E Bianchi chega ao seu terceiro longa nos presenteando com mais uma estória em que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Talvez seus fãs com origem na classe média baixa compreenderão e/ou sentirão melhor todo o desmoronamento psicológico de Valter, provocado pelas várias formas de violência urbana que lhe são tão próximas e inerentes à sua condição como se fossem seus "inquilinos". As imagens turvas que vemos seriam paranóia de sua mente ou pura realidade por ele desconhecida? Pra lista de Favoritos!!!
Jacques e Marthe representam as inúmeras vidas solitárias presentes nas grandes cidades, incapazes de, no dia a dia, visualizar toda a beleza que os rodeia. Bresson genialmente não somente consegue nos transmitir essa falta de percepção como também nos faz expandir ainda mais nossos olhares para o mundo do qual fazemos parte. Aqui tudo pode ser visto como grande beleza.
Tipo de filme que está longe de ser pra muitos e muito menos pra poucos. Comédia inteligente, cheia de alegorias do estilo de vida estadunidense (e de pronto de todos que se espelham nela) e com situações um tanto quanto "nonsense".
Que nem Tuvalu e outros curtas de Helmer, Absurdistan destaca-se pela maneira imprevisível de contar a estória, por mais simples que ela possa ser. O filme nos deixa involuntariamente com água na boca para sua próxima produção chamada Baikonur.
Ozon novamente nos presenteia com uma fábula contemporânea, adulta, ácida, estranha, bizarra e divertida. Impossível não se envolver com os tipos e não ficar curioso com o desenrolar da estória, quase sempre previsível, mas cheia de sobressaltos. Boa pedida para os fãs de Almodóvar e, logicamente, Fassbinder
O embate entre visões de mundos parece dominar os filmes de Laurent Cantet. Em Os Sanguinários esse embate é protagonizado pelo “extremista” Françóis e pelo quase “moleque” Stéphane. É Interessante observar que enquanto Françóis busca uma vida menos frenética (pelo menos temporariamente), longe de rádios, TVs, relógios e qualquer tecnologia que simbolize a vida urbana (e capitalista), Stepháne já a vive naturalmente, mas sem ser intransigente consigo mesmo e com as outras pessoas. Um filme sem muitos apronfundamentos, mas que após os créditos nos possibilita justamente chegar até eles, pela enorme quantidade de alegorias que nos apresenta, incluindo ai o formidável final.
As estórias, ou melhor, as sequências de imagens, pensamentos e sons de Para Sempre Mozart seguem o estilo de quem se apropriou, segue e persegue o camimho infinito do cinema não-convencional. Desafiante, mas longe de ser o mais "difícil" de God(ard).
Incrivelmente esse filme conseguiu extrair mais opiniões das pessoas do que Dogville. Sei que pelo título deve ter atraído muitos paraquedistas de plantão e, consequentemente, pontos de vistas extramamente diversos. Mas enfim, Lars von Trier nunca repetiu receitas de "sucesso" (excluindo logicamente a inacabada Triologia América - País das Possibilidades) para chegar onde chegou como cineasta, por que faria justamente agora?
Pra quem costuma abrir as portas para viajantes desconhecidos (que nem eu) a estória pode parecer tensa ou boba. Pra quem nunca abriu, um filme de terror. hehehehe
Logicamente que em se tratando de um filme de Mikhail Kalatozov há mais coisas por trás da estória principal do que as mentes menos preparadas (politica, tecnica e filosoficamente) podem/querem ver. Talvez por isso seja um filme de aventura nada popular...
Bresson contando qualquer estória tem cara de Bresson. E não poderia ser diferente mesmo com a de uma personagem tão conhecida como Joana D'Arc. A opção por atores não profissionais reforça muito bem a falta de emoção e sentimentos dos/pelos personagens, "marca registrada" desse mestre francês.
É...parece meio fora da realidade, mas a verdade é que às vezes precisamos mergulhar para se esconder e combater algo. Emergir é questão de tempo.
Thomas Vinterberg pode não ter agradado os que esperam algo mais "dogmático", mas pelo menos mostrou muito bem que as pessoas precisam vencer seus próprios dogmas, inclusive ele como diretor...
Por trás de situações e personagens estranhos e bizarros, está uma crítica sútil e inteligente à sociedade capitalista, fazendo o filme lembrar em alguns aspectos Teorema, mas, digamos, um tanto quanto mais enigmático. A preferência do jovem Julius pelos porcos animais ao invés dos porcos capitalistas é uma grande metralhadora que questiona o que é ser racional e irracional.
Uma jornada visual, sonora, poética, histórica, política, cultural, filosófica, insana, intrigante, surreal, aterrorizante e pessoal de Theodoros Angelopoulos. Difícil de ver se a intenção for apenas ver. Infindável para quem apenas almeja um fim. Grandioso de experimentar se o desejo for compreender. Inesquecível para quem aceita o desafio.
Os cineastas gregos (o fictício e o real) cruzam as "fronteiras", mas sabendo que elas sempre estarão lá.
Segundo filme da Triologia da Fronteira, O Olhar de Ulisses/Um Olhar a Cada Dia me fez lembrar em alguns aspectos o segundo da Triologia do Silêncio, que talvez só o tempo me dirá se foi pura coincidência ou "brincadeira" de Theodoros Angelopoulos.
"Esquecido" tanto pelo público quanto pelo próprio criador, O Ladrão do Arco-íris é o tipo de filme em que, por mais que esteja aquém do que se espera de alguém que fez El Topo e A Montanha Sagrada, se pode identificar todos os traços que são bem característicos de Alejandro Jodorowsky. Talvez por isso, apesar de seu clima mainstream, poderá ser incompreendido por muitos que não estão acostumados com toda a simbologia e o misticismo típicos de seus filmes.
Que palavras usar para melhor descrever um filme que inicia e termina da maneira que O Passo Suspenso da Cegonha faz?
Que palavras usar para melhor descrever um filme que é puro poema em imagens, sons e palavras?
Que palavras usar para melhor descrever um filme que se propõe mostrar as "fronteiras" (geográficas, políticas, culturais e pessoais) existentes entre as pessoas?
Primeiro filme da chamada Triologia da Fronteira, O Passo Suspenso da Cegonha é pura arte, que hipnotiza, deslumbra e estremece a alma.
"Se eu der mais um passo, eu estou em outro lugar... ou eu morro"
Noooooooooooooooooooooooooossa!!! Tou tentando me recuperar dos momentos de êxtase que esse filme me ocasionou. É lógico que Sou Cuba destaca-se pelos majestosos planos sequências que nos deixam meio que voando em frente à tela. É lógico que também o filme foi feio para servir de propaganda da Revolução Cubana. Porém tanto tecnica e filosoficamente falando, há coisas em Sou Cuba que é preciso sensibilidade para querer ver. Enfim, Sou Cuba é Cinema, é Poema, é História, é Presente, é Alma, é Dor, é Humanidade!!!
Um filme que definitivamente não poderia deixar de ver antes de morrer.
Após ver o último e primeiro filmes da Triologia do Silêncio (nesta ordem), eis que concluo-a com O Apicultor, uma proposta de Theodoros Angelopoulos de mostrar o "silêncio do amor". E o silêncio, mais do que nos dois outros filmes, parece dominar toda a estória, quebrada por alguns poucos diálogos e duas vezes por uma mesma música (rock/pop em inglês!), até onde me lembro. Utilizando-se de momentos que intercambiam entre o real e o surreal, o grande cineasta grego conta mais do que uma estória de dor pela não aceitação da perda de uma pessoa amada, que a magnífica cena final com a aliança no dedo deixa bem claro, mas também a dor da não aceitação de perda dos valores de um local (da Grécia e de qualquer outro canto do mundo), ocasionada pela invasão de "valores" globalizados. Theodoros Angelopoulos é Theodoros Angelopoulos!!!
Lembro que quando vi esse filme eu estava em uma cidade pequena, já era tarde da noite e o silêncio predominava. A sensação que eu tive era que eu estava dentro do filme e, às vezes talvez pelo horário, que eu estava sonhando. Meu primeiro de Béla Tarr. Defintivamete a primeira vez a gente nunca se esquece.
Cama de Gato
3.0 178Para quem quer ver algo "dogmático"...
Os Inquilinos
3.5 67E Bianchi chega ao seu terceiro longa nos presenteando com mais uma estória em que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Talvez seus fãs com origem na classe média baixa compreenderão e/ou sentirão melhor todo o desmoronamento psicológico de Valter, provocado pelas várias formas de violência urbana que lhe são tão próximas e inerentes à sua condição como se fossem seus "inquilinos". As imagens turvas que vemos seriam paranóia de sua mente ou pura realidade por ele desconhecida? Pra lista de Favoritos!!!
Quatro Noites de um Sonhador
3.8 22Jacques e Marthe representam as inúmeras vidas solitárias presentes nas grandes cidades, incapazes de, no dia a dia, visualizar toda a beleza que os rodeia. Bresson genialmente não somente consegue nos transmitir essa falta de percepção como também nos faz expandir ainda mais nossos olhares para o mundo do qual fazemos parte. Aqui tudo pode ser visto como grande beleza.
Huckabees - A Vida é uma Comédia
3.4 120Tipo de filme que está longe de ser pra muitos e muito menos pra poucos. Comédia inteligente, cheia de alegorias do estilo de vida estadunidense (e de pronto de todos que se espelham nela) e com situações um tanto quanto "nonsense".
Absurdistan
3.7 8 Assista AgoraQue nem Tuvalu e outros curtas de Helmer, Absurdistan destaca-se pela maneira imprevisível de contar a estória, por mais simples que ela possa ser. O filme nos deixa involuntariamente com água na boca para sua próxima produção chamada Baikonur.
Tom Zé - Astronauta Libertado
4.4 13Onde encontrar? :(
Gotas d'Água Sobre Pedras Escaldantes
3.6 42Ozon novamente nos presenteia com uma fábula contemporânea, adulta, ácida, estranha, bizarra e divertida. Impossível não se envolver com os tipos e não ficar curioso com o desenrolar da estória, quase sempre previsível, mas cheia de sobressaltos. Boa pedida para os fãs de Almodóvar e, logicamente, Fassbinder
Os Sanguinários
4.0 2O embate entre visões de mundos parece dominar os filmes de Laurent Cantet. Em Os Sanguinários esse embate é protagonizado pelo “extremista” Françóis e pelo quase “moleque” Stéphane. É Interessante observar que enquanto Françóis busca uma vida menos frenética (pelo menos temporariamente), longe de rádios, TVs, relógios e qualquer tecnologia que simbolize a vida urbana (e capitalista), Stepháne já a vive naturalmente, mas sem ser intransigente consigo mesmo e com as outras pessoas. Um filme sem muitos apronfundamentos, mas que após os créditos nos possibilita justamente chegar até eles, pela enorme quantidade de alegorias que nos apresenta, incluindo ai o formidável final.
Para Sempre Mozart
3.4 17As estórias, ou melhor, as sequências de imagens, pensamentos e sons de Para Sempre Mozart seguem o estilo de quem se apropriou, segue e persegue o camimho infinito do cinema não-convencional. Desafiante, mas longe de ser o mais "difícil" de God(ard).
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraIncrivelmente esse filme conseguiu extrair mais opiniões das pessoas do que Dogville. Sei que pelo título deve ter atraído muitos paraquedistas de plantão e, consequentemente, pontos de vistas extramamente diversos. Mas enfim, Lars von Trier nunca repetiu receitas de "sucesso" (excluindo logicamente a inacabada Triologia América - País das Possibilidades) para chegar onde chegou como cineasta, por que faria justamente agora?
Olhando para o Mar
3.7 11Pra quem costuma abrir as portas para viajantes desconhecidos (que nem eu) a estória pode parecer tensa ou boba. Pra quem nunca abriu, um filme de terror. hehehehe
A Tenda Vermelha
3.5 7Logicamente que em se tratando de um filme de Mikhail Kalatozov há mais coisas por trás da estória principal do que as mentes menos preparadas (politica, tecnica e filosoficamente) podem/querem ver. Talvez por isso seja um filme de aventura nada popular...
O Processo de Joana D'arc
4.0 19Bresson contando qualquer estória tem cara de Bresson. E não poderia ser diferente mesmo com a de uma personagem tão conhecida como Joana D'Arc. A opção por atores não profissionais reforça muito bem a falta de emoção e sentimentos dos/pelos personagens, "marca registrada" desse mestre francês.
Eraserhead
3.9 922 Assista AgoraPara os fãs de Lynch, essencial como a água...
Submarino
4.0 178 Assista AgoraÉ...parece meio fora da realidade, mas a verdade é que às vezes precisamos mergulhar para se esconder e combater algo. Emergir é questão de tempo.
Thomas Vinterberg pode não ter agradado os que esperam algo mais "dogmático", mas pelo menos mostrou muito bem que as pessoas precisam vencer seus próprios dogmas, inclusive ele como diretor...
Pocilga
3.7 43Por trás de situações e personagens estranhos e bizarros, está uma crítica sútil e inteligente à sociedade capitalista, fazendo o filme lembrar em alguns aspectos Teorema, mas, digamos, um tanto quanto mais enigmático. A preferência do jovem Julius pelos porcos animais ao invés dos porcos capitalistas é uma grande metralhadora que questiona o que é ser racional e irracional.
A Eternidade e Um Dia
4.2 66E a Triologia da Fronteira termina(?) com palma de ouro. Não preciso dizer mais nada....
Um Olhar a Cada Dia
4.4 25Uma jornada visual, sonora, poética, histórica, política, cultural, filosófica, insana, intrigante, surreal, aterrorizante e pessoal de Theodoros Angelopoulos. Difícil de ver se a intenção for apenas ver. Infindável para quem apenas almeja um fim. Grandioso de experimentar se o desejo for compreender. Inesquecível para quem aceita o desafio.
Os cineastas gregos (o fictício e o real) cruzam as "fronteiras", mas sabendo que elas sempre estarão lá.
Segundo filme da Triologia da Fronteira, O Olhar de Ulisses/Um Olhar a Cada Dia me fez lembrar em alguns aspectos o segundo da Triologia do Silêncio, que talvez só o tempo me dirá se foi pura coincidência ou "brincadeira" de Theodoros Angelopoulos.
O Ladrão do Arco-Íris
3.1 13"Esquecido" tanto pelo público quanto pelo próprio criador, O Ladrão do Arco-íris é o tipo de filme em que, por mais que esteja aquém do que se espera de alguém que fez El Topo e A Montanha Sagrada, se pode identificar todos os traços que são bem característicos de Alejandro Jodorowsky. Talvez por isso, apesar de seu clima mainstream, poderá ser incompreendido por muitos que não estão acostumados com toda a simbologia e o misticismo típicos de seus filmes.
O Passo Suspenso da Cegonha
4.1 17Que palavras usar para melhor descrever um filme que inicia e termina da maneira que O Passo Suspenso da Cegonha faz?
Que palavras usar para melhor descrever um filme que é puro poema em imagens, sons e palavras?
Que palavras usar para melhor descrever um filme que se propõe mostrar as "fronteiras" (geográficas, políticas, culturais e pessoais) existentes entre as pessoas?
Primeiro filme da chamada Triologia da Fronteira, O Passo Suspenso da Cegonha é pura arte, que hipnotiza, deslumbra e estremece a alma.
"Se eu der mais um passo, eu estou em outro lugar... ou eu morro"
O Mundo é Grande e a Salvação Espreita ao Virar …
4.0 35Bom para conhecer um pouco da Bulgária, tão longe e agora tão perto ao mesmo tempo.
Eu Sou Cuba
4.5 62 Assista AgoraNoooooooooooooooooooooooooossa!!! Tou tentando me recuperar dos momentos de êxtase que esse filme me ocasionou. É lógico que Sou Cuba destaca-se pelos majestosos planos sequências que nos deixam meio que voando em frente à tela. É lógico que também o filme foi feio para servir de propaganda da Revolução Cubana. Porém tanto tecnica e filosoficamente falando, há coisas em Sou Cuba que é preciso sensibilidade para querer ver. Enfim, Sou Cuba é Cinema, é Poema, é História, é Presente, é Alma, é Dor, é Humanidade!!!
Um filme que definitivamente não poderia deixar de ver antes de morrer.
O Apicultor
4.1 16Após ver o último e primeiro filmes da Triologia do Silêncio (nesta ordem), eis que concluo-a com O Apicultor, uma proposta de Theodoros Angelopoulos de mostrar o "silêncio do amor". E o silêncio, mais do que nos dois outros filmes, parece dominar toda a estória, quebrada por alguns poucos diálogos e duas vezes por uma mesma música (rock/pop em inglês!), até onde me lembro. Utilizando-se de momentos que intercambiam entre o real e o surreal, o grande cineasta grego conta mais do que uma estória de dor pela não aceitação da perda de uma pessoa amada, que a magnífica cena final com a aliança no dedo deixa bem claro, mas também a dor da não aceitação de perda dos valores de um local (da Grécia e de qualquer outro canto do mundo), ocasionada pela invasão de "valores" globalizados. Theodoros Angelopoulos é Theodoros Angelopoulos!!!
As Harmonias de Werckmeister
4.3 94Lembro que quando vi esse filme eu estava em uma cidade pequena, já era tarde da noite e o silêncio predominava. A sensação que eu tive era que eu estava dentro do filme e, às vezes talvez pelo horário, que eu estava sonhando. Meu primeiro de Béla Tarr. Defintivamete a primeira vez a gente nunca se esquece.