A estrutura de todos os filmes, de modo geral, é muito parecida: há uma possibilidade de vida em algum planeta, os tripulantes tomam uma decisão equivocada, ignoram os avisos de alguma mulher, se arriscam desnecessariamente e tudo obviamente dá errado.
Na verdade não há nada de errado propriamente nessa estrutura, mas ela não consegue se sustentar bem quando não há algo pelo o que temer; e nós, espectadores, depois de vários e vários filmes Aliens, já sabemos sempre o que vai acontecer.
O xenomorfo não assusta mais, e quanto mais computadorizado ele fica, menos real parece ser a ameaça. Não há suspense mais em relação a sua aparição porque, bem, ele já apareceu tantas vezes... E o carisma negativo da tripulação também não ajuda.
Abandonei faltando 30 minutos para o fim porque é a mesma história sendo recontada mais uma vez, tentando trazer uma origem para o problema que já não nos interessa mais. Por fim, fica a sensação de que o filme não agrega em nada na franquia. Realmente não faz diferença.
Pra curtir filmes assim não dá pra ficar levando tudo tão a sério. Deixando de fazer isso, torna-se um ótimo entretenimento despretensioso que inclusive te prende até o final.
Várias coisas absurdas acontecem. Na verdade, são aquelas coisas que você pensa "tá bom, até parece que tudo seria tão fácil assim". Mas, sabe? Quem liga? Se fosse pra tudo ser tão real então não seria ficção, ainda mais em filme de terror/suspense.
A fuga do instituto e a história meio macabra e tosca da mãe e do filho psicopata entram nessa categoria, mas é isso. Você acredita nessa realidade facilitada e segue em frente.
Considerando se tratar de um filme que mostra a origem da personagem, é óbvio que todo o suspense e mistério em relação a Esther não existe mais pois já sabemos de quem ela se trata. Por isso mesmo eu achei até interessante existir um outro elemento maldoso no meio disso tudo. Tirou o foco dela e aí sim houve um conflito para nos prendermos, caso contrário a fórmula ficaria muito parecida com a do filme original.
Enfim, eu curti. Não é nada sensacional, mas não achei ter sido um desperdício trazer de volta A Órfã não.
Fotografia e direção lindas como não via há muito tempo. Em diversos momentos fiquei realmente apreciando e pensando "meu Deus, como isso está bonito!". Os planos abertos e o uso do zoom se destacaram bastante pra mim. Parece que quanto mais longe estamos dos perigo, mais ameaçador ele parece; observar de longe é um tanto mais angustiante.
Além disso, o ritmo ligeiramente desacelerado do início é essencial pra construção do suspense. E é muito interessante como não há pressa aqui para que os sustos ou as estranhezas apareçam de cara. Tudo ocorre no tempo exato.
A história é simples. Considerando que se trata de um filme que referencia os slashers dos anos 70/80, não precisamos exigir um roteiro extremamente elaborado ou profundo, basta que haja conexão entre os personagens e que nós consigamos torcer por eles, e isso ocorre facilmente. Também achei muito legal a metalinguagem existente aqui, quando o RJ enfatiza que um filme pornô também pode ser "cinema" — X é meio que isso, afinal.
As cenas de gore lembram os filmes do Tarantino, mas sem perder a própria originalidade. Fiquei tensa em vários momentos, soltando uns gritinhos aqui e ali, mas logo depois saía dando risada hahaha. Serve muito bem pra nos deixar tensos e com a mão suando um pouco, mas não atormenta a cabeça depois (pra mim isso é uma qualidade, sou bem medrosa).
Enfim, me surpreendi bastante e já vou assistir Pearl!
No final, pouco importa quem eram os Guilty Remnant, o que eles queriam ou no que eles acreditavam. Pouco importa se o Mark era Jesus ou não. Pouco importa se o Matt estava certo ou não, pouco importam os delírios do pai do Mark. Pouco importa para onde foram os desaparecidos ou se eles estão vivos.
The Leftovers é tão bonita e possui tanta qualidade pois é capaz de nos mostrar, de diferentes formas, os mecanismos humanos usados para enfrentar uma situação catastrófica. No Mark, vemos desespero, angústia, impotência, culpa. Na Nora, vemos força, resiliência e, acima de tudo, muito, muito amor. No final, é isso o que move todos ali, e é por isso que a série é tão linda.
O amor realmente é o que move cada um e cada personagem responde de uma forma diferente. E o mais bonito de tudo é perceber como o amor aceita. Julga, questiona, mas sempre aceita.
Como dito em alguns comentários abaixo, a série explora a nossa necessidade de entender e de explicar, de encontrar uma resposta, um propósito. Mas nem sempre há, e aceitar isso é o mais doloroso e o mais corajoso.
A construção dessa temporada é algo magnífico. A forma como os episódios andam no tempo sem nos deixar perdidos, acrescentando e nos apresentando eventos importantes para a trama é como o encaixar de um quebra-cabeças.
Algo que tem me chamado muito a atenção em The Leftovers é o fato de a série focar tão fortemente no mistério, mas sem explorar isso de modo cansativo. É uma série dramática mas, acima de tudo, é uma série de mistério. Um policial é o personagem principal, mas a série não é policial/investigativa. Isso é algo muito único se observamos com atenção, único e valioso; até hoje nunca tinha assistido nada parecido.
Mais madura que a primeira temporada, que por vezes é bem galhofa (isso não é um demérito de forma alguma).
Para mim, o ponto alto foi a interação entre os casais e todas as discussões/reflexões provenientes dali. Aubrey Plaza se destaca de forma magnética até.
Mais do que a história e o enredo em si, para mim o que é mais valioso nessa série é a forma como as relações humanas são trabalhadas, todas complexas e estranhas como a vida real é — e como nós muitas vezes nos recusamos a enxergar ou a aceitar.
Não gostei tanto assim do último episódio e da finalização como um todo. Foi construído um cliffhanger muito forte com as mortes na praia, mas no final parece que as expectativas foram mais altas que a concretização em si. Confesso que fiquei um tanto decepcionada. Obviamente é foi um recurso utilizado para manter o interesse de quem assiste, mas pela qualidade da série, achei que não seria necessário se apoiar nisso.
Também não curti a personagem da Valentina, que pra mim foi totalmente desnecessária para a trama e poderia ter sido descartada sem qualquer alteração na história, diferentemente, por exemplo, do gerente do hotel da 1ª temporada, que foi a grande estrela.
Mas é uma série fenomenal, com uma abordagem muito diferenciada que de fato dá prazer de assistir. Fico já torcendo pela terceira!
Que filme divertido! Tudo muito lindo: fotografia, direção, trilha sonora, ambientação. Extremamente agradável de assistir, bonito mesmo.
Achei super irreverente a forma como o humor foi equilibrado com a violência — que por vezes é bem gratuita, mas nunca de forma forçada, você apenas se surpreende e solta um "uou" pra tela. É exagerado em alguns pontos, com situações absurdas acontecendo, mas, novamente, nada disso é um problema: na verdade o filme foi pensado pra ser dessa forma mesmo.
O Ryan Gosling é o alívio cômico (e atrapalhado) do filme, mas o elenco inteiro está super de parabéns, principalmente a Angourie Rice. Todos eles conversam muito bem.
Terminei o último episódio com vontade de rever toda essa temporada. Que coisa mais linda.
Assisti à primeira temporada de Fleabag em 2017, mas a série não entrou muito bem. Na época ela estava no auge e muita gente elogiava pelo tom de comédia sarcástica, mas, quando tentei ver, achei estranho o ritmo acelerado e sentia que eram ligeiramente forçadas as interações da Fleabag com o público. Não bateu. Achei chato porque esperava algo genial de imediato, mas essa é uma série que, pra curtir, é preciso assistir de maneira despretensiosa, permitindo-se ser surpreendido quando menos se espera.
Resolvi reassistir quando ouvi um episódio do podcast "Meu Inconsciente Coletivo" que falava sobre a personagem Fleabag. No podcast, as hosts contextualizaram boa parte das análises na segunda temporada, focando na relação que a personagem principal tem com o padre. Nesse momento eu fui instigada novamente e resolvi rever com outros olhos.
Foi uma grata surpresa. A primeira temporada é gostosa, engraçada, ácida. Você gosta da personagem, mas é como se assistisse de fora as aventuras em que ela se mete, sem se misturar muito com a Fleabag. Já na segunda, ela quase se torna você.
Aqui, Fleabag se permite ser sensível, comporta-se de maneira mais madura e, principalmente, busca perdoar a si mesma por todas as decisões tortas do passado.
Hoje, aos 25 anos, consigo me identificar muito mais com ela do que na época em que assisti pela primeira vez, quando tinha 20. Entrar nessa fase jovem adulta — que, sejamos sinceros, está mais para adulta do que para jovem — é uma aventura a qual, parece, não fomos preparados. Equilibrar força com bom humor, leveza com responsabilidade e, principalmente, fragilidade com maturidade é uma tarefa difícil. Permitir-se ser fraco e ser acolhido parece não ser válido, pois o mundo nos cobra ação. Mas não é possível seguir em frente sem o mínimo de afeto, mesmo que seja o nosso próprio.
A cena final, em que ela se despede de todos nós, demonstra isso. O amor pelo padre, como ele mesmo disse, vai passar, mas que bom que ainda temos a nós para nos acolher.
Não acredito que essa série represente uma ode à solidão, mas, sim, à busca de harmonia, seja ela na companhia de alguém ou na companhia de si mesmo. Jamais a alcançaremos por completo, isso é fato, mas sempre valerá a pena buscar por esse caminho.
Como é gostoso terminar de assistir a um filme com tanta ânsia por liberdade - e tanta esperança - quanto os personagens dessa história <3
Coração quentinho. Um clássico com cara de clássico, algo que você consegue perceber já nos primeiros minutos. Essas 2h22min voam e a gente consegue curtir cada momento como se tudo fosse novinho. Todas as pontas são amarradas, todos os personagens e atuações são boas. Impecável do início ao fim. É a primeira vez que vejo, mas já sei que consigo rever quantas vezes puder.
Ruim e "bom" na mesma proporção, é difícil definir a experiência que foi assistir a esse filme.
É como se fosse um Black Mirror um pouco mais escrachado, com um tantinho a mais de mau gosto. Exagerado em alguns bons momentos, com furos de roteiro que te deixam confuso, ao mesmo tempo que é estupidamente forçado e nonsense por outro lado, tão maluco que você não consegue não rir dos absurdos.
No começo eu ri demais com esses exageros porque a proposta é boa, mas conforme o filme foi se aproximando do fim eu senti que alguns desfechos ficaram bem forçados. Se o filme tivesse um pezinho maior na "realidade", conseguiríamos comprar todas as ideias até o final.
Novamente... é ruim. Mas é bom. Definitivamente, é uma experiência. Assista se quiser se surpreender das duas formas.
É satisfatório de assistir pela nostalgia e para apreciar o capricho técnico que tiveram ao recriar algumas cenas quase idênticas as da série, além, é claro, da ótima atuação para os personagens de Lívia, Tony e Júnior, que ficaram extremamente parecidos com os originais (um misto de sensações confusas ao assistir o Michael Gandolfini interpretando o "pai"). No entanto, o roteiro não se sustenta, infelizmente. O tempo vai passando e cresce a expectativa para que algo concreto surja, mas isso não acontece. Tanto o enredo do Tony quanto o do Dickie ficam muito soltos, bem como a narração do Christopher que ficou bastante deslocada.
É um ótimo fan service que serve para reviver momentos e entreter com comparações, mas história a qual o filme se propõe quase nada traz de novo. Esperava um pouco mais de ação também dentro das 2h de duração.
Terminei Sopranos faz pouco menos de uma semana e ainda é difícil deixar a série para trás.
A sexta temporada, dividida em duas etapas, por vezes pode parecer ter sido estendida desnecessariamente, com alguns episódios que não implicaram de forma significativa para a trama, mas isso é só uma sensação. Na verdade, uma grande lição que Sopranos nos ensina é que é mais interessante desacelerar e prestar atenção nos pequenos detalhes do que nos apegar a uma história em linha reta, com começo, meio e fim; se mesmo ao longo de seis temporadas o telespectador ainda não entrou em acordo com esse esquema, o último episódio faz questão de esfregar isso na nossa cara.
É difícil. A cena final me deixou sem palavras, porém de uma maneira que eu sinceramente não esperava e nem gostaria de sentir. Jurava que eu iria chorar bastante com esse último episódio (como sempre acontece quando termino de assistir a uma série grande), mas aqui ocorreu o oposto. Aceitei, fazer o quê. Tentei esquecer a cena final e me lembrar de tudo o que assisti durante todo esse tempo.
Me frustrei. Desde a primeira temporada, mesmo tendo ciência de que Tony Soprano não era um personagem pelo qual devíamos simpatizar ou torcer, fizemos isso, e muito. Nas poucas vezes em que a série nos mostrava o "verdadeiro" Tony, sentíamo-nos como que enganados, mas não passava pouco tempo e novamente caíamos na lábia e no carisma do chefão. No entanto, os últimos seis ou cinco episódios da última temporada foram quebrando, pouco a pouco, esse encanto. E perder isso não é satisfatório. Parar de romantizar algo que chegou a nós de maneira tão natural não era agradável. Livrar-nos dessa teia de sedução... ruim, nada bom. Mas foi o que aconteceu.
Pouco a pouco tudo começou a ficar cinza, feio, desagradável apenas. O jardim da família Soprano, sempre movimentado e bonito, com uma bela piscina, palco de inúmeras reuniões, foi perdendo o seu protagonismo. A piscina, sempre tampada, foi cenário de um evento trágico (inconcluso, mas ainda assim trágico). Os encontros familiares já não mais aconteciam. Os amigos... eram mesmo amigos? A tensão e o perigo que permeiam a vida de um mafioso antes provocavam uma certa adrenalina, mas agora... apenas angústia. O círculo foi se fechando, como aquela cena em que o Tony se esconde na casa de veraneio, com um rifle sobre o corpo, encarando a porta na espera de seu assassino, deixa bem evidente.
Todas as relações já eram destrutivas desde o início, mas aqui essa destruição se concretizou. E o que restou a nós e à família Soprano? Esperar. Pois sempre soubemos que o pior chegaria. Agora fica a dúvida: o pior chegou ou não? Se sim, era esperado. Se não, irá chegar, cedo ou tarde. No fim, isso pouco importa, eles e nós já sabemos.
Foi incrível acompanhar essa série durante meses. Sua influência nas demais séries dramáticas é evidente, principalmente no que diz respeito à construção dos personagens, com camadas e mais camadas de subjetividade. No fim, é isso o que encanta, a violência e a máfia viram cada vez mais um pano de fundo com uma importância reduzida.
Recomendo demais se aprofundar na série mesmo após o fim. Já assisti a inúmeros vídeos sobre, li entrevistas, investiguei algumas "teorias", enfim... Vale a pena apreciar e explorar cada detalhe dessa obra sempre que possível.
Poxa, que pena esse filme estar com uma nota tão baixa por aqui! Assisti pela primeira vez só agora e me surpreendi. A pegada leve do filme e as características bem marcantes dos anos 2010 são um atrativo enorme pra quem viveu a pré-adolescência nessa época e já sente uma forte nostalgia desse período.
Achei divertidíssimo. Garota Infernal conseguiu renovar o estereótipo da menina estúpida dos filmes de terror, trazendo já um pitada de girl power ao colocar duas amigas (ou um pouco mais que isso) no centro da narrativa.
Um ponto muito positivo vai mesmo para a leveza do filme. As razões que justificam os acontecimentos são tão estúpidas, mas até originais de certa maneira, que você compra a ideia muito bem (falando especificamente sobre tudo que envolve a Low Shoulders e as tiradas envolvendo as bandas indie).
O filme conseguiu se estender muito bem até os últimos minutos, trazendo um final bem amarradinho e satisfatório. Como pontuado abaixo, já pode ser considerado um futuro clássico adolescente.
Às vezes eu me pego pensando que o Tony Soprano não existe, que na verdade ele é apenas um personagem interpretado magistralmente pelo James Gandolfini. Mas às vezes... é quase impossível de acreditar que o Tony não é real.
Que série forte e sensível ao mesmo tempo. Tudo nela funciona muito bem: o elenco, a trilha sonora, a direção, o roteiro, enfim, a produção foi impecável, qualidade altíssima. Ainda sobre o elenco, vale destacar a atuação sensacional da Letícia Colin, que se entregou totalmente ao papel; é realmente muito satisfatório quando percebemos atuações tão compromissadas assim.
A série retrata a dependência química de uma maneira real, sem maquiagens, mas ao mesmo tempo não traz um ar sensacionalista ou moralista para o problema. De início é estranho abraçar a ideia de uma médica de classe alta se rendendo às drogas, mas acho que aí reside outro preconceito nosso, que é o de associar o consumo de drogas apenas a pessoas de classe social baixa ou àquelas pessoas vistas como problemáticas - as drogas, quer percebamos ou não, perpassam todo tipo de gente.
Para além da personagem principal, o nome "Onde está meu coração" consegue definir sobre o que a série se propõe a nos mostrar: pessoas que, aparentemente, têm o rumo das suas vidas definido, bem-estabelecido, mas que, por dentro, sentem-se perdidas e constantemente na busca de algo além.
A Amanda busca por consolo devido a traumas do passado. O Miguel (personagem que não teve um aprofundamento marcante), parece buscar leves euforias em aventuras, sejam elas proporcionadas pelo uso de entorpecentes ou por meio de romances repentinos. O David, assim como a Amanda, também busca alento em vícios para superar o próprio vício do passado, tropeçando aqui e ali em algumas traições. A Júlia, ressentida, recorre à iluminação espiritual na tentativa de que o divino consiga blindá-la de todo o mal, mas vimos que essa jornada se mostrou sinuosa em diversos momentos. Por fim, a Sofia, essa nós já sabemos onde reside o coração: no amor incondicional pela família e na força que utiliza para manter todos de pé.
Os primeiros episódios são muito intensos e logo de início criam uma conexão muito forte com a gente. Lá para o final, a partir do 8º episódio, percebemos alguns tímidos pontos fracos no roteiro, mas nada que atrapalhe a obra como um todo.
Enfim, caso você esteja procurando por uma série para maratonar em um fim de semana, fica a recomendação. É uma obra forte, mas que é capaz de deixar um quentinho no coração que vale a pena.
Bem ruim, viu. É um filme que, com uma direção e escrita mais cuidadosa, poderia de fato produzir reflexões ou ao menos gerar comoção no público, mas é tudo tão tosco e forçado, sem sal... que foi difícil terminar. Tirando a Natalie Portman, achei a atuação dos três atores principais bem ruim, mas a verdade é que qualquer ator teria dificuldade de expressar algo mais profundo partindo do roteiro e dos diálogos extremamente rasos (de verdade, os diálogos são muito ruins). Nada nesse filme se aproxima das relações conturbadas do cotidiano, que são problemáticas, mas que ao menos têm emoção - coisa que esse filme passou bem longe de transmitir. Os personagens não possuem motivações palpáveis, acontece apenas um troca-troca de parceiros de um modo tão superficial que dá vontade de desligar a tv. Resumidamente, parece fanfic de adolescente.
Terminei de ver porque já tinha assistido a 1h, mas não recomendo não.
Obra-prima! A melhor temporada até o momento, devorei em menos de uma semana. Incrível como a cada temporada os episódios e a história vão ficando cada vez mais concisos e bem-elaborados, é realmente muito gostoso de assistir. (A direção dos episódios também tem sido um diferencial, a execução é perfeita e instigante).
a perda de duas grandes personagens: Nina e Martha. Confesso que apesar de amar a Nina, o núcleo da Rezidentura e a própria história da Nina na prisão já não estavam rendendo muito porque os dramas não pareciam se conectar, nem de longe, com os do casal Jennings, mas, mesmo assim, fiquei muito triste com a morte da Nina, não imaginava que esse seria o fim dela. Já a Martha... como sofreu nessa temporada! Me apeguei muito a ela, e o Philip estava certo: as pessoas subestimavam a Martha, ela é muito forte! Torço pra que ela reapareça lá na frente.
Quantos aos Jennings, tem sido cada vez mais empolgante ver o conflito entre Elizabeth e Philip. Dessa vez foi a Elizabeth quem "fraquejou", deixando o seu lado humano, a sua personalidade e os seus desejos e fraquezas transparecerem e sobrepujarem a frieza da espiã. Gostei muito de algumas cenas onde ela brigou e gritou com a Paige e com o Phil, nunca tínhamos visto ela perder o controle desse maneira.
A série termina deixando um gancho para mudanças profundas na trajetória de quase todos os personagens e fico contente com isso pois estávamos precisando. Estou superacostumada ao ritmo da série, à história dos personagens etc, mas é sempre bom quando os rumos se alteram e nos deixam ansiosos pelo imprevisto. The Americans é uma série que eu vou assistindo aos episódios sempre pensando "caraca... isso vai dar uma m3rda, mas uma m3rda..." e eu AMO essa angústia! Hahahaha
Gostei muito dessa temporada. Desde os primeiros episódios, os dilemas que o Phil vem enfrentando são muito tocantes. De início, ele entra em conflito com a Elisabeth, que segue turrona, mas aos poucos ela vai "enfraquecendo" também, deixando escapar cada vez mais o lado humano por trás de todos os assassinatos e confabulações que eles cometem. Em diversos momentos fiquei com muito dó do Phillip e no final senti a mesma coisa com a Paige; começo, inclusive, a pensar que nas próximas temporadas esse mesmo sentimento de angústia será transferido para o Henry, que também tem se mostrado deslocado com toda a ausência dos pais.
Série incrível, amei conhecer. Atuações impecáveis do Matthew Rys e da Keri Russell (descobri faz pouco tempo que eles são um casal na vida real hahaha).
Filmão! Bom de assistir do início ao fim, fotografia, direção e trilha sonora muito boas, realmente marcantes! Todo filme que o Edward Norton participa parece que, automaticamente, fica bom, mas o Edward Furlong também foi essencial aqui.
Bom, ainda um pouco anestesiada, posso dizer que o filme apresenta, de forma linear e extremamente sensível, o que acontece quando jovens promissores, mas um tanto deslocados e revoltados, são submetidos a pensamentos retrógrados, conservadores e racistas. É tudo muito claro para quem é de fora, mas a partir do momento em que é dada a largada e esses jovens se veem dentro dessas bolhas (que são extremamente acolhedoras, desde de que o script seja seguido por todos os membros), sair dessa realidade paralela parece impensável. E é bizarro quando você vê a ficção apresentando com tanta clareza um processo que não se inicia na brutalidade, mas na conversa despretensiosa durante um café da manhã. Todos nós já ouvimos esses papos, mas quantos de nós conseguimos nos safar desse tipo de retórica?
[chocante, realmente não estava esperando que o Danny seria o afetado nessa tragédia, mas... é isso. Não teria como esse filme terminar com um final feliz, rs.
Um homem bonito desses atazanando a vida das pessoas, sinceramente...
No mais, foi um bom entretenimento. Assisti enquanto fazia as unhas e entrou bem hahah. É bem exagerado e pouco crível em alguns momentos (principalmente na resistência da personagem principal depois de tanto levar porrada), mas achei interessante o fato de a história ser simplesmente isso: um cara maluco que invade o seu quintal e tenta te matar; pra uma história de terror funcionar, não é preciso muito mais que isso.
Apesar dos pesares, é um ótimo filme. Há algum tempo atrás eu comecei a assistir alguns episódios de um documentário da própria Netflix sobre o Ted Bundy, então eu já conhecia de leve a história do assassino, porém abandonei a série pois achei o desenrolar dos episódios muito demorado. Com este filme, no entanto, é possível ter acesso à triste história desses crimes de uma forma mais rápida e interessante (se é que é adequado dizer isso).
O recurso de "ocultar" a culpa do Ted, contando o filme quase que a partir da própria visão do Ted sobre ele mesmo, que fingia ser apenas uma vítima, foi muito criativa e pode ter "enganado", sim, aqueles que não conhecem a história do serial killer.
Um ponto que prendeu muito a minha atenção foi a direção do filme. O ritmo é rápido — nos 20 minutos iniciais boa parte do clima e da pegada do filme já estão devidamente desenvolvidos, o que me deixou até curiosa e preocupada, pois achei que o filme acabaria ficando enfadonho e perdido pro final, mas isso não aconteceu. Além disso, o elenco do filme também está de parabéns; foram escolhidos atores novos, porém já consagrados, e a atuação do Zac Efron foi impecável.
Termino de assistir ao filme satisfeita, mas é triste quando lembramos que, por mais interessante que o filme seja, ele se trata de um entretenimento baseado numa triste história real. Ser mulher é ótimo, mas é desafiador.
Definitivamente é um bom filme, porém quebrou um pouco a minha expectativa no final de uma forma que eu não gostaria.
As atuações são ótimas (amei os gêmeos), a fotografia também, você consegue adentrar muito bem dentro daquele cenário e consegue sentir a tensão e a angústia daquela família (principalmente a dos pais na primeira metade), porém, reiterando um comentário que encontrei abaixo, o filme acaba escondendo demais, de modo que a tensão nunca é recompensada.
É legal, sim, que pouco do mundo capirotesco tenha sido exposto pois isso cria de fato um suspense, mas nós sempre queremos que o suspense se revele no final, e esse filme ao menos me deixou com um pouco de blue balls nesse sentido rs.
Mas vale a pena assistir! Todas as questões envolvendo o catolicismo, as dificuldades de sobrevivência da família e a culpa que a personagem principal carrega são muito interessantes.
Alien: Covenant
3.0 1,2K Assista AgoraMuito, muito ruim.
A estrutura de todos os filmes, de modo geral, é muito parecida: há uma possibilidade de vida em algum planeta, os tripulantes tomam uma decisão equivocada, ignoram os avisos de alguma mulher, se arriscam desnecessariamente e tudo obviamente dá errado.
Na verdade não há nada de errado propriamente nessa estrutura, mas ela não consegue se sustentar bem quando não há algo pelo o que temer; e nós, espectadores, depois de vários e vários filmes Aliens, já sabemos sempre o que vai acontecer.
O xenomorfo não assusta mais, e quanto mais computadorizado ele fica, menos real parece ser a ameaça. Não há suspense mais em relação a sua aparição porque, bem, ele já apareceu tantas vezes... E o carisma negativo da tripulação também não ajuda.
Abandonei faltando 30 minutos para o fim porque é a mesma história sendo recontada mais uma vez, tentando trazer uma origem para o problema que já não nos interessa mais. Por fim, fica a sensação de que o filme não agrega em nada na franquia. Realmente não faz diferença.
Órfã 2: A Origem
2.7 773 Assista AgoraPra curtir filmes assim não dá pra ficar levando tudo tão a sério. Deixando de fazer isso, torna-se um ótimo entretenimento despretensioso que inclusive te prende até o final.
Várias coisas absurdas acontecem. Na verdade, são aquelas coisas que você pensa "tá bom, até parece que tudo seria tão fácil assim". Mas, sabe? Quem liga? Se fosse pra tudo ser tão real então não seria ficção, ainda mais em filme de terror/suspense.
A fuga do instituto e a história meio macabra e tosca da mãe e do filho psicopata entram nessa categoria, mas é isso. Você acredita nessa realidade facilitada e segue em frente.
Considerando se tratar de um filme que mostra a origem da personagem, é óbvio que todo o suspense e mistério em relação a Esther não existe mais pois já sabemos de quem ela se trata. Por isso mesmo eu achei até interessante existir um outro elemento maldoso no meio disso tudo. Tirou o foco dela e aí sim houve um conflito para nos prendermos, caso contrário a fórmula ficaria muito parecida com a do filme original.
Enfim, eu curti. Não é nada sensacional, mas não achei ter sido um desperdício trazer de volta A Órfã não.
X: A Marca da Morte
3.4 1,2K Assista AgoraAdorei!!!
Fotografia e direção lindas como não via há muito tempo. Em diversos momentos fiquei realmente apreciando e pensando "meu Deus, como isso está bonito!". Os planos abertos e o uso do zoom se destacaram bastante pra mim. Parece que quanto mais longe estamos dos perigo, mais ameaçador ele parece; observar de longe é um tanto mais angustiante.
Além disso, o ritmo ligeiramente desacelerado do início é essencial pra construção do suspense. E é muito interessante como não há pressa aqui para que os sustos ou as estranhezas apareçam de cara. Tudo ocorre no tempo exato.
A história é simples. Considerando que se trata de um filme que referencia os slashers dos anos 70/80, não precisamos exigir um roteiro extremamente elaborado ou profundo, basta que haja conexão entre os personagens e que nós consigamos torcer por eles, e isso ocorre facilmente. Também achei muito legal a metalinguagem existente aqui, quando o RJ enfatiza que um filme pornô também pode ser "cinema" — X é meio que isso, afinal.
As cenas de gore lembram os filmes do Tarantino, mas sem perder a própria originalidade. Fiquei tensa em vários momentos, soltando uns gritinhos aqui e ali, mas logo depois saía dando risada hahaha. Serve muito bem pra nos deixar tensos e com a mão suando um pouco, mas não atormenta a cabeça depois (pra mim isso é uma qualidade, sou bem medrosa).
Enfim, me surpreendi bastante e já vou assistir Pearl!
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427 Assista AgoraNo final, pouco importa quem eram os Guilty Remnant, o que eles queriam ou no que eles acreditavam. Pouco importa se o Mark era Jesus ou não. Pouco importa se o Matt estava certo ou não, pouco importam os delírios do pai do Mark. Pouco importa para onde foram os desaparecidos ou se eles estão vivos.
The Leftovers é tão bonita e possui tanta qualidade pois é capaz de nos mostrar, de diferentes formas, os mecanismos humanos usados para enfrentar uma situação catastrófica. No Mark, vemos desespero, angústia, impotência, culpa. Na Nora, vemos força, resiliência e, acima de tudo, muito, muito amor. No final, é isso o que move todos ali, e é por isso que a série é tão linda.
O amor realmente é o que move cada um e cada personagem responde de uma forma diferente. E o mais bonito de tudo é perceber como o amor aceita. Julga, questiona, mas sempre aceita.
Como dito em alguns comentários abaixo, a série explora a nossa necessidade de entender e de explicar, de encontrar uma resposta, um propósito. Mas nem sempre há, e aceitar isso é o mais doloroso e o mais corajoso.
The Leftovers (2ª Temporada)
4.5 422 Assista AgoraA construção dessa temporada é algo magnífico. A forma como os episódios andam no tempo sem nos deixar perdidos, acrescentando e nos apresentando eventos importantes para a trama é como o encaixar de um quebra-cabeças.
Algo que tem me chamado muito a atenção em The Leftovers é o fato de a série focar tão fortemente no mistério, mas sem explorar isso de modo cansativo. É uma série dramática mas, acima de tudo, é uma série de mistério. Um policial é o personagem principal, mas a série não é policial/investigativa. Isso é algo muito único se observamos com atenção, único e valioso; até hoje nunca tinha assistido nada parecido.
The White Lotus (2ª Temporada)
4.2 343 Assista AgoraMais madura que a primeira temporada, que por vezes é bem galhofa (isso não é um demérito de forma alguma).
Para mim, o ponto alto foi a interação entre os casais e todas as discussões/reflexões provenientes dali. Aubrey Plaza se destaca de forma magnética até.
Mais do que a história e o enredo em si, para mim o que é mais valioso nessa série é a forma como as relações humanas são trabalhadas, todas complexas e estranhas como a vida real é — e como nós muitas vezes nos recusamos a enxergar ou a aceitar.
Não gostei tanto assim do último episódio e da finalização como um todo. Foi construído um cliffhanger muito forte com as mortes na praia, mas no final parece que as expectativas foram mais altas que a concretização em si. Confesso que fiquei um tanto decepcionada. Obviamente é foi um recurso utilizado para manter o interesse de quem assiste, mas pela qualidade da série, achei que não seria necessário se apoiar nisso.
Também não curti a personagem da Valentina, que pra mim foi totalmente desnecessária para a trama e poderia ter sido descartada sem qualquer alteração na história, diferentemente, por exemplo, do gerente do hotel da 1ª temporada, que foi a grande estrela.
Mas é uma série fenomenal, com uma abordagem muito diferenciada que de fato dá prazer de assistir. Fico já torcendo pela terceira!
Dois Caras Legais
3.6 637 Assista AgoraQue filme divertido! Tudo muito lindo: fotografia, direção, trilha sonora, ambientação. Extremamente agradável de assistir, bonito mesmo.
Achei super irreverente a forma como o humor foi equilibrado com a violência — que por vezes é bem gratuita, mas nunca de forma forçada, você apenas se surpreende e solta um "uou" pra tela. É exagerado em alguns pontos, com situações absurdas acontecendo, mas, novamente, nada disso é um problema: na verdade o filme foi pensado pra ser dessa forma mesmo.
O Ryan Gosling é o alívio cômico (e atrapalhado) do filme, mas o elenco inteiro está super de parabéns, principalmente a Angourie Rice. Todos eles conversam muito bem.
Recomendo muito! Uma ótima surpresa.
Fleabag (2ª Temporada)
4.7 889 Assista AgoraTerminei o último episódio com vontade de rever toda essa temporada. Que coisa mais linda.
Assisti à primeira temporada de Fleabag em 2017, mas a série não entrou muito bem. Na época ela estava no auge e muita gente elogiava pelo tom de comédia sarcástica, mas, quando tentei ver, achei estranho o ritmo acelerado e sentia que eram ligeiramente forçadas as interações da Fleabag com o público. Não bateu. Achei chato porque esperava algo genial de imediato, mas essa é uma série que, pra curtir, é preciso assistir de maneira despretensiosa, permitindo-se ser surpreendido quando menos se espera.
Resolvi reassistir quando ouvi um episódio do podcast "Meu Inconsciente Coletivo" que falava sobre a personagem Fleabag. No podcast, as hosts contextualizaram boa parte das análises na segunda temporada, focando na relação que a personagem principal tem com o padre. Nesse momento eu fui instigada novamente e resolvi rever com outros olhos.
Foi uma grata surpresa. A primeira temporada é gostosa, engraçada, ácida. Você gosta da personagem, mas é como se assistisse de fora as aventuras em que ela se mete, sem se misturar muito com a Fleabag. Já na segunda, ela quase se torna você.
Aqui, Fleabag se permite ser sensível, comporta-se de maneira mais madura e, principalmente, busca perdoar a si mesma por todas as decisões tortas do passado.
Hoje, aos 25 anos, consigo me identificar muito mais com ela do que na época em que assisti pela primeira vez, quando tinha 20. Entrar nessa fase jovem adulta — que, sejamos sinceros, está mais para adulta do que para jovem — é uma aventura a qual, parece, não fomos preparados. Equilibrar força com bom humor, leveza com responsabilidade e, principalmente, fragilidade com maturidade é uma tarefa difícil. Permitir-se ser fraco e ser acolhido parece não ser válido, pois o mundo nos cobra ação. Mas não é possível seguir em frente sem o mínimo de afeto, mesmo que seja o nosso próprio.
A cena final, em que ela se despede de todos nós, demonstra isso. O amor pelo padre, como ele mesmo disse, vai passar, mas que bom que ainda temos a nós para nos acolher.
Não acredito que essa série represente uma ode à solidão, mas, sim, à busca de harmonia, seja ela na companhia de alguém ou na companhia de si mesmo. Jamais a alcançaremos por completo, isso é fato, mas sempre valerá a pena buscar por esse caminho.
Um Sonho de Liberdade
4.6 2,4K Assista AgoraComo é gostoso terminar de assistir a um filme com tanta ânsia por liberdade - e tanta esperança - quanto os personagens dessa história <3
Coração quentinho. Um clássico com cara de clássico, algo que você consegue perceber já nos primeiros minutos. Essas 2h22min voam e a gente consegue curtir cada momento como se tudo fosse novinho. Todas as pontas são amarradas, todos os personagens e atuações são boas. Impecável do início ao fim. É a primeira vez que vejo, mas já sei que consigo rever quantas vezes puder.
Spree
3.0 124Ruim e "bom" na mesma proporção, é difícil definir a experiência que foi assistir a esse filme.
É como se fosse um Black Mirror um pouco mais escrachado, com um tantinho a mais de mau gosto. Exagerado em alguns bons momentos, com furos de roteiro que te deixam confuso, ao mesmo tempo que é estupidamente forçado e nonsense por outro lado, tão maluco que você não consegue não rir dos absurdos.
No começo eu ri demais com esses exageros porque a proposta é boa, mas conforme o filme foi se aproximando do fim eu senti que alguns desfechos ficaram bem forçados. Se o filme tivesse um pezinho maior na "realidade", conseguiríamos comprar todas as ideias até o final.
Novamente... é ruim. Mas é bom. Definitivamente, é uma experiência. Assista se quiser se surpreender das duas formas.
Os Muitos Santos de Newark: Uma História Soprano
3.3 109 Assista AgoraÉ satisfatório de assistir pela nostalgia e para apreciar o capricho técnico que tiveram ao recriar algumas cenas quase idênticas as da série, além, é claro, da ótima atuação para os personagens de Lívia, Tony e Júnior, que ficaram extremamente parecidos com os originais (um misto de sensações confusas ao assistir o Michael Gandolfini interpretando o "pai"). No entanto, o roteiro não se sustenta, infelizmente. O tempo vai passando e cresce a expectativa para que algo concreto surja, mas isso não acontece. Tanto o enredo do Tony quanto o do Dickie ficam muito soltos, bem como a narração do Christopher que ficou bastante deslocada.
É um ótimo fan service que serve para reviver momentos e entreter com comparações, mas história a qual o filme se propõe quase nada traz de novo. Esperava um pouco mais de ação também dentro das 2h de duração.
Família Soprano (6ª Temporada)
4.7 308 Assista AgoraTerminei Sopranos faz pouco menos de uma semana e ainda é difícil deixar a série para trás.
A sexta temporada, dividida em duas etapas, por vezes pode parecer ter sido estendida desnecessariamente, com alguns episódios que não implicaram de forma significativa para a trama, mas isso é só uma sensação. Na verdade, uma grande lição que Sopranos nos ensina é que é mais interessante desacelerar e prestar atenção nos pequenos detalhes do que nos apegar a uma história em linha reta, com começo, meio e fim; se mesmo ao longo de seis temporadas o telespectador ainda não entrou em acordo com esse esquema, o último episódio faz questão de esfregar isso na nossa cara.
É difícil. A cena final me deixou sem palavras, porém de uma maneira que eu sinceramente não esperava e nem gostaria de sentir. Jurava que eu iria chorar bastante com esse último episódio (como sempre acontece quando termino de assistir a uma série grande), mas aqui ocorreu o oposto. Aceitei, fazer o quê. Tentei esquecer a cena final e me lembrar de tudo o que assisti durante todo esse tempo.
Me frustrei. Desde a primeira temporada, mesmo tendo ciência de que Tony Soprano não era um personagem pelo qual devíamos simpatizar ou torcer, fizemos isso, e muito. Nas poucas vezes em que a série nos mostrava o "verdadeiro" Tony, sentíamo-nos como que enganados, mas não passava pouco tempo e novamente caíamos na lábia e no carisma do chefão. No entanto, os últimos seis ou cinco episódios da última temporada foram quebrando, pouco a pouco, esse encanto. E perder isso não é satisfatório. Parar de romantizar algo que chegou a nós de maneira tão natural não era agradável. Livrar-nos dessa teia de sedução... ruim, nada bom. Mas foi o que aconteceu.
Pouco a pouco tudo começou a ficar cinza, feio, desagradável apenas. O jardim da família Soprano, sempre movimentado e bonito, com uma bela piscina, palco de inúmeras reuniões, foi perdendo o seu protagonismo. A piscina, sempre tampada, foi cenário de um evento trágico (inconcluso, mas ainda assim trágico). Os encontros familiares já não mais aconteciam. Os amigos... eram mesmo amigos? A tensão e o perigo que permeiam a vida de um mafioso antes provocavam uma certa adrenalina, mas agora... apenas angústia. O círculo foi se fechando, como aquela cena em que o Tony se esconde na casa de veraneio, com um rifle sobre o corpo, encarando a porta na espera de seu assassino, deixa bem evidente.
Todas as relações já eram destrutivas desde o início, mas aqui essa destruição se concretizou. E o que restou a nós e à família Soprano? Esperar. Pois sempre soubemos que o pior chegaria. Agora fica a dúvida: o pior chegou ou não? Se sim, era esperado. Se não, irá chegar, cedo ou tarde. No fim, isso pouco importa, eles e nós já sabemos.
Foi incrível acompanhar essa série durante meses. Sua influência nas demais séries dramáticas é evidente, principalmente no que diz respeito à construção dos personagens, com camadas e mais camadas de subjetividade. No fim, é isso o que encanta, a violência e a máfia viram cada vez mais um pano de fundo com uma importância reduzida.
Recomendo demais se aprofundar na série mesmo após o fim. Já assisti a inúmeros vídeos sobre, li entrevistas, investiguei algumas "teorias", enfim... Vale a pena apreciar e explorar cada detalhe dessa obra sempre que possível.
Garota Infernal
2.7 2,7K Assista AgoraPoxa, que pena esse filme estar com uma nota tão baixa por aqui! Assisti pela primeira vez só agora e me surpreendi. A pegada leve do filme e as características bem marcantes dos anos 2010 são um atrativo enorme pra quem viveu a pré-adolescência nessa época e já sente uma forte nostalgia desse período.
Achei divertidíssimo. Garota Infernal conseguiu renovar o estereótipo da menina estúpida dos filmes de terror, trazendo já um pitada de girl power ao colocar duas amigas (ou um pouco mais que isso) no centro da narrativa.
Um ponto muito positivo vai mesmo para a leveza do filme. As razões que justificam os acontecimentos são tão estúpidas, mas até originais de certa maneira, que você compra a ideia muito bem (falando especificamente sobre tudo que envolve a Low Shoulders e as tiradas envolvendo as bandas indie).
O filme conseguiu se estender muito bem até os últimos minutos, trazendo um final bem amarradinho e satisfatório. Como pontuado abaixo, já pode ser considerado um futuro clássico adolescente.
Família Soprano (2ª Temporada)
4.6 118 Assista AgoraÀs vezes eu me pego pensando que o Tony Soprano não existe, que na verdade ele é apenas um personagem interpretado magistralmente pelo James Gandolfini. Mas às vezes... é quase impossível de acreditar que o Tony não é real.
Onde Está Meu Coração
4.1 112Que série forte e sensível ao mesmo tempo. Tudo nela funciona muito bem: o elenco, a trilha sonora, a direção, o roteiro, enfim, a produção foi impecável, qualidade altíssima. Ainda sobre o elenco, vale destacar a atuação sensacional da Letícia Colin, que se entregou totalmente ao papel; é realmente muito satisfatório quando percebemos atuações tão compromissadas assim.
A série retrata a dependência química de uma maneira real, sem maquiagens, mas ao mesmo tempo não traz um ar sensacionalista ou moralista para o problema. De início é estranho abraçar a ideia de uma médica de classe alta se rendendo às drogas, mas acho que aí reside outro preconceito nosso, que é o de associar o consumo de drogas apenas a pessoas de classe social baixa ou àquelas pessoas vistas como problemáticas - as drogas, quer percebamos ou não, perpassam todo tipo de gente.
Para além da personagem principal, o nome "Onde está meu coração" consegue definir sobre o que a série se propõe a nos mostrar: pessoas que, aparentemente, têm o rumo das suas vidas definido, bem-estabelecido, mas que, por dentro, sentem-se perdidas e constantemente na busca de algo além.
A Amanda busca por consolo devido a traumas do passado. O Miguel (personagem que não teve um aprofundamento marcante), parece buscar leves euforias em aventuras, sejam elas proporcionadas pelo uso de entorpecentes ou por meio de romances repentinos. O David, assim como a Amanda, também busca alento em vícios para superar o próprio vício do passado, tropeçando aqui e ali em algumas traições. A Júlia, ressentida, recorre à iluminação espiritual na tentativa de que o divino consiga blindá-la de todo o mal, mas vimos que essa jornada se mostrou sinuosa em diversos momentos. Por fim, a Sofia, essa nós já sabemos onde reside o coração: no amor incondicional pela família e na força que utiliza para manter todos de pé.
Os primeiros episódios são muito intensos e logo de início criam uma conexão muito forte com a gente. Lá para o final, a partir do 8º episódio, percebemos alguns tímidos pontos fracos no roteiro, mas nada que atrapalhe a obra como um todo.
Enfim, caso você esteja procurando por uma série para maratonar em um fim de semana, fica a recomendação. É uma obra forte, mas que é capaz de deixar um quentinho no coração que vale a pena.
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraBem ruim, viu. É um filme que, com uma direção e escrita mais cuidadosa, poderia de fato produzir reflexões ou ao menos gerar comoção no público, mas é tudo tão tosco e forçado, sem sal... que foi difícil terminar. Tirando a Natalie Portman, achei a atuação dos três atores principais bem ruim, mas a verdade é que qualquer ator teria dificuldade de expressar algo mais profundo partindo do roteiro e dos diálogos extremamente rasos (de verdade, os diálogos são muito ruins). Nada nesse filme se aproxima das relações conturbadas do cotidiano, que são problemáticas, mas que ao menos têm emoção - coisa que esse filme passou bem longe de transmitir. Os personagens não possuem motivações palpáveis, acontece apenas um troca-troca de parceiros de um modo tão superficial que dá vontade de desligar a tv. Resumidamente, parece fanfic de adolescente.
Terminei de ver porque já tinha assistido a 1h, mas não recomendo não.
The Americans (5ª Temporada)
4.1 39Cansada de querer acolher e cuidar desse daddy chamado Phil Jennings.
The Americans (4ª Temporada)
4.5 49Obra-prima! A melhor temporada até o momento, devorei em menos de uma semana. Incrível como a cada temporada os episódios e a história vão ficando cada vez mais concisos e bem-elaborados, é realmente muito gostoso de assistir. (A direção dos episódios também tem sido um diferencial, a execução é perfeita e instigante).
Nesta temporada tivemos
a perda de duas grandes personagens: Nina e Martha. Confesso que apesar de amar a Nina, o núcleo da Rezidentura e a própria história da Nina na prisão já não estavam rendendo muito porque os dramas não pareciam se conectar, nem de longe, com os do casal Jennings, mas, mesmo assim, fiquei muito triste com a morte da Nina, não imaginava que esse seria o fim dela. Já a Martha... como sofreu nessa temporada! Me apeguei muito a ela, e o Philip estava certo: as pessoas subestimavam a Martha, ela é muito forte! Torço pra que ela reapareça lá na frente.
Quantos aos Jennings, tem sido cada vez mais empolgante ver o conflito entre Elizabeth e Philip. Dessa vez foi a Elizabeth quem "fraquejou", deixando o seu lado humano, a sua personalidade e os seus desejos e fraquezas transparecerem e sobrepujarem a frieza da espiã. Gostei muito de algumas cenas onde ela brigou e gritou com a Paige e com o Phil, nunca tínhamos visto ela perder o controle desse maneira.
A série termina deixando um gancho para mudanças profundas na trajetória de quase todos os personagens e fico contente com isso pois estávamos precisando. Estou superacostumada ao ritmo da série, à história dos personagens etc, mas é sempre bom quando os rumos se alteram e nos deixam ansiosos pelo imprevisto. The Americans é uma série que eu vou assistindo aos episódios sempre pensando "caraca... isso vai dar uma m3rda, mas uma m3rda..." e eu AMO essa angústia! Hahahaha
The Americans (3ª Temporada)
4.4 65 Assista AgoraGostei muito dessa temporada. Desde os primeiros episódios, os dilemas que o Phil vem enfrentando são muito tocantes. De início, ele entra em conflito com a Elisabeth, que segue turrona, mas aos poucos ela vai "enfraquecendo" também, deixando escapar cada vez mais o lado humano por trás de todos os assassinatos e confabulações que eles cometem. Em diversos momentos fiquei com muito dó do Phillip e no final senti a mesma coisa com a Paige; começo, inclusive, a pensar que nas próximas temporadas esse mesmo sentimento de angústia será transferido para o Henry, que também tem se mostrado deslocado com toda a ausência dos pais.
Série incrível, amei conhecer. Atuações impecáveis do Matthew Rys e da Keri Russell (descobri faz pouco tempo que eles são um casal na vida real hahaha).
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraFilmão! Bom de assistir do início ao fim, fotografia, direção e trilha sonora muito boas, realmente marcantes! Todo filme que o Edward Norton participa parece que, automaticamente, fica bom, mas o Edward Furlong também foi essencial aqui.
Bom, ainda um pouco anestesiada, posso dizer que o filme apresenta, de forma linear e extremamente sensível, o que acontece quando jovens promissores, mas um tanto deslocados e revoltados, são submetidos a pensamentos retrógrados, conservadores e racistas. É tudo muito claro para quem é de fora, mas a partir do momento em que é dada a largada e esses jovens se veem dentro dessas bolhas (que são extremamente acolhedoras, desde de que o script seja seguido por todos os membros), sair dessa realidade paralela parece impensável. E é bizarro quando você vê a ficção apresentando com tanta clareza um processo que não se inicia na brutalidade, mas na conversa despretensiosa durante um café da manhã. Todos nós já ouvimos esses papos, mas quantos de nós conseguimos nos safar desse tipo de retórica?
Confesso que achei
a redenção do Derek um pouco "rápida" demais, mas isso não conseguiu atrapalhar toda a jornada que o filme construiu.
[chocante, realmente não estava esperando que o Danny seria o afetado nessa tragédia, mas... é isso. Não teria como esse filme terminar com um final feliz, rs.
Gostei muito mesmo, recomendo!
Apollo 13: Do Desastre ao Triunfo
3.6 226 Assista AgoraSessão da Tarde total. Na época pode até ter feito sentido, mas hoje em dia um filme tão em linha reta não justifica 2h19 de duração.
Hush: A Morte Ouve
3.5 1,5KUm homem bonito desses atazanando a vida das pessoas, sinceramente...
No mais, foi um bom entretenimento. Assisti enquanto fazia as unhas e entrou bem hahah. É bem exagerado e pouco crível em alguns momentos (principalmente na resistência da personagem principal depois de tanto levar porrada), mas achei interessante o fato de a história ser simplesmente isso: um cara maluco que invade o seu quintal e tenta te matar; pra uma história de terror funcionar, não é preciso muito mais que isso.
Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal
3.3 584 Assista AgoraApesar dos pesares, é um ótimo filme. Há algum tempo atrás eu comecei a assistir alguns episódios de um documentário da própria Netflix sobre o Ted Bundy, então eu já conhecia de leve a história do assassino, porém abandonei a série pois achei o desenrolar dos episódios muito demorado. Com este filme, no entanto, é possível ter acesso à triste história desses crimes de uma forma mais rápida e interessante (se é que é adequado dizer isso).
O recurso de "ocultar" a culpa do Ted, contando o filme quase que a partir da própria visão do Ted sobre ele mesmo, que fingia ser apenas uma vítima, foi muito criativa e pode ter "enganado", sim, aqueles que não conhecem a história do serial killer.
Um ponto que prendeu muito a minha atenção foi a direção do filme. O ritmo é rápido — nos 20 minutos iniciais boa parte do clima e da pegada do filme já estão devidamente desenvolvidos, o que me deixou até curiosa e preocupada, pois achei que o filme acabaria ficando enfadonho e perdido pro final, mas isso não aconteceu. Além disso, o elenco do filme também está de parabéns; foram escolhidos atores novos, porém já consagrados, e a atuação do Zac Efron foi impecável.
Termino de assistir ao filme satisfeita, mas é triste quando lembramos que, por mais interessante que o filme seja, ele se trata de um entretenimento baseado numa triste história real. Ser mulher é ótimo, mas é desafiador.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraDefinitivamente é um bom filme, porém quebrou um pouco a minha expectativa no final de uma forma que eu não gostaria.
As atuações são ótimas (amei os gêmeos), a fotografia também, você consegue adentrar muito bem dentro daquele cenário e consegue sentir a tensão e a angústia daquela família (principalmente a dos pais na primeira metade), porém, reiterando um comentário que encontrei abaixo, o filme acaba escondendo demais, de modo que a tensão nunca é recompensada.
É legal, sim, que pouco do mundo capirotesco tenha sido exposto pois isso cria de fato um suspense, mas nós sempre queremos que o suspense se revele no final, e esse filme ao menos me deixou com um pouco de blue balls nesse sentido rs.
Mas vale a pena assistir! Todas as questões envolvendo o catolicismo, as dificuldades de sobrevivência da família e a culpa que a personagem principal carrega são muito interessantes.