Algumas pessoas não deveriam ter filhos, e quando eles vem sem querer, muitas vezes precisam se esforçar para sobreviver em casa. . O Musical de Matilda nos apresenta uma garotinha inteligente maltratada pelos pais e a diretora da escola que faz uma revolução contra a opressão. Esta produção é inspirada numa peça britânica premiada, que por sua vez tem o livro de Roald Dahl, lançado em 1988, como base, da mesma forma que o filme que conquistou o público na década de 1990. . Este musical já revela que o tom surreal e o tema do abuso infantil vai ser o centro da narrativa desde sua introdução, colocando médicos e pais cantando sobre o milagre de ter um filho gênio num hospital supercolorido em contraste com os pais da jovem Matilda a renegaram desde antes do nascimento. . Essa montanha russa, pautada pelos números musicais acompanha todo o roteiro nesta produção infantil, que tem sim muita fantasia, mas também passagens de verdadeiro horror ao mostrar pais negligentes e uma diretora tirânica na escola. . Esse toque surreal, é encontrado dos pais à escola, mas é na história que Matilda conta para a dona da biblioteca itinerante que a imaginação ganha contornos ainda mais bizarros, no melhor estilo Federico Fellini. Ficção supostamente criada pela protagonista, mas que aos poucos se acaba por se encontrar com a realidade. . Mas diferente do filme dos anos 90, neste outros personagens ganham desenvolvimento, pois além da Matilda e da diretora; temos a dona da biblioteca móvel, que ouve as histórias da garota e a incentiva a sonhar; bem como a professora que ganha cada vez mais presença ao ver a coragem de sua pupila. Os pais, por sua vez, aparecem pela ausência, em especial a mãe que ignora a filha do início ao fim. . Todo o elenco é cativante, no entanto, falta algo. Embora as músicas sejam boas, pareceu faltar uma música clímax, todas estão muito bem inseridas na narrativa e ajudam no desenvolvimento de um ou outro elemento e personagem, mas não nenhuma é memorável a ponto de sobreviver além do filme.
É comum pensarmos em filmes de esporte como histórias de superação, mas As Nadadoras vai muito além de vencer desafios pessoais, ele nos mostra uma história de sobrevivência e reconstrução. ... Acompanhamos Yusra e Sara Mardini, duas excelentes nadadoras, com potencial olímpico, e que recebiam treinamento do pai desde criança, mas a guerra na Síria aconteceu. Inicialmente ela aparece apenas como manifestações observadas pelas redes sociais e que pouco pareciam afetar a família, mas que foi crescendo (em 2022 ela ainda não terminou). ... E assim, o roteiro se organiza em três grandes capítulos: em 2011 mostrando a vida ainda normal, mas com a violência se intensificando até que em 2015 as irmãs fogem na companhia de um primo; essa segunda etapa do filme é tensa e mostra uma jornada onde é necessário encontrar pessoas em quem confiar, mesmo que tudo diga o contrário; por fim, A necessidade de assumir a nova condição de refugiadas e a adaptação na qual novos desafios e decisões precisam ser tomadas para continuar a vida. ... Divisão bem trabalhada e que contribui para o ritmo da história, no entanto, caminha para a escolha de uma protagonista quase como um funil, de forma a identificarmos com cada vez mais importância uma personagem principal. Abandonando o desenvolvimento de outras narrativas que também tinham potencial. ... E então, por meio de duas personagens reais, temos o recorte de uma das maiores crises sociais e humanitárias no mundo contemporâneo: a imensa onda migratória de pessoas fugindo da violência e da guerra de seus países de origem, para outros que possivelmente possuem alguma culpa no conflito. ... Sem apelar para o melodrama, as irmãs Mardini (que são interpretadas também por irmãs) nos trazem realismo não apenas nos momentos mais críticos, mas naqueles fugazes, olhares que se perdem no horizonte, mas que trazem tristeza, medo e arrependimento. ... Mérito não apenas das atrizes, como também da diretora, claro, e esta ainda nos conduz com sutileza por todo o filme, nos preparando para o futuro com pequenas dicas ao brincar com tipos de tomadas típicas para determinados gêneros como a guerra nas primeiras sequências. Alguns momentos indicando até uma espécie de niilismo com naturalização do conflito, que ocorre até como forma de sobrevivência entre os civis que estão fadados a morte.
A crença na reencarnação é bastante reconfortante, saber que podemos viver muitas vidas, ainda que não lembremos delas, mas e se pudéssemos guardar toda a experiência acumulada em tantas vidas? ... Infinito vai nos mostrar um mundo onde algumas pessoas conseguem lembrar desses passados e com o tempo passaram a se organizar em guildas à favor e contra a humanidade, buscando o controle ou a liberdade. ... Na trama acompanhamos Evan McCauley um homem atormentando pelos vários passados que precisa de remédios para controlar sua suposta esquizofrenia, até que descobre ser um desses reencarnados que precisa evitar o fim do mundo. ... É um filme de ação que encontra vários outros dos últimos trinta anos como perseguições de veículos tunados fazendo manobras impossíveis e lutas coreografadas se afogando em clichês e premissas pouco criativas entre Matrix e Velozes e Furiosos, mas que se perde em narrações saídas de um filme de autoajuda. ... E ainda assim o filme se preocupa em deixar tudo mastigadinho, não importando o quão simples tudo já é. Assim, não se preocupe se você estiver no celular ou sair para pegar um lanche, se perder alguma coisa importante, ela certamente será mencionada outra e outra vez de forma bem didática. ... Para encerrar, nem o elenco ajuda, tirando uns dois ou três atores que pelo menos tem carisma, grande parte não tem ideia do que está fazendo.
Enquanto o ocidente já não aguenta mais tantos filmes baseados em quadrinhos, o Japão assumiu de vez a versão live-action como uma das etapas no fluxo de exploração de suas histórias. ... Em Ajin acompanhamos um adolescente que descobre ser de uma espécie secreta de seres humanos, seres imortais que começaram a ser descobertos recentemente no mundo. Eles morrem por pouco tempo e possuem uma sombra invisível que podem usar para agradar outras pessoas. ... E como tudo que é diferente se transforma num alvo, eles começaram a ser caçados e estudados, sem qualquer ética médica. Como resposta, os semi-humanos começaram a se organizar num grupo terrorista e de auto preservação. ... É um filme de ação com elementos de ficção científica inspirado num mangá de mesmo nome, mas que nessa versão em carne e osso toma liberdades criativas que condensa metade das edições em menos de duas horas de filme. ... A estratégia foi focar quase exclusivamente nos confrontos, enquanto deixa o cenário e os personagens são apresentados por meio dos diálogos expositivos e notícias na TV. Funcional, mas apressado, com soluções que são quase mágicas e sem tempo para desenvolver ninguém.
A América do Norte no século XVIII ainda era um território de conflitos do expansionismo Europeu, apenas nos anos finais que os colonos ingleses ficaram independentes, antes disso ingleses, franceses e espanhóis faziam alianças com os povos originários para garantir suas conquistas. ... Em O Último dos Moicanos acompanhamos Chingachgook, o último chefe da etnia dos Moicanos e seus dois filhos, Uncas e Nathaniel, este último um colono branco adotado. O trio acaba se envolvendo na guerra entre ingleses e franceses que acontece na fronteira onde vivem aliados dos colonos que aceitaram ajudar o exército para proteger suas famílias. ... O filme assume um tom épico desde o início, observado pela grandiosidade em todos os elementos, das sequências de batalha com alto contingente de coadjuvantes e efeito práticos explosivos; à cenografia e caracterização; e até a trilha sonora intensa e emotiva que, não à toa, recebeu várias indicações em premiações. ... Mesmo com tantos anos do lançamento, o filme continua tecnicamente bom, apenas as escolhas pelo melodrama no ato final e o ritmo que prejudicam um pouco. Do primeiro, um romance que beira os folhetins na forma como foi retratado; e isso impacta no ritmo, pois nossa atenção é sempre redirecionada para o casal evidenciado pelo uso da câmera lenta ao exagero ainda que potencialize algumas cenas mais dramáticas.
Não é exclusividade do Papai Noel entregar presentes, várias culturas tem o mesmo tipo de criaturas fantásticas que geralmente são esquecidas. ... Em Reis contra Papai Noel acompanhamos os três reis magos que desde que entregaram ouro, mirra e incenso para o bebê Jesus vem cruzando o mundo dando presentes no fim do ano. Acontece que desde que um certo barbudo de roupa vermelha foi abraçado pelo capitalismo, eles ficaram relegados a, no máximo, um plano B. ... Por causa de uma briga entre algumas dessas entidades, o espírito do Krampus se liberta, sequestra o Papai Noel e enquanto se fortalece fica a cargo dos Três Reis Magos o desafio de reencontrar o velhinho arrogante. ... Uma aventura infantil de natal que ainda reserva certa ironia no roteiro que pode agradar mesmo os adultos com piadas como o esquecimento constante do rei mago do "meio" e o presente que ninguém entendeu para que serve, a inveja dos Reis e um Papai Noel arrogante com o estrelato que conquistou no último século. ... Foi interessante a forma como criaram o mundo mágico, trazendo referencia à entidades de diferentes culturas, com elas compartilhando a magia da virada do ano e o bom aproveitamento das locações da Espanha, com seus castelos e palácios que parecem mesmo ter saído de um dos contos.
Os melhores espiões não são os que conhecem milhares de formas de torturar alguém, mas aqueles que se passam por uma pessoa qualquer. ... Em O Espião Inglês acompanhamos um pequeno empresário com uma oportunidade de ouro, conquistar clientes em Moscou em pleno auge da Guerra Fria, quando os ânimos estavam tão acirrados que qualquer coisa era motivo para explodir uma bomba nuclear. ... Benedict Cumberbatch já provou seu domínio dramático em diversos filmes, e aqui temos mais uma mostra do seu bom trabalho ao nos trazer um vendedor de meia idade alcoólatra que se diverte com o que faz, principalmente depois de ser recrutado para espionar a temida União Soviética. ... Direção, roteiro e ambientação nos levam diretamente para o início da década de 1960, mas é Cumberbatch que realmente nos convence dos perigos crescentes que enfrenta, nos passando um turbilhão de emoções que acompanha a crescente tensão.
Em época de crise, nem os mosteiros mantém os seus monges. ... Em O Monge Desce a Montanha acompanhamos um monge, Anxia, um exímio lutador que foi abandonado pelos pais quando ainda era bebê. Extremamente inocente, só conhece a cidade depois de adulto, quando é adotado por um comerciante. Mas esse é apenas o começo de uma jornada por vários mestres. ... Ambientado na década de 1930, é interessante a forma como trabalha as religiões taoista e budista na base para a construção das tramas e conflitos, deixando essa ligação ora mais obscura, ora mais evidente. ... No entanto, o roteiro é confuso, principalmente por causa da narrativa fragmentada que adota, chegando até a alternar protagonistas. Com personagens e situações caricatas, tenso algo que poderia ser mais fabulesca, mas falha em não assumir completamente esse perfil e a alternância entre o dramalhão e o humor bobo, acaba perdendo o espectador no processo. ... As coreografias teatrais do Kung Fu Wushu de arames também tem um caráter ambíguo, pois contribui num tom ainda mais fantástico onde as lutas se confundem com uma dança. É bonito e hipnótico, mas a insistência em utilizar efeitos digitais ao invés dos práticos fragiliza ainda mais a obra.
Alguns filmes assistimos pela curiosidade mórbida do catálogo infinito dos streamings. ... O Chapeleiro do Mal é, antes de tudo, anacrônico, um filme B da década de 1990 feito em 2021, não como referência ou algo do gênero, mas uma produção que reúne todas as cenas e recursos daquela época sem nenhuma vergonha de se levar a sério. ... Assim, depois de uma abertura que se passa numa festa de época onde o uso descontrolado de drogas resulta num incêndio, avançamos no tempo para a aula de um professor universitário que organiza uma expedição para a casa que é supostamente assombrada. ... A partir disso reunimos quatro alunos exemplos de estereótipos de 30 anos fazendo o papel de jovens adultos, trilha sonora irritante, fantasmas aparecendo como alucinação ou no canto escondido pelos cantos. ... Mas sabe o mais bizarro? Ter como uma das principais a brasileira Isadora Cruz que agora faz a protagonista na novela Mar do Sertão!!! Ah, e a participação Michael Berryman, o icônico ator que esteve em Quadrilha de Sádicos de 1977. ... Simplesmente constrangedor.
É muito comum encontrarmos sucessos das mais variadas mídias serem adaptados para os cinemas, mas poucos exploram pela perspectiva de uma ficção metalinguística dos bastidores. ... Em Veja como eles Correm acompanhamos a investigação da morte do diretor que tinha como missão adaptar uma peça de sucesso sobre assassinatos, no melhor estilo Agatha Christie, com todos os suspeitos do fato confrontados num espaço restrito e, pelo menos motivo (segundo o próprio direto protagonista), não são nada menos que chatas e previsíveis. ... O diretor, assassinado nos primeiros momentos do filme, narra a introdução da história que vai se desenrolar com a investigação de sua morte, mas que gera mais e mais mortes com situações que se confundem com as mortes falsas da peça e entre os suspeitos se misturando entre a equipe de teatro. ... Ambientado na Londres da década de 1950, temos uma comédia de mistério que traz alguns dos elementos clássicos nas narrativas de detetive com a contemporânea metralhadora de diálogos intercalados em falas constrangedoras recheado de referências a personalidades da época e a própria peça original que ainda está em cartaz. ... Apesar de toda essa construção e da divertida composição de personagens excêntricos comandados por um detetive e uma policial super empolgada em participar de um crime com os atores que tanto gosta. O filme soa vazio, o elenco sensacional brilha de forma isolada e contrastante, com interpretações muito boas em detrimento de outras que simplesmente são aborrecidas e não convencem. ... A narrativa e estética peculiares brincam com perspectivas e metalinguagem, da divisão da tela que mostra ao mesmo tempo mais de uma reação ou o uso de flashbacks e clichês assim que tal recursos são criticados por um dos personagens. Mas muitas vezes os recursos são apenas visuais e pouco influenciam na forma ou na história. ... Enfim, um triste potencial desperdiçado, onde encontramos pérolas perdidas, mas que não conseguem sustentar o todo
Muitas vezes os fantasmas que enfrentamos são apenas nossas memórias que não nos deixam viver o presente. ... Em Caminho dos Mártires acompanhamos Leah, uma garotinha solitária que vive com a mãe em depressão por causa de um luto não resolvido, um pai que divide sua responsabilidade cuidando da comunidade religiosa e uma irmã adolescente que sempre pega no seu pé. ... Sem amigos e não muito ligada à família, ela vive numa casa no campo cheia de imagens de anjos e santos (que já ajudam a criar a atmosfera sombria), mas tudo se torna ainda mais aterrorizante quando uma menina vestida de anjo aparece para Leah na floresta. ... É um filme de terror dramático focado numa criança de dez anos, e mesmo trabalhando com suas vivencias e medos, em nenhum momento se torna infantil. Na realidade, ele nos apresenta a percepção que Leah tem do mundo dos adultos sem compreender totalmente os segredos que eles escondem. ... E assim, todas as informações relevantes que são trazidas aos espectadores vêm dos contatos e descobertas da criança, condição que ganha ainda mais força com o deslocamento da camera para a altura dos olhos de Leah. ... Outra estratégia narrativa que contribui em nossa imersão é o uso consciente do som diegético, tudo que ouvimos no filme está no ambiente, dos silêncios na floresta e casa, até o barulho do refeitório, vento durante a noite ou sussurros para Leah. ... E claro, toda essa construção técnica só funciona por causa da jovem atriz, que não parece estar atuando, mas vivendo cada conflito que aparece, com a inocência e os medos naturais para sua idade. ... No entanto, o roteiro ainda se vale de muitos clichês, mesmo que muitas vezes consegue se desviar no último momento, existe um grau de previsibilidade alto e a sequência final acaba sendo prejudicada esteticamente por isso, ainda que narrativamente tenha ocorrido uma escolha interessante.
O racismo se manifesta de diferentes maneiras e a percepção que temos dele também podem variar, mas o resultado é sempre uma violência. ... Em Emergência acompanhamos dois amigos que estão se formando na universidade, para entrar no hall da fama a dupla planeja passar pela maratona das festas das repúblicas, mas algo sai muito errado. ... São basicamente dois amigos negros e um latino que depois de encontrar uma garota loira bêbada e inconsciente na casa deles precisa decidir o que fazer, mas o medo de serem considerados culpados por algo que eles nem sabem os coloca em situações bizarras. ... O filme tem problema em escolher um tom, o tema principal é o racismo, que é tratado com humor e sarcasmo num primeiro momento, mas que vai tomando proporções cada vez mais tensas e dramáticas. Porém, é justamente o humor inicial, e um ou outro momento de piada feita ao longo da história, que quebra o peso dramático que o roteiro pede. ... Assim temos várias situações evidenciando o racismo nos pequenos e grandes momentos cotidianos, a hipocrisia daqueles que abraçam a luta contra o preconceito só para aparecer e "ficar bem" consigo e com o público, mas que continuam reproduzindo; o perigo de ser acusado de crimes e não ter nenhum espaço para dúvida; a violência com que sempre são tratados. ... Enfim, um tema importante, que vem na esteira das manifestações mais recentes do Black Lives Matter, mas que se perde na construção do tom dramático necessário e pretendido.
Nossos corpos são máquinas, e como o passar do tempo começam a falhar até o ponto de não termos mais nada o que fazer. ... No filme A Avó acompanhamos Susana, uma modelo fotográfica que precisou se afastar por um tempo para cuidar da avó que sofreu um grave AVC. A convivência que começa pacífica passa a dar sinais estranhos, e logo o que poderia ser apenas um drama deixa pistas que algo sobrenatural possa estar acontecendo. ... É um terror que explora o nosso medo de envelhecer, colocando a todo momento em confronto a inevitável passagem do tempo a qual nossa sociedade nunca está preparada e frequentemente o nega. ... O diretor transita entre na forma como trabalha o horror, alternando de algo mais gráfico, onde permite alguns sustos, com o grotesco ou o psicológico. Sempre remetendo a esse tema do medo do fim, tanto para quem está indo, como para quem fica. ... Mas falta sutileza nas sugestões e logo entendemos onde a história quer nos levar numa espécie de acontecimentos telegrafados. Felizmente o ritmo nos mantém atentos e as atrizes, em especial a brasileira Vera Valdez, nos provoca a sentimentos controversos.
A Black Friday no Brasil pode ser uma grande enganação, mas no país do hiperconsumo ela realmente é um evento de queima de estoque, tanto que até alienígenas resolvem participar. ... No filme Black Friday acompanhamos os funcionários de uma loja de brinquedos que se preparam para a grande sexta, enquanto consumidores se acumulam do lado de fora da loja como zumbis em busca de produtos que não precisam. ... Só isso já seria uma mistura ambígua e bizarra de céu e inferno, mas ninguém contava com um meteoro caindo na loja e dispersando esporos e criando os clássicos zumbis comedores de cérebros. ... O roteiro até faz um aceno para os temas mais cerebrais que os zumbis sugerem, mas a crítica ao mundo corporativo massacrante e ao consumo desenfreado não passa de uma piscadela. ... A história se resume mesmo à carnificina gore, com personagens exageradamente caricatos que perdem a noção da galhofa enfrentando seres vestidos com fantasias de borracha e gosma. ... Vale ressaltar lembrar a participação de Bruce Campbell, astro de filmes B, como gerente da loja e produtor do filme. ... 5/10 (não podia esperar mais)
Depois de muito esperar e assistir várias adaptações do menino de madeira que crescia o nariz, finalmente chegou a vez do Pinóquio por Guillermo del Toro. ... Nesta versão conhecemos Carlo, o filho de Gepeto que serviria como base para a criação de sua conhecida obra de madeira, mas ao conhecê-lo também somos capturados por uma angústia de que o mundo perfeito que presenciamos na introdução logo acabaria. ... E assim como somos tomados pelo drama da perda, o luto de um pai, logo o impeto incontrolável de reencontrar o filho transforma o fazedor de bonecos numa espécie de Doutor Frankenstein para em seguida aparecer uma estranha "Fada Azul" e dar vida ao Pinóquio. ... A história se aproxima das fábulas que já conhecemos da Disney ou outras adaptações anteriores, mas com o toque sombrio de Del Toro que nos coloca na Segunda Guerra de Mussolini, com bombas caindo e crianças sendo levadas como soldados. ... Uma releitura que traz as principais passagens à sua maneira num estranho otimismo em relação à aceitação do ciclo natural da vida. Vale ressaltar como o diretor conseguiu trazer fluidez para essa história tão episódica, ainda é possível perceber os miniarcos ao longo do filme, mas com transições muito mais orgânicas. ... A técnica de stopmotion empregada em Pinóquio parece ser tão natural que é estranho não ter acontecido antes, com uma marionete viva ganhando novos contornos a partir de um realismo metalinguístico e poético. ... Guillermo del Toro é um dos diretores mais marcantes da atualidade, deixando marcas evidentes em todas as suas obras, nessa animação não foi diferente, pois do roteiro ao design dos personagens e criaturas, vemos sua mistura única entre a inocência infantil e o sombrio.
Nos longínquos anos de 1980 a fantasia era relegada ao segundo escalão de Hollywood, mas mesmo com baixos orçamentos grandes clássicos foram produzidos. ... Willow, (que aqui no Brasil recebeu o subtítulo; Terra da Magia") foi um deles. A história de um jovem agricultor que precisa deixar sua família para proteger um bebê que destinado a salvar o mundo de uma perversa bruxa que domina o mundo. ... Uma aventura infanto-juvenil que se passa num mundo de fantasia bastante inocente, ainda que tenha seu lado sombrio para caracterizar os vilões, e que ainda funciona apesar de todos os efeitos visuais bastante rudimentares com técnicas que estavam entre os primeiros trabalhos da Light and Magic do George Lucas. ... Embora apresente uma trama simples, muitas vezes ela parece atropelada, com mudanças de rumo inesperadas, como se pulasse alguma sequência. E esse problema reflete também nas cenas de batalhas, pois seguem o mesmo ritmo alucinado e bagunçado, neste caso sem atenção para os detalhes na coreografia, ainda que deixe para os espectadores atuais um charme especial oitentista. ... Mas talvez o mais engraçado foi perceber a forma como George Lucas "adaptou" Guerra nas Estrelas para o cenário fantástico misturando com pitadas de Senhor dos Anéis. Assim temos desde um casal formado por uma princesa e um pilantra com uma mãe vilã até o protagonista "pequeno" que depois de sua jornada de heroísmo volta para uma espécie de Condado. ... Ressalto a simplicidade, mas que ainda chama a atenção pelo carisma dos personagens, bem como uma produção mais diversa e que entrega o protagonismo para um ator que geralmente só teria a possibilidade de ser coadjuvante ou figurante.
Talvez o correto não é ver para crer, mas precisamos crer para ver. ... Em O Troll da Montanha acompanhamos Nora Tidemann, uma paleontologa convocada pelo governo da Noruega para desvendar o mistério de uma explosão numa mina, por mais absurdo que possa ser, não demora muito para descobrirmos que os lendários gigantes de pedra que paralisam à luz do sol existem se verdade. ... É uma fantasia com ares de catástrofe bastante clichê, nas reações, frases e até no dramalhão ou alívio cômico exagerado. Também temos um ritmo frenético que é imposto logo nos primeiros minutos e se prolonga ao longo do filme com pouquíssimos respiros. ... Diverte, e os efeitos especiais são surpreendentemente muito bons, da para acreditar na maior parte das cenas e elas não são poucas. ... Mas não tem nada que não tenhamos visto em Independence Day, King Kong ou Jurassic Park. Na realidade as referências são tão diretas que mostra como os produtores não tem uma mínima vergonha de terem apenas substituído o gorila gigante, alienígenas ou dinossauros por humanoides de pedra com 40 metros de altura.
O mais bucólico dos lugares pode esconder os piores horrores que imaginamos. ... No filme Sacrifício acompanhando a Dra Tora Hamilton, depois de sofrer um aborto espontâneo, vai morar na Escócia com o marido a fim de encontrar novos ares e adotar um filho. ... Tudo estava se acertando até que ela encontra, no quintal de sua nova casa, o corpo de uma mulher assassinada num suposto ritual. Runas na pele da vítima vão fornecer pistas para que a médica se envolva cada vez mais na investigação, mesmo à contragosto da polícia que só quer encerrar o caso. ... Um filme tenso de suspense no qual o horror que ocorre no pequeno vilarejo aparece desde o início, mas vai ganhando cada vez mais peso e leva a protagonista numa jornada quase solitária onde as mentiras e segredos remontam uma antiga seita local. ... A direção e os atores conduzem muito bem a história que discute a questão da maternidade e os dilemas às alternativas. Além disso, o tom pesado ganha força com a ambientação acinzentada e sem sol do norte da Escócia que captura com perfeição o mal que se esconde nessa tradicional sociedade.
elacionamentos são complicados, principalmente com o passar do tempo. ... No filme A Pelada acompanhamos um casal em crise no relacionamento; Caio, que só conta vantagem para os amigos sobre encontros que ele nunca teve; e Sandra, que sempre foi muito tímida, mas tenta salvar o casamento criando algumas fantasias. ... É uma comédia dramática sobre o machismo em todas as interações do dia a dia, nas mentiras, diálogos e até na expectativa de relacionamento ideal. Mas são discursos vazios, vantagens falsas e um festival de constrangimentos que acabam prejudicando ainda mais o relacionamento do casal. ... Os atores estão ok e a direção não deixa aquela sensação irreal que vemos em muitos filmes nacionais mas ao não encontrar o tom da comédia, ela parece forçada e rouba espaço dos conflitos dramáticos onde o filme se sobressai.
Todos os anos, a medida que vamos chegando no fim de novembro, somos bombardeados por filmes, episódios especiais e programas natalinos, e com a Marvel não poderia ser diferente. ... Se em 2021 a comemoração foi discreta dentro do seriado do Gavião Arqueiro, em 2022 ela resolve lançar o Especial de Natal dos Guardiões da Galáxia. Nele acompanhamos Drax e Mantis vindo para Terra em busca de Kevin Bacon para dá-lo de presente para Peter Quill (sem que ele saiba). ... Uma trama simples que já vimos e continuamos a ver inúmeras vezes, mas por causa de seu apelo emocional acaba sempre funcionando, principalmente com personagens carismáticos como os Guardiões. ... Ele também se encaixa na nova proposta da produtora de intercalar especiais (como do Lobisomem) entre os filmes para o cinema e os novos seriados, mantendo o interesse do público no cenário e ainda consegue chamar atenção para o futuro terceiro filme do grupo que deve ser sua despedida.
Condomínios fechados vendem a ideia de possibilitar um recorte da realidade, um local de total segurança, mas até que ponto isso corresponde à verdade? ... Em Não se preocupe, Querida conhecemos uma comunidade perfeita, um condomínio no meio do deserto estadunidense composto apenas por jovens casais. Os homens saem todos os dias para trabalhar num projeto secreto chamado Vitória, enquanto suas esposas ficam em casa ou com atividades conjuntas como ballet. ... O que poderia ter de estranho nesse mundo perfeito? Logo começamos a perceber que o passado de cada personagem é nebuloso até para eles e algumas visões e apagões que a protagonista começa a sofrer sugerem que nem tudo é o que parece. ... A ambientação da década de 1950 traz o duplo sentimento incômodo da artificialidade do "American way of life" em um mundo que buscava pelo controle do átomo. Controle este que, na trama, assume contornos metafóricos por meio das coreografias hipnóticas da dança e da rotina. ... Com uma protagonista mulher, o roteiro também explora a loucura como estratégia de controle, a partir do cultivo da dúvida e de acusações de insanidade e histeria nos levando para outro nível de relacionamento abusivo. ... A fotografia ensolarada contribui em ambas as narrativas e traz uma enorme beleza a cada tomada. Mas o grande destaque vai para Florence Pugh, uma jovem atriz que vem chamando atenção a cada nova produção. ... Infelizmente o filme sofreu com os bastidores, imerso em conflitos internos e declarações controversas prejudicaram a imagem. O ato final também deixa alguns buracos problemáticos em algumas viradas pontuais entre os coadjuvantes.
Uma família comum e feliz pode esconder tantas coisas que nem mesmo aqueles que vivem nela sabem sobre tudo. ... Em Paciente Perdido acompanhamos Thomas, um jovem de 19 anos que passou os últimos três anos em coma, único sobreviventes do assassinato de toda sua família que depois de acordar precisa descobrir o que aconteceu enquanto passa pela reabilitação. ... Um suspense psicológico e dramático francês que fica circulando em torno de uma cena de crime sempre inserindo novos elementos por meio de flahsbacks referentes à recomposição das memórias de Thomas. Forma interessante, mas que ganha mais feições a partir da qual as memórias misturam a realidade e conexões que podem não ter acontecido, assim como algumas alucinações. ... A história sobre um crime, mas que consegue ir muito além do básico ao focar na forma como as memórias são criadas e recriadas numa trama recortada como um quebra-cabeças de peças infinitas que mescla não apenas uma mente quebrada, como corpos que precisam ser curados. ... A proposta narrativa consegue surpreender olhares menos atentos com atores competentes, mas se atrapalha na trilha sonora que muitas vezes se estende de forma exagerada e passa a irritar quem assiste o filme, tirando da imersão ao invés de isolá-lo.
Que fã não gostaria de fazer parte de uma aventura em sua história favorita? E o que falar de um escritor que se descobre dentro de uma trama que ele mesmo imaginou tantas vezes? ... Em Cidade Perdida conhecemos Loreta Sage, uma escritora que faz sucesso com romances populares sobre uma arqueóloga que cruza o mundo desvendando mistérios da antiguidade. No entanto, desde a morte do marido ela não sai mais de casa e evita encerrar o vigésimo volume de sua franquia. ... Quando sua editora finalmente consegue fazê-la ir para a turnê de divulgação do último livro, ela é sequestrada por um milionário que acredita na escritora como último recurso para encontrar pistas sobre uma relíquia do passado. Sua agente e o modelo das capas do livro, por sua vez, fazem de tudo para resgatar Loreta. ... É uma aventura bem humorada, no melhor estilo da sessão da tarde, com inspiração declarada em Tudo por uma Esmeralda, mas se atualizando com uma boa inversão nos papéis de gênero. Aqui a escritora não é a típica donzela em perigo, assim como o "príncipe encantado" assume um papel mais cômico e despreparado. Temos direito até a uma referência ao mercenário do filme da década de 1980, numa aparição brevemente e impactante. ... Infelizmente toda a loucura apresentada no início do filme vai perdendo fôlego com repetições de piadas e situações que se mostram bastante desnecessárias, prejudicando o ritmo frenético que acompanhávamos, perdendo o espectador por toda a metade final.
Existe uma realidade que todos vamos quando dormimos, mas que pouco conseguimos nos lembrar. ... Em Terra dos Sonhos acompanhamos a pequena Nemo, filha de um faroleiro que morre numa noite de tempestade, obrigando ela a morar com o tio excêntrico que ela nunca conheceu e vive sozinho na cidade grande. ... Antes de se adapta, logo na primeira noite em sua nova casa, a cama e seu porquinho de pelúcia ganham vida e a levam de volta para o farol onde encontram um antigo parceiro do pai. Este era conhecido apenas pelas histórias que escutava antes de dormir, mas agora se apresenta para juntos entrar numa caça a um mapa do tesouro. ... A trama se divide entre o mundo dos sonhos, onde Nemo passa a noite com aventuras fantásticas em busca de uma pérola que pode realizar desejos, e o dia, em que precisa lidar com o tio e a escola. Um mundo alimentando o outro, nas descobertas, desafios e aprendizados. ... É uma aventura infanto-juvenil de fantasia na qual encontramos vários daqueles temas comuns ao gênero: a criança órfã que precisa se reencontrar num novo mundo; o luto; um adulto que perdeu a conexão com a infância; um parceiro sarcástico e com poderes bizarros. ... Talvez tenha chegado até cedo para o catálogo da Netflix, mas é um perfeito filme para se ver no natal, com personagens e efeitos cativantes, além de um cômico o Jason Momoa como uma espécie de Jack Sparrow com chifres.
Matilda: O Musical
3.6 155 Assista AgoraAlgumas pessoas não deveriam ter filhos, e quando eles vem sem querer, muitas vezes precisam se esforçar para sobreviver em casa.
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O Musical de Matilda nos apresenta uma garotinha inteligente maltratada pelos pais e a diretora da escola que faz uma revolução contra a opressão. Esta produção é inspirada numa peça britânica premiada, que por sua vez tem o livro de Roald Dahl, lançado em 1988, como base, da mesma forma que o filme que conquistou o público na década de 1990.
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Este musical já revela que o tom surreal e o tema do abuso infantil vai ser o centro da narrativa desde sua introdução, colocando médicos e pais cantando sobre o milagre de ter um filho gênio num hospital supercolorido em contraste com os pais da jovem Matilda a renegaram desde antes do nascimento.
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Essa montanha russa, pautada pelos números musicais acompanha todo o roteiro nesta produção infantil, que tem sim muita fantasia, mas também passagens de verdadeiro horror ao mostrar pais negligentes e uma diretora tirânica na escola.
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Esse toque surreal, é encontrado dos pais à escola, mas é na história que Matilda conta para a dona da biblioteca itinerante que a imaginação ganha contornos ainda mais bizarros, no melhor estilo Federico Fellini. Ficção supostamente criada pela protagonista, mas que aos poucos se acaba por se encontrar com a realidade.
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Mas diferente do filme dos anos 90, neste outros personagens ganham desenvolvimento, pois além da Matilda e da diretora; temos a dona da biblioteca móvel, que ouve as histórias da garota e a incentiva a sonhar; bem como a professora que ganha cada vez mais presença ao ver a coragem de sua pupila. Os pais, por sua vez, aparecem pela ausência, em especial a mãe que ignora a filha do início ao fim.
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Todo o elenco é cativante, no entanto, falta algo. Embora as músicas sejam boas, pareceu faltar uma música clímax, todas estão muito bem inseridas na narrativa e ajudam no desenvolvimento de um ou outro elemento e personagem, mas não nenhuma é memorável a ponto de sobreviver além do filme.
As Nadadoras
3.9 91 Assista AgoraÉ comum pensarmos em filmes de esporte como histórias de superação, mas As Nadadoras vai muito além de vencer desafios pessoais, ele nos mostra uma história de sobrevivência e reconstrução.
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Acompanhamos Yusra e Sara Mardini, duas excelentes nadadoras, com potencial olímpico, e que recebiam treinamento do pai desde criança, mas a guerra na Síria aconteceu. Inicialmente ela aparece apenas como manifestações observadas pelas redes sociais e que pouco pareciam afetar a família, mas que foi crescendo (em 2022 ela ainda não terminou).
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E assim, o roteiro se organiza em três grandes capítulos: em 2011 mostrando a vida ainda normal, mas com a violência se intensificando até que em 2015 as irmãs fogem na companhia de um primo; essa segunda etapa do filme é tensa e mostra uma jornada onde é necessário encontrar pessoas em quem confiar, mesmo que tudo diga o contrário; por fim, A necessidade de assumir a nova condição de refugiadas e a adaptação na qual novos desafios e decisões precisam ser tomadas para continuar a vida.
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Divisão bem trabalhada e que contribui para o ritmo da história, no entanto, caminha para a escolha de uma protagonista quase como um funil, de forma a identificarmos com cada vez mais importância uma personagem principal. Abandonando o desenvolvimento de outras narrativas que também tinham potencial.
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E então, por meio de duas personagens reais, temos o recorte de uma das maiores crises sociais e humanitárias no mundo contemporâneo: a imensa onda migratória de pessoas fugindo da violência e da guerra de seus países de origem, para outros que possivelmente possuem alguma culpa no conflito.
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Sem apelar para o melodrama, as irmãs Mardini (que são interpretadas também por irmãs) nos trazem realismo não apenas nos momentos mais críticos, mas naqueles fugazes, olhares que se perdem no horizonte, mas que trazem tristeza, medo e arrependimento.
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Mérito não apenas das atrizes, como também da diretora, claro, e esta ainda nos conduz com sutileza por todo o filme, nos preparando para o futuro com pequenas dicas ao brincar com tipos de tomadas típicas para determinados gêneros como a guerra nas primeiras sequências. Alguns momentos indicando até uma espécie de niilismo com naturalização do conflito, que ocorre até como forma de sobrevivência entre os civis que estão fadados a morte.
Infinito
2.6 165 Assista AgoraA crença na reencarnação é bastante reconfortante, saber que podemos viver muitas vidas, ainda que não lembremos delas, mas e se pudéssemos guardar toda a experiência acumulada em tantas vidas?
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Infinito vai nos mostrar um mundo onde algumas pessoas conseguem lembrar desses passados e com o tempo passaram a se organizar em guildas à favor e contra a humanidade, buscando o controle ou a liberdade.
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Na trama acompanhamos Evan McCauley um homem atormentando pelos vários passados que precisa de remédios para controlar sua suposta esquizofrenia, até que descobre ser um desses reencarnados que precisa evitar o fim do mundo.
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É um filme de ação que encontra vários outros dos últimos trinta anos como perseguições de veículos tunados fazendo manobras impossíveis e lutas coreografadas se afogando em clichês e premissas pouco criativas entre Matrix e Velozes e Furiosos, mas que se perde em narrações saídas de um filme de autoajuda.
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E ainda assim o filme se preocupa em deixar tudo mastigadinho, não importando o quão simples tudo já é. Assim, não se preocupe se você estiver no celular ou sair para pegar um lanche, se perder alguma coisa importante, ela certamente será mencionada outra e outra vez de forma bem didática.
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Para encerrar, nem o elenco ajuda, tirando uns dois ou três atores que pelo menos tem carisma, grande parte não tem ideia do que está fazendo.
Ajin: Demi-Humano
3.4 18Enquanto o ocidente já não aguenta mais tantos filmes baseados em quadrinhos, o Japão assumiu de vez a versão live-action como uma das etapas no fluxo de exploração de suas histórias.
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Em Ajin acompanhamos um adolescente que descobre ser de uma espécie secreta de seres humanos, seres imortais que começaram a ser descobertos recentemente no mundo. Eles morrem por pouco tempo e possuem uma sombra invisível que podem usar para agradar outras pessoas.
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E como tudo que é diferente se transforma num alvo, eles começaram a ser caçados e estudados, sem qualquer ética médica. Como resposta, os semi-humanos começaram a se organizar num grupo terrorista e de auto preservação.
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É um filme de ação com elementos de ficção científica inspirado num mangá de mesmo nome, mas que nessa versão em carne e osso toma liberdades criativas que condensa metade das edições em menos de duas horas de filme.
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A estratégia foi focar quase exclusivamente nos confrontos, enquanto deixa o cenário e os personagens são apresentados por meio dos diálogos expositivos e notícias na TV. Funcional, mas apressado, com soluções que são quase mágicas e sem tempo para desenvolver ninguém.
O Último dos Moicanos
3.8 374 Assista AgoraA América do Norte no século XVIII ainda era um território de conflitos do expansionismo Europeu, apenas nos anos finais que os colonos ingleses ficaram independentes, antes disso ingleses, franceses e espanhóis faziam alianças com os povos originários para garantir suas conquistas.
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Em O Último dos Moicanos acompanhamos Chingachgook, o último chefe da etnia dos Moicanos e seus dois filhos, Uncas e Nathaniel, este último um colono branco adotado. O trio acaba se envolvendo na guerra entre ingleses e franceses que acontece na fronteira onde vivem aliados dos colonos que aceitaram ajudar o exército para proteger suas famílias.
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O filme assume um tom épico desde o início, observado pela grandiosidade em todos os elementos, das sequências de batalha com alto contingente de coadjuvantes e efeito práticos explosivos; à cenografia e caracterização; e até a trilha sonora intensa e emotiva que, não à toa, recebeu várias indicações em premiações.
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Mesmo com tantos anos do lançamento, o filme continua tecnicamente bom, apenas as escolhas pelo melodrama no ato final e o ritmo que prejudicam um pouco. Do primeiro, um romance que beira os folhetins na forma como foi retratado; e isso impacta no ritmo, pois nossa atenção é sempre redirecionada para o casal evidenciado pelo uso da câmera lenta ao exagero ainda que potencialize algumas cenas mais dramáticas.
Reis Magos vs. Papai Noel
2.5 1Não é exclusividade do Papai Noel entregar presentes, várias culturas tem o mesmo tipo de criaturas fantásticas que geralmente são esquecidas.
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Em Reis contra Papai Noel acompanhamos os três reis magos que desde que entregaram ouro, mirra e incenso para o bebê Jesus vem cruzando o mundo dando presentes no fim do ano. Acontece que desde que um certo barbudo de roupa vermelha foi abraçado pelo capitalismo, eles ficaram relegados a, no máximo, um plano B.
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Por causa de uma briga entre algumas dessas entidades, o espírito do Krampus se liberta, sequestra o Papai Noel e enquanto se fortalece fica a cargo dos Três Reis Magos o desafio de reencontrar o velhinho arrogante.
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Uma aventura infantil de natal que ainda reserva certa ironia no roteiro que pode agradar mesmo os adultos com piadas como o esquecimento constante do rei mago do "meio" e o presente que ninguém entendeu para que serve, a inveja dos Reis e um Papai Noel arrogante com o estrelato que conquistou no último século.
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Foi interessante a forma como criaram o mundo mágico, trazendo referencia à entidades de diferentes culturas, com elas compartilhando a magia da virada do ano e o bom aproveitamento das locações da Espanha, com seus castelos e palácios que parecem mesmo ter saído de um dos contos.
O Espião Inglês
3.5 73 Assista AgoraOs melhores espiões não são os que conhecem milhares de formas de torturar alguém, mas aqueles que se passam por uma pessoa qualquer.
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Em O Espião Inglês acompanhamos um pequeno empresário com uma oportunidade de ouro, conquistar clientes em Moscou em pleno auge da Guerra Fria, quando os ânimos estavam tão acirrados que qualquer coisa era motivo para explodir uma bomba nuclear.
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Benedict Cumberbatch já provou seu domínio dramático em diversos filmes, e aqui temos mais uma mostra do seu bom trabalho ao nos trazer um vendedor de meia idade alcoólatra que se diverte com o que faz, principalmente depois de ser recrutado para espionar a temida União Soviética.
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Direção, roteiro e ambientação nos levam diretamente para o início da década de 1960, mas é Cumberbatch que realmente nos convence dos perigos crescentes que enfrenta, nos passando um turbilhão de emoções que acompanha a crescente tensão.
O Monge Desce A Montanha
3.1 27 Assista AgoraEm época de crise, nem os mosteiros mantém os seus monges.
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Em O Monge Desce a Montanha acompanhamos um monge, Anxia, um exímio lutador que foi abandonado pelos pais quando ainda era bebê. Extremamente inocente, só conhece a cidade depois de adulto, quando é adotado por um comerciante. Mas esse é apenas o começo de uma jornada por vários mestres.
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Ambientado na década de 1930, é interessante a forma como trabalha as religiões taoista e budista na base para a construção das tramas e conflitos, deixando essa ligação ora mais obscura, ora mais evidente.
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No entanto, o roteiro é confuso, principalmente por causa da narrativa fragmentada que adota, chegando até a alternar protagonistas. Com personagens e situações caricatas, tenso algo que poderia ser mais fabulesca, mas falha em não assumir completamente esse perfil e a alternância entre o dramalhão e o humor bobo, acaba perdendo o espectador no processo.
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As coreografias teatrais do Kung Fu Wushu de arames também tem um caráter ambíguo, pois contribui num tom ainda mais fantástico onde as lutas se confundem com uma dança. É bonito e hipnótico, mas a insistência em utilizar efeitos digitais ao invés dos práticos fragiliza ainda mais a obra.
O Chapeleiro do Mal
1.1 37 Assista AgoraAlguns filmes assistimos pela curiosidade mórbida do catálogo infinito dos streamings.
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O Chapeleiro do Mal é, antes de tudo, anacrônico, um filme B da década de 1990 feito em 2021, não como referência ou algo do gênero, mas uma produção que reúne todas as cenas e recursos daquela época sem nenhuma vergonha de se levar a sério.
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Assim, depois de uma abertura que se passa numa festa de época onde o uso descontrolado de drogas resulta num incêndio, avançamos no tempo para a aula de um professor universitário que organiza uma expedição para a casa que é supostamente assombrada.
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A partir disso reunimos quatro alunos exemplos de estereótipos de 30 anos fazendo o papel de jovens adultos, trilha sonora irritante, fantasmas aparecendo como alucinação ou no canto escondido pelos cantos.
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Mas sabe o mais bizarro? Ter como uma das principais a brasileira Isadora Cruz que agora faz a protagonista na novela Mar do Sertão!!! Ah, e a participação Michael Berryman, o icônico ator que esteve em Quadrilha de Sádicos de 1977.
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Simplesmente constrangedor.
Veja Como Eles Correm
3.2 59 Assista AgoraÉ muito comum encontrarmos sucessos das mais variadas mídias serem adaptados para os cinemas, mas poucos exploram pela perspectiva de uma ficção metalinguística dos bastidores.
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Em Veja como eles Correm acompanhamos a investigação da morte do diretor que tinha como missão adaptar uma peça de sucesso sobre assassinatos, no melhor estilo Agatha Christie, com todos os suspeitos do fato confrontados num espaço restrito e, pelo menos motivo (segundo o próprio direto protagonista), não são nada menos que chatas e previsíveis.
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O diretor, assassinado nos primeiros momentos do filme, narra a introdução da história que vai se desenrolar com a investigação de sua morte, mas que gera mais e mais mortes com situações que se confundem com as mortes falsas da peça e entre os suspeitos se misturando entre a equipe de teatro.
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Ambientado na Londres da década de 1950, temos uma comédia de mistério que traz alguns dos elementos clássicos nas narrativas de detetive com a contemporânea metralhadora de diálogos intercalados em falas constrangedoras recheado de referências a personalidades da época e a própria peça original que ainda está em cartaz.
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Apesar de toda essa construção e da divertida composição de personagens excêntricos comandados por um detetive e uma policial super empolgada em participar de um crime com os atores que tanto gosta. O filme soa vazio, o elenco sensacional brilha de forma isolada e contrastante, com interpretações muito boas em detrimento de outras que simplesmente são aborrecidas e não convencem.
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A narrativa e estética peculiares brincam com perspectivas e metalinguagem, da divisão da tela que mostra ao mesmo tempo mais de uma reação ou o uso de flashbacks e clichês assim que tal recursos são criticados por um dos personagens. Mas muitas vezes os recursos são apenas visuais e pouco influenciam na forma ou na história.
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Enfim, um triste potencial desperdiçado, onde encontramos pérolas perdidas, mas que não conseguem sustentar o todo
O Caminho dos Mártires
2.7 26 Assista AgoraMuitas vezes os fantasmas que enfrentamos são apenas nossas memórias que não nos deixam viver o presente.
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Em Caminho dos Mártires acompanhamos Leah, uma garotinha solitária que vive com a mãe em depressão por causa de um luto não resolvido, um pai que divide sua responsabilidade cuidando da comunidade religiosa e uma irmã adolescente que sempre pega no seu pé.
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Sem amigos e não muito ligada à família, ela vive numa casa no campo cheia de imagens de anjos e santos (que já ajudam a criar a atmosfera sombria), mas tudo se torna ainda mais aterrorizante quando uma menina vestida de anjo aparece para Leah na floresta.
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É um filme de terror dramático focado numa criança de dez anos, e mesmo trabalhando com suas vivencias e medos, em nenhum momento se torna infantil. Na realidade, ele nos apresenta a percepção que Leah tem do mundo dos adultos sem compreender totalmente os segredos que eles escondem.
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E assim, todas as informações relevantes que são trazidas aos espectadores vêm dos contatos e descobertas da criança, condição que ganha ainda mais força com o deslocamento da camera para a altura dos olhos de Leah.
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Outra estratégia narrativa que contribui em nossa imersão é o uso consciente do som diegético, tudo que ouvimos no filme está no ambiente, dos silêncios na floresta e casa, até o barulho do refeitório, vento durante a noite ou sussurros para Leah.
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E claro, toda essa construção técnica só funciona por causa da jovem atriz, que não parece estar atuando, mas vivendo cada conflito que aparece, com a inocência e os medos naturais para sua idade.
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No entanto, o roteiro ainda se vale de muitos clichês, mesmo que muitas vezes consegue se desviar no último momento, existe um grau de previsibilidade alto e a sequência final acaba sendo prejudicada esteticamente por isso, ainda que narrativamente tenha ocorrido uma escolha interessante.
Emergência
3.5 128 Assista AgoraO racismo se manifesta de diferentes maneiras e a percepção que temos dele também podem variar, mas o resultado é sempre uma violência.
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Em Emergência acompanhamos dois amigos que estão se formando na universidade, para entrar no hall da fama a dupla planeja passar pela maratona das festas das repúblicas, mas algo sai muito errado.
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São basicamente dois amigos negros e um latino que depois de encontrar uma garota loira bêbada e inconsciente na casa deles precisa decidir o que fazer, mas o medo de serem considerados culpados por algo que eles nem sabem os coloca em situações bizarras.
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O filme tem problema em escolher um tom, o tema principal é o racismo, que é tratado com humor e sarcasmo num primeiro momento, mas que vai tomando proporções cada vez mais tensas e dramáticas. Porém, é justamente o humor inicial, e um ou outro momento de piada feita ao longo da história, que quebra o peso dramático que o roteiro pede.
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Assim temos várias situações evidenciando o racismo nos pequenos e grandes momentos cotidianos, a hipocrisia daqueles que abraçam a luta contra o preconceito só para aparecer e "ficar bem" consigo e com o público, mas que continuam reproduzindo; o perigo de ser acusado de crimes e não ter nenhum espaço para dúvida; a violência com que sempre são tratados.
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Enfim, um tema importante, que vem na esteira das manifestações mais recentes do Black Lives Matter, mas que se perde na construção do tom dramático necessário e pretendido.
A Avó
3.0 166 Assista AgoraNossos corpos são máquinas, e como o passar do tempo começam a falhar até o ponto de não termos mais nada o que fazer.
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No filme A Avó acompanhamos Susana, uma modelo fotográfica que precisou se afastar por um tempo para cuidar da avó que sofreu um grave AVC. A convivência que começa pacífica passa a dar sinais estranhos, e logo o que poderia ser apenas um drama deixa pistas que algo sobrenatural possa estar acontecendo.
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É um terror que explora o nosso medo de envelhecer, colocando a todo momento em confronto a inevitável passagem do tempo a qual nossa sociedade nunca está preparada e frequentemente o nega.
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O diretor transita entre na forma como trabalha o horror, alternando de algo mais gráfico, onde permite alguns sustos, com o grotesco ou o psicológico. Sempre remetendo a esse tema do medo do fim, tanto para quem está indo, como para quem fica.
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Mas falta sutileza nas sugestões e logo entendemos onde a história quer nos levar numa espécie de acontecimentos telegrafados. Felizmente o ritmo nos mantém atentos e as atrizes, em especial a brasileira Vera Valdez, nos provoca a sentimentos controversos.
Black Friday
2.1 36 Assista AgoraA Black Friday no Brasil pode ser uma grande enganação, mas no país do hiperconsumo ela realmente é um evento de queima de estoque, tanto que até alienígenas resolvem participar.
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No filme Black Friday acompanhamos os funcionários de uma loja de brinquedos que se preparam para a grande sexta, enquanto consumidores se acumulam do lado de fora da loja como zumbis em busca de produtos que não precisam.
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Só isso já seria uma mistura ambígua e bizarra de céu e inferno, mas ninguém contava com um meteoro caindo na loja e dispersando esporos e criando os clássicos zumbis comedores de cérebros.
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O roteiro até faz um aceno para os temas mais cerebrais que os zumbis sugerem, mas a crítica ao mundo corporativo massacrante e ao consumo desenfreado não passa de uma piscadela.
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A história se resume mesmo à carnificina gore, com personagens exageradamente caricatos que perdem a noção da galhofa enfrentando seres vestidos com fantasias de borracha e gosma.
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Vale ressaltar lembrar a participação de Bruce Campbell, astro de filmes B, como gerente da loja e produtor do filme.
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5/10 (não podia esperar mais)
Pinóquio
4.2 542 Assista AgoraDepois de muito esperar e assistir várias adaptações do menino de madeira que crescia o nariz, finalmente chegou a vez do Pinóquio por Guillermo del Toro.
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Nesta versão conhecemos Carlo, o filho de Gepeto que serviria como base para a criação de sua conhecida obra de madeira, mas ao conhecê-lo também somos capturados por uma angústia de que o mundo perfeito que presenciamos na introdução logo acabaria.
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E assim como somos tomados pelo drama da perda, o luto de um pai, logo o impeto incontrolável de reencontrar o filho transforma o fazedor de bonecos numa espécie de Doutor Frankenstein para em seguida aparecer uma estranha "Fada Azul" e dar vida ao Pinóquio.
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A história se aproxima das fábulas que já conhecemos da Disney ou outras adaptações anteriores, mas com o toque sombrio de Del Toro que nos coloca na Segunda Guerra de Mussolini, com bombas caindo e crianças sendo levadas como soldados.
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Uma releitura que traz as principais passagens à sua maneira num estranho otimismo em relação à aceitação do ciclo natural da vida. Vale ressaltar como o diretor conseguiu trazer fluidez para essa história tão episódica, ainda é possível perceber os miniarcos ao longo do filme, mas com transições muito mais orgânicas.
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A técnica de stopmotion empregada em Pinóquio parece ser tão natural que é estranho não ter acontecido antes, com uma marionete viva ganhando novos contornos a partir de um realismo metalinguístico e poético.
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Guillermo del Toro é um dos diretores mais marcantes da atualidade, deixando marcas evidentes em todas as suas obras, nessa animação não foi diferente, pois do roteiro ao design dos personagens e criaturas, vemos sua mistura única entre a inocência infantil e o sombrio.
Willow: Na Terra da Magia
3.4 225 Assista AgoraNos longínquos anos de 1980 a fantasia era relegada ao segundo escalão de Hollywood, mas mesmo com baixos orçamentos grandes clássicos foram produzidos.
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Willow, (que aqui no Brasil recebeu o subtítulo; Terra da Magia") foi um deles. A história de um jovem agricultor que precisa deixar sua família para proteger um bebê que destinado a salvar o mundo de uma perversa bruxa que domina o mundo.
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Uma aventura infanto-juvenil que se passa num mundo de fantasia bastante inocente, ainda que tenha seu lado sombrio para caracterizar os vilões, e que ainda funciona apesar de todos os efeitos visuais bastante rudimentares com técnicas que estavam entre os primeiros trabalhos da Light and Magic do George Lucas.
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Embora apresente uma trama simples, muitas vezes ela parece atropelada, com mudanças de rumo inesperadas, como se pulasse alguma sequência. E esse problema reflete também nas cenas de batalhas, pois seguem o mesmo ritmo alucinado e bagunçado, neste caso sem atenção para os detalhes na coreografia, ainda que deixe para os espectadores atuais um charme especial oitentista.
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Mas talvez o mais engraçado foi perceber a forma como George Lucas "adaptou" Guerra nas Estrelas para o cenário fantástico misturando com pitadas de Senhor dos Anéis. Assim temos desde um casal formado por uma princesa e um pilantra com uma mãe vilã até o protagonista "pequeno" que depois de sua jornada de heroísmo volta para uma espécie de Condado.
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Ressalto a simplicidade, mas que ainda chama a atenção pelo carisma dos personagens, bem como uma produção mais diversa e que entrega o protagonismo para um ator que geralmente só teria a possibilidade de ser coadjuvante ou figurante.
O Troll da Montanha
2.7 153 Assista AgoraTalvez o correto não é ver para crer, mas precisamos crer para ver.
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Em O Troll da Montanha acompanhamos Nora Tidemann, uma paleontologa convocada pelo governo da Noruega para desvendar o mistério de uma explosão numa mina, por mais absurdo que possa ser, não demora muito para descobrirmos que os lendários gigantes de pedra que paralisam à luz do sol existem se verdade.
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É uma fantasia com ares de catástrofe bastante clichê, nas reações, frases e até no dramalhão ou alívio cômico exagerado. Também temos um ritmo frenético que é imposto logo nos primeiros minutos e se prolonga ao longo do filme com pouquíssimos respiros.
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Diverte, e os efeitos especiais são surpreendentemente muito bons, da para acreditar na maior parte das cenas e elas não são poucas.
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Mas não tem nada que não tenhamos visto em Independence Day, King Kong ou Jurassic Park. Na realidade as referências são tão diretas que mostra como os produtores não tem uma mínima vergonha de terem apenas substituído o gorila gigante, alienígenas ou dinossauros por humanoides de pedra com 40 metros de altura.
Sacrifício
2.7 137O mais bucólico dos lugares pode esconder os piores horrores que imaginamos.
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No filme Sacrifício acompanhando a Dra Tora Hamilton, depois de sofrer um aborto espontâneo, vai morar na Escócia com o marido a fim de encontrar novos ares e adotar um filho.
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Tudo estava se acertando até que ela encontra, no quintal de sua nova casa, o corpo de uma mulher assassinada num suposto ritual. Runas na pele da vítima vão fornecer pistas para que a médica se envolva cada vez mais na investigação, mesmo à contragosto da polícia que só quer encerrar o caso.
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Um filme tenso de suspense no qual o horror que ocorre no pequeno vilarejo aparece desde o início, mas vai ganhando cada vez mais peso e leva a protagonista numa jornada quase solitária onde as mentiras e segredos remontam uma antiga seita local.
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A direção e os atores conduzem muito bem a história que discute a questão da maternidade e os dilemas às alternativas. Além disso, o tom pesado ganha força com a ambientação acinzentada e sem sol do norte da Escócia que captura com perfeição o mal que se esconde nessa tradicional sociedade.
A Pelada
2.5 38elacionamentos são complicados, principalmente com o passar do tempo.
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No filme A Pelada acompanhamos um casal em crise no relacionamento; Caio, que só conta vantagem para os amigos sobre encontros que ele nunca teve; e Sandra, que sempre foi muito tímida, mas tenta salvar o casamento criando algumas fantasias.
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É uma comédia dramática sobre o machismo em todas as interações do dia a dia, nas mentiras, diálogos e até na expectativa de relacionamento ideal. Mas são discursos vazios, vantagens falsas e um festival de constrangimentos que acabam prejudicando ainda mais o relacionamento do casal.
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Os atores estão ok e a direção não deixa aquela sensação irreal que vemos em muitos filmes nacionais mas ao não encontrar o tom da comédia, ela parece forçada e rouba espaço dos conflitos dramáticos onde o filme se sobressai.
Guardiões da Galáxia: Especial de Festas
3.5 169 Assista AgoraTodos os anos, a medida que vamos chegando no fim de novembro, somos bombardeados por filmes, episódios especiais e programas natalinos, e com a Marvel não poderia ser diferente.
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Se em 2021 a comemoração foi discreta dentro do seriado do Gavião Arqueiro, em 2022 ela resolve lançar o Especial de Natal dos Guardiões da Galáxia. Nele acompanhamos Drax e Mantis vindo para Terra em busca de Kevin Bacon para dá-lo de presente para Peter Quill (sem que ele saiba).
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Uma trama simples que já vimos e continuamos a ver inúmeras vezes, mas por causa de seu apelo emocional acaba sempre funcionando, principalmente com personagens carismáticos como os Guardiões.
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Ele também se encaixa na nova proposta da produtora de intercalar especiais (como do Lobisomem) entre os filmes para o cinema e os novos seriados, mantendo o interesse do público no cenário e ainda consegue chamar atenção para o futuro terceiro filme do grupo que deve ser sua despedida.
Não Se Preocupe, Querida
3.3 554 Assista AgoraCondomínios fechados vendem a ideia de possibilitar um recorte da realidade, um local de total segurança, mas até que ponto isso corresponde à verdade?
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Em Não se preocupe, Querida conhecemos uma comunidade perfeita, um condomínio no meio do deserto estadunidense composto apenas por jovens casais. Os homens saem todos os dias para trabalhar num projeto secreto chamado Vitória, enquanto suas esposas ficam em casa ou com atividades conjuntas como ballet.
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O que poderia ter de estranho nesse mundo perfeito? Logo começamos a perceber que o passado de cada personagem é nebuloso até para eles e algumas visões e apagões que a protagonista começa a sofrer sugerem que nem tudo é o que parece.
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A ambientação da década de 1950 traz o duplo sentimento incômodo da artificialidade do "American way of life" em um mundo que buscava pelo controle do átomo. Controle este que, na trama, assume contornos metafóricos por meio das coreografias hipnóticas da dança e da rotina.
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Com uma protagonista mulher, o roteiro também explora a loucura como estratégia de controle, a partir do cultivo da dúvida e de acusações de insanidade e histeria nos levando para outro nível de relacionamento abusivo.
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A fotografia ensolarada contribui em ambas as narrativas e traz uma enorme beleza a cada tomada. Mas o grande destaque vai para Florence Pugh, uma jovem atriz que vem chamando atenção a cada nova produção.
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Infelizmente o filme sofreu com os bastidores, imerso em conflitos internos e declarações controversas prejudicaram a imagem. O ato final também deixa alguns buracos problemáticos em algumas viradas pontuais entre os coadjuvantes.
O Paciente Perdido
2.6 65Uma família comum e feliz pode esconder tantas coisas que nem mesmo aqueles que vivem nela sabem sobre tudo.
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Em Paciente Perdido acompanhamos Thomas, um jovem de 19 anos que passou os últimos três anos em coma, único sobreviventes do assassinato de toda sua família que depois de acordar precisa descobrir o que aconteceu enquanto passa pela reabilitação.
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Um suspense psicológico e dramático francês que fica circulando em torno de uma cena de crime sempre inserindo novos elementos por meio de flahsbacks referentes à recomposição das memórias de Thomas. Forma interessante, mas que ganha mais feições a partir da qual as memórias misturam a realidade e conexões que podem não ter acontecido, assim como algumas alucinações.
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A história sobre um crime, mas que consegue ir muito além do básico ao focar na forma como as memórias são criadas e recriadas numa trama recortada como um quebra-cabeças de peças infinitas que mescla não apenas uma mente quebrada, como corpos que precisam ser curados.
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A proposta narrativa consegue surpreender olhares menos atentos com atores competentes, mas se atrapalha na trilha sonora que muitas vezes se estende de forma exagerada e passa a irritar quem assiste o filme, tirando da imersão ao invés de isolá-lo.
Cidade Perdida
3.0 293 Assista AgoraQue fã não gostaria de fazer parte de uma aventura em sua história favorita? E o que falar de um escritor que se descobre dentro de uma trama que ele mesmo imaginou tantas vezes?
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Em Cidade Perdida conhecemos Loreta Sage, uma escritora que faz sucesso com romances populares sobre uma arqueóloga que cruza o mundo desvendando mistérios da antiguidade. No entanto, desde a morte do marido ela não sai mais de casa e evita encerrar o vigésimo volume de sua franquia.
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Quando sua editora finalmente consegue fazê-la ir para a turnê de divulgação do último livro, ela é sequestrada por um milionário que acredita na escritora como último recurso para encontrar pistas sobre uma relíquia do passado. Sua agente e o modelo das capas do livro, por sua vez, fazem de tudo para resgatar Loreta.
...
É uma aventura bem humorada, no melhor estilo da sessão da tarde, com inspiração declarada em Tudo por uma Esmeralda, mas se atualizando com uma boa inversão nos papéis de gênero. Aqui a escritora não é a típica donzela em perigo, assim como o "príncipe encantado" assume um papel mais cômico e despreparado. Temos direito até a uma referência ao mercenário do filme da década de 1980, numa aparição brevemente e impactante.
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Infelizmente toda a loucura apresentada no início do filme vai perdendo fôlego com repetições de piadas e situações que se mostram bastante desnecessárias, prejudicando o ritmo frenético que acompanhávamos, perdendo o espectador por toda a metade final.
Terra dos Sonhos
3.5 80 Assista AgoraExiste uma realidade que todos vamos quando dormimos, mas que pouco conseguimos nos lembrar.
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Em Terra dos Sonhos acompanhamos a pequena Nemo, filha de um faroleiro que morre numa noite de tempestade, obrigando ela a morar com o tio excêntrico que ela nunca conheceu e vive sozinho na cidade grande.
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Antes de se adapta, logo na primeira noite em sua nova casa, a cama e seu porquinho de pelúcia ganham vida e a levam de volta para o farol onde encontram um antigo parceiro do pai. Este era conhecido apenas pelas histórias que escutava antes de dormir, mas agora se apresenta para juntos entrar numa caça a um mapa do tesouro.
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A trama se divide entre o mundo dos sonhos, onde Nemo passa a noite com aventuras fantásticas em busca de uma pérola que pode realizar desejos, e o dia, em que precisa lidar com o tio e a escola. Um mundo alimentando o outro, nas descobertas, desafios e aprendizados.
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É uma aventura infanto-juvenil de fantasia na qual encontramos vários daqueles temas comuns ao gênero: a criança órfã que precisa se reencontrar num novo mundo; o luto; um adulto que perdeu a conexão com a infância; um parceiro sarcástico e com poderes bizarros.
...
Talvez tenha chegado até cedo para o catálogo da Netflix, mas é um perfeito filme para se ver no natal, com personagens e efeitos cativantes, além de um cômico o Jason Momoa como uma espécie de Jack Sparrow com chifres.