Eu tenho um pouco de medo de falar algo, ou fazer comparações, justamente por ser fã incondicional do primeiro filme, mas vamos lá. A primeira coisa que me pareceu um pouco incômoda, foram as maquiagens, eu já li alguns embates por aqui a respeito disso... sejamos realistas, a maquiagem do filme atual é infinitamente melhor do que a do original, tecnicamente falando... PORÉM, um dos fatores que torna Evil Dead um filme ímpar, é justamente o caráter grotesco do filme, que vai se afirmando em tensão após tensão, nas atuações exageradas, no andamento imediatista que o filme tem e também, na maquiagem, que por ser mal feita, acaba acarretando em uma atmosfera mais bizarra e perturbadora pra estória, o erro técnico acaba sendo o acerto estético. A maquiagem do remake cumpre bem o seu papel considerando que este é um filme atual, e existem questões de identificação e até “modernização” que implicam em tudo isso, mas por outro lado ficou tudo meio "Regan", com as lentes chamativas e tudo mais, incluindo também a atuação da Jane Levy, o que pode ser interpretado como a intenção de dar uma identidade visual própria pro filme ao invés de simplesmente reconstruir a maquiagem do original de maneira atualizada, ou mais provavelmente, uma espécie de menção ou homenagem ao "Exorcista", que é um dos filmes que influenciou a franquia, por que não? Outra coisa que me chamou a atenção foi que, em grande parte das matérias que eu li a respeito do filme, O Fede Alvarez sempre afirmou que não usou CGI, no entanto, ele pode ser detectado em várias cenas, o que também não interfere em nada, na minha opinião - muito pelo contrário - mesmo que a proposta original do filme fosse a de elaborar um remake em condições similares (não confundir com idênticas) as do filme original, na intenção de preservar em parte, a textura visual do original. Concluindo, A Morte do Demônio - 2013, é um EXCELENTE filme de terror, enquanto filme de terror, não deixa nada a desejar e acima de tudo, não decepciona. Para fãs mais exigentes como eu, ficou faltando alguma coisa - enquanto remake de Evil Dead - que eu não sei direito dizer o que é, talvez seja a “falta do Ash”, talvez não, talvez as alterações na mitologia do filme, vai saber. A verdade é que criou-se uma série de particularidades que merecidamente envolvem a produção de 81, e que o torna de fato, um filme insuperável MESMO, eu me arrisco até a dizer que Evil Dead é o filme de terror absoluto, um filme divisor de águas por inúmeros motivos e que conseguiu se transformar em um marco, extraindo originalidade, e atemporalidade da ingênua e inexperiente coragem do Sam Raimi. Como a intenção deste segundo os próprios produtores e o diretor, nunca foi superar o filme original, então tá tudo em casa mesmo.
Acho que fica claro pra todo mundo que, a alusão icônica que "Nina" faz a "Crime e Castigo" do Dostoiévski, como muitos já citaram a baixo, é gritante, quase como se "A" Nina fosse uma versão contemporânea quadrinista do Raskólnikov. Acredito que o que mais chama a atenção no filme, além do quesito referência, é a estética visual e metalinguística que este consegue explorar em uma estória bem executada até certo ponto. A ótima fotografia misturada com a "sujeira" das pequenas animações, também trouxeram para o filme um refinamento exepcional. O único "ponto negativo" do filme, ficou nas atuações vocais, que perderam parte da naturalidade pelo fato de aparentemente as vozes terem sido gravadas em "off set", o que deixou tudo com um aspecto meio plástico, tirando um pouco da potência VOCAL das atuações, o que não chega a ser um "ponto negativo" para as atuações de forma geral. Na totalidade do filme, acho que o Heitor Dhalia acertou em cheio - considerando que paranoia, desolação e coisas referentes a essa temática já foram abordadas algumas várias vezes pelo cinema brasileiro - conseguindo dar um tom original pra estória, explorando uma perspectiva mais sombria e mórbida dos personagens sem cair na repetição pela repetição.
Calma gente, vamos tentar olhar o filme por uma perspectiva um pouco menos exigente como eu costumo sugerir. Fica claro desde o início que não se trata de um filme de terror/horror, e isso já elimina meia tonelada de críticas do tipo não me deu medo, não assustou e coisas do tipo, a proposta do filme é explorar a incapacidade ou impotência do ser humano e as limitações impostas "a" e por si mesmo, é questão de sutileza e um pouco de paciência compreender. O terror real do filme fica incutido justamente na atmosfera sufocante e embaçada que este carrega já que na verdade trata-se muito mais de um suspense psicológico do que de outra coisa, talvez a falta de uns fantasmas ou pessoas deformadas tenham deixado algumas pessoas desapontadas, e é provável que o fato de "tecnicamente" não haver cortes possa gerar um certo desconforto ou estranhamento pra outros, mas eu fico me perguntando se esse não seria ao invés de ruim, um ponto positivo pro filme?! Definitivamente não é um filme fácil e pode ser que seja sim previsível, mas não podemos esperar que todo o suspense despretensioso - como esse - se transforme em um ícone de revolução criativa. Onde foi parar o senso de diversão?
Holocausto Canibal é o tipo de filme que pode te surpreender de diversas formas. Considerando toda a polêmica que gira em torno deste e consequentemente a curiosidade que isso causa nas pessoas, não há como não esperar que também resulte nas mais diversas opiniões, análises e pontos de vista referentes ao filme – superficiais ou não – exclusivamente por conta das extremas formas de violência, da exploração animal e do teor ofensivo, politico/socialmente incorreto que este também carrega (o que hoje, com algumas exceções, são recursos datados pro cinema do gênero). Obviamente não se pode de maneira alguma ignorar a importância e relevância que "HC" teve para o cinema marginal em - dentre outras coisas - suas propriedades metalinguísticas por exemplo, eu devo admitir que descordo completamente do assassinato dos animais no filme, nada justifica isso uma vez que o cinema oferece infinitos recursos disponíveis pra driblar essa infeliz prática, de fato o Deodato se aproveitou muito bem deste quesito pra promover o filme, não que isto amenize este ponto, mas ao contrário do que muitos pensam, "HC" não se trata de empalamentos, mutilações, tripas e violência inconsequentemente generalizada, trata-se de um ensaio estético grotesco sobre a mais íntima natureza humana a respeito da imposição da vontade de um sobre o outro, trata-se de subjugamento, humilhação e sadismo como metáforas da realidade rotineira e camuflada por uma espécie mesquinha de ditadura invisível de autoimposição da "ética moral"; E é Isso que o torna um filme relevante.
Como eu sou fã de slashers e acredito que todo o fã BRASILEIRO de slasher que se preze tem que que por obrigação assistir essa preciosidade, aí vai o link pra baixar a quem interessar.
Tá aí um filme que tinha a faca e o queijo nas mãos, ou seja, todos os elementos que compõem um bom filme, uma produção legal, atuações razoáveis, enredo envolvente e uma certa originalidade levando em consideração a insistência repetitiva de boa parte dos filmes de terror/suspense da atualidade... porém, apesar dos diversos acertos técnicos, a segunda parte se perde em outros vários sentidos, o suspense perde intensidade e o filme cai - em partes - no velho jogo dos sustos forçados se valendo de exageros sono-plásticos.
O final infelizmente só surpreendeu pelo fato de a criança menor (Lilly) ter sido levada, no mais, fica tudo muito na cara desde que o psicólogo descobre os reais motivos por trás da Mama.
No entanto esses pontos não fazem deste um filme necessariamente ruim, mas com certeza transformam o que poderia ser muito bom, em algo somente ok. Deixo claro que pra quem é fã do gênero, vale assistir sim.
Filme classe A, pra botar qualquer aspirante a slasher dos anos 2000 no chinelo, eu admito que as mortes são uma característica impar, justamente pelo cuidado com que parecem ter sido produzidas, o suspense do filme não perde a graça nem quando cai no óbvio, propriedade que poucos filmes da mesma safra conseguem sustentar. Merecia um lugar ao lado de alguns títulos consagrados do gênero e sem dúvida é obrigatório pra fãs de matança criativa e assassinos em série sem rosto.
Ainda fico curioso quando penso como esse filme seria se tivesse sido dirigido pelo Luis Buñuel, mas mesmo tendo sido o único filme em que o Dalton Trumbo atuou como diretor acho pouco provável que pudesse ter sido feito de forma mais genial. Sem dúvida um dos melhores filmes do gênero.
Medianeras é um filme bem legal, com um apelo moderno e muito envolvente, é uma pena que, apesar das qualidades que o filme possui, ele ainda assim acabe caindo no conto do romance previsível em sua segunda metade, o que de certa forma não tira a graciosidade que o filme tem, sem contar a fotografia lindíssima. Vale a pena ver, de preferência com uma pessoa especial ao lado.
O que se pode dizer de um filme tão previsível, mas que surpreendentemente tem um final que vai de um extremo ao outro. É o tipo de trash que dá gosto de ver até o final, se é que existe algum que não dê.
O filme que soube como quase nenhum outro extrair grandiosidade da simplicidade, as metáforas bíblicas e ateístas usadas nos diálogos misturam-se e se perdem entre visões e opiniões pessoais de duas realidades arruinadas pelo cotidiano e pela própria vida. Obra colossal.
o crente louco poderia ter sido facilmente desarmado (figurativamente) pelo Gavin se ele tivesse usado argumentos mais lógicos e menos explosivos ou emotivos baseados na própria bíblia, uma vez que esta é impregnada de contradições grotescas e ele parecia saber muito bem disso.
No geral, apesar da previsibilidade do final, o que de certa forma acaba servindo como uma espécie de armadilha, fazendo com que a gente espere por um desfecho diferente, acho que o filme deu o recado que queria na cena final
Pra falar a verdade eu ainda não consegui me decidir se esse é um filme muito bom ou não, na maioria do tempo fica me parecendo que o Todd Solondz adotou o discurso do Gaspar Noé de "querer mostrar a realidade de maneira mais crua possível" quando na verdade o que se percebe através de tudo isso é que temos sim - a realidade - porém, de um ponto de vista singular e relativamente exagerado dependendo de como funciona a percepção individual de cada expectador. Enfim, é um filme pra se assistir com um cuidado extra, diria que, até com uma certa sensibilidade.
Eu tenho que admitir que comecei a assistir o filme não dando nada, e felizmente me surpreendi. A atuação do protagonista é excepcional, o cara é extremamente convincente em transmitir uma sensação esquisita de agonia e impotência que acaba se misturando com a tensão que permeia toda a segunda parte do filme, a abordagem relativamente original não deixou a desejar independente do aparente orçamento modesto. Merece 4 estrelas dentre outras coisas, pela ousadia.
Não é a toa que este filme foi considerado "A maior obra cinematográfica de seu tempo", não tem como não se curvar diante de uma produção tão aterradoramente fantástica.
Eu costumo escrever um bocado sobre os filmes que valem a pena opinar a respeito seja positiva ou negativamente, mas nesse caso não tem muito o que dizer... só uma coisa. Harvey Keitel. Sem mais!
Ao contrário do que foi dito algumas vezes aqui, o que tornou o filme impar foi justamente o fato de ter sido muito bem executado com pouca grana, tecnicamente o filme não deixou nada a desejar dentro de sua proposta e das suas "limitações", quem já leu ou é fã do quadrinho sabe que a caracterização do personagem central e o modo como a "Mega City One" foi mostrada - sem mencionar o desenvolvimento de forma técnica em geral do filme - deixaram no chinelo o JUDGE DREDD de 1995 com o Stallone, que por sinal é uma produção grande e ainda assim deve ter feito o John Wagner e o Carlos Ezquerra (criadores do personagem) terem morrido de vergonha. Pra um primeiro filme acho que entre os tons esverdeados e sujos conseguiram explorar da melhor forma possível a essência do personagem sem cair no clichê do "bom mocismo descarado". Acredito que é sempre bom olharmos esse tipo de produção sob uma perspectiva mais cuidadosa e menos exigente, sem desconsiderar aspectos que muitas das vezes passam batido.
Sem dúvida, uma obra prima da atualidade. A delicadeza - acompanhada em partes de um humor muito sutil - com que a estória é abordada, sem dúvida é o fator determinante responsável pela atmosfera mágica que envolve o filme, e apesar da aflição solidária que podemos sentir em alguns momentos, as diversas sequencias de carinho e companheirismo entre as duas irmãs conseguem driblar as possíveis más eventualidades que atravessem a vida da nossa pequena heroína, desdobradas em atuações impecáveis e até certo ponto emocionantes. Filme excelente, com nítidas influências de um outro belíssimo filme francês chamado "Ma vie en rose" de 1997, pra quem gostou de Tomboy, recomendo.
É preciso admitir que pra quem é fã do quadrinho, o filme acertou em cheio em alguns aspectos, na escolha do ator (franzino) e na personalidade que deram ao personagem por exemplo, no quadrinho Peter Parker não é o tipo de nerd bonzinho e abestalhado como nos filmes anteriores, ele sempre foi sarcástico, ranzinza e metido a esperto, sem mencionar o fato de ele sempre tirar sarro de tudo, o que o torna até antipático em alguns momentos. Outro ponto que achei interessante foi o uso do dispositivo de teias - inicialmente - como no quadrinho, mais um acerto pro filme. A caracterização do Lagarto é um caso a parte, ficou realmente excelente, souberam fazer com que o vilão não saísse com cara de jacaré velho ou algo parecido... Porém, desconsiderando a estética visual do filme - me desculpem - mas é só. O roteiro é bem, mas bem razoável mesmo, enredo tímido e muito pouco empolgante, infelizmente deixou bastante a desejar, algumas sequencias ficaram muito previsíveis, com aquela cara sem vergonha de romance teen e ERROU FEIO em tentar passar uma mensagem que, de alguma forma substituísse a ideia do "com grandes poderes vem grandes responsabilidades!". Na estória original quem mata o pai da Gwen Stacy e o Dr. Octopus, o que poderia ser um furo de coerência mas isso é até "engolível" considerando que vilão já foi explorado na trilogia anterior e que os diretores parecem ignorar completamente a organização temporal de certos fatos. Talvez tenha faltado uma estória mais bem elaborada, o que não o torna "necessariamente" um filme ruim, dependendo do ponto de vista. Apesar dos pesares, como filme, Spider Man 2 do Raimi ainda é melhor de várias formas, e mesmo não sendo completamente "fiel" no quesito Peter Parker/Mary Jane cronologicamente, ainda possui, uma potencia muito maior do que esse reboot no sentido de explorar a mitologia do herói sob outras possibilidades, então é esperar pra que o Marc Webb capriche mais na sequencia deste e faça os fãs do aranha (assim como eu) um pouco mais felizes.
Substitutos
3.2 578 Assista AgoraAinda não vi o filme, mas a história em quadrinhos é excelente.
A Morte do Demônio
3.2 3,9K Assista AgoraEu tenho um pouco de medo de falar algo, ou fazer comparações, justamente por ser fã incondicional do primeiro filme, mas vamos lá.
A primeira coisa que me pareceu um pouco incômoda, foram as maquiagens, eu já li alguns embates por aqui a respeito disso... sejamos realistas, a maquiagem do filme atual é infinitamente melhor do que a do original, tecnicamente falando... PORÉM, um dos fatores que torna Evil Dead um filme ímpar, é justamente o caráter grotesco do filme, que vai se afirmando em tensão após tensão, nas atuações exageradas, no andamento imediatista que o filme tem e também, na maquiagem, que por ser mal feita, acaba acarretando em uma atmosfera mais bizarra e perturbadora pra estória, o erro técnico acaba sendo o acerto estético. A maquiagem do remake cumpre bem o seu papel considerando que este é um filme atual, e existem questões de identificação e até “modernização” que implicam em tudo isso, mas por outro lado ficou tudo meio "Regan", com as lentes chamativas e tudo mais, incluindo também a atuação da Jane Levy, o que pode ser interpretado como a intenção de dar uma identidade visual própria pro filme ao invés de simplesmente reconstruir a maquiagem do original de maneira atualizada, ou mais provavelmente, uma espécie de menção ou homenagem ao "Exorcista", que é um dos filmes que influenciou a franquia, por que não?
Outra coisa que me chamou a atenção foi que, em grande parte das matérias que eu li a respeito do filme, O Fede Alvarez sempre afirmou que não usou CGI, no entanto, ele pode ser detectado em várias cenas, o que também não interfere em nada, na minha opinião - muito pelo contrário - mesmo que a proposta original do filme fosse a de elaborar um remake em condições similares (não confundir com idênticas) as do filme original, na intenção de preservar em parte, a textura visual do original.
Concluindo, A Morte do Demônio - 2013, é um EXCELENTE filme de terror, enquanto filme de terror, não deixa nada a desejar e acima de tudo, não decepciona. Para fãs mais exigentes como eu, ficou faltando alguma coisa - enquanto remake de Evil Dead - que eu não sei direito dizer o que é, talvez seja a “falta do Ash”, talvez não, talvez as alterações na mitologia do filme, vai saber. A verdade é que criou-se uma série de particularidades que merecidamente envolvem a produção de 81, e que o torna de fato, um filme insuperável MESMO, eu me arrisco até a dizer que Evil Dead é o filme de terror absoluto, um filme divisor de águas por inúmeros motivos e que conseguiu se transformar em um marco, extraindo originalidade, e atemporalidade da ingênua e inexperiente coragem do Sam Raimi. Como a intenção deste segundo os próprios produtores e o diretor, nunca foi superar o filme original, então tá tudo em casa mesmo.
Foi, demais ver o Ash falando, Groovie, na cena final após os créditos.
Minhas Tardes Com Margueritte
4.3 522 Assista AgoraUm filme com metáforas riquissimas dentro de uma estória apaixonante. O filme mais lindo que assisti esse ano.
New Port South: O Colégio Do Medo
3.2 2Eu assisti esse filme no intercine a uns 8 anos atrás, e já vinha procurando pra rever faz um bom tempo, um ótimo filme do gênero "rebelião escolar".
Nina
3.6 354Acho que fica claro pra todo mundo que, a alusão icônica que "Nina" faz a "Crime e Castigo" do Dostoiévski, como muitos já citaram a baixo, é gritante, quase como se "A" Nina fosse uma versão contemporânea quadrinista do Raskólnikov. Acredito que o que mais chama a atenção no filme, além do quesito referência, é a estética visual e metalinguística que este consegue explorar em uma estória bem executada até certo ponto. A ótima fotografia misturada com a "sujeira" das pequenas animações, também trouxeram para o filme um refinamento exepcional. O único "ponto negativo" do filme, ficou nas atuações vocais, que perderam parte da naturalidade pelo fato de aparentemente as vozes terem sido gravadas em "off set", o que deixou tudo com um aspecto meio plástico, tirando um pouco da potência VOCAL das atuações, o que não chega a ser um "ponto negativo" para as atuações de forma geral. Na totalidade do filme, acho que o Heitor Dhalia acertou em cheio - considerando que paranoia, desolação e coisas referentes a essa temática já foram abordadas algumas várias vezes pelo cinema brasileiro - conseguindo dar um tom original pra estória, explorando uma perspectiva mais sombria e mórbida dos personagens sem cair na repetição pela repetição.
A Casa Silenciosa
2.5 718 Assista AgoraCalma gente, vamos tentar olhar o filme por uma perspectiva um pouco menos exigente como eu costumo sugerir. Fica claro desde o início que não se trata de um filme de terror/horror, e isso já elimina meia tonelada de críticas do tipo não me deu medo, não assustou e coisas do tipo, a proposta do filme é explorar a incapacidade ou impotência do ser humano e as limitações impostas "a" e por si mesmo, é questão de sutileza e um pouco de paciência compreender. O terror real do filme fica incutido justamente na atmosfera sufocante e embaçada que este carrega já que na verdade trata-se muito mais de um suspense psicológico do que de outra coisa, talvez a falta de uns fantasmas ou pessoas deformadas tenham deixado algumas pessoas desapontadas, e é provável que o fato de "tecnicamente" não haver cortes possa gerar um certo desconforto ou estranhamento pra outros, mas eu fico me perguntando se esse não seria ao invés de ruim, um ponto positivo pro filme?! Definitivamente não é um filme fácil e pode ser que seja sim previsível, mas não podemos esperar que todo o suspense despretensioso - como esse - se transforme em um ícone de revolução criativa. Onde foi parar o senso de diversão?
Holocausto Canibal
3.1 833Holocausto Canibal é o tipo de filme que pode te surpreender de diversas formas. Considerando toda a polêmica que gira em torno deste e consequentemente a curiosidade que isso causa nas pessoas, não há como não esperar que também resulte nas mais diversas opiniões, análises e pontos de vista referentes ao filme – superficiais ou não – exclusivamente por conta das extremas formas de violência, da exploração animal e do teor ofensivo, politico/socialmente incorreto que este também carrega (o que hoje, com algumas exceções, são recursos datados pro cinema do gênero). Obviamente não se pode de maneira alguma ignorar a importância e relevância que "HC" teve para o cinema marginal em - dentre outras coisas - suas propriedades metalinguísticas por exemplo, eu devo admitir que descordo completamente do assassinato dos animais no filme, nada justifica isso uma vez que o cinema oferece infinitos recursos disponíveis pra driblar essa infeliz prática, de fato o Deodato se aproveitou muito bem deste quesito pra promover o filme, não que isto amenize este ponto, mas ao contrário do que muitos pensam, "HC" não se trata de empalamentos, mutilações, tripas e violência inconsequentemente generalizada, trata-se de um ensaio estético grotesco sobre a mais íntima natureza humana a respeito da imposição da vontade de um sobre o outro, trata-se de subjugamento, humilhação e sadismo como metáforas da realidade rotineira e camuflada por uma espécie mesquinha de ditadura invisível de autoimposição da "ética moral"; E é Isso que o torna um filme relevante.
Shock
3.2 14Como eu sou fã de slashers e acredito que todo o fã BRASILEIRO de slasher que se preze tem que que por obrigação assistir essa preciosidade, aí vai o link pra baixar a quem interessar.
Mama
3.0 2,8K Assista AgoraTá aí um filme que tinha a faca e o queijo nas mãos, ou seja, todos os elementos que compõem um bom filme, uma produção legal, atuações razoáveis, enredo envolvente e uma certa originalidade levando em consideração a insistência repetitiva de boa parte dos filmes de terror/suspense da atualidade... porém, apesar dos diversos acertos técnicos, a segunda parte se perde em outros vários sentidos, o suspense perde intensidade e o filme cai - em partes - no velho jogo dos sustos forçados se valendo de exageros sono-plásticos.
O final infelizmente só surpreendeu pelo fato de a criança menor (Lilly) ter sido levada, no mais, fica tudo muito na cara desde que o psicólogo descobre os reais motivos por trás da Mama.
No entanto esses pontos não fazem deste um filme necessariamente ruim, mas com certeza transformam o que poderia ser muito bom, em algo somente ok.
Deixo claro que pra quem é fã do gênero, vale assistir sim.
Quem Matou Rosemary?
3.2 106Filme classe A, pra botar qualquer aspirante a slasher dos anos 2000 no chinelo, eu admito que as mortes são uma característica impar, justamente pelo cuidado com que parecem ter sido produzidas, o suspense do filme não perde a graça nem quando cai no óbvio, propriedade que poucos filmes da mesma safra conseguem sustentar. Merecia um lugar ao lado de alguns títulos consagrados do gênero e sem dúvida é obrigatório pra fãs de matança criativa e assassinos em série sem rosto.
Johnny Vai à Guerra
4.3 189Ainda fico curioso quando penso como esse filme seria se tivesse sido dirigido pelo Luis Buñuel, mas mesmo tendo sido o único filme em que o Dalton Trumbo atuou como diretor acho pouco provável que pudesse ter sido feito de forma mais genial. Sem dúvida um dos melhores filmes do gênero.
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual
4.3 2,3K Assista AgoraMedianeras é um filme bem legal, com um apelo moderno e muito envolvente, é uma pena que, apesar das qualidades que o filme possui, ele ainda assim acabe caindo no conto do romance previsível em sua segunda metade, o que de certa forma não tira a graciosidade que o filme tem, sem contar a fotografia lindíssima. Vale a pena ver, de preferência com uma pessoa especial ao lado.
Contos da Escuridão
3.4 133Arthur Conan Doyle, George A. Romero e Stephen King envolvidos, precisa dizer mais?
Trash classe A.
Destaque pra gatíssima Debbie Harry que faz uma ponta como bruxa canibal!
O Demônio do Espaço
3.0 30O que se pode dizer de um filme tão previsível, mas que surpreendentemente tem um final que vai de um extremo ao outro. É o tipo de trash que dá gosto de ver até o final, se é que existe algum que não dê.
The Sunset Limited
3.9 157 Assista AgoraO filme que soube como quase nenhum outro extrair grandiosidade da simplicidade, as metáforas bíblicas e ateístas usadas nos diálogos misturam-se e se perdem entre visões e opiniões pessoais de duas realidades arruinadas pelo cotidiano e pela própria vida. Obra colossal.
A Tentação
3.5 361 Assista AgoraUm bom filme, acho que o desenvolvimento de alguns argumentos deixaram a desejar,
o crente louco poderia ter sido facilmente desarmado (figurativamente) pelo Gavin se ele tivesse usado argumentos mais lógicos e menos explosivos ou emotivos baseados na própria bíblia, uma vez que esta é impregnada de contradições grotescas e ele parecia saber muito bem disso.
No geral, apesar da previsibilidade do final, o que de certa forma acaba servindo como uma espécie de armadilha, fazendo com que a gente espere por um desfecho diferente, acho que o filme deu o recado que queria na cena final
quando o policial disse que naquela noite eles não iriam fazer a oração antes do jantar
e isso sim foi inesperado e tornou o filme mais interessante de maneira geral.
Felicidade
4.1 378Pra falar a verdade eu ainda não consegui me decidir se esse é um filme muito bom ou não, na maioria do tempo fica me parecendo que o Todd Solondz adotou o discurso do Gaspar Noé de "querer mostrar a realidade de maneira mais crua possível" quando na verdade o que se percebe através de tudo isso é que temos sim - a realidade - porém, de um ponto de vista singular e relativamente exagerado dependendo de como funciona a percepção individual de cada expectador. Enfim, é um filme pra se assistir com um cuidado extra, diria que, até com uma certa sensibilidade.
O Cérebro
2.8 551 hora, 30 minutos, 23 segundos,
na cena final quem que o cérebro persegue os nossos 2 heróis adolescentes
Citadel
3.0 101Eu tenho que admitir que comecei a assistir o filme não dando nada, e felizmente me surpreendi. A atuação do protagonista é excepcional, o cara é extremamente convincente em transmitir uma sensação esquisita de agonia e impotência que acaba se misturando com a tensão que permeia toda a segunda parte do filme, a abordagem relativamente original não deixou a desejar independente do aparente orçamento modesto. Merece 4 estrelas dentre outras coisas, pela ousadia.
Inferno
4.2 57Não é a toa que este filme foi considerado "A maior obra cinematográfica de seu tempo", não tem como não se curvar diante de uma produção tão aterradoramente fantástica.
Vício Frenético
3.9 124Eu costumo escrever um bocado sobre os filmes que valem a pena opinar a respeito seja positiva ou negativamente, mas nesse caso não tem muito o que dizer... só uma coisa. Harvey Keitel. Sem mais!
Dredd
3.6 1,4K Assista AgoraAo contrário do que foi dito algumas vezes aqui, o que tornou o filme impar foi justamente o fato de ter sido muito bem executado com pouca grana, tecnicamente o filme não deixou nada a desejar dentro de sua proposta e das suas "limitações", quem já leu ou é fã do quadrinho sabe que a caracterização do personagem central e o modo como a "Mega City One" foi mostrada - sem mencionar o desenvolvimento de forma técnica em geral do filme - deixaram no chinelo o JUDGE DREDD de 1995 com o Stallone, que por sinal é uma produção grande e ainda assim deve ter feito o John Wagner e o Carlos Ezquerra (criadores do personagem) terem morrido de vergonha. Pra um primeiro filme acho que entre os tons esverdeados e sujos conseguiram explorar da melhor forma possível a essência do personagem sem cair no clichê do "bom mocismo descarado". Acredito que é sempre bom olharmos esse tipo de produção sob uma perspectiva mais cuidadosa e menos exigente, sem desconsiderar aspectos que muitas das vezes passam batido.
Tomboy
4.2 1,6K Assista AgoraSem dúvida, uma obra prima da atualidade. A delicadeza - acompanhada em partes de um humor muito sutil - com que a estória é abordada, sem dúvida é o fator determinante responsável pela atmosfera mágica que envolve o filme, e apesar da aflição solidária que podemos sentir em alguns momentos, as diversas sequencias de carinho e companheirismo entre as duas irmãs conseguem driblar as possíveis más eventualidades que atravessem a vida da nossa pequena heroína, desdobradas em atuações impecáveis e até certo ponto emocionantes. Filme excelente, com nítidas influências de um outro belíssimo filme francês chamado "Ma vie en rose" de 1997, pra quem gostou de Tomboy, recomendo.
O Espetacular Homem-Aranha
3.4 4,9K Assista AgoraÉ preciso admitir que pra quem é fã do quadrinho, o filme acertou em cheio em alguns aspectos, na escolha do ator (franzino) e na personalidade que deram ao personagem por exemplo, no quadrinho Peter Parker não é o tipo de nerd bonzinho e abestalhado como nos filmes anteriores, ele sempre foi sarcástico, ranzinza e metido a esperto, sem mencionar o fato de ele sempre tirar sarro de tudo, o que o torna até antipático em alguns momentos. Outro ponto que achei interessante foi o uso do dispositivo de teias - inicialmente - como no quadrinho, mais um acerto pro filme. A caracterização do Lagarto é um caso a parte, ficou realmente excelente, souberam fazer com que o vilão não saísse com cara de jacaré velho ou algo parecido... Porém, desconsiderando a estética visual do filme - me desculpem - mas é só. O roteiro é bem, mas bem razoável mesmo, enredo tímido e muito pouco empolgante, infelizmente deixou bastante a desejar, algumas sequencias ficaram muito previsíveis, com aquela cara sem vergonha de romance teen e ERROU FEIO em tentar passar uma mensagem que, de alguma forma substituísse a ideia do "com grandes poderes vem grandes responsabilidades!". Na estória original quem mata o pai da Gwen Stacy e o Dr. Octopus, o que poderia ser um furo de coerência mas isso é até "engolível" considerando que vilão já foi explorado na trilogia anterior e que os diretores parecem ignorar completamente a organização temporal de certos fatos. Talvez tenha faltado uma estória mais bem elaborada, o que não o torna "necessariamente" um filme ruim, dependendo do ponto de vista.
Apesar dos pesares, como filme, Spider Man 2 do Raimi ainda é melhor de várias formas, e mesmo não sendo completamente "fiel" no quesito Peter Parker/Mary Jane cronologicamente, ainda possui, uma potencia muito maior do que esse reboot no sentido de explorar a mitologia do herói sob outras possibilidades, então é esperar pra que o Marc Webb capriche mais na sequencia deste e faça os fãs do aranha (assim como eu) um pouco mais felizes.