Caos genial. Meu filme preferido do Sganzerla (talvez junto a Mulher de Todos), sua genialidade aparece em todos os momentos, em todas as relações, na trilha (do Mingus, se não me engano), em cada pedaço de celuloide marcado pela luz, pelo caos.
Godard experimenta bastante na relação da imagem com o som, daí saem alguns dos melhores momentos do filme. A relação das personagens também é um ponto alto do filme - além do típico insight de Godard sobre o mundo contemporâneo. Mas não sei, senti que faltou algo no filme, apesar de não saber precisar o que. Valeu a pena, e eu recomendaria, mas não me pareceu ser um filme perfeito. (A utilização da câmera lenta, em alguns momentos, é genial; noutros é pura encheção técnica) Um bom Godard, o que me faz feliz, já que possuo uma relação de amor e ódio com ele.
Um dos mais belos filmes da década passada, e também um dos mais densos. É bastante imagético, há comunicação a todo o instante - mas nem sempre através do enredo. Percebi, por exemplo, que em quase todos os planos existem figuras circulares vermelhas: e elas sempre mostram algo. O botão do fliperama, as luzes dos carros, uma roupa para lavar, sinalização de trânsito. Esses detalhes são relevantíssimos; as imagens devem ser vistas como foram concebidas: arte plástica que exprime. Isso se torna visível no momento em que
o grupo de crianças analisa a pintura do balão vermelho, acho que até há uma certa ironia aí: como se os espectadores fossem crianças (o que me lembrou de Dom Casmurro, no qual há um momento semelhante).
É um filme bastante denso, em alguns momentos sofrido, noutros feliz, mas sempre lindo.
Eu não gostei muito do filme... Achei que o roteiro perdeu o foco em diversos momentos; a curva dramática também não está tão bem construída assim... Mas não deixa de ser um filme divertido, o Bradley Cooper surpreende e, bem mais importante: Jennifer Lawrence é incrível.
Ótimo filme! Um noir intrigante, curto, engraçado e crítico. O filme não arrisca muito na fotografia - infelizmente -, mas o roteiro é ótimo. Há uma crítica sutil aos enredos rocambolescos na figura do jornalista, metalinguagem interessantíssima. Como um bom filme noir, as mulheres dominam a cena: em especial Ann Rutherford. Acho que poderia haver mais espaço para a Jane Greer, tornaria o filme algo mais interessante - até porque seus olhos... ah,... seus olhos. Infelizmente o filme não tem reconhecimento algum. Bem, fica a dica, em especial para aqueles que gostam de um roteiro bem amarrado e divertido.
Como assim?, por quê?, não entendi porque a crítica odiou tanto o filme, ele é ótimo! Estava até com receio de vê-lo, mas como é do Ferrara, tinha de conferir: fiz certo. Que beleza! Amei.
Me parece que o final é absolutamente irônico, não? Não há uma construção de personagem que leve a mudança de Kemp. E aquela fala da Lina bem que mostra uma ironia, "vou preparar o café do Jesse" - que está morto e não foi enterrado.
Eu adoro a beleza plástica, mas nesse filme isso me incomodou. Não sei, chamou a atenção demais enquanto tentava explicar uma história. Me parece que a plasticidade serve melhor ou para contemplação ou para expressar má idéia, não para narrar. Enfim, o filme ainda é bom. E é impressionante visualmente, ainda que isso tenha me incomodado.
Kieslowski raramente erra a mão. Sinceramente, mal parece um documentário. Não sei sobre como foi a produção do filme, mas queria saber até que ponto foi "feito de maneira correta (i.e., não intrusiva)", se foi manipulado. Encarei o filme enquanto uma ficção (e não perdi nada com isso). Enfim, para além disso, temos um filme sincero. Me parece ser a característica básica dos filmes poloneses do Kieslowski: uma certa beleza, pequena, sincera, leve. Recomendo a qualquer um (:
Claire Denis não acredita na divisão mente-corpo, esta foi a primeira coisa que percebi ao ver Beau Travail. Os planos mostram os corpos, suas curvas, torneios; força. E isso é, na composição, muito da caracterização psicológica das personagens. Galoup é um personagem complexo, esconde muito, mostra através de pouco. Nada melhor que o rosto irregular, cheio de sulcos, de Denis Lavant para o papel. Um rosto, aqui, não é simplesmente carne e osso, é pensamento, desejo. Muito bom o filme.
Fiquei decepcionada. O filme não é ruim, mas houve burburinho demais. Todos comentaram que Affleck finalmente acertou a mão na direção, mas eu não vi isso. O enredo do filme é ótimo, o roteiro é interessante, mas de direção mesmo? não vi nada de espetacular. Aliás, o filme manteve uma boa representação do Irã no começo, o que me surpreendeu (isso não é típico dos americanos). Mas acho que depois ele dá uma escorregada nesse sentido, algo que também me incomodou. Sei lá, um bom filme, mas não marca nada.
A insanidade das massas, a loucura conjunta. Os olhos de Rohmer se voltam para o passado, com seus quadros-cenários, mas suas mãos estão no digital. A tecnologia de hoje se refere ao ontem, mas fala do hoje. Não, não se trata de depreciar a Revolução Francesa, não. É o hoje que ele mostra. Pode-se concordar com a visão de Rohmer, pode-se discordar dela, mas A Inglesa e o Duque permanece; é arte.
Tecnicamente é um filme perfeito, é assombroso, é incrível. Mas o roteiro... gente, que roteiro mais fraco, e que atuações mortas (menos Tatyana Samojlova como Veronika, que parece uma mulher viva mesmo quando a personagem não o é). Os melhores momentos do filme são de tirar o fôlego, e comunicam muito, não são apenas inovações técnicas. Pena que o roteiro do filme não sustenta isso, e acaba caindo nas personagens rasas e em momentos absolutamente desnecessários. Aliás, outro problema: a sequência das cenas eram bizarramente previsíveis, no sentido de que era fácil prever para que lado o filme queria te influenciar. Tenho muito interesse em ver outros filmes do Kalatozov, afinal, o filme é deslumbrante, apesar de suas falhas.
Fui ver o filme com grandes expectativas. Quando o Haneke está inspirado ele sabe mesmo fazer um filme (por ex. Caché, Prof. de Piano, etc.). Mas Amor... Não sei, decepcionou. Tem grandes momentos, claro, mas no todo me pareceu ser apenas "o novo filme do Haneke", não um grande filme. prontofalei.
Oliveira, Oliveira, infelizmente mais famoso pela idade do que pela obra.
Inquietude não é uma obra maior do Oliveira, mas ainda assim é interessante; tem seus altos e baixos (como não rir no primeiro curta?), suas belezas - nenhuma feiura (ou, se houver, é para rir: já não é mais feio). Recomendo.
Aqui estamos diante de um filme sutil, em cada pedaço de sua construção. Nada é por acaso, nem mesmo as cenas de sexo (aliás, percebam a belíssima capa do filme, o quanto ela evoca da paixão: tapa os olhos e os ouvidos, só resta a boca para falar).
O que vale: a música do Caetano, o relacionamento de Sally com seu chefe, um ou outro plano interessante. O que faz o filme perder a força: pouca incursão psicológica, mas, principalmente, o fato de ser falso. Não o diretor, nem as pessoas, mas a estética utilizada, a tentativa de mostrar algo que não é. Forçar a barra.
O Signo do Caos
3.8 34Caos genial.
Meu filme preferido do Sganzerla (talvez junto a Mulher de Todos), sua genialidade aparece em todos os momentos, em todas as relações, na trilha (do Mingus, se não me engano),
em cada pedaço de celuloide marcado pela luz, pelo caos.
Salve-se Quem Puder (A Vida)
3.4 20Godard experimenta bastante na relação da imagem com o som, daí saem alguns dos melhores momentos do filme. A relação das personagens também é um ponto alto do filme - além do típico insight de Godard sobre o mundo contemporâneo.
Mas não sei, senti que faltou algo no filme, apesar de não saber precisar o que. Valeu a pena, e eu recomendaria, mas não me pareceu ser um filme perfeito.
(A utilização da câmera lenta, em alguns momentos, é genial; noutros é pura encheção técnica)
Um bom Godard, o que me faz feliz, já que possuo uma relação de amor e ódio com ele.
O Diabo Disse Não
3.8 37Genial. A ironia em seu ápice.
A Viagem do Balão Vermelho
3.6 21Um dos mais belos filmes da década passada, e também um dos mais densos.
É bastante imagético, há comunicação a todo o instante - mas nem sempre através do enredo. Percebi, por exemplo, que em quase todos os planos existem figuras circulares vermelhas: e elas sempre mostram algo. O botão do fliperama, as luzes dos carros, uma roupa para lavar, sinalização de trânsito. Esses detalhes são relevantíssimos; as imagens devem ser vistas como foram concebidas: arte plástica que exprime. Isso se torna visível no momento em que
o grupo de crianças analisa a pintura do balão vermelho, acho que até há uma certa ironia aí: como se os espectadores fossem crianças (o que me lembrou de Dom Casmurro, no qual há um momento semelhante).
É um filme bastante denso, em alguns momentos sofrido, noutros feliz, mas sempre lindo.
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraEu não gostei muito do filme... Achei que o roteiro perdeu o foco em diversos momentos; a curva dramática também não está tão bem construída assim...
Mas não deixa de ser um filme divertido, o Bradley Cooper surpreende e, bem mais importante: Jennifer Lawrence é incrível.
Bang Bang
3.9 48A dançarina, leve, sobre os prédios, sobre a cidade: linda, linda, linda.
Two O'clock Courage
4.2 3Ótimo filme!
Um noir intrigante, curto, engraçado e crítico.
O filme não arrisca muito na fotografia - infelizmente -, mas o roteiro é ótimo. Há uma crítica sutil aos enredos rocambolescos na figura do jornalista, metalinguagem interessantíssima. Como um bom filme noir, as mulheres dominam a cena: em especial Ann Rutherford.
Acho que poderia haver mais espaço para a Jane Greer, tornaria o filme algo mais interessante - até porque seus olhos... ah,... seus olhos.
Infelizmente o filme não tem reconhecimento algum. Bem, fica a dica, em especial para aqueles que gostam de um roteiro bem amarrado e divertido.
4:44: O Fim Do Mundo
2.6 99 Assista AgoraComo assim?, por quê?, não entendi porque a crítica odiou tanto o filme, ele é ótimo!
Estava até com receio de vê-lo, mas como é do Ferrara, tinha de conferir: fiz certo.
Que beleza!
Amei.
O Preço de um Homem
3.9 27Me parece que o final é absolutamente irônico, não?
Não há uma construção de personagem que leve a mudança de Kemp. E aquela fala da Lina bem que mostra uma ironia, "vou preparar o café do Jesse" - que está morto e não foi enterrado.
As Três Coroas do Marinheiro
3.9 7Eu adoro a beleza plástica, mas nesse filme isso me incomodou. Não sei, chamou a atenção demais enquanto tentava explicar uma história. Me parece que a plasticidade serve melhor ou para contemplação ou para expressar má idéia, não para narrar. Enfim, o filme ainda é bom. E é impressionante visualmente, ainda que isso tenha me incomodado.
Primeiro Amor
3.8 2Kieslowski raramente erra a mão.
Sinceramente, mal parece um documentário. Não sei sobre como foi a produção do filme, mas queria saber até que ponto foi "feito de maneira correta (i.e., não intrusiva)", se foi manipulado. Encarei o filme enquanto uma ficção (e não perdi nada com isso).
Enfim, para além disso, temos um filme sincero. Me parece ser a característica básica dos filmes poloneses do Kieslowski: uma certa beleza, pequena, sincera, leve.
Recomendo a qualquer um (:
Bom Trabalho
3.8 76 Assista AgoraClaire Denis não acredita na divisão mente-corpo, esta foi a primeira coisa que percebi ao ver Beau Travail. Os planos mostram os corpos, suas curvas, torneios; força. E isso é, na composição, muito da caracterização psicológica das personagens.
Galoup é um personagem complexo, esconde muito, mostra através de pouco. Nada melhor que o rosto irregular, cheio de sulcos, de Denis Lavant para o papel. Um rosto, aqui, não é simplesmente carne e osso, é pensamento, desejo.
Muito bom o filme.
Argo
3.9 2,5KFiquei decepcionada.
O filme não é ruim, mas houve burburinho demais. Todos comentaram que Affleck finalmente acertou a mão na direção, mas eu não vi isso. O enredo do filme é ótimo, o roteiro é interessante, mas de direção mesmo? não vi nada de espetacular.
Aliás, o filme manteve uma boa representação do Irã no começo, o que me surpreendeu (isso não é típico dos americanos). Mas acho que depois ele dá uma escorregada nesse sentido, algo que também me incomodou.
Sei lá, um bom filme, mas não marca nada.
A Inglesa e o Duque
3.6 14A insanidade das massas, a loucura conjunta. Os olhos de Rohmer se voltam para o passado, com seus quadros-cenários, mas suas mãos estão no digital. A tecnologia de hoje se refere ao ontem, mas fala do hoje.
Não, não se trata de depreciar a Revolução Francesa, não. É o hoje que ele mostra.
Pode-se concordar com a visão de Rohmer, pode-se discordar dela, mas A Inglesa e o Duque permanece; é arte.
Kwaidan: As Quatro Faces do Medo
4.2 74O domínio do Kobayashi sobre cada plano é algo absurdo.
Quando Voam as Cegonhas
4.3 72Tecnicamente é um filme perfeito, é assombroso, é incrível.
Mas o roteiro... gente, que roteiro mais fraco, e que atuações mortas (menos Tatyana Samojlova como Veronika, que parece uma mulher viva mesmo quando a personagem não o é).
Os melhores momentos do filme são de tirar o fôlego, e comunicam muito, não são apenas inovações técnicas. Pena que o roteiro do filme não sustenta isso, e acaba caindo nas personagens rasas e em momentos absolutamente desnecessários. Aliás, outro problema: a sequência das cenas eram bizarramente previsíveis, no sentido de que era fácil prever para que lado o filme queria te influenciar.
Tenho muito interesse em ver outros filmes do Kalatozov, afinal, o filme é deslumbrante, apesar de suas falhas.
(Gente, que final terriveeeeel! Entendo que a censura devia ser forte na época ainda, mas socorroooo)
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraFui ver o filme com grandes expectativas. Quando o Haneke está inspirado ele sabe mesmo fazer um filme (por ex. Caché, Prof. de Piano, etc.).
Mas Amor... Não sei, decepcionou. Tem grandes momentos, claro, mas no todo me pareceu ser apenas "o novo filme do Haneke", não um grande filme.
prontofalei.
Um Alguém Apaixonado
3.6 117 Assista AgoraÉ um enígma, não sei dar uma nota ao filme. Mas ele retorna com frequência a minha mente.
Deus Existe
3.5 22Tim Chey é meu diretor ruim preferido. Sempre me impressiono com seus péssimos roteiros.
Enfim, acho que vale colocar o nome dele aí como diretor.
Inquietude
4.0 2Oliveira, Oliveira, infelizmente mais famoso pela idade do que pela obra.
Inquietude não é uma obra maior do Oliveira, mas ainda assim é interessante; tem seus altos e baixos (como não rir no primeiro curta?), suas belezas - nenhuma feiura (ou, se houver, é para rir: já não é mais feio). Recomendo.
Verdades e Mentiras
4.2 69Incrível.
Os Deuses Malditos
4.2 33Sem palavras. Visconti me emociona, sempre.
Perdas e Danos
3.4 288 Assista AgoraAqui estamos diante de um filme sutil, em cada pedaço de sua construção. Nada é por acaso, nem mesmo as cenas de sexo (aliás, percebam a belíssima capa do filme, o quanto ela evoca da paixão: tapa os olhos e os ouvidos, só resta a boca para falar).
Bonequinhas de Papel
3.9 2O que vale: a música do Caetano, o relacionamento de Sally com seu chefe, um ou outro plano interessante.
O que faz o filme perder a força: pouca incursão psicológica, mas, principalmente, o fato de ser falso. Não o diretor, nem as pessoas, mas a estética utilizada, a tentativa de mostrar algo que não é. Forçar a barra.