Belíssmo filme sobre a vida dos ciganos e sua busca interminável pela liberdade, entenda-se esta como contato direto com a natureza. Sem dúvida é, ao lado de Vida Cigana de Emir Kusturica, o melhor do cinema sobre o povo cigano. Visualmente lembra muito alguns trabalhos de Sergei Parajanov, portanto deve-se piscar o mínimo possível ou rever pausando porque a beleza que se vê é tanta que perder algo é imperdoável. A música então, em se tratando de ciganos, dispensa qualquer comentário.
O final é o melhor! Se a estória toda é uma metáfora da história da Alemanha à época, o final então é uma das coisas mais apocalípticas que eu já vi no cinema. Focando apenas na ficção, Maria Braun é sem dúvida uma das personagens mais complexas e inesquecíveis que eu já vi. Fonte de paixão que arrebata, encanta, controla e destrói a alma de qualquer um.
O que eu mais temia aconteceu ao ver Solaris: simplesmente me tremi até a medula. É mais que um filme e uma estória de ficção-científca. Algo que definitivamente nunca se apaga da memória. Experiência que somente cineastas como Andrei Tarkovsky poderia me proporcionar.
Se a discografia de Têtes Raides já é coisa pra se deslumbrar, o que dizer desse registro ao vivo em Bouffes Du Nord? Show perfeito, seja pela escolha das músicas, pelos belíssimos cenários, pelas performances de tirar o fôlego dos músicos e pelo toque de artes cênicas. Soma-se a isso a edição magistral das filmagens cheia de ângulos inimagináveis, efeitos únicos e muita originalidade. Enfim, mais do que um show. É arte em seu estado mais elevado.
Não por acaso que Juraj Jakubisko é considerado o Fellini da Europa Oriental. Pássaros, Órfãos e Tolos é, por exemplo, um filme tão particular, vigoroso e único que certamente ainda vai surpreender muitas gerações de cinéfilos.
Pesca que é bom, nada! Este é o segundo filme da série de quatro filmes que retrata as peculiaridades nacionais russas, iniciado pelo grande sucesso Peculiaridades da Caça Nacional. Que nem no primeiro, vodka aqui é água e responsável pela origem de todas as bizarrices ao longo do filme. Diversão garantida para quem deseja ver uma comédia no melhor estilo russo, sobre os russos e cheia de água russa (vodka).
Um dia desses, conversando com uma francesa sobre arte, música e cinema, chegamos finalmente em Godard. Após dizer os filmes que já havia visto do diretor, ela retrucou: "e Le Mépris?" Respondi que ainda não, mas já tinha ouvido falar. Então ela: "Então veja, porque ainda não conheces Godard".
György Pálfi chega em seu terceiro longa seguindo a mesma linha experimental e provocadora que vem sendo sua marca. Ótimo para o público que se delicia com as surpresas cinematrográficas desse jovem húngaro. Filmado em apenas 20 dias, com atuação amadora e improvisada, o filme mostra homens e mulheres em busca de algo, que se for amor, possui difinitivamente diferentes significados para eles.
Um elogio ao amor do diretor (o próprio Godard) pelo cinema? A crítica a(os trabalhos de) Spielberg procede quando consideramos seu poder esmagador sobre todas outras formas de fazer cinema. Elogio ao Amor é antes de mais nada um questionamento ao imperialismo cultural, a alienação social e todas as outras formas de pensamento único que, mesmo com tanta tecnologia de comunicação disponível, ainda é fato. Spielberg sem dúvida diverte, alegra e traz felicidade, pelo menos enquanto lembrarmos das imagens que não são espelho da realidade...
Num mundo onde todo mundo quer aparecer e ter seu momento de fama, muitas vezes da maneira mais bizarra e fútil possível, Esteban Florentín é um tapa na cara de todos. De maneira "excêntrica", o então anônimo herói argentino tem causa, mesmo que ela possa aparecer fruto de sua própria demência. Definitivamente o mundo precisa de mais formigas humanas que nem Esteban Florentín.
Sem dúvida um dos documentários mais tenebrosos sobre o poder do Estado e da Imprensa de inventar fatos para manipular a opinião pública, com direito a manual e tudo mais.
Perfeição de cinema, arte e genialidade!!! A sinopse me fez lembrar de cara um outro favorito, O Espelho (1975) de Andrei Tarkovsky. Até pode-se encontrar semelhanças aqui e ali, técnicas e/ou de enredo, mas Alain Resnais parece tornar a linha entre memórias, medos, mágoas, desejos, imaginação, loucura e sonhos (e também pesadelos) mais tênue do que nosso consciente possa perceber. A sensação ao final é de que o que vemos na tela não passa de uma pura gravação de uma mente. Definitivamente um dos melhores filmes do mundo!!!
Uma das experiências visuais mais incomuns e divertidas que já vi. As extravagâncias dos personagens certamente garanten muitas risadas do público, mas também pode deixar boa parte dele bem confusa. Em suma, uma maneira original de mostrar os dois lados da mesma moeda, digo, da sociedade. O segundo título (Porcos e Pérolas), as várias alfinetadas verbais (como "Há muita comida neste país" e "Eu odeio fazer parte deste filme") e o dizer que a estória é baseada em fatos mostram o humor negro utilizado por Dusan Makavejev no filme.
Envolvente do início ao fim. Música e fotografia exuberantes e inesquecíveis. Aqui Fassbinder desenvolve mais do que uma estória de amor e preconceito utilizando-se de Emmi e Ali. E para isso, faz questão de colocar todos os motivos possíveis para que esse relacionamento entre ambos fosse teoricamente impossível: a diferença de idade, cor, nacionalidade, classe e costumes. O casal esdrúxulo, em suma, serve para metaforizar que a convivência entre as pessoas só é possível se as mesmas focarem nas coisas que as unem e não no que as separam.
A mudança "abrupta" no comportamento de todos os personagens, logo após a viagem do casal é um bom exemplo. Sabemos o que cada um pensa a respeito do casal, mas suas atitudes com relação a eles passa a ser justamente oposta. Uma frase final de Emmi para Eli reforça essa conquista de maturidade dos personagens:
"Não posso te impedir de fazer as coisas Mas quando estivermos juntos Devemos nos respeitar Senão a vida não tem valor"
São apenas 5 minutos para retratar sua visão da Europa. Impossível!!! Mesmo com 25 visões diferentes, no final das contas, talvez devido à tendência em abordar questões políticas e sociais, a Europa parece bem aquém do que realmente é. Destaco os trabalhos de Tony Gatlif, Martin Sulik e Béla Tarr. Desconfiem, pois são meus ídolos. :P
Comédia musical que talvez possa parecer nada de mais comparada com outros filmes do gênero e principalmente com outros trabalhos de Godard(t). A princípio...
Primeiramente estamos falando do primeiro filme em cores do mestre francês, portanto fica evidente toda a genialidade do mesmo em explorar esse novo efeito nas retinas dos seu público, o que talvez muitos outros cineastas conteporâneos à época levariam tempo para se utilizar, e, certamente, com muitas ressalvas...
Segundo, Uma Mulher é Uma Mulher não é um musical tradicionalmente musical (leia-se Hollywoodiano). Pelo contrário, penso que Godard desenvolve sua personagem Angela pra criticar o próprio (efeito) do gênero no público. Em outras palavras, Angela é uma versão dos anos 60's de Selma (personagem de Björk em Dançando no Escuro), talvez mais inocente e boba, porém muito mais próxima à realidade. É bom descobrir (tardiamente) que (mesmo) o excelente filme de Lars von Trier ficou aquém de ser chamado de obra de prima e, principalmente, de ser ao todo original...
Se eu já era fã de Tony Gatlif, depois de ver Exílios nem sei em que categoria me encontro. Maravilhoso de mais!!! Já quero fazer o mesmo caminho da França até Argélia, de preferência com a mesma trilha sonora que eles escutaram durante todo o filme. FODA!!!
Tomando o caminho oposto ao que tradicionalmente os cineastas se utilizam para construir seus personagens e estórias, Alain Robbe-Grillet constrói um dos mais originais e indigestiveis filmes que já vi. Tarefa árdua saber quando imagens, palavras e sons estão em harmonia ou em conflito no decorrer daquilo do que podemos chamar de estória. Não é por acaso que O Homem Que Mente é considerada a mais difícil de suas obras como cineasta. Um belo exercício mental para os que são apaixonados por trabalhos nada convencionais e para quem, logicamente, quer conhecer mais Robbe-Grillet.
Os Ciganos Vão para o Céu
3.8 6Belíssmo filme sobre a vida dos ciganos e sua busca interminável pela liberdade, entenda-se esta como contato direto com a natureza. Sem dúvida é, ao lado de Vida Cigana de Emir Kusturica, o melhor do cinema sobre o povo cigano. Visualmente lembra muito alguns trabalhos de Sergei Parajanov, portanto deve-se piscar o mínimo possível ou rever pausando porque a beleza que se vê é tanta que perder algo é imperdoável. A música então, em se tratando de ciganos, dispensa qualquer comentário.
O Casamento de Maria Braun
4.1 58O final é o melhor! Se a estória toda é uma metáfora da história da Alemanha à época, o final então é uma das coisas mais apocalípticas que eu já vi no cinema. Focando apenas na ficção, Maria Braun é sem dúvida uma das personagens mais complexas e inesquecíveis que eu já vi. Fonte de paixão que arrebata, encanta, controla e destrói a alma de qualquer um.
Solaris
4.2 369 Assista AgoraO que eu mais temia aconteceu ao ver Solaris: simplesmente me tremi até a medula. É mais que um filme e uma estória de ficção-científca. Algo que definitivamente nunca se apaga da memória. Experiência que somente cineastas como Andrei Tarkovsky poderia me proporcionar.
Têtes Raides - Bouffes Du Nord
5.0 1Se a discografia de Têtes Raides já é coisa pra se deslumbrar, o que dizer desse registro ao vivo em Bouffes Du Nord? Show perfeito, seja pela escolha das músicas, pelos belíssimos cenários, pelas performances de tirar o fôlego dos músicos e pelo toque de artes cênicas. Soma-se a isso a edição magistral das filmagens cheia de ângulos inimagináveis, efeitos únicos e muita originalidade. Enfim, mais do que um show. É arte em seu estado mais elevado.
Pássaros, Órfãos e Tolos
4.3 39Não por acaso que Juraj Jakubisko é considerado o Fellini da Europa Oriental. Pássaros, Órfãos e Tolos é, por exemplo, um filme tão particular, vigoroso e único que certamente ainda vai surpreender muitas gerações de cinéfilos.
Peculiaridades da Pesca Nacional
3.6 1Pesca que é bom, nada! Este é o segundo filme da série de quatro filmes que retrata as
peculiaridades nacionais russas, iniciado pelo grande sucesso Peculiaridades da Caça Nacional. Que nem no primeiro, vodka aqui é água e responsável pela origem de todas as bizarrices ao longo do filme. Diversão garantida para quem deseja ver uma comédia no melhor estilo russo, sobre os russos e cheia de água russa (vodka).
O Desprezo
4.0 266Um dia desses, conversando com uma francesa sobre arte, música e cinema, chegamos finalmente em Godard. Após dizer os filmes que já havia visto do diretor, ela retrucou: "e Le Mépris?" Respondi que ainda não, mas já tinha ouvido falar. Então ela: "Então veja, porque ainda não conheces Godard".
Não Somos Amigos
3.4 8György Pálfi chega em seu terceiro longa seguindo a mesma linha experimental e provocadora que vem sendo sua marca. Ótimo para o público que se delicia com as surpresas cinematrográficas desse jovem húngaro. Filmado em apenas 20 dias, com atuação amadora e improvisada, o filme mostra homens e mulheres em busca de algo, que se for amor, possui difinitivamente diferentes significados para eles.
Elogio ao Amor
3.9 24Um elogio ao amor do diretor (o próprio Godard) pelo cinema? A crítica a(os trabalhos de) Spielberg procede quando consideramos seu poder esmagador sobre todas outras formas de fazer cinema. Elogio ao Amor é antes de mais nada um questionamento ao imperialismo cultural, a alienação social e todas as outras formas de pensamento único que, mesmo com tanta tecnologia de comunicação disponível, ainda é fato. Spielberg sem dúvida diverte, alegra e traz felicidade, pelo menos enquanto lembrarmos das imagens que não são espelho da realidade...
O Éden e Após
3.6 13Mais insano que esse filme, só sua própria reedição (N. a pris les dés...). Experiência visual mais do que obrigatória! É Alain Robbe-Grillet.
Palavra (En)Cantada
4.4 96Filme como esse só reforça ainda mais meu amor incondicional pela música brasileira. Cada testemunho, cada cena, cada música...ai ai...
A Formiga Vermelha
4.0 1Num mundo onde todo mundo quer aparecer e ter seu momento de fama, muitas vezes da maneira mais bizarra e fútil possível, Esteban Florentín é um tapa na cara de todos. De maneira "excêntrica", o então anônimo herói argentino tem causa, mesmo que ela possa aparecer fruto de sua própria demência. Definitivamente o mundo precisa de mais formigas humanas que nem Esteban Florentín.
Ngüenen, a mentira
5.0 1P-E-R-F-E-I-T-O-!
Sem dúvida um dos documentários mais tenebrosos sobre o poder do Estado e da Imprensa de inventar fatos para manipular a opinião pública, com direito a manual e tudo mais.
O Mistério do Samba
4.4 21Pros amantes da velha guarda, da portela, do samba, do carnaval e do rio! Ouro!!!
Providence
4.2 24Perfeição de cinema, arte e genialidade!!! A sinopse me fez lembrar de cara um outro favorito, O Espelho (1975) de Andrei Tarkovsky. Até pode-se encontrar semelhanças aqui e ali, técnicas e/ou de enredo, mas Alain Resnais parece tornar a linha entre memórias, medos, mágoas, desejos, imaginação, loucura e sonhos (e também pesadelos) mais tênue do que nosso consciente possa perceber. A sensação ao final é de que o que vemos na tela não passa de uma pura gravação de uma mente. Definitivamente um dos melhores filmes do mundo!!!
Montenegro ou Porcos e Pérolas
3.7 12Uma das experiências visuais mais incomuns e divertidas que já vi. As extravagâncias dos personagens certamente garanten muitas risadas do público, mas também pode deixar boa parte dele bem confusa. Em suma, uma maneira original de mostrar os dois lados da mesma moeda, digo, da sociedade. O segundo título (Porcos e Pérolas), as várias alfinetadas verbais (como "Há muita comida neste país" e "Eu odeio fazer parte deste filme") e o dizer que a estória é baseada em fatos mostram o humor negro utilizado por Dusan Makavejev no filme.
O Medo Devora a Alma
4.3 106 Assista AgoraEnvolvente do início ao fim. Música e fotografia exuberantes e inesquecíveis. Aqui Fassbinder desenvolve mais do que uma estória de amor e preconceito utilizando-se de Emmi e Ali. E para isso, faz questão de colocar todos os motivos possíveis para que esse relacionamento entre ambos fosse teoricamente impossível: a diferença de idade, cor, nacionalidade, classe e costumes. O casal esdrúxulo, em suma, serve para metaforizar que a convivência entre as pessoas só é possível se as mesmas focarem nas coisas que as unem e não no que as separam.
A mudança "abrupta" no comportamento de todos os personagens, logo após a viagem do casal é um bom exemplo. Sabemos o que cada um pensa a respeito do casal, mas suas atitudes com relação a eles passa a ser justamente oposta. Uma frase final de Emmi para Eli reforça essa conquista de maturidade dos personagens:
"Não posso te impedir de fazer as coisas
Mas quando estivermos juntos
Devemos nos respeitar
Senão a vida não tem valor"
Visions of Europe
3.6 4São apenas 5 minutos para retratar sua visão da Europa. Impossível!!! Mesmo com 25 visões diferentes, no final das contas, talvez devido à tendência em abordar questões políticas e sociais, a Europa parece bem aquém do que realmente é. Destaco os trabalhos de Tony Gatlif, Martin Sulik e Béla Tarr. Desconfiem, pois são meus ídolos. :P
Uma Mulher é Uma Mulher
4.1 267Comédia musical que talvez possa parecer nada de mais comparada com outros filmes do gênero e principalmente com outros trabalhos de Godard(t). A princípio...
Primeiramente estamos falando do primeiro filme em cores do mestre francês, portanto fica evidente toda a genialidade do mesmo em explorar esse novo efeito nas retinas dos seu público, o que talvez muitos outros cineastas conteporâneos à época levariam tempo para se utilizar, e, certamente, com muitas ressalvas...
Segundo, Uma Mulher é Uma Mulher não é um musical tradicionalmente musical (leia-se Hollywoodiano). Pelo contrário, penso que Godard desenvolve sua personagem Angela pra criticar o próprio (efeito) do gênero no público. Em outras palavras, Angela é uma versão dos anos 60's de Selma (personagem de Björk em Dançando no Escuro), talvez mais inocente e boba, porém muito mais próxima à realidade. É bom descobrir (tardiamente) que (mesmo) o excelente filme de Lars von Trier ficou aquém de ser chamado de obra de prima e, principalmente, de ser ao todo original...
Meu Tio da América
4.1 45Obra-prima brilhante, provocativa e única!!!
Exílios
3.8 40Se eu já era fã de Tony Gatlif, depois de ver Exílios nem sei em que categoria me encontro. Maravilhoso de mais!!! Já quero fazer o mesmo caminho da França até Argélia, de preferência com a mesma trilha sonora que eles escutaram durante todo o filme. FODA!!!
O Homem Que Mente
3.8 8E na condição de filme com temática anti-guerra(em suas várias dimensões), é único. O nome do filme diz tudo...
O Homem Que Mente
3.8 8Tomando o caminho oposto ao que tradicionalmente os cineastas se utilizam para construir seus personagens e estórias, Alain Robbe-Grillet constrói um dos mais originais e indigestiveis filmes que já vi. Tarefa árdua saber quando imagens, palavras e sons estão em harmonia ou em conflito no decorrer daquilo do que podemos chamar de estória. Não é por acaso que O Homem Que Mente é considerada a mais difícil de suas obras como cineasta. Um belo exercício mental para os que são apaixonados por trabalhos nada convencionais e para quem, logicamente, quer conhecer mais Robbe-Grillet.
O Discreto Charme da Burguesia
4.1 284 Assista AgoraSurrealismo político à buñuel (parece pleonasmo)!