Estou em suspensão até agora! Confesso que não esperava tanto pela produção, mas o diretor arrebatou ao inserir uma gama de simbolismos para traduzir o universo fragmentado do homem moderno, cercado por neuroses, angústias e súplicas. Exatamente por tratar de 'abstrações', exigirá uma leitura pouco (ou nada) concreta das histórias por parte do espectador, o que poderá causar forte estranheza e aversão já nos primeiros 15 minutos. Mas não desista do 'exercício do olhar' e deixe-se levar pela torrente de imagens que vai desconsertando a cada surgimento de personagem(ns).
Curioso, divertido e surpreendente filme croata sobre "ter filhos", "camisinhas" e "fuga da realidade"...mas não necessariamente nesta ordem... kkkkkk Vale arriscar pelo enredo ousado e pela ótima fotografia!
Discreto romance alemão sobre quatro mulheres, de gerações diferentes, em busca de uma equalização emocional. Embora tenha uma fotografia caprichada e boas atrizes, a trama não é bem aprofundada e o resultado apenas mediano. Há um "lesbianismo chic" que permeia toda a obra, mas que acaba não arrebatando exatamente por não explorar mais de perto alguns conflitos e lacunas das personagens. Assista somente se tiver muito interesse.
Vai à seco mesmo porque a ousadia não pede licença!! Uma das mais interessantes produções nacionais do ano! Transgressivo, putano e arredio, com gosto de liberdade incondicional!
E para sair desta hesitação agora? É o típico filme em fragmentos que intriga sem necessariamente trazer uma (somente única) categoria de valor. Gostei e também tive raiva. Atraiu e também manteve-me em suspensão. Talvez funcione melhor como um 'exercício narrativo' acerca dos limites da perversidade e seus desdobramentos. Mas mesmo diante desta minha defesa (ou seria desculpa?), tenho de ser sincero: fiz tudo isso para ver (sempre e de novo) Chiara Mastroianni!
Há filmes que são verdadeiros presentes. Este é um deles! Depois de conferir diferentes títulos em meu feriado de 15 de novembro, eis que o melhor é exatamente esta 'prata da casa'! Além da marcante Hermila Guedes, o roteiro oferece diferentes caminhos de reflexões e leituras, permitindo ao espectador criar pontes constantes com as indagações da personagem. E o espetáculo à parte também vem por conta da fotografia: inquietante, provocativa e, em essência, tateante. Vale a pena conhecer e entrar nesta ciranda!
Comovente drama familiar embalado por uma grande atriz italiana. Discute temas fundamentais como a passagem do tempo e a finitude, tudo muito bem captado por uma lente nostálgica que, apesar de simplista, consegue encantar o espectador. Alternativo, tornou-se praticamente um filme perdido no tempo, sem maiores apelos comerciais.
Não tem como negar: o roteiro é flutuante e totalmente avesso à explicações fáceis e racionais. Apesar do contorno hermético, o filme é curioso e cativante. Acredito que ganhará em profundidade se o espectador se ater aos inúmeros deslocamentos afetivos dos personagens, assim como também, em seus entreatos, dúvidas e resguardos. É um título que carrega consigo o 'silêncio', mas não um silêncio vazio, livre de sentido. Aqui, o aparente 'nada' tem muito a dizer e possui um corpo próprio! Em tempo: arrisque-se e tente fazer leituras abstratas, não lógicas... Ótima sessão!
Extremamente poetico sem ser cansativo e bonito sem ser piegas, assim é esta pequena produção grega sobre o amor proibido entre dois religiosos. Não há linearidade na trama, o tempo passa sem pressa ou qualquer necessidade. Pode ser traduzido mais como um 'exercício contemplativo' a que uma história de amor contagiante. Não há arrebatamentos. A tarefa de acompanhar o percurso dos personagens se torna ainda mais intrigante quando são inseridas 'animações metafóricas' que se aproximam dos sentimentos mais profundos dos amantes. Uma preciosidade, mas apenas para poucos.
Mais um filme conferido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2013! Um enredo completamente diferente dos trabalhos anteriores do diretor ('Inútil' e 'Em Busca da Vida'), mostrando-se mais virulento e impactante em todos os sentidos. Ainda que desigual na construção das tramas, é impossível ficar indiferente diante das respostas emocionais dos personagens quando provocados por questões externas (coletivas) ou mesmo por seus "demônios particulares", sendo descortinados ao espectador quatro dramas marcados pelo medo, a culpa e a falta de perspectivas refletidos em um futuro sem redenção... Apenas lembrando: ganhou o prêmio de 'melhor roteiro' no último Festival de Cannes! Aposte suas fichas...
Cinema Fantástico como não se produz mais! Hipnótico, substancial, uma ponte para o purgatório de uma mente atormentada. Os cenários e a edição impecáveis são os pontos fortes desta obra atemporal, repleta de simbolismos e estímulos atordoantes.
Terceiro filme assistido na 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Como traduzir a produção? Cinema é uma questão de gosto, de arrebatamento, de devir. 'Wajma' não é de todo descartável, embora também não seja uma obra absoluta. Extremamente simples na composição do enredo e dos personagens, pode ser descrito como um 'drama-documental' sobre a condição da mulher afegã que fere os preceitos morais de um país eclipsado, dividido pela ignorância e a falta de perspectiva de um feminino mutilado. Diante desta situação da mulher afegã, ainda prefiro um filme de maior impacto e que carrego na memória cinéfila até hoje: 'À Caminho de Kandahar'...
Mais um filme conferido na 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Apesar da embalagem refinada e das cores berrantes (excelente fotografia), mostrou-se somente um título menor e muito pouco elaborado, mais precisamente para 'norte-americanos' degustarem a ideia. Mesmo sendo uma produção coreana, o filme todo é falado em inglês. A trama é frouxa, previsível e direcionada para entreter facilmente o público, sem maiores estímulos ou novidades. Não deveria estar em uma Mostra! Uma pequena armadilha! Se tiver um maior interesse, faça um download em casa ou assista numa 'Sessão da Tarde' em breve...
Filme conferido na 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A diretora estava presente na sessão para um debate final após a exibição do título. Como era de se esperar, a trama mostrou-se para poucos. Repleto de personagens femininos e um roteiro simplista, mas não opaco, o espectador é levado a um universo de sentimentos truncados que cerca uma família onde a matriarca de 81 anos é o destaque. Após receber a visita da filha e da neta, a rotina da senhora é sutilmente abalada, fazendo brotar na tela antigos desafetos e lembranças amargas. Apesar de arrastado e de não apresentar nada de muito novo em tramas deste tipo (relações familiares desgastadas), as atrizes são competentes, a fotografia caprichada e o 'entrosamento em cena' das mulheres um trunfo para a diretora divulgar o seu trabalho internacionalmente. Dei um voto de confiança para a jovem cineasta peruana...vamos esperar pelas próximas produções!
Poderoso e surpreendente título vindo da Mongólia! Poderá ser melhor apreciado se for encarado como um exercício contemplativo, carregado de mensagens visuais e cores que incitam a imaginação, podendo também ser apreendido como uma pintura em movimento ou mesmo um mito que salta da tela. Somente para um público restrito, em busca de novos parâmetros culturais e expressão da diversidade.
Obrigatório e feito para ser conferido bem de perto! O documentário é praticamente uma ode aos dias selvagens, à submissão do feminino, aos sonhos perdidos, à cobiça camuflada e à vontade de seguir em frente, mesmo em um caminho de sombras e soslaios... Veja, mas veja hoje!
Filmes sobre a "velha infância" são, ao mesmo tempo, fascinantes e perigosos... Há essa dualidade porque expõem lembranças felizes, idas e vindas familiares, traquinagens que não se apagam, tensões afetivas e uma boa dose de constrangimentos que todos nós passamos (a sua família e a minha!). É por esse caminho tênue, entre a felicidade e as incertezas do que vem pela frente, que Julie Delpy cria um mosaico de experiências sobre o difícil processo do amadurecimento infantil e as agonias do declínio da vida com a chegada da velhice (em referência a nossos pais, tios e avós). Não tem como ficar indiferente às imagens que nos atravessam, já que pela trama somos levados a viver um final de semana cheio de surpresas e pura nostalgia perto de personagens tão humanos e falíveis como nós. Se entregue à experiência, mas veja com a razão do coração!
Ainda não foi desta vez... Apesar de gostar bastante da obra do cineasta e de valorizar a direção segura de muitos filmes, esta produção não levantou maior voo ou gerou arrebatamento. O mote de uma história de amor surreal e sobrenatural perdeu todo o contorno (ficando frouxa) pela pouca iniciativa do diretor em explorar melhor o argumento, preferindo, em muitos momentos, focar nos personagens coadjuvantes a que na fixação do personagem central por sua musa misteriosa... Veja com atenção, mas não se empolgue muito para não aumentar o tamanho da queda...
E os nossos 'heróis cucarachas' estão com tudo!! Depois de conferir uma safra de filmes de terror, eis que surge este 'humor negro' para sacudir com o gênero! A história é insólita, descaradamente hilária e a produção, mesmo sendo latina, bem caprichada. Não fica devendo em nada! Assista sem preconceitos e terá 90 minutos bem curiosos!
Possivelmente um dos melhores filmes de 2013!! Quanta sensibilidade na construção de uma personagem que, gradativamente, vai tornando-se lúcida de seu vazio e sua condição humana tão efêmera. A obra é praticamente um 'chamado do homem' para que este ouça sua Natureza interior e promova uma re(conexão) com suas raízes e bases de orientação. Em tempos de uma 'sociedade sem gravidade', onde muitos flutuam e mostram-se alienados, seguir a trajetória de Martina Gedeck torna-se um exercício de autodescoberta dos mais indicados e elevados!
Vamos concordar em uma coisa: este é o pior trabalho de um diretor dito "experiente" após anos de estrada... Não tem como negar! O roteiro beira o regressivo e o infantil, os atores não sustentam suas atuações (são frágeis na maior parte do tempo) e tudo soa superficial e descartável no universo dos personagens (no mau sentido mesmo, creio que não seja proposital). Há apenas uma abertura (intro) interessante quando o diretor explora algumas fachadas de cinemas decadentes ou que já fecharam, numa alusão ao declínio e o tempo de validade das coisas... No mais, fuja ou apague do HD!
É incrível como algumas obras já nascem bem cotadas por serem originais e imprevisíveis, este é o caso desta notável produção de Denis! A trama é regada a suor e forte testosterona, muito embora a diretora prefira explorar os humores contidos e os sentimentos velados dos personagens. É essencialmente um filme sobre o masculino, abordando as frustrações, a perda do sentido da vida, os vazios escabrosos, as mulheres como diversão (ou a ausência delas) e a resistência em aceitar os fracassos a partir de um grupo de soldados soltos em uma região isolada da África. Há vários momentos primorosos na história, acima de tudo, no desfecho com Lavant... Não é para todo mundo, mas os cinéfilos permanecerão sentados à cadeira até o final...
E eis que Charlotte Rampling nos surpreende novamente! Apesar do filme ser feito para ela, quase uma homenagem, a atriz faz jus e carrega o roteiro nas costas. A trama, em uma maior perspectiva logo após os créditos finais, mostra-se simplista e obtusa, mas é exatamente através da montagem fragmentada, sombria e da trilha sonora intimista que o filme cria uma espécie de amálgama que acaba dando (muito!) sentido ao drama pessoal de Anna. É um filme adulto, nada divertido e pautado em crescentes revelações que podem atrair o espectador ou repudiá-lo pelo demasiado "ritmo inglês" da narrativa. Vá em frente e sinta por você mesmo...
Holy Motors
3.9 651 Assista AgoraEm duas palavras: VIGOROSO e ALUCINANTE!
Estou em suspensão até agora! Confesso que não esperava tanto pela produção, mas o diretor arrebatou ao inserir uma gama de simbolismos para traduzir o universo fragmentado do homem moderno, cercado por neuroses, angústias e súplicas. Exatamente por tratar de 'abstrações', exigirá uma leitura pouco (ou nada) concreta das histórias por parte do espectador, o que poderá causar forte estranheza e aversão já nos primeiros 15 minutos. Mas não desista do 'exercício do olhar' e deixe-se levar pela torrente de imagens que vai desconsertando a cada surgimento de personagem(ns).
# e visite meu site: eu.sou.vários
Os Filhos do Padre
3.6 77 Assista AgoraCurioso, divertido e surpreendente filme croata sobre "ter filhos", "camisinhas" e "fuga da realidade"...mas não necessariamente nesta ordem... kkkkkk
Vale arriscar pelo enredo ousado e pela ótima fotografia!
Frauensee
2.4 5Discreto romance alemão sobre quatro mulheres, de gerações diferentes, em busca de uma equalização emocional. Embora tenha uma fotografia caprichada e boas atrizes, a trama não é bem aprofundada e o resultado apenas mediano. Há um "lesbianismo chic" que permeia toda a obra, mas que acaba não arrebatando exatamente por não explorar mais de perto alguns conflitos e lacunas das personagens. Assista somente se tiver muito interesse.
Tatuagem
4.2 923Vai à seco mesmo porque a ousadia não pede licença!! Uma das mais interessantes produções nacionais do ano! Transgressivo, putano e arredio, com gosto de liberdade incondicional!
Nic
3.9 14Uma pequena obra-prima construída em capítulos dilacerantes. Lírico, provocativo, contido, um extravaso do oprimido!
Bastardos
3.2 33E para sair desta hesitação agora? É o típico filme em fragmentos que intriga sem necessariamente trazer uma (somente única) categoria de valor. Gostei e também tive raiva. Atraiu e também manteve-me em suspensão. Talvez funcione melhor como um 'exercício narrativo' acerca dos limites da perversidade e seus desdobramentos. Mas mesmo diante desta minha defesa (ou seria desculpa?), tenho de ser sincero: fiz tudo isso para ver (sempre e de novo) Chiara Mastroianni!
Era Uma Vez Eu, Verônica
3.5 198Há filmes que são verdadeiros presentes. Este é um deles! Depois de conferir diferentes títulos em meu feriado de 15 de novembro, eis que o melhor é exatamente esta 'prata da casa'! Além da marcante Hermila Guedes, o roteiro oferece diferentes caminhos de reflexões e leituras, permitindo ao espectador criar pontes constantes com as indagações da personagem. E o espetáculo à parte também vem por conta da fotografia: inquietante, provocativa e, em essência, tateante. Vale a pena conhecer e entrar nesta ciranda!
Um Dia Para Não Esquecer
4.3 1Comovente drama familiar embalado por uma grande atriz italiana. Discute temas fundamentais como a passagem do tempo e a finitude, tudo muito bem captado por uma lente nostálgica que, apesar de simplista, consegue encantar o espectador. Alternativo, tornou-se praticamente um filme perdido no tempo, sem maiores apelos comerciais.
A Doença do Sono
2.6 11Não tem como negar: o roteiro é flutuante e totalmente avesso à explicações fáceis e racionais. Apesar do contorno hermético, o filme é curioso e cativante. Acredito que ganhará em profundidade se o espectador se ater aos inúmeros deslocamentos afetivos dos personagens, assim como também, em seus entreatos, dúvidas e resguardos. É um título que carrega consigo o 'silêncio', mas não um silêncio vazio, livre de sentido. Aqui, o aparente 'nada' tem muito a dizer e possui um corpo próprio! Em tempo: arrisque-se e tente fazer leituras abstratas, não lógicas... Ótima sessão!
Metéora
3.3 22Extremamente poetico sem ser cansativo e bonito sem ser piegas, assim é esta pequena produção grega sobre o amor proibido entre dois religiosos. Não há linearidade na trama, o tempo passa sem pressa ou qualquer necessidade. Pode ser traduzido mais como um 'exercício contemplativo' a que uma história de amor contagiante. Não há arrebatamentos. A tarefa de acompanhar o percurso dos personagens se torna ainda mais intrigante quando são inseridas 'animações metafóricas' que se aproximam dos sentimentos mais profundos dos amantes. Uma preciosidade, mas apenas para poucos.
Um Toque de Pecado
3.8 63Mais um filme conferido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2013! Um enredo completamente diferente dos trabalhos anteriores do diretor ('Inútil' e 'Em Busca da Vida'), mostrando-se mais virulento e impactante em todos os sentidos. Ainda que desigual na construção das tramas, é impossível ficar indiferente diante das respostas emocionais dos personagens quando provocados por questões externas (coletivas) ou mesmo por seus "demônios particulares", sendo descortinados ao espectador quatro dramas marcados pelo medo, a culpa e a falta de perspectivas refletidos em um futuro sem redenção... Apenas lembrando: ganhou o prêmio de 'melhor roteiro' no último Festival de Cannes! Aposte suas fichas...
O Sanatório da Clepsidra
3.9 24Cinema Fantástico como não se produz mais! Hipnótico, substancial, uma ponte para o purgatório de uma mente atormentada. Os cenários e a edição impecáveis são os pontos fortes desta obra atemporal, repleta de simbolismos e estímulos atordoantes.
Wajma - Uma História de Amor Afegã
3.7 7Terceiro filme assistido na 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Como traduzir a produção? Cinema é uma questão de gosto, de arrebatamento, de devir. 'Wajma' não é de todo descartável, embora também não seja uma obra absoluta. Extremamente simples na composição do enredo e dos personagens, pode ser descrito como um 'drama-documental' sobre a condição da mulher afegã que fere os preceitos morais de um país eclipsado, dividido pela ignorância e a falta de perspectiva de um feminino mutilado. Diante desta situação da mulher afegã, ainda prefiro um filme de maior impacto e que carrego na memória cinéfila até hoje: 'À Caminho de Kandahar'...
A Receita Final
3.3 6Mais um filme conferido na 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Apesar da embalagem refinada e das cores berrantes (excelente fotografia), mostrou-se somente um título menor e muito pouco elaborado, mais precisamente para 'norte-americanos' degustarem a ideia. Mesmo sendo uma produção coreana, o filme todo é falado em inglês. A trama é frouxa, previsível e direcionada para entreter facilmente o público, sem maiores estímulos ou novidades. Não deveria estar em uma Mostra! Uma pequena armadilha! Se tiver um maior interesse, faça um download em casa ou assista numa 'Sessão da Tarde' em breve...
Casadentro
3.1 6Filme conferido na 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A diretora estava presente na sessão para um debate final após a exibição do título. Como era de se esperar, a trama mostrou-se para poucos. Repleto de personagens femininos e um roteiro simplista, mas não opaco, o espectador é levado a um universo de sentimentos truncados que cerca uma família onde a matriarca de 81 anos é o destaque. Após receber a visita da filha e da neta, a rotina da senhora é sutilmente abalada, fazendo brotar na tela antigos desafetos e lembranças amargas. Apesar de arrastado e de não apresentar nada de muito novo em tramas deste tipo (relações familiares desgastadas), as atrizes são competentes, a fotografia caprichada e o 'entrosamento em cena' das mulheres um trunfo para a diretora divulgar o seu trabalho internacionalmente. Dei um voto de confiança para a jovem cineasta peruana...vamos esperar pelas próximas produções!
Os Dois Cavalos de Genghis Khan
4.4 3Poderoso e surpreendente título vindo da Mongólia! Poderá ser melhor apreciado se for encarado como um exercício contemplativo, carregado de mensagens visuais e cores que incitam a imaginação, podendo também ser apreendido como uma pintura em movimento ou mesmo um mito que salta da tela. Somente para um público restrito, em busca de novos parâmetros culturais e expressão da diversidade.
Whore's Glory - A Glória das Prostitutas
4.2 53 Assista AgoraObrigatório e feito para ser conferido bem de perto! O documentário é praticamente uma ode aos dias selvagens, à submissão do feminino, aos sonhos perdidos, à cobiça camuflada e à vontade de seguir em frente, mesmo em um caminho de sombras e soslaios... Veja, mas veja hoje!
O Verão do Skylab
3.6 47Filmes sobre a "velha infância" são, ao mesmo tempo, fascinantes e perigosos... Há essa dualidade porque expõem lembranças felizes, idas e vindas familiares, traquinagens que não se apagam, tensões afetivas e uma boa dose de constrangimentos que todos nós passamos (a sua família e a minha!). É por esse caminho tênue, entre a felicidade e as incertezas do que vem pela frente, que Julie Delpy cria um mosaico de experiências sobre o difícil processo do amadurecimento infantil e as agonias do declínio da vida com a chegada da velhice (em referência a nossos pais, tios e avós). Não tem como ficar indiferente às imagens que nos atravessam, já que pela trama somos levados a viver um final de semana cheio de surpresas e pura nostalgia perto de personagens tão humanos e falíveis como nós. Se entregue à experiência, mas veja com a razão do coração!
O Estranho Caso de Angélica
3.4 40Ainda não foi desta vez... Apesar de gostar bastante da obra do cineasta e de valorizar a direção segura de muitos filmes, esta produção não levantou maior voo ou gerou arrebatamento. O mote de uma história de amor surreal e sobrenatural perdeu todo o contorno (ficando frouxa) pela pouca iniciativa do diretor em explorar melhor o argumento, preferindo, em muitos momentos, focar nos personagens coadjuvantes a que na fixação do personagem central por sua musa misteriosa... Veja com atenção, mas não se empolgue muito para não aumentar o tamanho da queda...
Juan dos Mortos
3.6 161E os nossos 'heróis cucarachas' estão com tudo!! Depois de conferir uma safra de filmes de terror, eis que surge este 'humor negro' para sacudir com o gênero! A história é insólita, descaradamente hilária e a produção, mesmo sendo latina, bem caprichada. Não fica devendo em nada! Assista sem preconceitos e terá 90 minutos bem curiosos!
A Parede
4.0 43Possivelmente um dos melhores filmes de 2013!! Quanta sensibilidade na construção de uma personagem que, gradativamente, vai tornando-se lúcida de seu vazio e sua condição humana tão efêmera. A obra é praticamente um 'chamado do homem' para que este ouça sua Natureza interior e promova uma re(conexão) com suas raízes e bases de orientação. Em tempos de uma 'sociedade sem gravidade', onde muitos flutuam e mostram-se alienados, seguir a trajetória de Martina Gedeck torna-se um exercício de autodescoberta dos mais indicados e elevados!
Vale do Pecado
2.2 182 Assista AgoraVamos concordar em uma coisa: este é o pior trabalho de um diretor dito "experiente" após anos de estrada... Não tem como negar! O roteiro beira o regressivo e o infantil, os atores não sustentam suas atuações (são frágeis na maior parte do tempo) e tudo soa superficial e descartável no universo dos personagens (no mau sentido mesmo, creio que não seja proposital). Há apenas uma abertura (intro) interessante quando o diretor explora algumas fachadas de cinemas decadentes ou que já fecharam, numa alusão ao declínio e o tempo de validade das coisas... No mais, fuja ou apague do HD!
Bom Trabalho
3.8 77 Assista AgoraÉ incrível como algumas obras já nascem bem cotadas por serem originais e imprevisíveis, este é o caso desta notável produção de Denis! A trama é regada a suor e forte testosterona, muito embora a diretora prefira explorar os humores contidos e os sentimentos velados dos personagens. É essencialmente um filme sobre o masculino, abordando as frustrações, a perda do sentido da vida, os vazios escabrosos, as mulheres como diversão (ou a ausência delas) e a resistência em aceitar os fracassos a partir de um grupo de soldados soltos em uma região isolada da África. Há vários momentos primorosos na história, acima de tudo, no desfecho com Lavant... Não é para todo mundo, mas os cinéfilos permanecerão sentados à cadeira até o final...
Eu, Anna
3.1 25E eis que Charlotte Rampling nos surpreende novamente! Apesar do filme ser feito para ela, quase uma homenagem, a atriz faz jus e carrega o roteiro nas costas. A trama, em uma maior perspectiva logo após os créditos finais, mostra-se simplista e obtusa, mas é exatamente através da montagem fragmentada, sombria e da trilha sonora intimista que o filme cria uma espécie de amálgama que acaba dando (muito!) sentido ao drama pessoal de Anna. É um filme adulto, nada divertido e pautado em crescentes revelações que podem atrair o espectador ou repudiá-lo pelo demasiado "ritmo inglês" da narrativa. Vá em frente e sinta por você mesmo...