doss surpreendeu a todos, com sua garra e vontade de salvar vidas, mesmo colocando a sua própria vida em risco. Ele não desistiu de salvar seus colegas e tentou salvar até mesmo soldados inimigos. Impossível não admirar sua trajetória e o que fez por seus colegas.
Dos filmes de guerra mais interessantes que eu já vi, com uma perspectiva diferente do que é usual, o que faz com que a trama seja mais especial ao olhar do espectador.
Com o desenrolar do filme, a minha antipatia pelo Troy foi aumentando cada vez mais; ele é o responsável familiar, é ele quem trabalha e sustenta a família, e por este motivo e também pela forma como foi criado e educado (em uma cena ele conta sobre o comportamento de seu pai, que nunca foi afetuoso com a família e não era um bom homem), ele considera que tem poder sobre os outros membros da família e não consegue perceber seus próprios erros. Ele foi um jogador de beisebol, não teve sucesso na sua carreira por conta do racismo; seu filho Cory quer seguir o mesmo caminho, mas ele o impede por achar que seu filho teria o mesmo destino que ele teve, assim, não dá a oportunidade para que Cory tente traçar sua própria trajetória. Troy teve uma vida difícil, cometeu furtos e passou 15 anos na prisão, mas conheceu Rose, começou a trabalhar e teve a oportunidade de mudar. Rose é uma esposa dedicada, anulou a si mesma por causa de seu casamento, sua vida se tornou seu casamento e ela tem consciência disso, de tudo o que fez para que seu relacionamento desse certo. Mas Troy parece não valorizar a dedicação de Rose, pois, além de ter uma amante e engravidá-la, ainda diz para Rose que Adalberta o fez ter uma percepção diferente da vida e o faz rir (que mulher aguentaria essa humilhação e ainda permaneceria no casamento? Rose aguentou). A cena em que Troy conta a situação para Rose mostra o talento de ambos os atores (principalmente Viola!) e faz jus a indicação de ambos para o Oscar. Adalberta morre, mas deixa sua filha Raynell, que Troy e Rose acabam criando juntos ("A partir de agora, essa criança tem mãe, mas você não tem mulher"). Rose suportou até o fim, mesmo com todas as falhas do marido. Quando todos começaram a se afastar de Troy, ele percebeu que "não havia mais gosto na vida". Cory não aguentou a forma como o pai o tratava e se alistou na Marinha para sair de casa, só voltando quando o pai faleceu.
O filme acompanhou a trajetória de Troy em relação à sua família; é um filme com diálogos fortes e atuações impecáveis.
Confesso que não costumo assistir filmes com temática de alienígenas e seres de outros planetas, assisti a esse apenas por estar concorrendo ao Oscar. Por esse motivo assisti ao filme sem muitas expectativas, e acabei me surpreendendo com o enredo.
À princípio fiquei um pouco confusa com o propósito dos extraterrestres estarem na Terra, não parecia fazer muito sentido terem aparecido em lugares diferentes do planeta. Mas Louise foi nos mostrando aos poucos a importância da comunicação e de tentar entender o outro, mesmo que seja um ser que você não conhece e não tem compreensão. Ela foi se aproximando desses seres, mesmo com a desconfiança de todos os outros, que, por ser algo desconhecido, já consideram como algo perigoso. Enquanto todas as pessoas, inclusive em outros países, tinham medo desses seres e pensavam em atacá-los, Louise, sozinha, fez diferente. Foi entendendo a linguagem deles, e percebeu que eles vieram à Terra apenas para isso: entregar aos humanos um presente, nos ensinar sua linguagem. Louise aprende a linguagem deles, aprende a ter uma nova percepção de tempo e espaço, consegue ver seu próprio futuro e compreendê-lo. É o seu aprendizado que faz com que ela una os povos e evite uma possível catástrofe, considerando a possibilidade de ataque, dos humanos contra os alienígenas. Eles vieram com um propósito, mas esperam ter uma retribuição no futuro (daqui 3.000 anos!!).
É um filme muito interessante, que faz termos novas perspectivas.
Mia está tentando dar certo na carreira de atriz e é impossível não se apaixonar pela personagem com seu jeito cativante e sonhador. A cada teste de elenco que ela faz, a gente vai se envolvendo cada vez mais com a personagem e com sua persistência em fazer dar certo; mas a cada 'não' que ela recebe, mais frustrada com a situação ela fica. Por outro lado, temos Sebastian, um pianista de jazz que tem o sonho de criar um clube de jazz, para que o estilo de música permaneça vivo. Cada um tem que lidar com suas próprias frustrações e dificuldades, ir atrás de seus sonhos não é algo fácil, e é necessário vencer muitos obstáculos no caminho. O destino faz com que um cruze o caminho do outro e eles acabam se aproximando e se apaixonando perdidamente. Um apoia o outro em suas decisões, mas o que mais emociona é que ajuda o outro a não desistir. Sebastian apoia Mia a tentar escrever sua própria peça, e quando ela pensa em desistir, ele a faz acreditar em seu próprio talento e que ela deve persistir. Quando Sebastian está em uma banda que não condiz com sua verdadeira paixão musical, Mia o faz perceber que esse, talvez, não seja o melhor caminho para a realização de seu sonho. Eles são essenciais na vida um do outro, no sentido de continuarem no caminho certo, em busca de alcançar o tão almejado sonho, talvez se não tivessem se encontrado, ambos teriam desistido de seus sonhos. Mas o relacionamento acabou não dando certo e eles acabaram se separando, para irem em busca de seus planos individuais. É lindo e emocionante quando o destino cruza seus caminhos novamente, a troca de olhares entre os dois, a prova do quanto aquele amor marcou a vida deles, e através da música, podemos imaginar com os personagens o que poderia ter acontecido caso o relacionamento entre eles tivesse resistido. A cada cena, nosso coração se aquece e é impossível não sorrir com a possibilidade que o filme retrata. Mas logo voltamos para a 'realidade' dos personagens, e percebemos que eles fizeram escolhas que o separaram, mas o amor ainda persiste.
É um filme lindo e apaixonante, nos envolve pela trama e pelas músicas, nos faz rir e sonhar junto, nos provoca sensações indescritíveis, é sonhador, mas também é realista, e é isso que acaba nos prendendo ainda mais na história.
Danny Collins é um músico que vive do sucesso de suas antigas músicas, há anos sem compor algo novo, seus shows são lotados, mas sua carreira está em decadência, sem nada inovador. Ele esbanja dinheiro e se afunda nas drogas. Mas algo acontece, que faz com que ele reveja sua própria vida: descobre uma carta de John Lennon, escrita para ele há décadas atrás. Ele vê a necessidade de se reinventar e de consertar erros do passado. Nesse momento da trama, descobrimos que ele teve um filho, pagou pensão, mas nunca o assumiu de verdade. O filho está passando por momentos difíceis, com sua própria saúde e com sua filha, que tem hiperatividade. Danny acredita que possa ajudá-lo e fazer com que as coisas sejam diferentes entre eles, procura a melhor escola para a neta, específica para crianças com TDAH, e custeia o tratamento do filho. Danny quer recomeçar com a família e com sua carreira. Resolve voltar a compor e encontra alguém que o apoia nessa nova fase da carreira. No entanto, no momento em que deve mostrar isso para o público, não consegue ter coragem de fazê-lo, é mais fácil e garantido continuar do jeito que está, se reinventar é incerto e talvez não garanta a continuidade do sucesso. Danny não conseguiu recomeçar com sua carreira, mas a cena final, deu a ideia de que, talvez, ele consiga recomeçar com sua família.
Um filme leve e encantador, e o mais interessante, é que a parte da carta do John Lennon foi realmente verdadeira.
Normalmente costumo primeiramente ler o livro e em seguida assistir a adaptação cinematográfica. Mas com “A garota no trem” acabei fazendo o inverso. Assisti ao filme no cinema e gostei tanto da trama que me senti obrigada a ler o livro. A trama, tanto no livro quanto no flme, é retratada através do ponto de vista de três personagens: Rachel, Anna e Megan.
Rachel foi casada com Tom e o relacionamento acabou não dando certo devido a diversos fatores, tais como o alcoolismo de Rachel e a traição de Tom, que traiu a esposa com Anna, com quem é casado atualmente. Anna foi amante de Tom e atualmente é sua esposa, e juntos eles possuem uma filha, Evie. Megan é babá da filha de Tom e Anna, mora na mesma rua que eles, e é observada todos os dias por Rachel enquanto ela faz seu percurso de trem. A pergunta que fica é: como a histórias dessas três mulheres se conectam na trama? Rachel, todos os dias faz o percurso de Ashbury para Londres e vice-versa. Todos os dias observa Megan e seu marido em sua casa, como não os conhece, os chama de Jess e Jason, e imagina uma vida perfeita para o casal. Acidentalmente acaba observando também sua antiga casa, onde morava com Tom. Megan é casada com Scott, possuem um bom relacionamento, apesar do ciúme doentio do marido. Trabalhou como babá da filha de Anna e Tom por um período, mas acaba pedindo demissão. Sua trajetória de vida teve altos e baixos, o que a levou para a terapia com o psicólogo Kamal. Ela teve uma filha quando era mais jovem, mas, acidentalmente, a criança faleceu, e Megan não consegue se perdoar até hoje pelo que aconteceu, o que a faz temer em ter filhos novamente. Rachel observa pelo trem uma cena que a desagrada, que a faz sentir raiva e relembrar de velhos sentimentos, vê Megan e Kamal juntos e imagina que estão tendo um caso. Pouco tempo depois, fatos se apagam da sua memória, ela não lembra o que aconteceu, nem como chegou em casa. Na mesma noite, Megan se torna notícia por seu desaparecimento. A dúvida do leitor/espectador é: Será que Rachel tem algo a ver com isso? Rachel começou a se envolver na situação e no desenrolar das pistas do crime e dos envolvidos com o mesmo. Contou para a polícia o que sabia e, de certa forma, acabou se tornando suspeita. Contou para Scott o que havia visto, que ficou ainda com mais raiva e enciumado com Megan. Anna havia visto Rachel no bairro no dia do crime, o que complicou ainda mais sua situação. Rachel é uma mulher com diversas falhas, na época em que estava casada com Tom, tentou engravidar e não conseguiu, começou a se embriagar, até se tornar alcoólatra e não ter mais controle da situação. O seu casamento acabou e ela foi demitida do trabalho devido ao alcoolismo, apesar de não ter coragem de admitir. Anna foi a amante que acabou se tornando a esposa, tenta de todas as formas proteger sua filha Evie e acredita que Rachel oferece perigo para a família, principalmente porque está sempre perseguindo-os, liga constantemente para Tom através de chamadas não identificadas, Anna tem raiva de Rachel e de suas atitudes. (mas será que é mesmo Rachel quem faz todas essas ligações?). Megan cometeu erros no passado e ainda não consegue lidar com os mesmos, mas quando tenta enfrentá-los, ser honesta com todos ao seu redor e seguir em frente com sua vida, acaba desaparecendo. Rachel possui "apagões", onde esquece de fatos e situações, devido ao alcoolismo, mas acaba se lembrando de situações de sua vida, que imaginava serem diferentes; no livro, ela simplesmente vai lembrando aos poucos, já no filme, a esposa de um ex-colega de trabalho de Tom, faz com que ela se recorde de situações do passado. E sua memória, acaba auxiliando a se recordar do dia do desaparecimento de Megan, onde Rachel viu Tom e Megan juntos e conseguiu associar o que aconteceu: Tom assassinou Megan. É mais fácil adivinhar a identidade do assassino no filme do que no livro, já que pistas são dadas no filme, enquanto no livro, a explicação pelo assassinato acontece no final. Megan era a nova amante de Tom, estava grávida dele, o que o fez assassiná-la. No livro, tem-se a oportunidade de perceber melhor a frieza das atitudes de Tom, principalmente pela forma como ela fala a respeito do assassinato e de suas traições. Gostei muito do desenrolar da descoberta do crime, onde Anna e Rachel, se ajudam entre si, para acabar com a vida de Tom e alegam legítima defesa.
Como fã da saga Harry Potter desde os 11 anos (atualmente tenho 26), é muito gratificante ver uma nova faceta da história ser apresentada ao mundo, uma trama ambientada muitos anos antes dos acontecimentos de HP, há a nostalgia pelo mundo mágico, principalmente pelas referências à saga que já conhecemos, e as expectativas pelo que está por vir.
Já conhecemos Newt Scamander, por ser o autor de "Animais Fantásticos e onde habitam", livro que é mencionado muitas vezes em Hogwarts. Mas agora podemos realmente conhecer o personagem por trás do nome, em uma viagem para Nova York, onde leva suas criaturas misteriosas em uma maleta. Além dele, também conhecemos outro personagem já mencionado em livros da saga, Gellert Grindelwald, que terá muita importância nessa nova saga e que esperamos que os fatos importantes que já temos conhecimento, relacionados às Relíquias da Morte sejam apresentados nos próximos filmes, já que neste não foi muito abordado os seus planos e desejos em relação à comunidade bruxa. Grindelwald está sendo procurado, enquanto a cidade sofre ataques de uma criatura desconhecida, o que pode expor a comunidade bruxa. O Congresso Mágico dos Estados Unidos da América (MACUSA) faz de tudo para que a comunidade bruxa não seja exposta, tentando encontrar os culpados pelos ataques, através da presidente do MACUSA e de Percival Graves. O Ministério da Magia americano é muito diferente do Ministério da Magia na Inglaterra, o que se mostra até mesmo pelo fato da MACUSA utilizar pena de morte como recurso quando se sentem em ameaça. Newt (nosso querido lufano e que tem tantas semelhanças com Hagrid, por seu amor à criaturas mágicas e pela amizade e proteção de Dumbledore), logo que chega na cidade, conhece o trouxa (ou não-maj, como é chamado em território americano), Jacob Kowalski (iniciais J.K., será que isso tem algum significado?), a ex-auror Tina Goldstein e sua irmã telepática, Queenie. Aos poucos vamos conhecendo os animais de Newt, enquanto ele acaba se vendo envolvido no problema dos ataques de modo, aparentemente, acidental. Tina não está mais participando da MACUSA, devido ao fato de agredido fisicamente Mary Lou, líder de um grupo de não-majs que acredita na existência dos bruxos e os considera como ameaça, considerando que a mesma tem filhos adotivos e os agride, principalmente Credence, a quem ela parece odiar e punir com mais fervor. Tina desconfia da presença de Newt na cidade, e como Jacob já viu os animais fantásticos acabam sendo levados para a casa de Tina, onde conhecemos Queenie, que lê os pensamentos de cada um, e logo de cara já se percebe o clima entre ela e Jacob. Enquanto as criaturas mágicas vão sendo recapturadas e os ataques continuam, descobrimos sobre o Obscurus, uma espécie de parasita que adentra o corpo de crianças bruxas que possuem sua magia reprimida. Newt já teve contato com uma criança assim, e quer estudar a respeito dessa força. Por fim, descobrimos que Credence possui um Obscurus, o que é um fato raro, já que ele é adolescente, e crianças que possuem esse parasita costuma morrer até os 10 anos de idade, e ele é o responsável pelos ataques que estão acontecendo na cidade, e sofre influência de Graves, que no final da trama, descobrimos se tratar de Grindelwald, que estava disfarçado e acaba sendo preso. O filme nos faz rir em diversos momentos, mas também possui momentos de tensão, que nos levam a criar mil teorias a respeito da continuação, já que serão 5 filmes, ao todo. Será que Grindelwald já estava em posse da Varinha das Varinhas nessa época? Qual era a intenção dele com o Obscurus de Credence? Será que Ariana Dumbledore também possuía um Obscurus? O que nos reserva os próximos filmes da saga?
São incontáveis as teorias que surgiram na minha cabeça, e a expectativa pela continuação está cada vez maior.
Filme muito bom, me deixou tensa do início ao fim. A trama é simples, mas nos faz refletir sobre diversas questões, mesmo não sendo algo explícito no roteiro.
Mostra uma das facetas do setor financeiro, onde as pessoas investem seu dinheiro para lucrar, mas em determinado momento, as ações podem despencar, serem apontadas como "uma falha do sistema", quando na verdade, pode ser uma fraude, onde algum poderoso pode estar subindo de vida às custas dos outros. Kyle investiu todo seu dinheiro e perdeu tudo, e tenta sequestrar o apresentador Lee em seu programa ao vivo, para entender o que aconteceu, colocando a vida de todos em risco. Ele está desesperado, já que não tem mais dinheiro e sua namorada está esperando um filho dele. O espectador, em partes, consegue entender o lado de Kyle e as suas frustrações, mas ao mesmo tempo, fica desesperado com o que ele está fazendo. Mesmo correndo riscos de vida, a mídia ainda utiliza do sensacionalismo para chamar atenção para a história de Kyle, isso demonstrado através da personagem Patty, que continua dirigindo o programa e preocupada com a história que está sendo transmitida na televisão. Mesmo sendo descoberta a fraude de Walt Camby, os erros que ele cometeu e quantidade de pessoas que ele prejudicou, a polícia acaba por matar Kyle, algo que talvez fosse desnecessário; ele também cometeu erros, da forma como conduziu a situação, mas a morte dele foi frustrante. Quem cometeu o maior crime? Kyle, que estava revoltado com sua situação atual de vida, e no desespero, criou uma falsa bomba e colocou outras pessoas em risco com sua arma, ou Walt, que premeditou uma fraude que atingiu milhares de pessoas, que precisavam do dinheiro e foram roubadas por ele?
O filme mostra como funciona o sistema financeiro e capitalista, e vale a pena assistir, caso a gente saiba aproveitar as mensagens implícitas do mesmo.
Um filme que reúne minhas duas atrizes favoritas: Julia Roberts e Jennifer Aniston. Gostei bastante de cada uma das histórias que fizeram parte da trama.
Sandy tendo que conviver com o fato do ex-marido ter se casado com uma jovem, bem mais nova do que ele e não sabendo lidar com essa situação, além do fato de ter que "compartilhar" os filhos com ela; é compreensível o ciúme, principalmente quando querem dividir o dia das mães. Bradley perdeu a esposa e não sabe como lidar com o dia das mães que se aproxima, principalmente por ser o primeiro em que as filhas estarão sem a mãe. Jesse tem um relacionamento complicado com a mãe, que é preconceituosa e não aceita seu casamento com o indiano e nem o casamento de sua irmã com outra mulher; mas tem que aprender a lidar com isso. Kristin tem dificuldades em aceitar o pedido de casamento do namorado, por medo de ser abandonada, já que nunca conheceu a mãe biológica. Miranda não teve filhos e focou na sua carreira. De alguma forma, todas essas histórias se cruzam. Sandy conhece Bradley por acaso e uma química entre eles parece surgir, é amiga de Jesse e começa a trabalhar com Sandy. Kristin descobre que Miranda é sua mãe biológica e conhece sua verdadeira história, que Miranda nunca teve a oportunidade de ficar com ela.
A forma como as histórias se cruzam fazem com que o filme seja uma gracinha de se ver, é divertido e encantador. Vale a pena assistir e se descontrair com esse filme.
Com certeza foi merecedor de ter ganho o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Só tive contato com este filme por ter assistido a "Olhos da Justiça", que foi o remake americano, e por já conhecer a história, acredito que não tenha aproveitado o filme da melhor forma, o que seria diferente se eu tivesse assistido ao original primeiro. A história é bem parecida, as cenas e os diálogos também. Assistindo ao filme argentino, eu lembrava dos mesmos elementos no filme americano. Acho que alguns pequenos detalhes e o fato de ter assistido ao filme americano primeiro fizeram com que eu gostasse mais do remake do que do original.
Aqui é o marido que perde a esposa, vítima de estupro e assassinato. No americano, o crime é o mesmo, mas é uma mãe que perde uma filha. Aqui o assassino já tinha um contato maior com a vítima e a cena do crime foi mais brutal do que o americano. Aqui o assassino saiu da prisão quando começou a trabalhar com a justiça, sendo que no americano, o criminoso sequer ficou preso, pois já colaborava com o FBI, dando pistas de terroristas. Acho que o filme original tem mais elementos de violência do que o remake, nos faz ficar mais revoltados com o que aconteceu, enquanto o remake nos faz pensar mais na questão moral e de justiça. Muitas das falas da personagem da Julia Roberts no remake foram retiradas do filme original. Acho que um dos detalhes que me fez preferir o filme americano foi o desfecho da trama. Aqui é descoberto que Morales "fez uma prisão perpétua" para Gómez e o final dá a entender que a situação continuaria da mesma forma, enquanto no remake americano, a personagem de Julia Roberts, no final, acaba realmente matando o assassino de sua filha, conseguindo, de alguma forma, encerrar essa questão e seguir em frente.
Queria ter tido a oportunidade de ter assistido este filme antes de assistir ao americano, para poder me surpreender com a história, da mesma forma que me surpreendi com o remake.
Eu não assisti ao filme original, então não tenho com o que comparar. Pelos comentários que li, aparentemente, o original é superior ao remake. Mas, como só posso me basear por essa versão, posso dizer que achei o filme sensacional, mas me sinto na obrigação de assistir ao original, até para poder comparar os filmes e poder formar uma opinião melhor. Mas considerando apenas essa versão, posso dizer que me surpreendi, com a trama, com o desenrolar da história e principalmente com o desfecho.
O filme mostrou que pequenas decisões podem mudar nossa história, nossas escolhas dizem muito sobre quem somos. Jess insistiu muito para que sua filha Carolyn fosse ao piquenique, local onde ela conheceu o assassino. Ray ia encontrar com Carolyn em uma padaria, para pagar um bolo de aniversário para Jess, e acabou não indo no último instante, e estando sozinha, o assassino conseguiu capturá-la. Pequenas decisões que poderiam ter mudado o destino da jovem, que acabou sendo estuprada e assassinada por Marzin. O filme também explora questões morais, nos fazendo pensar sobre a diferença entre o certo e o justo. Marzin era um informante sobre terroristas, tinha certa importância para o FBI, prendê-lo pelo crime que ele havia cometido, poderia fazer com que alguns terroristas não fossem presos. Morales sabia disso, e mesmo com a confissão de Marzin, não quis prendê-lo, porque pra ele, prender terroristas era mais importante do que fazer justiça nesse caso. E isso fica ainda mais claro quando as provas que existiam contra ele foram destruídas e ele sendo considerado como "intocável". Ray não aceitou o que aconteceu e tentou encontrá-lo, passou 13 anos de sua vida nesse caso, mesmo sabendo que encontrá-lo não seria garantia de que ele fosse preso, porque teria-se que reabrir o caso, e não haveria mais provas concretas sobre o crime, mesmo assim, ele não desistiu e acreditou tê-lo encontrado. Eu fiquei impressionada, acreditando que, a justiça então poderia ser feita. Até descobrir que Jess, ao saber da possibilidade de Marzin não ser preso, tentou solucionar o caso da sua forma, o mantendo em cativeiro por 13 anos, o que me deixou ainda mais impressionada com a trama. Ela quis mantê-lo em "prisão perpétua", mas a sua prisão também era a prisão dela. Como julgar a atitude dela? Como se colocar no lugar dela e tentar entender o que ela sentiu com o que aconteceu? Ela fez justiça? Ela agiu certo? É difícil julgar, é algo que vai de encontro com a moral de cada um, mas ultrapassa alguns limites, devido as circunstâncias da situação. Em 13 anos, ela envelheceu muito, sua amargura e frustração fizeram com que ela perdesse seu brilho, olhar para ela era olhar para o seu sofrimento, a atuação da Julia Roberts foi sensacional nesse sentido. Ray a ajudou a encerrar essa história, ela o matou e ele o enterrou. Matá-lo, provavelmente, não significaria fazê-la se sentir em paz, mas talvez ela pudesse seguir em frente.
Já tinha ouvido falar muito do livro/filme, até pensei na possibilidade de ler ao livro antes de assistir ao filme, mas acabei me rendendo e assistindo ao filme primeiro.
A Lou é uma personagem cativante, com suas roupas extravagantes e seu jeito meigo e desastrado de ser. Me identifiquei bastante com a personagem, pelo seu modo de agir, seu otimismo e sua maneira alegre de conduzir a vida, mesmo nas adversidades. Ela é alguém batalhadora, que ao perder um emprego, logo tenta conseguir um novo, sendo cuidadora de Will, e mesmo tendo motivos para desistir, já que ele a trata muito mal no início, deixa claro para ele que está ali pelo dinheiro, que é algo que ela realmente precisa. Will teve muitas realizações na vida, mas um acidente fez com que ele perdesse, não só os movimentos do corpo, mas também a perspectiva de vida. Ele percebeu que não conseguiria se adaptar a essa nova fase da vida, sem o seu emprego, sem as aventuras que vivia anteriormente, sem os amigos e a namorada, que o abandonaram depois do acidente. Por mais difícil que seja, é possível compreender os motivos que o levaram a solicitar um suicídio assistido. Os dois acabaram se envolvendo, mesmo que ela tivesse um relacionamento estável com outro homem, o que Will a fez sentir foi algo completamente diferente. Ele também sentiu o mesmo por ela, mas isso não o fez desistir da ideia de morrer, isso não significa que ele seja egoísta, como a própria Lou chegou a dizer, mas o sofrimento pelas condições que estava vivendo o fizeram tomar essa decisão. Foi bonito ver que, mesmo com o pouco tempo em que estiveram juntos, eles aproveitaram isso ao máximo, de modo intenso, e ele conseguiu inspirá-la a viver de forma diferente, em 6 meses fez mais por ela do que o namorado com quem ela estava junto há 7 anos.
Eu atuo como psicóloga social, o que me faz entrar em contato com a desigualdade e com a violência, de modo geral. E esse filme me fez relembrar de algumas "preciosas" que conheci na minha trajetória profissional. A nossa realidade, muitas vezes, nos faz esquecer que muitas pessoas não têm a mesma sorte que temos.
Preciosa desde os 3 anos de idade era abusada sexualmente pelo pai, e sua mãe a humilhava e agredia constantemente, por culpá-la por esses abusos. Para quem nunca teve contato com histórias parecidas, pode parecer algo que foge da realidade, mas é triste se dar conta de que muitas meninas passam pelo mesmo. A maioria dos abusos sexuais é cometido contra crianças de até 13 anos, sendo o abusador alguém próximo, como pai, irmão, avô ou padrasto. A criança é ameaçada pelo abusador, tem medo de contar, se sente culpada pelas consequências que isso pode gerar. E acontece em alguns casos, da mãe duvidar da criança e culpá-la pelo abuso, da mesma forma como acontece com Preciosa. Essa não é uma realidade tão distante quanto imaginamos e é revoltante saber disso, que estupro é o único crime em que há culpabilização da vítima, que ela é tão ou mais julgada do que aquele que a violentou. E Preciosa ainda gera filhos do pai, na escola a julgam pela gravidez na adolescência, sem saber da realidade em que ela vive, que a gravidez não foi uma escolha dela, foi fruto de abusos constantes, ela não tem culpa, mas é julgada como se tivesse. Ela sequer tem contato com os filhos, não aprendeu a ser mãe. Dói quando ela relata que quer morrer, quando ela fantasia realidades diferentes para si ou quando ela comenta sobre o desejo de ser "branca e magra". É nesses momentos que nos damos conta de nossos próprios privilégios. Não é necessário muito para fazer a diferença na vida de alguém, e isso é demonstrado através da professora que acredita em suas alunas, acredita em Preciosa e no seu potencial, e faz o que está ao seu alcance para tentar ajudá-la, mesmo quando a própria Preciosa não acredita em si mesma. É um alívio para ela quando o pai falece e ela pode buscar algo novo para si, longe de casa e da mãe, e criando os seus filhos. É possível ter esperanças para viver algo diferente, mesmo que o sofrimento seja algo que sempre vai fazer parte da sua história de vida.
Achei bem interessante a reflexão que o filme busca proporcionar, quanto a questões de classe e de sociedade, que acaba fazendo o espectador pensar a respeito da realidade que vivemos no Brasil, principalmente quanto a desigualdade social.
Val trocou Pernambuco por São Paulo, em busca de uma vida melhor, deixou uma filha no interior, mas mandava dinheiro para o sustento da mesma, enquanto trabalhava e cuidava da família da patroa. Bárbara dizia que ela era da família, mas Val dormia em quarto escondido, enquanto todos os outros quartos (até o de hóspedes que não era utilizado) eram melhores, ela não podia se alimentar com o que era dos patrões, não podia entrar na piscina, tinha que "aceitar seu lugar". Esse tipo de conduta é algo comum no país, e Jéssica, filha de Val, conseguiu perceber essa disparidade quando foi morar com a mãe, percebeu a maneira como ela era tratada, e tentou se rebelar contra a situação e mostrar para a genitora o que ela percebia, algo que a mãe demorou para perceber. Jéssica não queria ser tratada da mesma forma como a mãe era, queria que os patrões de Val reconhecessem seu valor enquanto pessoa. Bárbara não aceitou a situação, queria que Val e a filha "ficassem em seu lugar". Carlos não se importava tanto com a situação, mas tentou abusar de Jéssica, por ela ser diferente e mais nova, algo que a moça não permitiu que acontecesse. Fabinho demonstrava afeto por Val, talvez até por ter sido praticamente criado por ela, já que os pais nunca estavam de fato presentes. Fabinho e Jéssica prestariam o mesmo vestibular, e indo contra ao que se acreditava, Fabinho reprovou e Jéssica passou, o que demonstra que atualmente todos podem ter uma oportunidade, e Jéssica foi atrás daquilo que sonhava. Outra forma de verificar a desigualdade existente é que, quando Fabinho não conseguiu passar no vestibular, teve a oportunidade de fazer intercâmbio fora do país, algo que apenas pessoas de classe alta conseguem, enquanto pessoas de classe baixa precisam batalhar muito mais para alcançar seus objetivos. Ao final, Val decide se demitir e se dedicar a sua família, percebendo que isso seria o melhor pra ela.
O filme é muito bom para refletir sobre questões sociais e vale a pena ser assistido.
Eu comecei a assistir o filme esperando algo surpreendente e que me envolvesse, não achei a história ruim, mas minha expectativa quanto a trama era maior.
O relacionamento entre Therese e Carol se desenvolveu de forma lenta, e pra mim, chegou a ser um pouco confuso, porque não parecia haver um motivo concreto para que o envolvimento entre elas acontecesse. Therese estava quase noiva de um rapaz e não consegui perceber em que momento ela se apaixonou por Carol, enquanto esta estava em um relacionamento fracassado, já estava separada do marido, mas este não aceitava o término do casamento, principalmente pelo fato de Carol se interessar por mulheres, e ele considerar esse fato como algo imoral. Carol já havia saído de um relacionamento com Abby, e simplesmente resolveu conquistar Therese. No entanto, o ex-marido de Carol estava no caminho, impedindo-a até mesmo de ver a filha devido ao seu comportamento, o que demonstra a sua possessiva e falta de respeito para com a ex-esposa.
Gostei da história, apesar de esperar algo mais, e a Cate estava incrível no papel, como sempre.
É um filme extremamente interessante e por diversos motivos, pela história de vida da Lili, por ser baseado em uma história real, pela transsexualidade, pela cumplicidade entre Lili e Gerda, enfim, é daquele filmes que valem muito a pena serem assistidos.
Atualmente, pessoas transsexuais passam por muito preconceito, são incompreendidas, e a sociedade ainda não consegue aceitá-las. Se hoje em dia a situação é essa, fico tentando imaginar o quanto seria mais difícil em uma época como a que Lili viveu. Antigamente, tanto a homossexualidade quanto a transsexualidade eram consideradas como doença, e como o filme retratou, Einar/Lili teve vários diagnósticos e cogitaram a possibilidade de interná-la devido a essa condição. Lili não conseguia entender o que se passava consigo, a identidade feminina sempre existiu dentro dela, mas ela nunca conseguiu assumi-la e até mesmo se achava louca por causa disso. Mas Gerda a compreendeu, mesmo que no início tenha achado que era uma brincadeira, com o tempo, ela foi percebendo que Einar estava indo embora e Lili estava surgindo. Achei muito significativo o fato de que, mesmo com dor que Gerda estava sentindo, sem saber como lidar com tudo aquilo, ela ainda apoiou e esteve ao lado de Lili até o fim. Seria natural que ela não aceitasse, ainda mais levando em consideração o pensamento da época, mas ela tentou entender a situação e soube respeitar a decisão de Lili. Outro fato interessante foi o médico que realizou as cirurgias de Lili, que teve uma visão diferente da que era comum na época, que foi ridicularizado por outros médicos por causa disso, mesmo assim, não desistiu de seu objetivo, de ajudar Lili a se tornar quem ela realmente era. E ela conseguiu, conseguiu realizar o sonho de ser ela mesma, mesmo que por breves momentos, e foi triste ver a morte dela, mas era perceptível que ela estava em paz.
É daqueles filmes que são essenciais, que todos devem ver, por uma questão de informação mesmo, para se ter consciência que o sistema, mesmo quando se trata da Igreja, pode ser algo cruel e enojante.
É aterrorizante saber que há uma quantidade enorme de padres pedófilos ao redor do mundo e que a Igreja acoberta todos eles, não há nenhum tipo de punição, a Igreja não quer manchar a própria reputação, então finge que não há nenhum problema. A pedofilia, além de ser um crime, é também uma doença, e qualquer um que tenha um mínimo de conhecimento acerca disso, sabe que é comum pedófilos escolherem profissões onde tenham contato direto com crianças e demonstram uma personalidade de bondade para que ninguém desconfie deles. Assim acaba não sendo surpresa que muitos pedófilos escolham ser padres, justamente para terem contato com crianças, ainda mais que devem ter consciência que não irão precisar pagar por seus crimes. É revoltante que algo assim aconteça, e é admirável o trabalho árduo que esses jornalistas fizeram para descobrir todos os padres envolvidos em abusos sexuais e as vítimas destes, como forma de informar a população, já que a justiça seria algo difícil de se conseguir. Triste também foi ver, ao final do filme, cidades onde outros escândalos parecidos também aconteceram, inclusive cidades brasileiras e isso causa uma angústia muito grande.
É realmente triste saber que existe tanta crueldade até mesmo em lugares onde se espera que haja apenas bondade e amor, como a Igreja.
Esse filme me tocou de inúmeras maneiras, acho que merecia ter ganho o Oscar de Melhor Filme, pela sensibilidade e pelas emoções que provoca ao espectador.
Acompanhar a trajetória de Joy e entender o que aconteceu para que ela estivesse trancafiada naquele quarto com Jack foi de partir o coração. Imaginar uma mulher ser sequestrada aos 17 anos de idade, fase da vida em que todos os planos começam a ser traçados e decisões são tomadas a fim de garantir o que se quer para o futuro, é aterrorizante. Ficar longe da família e dos amigos, vivendo em um pequeno quarto, apenas para ser abusada por alguém, que ainda quer que ela agradeça por ele deixá-la sobreviver naquele espaço, isso dá raiva em proporções inimagináveis, ainda mais por saber que "o velho Nick" ainda fez Joy ter um filho dele, Jack. Seria natural que Joy nutrisse sentimentos ambíguos por Jack, já que o mesmo é filho de seu agressor, mas foi incrível perceber o amor que ela sentia pelo menino e o quanto ela tentava protegê-lo, tentava explicar o mundo a partir do que estava disponível naquele quarto e tentou fazer o melhor pelo filho. Mas tentar sair dali era essencial, e Jack foi responsável por isso. Mas a vida no mundo do lado de fora também era difícil. Para Joy tudo estava diferente, os pais se separaram, as amigas seguiram rumos diferentes, nada era como antes e era doloroso se acostumar com isso, ainda mais com as pessoas querendo ditar o que seria melhor para ela, como a jornalista que a julgou por ter permanecido com Jack ao invés de deixá-lo ter uma infância normal fora do quarto e longe dela, o que a fez querer morrer e acabar com todo o sofrimento. Para Jack tudo era estranho, já que ele não conhecia o mundo fora do quarto, e ter que se acostumar com isso foi uma tarefa extremamente complicada, conhecer novas pessoas e lugares, algo que ele só havia visto pela televisão. Achei emblemático o final, quando Jack pede para ir até o quarto, para dar adeus ao mesmo, como se quisesse mostrar para a mãe a importância de deixar aquele momento da vida deles para trás, e seguir em frente, com uma nova vida.
Ao assistir esse filme, lembrei de "Jornada da Alma" que também retrata a relação entre Sabina e Jung, e minha curiosidade em assistir foi justamente para ver um outro olhar sobre a mesma história.
Keira foi brilhante no papel e conseguiu expressar bem os sintomas de histeria de Sabina. Por ser formada em Psicologia, é natural que eu tenha um olhar diferente sobre a trama, principalmente no que diz respeito a teoria da Psicanálise, a técnica de associação livre que Jung utilizou para tratar do transtorno de Sabina, o que foi bastante eficaz para seu caso, já que Sabina conseguia expressar o seu histórico de vida e o que sentia em relação aos acontecimentos de sua vida; o Complexo de Édipo não elaborado, que é evidente nos seus sintomas, já que ela ainda se sentia atraída pelo pai, lembrando-se das surras que ele lhe dava e de como ela se excitava com isso; a transferência, onde ela se "curou" da atração que sentia pelo pai, atraindo-se por Jung, onde o mesmo até a surrava para que ela sentisse prazer; a contra-transferência, onde percebe-se os erros cometidos por Jung, ao deixar-se levar pela paixão de Sabina, o que prejudica o tratamento realizado com ela. Além de outros conceitos, como ego, pulsão de vida x pulsão de morte, libido, entre outros. Jung foi um excelente profissional, talvez um dos maiores psicólogos da história e sempre gratificante ver sua história de vida representada de alguma forma. A relação de Jung com Freud foi responsável pelo desenvolvimento da Psicologia na época; Freud contribuiu muito, principalmente no que diz respeito a teoria da sexualidade infantil e aos conceitos utilizados na clínica. Mas as discordâncias entre os dois teóricos fez com que houvesse um afastamento entre eles, assim Jung conseguiu expandir sua própria teoria, o que fez com que a psicologia se tornasse mais ampla, e outros psicólogos depois dele também pudessem falar sobre aquilo que acreditavam. Sabina também teve sua importância na história da psicologia, muitas vezes é lembrada apenas como "amante de Jung", mas ela foi uma das primeiras mulheres psicanalistas do mundo e uma das pioneiras na psicologia infantil, e até montou uma creche, onde o trabalho com as crianças era realizado através de noções de psicanálise.
O filme conseguiu retratar bem a história, que é tão importante para a Psicologia.
Em uma missão em Marte, Mark é dado como morto, e sua tripulação acaba indo embora, deixando-o para trás. Seria natural que ele acabasse desistindo, que ele fizesse o que estava ao seu alcance e simplesmente esperasse, que alguém viesse salvá-lo ou que ele acabasse morrendo. Mas ele resolveu lutar, ir contra todas as probabilidades e tentar sobreviver. Fez uma plantação de batatas, para que tivesse suprimentos suficientes para continuar vivo, buscou encontrar todas as formas possíveis de comunicação, algo que fizesse com que as pessoas na Terra soubessem dele. Ficou completamente sozinho em outro planeta, sentiu que poderia morrer a qualquer minuto, mas continuou lutando. Difíceis decisões tiveram que ser tomadas para garantir sua sobrevivência, como a sua tripulação, que estava em outra missão, e decidiram em mudar sua rota e salvar Mark, o que faria com que ficassem mais tempo no espaço e mais tempo longe de suas famílias, uma decisão extremamente difícil de ser tomada, principalmente levando em consideração que eles também poderiam morrer. O patriotismo se demonstra no fato do mundo inteiro ter parado para assistir ao resgate de Mark, de como há a preocupação do mundo inteiro de que aquele astronauta americano seja salvo. E com muita luta, determinação e resolução de problemas, Mark consegue e é salvo por sua tripulação.
É incrível o quanto o espectador fica na torcida para que tudo dê certo. Excelente filme!
Começou completamente despretensioso, com uma jovem irlandesa buscando uma vida nova nos EUA. O sofrimento e a saudade que ela sentia me lembrou minha própria vivência de sair de casa e ir morar longe da família, é algo palpável para quem já passou por isso, e ela vai para outro país, com uma cultura e realidade completamente diferentes da sua, o que acaba gerando ainda mais angústia. Conhecer novas pessoas, novos lugares, ter um novo trabalho e iniciar uma faculdade são experiências que Eilis vai desfrutando aos poucos, mas talvez o mais impactante pra ela tenha sido encontrar o primeiro amor, e isso é nítido nas cartas que ela troca com a irmã, onde relata que só encontrou a felicidade no novo país por causa de Tony. Mas uma tragédia acaba abalando a vida dela, quando sua irmã morre, e ela percebe que não teve a oportunidade de se despedir e que nunca mais encontrará a irmã novamente, a dor volta a tomar conta da personagem e ela precisa voltar para a Irlanda para lidar com tudo isso. Voltar para seu país acaba mostrando para Eilis o quanto ela está mudada, tanto na sua aparência quanto na sua personalidade. É nítido ver que a mãe quer que ela volte em definitivo, quer que ela conheça um rapaz da cidade e demonstra tristeza quando ela fala em voltar para Brooklyn. É natural que a mãe queira a companhia da filha, mas a vida de Eilis já não era mais ali, e mesmo com novas possibilidades em sua cidade, ela acaba voltando, para fazer sua vida com Tony.
Não é um filme feliz, mas também não é um filme triste. É um filme que mostra a realidade de tomar decisões, somos livres para escolher nossos caminhos, mas também somos responsáveis pelas consequências dessas escolhas. Fazer escolhas como a que Eilis fez, nunca é fácil, e pode gerar um sentimento misto, de felicidade e tristeza, tudo ao mesmo tempo, e é assim que é a vida.
É um filme muito bom, principalmente pela atuação do Tom Hanks. Donovan foi incumbido de defender um espião soviético e isso acaba gerando certos conflitos no personagem, pelo momento vivido no país - a Guerra Fria - e pelas consequências que esse trabalho poderia gerar, tais como, conflitos familiares e ódio dos americanos por ele estar exercendo esse trabalho. E é algo que ele realmente passa, as pessoas o olham torto e não gostam dele defender alguém que é considerado inimigo do país. Donovan tenta defender Abel da forma mais justa possível, mas é natural que as coisas não saiam como ele planeja, já que o juiz do tribunal já sabia da sentença que daria, antes da mesma ser anunciada. Mas Donovan é inteligente e mostra para o juiz a possibilidade de um espião americano ser capturado pela União Soviética, o que realmente acaba acontecendo, assim, Donovan é solicitado a trabalhar na troca dos prisioneiros. E é incrível ver o quanto o personagem é humano, já que foi além do que lhe pediram para fazer e conseguiu trocar Abel por dois americanos que haviam sido capturados, mesmo que ninguém estivesse se importando com o estudante de Economia, Donovan estava, porque ele se importa e deseja justiça para todos.
Filme muito bom, pelo contexto da época e pelo conhecimento de alguém tão interessante quanto o Donovan.
Confesso que tive algumas dificuldades para entender o filme, os termos utilizados e como funciona o processo de economia e finanças, e talvez por isso não tenha conseguido aproveitar o filme da melhor forma possível, mas achei bem interessante a proposta do filme, principalmente por retratar uma questão tão atual: a crise mundial.
Eu me perdi um pouco com as questões envolvidas com o mercado imobiliário e financeiro, com as falhas que os personagens perceberam no sistema e como tentaram investir nisso. Acredito que para quem tem certo conhecimento a respeito disso, tenha sido um filme genial, mas percebo que eu precisaria assistir ao filme novamente, para compreendê-lo melhor e ter uma nova perspectiva a respeito dele. Eles estavam certos nas falhas que encontraram e conseguiram dinheiro por causa disso, mas ao mesmo tempo é triste perceber que isso foi responsável por uma crise gigantesca, que fez com que muitas pessoas perdessem seus empregos e muitas outras ficassem sem ter onde morar. Algo que me chamou bastante atenção nos créditos finais foi o fato de ter sido citado que Michael Burry estava, atualmente, investindo em água, dando a entender que uma próxima crise mundial possa ser a escassez de água, o que é algo realmente provável de acontecer.
Eu ainda estou tentando decidir quais são meus sentimentos em relação a esse filme, em alguns momentos achei um pouco arrastado e não consegui me conectar com a trama, mas em outros momentos, senti a genialidade da história e, principalmente, a interpretação magnífica do Leonardo DiCaprio. Acho que a intenção do filme, talvez, tenha sido justamente essa, fazer com que o telespectador tivesse sentimentos ambíguos pela história e assim, quisesse acompanhá-la até o fim.
Hugh Glass foi o personagem responsável por carregar esse filme, do início ao fim, a começar pelo ataque do urso, onde era possível quase sentir a dor que o personagem estava sentindo, momentos de agonia e aquela sensação de que ele não seria capaz de sobreviver ao ataque. Ser deixado pelos membros da sua equipe de caça e ser traído por Fitzgerald também trouxeram momentos de angústia, principalmente quando este matou o filho de Glass na sua frente, sem nenhum remorso ou sentimento de culpa. E ali, Glass perdeu a única pessoa que ele tinha, e seria natural querer desistir, não ter mais forças para continuar, mas pelo contrário, foi ali que ele decidiu continuar lutando, principalmente pelo desejo de vingança. Foi incrível ver todo o esforço que ele teve para continuar, para sobreviver, e a luta que ele teve com Fitzgerald, mesmo que ele não tivesse mais o filho de volta, o desejo de vingança falava mais forte.
Acho que as indicações ao Oscar foram merecidas, principalmente a indicação do Leonardo DiCaprio, e realmente torço para que dessa vez ele consiga levar a estatueta.
Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraNão costumo assistir filmes de guerra (apenas no caso de serem indicados ao Oscar, como é o caso!), e entre os filmes do gênero, esse foi dos que mais me surpreendeu.
A história é baseada em fatos reais, de um soldado que queria demonstrar seu patriotismo indo para o campo de batalha, mas diferente dos outros soldados, se recusava a pegar em armas e matar os inimigos de guerra, devido a sua ideologia e crenças religiosas. O filme buscou retratar a importância da religião para Doss, ele entendia que matar era pecado, mesmo em guerra, sua crença não o deixava cometer assassinato. Ele desejou matar o próprio pai, devido ao seu alcoolismo e agressões físicas aos filhos e a esposa. Doss o ameaçou com uma arma para proteger a mãe, mas não conseguiu matá-lo, e resolveu nunca mais pegar em armas. No seu treinamento, era necessário que tivesse contato com armas, mas ele se recusou, foi humilhado por seus colegas e por seus superiores, tentaram desertá-lo, mas ele acabou conseguindo ir para a guerra, com ajuda de seu pai. No campo de batalha, Doss surpreendeu a todos, com sua garra e vontade de salvar vidas, mesmo colocando a sua própria vida em risco. Ele não desistiu de salvar seus colegas e tentou salvar até mesmo soldados inimigos. Impossível não admirar sua trajetória e o que fez por seus colegas.
Um Limite Entre Nós
3.8 1,1K Assista AgoraFilme sensacional, que vai nos envolvendo aos poucos, pela trama e pelos personagens.
Com o desenrolar do filme, a minha antipatia pelo Troy foi aumentando cada vez mais; ele é o responsável familiar, é ele quem trabalha e sustenta a família, e por este motivo e também pela forma como foi criado e educado (em uma cena ele conta sobre o comportamento de seu pai, que nunca foi afetuoso com a família e não era um bom homem), ele considera que tem poder sobre os outros membros da família e não consegue perceber seus próprios erros. Ele foi um jogador de beisebol, não teve sucesso na sua carreira por conta do racismo; seu filho Cory quer seguir o mesmo caminho, mas ele o impede por achar que seu filho teria o mesmo destino que ele teve, assim, não dá a oportunidade para que Cory tente traçar sua própria trajetória. Troy teve uma vida difícil, cometeu furtos e passou 15 anos na prisão, mas conheceu Rose, começou a trabalhar e teve a oportunidade de mudar. Rose é uma esposa dedicada, anulou a si mesma por causa de seu casamento, sua vida se tornou seu casamento e ela tem consciência disso, de tudo o que fez para que seu relacionamento desse certo. Mas Troy parece não valorizar a dedicação de Rose, pois, além de ter uma amante e engravidá-la, ainda diz para Rose que Adalberta o fez ter uma percepção diferente da vida e o faz rir (que mulher aguentaria essa humilhação e ainda permaneceria no casamento? Rose aguentou). A cena em que Troy conta a situação para Rose mostra o talento de ambos os atores (principalmente Viola!) e faz jus a indicação de ambos para o Oscar. Adalberta morre, mas deixa sua filha Raynell, que Troy e Rose acabam criando juntos ("A partir de agora, essa criança tem mãe, mas você não tem mulher"). Rose suportou até o fim, mesmo com todas as falhas do marido. Quando todos começaram a se afastar de Troy, ele percebeu que "não havia mais gosto na vida". Cory não aguentou a forma como o pai o tratava e se alistou na Marinha para sair de casa, só voltando quando o pai faleceu.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraConfesso que não costumo assistir filmes com temática de alienígenas e seres de outros planetas, assisti a esse apenas por estar concorrendo ao Oscar. Por esse motivo assisti ao filme sem muitas expectativas, e acabei me surpreendendo com o enredo.
À princípio fiquei um pouco confusa com o propósito dos extraterrestres estarem na Terra, não parecia fazer muito sentido terem aparecido em lugares diferentes do planeta. Mas Louise foi nos mostrando aos poucos a importância da comunicação e de tentar entender o outro, mesmo que seja um ser que você não conhece e não tem compreensão. Ela foi se aproximando desses seres, mesmo com a desconfiança de todos os outros, que, por ser algo desconhecido, já consideram como algo perigoso. Enquanto todas as pessoas, inclusive em outros países, tinham medo desses seres e pensavam em atacá-los, Louise, sozinha, fez diferente. Foi entendendo a linguagem deles, e percebeu que eles vieram à Terra apenas para isso: entregar aos humanos um presente, nos ensinar sua linguagem. Louise aprende a linguagem deles, aprende a ter uma nova percepção de tempo e espaço, consegue ver seu próprio futuro e compreendê-lo. É o seu aprendizado que faz com que ela una os povos e evite uma possível catástrofe, considerando a possibilidade de ataque, dos humanos contra os alienígenas. Eles vieram com um propósito, mas esperam ter uma retribuição no futuro (daqui 3.000 anos!!).
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraFilme encantador e de uma beleza impressionante.
Mia está tentando dar certo na carreira de atriz e é impossível não se apaixonar pela personagem com seu jeito cativante e sonhador. A cada teste de elenco que ela faz, a gente vai se envolvendo cada vez mais com a personagem e com sua persistência em fazer dar certo; mas a cada 'não' que ela recebe, mais frustrada com a situação ela fica. Por outro lado, temos Sebastian, um pianista de jazz que tem o sonho de criar um clube de jazz, para que o estilo de música permaneça vivo. Cada um tem que lidar com suas próprias frustrações e dificuldades, ir atrás de seus sonhos não é algo fácil, e é necessário vencer muitos obstáculos no caminho. O destino faz com que um cruze o caminho do outro e eles acabam se aproximando e se apaixonando perdidamente. Um apoia o outro em suas decisões, mas o que mais emociona é que ajuda o outro a não desistir. Sebastian apoia Mia a tentar escrever sua própria peça, e quando ela pensa em desistir, ele a faz acreditar em seu próprio talento e que ela deve persistir. Quando Sebastian está em uma banda que não condiz com sua verdadeira paixão musical, Mia o faz perceber que esse, talvez, não seja o melhor caminho para a realização de seu sonho. Eles são essenciais na vida um do outro, no sentido de continuarem no caminho certo, em busca de alcançar o tão almejado sonho, talvez se não tivessem se encontrado, ambos teriam desistido de seus sonhos. Mas o relacionamento acabou não dando certo e eles acabaram se separando, para irem em busca de seus planos individuais. É lindo e emocionante quando o destino cruza seus caminhos novamente, a troca de olhares entre os dois, a prova do quanto aquele amor marcou a vida deles, e através da música, podemos imaginar com os personagens o que poderia ter acontecido caso o relacionamento entre eles tivesse resistido. A cada cena, nosso coração se aquece e é impossível não sorrir com a possibilidade que o filme retrata. Mas logo voltamos para a 'realidade' dos personagens, e percebemos que eles fizeram escolhas que o separaram, mas o amor ainda persiste.
Não Olhe Para Trás
3.7 210 Assista AgoraAssisti despretensiosamente e acabei me surpreendendo. Um filme leve e ao mesmo tempo com uma mensagem muito bonita e motivadora.
Danny Collins é um músico que vive do sucesso de suas antigas músicas, há anos sem compor algo novo, seus shows são lotados, mas sua carreira está em decadência, sem nada inovador. Ele esbanja dinheiro e se afunda nas drogas. Mas algo acontece, que faz com que ele reveja sua própria vida: descobre uma carta de John Lennon, escrita para ele há décadas atrás. Ele vê a necessidade de se reinventar e de consertar erros do passado. Nesse momento da trama, descobrimos que ele teve um filho, pagou pensão, mas nunca o assumiu de verdade. O filho está passando por momentos difíceis, com sua própria saúde e com sua filha, que tem hiperatividade. Danny acredita que possa ajudá-lo e fazer com que as coisas sejam diferentes entre eles, procura a melhor escola para a neta, específica para crianças com TDAH, e custeia o tratamento do filho. Danny quer recomeçar com a família e com sua carreira. Resolve voltar a compor e encontra alguém que o apoia nessa nova fase da carreira. No entanto, no momento em que deve mostrar isso para o público, não consegue ter coragem de fazê-lo, é mais fácil e garantido continuar do jeito que está, se reinventar é incerto e talvez não garanta a continuidade do sucesso. Danny não conseguiu recomeçar com sua carreira, mas a cena final, deu a ideia de que, talvez, ele consiga recomeçar com sua família.
A Garota no Trem
3.6 1,6K Assista AgoraNormalmente costumo primeiramente ler o livro e em seguida assistir a adaptação cinematográfica. Mas com “A garota no trem” acabei fazendo o inverso. Assisti ao filme no cinema e gostei tanto da trama que me senti obrigada a ler o livro. A trama, tanto no livro quanto no flme, é retratada através do ponto de vista de três personagens: Rachel, Anna e Megan.
Rachel foi casada com Tom e o relacionamento acabou não dando certo devido a diversos fatores, tais como o alcoolismo de Rachel e a traição de Tom, que traiu a esposa com Anna, com quem é casado atualmente. Anna foi amante de Tom e atualmente é sua esposa, e juntos eles possuem uma filha, Evie. Megan é babá da filha de Tom e Anna, mora na mesma rua que eles, e é observada todos os dias por Rachel enquanto ela faz seu percurso de trem. A pergunta que fica é: como a histórias dessas três mulheres se conectam na trama? Rachel, todos os dias faz o percurso de Ashbury para Londres e vice-versa. Todos os dias observa Megan e seu marido em sua casa, como não os conhece, os chama de Jess e Jason, e imagina uma vida perfeita para o casal. Acidentalmente acaba observando também sua antiga casa, onde morava com Tom. Megan é casada com Scott, possuem um bom relacionamento, apesar do ciúme doentio do marido. Trabalhou como babá da filha de Anna e Tom por um período, mas acaba pedindo demissão. Sua trajetória de vida teve altos e baixos, o que a levou para a terapia com o psicólogo Kamal. Ela teve uma filha quando era mais jovem, mas, acidentalmente, a criança faleceu, e Megan não consegue se perdoar até hoje pelo que aconteceu, o que a faz temer em ter filhos novamente. Rachel observa pelo trem uma cena que a desagrada, que a faz sentir raiva e relembrar de velhos sentimentos, vê Megan e Kamal juntos e imagina que estão tendo um caso. Pouco tempo depois, fatos se apagam da sua memória, ela não lembra o que aconteceu, nem como chegou em casa. Na mesma noite, Megan se torna notícia por seu desaparecimento. A dúvida do leitor/espectador é: Será que Rachel tem algo a ver com isso? Rachel começou a se envolver na situação e no desenrolar das pistas do crime e dos envolvidos com o mesmo. Contou para a polícia o que sabia e, de certa forma, acabou se tornando suspeita. Contou para Scott o que havia visto, que ficou ainda com mais raiva e enciumado com Megan. Anna havia visto Rachel no bairro no dia do crime, o que complicou ainda mais sua situação. Rachel é uma mulher com diversas falhas, na época em que estava casada com Tom, tentou engravidar e não conseguiu, começou a se embriagar, até se tornar alcoólatra e não ter mais controle da situação. O seu casamento acabou e ela foi demitida do trabalho devido ao alcoolismo, apesar de não ter coragem de admitir. Anna foi a amante que acabou se tornando a esposa, tenta de todas as formas proteger sua filha Evie e acredita que Rachel oferece perigo para a família, principalmente porque está sempre perseguindo-os, liga constantemente para Tom através de chamadas não identificadas, Anna tem raiva de Rachel e de suas atitudes. (mas será que é mesmo Rachel quem faz todas essas ligações?). Megan cometeu erros no passado e ainda não consegue lidar com os mesmos, mas quando tenta enfrentá-los, ser honesta com todos ao seu redor e seguir em frente com sua vida, acaba desaparecendo. Rachel possui "apagões", onde esquece de fatos e situações, devido ao alcoolismo, mas acaba se lembrando de situações de sua vida, que imaginava serem diferentes; no livro, ela simplesmente vai lembrando aos poucos, já no filme, a esposa de um ex-colega de trabalho de Tom, faz com que ela se recorde de situações do passado. E sua memória, acaba auxiliando a se recordar do dia do desaparecimento de Megan, onde Rachel viu Tom e Megan juntos e conseguiu associar o que aconteceu: Tom assassinou Megan. É mais fácil adivinhar a identidade do assassino no filme do que no livro, já que pistas são dadas no filme, enquanto no livro, a explicação pelo assassinato acontece no final. Megan era a nova amante de Tom, estava grávida dele, o que o fez assassiná-la. No livro, tem-se a oportunidade de perceber melhor a frieza das atitudes de Tom, principalmente pela forma como ela fala a respeito do assassinato e de suas traições. Gostei muito do desenrolar da descoberta do crime, onde Anna e Rachel, se ajudam entre si, para acabar com a vida de Tom e alegam legítima defesa.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraComo fã da saga Harry Potter desde os 11 anos (atualmente tenho 26), é muito gratificante ver uma nova faceta da história ser apresentada ao mundo, uma trama ambientada muitos anos antes dos acontecimentos de HP, há a nostalgia pelo mundo mágico, principalmente pelas referências à saga que já conhecemos, e as expectativas pelo que está por vir.
Já conhecemos Newt Scamander, por ser o autor de "Animais Fantásticos e onde habitam", livro que é mencionado muitas vezes em Hogwarts. Mas agora podemos realmente conhecer o personagem por trás do nome, em uma viagem para Nova York, onde leva suas criaturas misteriosas em uma maleta. Além dele, também conhecemos outro personagem já mencionado em livros da saga, Gellert Grindelwald, que terá muita importância nessa nova saga e que esperamos que os fatos importantes que já temos conhecimento, relacionados às Relíquias da Morte sejam apresentados nos próximos filmes, já que neste não foi muito abordado os seus planos e desejos em relação à comunidade bruxa. Grindelwald está sendo procurado, enquanto a cidade sofre ataques de uma criatura desconhecida, o que pode expor a comunidade bruxa. O Congresso Mágico dos Estados Unidos da América (MACUSA) faz de tudo para que a comunidade bruxa não seja exposta, tentando encontrar os culpados pelos ataques, através da presidente do MACUSA e de Percival Graves. O Ministério da Magia americano é muito diferente do Ministério da Magia na Inglaterra, o que se mostra até mesmo pelo fato da MACUSA utilizar pena de morte como recurso quando se sentem em ameaça. Newt (nosso querido lufano e que tem tantas semelhanças com Hagrid, por seu amor à criaturas mágicas e pela amizade e proteção de Dumbledore), logo que chega na cidade, conhece o trouxa (ou não-maj, como é chamado em território americano), Jacob Kowalski (iniciais J.K., será que isso tem algum significado?), a ex-auror Tina Goldstein e sua irmã telepática, Queenie. Aos poucos vamos conhecendo os animais de Newt, enquanto ele acaba se vendo envolvido no problema dos ataques de modo, aparentemente, acidental. Tina não está mais participando da MACUSA, devido ao fato de agredido fisicamente Mary Lou, líder de um grupo de não-majs que acredita na existência dos bruxos e os considera como ameaça, considerando que a mesma tem filhos adotivos e os agride, principalmente Credence, a quem ela parece odiar e punir com mais fervor. Tina desconfia da presença de Newt na cidade, e como Jacob já viu os animais fantásticos acabam sendo levados para a casa de Tina, onde conhecemos Queenie, que lê os pensamentos de cada um, e logo de cara já se percebe o clima entre ela e Jacob. Enquanto as criaturas mágicas vão sendo recapturadas e os ataques continuam, descobrimos sobre o Obscurus, uma espécie de parasita que adentra o corpo de crianças bruxas que possuem sua magia reprimida. Newt já teve contato com uma criança assim, e quer estudar a respeito dessa força. Por fim, descobrimos que Credence possui um Obscurus, o que é um fato raro, já que ele é adolescente, e crianças que possuem esse parasita costuma morrer até os 10 anos de idade, e ele é o responsável pelos ataques que estão acontecendo na cidade, e sofre influência de Graves, que no final da trama, descobrimos se tratar de Grindelwald, que estava disfarçado e acaba sendo preso. O filme nos faz rir em diversos momentos, mas também possui momentos de tensão, que nos levam a criar mil teorias a respeito da continuação, já que serão 5 filmes, ao todo. Será que Grindelwald já estava em posse da Varinha das Varinhas nessa época? Qual era a intenção dele com o Obscurus de Credence? Será que Ariana Dumbledore também possuía um Obscurus? O que nos reserva os próximos filmes da saga?
Jogo do Dinheiro
3.4 402 Assista AgoraFilme muito bom, me deixou tensa do início ao fim. A trama é simples, mas nos faz refletir sobre diversas questões, mesmo não sendo algo explícito no roteiro.
Mostra uma das facetas do setor financeiro, onde as pessoas investem seu dinheiro para lucrar, mas em determinado momento, as ações podem despencar, serem apontadas como "uma falha do sistema", quando na verdade, pode ser uma fraude, onde algum poderoso pode estar subindo de vida às custas dos outros. Kyle investiu todo seu dinheiro e perdeu tudo, e tenta sequestrar o apresentador Lee em seu programa ao vivo, para entender o que aconteceu, colocando a vida de todos em risco. Ele está desesperado, já que não tem mais dinheiro e sua namorada está esperando um filho dele. O espectador, em partes, consegue entender o lado de Kyle e as suas frustrações, mas ao mesmo tempo, fica desesperado com o que ele está fazendo. Mesmo correndo riscos de vida, a mídia ainda utiliza do sensacionalismo para chamar atenção para a história de Kyle, isso demonstrado através da personagem Patty, que continua dirigindo o programa e preocupada com a história que está sendo transmitida na televisão. Mesmo sendo descoberta a fraude de Walt Camby, os erros que ele cometeu e quantidade de pessoas que ele prejudicou, a polícia acaba por matar Kyle, algo que talvez fosse desnecessário; ele também cometeu erros, da forma como conduziu a situação, mas a morte dele foi frustrante. Quem cometeu o maior crime? Kyle, que estava revoltado com sua situação atual de vida, e no desespero, criou uma falsa bomba e colocou outras pessoas em risco com sua arma, ou Walt, que premeditou uma fraude que atingiu milhares de pessoas, que precisavam do dinheiro e foram roubadas por ele?
O Maior Amor do Mundo
3.1 248 Assista AgoraUm filme que reúne minhas duas atrizes favoritas: Julia Roberts e Jennifer Aniston. Gostei bastante de cada uma das histórias que fizeram parte da trama.
Sandy tendo que conviver com o fato do ex-marido ter se casado com uma jovem, bem mais nova do que ele e não sabendo lidar com essa situação, além do fato de ter que "compartilhar" os filhos com ela; é compreensível o ciúme, principalmente quando querem dividir o dia das mães. Bradley perdeu a esposa e não sabe como lidar com o dia das mães que se aproxima, principalmente por ser o primeiro em que as filhas estarão sem a mãe. Jesse tem um relacionamento complicado com a mãe, que é preconceituosa e não aceita seu casamento com o indiano e nem o casamento de sua irmã com outra mulher; mas tem que aprender a lidar com isso. Kristin tem dificuldades em aceitar o pedido de casamento do namorado, por medo de ser abandonada, já que nunca conheceu a mãe biológica. Miranda não teve filhos e focou na sua carreira. De alguma forma, todas essas histórias se cruzam. Sandy conhece Bradley por acaso e uma química entre eles parece surgir, é amiga de Jesse e começa a trabalhar com Sandy. Kristin descobre que Miranda é sua mãe biológica e conhece sua verdadeira história, que Miranda nunca teve a oportunidade de ficar com ela.
O Segredo dos Seus Olhos
4.3 2,1K Assista AgoraCom certeza foi merecedor de ter ganho o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Só tive contato com este filme por ter assistido a "Olhos da Justiça", que foi o remake americano, e por já conhecer a história, acredito que não tenha aproveitado o filme da melhor forma, o que seria diferente se eu tivesse assistido ao original primeiro. A história é bem parecida, as cenas e os diálogos também. Assistindo ao filme argentino, eu lembrava dos mesmos elementos no filme americano. Acho que alguns pequenos detalhes e o fato de ter assistido ao filme americano primeiro fizeram com que eu gostasse mais do remake do que do original.
Aqui é o marido que perde a esposa, vítima de estupro e assassinato. No americano, o crime é o mesmo, mas é uma mãe que perde uma filha. Aqui o assassino já tinha um contato maior com a vítima e a cena do crime foi mais brutal do que o americano. Aqui o assassino saiu da prisão quando começou a trabalhar com a justiça, sendo que no americano, o criminoso sequer ficou preso, pois já colaborava com o FBI, dando pistas de terroristas. Acho que o filme original tem mais elementos de violência do que o remake, nos faz ficar mais revoltados com o que aconteceu, enquanto o remake nos faz pensar mais na questão moral e de justiça. Muitas das falas da personagem da Julia Roberts no remake foram retiradas do filme original. Acho que um dos detalhes que me fez preferir o filme americano foi o desfecho da trama. Aqui é descoberto que Morales "fez uma prisão perpétua" para Gómez e o final dá a entender que a situação continuaria da mesma forma, enquanto no remake americano, a personagem de Julia Roberts, no final, acaba realmente matando o assassino de sua filha, conseguindo, de alguma forma, encerrar essa questão e seguir em frente.
Olhos da Justiça
3.2 449 Assista AgoraEu não assisti ao filme original, então não tenho com o que comparar. Pelos comentários que li, aparentemente, o original é superior ao remake. Mas, como só posso me basear por essa versão, posso dizer que achei o filme sensacional, mas me sinto na obrigação de assistir ao original, até para poder comparar os filmes e poder formar uma opinião melhor. Mas considerando apenas essa versão, posso dizer que me surpreendi, com a trama, com o desenrolar da história e principalmente com o desfecho.
O filme mostrou que pequenas decisões podem mudar nossa história, nossas escolhas dizem muito sobre quem somos. Jess insistiu muito para que sua filha Carolyn fosse ao piquenique, local onde ela conheceu o assassino. Ray ia encontrar com Carolyn em uma padaria, para pagar um bolo de aniversário para Jess, e acabou não indo no último instante, e estando sozinha, o assassino conseguiu capturá-la. Pequenas decisões que poderiam ter mudado o destino da jovem, que acabou sendo estuprada e assassinada por Marzin. O filme também explora questões morais, nos fazendo pensar sobre a diferença entre o certo e o justo. Marzin era um informante sobre terroristas, tinha certa importância para o FBI, prendê-lo pelo crime que ele havia cometido, poderia fazer com que alguns terroristas não fossem presos. Morales sabia disso, e mesmo com a confissão de Marzin, não quis prendê-lo, porque pra ele, prender terroristas era mais importante do que fazer justiça nesse caso. E isso fica ainda mais claro quando as provas que existiam contra ele foram destruídas e ele sendo considerado como "intocável". Ray não aceitou o que aconteceu e tentou encontrá-lo, passou 13 anos de sua vida nesse caso, mesmo sabendo que encontrá-lo não seria garantia de que ele fosse preso, porque teria-se que reabrir o caso, e não haveria mais provas concretas sobre o crime, mesmo assim, ele não desistiu e acreditou tê-lo encontrado. Eu fiquei impressionada, acreditando que, a justiça então poderia ser feita. Até descobrir que Jess, ao saber da possibilidade de Marzin não ser preso, tentou solucionar o caso da sua forma, o mantendo em cativeiro por 13 anos, o que me deixou ainda mais impressionada com a trama. Ela quis mantê-lo em "prisão perpétua", mas a sua prisão também era a prisão dela. Como julgar a atitude dela? Como se colocar no lugar dela e tentar entender o que ela sentiu com o que aconteceu? Ela fez justiça? Ela agiu certo? É difícil julgar, é algo que vai de encontro com a moral de cada um, mas ultrapassa alguns limites, devido as circunstâncias da situação. Em 13 anos, ela envelheceu muito, sua amargura e frustração fizeram com que ela perdesse seu brilho, olhar para ela era olhar para o seu sofrimento, a atuação da Julia Roberts foi sensacional nesse sentido. Ray a ajudou a encerrar essa história, ela o matou e ele o enterrou. Matá-lo, provavelmente, não significaria fazê-la se sentir em paz, mas talvez ela pudesse seguir em frente.
Como Eu Era Antes de Você
3.7 2,3K Assista AgoraJá tinha ouvido falar muito do livro/filme, até pensei na possibilidade de ler ao livro antes de assistir ao filme, mas acabei me rendendo e assistindo ao filme primeiro.
A Lou é uma personagem cativante, com suas roupas extravagantes e seu jeito meigo e desastrado de ser. Me identifiquei bastante com a personagem, pelo seu modo de agir, seu otimismo e sua maneira alegre de conduzir a vida, mesmo nas adversidades. Ela é alguém batalhadora, que ao perder um emprego, logo tenta conseguir um novo, sendo cuidadora de Will, e mesmo tendo motivos para desistir, já que ele a trata muito mal no início, deixa claro para ele que está ali pelo dinheiro, que é algo que ela realmente precisa. Will teve muitas realizações na vida, mas um acidente fez com que ele perdesse, não só os movimentos do corpo, mas também a perspectiva de vida. Ele percebeu que não conseguiria se adaptar a essa nova fase da vida, sem o seu emprego, sem as aventuras que vivia anteriormente, sem os amigos e a namorada, que o abandonaram depois do acidente. Por mais difícil que seja, é possível compreender os motivos que o levaram a solicitar um suicídio assistido. Os dois acabaram se envolvendo, mesmo que ela tivesse um relacionamento estável com outro homem, o que Will a fez sentir foi algo completamente diferente. Ele também sentiu o mesmo por ela, mas isso não o fez desistir da ideia de morrer, isso não significa que ele seja egoísta, como a própria Lou chegou a dizer, mas o sofrimento pelas condições que estava vivendo o fizeram tomar essa decisão. Foi bonito ver que, mesmo com o pouco tempo em que estiveram juntos, eles aproveitaram isso ao máximo, de modo intenso, e ele conseguiu inspirá-la a viver de forma diferente, em 6 meses fez mais por ela do que o namorado com quem ela estava junto há 7 anos.
Preciosa: Uma História de Esperança
4.0 2,0K Assista AgoraEu atuo como psicóloga social, o que me faz entrar em contato com a desigualdade e com a violência, de modo geral. E esse filme me fez relembrar de algumas "preciosas" que conheci na minha trajetória profissional. A nossa realidade, muitas vezes, nos faz esquecer que muitas pessoas não têm a mesma sorte que temos.
Preciosa desde os 3 anos de idade era abusada sexualmente pelo pai, e sua mãe a humilhava e agredia constantemente, por culpá-la por esses abusos. Para quem nunca teve contato com histórias parecidas, pode parecer algo que foge da realidade, mas é triste se dar conta de que muitas meninas passam pelo mesmo. A maioria dos abusos sexuais é cometido contra crianças de até 13 anos, sendo o abusador alguém próximo, como pai, irmão, avô ou padrasto. A criança é ameaçada pelo abusador, tem medo de contar, se sente culpada pelas consequências que isso pode gerar. E acontece em alguns casos, da mãe duvidar da criança e culpá-la pelo abuso, da mesma forma como acontece com Preciosa. Essa não é uma realidade tão distante quanto imaginamos e é revoltante saber disso, que estupro é o único crime em que há culpabilização da vítima, que ela é tão ou mais julgada do que aquele que a violentou. E Preciosa ainda gera filhos do pai, na escola a julgam pela gravidez na adolescência, sem saber da realidade em que ela vive, que a gravidez não foi uma escolha dela, foi fruto de abusos constantes, ela não tem culpa, mas é julgada como se tivesse. Ela sequer tem contato com os filhos, não aprendeu a ser mãe. Dói quando ela relata que quer morrer, quando ela fantasia realidades diferentes para si ou quando ela comenta sobre o desejo de ser "branca e magra". É nesses momentos que nos damos conta de nossos próprios privilégios. Não é necessário muito para fazer a diferença na vida de alguém, e isso é demonstrado através da professora que acredita em suas alunas, acredita em Preciosa e no seu potencial, e faz o que está ao seu alcance para tentar ajudá-la, mesmo quando a própria Preciosa não acredita em si mesma. É um alívio para ela quando o pai falece e ela pode buscar algo novo para si, longe de casa e da mãe, e criando os seus filhos. É possível ter esperanças para viver algo diferente, mesmo que o sofrimento seja algo que sempre vai fazer parte da sua história de vida.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraAchei bem interessante a reflexão que o filme busca proporcionar, quanto a questões de classe e de sociedade, que acaba fazendo o espectador pensar a respeito da realidade que vivemos no Brasil, principalmente quanto a desigualdade social.
Val trocou Pernambuco por São Paulo, em busca de uma vida melhor, deixou uma filha no interior, mas mandava dinheiro para o sustento da mesma, enquanto trabalhava e cuidava da família da patroa. Bárbara dizia que ela era da família, mas Val dormia em quarto escondido, enquanto todos os outros quartos (até o de hóspedes que não era utilizado) eram melhores, ela não podia se alimentar com o que era dos patrões, não podia entrar na piscina, tinha que "aceitar seu lugar". Esse tipo de conduta é algo comum no país, e Jéssica, filha de Val, conseguiu perceber essa disparidade quando foi morar com a mãe, percebeu a maneira como ela era tratada, e tentou se rebelar contra a situação e mostrar para a genitora o que ela percebia, algo que a mãe demorou para perceber. Jéssica não queria ser tratada da mesma forma como a mãe era, queria que os patrões de Val reconhecessem seu valor enquanto pessoa. Bárbara não aceitou a situação, queria que Val e a filha "ficassem em seu lugar". Carlos não se importava tanto com a situação, mas tentou abusar de Jéssica, por ela ser diferente e mais nova, algo que a moça não permitiu que acontecesse. Fabinho demonstrava afeto por Val, talvez até por ter sido praticamente criado por ela, já que os pais nunca estavam de fato presentes. Fabinho e Jéssica prestariam o mesmo vestibular, e indo contra ao que se acreditava, Fabinho reprovou e Jéssica passou, o que demonstra que atualmente todos podem ter uma oportunidade, e Jéssica foi atrás daquilo que sonhava. Outra forma de verificar a desigualdade existente é que, quando Fabinho não conseguiu passar no vestibular, teve a oportunidade de fazer intercâmbio fora do país, algo que apenas pessoas de classe alta conseguem, enquanto pessoas de classe baixa precisam batalhar muito mais para alcançar seus objetivos. Ao final, Val decide se demitir e se dedicar a sua família, percebendo que isso seria o melhor pra ela.
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraEu comecei a assistir o filme esperando algo surpreendente e que me envolvesse, não achei a história ruim, mas minha expectativa quanto a trama era maior.
O relacionamento entre Therese e Carol se desenvolveu de forma lenta, e pra mim, chegou a ser um pouco confuso, porque não parecia haver um motivo concreto para que o envolvimento entre elas acontecesse. Therese estava quase noiva de um rapaz e não consegui perceber em que momento ela se apaixonou por Carol, enquanto esta estava em um relacionamento fracassado, já estava separada do marido, mas este não aceitava o término do casamento, principalmente pelo fato de Carol se interessar por mulheres, e ele considerar esse fato como algo imoral. Carol já havia saído de um relacionamento com Abby, e simplesmente resolveu conquistar Therese. No entanto, o ex-marido de Carol estava no caminho, impedindo-a até mesmo de ver a filha devido ao seu comportamento, o que demonstra a sua possessiva e falta de respeito para com a ex-esposa.
A Garota Dinamarquesa
4.0 2,2K Assista AgoraÉ um filme extremamente interessante e por diversos motivos, pela história de vida da Lili, por ser baseado em uma história real, pela transsexualidade, pela cumplicidade entre Lili e Gerda, enfim, é daquele filmes que valem muito a pena serem assistidos.
Atualmente, pessoas transsexuais passam por muito preconceito, são incompreendidas, e a sociedade ainda não consegue aceitá-las. Se hoje em dia a situação é essa, fico tentando imaginar o quanto seria mais difícil em uma época como a que Lili viveu. Antigamente, tanto a homossexualidade quanto a transsexualidade eram consideradas como doença, e como o filme retratou, Einar/Lili teve vários diagnósticos e cogitaram a possibilidade de interná-la devido a essa condição. Lili não conseguia entender o que se passava consigo, a identidade feminina sempre existiu dentro dela, mas ela nunca conseguiu assumi-la e até mesmo se achava louca por causa disso. Mas Gerda a compreendeu, mesmo que no início tenha achado que era uma brincadeira, com o tempo, ela foi percebendo que Einar estava indo embora e Lili estava surgindo. Achei muito significativo o fato de que, mesmo com dor que Gerda estava sentindo, sem saber como lidar com tudo aquilo, ela ainda apoiou e esteve ao lado de Lili até o fim. Seria natural que ela não aceitasse, ainda mais levando em consideração o pensamento da época, mas ela tentou entender a situação e soube respeitar a decisão de Lili. Outro fato interessante foi o médico que realizou as cirurgias de Lili, que teve uma visão diferente da que era comum na época, que foi ridicularizado por outros médicos por causa disso, mesmo assim, não desistiu de seu objetivo, de ajudar Lili a se tornar quem ela realmente era. E ela conseguiu, conseguiu realizar o sonho de ser ela mesma, mesmo que por breves momentos, e foi triste ver a morte dela, mas era perceptível que ela estava em paz.
Spotlight - Segredos Revelados
4.1 1,7K Assista AgoraÉ daqueles filmes que são essenciais, que todos devem ver, por uma questão de informação mesmo, para se ter consciência que o sistema, mesmo quando se trata da Igreja, pode ser algo cruel e enojante.
É aterrorizante saber que há uma quantidade enorme de padres pedófilos ao redor do mundo e que a Igreja acoberta todos eles, não há nenhum tipo de punição, a Igreja não quer manchar a própria reputação, então finge que não há nenhum problema. A pedofilia, além de ser um crime, é também uma doença, e qualquer um que tenha um mínimo de conhecimento acerca disso, sabe que é comum pedófilos escolherem profissões onde tenham contato direto com crianças e demonstram uma personalidade de bondade para que ninguém desconfie deles. Assim acaba não sendo surpresa que muitos pedófilos escolham ser padres, justamente para terem contato com crianças, ainda mais que devem ter consciência que não irão precisar pagar por seus crimes. É revoltante que algo assim aconteça, e é admirável o trabalho árduo que esses jornalistas fizeram para descobrir todos os padres envolvidos em abusos sexuais e as vítimas destes, como forma de informar a população, já que a justiça seria algo difícil de se conseguir. Triste também foi ver, ao final do filme, cidades onde outros escândalos parecidos também aconteceram, inclusive cidades brasileiras e isso causa uma angústia muito grande.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraEsse filme me tocou de inúmeras maneiras, acho que merecia ter ganho o Oscar de Melhor Filme, pela sensibilidade e pelas emoções que provoca ao espectador.
Acompanhar a trajetória de Joy e entender o que aconteceu para que ela estivesse trancafiada naquele quarto com Jack foi de partir o coração. Imaginar uma mulher ser sequestrada aos 17 anos de idade, fase da vida em que todos os planos começam a ser traçados e decisões são tomadas a fim de garantir o que se quer para o futuro, é aterrorizante. Ficar longe da família e dos amigos, vivendo em um pequeno quarto, apenas para ser abusada por alguém, que ainda quer que ela agradeça por ele deixá-la sobreviver naquele espaço, isso dá raiva em proporções inimagináveis, ainda mais por saber que "o velho Nick" ainda fez Joy ter um filho dele, Jack. Seria natural que Joy nutrisse sentimentos ambíguos por Jack, já que o mesmo é filho de seu agressor, mas foi incrível perceber o amor que ela sentia pelo menino e o quanto ela tentava protegê-lo, tentava explicar o mundo a partir do que estava disponível naquele quarto e tentou fazer o melhor pelo filho. Mas tentar sair dali era essencial, e Jack foi responsável por isso. Mas a vida no mundo do lado de fora também era difícil. Para Joy tudo estava diferente, os pais se separaram, as amigas seguiram rumos diferentes, nada era como antes e era doloroso se acostumar com isso, ainda mais com as pessoas querendo ditar o que seria melhor para ela, como a jornalista que a julgou por ter permanecido com Jack ao invés de deixá-lo ter uma infância normal fora do quarto e longe dela, o que a fez querer morrer e acabar com todo o sofrimento. Para Jack tudo era estranho, já que ele não conhecia o mundo fora do quarto, e ter que se acostumar com isso foi uma tarefa extremamente complicada, conhecer novas pessoas e lugares, algo que ele só havia visto pela televisão. Achei emblemático o final, quando Jack pede para ir até o quarto, para dar adeus ao mesmo, como se quisesse mostrar para a mãe a importância de deixar aquele momento da vida deles para trás, e seguir em frente, com uma nova vida.
Um Método Perigoso
3.5 1,1KAo assistir esse filme, lembrei de "Jornada da Alma" que também retrata a relação entre Sabina e Jung, e minha curiosidade em assistir foi justamente para ver um outro olhar sobre a mesma história.
Keira foi brilhante no papel e conseguiu expressar bem os sintomas de histeria de Sabina. Por ser formada em Psicologia, é natural que eu tenha um olhar diferente sobre a trama, principalmente no que diz respeito a teoria da Psicanálise, a técnica de associação livre que Jung utilizou para tratar do transtorno de Sabina, o que foi bastante eficaz para seu caso, já que Sabina conseguia expressar o seu histórico de vida e o que sentia em relação aos acontecimentos de sua vida; o Complexo de Édipo não elaborado, que é evidente nos seus sintomas, já que ela ainda se sentia atraída pelo pai, lembrando-se das surras que ele lhe dava e de como ela se excitava com isso; a transferência, onde ela se "curou" da atração que sentia pelo pai, atraindo-se por Jung, onde o mesmo até a surrava para que ela sentisse prazer; a contra-transferência, onde percebe-se os erros cometidos por Jung, ao deixar-se levar pela paixão de Sabina, o que prejudica o tratamento realizado com ela. Além de outros conceitos, como ego, pulsão de vida x pulsão de morte, libido, entre outros. Jung foi um excelente profissional, talvez um dos maiores psicólogos da história e sempre gratificante ver sua história de vida representada de alguma forma. A relação de Jung com Freud foi responsável pelo desenvolvimento da Psicologia na época; Freud contribuiu muito, principalmente no que diz respeito a teoria da sexualidade infantil e aos conceitos utilizados na clínica. Mas as discordâncias entre os dois teóricos fez com que houvesse um afastamento entre eles, assim Jung conseguiu expandir sua própria teoria, o que fez com que a psicologia se tornasse mais ampla, e outros psicólogos depois dele também pudessem falar sobre aquilo que acreditavam. Sabina também teve sua importância na história da psicologia, muitas vezes é lembrada apenas como "amante de Jung", mas ela foi uma das primeiras mulheres psicanalistas do mundo e uma das pioneiras na psicologia infantil, e até montou uma creche, onde o trabalho com as crianças era realizado através de noções de psicanálise.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraÉ um filme que demonstra um pouco o patriotismo americano, com uma simplicidade que chega a ser quase imperceptível.
Em uma missão em Marte, Mark é dado como morto, e sua tripulação acaba indo embora, deixando-o para trás. Seria natural que ele acabasse desistindo, que ele fizesse o que estava ao seu alcance e simplesmente esperasse, que alguém viesse salvá-lo ou que ele acabasse morrendo. Mas ele resolveu lutar, ir contra todas as probabilidades e tentar sobreviver. Fez uma plantação de batatas, para que tivesse suprimentos suficientes para continuar vivo, buscou encontrar todas as formas possíveis de comunicação, algo que fizesse com que as pessoas na Terra soubessem dele. Ficou completamente sozinho em outro planeta, sentiu que poderia morrer a qualquer minuto, mas continuou lutando. Difíceis decisões tiveram que ser tomadas para garantir sua sobrevivência, como a sua tripulação, que estava em outra missão, e decidiram em mudar sua rota e salvar Mark, o que faria com que ficassem mais tempo no espaço e mais tempo longe de suas famílias, uma decisão extremamente difícil de ser tomada, principalmente levando em consideração que eles também poderiam morrer. O patriotismo se demonstra no fato do mundo inteiro ter parado para assistir ao resgate de Mark, de como há a preocupação do mundo inteiro de que aquele astronauta americano seja salvo. E com muita luta, determinação e resolução de problemas, Mark consegue e é salvo por sua tripulação.
Brooklin
3.8 1,1KUm filme realmente envolvente, de uma simplicidade incrível, mas que faz o espectador refletir sobre suas próprias experiências.
Começou completamente despretensioso, com uma jovem irlandesa buscando uma vida nova nos EUA. O sofrimento e a saudade que ela sentia me lembrou minha própria vivência de sair de casa e ir morar longe da família, é algo palpável para quem já passou por isso, e ela vai para outro país, com uma cultura e realidade completamente diferentes da sua, o que acaba gerando ainda mais angústia. Conhecer novas pessoas, novos lugares, ter um novo trabalho e iniciar uma faculdade são experiências que Eilis vai desfrutando aos poucos, mas talvez o mais impactante pra ela tenha sido encontrar o primeiro amor, e isso é nítido nas cartas que ela troca com a irmã, onde relata que só encontrou a felicidade no novo país por causa de Tony. Mas uma tragédia acaba abalando a vida dela, quando sua irmã morre, e ela percebe que não teve a oportunidade de se despedir e que nunca mais encontrará a irmã novamente, a dor volta a tomar conta da personagem e ela precisa voltar para a Irlanda para lidar com tudo isso. Voltar para seu país acaba mostrando para Eilis o quanto ela está mudada, tanto na sua aparência quanto na sua personalidade. É nítido ver que a mãe quer que ela volte em definitivo, quer que ela conheça um rapaz da cidade e demonstra tristeza quando ela fala em voltar para Brooklyn. É natural que a mãe queira a companhia da filha, mas a vida de Eilis já não era mais ali, e mesmo com novas possibilidades em sua cidade, ela acaba voltando, para fazer sua vida com Tony.
Ponte dos Espiões
3.7 694É um filme que retrata bem os EUA e o patriotismo dos americanos, que é algo comum de ser representado nos indicados ao Oscar.
É um filme muito bom, principalmente pela atuação do Tom Hanks. Donovan foi incumbido de defender um espião soviético e isso acaba gerando certos conflitos no personagem, pelo momento vivido no país - a Guerra Fria - e pelas consequências que esse trabalho poderia gerar, tais como, conflitos familiares e ódio dos americanos por ele estar exercendo esse trabalho. E é algo que ele realmente passa, as pessoas o olham torto e não gostam dele defender alguém que é considerado inimigo do país. Donovan tenta defender Abel da forma mais justa possível, mas é natural que as coisas não saiam como ele planeja, já que o juiz do tribunal já sabia da sentença que daria, antes da mesma ser anunciada. Mas Donovan é inteligente e mostra para o juiz a possibilidade de um espião americano ser capturado pela União Soviética, o que realmente acaba acontecendo, assim, Donovan é solicitado a trabalhar na troca dos prisioneiros. E é incrível ver o quanto o personagem é humano, já que foi além do que lhe pediram para fazer e conseguiu trocar Abel por dois americanos que haviam sido capturados, mesmo que ninguém estivesse se importando com o estudante de Economia, Donovan estava, porque ele se importa e deseja justiça para todos.
A Grande Aposta
3.7 1,3KConfesso que tive algumas dificuldades para entender o filme, os termos utilizados e como funciona o processo de economia e finanças, e talvez por isso não tenha conseguido aproveitar o filme da melhor forma possível, mas achei bem interessante a proposta do filme, principalmente por retratar uma questão tão atual: a crise mundial.
Eu me perdi um pouco com as questões envolvidas com o mercado imobiliário e financeiro, com as falhas que os personagens perceberam no sistema e como tentaram investir nisso. Acredito que para quem tem certo conhecimento a respeito disso, tenha sido um filme genial, mas percebo que eu precisaria assistir ao filme novamente, para compreendê-lo melhor e ter uma nova perspectiva a respeito dele. Eles estavam certos nas falhas que encontraram e conseguiram dinheiro por causa disso, mas ao mesmo tempo é triste perceber que isso foi responsável por uma crise gigantesca, que fez com que muitas pessoas perdessem seus empregos e muitas outras ficassem sem ter onde morar. Algo que me chamou bastante atenção nos créditos finais foi o fato de ter sido citado que Michael Burry estava, atualmente, investindo em água, dando a entender que uma próxima crise mundial possa ser a escassez de água, o que é algo realmente provável de acontecer.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraEu ainda estou tentando decidir quais são meus sentimentos em relação a esse filme, em alguns momentos achei um pouco arrastado e não consegui me conectar com a trama, mas em outros momentos, senti a genialidade da história e, principalmente, a interpretação magnífica do Leonardo DiCaprio. Acho que a intenção do filme, talvez, tenha sido justamente essa, fazer com que o telespectador tivesse sentimentos ambíguos pela história e assim, quisesse acompanhá-la até o fim.
Hugh Glass foi o personagem responsável por carregar esse filme, do início ao fim, a começar pelo ataque do urso, onde era possível quase sentir a dor que o personagem estava sentindo, momentos de agonia e aquela sensação de que ele não seria capaz de sobreviver ao ataque. Ser deixado pelos membros da sua equipe de caça e ser traído por Fitzgerald também trouxeram momentos de angústia, principalmente quando este matou o filho de Glass na sua frente, sem nenhum remorso ou sentimento de culpa. E ali, Glass perdeu a única pessoa que ele tinha, e seria natural querer desistir, não ter mais forças para continuar, mas pelo contrário, foi ali que ele decidiu continuar lutando, principalmente pelo desejo de vingança. Foi incrível ver todo o esforço que ele teve para continuar, para sobreviver, e a luta que ele teve com Fitzgerald, mesmo que ele não tivesse mais o filho de volta, o desejo de vingança falava mais forte.