"Não é uma epopeia, seria muito formal para um longa brasileiro, dá mais para uma história de vida, daquelas sofridas, que todo brasileiro teve e gosta de rever".
2 Filhos de Francisco - A História de Zezé di Camargo & Luciano é um filme brasileiro, e é muito bom. Ele não pode ser totalmente generalizado como uma boa biografia, mas também como um excelente drama (nós brasileiros somos bons em dramas, num sei por que). É uma mistura bem-elaborada de bom roteiro e bons atores. Todos já conhecidos antes pelo povo brasileiro (mas não sabidos do Dom verdadeiro de todos eles). O roteiro não é escrito mais sim levado pelas ótimas atuações do elenco. São tão naturais, serenas, meigas e bem brasileiras. Ainda com novatismo, Breno Silveira dirige com mistura de gêneros: comédia (nas cenas alegres, são pouquíssimas, mais dão leveza ao enredo), drama (são muitas cenas, na maioria muito pesadas, com força em fala e face), romance (o romance dificil, sofrido, á moda italiana), nenhuma ação nenhum terror, é só mesmo cinema brasileiro. Mais é bom falar do que é bom, é merecido, o filme 2 Filhos de Francisco - A História de Zezé di Camargo & Luciano tem merecimento de seu sucesso.
O filme é rodado em cenas prontas, filmadas e ensaiadas (estilo novelesco), para não errar. Há poucas improvisações, por parte de Ângelo Antônio (no papel de Francisco José de Camargo) todas as improvisações são ótimas, bem feitas e muito bem dialogadas. Por parte de Dira Paes (papel de Helena Siqueira de Camargo), a princesinha do cinema brasileiro, ela é resumida em fantástica. Há cada cena o impacto de uma vida sofrida e vencida é passada para o expectador. O diálogo é bem desenvolvido, prontinho na fala dos mais novos Dablio Moreira (Mirosmar jovem) e Marcos Henrique (Emival - este perde uma importância significativa depois de sua morte fatal). Os dois (Dablio e Marcos) dão um show que muitos atores adultos tremeriam antes das filmagens. Eles cantam (na cena mesmo) divinamente, quase o mesmo timbre de voz dos legítimos cantores aqui encenados. O resto do filme, deixa-se rolar.
A passagem de Mirosmar (Zezé) jovem para adulto é de um gosto sublime. É diferente vermos bons usos de câmera e continuação num filme brasileiro, e quando se vê, nossa, que surpresa. Apartir daí, depois de todo um drama pesado (a cena em que Helena recebe seu filho Emival em um caixão é um esforço mental terrível), o filme segui a trilha da batalha. A essência do brasileiro entra em cena, 'brasileiro desiste nunca'. E vai seguindo. Anos a anos Mirosmar (agora Zezé) compõe, mais ainda não acerta na medida. Quando acerta na música perfeita, o sucesso é iminente.
A fotografia é perfeita. É alongada, permite o expectador olhar de soslaio aberturas ou imperfeições na imagem ou nos personagens (esse uso de fotografia é usada do meio do filme para o final; no começo a imagem era cortada em certas cenas, para provocar desformidade e dificuldade de visualisação, provocar transtorno nos expectadores). Sendo uma produção tão esforçada, Breno abusa do drama do filme e escurece as cenas gradativamente (o sucesso vem) e depois clarea provocando luxúria e louvor. Contraí as extremidades da imagem e concede descanso ao expectador. Manera também na maquiagem. Montagem? Que montagem. Como disse, puro naturalismo. Esse segmento deixa o longa, como se percebe, atroz, mais belo.
Terminando, finalizo descrevendo o cinema brasileiro em base com outros e este sucesso. É evidente que os brasileiros adoram o gosto dramático, levado para a comédia romântica. Aqui neste filme temos tudo que agrada-os. Como em Central do Brasil e em Cidade de Deus, a graça e a magia se concretiza em rabiscos e imperfeições que por terminam á deixá-lo atraente e do jeitinho bem brasileiro. É gozado que até no cinema o brasileiro tem seu jeito, meio que acanhado. Mais é bem especial como o brasileiro segue um gosto tão odiado por todo o resto do mundo: o bandidismo comediante.
O filme inaugura os muitos filmes de animação que mexe com o espectador, que o faz refletir, filosoficamente, sobre questões socias e antrológicas. Temos o prazer de ter O Estranho Mundo de Jack como uma lição de vida. É estranho pensar, não?
Não vejo Coraline como uma obra de arte da animação. Ela tem sim,, seus aspectos fantasiosos, empíricos; mas perde o rumo na construção sonora, incompatível com a imagem desenhista.
Uma comédia deliciosa, e tipicamente americana. E não erra quando cria situações engraçadas, curiosas para a vida 'real'. Sobressaí entre tantas outras comédias bobas, pornográficas, e de tantas, inomináveis.
Um filme que aproxima o espectador das personagens, cria o climão (ora, ora, ora Tarantino) e transmite, na sequência final, terror e suspense num nível elevado. Digo mais: só acontecerá isso se você assistir sozinho, no quarto e sem pipoca, porque a atenção é imprescindível. Nos tornamos parte das personagens...
É um filme estranho, na sua formação, poderia ter surpreendido se tivesse exigido mais atuação e menos corpo. O roteiro, interessante. Mas é sexy, e é isso que importa, para o público que quer atingir.
É uma obra deliciosa, alegre e tremendamente corajosa: tratar de assuntos nem tão fáceis para a época, como a prostituição. Talvez a película argumente alguns pontos marcantes, imagens lembráveis, diálogos emocionantes e construtivos na imagem de um clássico que tenta impor, pela glamourosa Audrey Hepburn, um grande filme. Ele o é, em parte, contudo, não passa mesmo de um filme 1961 que conta com grandes atuações e uma fotografia excelente.
A coragem e a insanidade do diretor Stanley Krubick adaptada da obra de Anthony Burgess: Laranja Mecânica é o que o espectador queria ver.
O diretor Stanley Krubick obteve da obra de Burgess o exotismo apreendido e o horror superestimado da sintonia macabra e da métrica horripilante da ultra-violência. Na tela, as cenas tomam forma de gibi; um gibi negro. A combinação de teatro frânces do século XIX, arrogância e o ironismo, a masculinidade afeminada, a retomada do cinemão italiano virtual e a reprodução alfrediana de Hitchcock fazem parte da técnica de Stanley. A forma realmente impressiona, é surpreendente o uso igualável de cores, de sintonias que marcam e entristessem o ambiente futurístico. A sonoridade é rica em composição; a trilha combina maestralmente com o roteiro perspicaz. Laranja Mecânica é o futuro do cinema em sua melhor forma.
"O Resgate, na minha opinião, é um dos poucos filmes que se coloca em vários gêneros e que chega o mais perto de uma obra-prima".
Um ponto (talvez secundário) na obra é que trata a forma documental com teor primário; a concentração máxima vai encontro com as técnicas precisas de Guerra e Drama. São sinuosas as cenas que podem ser direcionadas ao documentativo, são esses acontecimentos que propõem ao expectador a informação absurda da história. Todavia, a análise seguinte da obra irá identificar aspectos da produção e do roteiro e provará a originalidade da obra enquanto dramático/guerra, gêneros esses que discutem com importante concedimento o gosto e a primorosa obra O Resgate do Soldado Ryan.
O Resgate (resumo de O Resgate do Soldado Ryan) é um filme ótimo. Poderia ser resumido assim, com essa mínima palavra. Mais é mais que justo levantar pontos que advinham sua supremacia no gênero Guerra/Drama. O Resgate é um mixto de vários gêneros, misturados e interligados uns á outros. Essa mistura que fez do filme (em seu próprio benefício) sorrateiramente rápido, e há cada cena, meigo, e terrivelmente atroz. É muito próprio do gênero filmes conterem sangue, tiros, muita fumaça e muitos gritos. Mais a direção de O Resgate é de nada mais nada menos que Steven Spielberg (esse breve nome diz toda a força e toda uma diferença que o filme terá e tem, nas mãos do gênio Spielberg). O filme ganha força há cada momento, há cada desespero.
O Resgate vai do surto dramático á ação rápida e longa. Ele primeiro começa com uma sequência (digna da palavra: Fantástica) surpreendentemente longa e calada (em sua maioria). Mostra a entrada de soldados na praia de Omaha: o desespero é evidente na cena, nos rostos dos soldados ante o desembarque na praia. Spielberg não perdoa o expectador: mostra muito vômito, muita corrida (na praia, no momento do desembarque dos soldados, a câmera perde o controle, os soldados correm, a câmera fica errante, tiros perpassam, e o desespero e a eloquência se torna evidente na primeira grande sequência do filme), muito sangue na água da praia a ponto dela ficar totalmente vermelha (não perde de mostrar que o sangue é dos próprios soldados), pouca troca de diálogo, mais em compensação muito olhar inteligente e uma comunicação (exímia, primeiramente) codificada. A sequência dura aproximadamente trinta minutos. A parada seguinte é de arrepiar: uma visão do campo conquistada (cor marrom e montagem esfumaçada; aliás, conquista os Oscars de Melhor Montagem e Melhor Fotografia por isso e muito mais), e aterro dos soldados também conquistados (quase todos eles são mortos: nada de crueldade, afinal, o filme é americano, os soldados são americanos; podemos dizer, Justiça).
Todas as cenas são seguidas por uma trilha contrária á própria cena, uma missigenação da cor e do som. É saborosamente metálica mais aguda (os tiros que passam há toda hora pelas nucas dos soldados dá arrepios). A fatura: Melhor Som e Melhores Efeitos Sonoros. Mais que justo. Outra coisa, a Arte é excelente, altamente azulada e amarronzada, distribuí por toda tela uma gigantesca formação e (no caso da salas de cinema) um encantamento por parte da sintonia que existe entre a Arte, o Som e o Elenco (perfeito). Sabiamente, Spielberg deixa claro em imagem e som que O Resgate não veio para aparecer e sumir. O famoso 'encantamento dos poucos anos'. Ele (O Resgate) tem tanta força, tanto drama e tanta ação (tudo muito junto) que transforma aquele gênero desgraçado por muitos outros diretores em uma obra máxima da satisfação e do atributo á uma crítica lisonjeira (poderia outro a não ser Spielberg?). Não é menos por isso que recebe a estatueta de Melhor Direção (é o segundo de Spielberg entre seis outras indicações). Pela obra, O Resgate ganha outro Oscar: Melhor Fotografia (saborosamente escura e aberta). E indicações por: Melhor Filme (é uma pena não ter ganho, perde pelo fraco Shakespeare Apaixonado), Melhor Ator (uma injustiça gigantesca contra Tom Hanks, o indicado; Roberto Benigni ganha por A Vida é Bela), Melhor Roteiro Original, Melhor Maquiagem, Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora - Drama. Onze indicações (poderia igualar-se á outras obra geniosas Titanic e o O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei), das onze leva cinco.
Isso ainda, não poderia obter o total êxito da obra. O elenco também colabora magnificamente. Os coadjuvantes não são menos que o protagonista Hanks. Vin Diesel, Edward Burns, Tom Sizemore (participativo em vários outros de guerra), Mat Damon e muitos outros. Os figurantes completam também o elenco (passam por eles rapidamente, afinal, é um filme de guerra, alguém tem que morrer).
O Resgate tem um final ótimo: a morte romantizada (digo até americanizada) do Capitão John H. Miller (Tom). Não poderia ser mais perfeito. O título é bastante comprometedor. 'O Resgate'. Poderia até mesmo ser, a busca, o desvaneio, e como alguns soldados dizem: um suícidio. Mais é muito lindo. O romance pregnado no roteiro e a direção controlada, que não deixa nem fio escapar. Lágrimas são correntes em cada cena de morte, que passam de forma cruel em cenas cruéis. Os campos de batalha, lindamente desenvolvidos, são escuros, nevoados e recheados de armadilhas para o expectador. São várias as cenas de drama pesado, dos enterros aos massacres. Das problemáticas decisões aos interessantes desvendamentos dos soldados enquanto viajam. Das brigas ás apostas. Roteiro: explêndido.
Por fim, O Resgate abre sucessos e suporta uma obra e um gênero tão intenso e tão predileto por admirados que não deixa nada a desejar. É lindo o filme, eu recomendo. É a beleza do cinema (novamente) nas mãos de 'romancista' Steven Spielberg. E a forma usada (exclusivamente neste) é de encantar e mostrar uma pequena parte que seja do horror da guerra, com pontas de ação, aventura, muito drama e um romance que está sempre presente; esta é a forma, este é o absurdo do cinema de nos levar á uma realidade fantasiosa.
"É mais que uma excelente interpretação, é muito mais que uma ótima direção, Forrest Gump é uma lição juvenil".
Forrest Gump - O Contador de Histórias é mais que uma epopeia de um homem, é uma história de vida que traduz a essência do home tanto em seus desejos como em seus mais íntimos sonhos.
Forrest Gump (Tom Hanks, sem palavras) é um homem-menino tímido. Ele é bom (a poesia começa por aí), carismático e o melhor, adora falar. A cena marcante do filme (fora outras como a da rebelião na praça central de Washintong ao lado de revoltosos) é em que ele estar sentado num banco, á espera de um ônibus (foto pricipal da capa principal do dvd como se vê). Sentado lá por horas, olhando e pensando (seu QI é baixíssimo, mais o enredo não o trata como um retardado) ele encontra pessoas que também esperam algo (no caso deles o ônibus). Nesse meio tempo de espera, ele conversa timidamente com cada pessoa que se atreve a sentar-se. Conta sua vida. Suas vivências inacreditáveis. O pessoal duvida muito dele, mais o escutam. O filme começa daí, sentado num banco da parada de ônibus, Forrest Gump conta sua magnífica história de vida, sua comédia, seu drama, sua belíssima história de amor.
A direção (Robert Zemeckis) nem por um segundo trata o filme como biográfico (afinal, ele não o é), a técnica usada por Zemeckis é de fotografia clara e comediante, uma montagem gigante e pitoresca, um som agudo e carismático (uso da pessoalidade), a maquiagem fraca e natural (numa maioria), efeitos visuais íncriveis (mais nada exagerados, o ponto forte do filme aliás, é a naturalidade, o modo como ele é levado), a arte primorosa segue á época com digna parciabilidade. Zemeckis voa alto, com imaginação e criatividade de como levar uma estória (e um enredo) tão grandioso e diversificado sem torná-lo chato e inexperiente (tanto para a direção como para o elenco). O tipo de enredo já executado por Zemeckis no sucesso juvenil De Volta para o Futuro é recolocado em Forrest Gump, vê-se semelhança tanto na fotografia como na comédia (uma comédia infantil, pode-se até dizer ingênua). A sequência de Zemeckis é rápida (até demais, poderia tornar o filme curto, mais o roteiro longo esticou o tempo entre a adolescência e a vida adulta de Gump), e a continuação é observadora, sem reter qualquer sentimento ou ideia da cena anterior (faz-se o expectador pensar e refletir sobre o enredo). Zemeckis soube (não acredito que nenhum outro diretor poderia aproveitar tão bem o roteiro, apesar de ser dramático-comediante, Spielberg passaria longe, afinal, no ano anterior realizara dois grandes sucessos: sua obra-prima A Lista de Schindler e o sucesso na Montagem Jurassic Park - Parque dos Dinossauros) aproveitar o roteiro como ninguém, a satisfação com que o expectador saía das salas de cinema é de bolar de rir (e de chorar também, um drama básico habita esse roteiro extrovertido).
O roteiro (Eric Roth, roteiro e Winston Groom, romance, é belíssimo, como já disse, bastante infantil, mais adulto o bastante para provocar lágrimas e agonia). A estória é tão interessante que a vontade que temos é de continuar assistindo em casa quando chegarmos (como se fosse uma série americana). Mais parece muito com uma série. É tão doce a atuação de Hanks que a vontade de assistir de novo e de novo é duvidosa, mais compreensiva. É uma excelente adaptação do romance de Winston Groom, a grandeza da obra e a pessoalidade que ela passa ao leitor é ótima. Roteirizada por Eric Roth, a estória ganha mais humanidade e uma perseverança (como se vê nas cenas) que encerra a estruturação e estilização de Gump. Roth ganha a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado, merecido. Mais tarde realizada outros grandes sucessos como Ali de 2001 e O Curioso Caso de Benjamin Button de 2008. A magia do filme estar tanto no roteiro como na impecável atuação de Hanks.
Por falar em Tom Hanks (Forrest Gump), não posso de deixar de dar o merecido destaque a esse grande ator. Hanks iguala o personagem de Gump á um menino. Um ser puro e meigo que vive impressionantes e vívidas situações que engrandecem o filme mais ainda. A naturalidade de Hanks em adquirir o personagem e a fala falada suporta todo o tempo do longa, que seria bastante maior com seu intemperismo (outros atores alongariam drasticamente o longa, com imperfeições na métrica, por nossa salvação Hanks fora escolhido para o papel dentre tantos outros loucos pelo mesmo). Pela sua fantástica atuação Hanks ganha o Oscar de Melhor Ator, o primeiro de muitos. O primor do filme, como já disse é do roteiro cheio de novidades e da atuação suprema de Hanks. Os dois (juntamento com Zemeckis, é claro), o roteiro de Eric Roth e a atuação de Hanks faz de Forrest Gump - O Contador de Histórias uma obra maravilhosamente encantadora.
O filme ganha o Oscar de Mlhor Filme. Ganha outros também. Mais o seu valor de interpretação e direção está muito á mais do que os seus vários prêmios, o seu valor está na sua mensagem, essas que muitos outros filmes ignoram. Mas Forrest Gump não negou uma lição para o público, acho que é disso o grande sucesso e sua bilheteria de US$ 677,387,716. Valores á parte, o filme é ótimo. Mensagens á parte, a direção é excelente. E atores á parte, Tom Hanks é Tom Hanks.
"O filme é uma combinação geniosa de maldade, mistério, fantasia e brilhantismo; um surto de grandiosidade teatral".
Imagine uma obra tão intensa e tão diferente de outras obras, e que tome em seu decorrer uma fantástica e cruel continuação nas sequências seguintes, e cobrindo a tela com ríspida sárcasmo e um simbolismo psicologismo mergulhando no cárater e na mente de um homem. O filme é isso. Abaixo, sua análise teatral e sua composição da relação técnica em parte de atuação.
É assim que O Último Rei da Escócia marca o ano de 2006: com muita maldade e roteiro sereno. Num digo que o filme seja só maldade, não é bem isso, mais o ponto principal (até certo ponto escondido pelo roteiro meigo e cúmplice) é uma viajem que acaba levando um médico á uma situação tão desgraçado que sua vida se torna insuportável. É uma situação altamente complicada, que explica há cada sequência, há cada diálogo (diálogo esse, que aliás, é extremamente especial, muito bom). Ele eleva um drama com humor negro (um humor falso, que se torna mais tarde uma complicação entre os personagens e protege o tempo com muita calma mais com extremada rapidez, é muito confuso) até um certo tempo, na verdade até o meio do filme. São atuações boas, impecáveis e solitárias. Não existe (em momento algum) a comédia, apesar de ser forçada na fala falada, mais sim uma tensão, tensão essa que aliás promete crescer durante todo o filme. Certos pontos do filme provoca no expectador (em mim aliás) uma agonia com uma confusão de sentimentos, de raiva, digo até de ódio. Esse é o roteiro lindo de O Último Rei da Escócia, roteiro esse que ultrapassa a normalidade, vai mais além, suborna o cárater do humano e faz de seus personagens não seres humanos, mais marionetes do mal e da sobrevivência.
O filme O Último Rei da Escócia (2006) conta com um elenco magnífico. Tendo como o 'rei' (na verdade o mais novo presidente de Uganda; começa aí a valorização do mal) da Escócia o surpreendentemente Forest Whitaker (papel do Idi Amin), o filme segue uma trilha bastante interessante, digo até misteriosa. Forest incorpora o personagem com uma perfeição que lhe garante o Oscar de Melhor Ator do ano de 2007 (o único de sua grandiosa carreira). Uma face amigável, gestos minuciosos, um carisma duvidoso, piadas sátiricas, esses aspectos compõem a bela atuação de Forest. No decorrer do filme outros aspectos compõem a 'fase do mal' de Forest para o seu personagem Idi: olhar complexo, riso morno (parado, falso), fala extremamente rápida, revolta no corpo (surto de movimento que ajuda na argumentação dos sentimentos do personagem), sagaz mais controlada capacidade de pensar e agir na improvisação, pontos que fazem de Forest (neste filme) um grande ator. A composição para o personagem de Forest fora tão ingênua tão elevada que sua incorporação para o papel lhe provocara dor. Todo ator faz de seu papel uma imagem de impacto, Forest fez de 'Idi' uma maldade bondosa. E como não falar em James McAvoy (o médico Nicholas Garrigan). Ele faz de seu papel não um homem miúdo ou incapaz, mais um ser humano normal que passa por uma inimaginável situação em um país desconhecido, mais que por crueldade do destino é dele próprio. Ganha valor potencial na trama, mais não nego que quem brilha mais é Forest.
O filme em técnica é muito bom. Uma parte e outra deixa a desejar, mais todo ele é bem produzido. Câmera reta, fotografia escura (festiva por vezes), montagem deslocada e direção concentrada. Ponto máximo: a atuação do elenco, por fora, simples técnicas de uso documentativo (o que não parece mesmo). O longa é especialmente bom na atuação. Nenhuma outra indicação. Melhor Ator é seu maior ganho. A entrega aliás para Forest foi emocionante.
Deixando por fim o comentário para o filme posso comparar o Último Rei com outros da mesma sequência e do mesmo seguimento. Notas Sobre Um Escândalo, O Custo da Coragem e Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento todos protagonizados por mulheres, seguem a mesma trilha dramática/biográfica (na Biografia fica fora Notas Sobre Um Escândalo), e que aguça o sentimento do expectador ao máximo. O Último Rei da Escócia apesar de ser um filme forte, pesado, pode merecer satisfatório destaque em obras de teor solo, categoria atuação. Um estilo adotado por muitos atores, atores competentes, brilhantes atores. E como não falar em corajosos.
O Último Rei da Escócia é quase perfeito. Anda entre águas do observador e do onisciente. É uma obra tão forte que ultrapassa roteiros trabalhos minuciosamente e atuações trabalhadas anos áfio. É essa a simplicidade do longa, submeter seu elenco á verdade, e ainda mais, submeter seus expectadores á uma maldade graciosamente cinematográfica (em curto espaço de tempo e com uma leitura falada grossa e sólida).
'De Frank Capra, A Felicidade Não Se Compra conta uma linda história de superação, realização, amor ao próximo e o mais natural final feliz de todos os tempos.'
A realização da obra é belíssima de se assistir: direção segura, roteiro magnífico, as atuações em geral impecáveis, fotografia/montagem extremamente técnicas e som/imagem numa composição perfeita. A Felicidade Não Se Compra, incluído diversas vezes nos especiais de fins de ano, por trazer a mensagem de amor (em todas suas formas), é um grande concorrente na lista dos grandes clássicos do cinema.
É emocionante, delicioso e extremamente marcante: Como Era Verde Meu Vale. De John Ford, a história de Como Era Verde Meu Vale primeiramente deixa a desejar, por trazer no roteiro uma carga dramática pesada e deslocada dos roteiros da época que traziam ação e suspense como produções rentáveis, porém como ela é contada faz toda a diferença. O seguimento principal é novelesco, com toda a beleza do roteiro, partindo para a emocionalidade, destacando é claro, as várias mudanças no enredo. A métrica, a fala, o som ao fundo e a fotografia - esquematizada por Arthur C.Miller, vencedor do oscar - em conjunto com a montagem dão honrosas características ao filme. A montagem do vale, criada com perfeição pela equipe de arte do diretor, além de dar grande visibilidade de toda a extensão do vale, das minas mais acima até as belas e coadjuvantes casinhas dos moradores mais abaixo do morro - sem falar na charmosa igreja -, ela enche os olhos do espectador com toda beleza e poesia da 'região'. O diretor do faroeste No Tempo das Diligências, e do drama Vinhas da Ira - primeiro filme do diretor em parceria com o produtor Darryl F.Zanuck - retirou do roteiro de Philip Dunne o medo da pobreza, o frio congelante - dos rostos - do ambiente e a sociedade esmagada pela nova forma de trabalho desumano e as colocou, com perfeição, em Como Era Verde Meu Vale, um filme de 1941 que fica extremamente belo no velho preto-e-branco.
"Um dos maiores acertos do cinema dos últimos anos numa dupla engraçada, diferente e rápida no gatilho. Chan e Owen dão um show de graça".
Considero Jackie Chan um dos atores mais competentes do cinema. É uma boa mistura de comédia, com ação, um drama básico e muita arte marcial (sua variação nesse estilo é ótima). Há outros que não vão entender o porquê do drama. Explico, Chan atua em uma obra tão especial e diferente de seu estilo, da sua mesmice de sempre, que contagia o expectador, para quem assistiu é claro: o filme é Massacre no Bairro Chinês de 2009, para mim, um dos melhores dramas da década. Aí ele prova sua supremacia como ator. Então, como falo, ele é um ator completo. Ele corre, dança (se preciso), fica quase nu (se preciso também), rir muito bem e também se faz rir otimamente, é um produtor magnífico, um roteirista sábio e um diretor exímio. Uma vasta lista de filmes, todos muito bons, dos primeiros até os mais novos. Contudo, falarei de sua participação nesta comédia que tentarei descrever. Jackie Chan nunca pára, sempre um ator ativo, e quando não atua ou dirige ou elabora roteiros ou produz, mas sempre ativo. Aqui neste filme ele transborda do humorismo guardado ante obras realizadas. Ele extravaga graça e genialidade ao lado de outro gênio da comédia (na maioria romântica, não neste, é claro), Owen Wilson. Owen é outro perfeito comediante, é uma maravilha de mistura de drama, com comédia, ação (é uma loucura, num se sabe muito bem não a informação e o gênero verdadeiro). Owen brilhou até ultimamente em Marley e Eu, uma boa adaptação de um romance. Um grande sucesso. Todavia, esta maravilha de dupla (Owen e Chan) estrela este filme com uma clareza, com um entusiasmo grandioso, é como se eles dois fossem amigos há décadas e fizessem um filme sobre as loucuras já vividas pelos os dois. É um roteiro maravilhoso, com uma técnica primorosa e uma luta marcial (por parte de Chan, é claro, afinal, Owen não luta absolutamente nada, vê-se) inspiradora, dá vontade de sair chutando qualquer coisa após o filme com os movimentos quase perfeitos (esse quase deve-se ás anormalidades da luta de Chan) de Chan, aliás, ele é o seu próprio coreógrafo.
É a primeira direção de Tom Dey, mas nem parece, ele soube perfeitamente como e quando colocar á dupla em situações engraçadíssimas e uma paisagem texana terrível (o terrível quer dizer bom!). Soube também fazer da graça uma graça ainda maior. Como? Colocando Chan e Owen no elenco. Não tava nada certo, mais essa escolha foi a mais correta (quem lutaria tão adoidado como Chan na Hollywood interesseira?). A montagem é clara e própria. Fotografia rápida e concentradora, centralizadora, digo. A técnica por fim acaba nada mais importa tendo Chan no elenco, o seu brilho dispensa qualquer técnica, mesmo vinda da Hollywood.
A dupla responsável por esse roteiro excelente é Miles Millar e Alfred Gough, os dois incorporam em seu texto uma releitura de outro roteiro, baseado na vida texana, e naquelas histórias mirabolantes e próprias do faroeste. Uma comédia misturada com muita ação e poções de faroeste são o clima do filme, que toma a atenção do expectador. Os dois roteiristas (Miles e Alfred) estão de punho forte em certas comédias com ação, o mais novo A Múmia: Tumba do Imperador Dragão é essa mesma proposta, ingênua e brincalhona.
Por sorte, o filme tem uma sequência não menos engraçada. Bater Ou Correr é um filme excelente com dois atores também excelentes, o primor maior é a mistura do roteiro com dois atores acerteiros e que sabem o que fazem (estilo arriscado, inovador: Jackie Chan). O filme não esquece nada, nem mesmo aquela bolinha memorável de mato passando pela rua no momento de um duelo entre cowboys corajosos que ou brigam por um amor de uma senhorita, ou disputam o cargo de xerife (neste filme, como já disse, de tão engraçado e inovador, o duelo é entre correr, e quem quer correr é Owen em seu personagem Roy, perfeito).
"Avatar é um dos maiores espetáculos cinematográficos de toda a História do Cinema; isso com muito exagero, igual ao filme".
Em 1997 James Cameron realiza a obra de a maior sucesso de sua carreira; Titanic (1997) é o maior sucesso de bilheteria do cinema. Na obra, Cameron faz uma geniosa mistura de romance, drama e ação, e compõem a obra que mais chega perto á perfeição (em minha opinião). Seis anos depois, em Fantasmas do Abismo (2003), segue a trilha domucentarista. Em 2009 Cameron volta ao roteiro e a direção com o filme mais espetacular do ano, e que se segue numa boa trilha de sucesso, ganho, público e prêmios que ainda estão por vir.
O projeto para o filme Avatar (2009) começara em 1995, com o roteiro ainda de Cameron em papel e na imaginação que se baseava, principalmente, na sua infância e nas histórias que ele lia sobre ficção científica. Em 2005 Cameron anuncia um novo projeto, este chamado de "Projeto 880" tinha como princípio formulação inicial uma adaptação de mangás. Em fevereiro de 2006 Cameron anuncia que o projeto era uma reformulação de Avatar, um antigo filme que ele tentou produzir anos antes. No roteiro de Cameron, ele é especialmente exagerado, repleto de metáforas e paradigmas sobre os preceitos da verdadeira história dos avatares. A imaginação de uma terra limpa sobre as mãos destruidoras do homem toma ponto principal para o incrível roteiro de Cameron, que mais uma vez escreve e dirige uma obra grandiosa e de difícil continuação (tanto na cena como nas sequências, que como está se tornando óbvio por causa do sucesso, será já um projeto sólido e armado de clareza e descobrimento). Com o orçamento máximo de US$ 237.000.000 milhões, James Cameron faz-se desiludir o expectador com o que se já se viu, e encanta-o com muita grandiosidade e gigantismo de uma obra tão complexa em sua ideia e em seus sentidos variados.
O filme é principalmente lançado na forma de 3D. Um visual magnífico faz-se diluir nas faces dos expectadores das salas de todos os cinemas do mundo. Um verdadeiro show de entretenimento e fantasia. Com variadas balbúrdias, o comentado orçamento de US$ 500 milhões (237 milhões de dólares apenas para a execução do filme e outros 263 milhões de dólares gastos nas novas tecnologias, marketing etc.) é definido como a mais cara produção da história. Essa nova tecnologia de poder deixar os personagens mais pertos, dos movimentos ser vistos com mais clareza e perfeição, de se ter mais colocação de imagem e de obter maior apoio na montagem, custa caro. A ideia de Cameron, de transformar seu elenco em homens verdes (sensores que buscam os movimentos e que depois os computadorizam transformando-os em qualquer objeto de desejo do diretor; no caso desse filme, em avatares) veio do uso por esse sistema pelos avanços trazidos em personagens como Gollum (da trilogia O Senhor dos Anéis), King Kong e Davy Jones (do filme Piratas do Caribe). Os efeitos, criaturas e ambientes digitais foram totalmente computadorizados pela empresa de Peter Jackson, WETA Digital. Cameron a preferiu depois de assistir ao O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, e testemunhar ao resultado espetacularmente fantasioso, do qual ele precisava. A captura é perfeita, e a transformação (resultado) final é surpreendente. E como não falar nos belos efeitos visuais. Este que até foram indicados á categoria de Melhores Efeitos Visuais desse ano no Oscar de fevereiro; o páreo com 2012 vai ser ótimo.
A técnica do filme é de um gosto incomensurável. É bem feita, bem organizada. A perfeição está inserida na plataforma de descrição do filme. É um grande espetáculo de forma, ação, consistência de imagem e som, bom diálogo (bem definido), belos movimentos (longo cuidado com a repetição de sempre), um sinuoso trabalho da colocação e da combinação de imagem e som. Uma evidência sistemática de simbiose cinematográfica e um surto de recepção com pontadas agudas de um pandemônio que transcede a normalidade dos últimos tempos (portanto, todo mundo quer ver Avatar), e a crítica como sempre ajuda e o boca-a-boca mais ainda. Como alguns críticos dizem, não existe a repetição e o simplismo exacerbado desses anos mal-fadados do cinema acabam aqui, com a chegada do maior sucesso de bilheteria do ano de 2009, e como convém, também de 2010. A segunda maior bilheteria da história: segundo lugar no ranking desde 11 de janeiro.
Avatar, assim como Titanic (alguns irão me crucificar pela comparação infantil minha), tem o mesmo timbre de grandiosidade, de intemperismo e de marcação em nossas mentes. São cenas relativamente memoráveis, pela sua perfeição e pela diferença em outras do gênero ficção científica. É uma obra brutalmente bela, encurta no gigante espaço de tempo uma história longa, complicada até, com várias disparidades, explicações (essas que os expectadores cobrarão nos dois seguintes; isso já foi prometido por Cameron se o filme fosse um sucesso, e como se vê...), réplicas de outros filmes que deverão ser corrigidas (como Star Wars, mais que garante usufruto de outros sucessos), o simplismo aparente, mais o roteiro que aguça e transparece na tela.
Avatar escapa em obras mal-exageradas, um exemplo do mesmo ano é 2012. O gosto de Cameron, á quem devemos maior êxito na obra, é exequivelmente próprio para todas as idades. O filme que ele escreveu e dirigiu esse ano (Avatar) entra no ano de 2010 valendo ouro, até fevereiro valerá diamante. Nas salas de cinema (como vi hoje) a loucura (como eu chamo, o pandemônio) está longe de acabar. Nem mesmo nas séries chatas Harry Potter e Crepúsculo não se viram tanto alvoroço por querer saber e ter assistido um filme que 'todo mundo viu', e que, como é bem melhor, e 'mais chique' (e mais caro), como alguns dizem, o filme do ano, quer dizer, de dois anos (2009 e 2010) em 3D. Um marketing que vale á pena, e que o cinema 'beleza' agradece.
"Arn é um grande filme, o melhor dele é que a tentação de imitar outros grandes épicos fora contida, e criada aqui uma obra recheada de brilho independente".
Arn - O Cavaleiro Templário (2007), no original 'Arn - Tempelriddaren', é um grande filme, topa em grandes gêneros seguros e outros sólidos. A sua construção é muito boa. É, como disse, totalmente independente da franquia americana. O longa é uma grande parceria de países baixos e potências como a Dinamarca, a Noruega, o Reino Unido e a Suécia. Todo o cenário é próprio dos países, em sua maioria, as filmagens independem de efeitos ou de uma montagem mais abrangente. A Finlândia, como sempre, é um dos destinos prediletos para grandes produções. Além de ter em sua composição a abertura de imagem (dificílimo de encontrar), uma grande variação de cenários e aquele tempo sempre insconstante que ajuda bastante na mudança de tempo e fotografia, o país faz de grandes filmes um brilho maior. Suas terras gigantescas fazem de filmagens simples uma abertura fotográfica magnífica.
Arn - O Cavaleiro Templário é dirigido por Peter Flinth. Uma direção que acanha na observação e se concentra muito bem na continuidade, voltando e voltando sempre que preciso o roteiro. A história, como Peter propôs, dá voltas, uma métrica interessantíssima, usada no diálogo rápido, dramático e histórico. Peter faz das imagens que tem em suas mãos um teatro imenso, completa as atuações com o roteiro sólido e digno de contradição (nem tudo é perfeito).
Arn - O Cavaleiro Templário é uma linda adaptação do romance de Jan Guillou, igualmente roterizado de um romance, outras obras escapam na mesmice e no erro que corroi essas obras, são elas Cruzada: Uma Jornada Através dos Tempos (2006), Tróia (2004) (vale ressaltar que este filme é uma roterização do poema de Homero, mesmo assim, uma mera adaptação) e Sansão e Dalila (1949). O roteiro apesar de fraco, segura bem o tempo que o filme tem. Aliás, o tempo é muito bom, alonga o diálogo ao extremo, sem torná-lo cansativo, e tem ar bastante interessante, repleto de curiosidades e esclarecimentos sobre assuntos religiosos, da sociedade da época, contradições de coragem e medo e o uso romântico da prosa que normalmente aparece em épicos de batalhas e guerras medievais que disputam ou um amor, ou um trono por amor seguido de morte, com esse tema temos 'massa' Tróia.
Existe brendas aparências com Gladiador (2000). Mais as longas disparidades (que pareciam aparentes, foram corrigidas no roteiro e na direção) que existiam com Arn lançado sete anos depois, são meras coincidências que ocorrem nos melhores filmes. É aquilo: uma guerra em uni-prosa, com auror de vingança e respeito, um amor entre batalhas, muita poeira e muitos cavalos. Mais do mesmo? Não. A diferença é sálubre. Vamos deixar isso de lado.
O elenco é ótimo. O novato Joakim Nätterqvist (papel de Arn Magnusson, e seu único) é muito competente, honra com muita clareza a lista de atores que protagonizaram épicos úteis para a imagem do cinema. Outros novatos compõem o elenco: Sofia Helin (papel de Cecilia Algotsdotter, o romance de Arn), Anders Baasmo Christiansen e Fanny Risberg. Os conhecidos pelo público são visíveis no talento que exposta diante da tela: Stellan Skarsgård (do mais novo Anjos e Demônios), Bibi Andersson (da fantástica obra O Sétimo Selo, de 1957), Vincent Perez (do sagaz A Rainha Margot, de 1994) e Simon Callow (de Shakespeare Apaixonado, de 1998). Outrora, o elenco tão normal se faz muito bem empenhado e retarda com maestria o surto de qualquer intemperismo que exista no roteiro curto, mas rico em clareza e suavidade.
Por terminar, outros não poderiam julgá-lo (Arn) como um besteirol fraco. Ele não é. Mais também não posso ser hipócrita dizendo que fora uma injustiça ele ter mais marketing e sucesso internacional, não interno. Isso é uma grande erro. Contudo, Arn - O Cavaleiro Templário entra na lista 'daqueles' que escapam em tudo: no Hollywoodianismo exagerado, ocultismo de obra, restauração de outro gênero (o antigo, aquele bem usado), de surto de analogia e robusta forma de fazer de um roteiro normal uma grande obra em grandes países. São vários os pontos que elevam a imagem do filme. Dentre elas aquela fotografia que nos faz esquecer qualquer coisa no fogão ou no forno, ela nos encanta. Arn faz de tudo para chamar atenção, faz até um milagre em seu roteiro, e cumpri o absurdismo de não imitar outras obras, e a atenção, um dia ela virá.
" Howard aqui mostra que venho para revelar novos roteiros, novas interpretações; e, que sempre é capaz se superar."
Nada como uma obra atrás da outra para afiar o gosto pelo drama e pela reflexão dos sentimentos, isso aconteceu com Ron Howard. O diretor de Splash, Uma Sereia em Minha Vida (1984), sua primeira direção, depois de fracassadas atuações em Vendedor de Ilusões (1962), Loucuras de Verão (1973) e Os Três Discípulos da Morte (1974) teve o tempo como seu aliado. Passadas décadas fora do cinema, embaixo com baixas produções, Howard, aparece com uma nova visão do cinema, exibi uma clássica ideia de observação em Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo (1995), com Tom Hanks, que tinha acabado de sair de um dos personagens mais brilhantes da sua carreira em Forrest Gump - O Contador de Histórias (1994), com Bill Paxton, ator de filmes relativamente 'normais', como Predador 2 - A Caçada Continua (1990), e Quando Chega a Escuridão (1987) enche a tela de complicações, abusos de diálogo e disparidades num roteiro bem escrito, mas mau elaborado com Hanks e Kevin Bacon que até esse tinha 'participado' dos chatos Um Gigante de Talento(1994), do terrível O Ataque dos Vermes Malditos(1990) e Ela Vai Ter Um Bebê (1988). A escolha dos três protagonistas fora de excelente escolha, Howard agora, estava pronto para encher a tela de experientes e não-tão-experientes atores do cinema convencional.
A elaboração da caracterização dos personagens de Hanks, Paxton e Bacon fora comprometida com o roteiro. Como sempre, talvez como sempre, Bacon tivera e tem o talento de ser e não ser o protagonista, isso é dificílimo, por que a mistura de protagonista, que sempre inicia-se logo no começo do filme para haver a transformação para o antagonista independe das vantagens que cada ator possuí. Isso aconteceu em Anaconda 2 - A Caçada pela Orquídea Sangrenta(2004), Homem-Aranha(2002) e o excelente O Homem Sem Sombra(2000). Essa passagem de cárater é usada de maneira pacífica aqui, em Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo.
O roteiro atroz tirado do livro Lost Moon: The Perilous Voyage of Apollo 13, de Jim Lovell e Jeffrey Kluger sofreu baixas mudanças, numa linguagem rápida e sensível os personagens levam a história naturalmente, passo-a-passo até á espera viagem, que tanto se espera. O filme não passa de uma biografia íntima, afinal, o filme é americano, o enredo, por graça, também é americano. Todavia, o esforço para que a obra se tornace natural e não superficial atrapalhou um pouco na meretriz que devia seguir o tempo e a história verdadeira. Em parte, o drama e o suspense é ótimo, assegura o expectador na cadeira até o último suspiro de vida dos tripulantes da nave Apollo 13. O tempo do filme é gigante, mas, por milagre não atrapalhou na métrica do roteiro que é também é sagaz e introvertido.
Ron sabendo explorar Hanks como ninguém obteve total deleite de sua atuação impecável. Uma parceria, como vemos hoje, que deu certo. Paxton, fiquei em dúvida se foi um protagonista ou um mero coadjuvante para completar o elenco. Bacon, excelente como nunca abre sua expressão facial e seu roteiro desenvolve-se em um tempo recorde, sua participação no filme faz de sua imagem irretocável. Assim vai nascendo Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo, passo a passo, cena a cena, interpretação a interpretação vai-se construindo uma obra que derruba preconceitos cinematográficos, como: o uso de exagerados efeitos visuais, montagem superficial, interpretação conotativa, e uma direção sem preconceitos, que teve uma construção demorada e esforçada por parte de Ron Howard.
É com todos esses atributos de Ron que o filme torna-se um sucesso, faturando mais de 355 milhões de dólares em todo o mundo. O filme recebeu 9 indicações ao Oscar e 4 indicações ao Golden Globe, tendo ganho os Oscar de Melhor Edição e Melhor Som. Nem por isso Howard enfraquece, ganha anos mais tarde o oscar de direção por Uma Mente Brilhante, que recebe mais três outros.
O tempo, como disse, faz um diretor um ator ou um roteiro, assim depende da criatividade ou até mesmo do exagero de cada um. Não obstante, Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo têm seu mérito por que anda entre a naturalidade da direção e as magníficas interpretações de Hanks e Bacon, astros do cinema, astros da interpretação.
2 Filhos de Francisco
3.0 816 Assista Agora"Não é uma epopeia, seria muito formal para um longa brasileiro, dá mais para uma história de vida, daquelas sofridas, que todo brasileiro teve e gosta de rever".
2 Filhos de Francisco - A História de Zezé di Camargo & Luciano é um filme brasileiro, e é muito bom. Ele não pode ser totalmente generalizado como uma boa biografia, mas também como um excelente drama (nós brasileiros somos bons em dramas, num sei por que). É uma mistura bem-elaborada de bom roteiro e bons atores. Todos já conhecidos antes pelo povo brasileiro (mas não sabidos do Dom verdadeiro de todos eles). O roteiro não é escrito mais sim levado pelas ótimas atuações do elenco. São tão naturais, serenas, meigas e bem brasileiras. Ainda com novatismo, Breno Silveira dirige com mistura de gêneros: comédia (nas cenas alegres, são pouquíssimas, mais dão leveza ao enredo), drama (são muitas cenas, na maioria muito pesadas, com força em fala e face), romance (o romance dificil, sofrido, á moda italiana), nenhuma ação nenhum terror, é só mesmo cinema brasileiro. Mais é bom falar do que é bom, é merecido, o filme 2 Filhos de Francisco - A História de Zezé di Camargo & Luciano tem merecimento de seu sucesso.
O filme é rodado em cenas prontas, filmadas e ensaiadas (estilo novelesco), para não errar. Há poucas improvisações, por parte de Ângelo Antônio (no papel de Francisco José de Camargo) todas as improvisações são ótimas, bem feitas e muito bem dialogadas. Por parte de Dira Paes (papel de Helena Siqueira de Camargo), a princesinha do cinema brasileiro, ela é resumida em fantástica. Há cada cena o impacto de uma vida sofrida e vencida é passada para o expectador. O diálogo é bem desenvolvido, prontinho na fala dos mais novos Dablio Moreira (Mirosmar jovem) e Marcos Henrique (Emival - este perde uma importância significativa depois de sua morte fatal). Os dois (Dablio e Marcos) dão um show que muitos atores adultos tremeriam antes das filmagens. Eles cantam (na cena mesmo) divinamente, quase o mesmo timbre de voz dos legítimos cantores aqui encenados. O resto do filme, deixa-se rolar.
A passagem de Mirosmar (Zezé) jovem para adulto é de um gosto sublime. É diferente vermos bons usos de câmera e continuação num filme brasileiro, e quando se vê, nossa, que surpresa. Apartir daí, depois de todo um drama pesado (a cena em que Helena recebe seu filho Emival em um caixão é um esforço mental terrível), o filme segui a trilha da batalha. A essência do brasileiro entra em cena, 'brasileiro desiste nunca'. E vai seguindo. Anos a anos Mirosmar (agora Zezé) compõe, mais ainda não acerta na medida. Quando acerta na música perfeita, o sucesso é iminente.
A fotografia é perfeita. É alongada, permite o expectador olhar de soslaio aberturas ou imperfeições na imagem ou nos personagens (esse uso de fotografia é usada do meio do filme para o final; no começo a imagem era cortada em certas cenas, para provocar desformidade e dificuldade de visualisação, provocar transtorno nos expectadores). Sendo uma produção tão esforçada, Breno abusa do drama do filme e escurece as cenas gradativamente (o sucesso vem) e depois clarea provocando luxúria e louvor. Contraí as extremidades da imagem e concede descanso ao expectador. Manera também na maquiagem. Montagem? Que montagem. Como disse, puro naturalismo. Esse segmento deixa o longa, como se percebe, atroz, mais belo.
Terminando, finalizo descrevendo o cinema brasileiro em base com outros e este sucesso. É evidente que os brasileiros adoram o gosto dramático, levado para a comédia romântica. Aqui neste filme temos tudo que agrada-os. Como em Central do Brasil e em Cidade de Deus, a graça e a magia se concretiza em rabiscos e imperfeições que por terminam á deixá-lo atraente e do jeitinho bem brasileiro. É gozado que até no cinema o brasileiro tem seu jeito, meio que acanhado. Mais é bem especial como o brasileiro segue um gosto tão odiado por todo o resto do mundo: o bandidismo comediante.
X-Men: Primeira Classe
3.9 3,4K Assista AgoraA melhor, até agora, adaptação de gibis do ano...
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista AgoraEnrola, enrola, enrola... e no final, nossa, que grande surpresa, que já sabemos de có!
A Última Música
3.4 1,8KOs últimos vinte minutos são emocionates, e a primeira hora é TOTALMENTE DESNECESSÁRIA.
Devia ter 'investido' muito mais na dramática das personagens.
O Estranho Mundo de Jack
4.1 1,3K Assista AgoraO filme inaugura os muitos filmes de animação que mexe com o espectador, que o faz refletir, filosoficamente, sobre questões socias e antrológicas.
Temos o prazer de ter O Estranho Mundo de Jack como uma lição de vida.
É estranho pensar, não?
Coraline e o Mundo Secreto
4.1 1,9K Assista AgoraNão vejo Coraline como uma obra de arte da animação. Ela tem sim,, seus aspectos fantasiosos, empíricos; mas perde o rumo na construção sonora, incompatível com a imagem desenhista.
Eu te Amo, Beth Cooper
2.7 472 Assista AgoraUma comédia deliciosa, e tipicamente americana.
E não erra quando cria situações engraçadas, curiosas para a vida 'real'.
Sobressaí entre tantas outras comédias bobas, pornográficas, e de tantas, inomináveis.
O Novato
3.4 172 Assista AgoraUm dos piores filmes de espionagem da década.
O que acontece com Pacino?!
Efeito Borboleta 2
2.2 691 Assista AgoraUma má continuação de uma série que poderia fazer grande sucesso entre os jovens.
O Albergue
3.0 1,2K Assista AgoraUm filme que aproxima o espectador das personagens, cria o climão (ora, ora, ora Tarantino) e transmite, na sequência final, terror e suspense num nível elevado.
Digo mais: só acontecerá isso se você assistir sozinho, no quarto e sem pipoca, porque a atenção é imprescindível.
Nos tornamos parte das personagens...
Garota Infernal
2.7 2,7K Assista AgoraÉ um filme estranho, na sua formação, poderia ter surpreendido se tivesse exigido mais atuação e menos corpo. O roteiro, interessante.
Mas é sexy, e é isso que importa, para o público que quer atingir.
Bonequinha de Luxo
4.1 1,7K Assista AgoraÉ uma obra deliciosa, alegre e tremendamente corajosa: tratar de assuntos nem tão fáceis para a época, como a prostituição. Talvez a película argumente alguns pontos marcantes, imagens lembráveis, diálogos emocionantes e construtivos na imagem de um clássico que tenta impor, pela glamourosa Audrey Hepburn, um grande filme.
Ele o é, em parte, contudo, não passa mesmo de um filme 1961 que conta com grandes atuações e uma fotografia excelente.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraA coragem e a insanidade do diretor Stanley Krubick adaptada da obra de Anthony Burgess: Laranja Mecânica é o que o espectador queria ver.
O diretor Stanley Krubick obteve da obra de Burgess o exotismo apreendido e o horror superestimado da sintonia macabra e da métrica horripilante da ultra-violência. Na tela, as cenas tomam forma de gibi; um gibi negro. A combinação de teatro frânces do século XIX, arrogância e o ironismo, a masculinidade afeminada, a retomada do cinemão italiano virtual e a reprodução alfrediana de Hitchcock fazem parte da técnica de Stanley. A forma realmente impressiona, é surpreendente o uso igualável de cores, de sintonias que marcam e entristessem o ambiente futurístico. A sonoridade é rica em composição; a trilha combina maestralmente com o roteiro perspicaz. Laranja Mecânica é o futuro do cinema em sua melhor forma.
O Resgate do Soldado Ryan
4.2 1,7K Assista Agora"O Resgate, na minha opinião, é um dos poucos filmes que se coloca em vários gêneros e que chega o mais perto de uma obra-prima".
Um ponto (talvez secundário) na obra é que trata a forma documental com teor primário; a concentração máxima vai encontro com as técnicas precisas de Guerra e Drama. São sinuosas as cenas que podem ser direcionadas ao documentativo, são esses acontecimentos que propõem ao expectador a informação absurda da história. Todavia, a análise seguinte da obra irá identificar aspectos da produção e do roteiro e provará a originalidade da obra enquanto dramático/guerra, gêneros esses que discutem com importante concedimento o gosto e a primorosa obra O Resgate do Soldado Ryan.
O Resgate (resumo de O Resgate do Soldado Ryan) é um filme ótimo. Poderia ser resumido assim, com essa mínima palavra. Mais é mais que justo levantar pontos que advinham sua supremacia no gênero Guerra/Drama. O Resgate é um mixto de vários gêneros, misturados e interligados uns á outros. Essa mistura que fez do filme (em seu próprio benefício) sorrateiramente rápido, e há cada cena, meigo, e terrivelmente atroz. É muito próprio do gênero filmes conterem sangue, tiros, muita fumaça e muitos gritos. Mais a direção de O Resgate é de nada mais nada menos que Steven Spielberg (esse breve nome diz toda a força e toda uma diferença que o filme terá e tem, nas mãos do gênio Spielberg). O filme ganha força há cada momento, há cada desespero.
O Resgate vai do surto dramático á ação rápida e longa. Ele primeiro começa com uma sequência (digna da palavra: Fantástica) surpreendentemente longa e calada (em sua maioria). Mostra a entrada de soldados na praia de Omaha: o desespero é evidente na cena, nos rostos dos soldados ante o desembarque na praia. Spielberg não perdoa o expectador: mostra muito vômito, muita corrida (na praia, no momento do desembarque dos soldados, a câmera perde o controle, os soldados correm, a câmera fica errante, tiros perpassam, e o desespero e a eloquência se torna evidente na primeira grande sequência do filme), muito sangue na água da praia a ponto dela ficar totalmente vermelha (não perde de mostrar que o sangue é dos próprios soldados), pouca troca de diálogo, mais em compensação muito olhar inteligente e uma comunicação (exímia, primeiramente) codificada. A sequência dura aproximadamente trinta minutos. A parada seguinte é de arrepiar: uma visão do campo conquistada (cor marrom e montagem esfumaçada; aliás, conquista os Oscars de Melhor Montagem e Melhor Fotografia por isso e muito mais), e aterro dos soldados também conquistados (quase todos eles são mortos: nada de crueldade, afinal, o filme é americano, os soldados são americanos; podemos dizer, Justiça).
Todas as cenas são seguidas por uma trilha contrária á própria cena, uma missigenação da cor e do som. É saborosamente metálica mais aguda (os tiros que passam há toda hora pelas nucas dos soldados dá arrepios). A fatura: Melhor Som e Melhores Efeitos Sonoros. Mais que justo. Outra coisa, a Arte é excelente, altamente azulada e amarronzada, distribuí por toda tela uma gigantesca formação e (no caso da salas de cinema) um encantamento por parte da sintonia que existe entre a Arte, o Som e o Elenco (perfeito). Sabiamente, Spielberg deixa claro em imagem e som que O Resgate não veio para aparecer e sumir. O famoso 'encantamento dos poucos anos'. Ele (O Resgate) tem tanta força, tanto drama e tanta ação (tudo muito junto) que transforma aquele gênero desgraçado por muitos outros diretores em uma obra máxima da satisfação e do atributo á uma crítica lisonjeira (poderia outro a não ser Spielberg?). Não é menos por isso que recebe a estatueta de Melhor Direção (é o segundo de Spielberg entre seis outras indicações). Pela obra, O Resgate ganha outro Oscar: Melhor Fotografia (saborosamente escura e aberta). E indicações por: Melhor Filme (é uma pena não ter ganho, perde pelo fraco Shakespeare Apaixonado), Melhor Ator (uma injustiça gigantesca contra Tom Hanks, o indicado; Roberto Benigni ganha por A Vida é Bela), Melhor Roteiro Original, Melhor Maquiagem, Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora - Drama. Onze indicações (poderia igualar-se á outras obra geniosas Titanic e o O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei), das onze leva cinco.
Isso ainda, não poderia obter o total êxito da obra. O elenco também colabora magnificamente. Os coadjuvantes não são menos que o protagonista Hanks. Vin Diesel, Edward Burns, Tom Sizemore (participativo em vários outros de guerra), Mat Damon e muitos outros. Os figurantes completam também o elenco (passam por eles rapidamente, afinal, é um filme de guerra, alguém tem que morrer).
O Resgate tem um final ótimo: a morte romantizada (digo até americanizada) do Capitão John H. Miller (Tom). Não poderia ser mais perfeito. O título é bastante comprometedor. 'O Resgate'. Poderia até mesmo ser, a busca, o desvaneio, e como alguns soldados dizem: um suícidio. Mais é muito lindo. O romance pregnado no roteiro e a direção controlada, que não deixa nem fio escapar. Lágrimas são correntes em cada cena de morte, que passam de forma cruel em cenas cruéis. Os campos de batalha, lindamente desenvolvidos, são escuros, nevoados e recheados de armadilhas para o expectador. São várias as cenas de drama pesado, dos enterros aos massacres. Das problemáticas decisões aos interessantes desvendamentos dos soldados enquanto viajam. Das brigas ás apostas. Roteiro: explêndido.
Por fim, O Resgate abre sucessos e suporta uma obra e um gênero tão intenso e tão predileto por admirados que não deixa nada a desejar. É lindo o filme, eu recomendo. É a beleza do cinema (novamente) nas mãos de 'romancista' Steven Spielberg. E a forma usada (exclusivamente neste) é de encantar e mostrar uma pequena parte que seja do horror da guerra, com pontas de ação, aventura, muito drama e um romance que está sempre presente; esta é a forma, este é o absurdo do cinema de nos levar á uma realidade fantasiosa.
Forrest Gump: O Contador de Histórias
4.5 3,8K Assista Agora"É mais que uma excelente interpretação, é muito mais que uma ótima direção, Forrest Gump é uma lição juvenil".
Forrest Gump - O Contador de Histórias é mais que uma epopeia de um homem, é uma história de vida que traduz a essência do home tanto em seus desejos como em seus mais íntimos sonhos.
Forrest Gump (Tom Hanks, sem palavras) é um homem-menino tímido. Ele é bom (a poesia começa por aí), carismático e o melhor, adora falar. A cena marcante do filme (fora outras como a da rebelião na praça central de Washintong ao lado de revoltosos) é em que ele estar sentado num banco, á espera de um ônibus (foto pricipal da capa principal do dvd como se vê). Sentado lá por horas, olhando e pensando (seu QI é baixíssimo, mais o enredo não o trata como um retardado) ele encontra pessoas que também esperam algo (no caso deles o ônibus). Nesse meio tempo de espera, ele conversa timidamente com cada pessoa que se atreve a sentar-se. Conta sua vida. Suas vivências inacreditáveis. O pessoal duvida muito dele, mais o escutam. O filme começa daí, sentado num banco da parada de ônibus, Forrest Gump conta sua magnífica história de vida, sua comédia, seu drama, sua belíssima história de amor.
A direção (Robert Zemeckis) nem por um segundo trata o filme como biográfico (afinal, ele não o é), a técnica usada por Zemeckis é de fotografia clara e comediante, uma montagem gigante e pitoresca, um som agudo e carismático (uso da pessoalidade), a maquiagem fraca e natural (numa maioria), efeitos visuais íncriveis (mais nada exagerados, o ponto forte do filme aliás, é a naturalidade, o modo como ele é levado), a arte primorosa segue á época com digna parciabilidade. Zemeckis voa alto, com imaginação e criatividade de como levar uma estória (e um enredo) tão grandioso e diversificado sem torná-lo chato e inexperiente (tanto para a direção como para o elenco). O tipo de enredo já executado por Zemeckis no sucesso juvenil De Volta para o Futuro é recolocado em Forrest Gump, vê-se semelhança tanto na fotografia como na comédia (uma comédia infantil, pode-se até dizer ingênua). A sequência de Zemeckis é rápida (até demais, poderia tornar o filme curto, mais o roteiro longo esticou o tempo entre a adolescência e a vida adulta de Gump), e a continuação é observadora, sem reter qualquer sentimento ou ideia da cena anterior (faz-se o expectador pensar e refletir sobre o enredo). Zemeckis soube (não acredito que nenhum outro diretor poderia aproveitar tão bem o roteiro, apesar de ser dramático-comediante, Spielberg passaria longe, afinal, no ano anterior realizara dois grandes sucessos: sua obra-prima A Lista de Schindler e o sucesso na Montagem Jurassic Park - Parque dos Dinossauros) aproveitar o roteiro como ninguém, a satisfação com que o expectador saía das salas de cinema é de bolar de rir (e de chorar também, um drama básico habita esse roteiro extrovertido).
O roteiro (Eric Roth, roteiro e Winston Groom, romance, é belíssimo, como já disse, bastante infantil, mais adulto o bastante para provocar lágrimas e agonia). A estória é tão interessante que a vontade que temos é de continuar assistindo em casa quando chegarmos (como se fosse uma série americana). Mais parece muito com uma série. É tão doce a atuação de Hanks que a vontade de assistir de novo e de novo é duvidosa, mais compreensiva. É uma excelente adaptação do romance de Winston Groom, a grandeza da obra e a pessoalidade que ela passa ao leitor é ótima. Roteirizada por Eric Roth, a estória ganha mais humanidade e uma perseverança (como se vê nas cenas) que encerra a estruturação e estilização de Gump. Roth ganha a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado, merecido. Mais tarde realizada outros grandes sucessos como Ali de 2001 e O Curioso Caso de Benjamin Button de 2008. A magia do filme estar tanto no roteiro como na impecável atuação de Hanks.
Por falar em Tom Hanks (Forrest Gump), não posso de deixar de dar o merecido destaque a esse grande ator. Hanks iguala o personagem de Gump á um menino. Um ser puro e meigo que vive impressionantes e vívidas situações que engrandecem o filme mais ainda. A naturalidade de Hanks em adquirir o personagem e a fala falada suporta todo o tempo do longa, que seria bastante maior com seu intemperismo (outros atores alongariam drasticamente o longa, com imperfeições na métrica, por nossa salvação Hanks fora escolhido para o papel dentre tantos outros loucos pelo mesmo). Pela sua fantástica atuação Hanks ganha o Oscar de Melhor Ator, o primeiro de muitos. O primor do filme, como já disse é do roteiro cheio de novidades e da atuação suprema de Hanks. Os dois (juntamento com Zemeckis, é claro), o roteiro de Eric Roth e a atuação de Hanks faz de Forrest Gump - O Contador de Histórias uma obra maravilhosamente encantadora.
O filme ganha o Oscar de Mlhor Filme. Ganha outros também. Mais o seu valor de interpretação e direção está muito á mais do que os seus vários prêmios, o seu valor está na sua mensagem, essas que muitos outros filmes ignoram. Mas Forrest Gump não negou uma lição para o público, acho que é disso o grande sucesso e sua bilheteria de US$ 677,387,716. Valores á parte, o filme é ótimo. Mensagens á parte, a direção é excelente. E atores á parte, Tom Hanks é Tom Hanks.
O Último Rei da Escócia
4.0 594 Assista Agora"O filme é uma combinação geniosa de maldade, mistério, fantasia e brilhantismo; um surto de grandiosidade teatral".
Imagine uma obra tão intensa e tão diferente de outras obras, e que tome em seu decorrer uma fantástica e cruel continuação nas sequências seguintes, e cobrindo a tela com ríspida sárcasmo e um simbolismo psicologismo mergulhando no cárater e na mente de um homem. O filme é isso. Abaixo, sua análise teatral e sua composição da relação técnica em parte de atuação.
É assim que O Último Rei da Escócia marca o ano de 2006: com muita maldade e roteiro sereno. Num digo que o filme seja só maldade, não é bem isso, mais o ponto principal (até certo ponto escondido pelo roteiro meigo e cúmplice) é uma viajem que acaba levando um médico á uma situação tão desgraçado que sua vida se torna insuportável. É uma situação altamente complicada, que explica há cada sequência, há cada diálogo (diálogo esse, que aliás, é extremamente especial, muito bom). Ele eleva um drama com humor negro (um humor falso, que se torna mais tarde uma complicação entre os personagens e protege o tempo com muita calma mais com extremada rapidez, é muito confuso) até um certo tempo, na verdade até o meio do filme. São atuações boas, impecáveis e solitárias. Não existe (em momento algum) a comédia, apesar de ser forçada na fala falada, mais sim uma tensão, tensão essa que aliás promete crescer durante todo o filme. Certos pontos do filme provoca no expectador (em mim aliás) uma agonia com uma confusão de sentimentos, de raiva, digo até de ódio. Esse é o roteiro lindo de O Último Rei da Escócia, roteiro esse que ultrapassa a normalidade, vai mais além, suborna o cárater do humano e faz de seus personagens não seres humanos, mais marionetes do mal e da sobrevivência.
O filme O Último Rei da Escócia (2006) conta com um elenco magnífico. Tendo como o 'rei' (na verdade o mais novo presidente de Uganda; começa aí a valorização do mal) da Escócia o surpreendentemente Forest Whitaker (papel do Idi Amin), o filme segue uma trilha bastante interessante, digo até misteriosa. Forest incorpora o personagem com uma perfeição que lhe garante o Oscar de Melhor Ator do ano de 2007 (o único de sua grandiosa carreira). Uma face amigável, gestos minuciosos, um carisma duvidoso, piadas sátiricas, esses aspectos compõem a bela atuação de Forest. No decorrer do filme outros aspectos compõem a 'fase do mal' de Forest para o seu personagem Idi: olhar complexo, riso morno (parado, falso), fala extremamente rápida, revolta no corpo (surto de movimento que ajuda na argumentação dos sentimentos do personagem), sagaz mais controlada capacidade de pensar e agir na improvisação, pontos que fazem de Forest (neste filme) um grande ator. A composição para o personagem de Forest fora tão ingênua tão elevada que sua incorporação para o papel lhe provocara dor. Todo ator faz de seu papel uma imagem de impacto, Forest fez de 'Idi' uma maldade bondosa. E como não falar em James McAvoy (o médico Nicholas Garrigan). Ele faz de seu papel não um homem miúdo ou incapaz, mais um ser humano normal que passa por uma inimaginável situação em um país desconhecido, mais que por crueldade do destino é dele próprio. Ganha valor potencial na trama, mais não nego que quem brilha mais é Forest.
O filme em técnica é muito bom. Uma parte e outra deixa a desejar, mais todo ele é bem produzido. Câmera reta, fotografia escura (festiva por vezes), montagem deslocada e direção concentrada. Ponto máximo: a atuação do elenco, por fora, simples técnicas de uso documentativo (o que não parece mesmo). O longa é especialmente bom na atuação. Nenhuma outra indicação. Melhor Ator é seu maior ganho. A entrega aliás para Forest foi emocionante.
Deixando por fim o comentário para o filme posso comparar o Último Rei com outros da mesma sequência e do mesmo seguimento. Notas Sobre Um Escândalo, O Custo da Coragem e Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento todos protagonizados por mulheres, seguem a mesma trilha dramática/biográfica (na Biografia fica fora Notas Sobre Um Escândalo), e que aguça o sentimento do expectador ao máximo. O Último Rei da Escócia apesar de ser um filme forte, pesado, pode merecer satisfatório destaque em obras de teor solo, categoria atuação. Um estilo adotado por muitos atores, atores competentes, brilhantes atores. E como não falar em corajosos.
O Último Rei da Escócia é quase perfeito. Anda entre águas do observador e do onisciente. É uma obra tão forte que ultrapassa roteiros trabalhos minuciosamente e atuações trabalhadas anos áfio. É essa a simplicidade do longa, submeter seu elenco á verdade, e ainda mais, submeter seus expectadores á uma maldade graciosamente cinematográfica (em curto espaço de tempo e com uma leitura falada grossa e sólida).
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista Agora'De Frank Capra, A Felicidade Não Se Compra conta uma linda história de superação, realização, amor ao próximo e o mais natural final feliz de todos os tempos.'
A realização da obra é belíssima de se assistir: direção segura, roteiro magnífico, as atuações em geral impecáveis, fotografia/montagem extremamente técnicas e som/imagem numa composição perfeita. A Felicidade Não Se Compra, incluído diversas vezes nos especiais de fins de ano, por trazer a mensagem de amor (em todas suas formas), é um grande concorrente na lista dos grandes clássicos do cinema.
Como Era Verde Meu Vale
4.1 152 Assista AgoraÉ emocionante, delicioso e extremamente marcante: Como Era Verde Meu Vale. De John Ford, a história de Como Era Verde Meu Vale primeiramente deixa a desejar, por trazer no roteiro uma carga dramática pesada e deslocada dos roteiros da época que traziam ação e suspense como produções rentáveis, porém como ela é contada faz toda a diferença. O seguimento principal é novelesco, com toda a beleza do roteiro, partindo para a emocionalidade, destacando é claro, as várias mudanças no enredo. A métrica, a fala, o som ao fundo e a fotografia - esquematizada por Arthur C.Miller, vencedor do oscar - em conjunto com a montagem dão honrosas características ao filme. A montagem do vale, criada com perfeição pela equipe de arte do diretor, além de dar grande visibilidade de toda a extensão do vale, das minas mais acima até as belas e coadjuvantes casinhas dos moradores mais abaixo do morro - sem falar na charmosa igreja -, ela enche os olhos do espectador com toda beleza e poesia da 'região'. O diretor do faroeste No Tempo das Diligências, e do drama Vinhas da Ira - primeiro filme do diretor em parceria com o produtor Darryl F.Zanuck - retirou do roteiro de Philip Dunne o medo da pobreza, o frio congelante - dos rostos - do ambiente e a sociedade esmagada pela nova forma de trabalho desumano e as colocou, com perfeição, em Como Era Verde Meu Vale, um filme de 1941 que fica extremamente belo no velho preto-e-branco.
Como Era Verde Meu Vale
4.1 152 Assista AgoraUma dádiva do cinema.
O Poderoso Chefão
4.7 2,9K Assista AgoraUm clássico do cinema. Com atuações extraordinárias, destacando Brando e Pacino. Sem retoques.
Bater ou Correr
3.2 224 Assista Agora"Um dos maiores acertos do cinema dos últimos anos numa dupla engraçada, diferente e rápida no gatilho. Chan e Owen dão um show de graça".
Considero Jackie Chan um dos atores mais competentes do cinema. É uma boa mistura de comédia, com ação, um drama básico e muita arte marcial (sua variação nesse estilo é ótima). Há outros que não vão entender o porquê do drama. Explico, Chan atua em uma obra tão especial e diferente de seu estilo, da sua mesmice de sempre, que contagia o expectador, para quem assistiu é claro: o filme é Massacre no Bairro Chinês de 2009, para mim, um dos melhores dramas da década. Aí ele prova sua supremacia como ator. Então, como falo, ele é um ator completo. Ele corre, dança (se preciso), fica quase nu (se preciso também), rir muito bem e também se faz rir otimamente, é um produtor magnífico, um roteirista sábio e um diretor exímio. Uma vasta lista de filmes, todos muito bons, dos primeiros até os mais novos. Contudo, falarei de sua participação nesta comédia que tentarei descrever. Jackie Chan nunca pára, sempre um ator ativo, e quando não atua ou dirige ou elabora roteiros ou produz, mas sempre ativo. Aqui neste filme ele transborda do humorismo guardado ante obras realizadas. Ele extravaga graça e genialidade ao lado de outro gênio da comédia (na maioria romântica, não neste, é claro), Owen Wilson. Owen é outro perfeito comediante, é uma maravilha de mistura de drama, com comédia, ação (é uma loucura, num se sabe muito bem não a informação e o gênero verdadeiro). Owen brilhou até ultimamente em Marley e Eu, uma boa adaptação de um romance. Um grande sucesso. Todavia, esta maravilha de dupla (Owen e Chan) estrela este filme com uma clareza, com um entusiasmo grandioso, é como se eles dois fossem amigos há décadas e fizessem um filme sobre as loucuras já vividas pelos os dois. É um roteiro maravilhoso, com uma técnica primorosa e uma luta marcial (por parte de Chan, é claro, afinal, Owen não luta absolutamente nada, vê-se) inspiradora, dá vontade de sair chutando qualquer coisa após o filme com os movimentos quase perfeitos (esse quase deve-se ás anormalidades da luta de Chan) de Chan, aliás, ele é o seu próprio coreógrafo.
É a primeira direção de Tom Dey, mas nem parece, ele soube perfeitamente como e quando colocar á dupla em situações engraçadíssimas e uma paisagem texana terrível (o terrível quer dizer bom!). Soube também fazer da graça uma graça ainda maior. Como? Colocando Chan e Owen no elenco. Não tava nada certo, mais essa escolha foi a mais correta (quem lutaria tão adoidado como Chan na Hollywood interesseira?). A montagem é clara e própria. Fotografia rápida e concentradora, centralizadora, digo. A técnica por fim acaba nada mais importa tendo Chan no elenco, o seu brilho dispensa qualquer técnica, mesmo vinda da Hollywood.
A dupla responsável por esse roteiro excelente é Miles Millar e Alfred Gough, os dois incorporam em seu texto uma releitura de outro roteiro, baseado na vida texana, e naquelas histórias mirabolantes e próprias do faroeste. Uma comédia misturada com muita ação e poções de faroeste são o clima do filme, que toma a atenção do expectador. Os dois roteiristas (Miles e Alfred) estão de punho forte em certas comédias com ação, o mais novo A Múmia: Tumba do Imperador Dragão é essa mesma proposta, ingênua e brincalhona.
Por sorte, o filme tem uma sequência não menos engraçada. Bater Ou Correr é um filme excelente com dois atores também excelentes, o primor maior é a mistura do roteiro com dois atores acerteiros e que sabem o que fazem (estilo arriscado, inovador: Jackie Chan). O filme não esquece nada, nem mesmo aquela bolinha memorável de mato passando pela rua no momento de um duelo entre cowboys corajosos que ou brigam por um amor de uma senhorita, ou disputam o cargo de xerife (neste filme, como já disse, de tão engraçado e inovador, o duelo é entre correr, e quem quer correr é Owen em seu personagem Roy, perfeito).
Avatar
3.6 4,5K Assista Agora"Avatar é um dos maiores espetáculos cinematográficos de toda a História do Cinema; isso com muito exagero, igual ao filme".
Em 1997 James Cameron realiza a obra de a maior sucesso de sua carreira; Titanic (1997) é o maior sucesso de bilheteria do cinema. Na obra, Cameron faz uma geniosa mistura de romance, drama e ação, e compõem a obra que mais chega perto á perfeição (em minha opinião). Seis anos depois, em Fantasmas do Abismo (2003), segue a trilha domucentarista. Em 2009 Cameron volta ao roteiro e a direção com o filme mais espetacular do ano, e que se segue numa boa trilha de sucesso, ganho, público e prêmios que ainda estão por vir.
O projeto para o filme Avatar (2009) começara em 1995, com o roteiro ainda de Cameron em papel e na imaginação que se baseava, principalmente, na sua infância e nas histórias que ele lia sobre ficção científica. Em 2005 Cameron anuncia um novo projeto, este chamado de "Projeto 880" tinha como princípio formulação inicial uma adaptação de mangás. Em fevereiro de 2006 Cameron anuncia que o projeto era uma reformulação de Avatar, um antigo filme que ele tentou produzir anos antes. No roteiro de Cameron, ele é especialmente exagerado, repleto de metáforas e paradigmas sobre os preceitos da verdadeira história dos avatares. A imaginação de uma terra limpa sobre as mãos destruidoras do homem toma ponto principal para o incrível roteiro de Cameron, que mais uma vez escreve e dirige uma obra grandiosa e de difícil continuação (tanto na cena como nas sequências, que como está se tornando óbvio por causa do sucesso, será já um projeto sólido e armado de clareza e descobrimento). Com o orçamento máximo de US$ 237.000.000 milhões, James Cameron faz-se desiludir o expectador com o que se já se viu, e encanta-o com muita grandiosidade e gigantismo de uma obra tão complexa em sua ideia e em seus sentidos variados.
O filme é principalmente lançado na forma de 3D. Um visual magnífico faz-se diluir nas faces dos expectadores das salas de todos os cinemas do mundo. Um verdadeiro show de entretenimento e fantasia. Com variadas balbúrdias, o comentado orçamento de US$ 500 milhões (237 milhões de dólares apenas para a execução do filme e outros 263 milhões de dólares gastos nas novas tecnologias, marketing etc.) é definido como a mais cara produção da história. Essa nova tecnologia de poder deixar os personagens mais pertos, dos movimentos ser vistos com mais clareza e perfeição, de se ter mais colocação de imagem e de obter maior apoio na montagem, custa caro. A ideia de Cameron, de transformar seu elenco em homens verdes (sensores que buscam os movimentos e que depois os computadorizam transformando-os em qualquer objeto de desejo do diretor; no caso desse filme, em avatares) veio do uso por esse sistema pelos avanços trazidos em personagens como Gollum (da trilogia O Senhor dos Anéis), King Kong e Davy Jones (do filme Piratas do Caribe). Os efeitos, criaturas e ambientes digitais foram totalmente computadorizados pela empresa de Peter Jackson, WETA Digital. Cameron a preferiu depois de assistir ao O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, e testemunhar ao resultado espetacularmente fantasioso, do qual ele precisava. A captura é perfeita, e a transformação (resultado) final é surpreendente. E como não falar nos belos efeitos visuais. Este que até foram indicados á categoria de Melhores Efeitos Visuais desse ano no Oscar de fevereiro; o páreo com 2012 vai ser ótimo.
A técnica do filme é de um gosto incomensurável. É bem feita, bem organizada. A perfeição está inserida na plataforma de descrição do filme. É um grande espetáculo de forma, ação, consistência de imagem e som, bom diálogo (bem definido), belos movimentos (longo cuidado com a repetição de sempre), um sinuoso trabalho da colocação e da combinação de imagem e som. Uma evidência sistemática de simbiose cinematográfica e um surto de recepção com pontadas agudas de um pandemônio que transcede a normalidade dos últimos tempos (portanto, todo mundo quer ver Avatar), e a crítica como sempre ajuda e o boca-a-boca mais ainda. Como alguns críticos dizem, não existe a repetição e o simplismo exacerbado desses anos mal-fadados do cinema acabam aqui, com a chegada do maior sucesso de bilheteria do ano de 2009, e como convém, também de 2010. A segunda maior bilheteria da história: segundo lugar no ranking desde 11 de janeiro.
Avatar, assim como Titanic (alguns irão me crucificar pela comparação infantil minha), tem o mesmo timbre de grandiosidade, de intemperismo e de marcação em nossas mentes. São cenas relativamente memoráveis, pela sua perfeição e pela diferença em outras do gênero ficção científica. É uma obra brutalmente bela, encurta no gigante espaço de tempo uma história longa, complicada até, com várias disparidades, explicações (essas que os expectadores cobrarão nos dois seguintes; isso já foi prometido por Cameron se o filme fosse um sucesso, e como se vê...), réplicas de outros filmes que deverão ser corrigidas (como Star Wars, mais que garante usufruto de outros sucessos), o simplismo aparente, mais o roteiro que aguça e transparece na tela.
Avatar escapa em obras mal-exageradas, um exemplo do mesmo ano é 2012. O gosto de Cameron, á quem devemos maior êxito na obra, é exequivelmente próprio para todas as idades. O filme que ele escreveu e dirigiu esse ano (Avatar) entra no ano de 2010 valendo ouro, até fevereiro valerá diamante. Nas salas de cinema (como vi hoje) a loucura (como eu chamo, o pandemônio) está longe de acabar. Nem mesmo nas séries chatas Harry Potter e Crepúsculo não se viram tanto alvoroço por querer saber e ter assistido um filme que 'todo mundo viu', e que, como é bem melhor, e 'mais chique' (e mais caro), como alguns dizem, o filme do ano, quer dizer, de dois anos (2009 e 2010) em 3D. Um marketing que vale á pena, e que o cinema 'beleza' agradece.
Arn: O Cavaleiro Templário
3.4 128 Assista Agora"Arn é um grande filme, o melhor dele é que a tentação de imitar outros grandes épicos fora contida, e criada aqui uma obra recheada de brilho independente".
Arn - O Cavaleiro Templário (2007), no original 'Arn - Tempelriddaren', é um grande filme, topa em grandes gêneros seguros e outros sólidos. A sua construção é muito boa. É, como disse, totalmente independente da franquia americana. O longa é uma grande parceria de países baixos e potências como a Dinamarca, a Noruega, o Reino Unido e a Suécia. Todo o cenário é próprio dos países, em sua maioria, as filmagens independem de efeitos ou de uma montagem mais abrangente. A Finlândia, como sempre, é um dos destinos prediletos para grandes produções. Além de ter em sua composição a abertura de imagem (dificílimo de encontrar), uma grande variação de cenários e aquele tempo sempre insconstante que ajuda bastante na mudança de tempo e fotografia, o país faz de grandes filmes um brilho maior. Suas terras gigantescas fazem de filmagens simples uma abertura fotográfica magnífica.
Arn - O Cavaleiro Templário é dirigido por Peter Flinth. Uma direção que acanha na observação e se concentra muito bem na continuidade, voltando e voltando sempre que preciso o roteiro. A história, como Peter propôs, dá voltas, uma métrica interessantíssima, usada no diálogo rápido, dramático e histórico. Peter faz das imagens que tem em suas mãos um teatro imenso, completa as atuações com o roteiro sólido e digno de contradição (nem tudo é perfeito).
Arn - O Cavaleiro Templário é uma linda adaptação do romance de Jan Guillou, igualmente roterizado de um romance, outras obras escapam na mesmice e no erro que corroi essas obras, são elas Cruzada: Uma Jornada Através dos Tempos (2006), Tróia (2004) (vale ressaltar que este filme é uma roterização do poema de Homero, mesmo assim, uma mera adaptação) e Sansão e Dalila (1949). O roteiro apesar de fraco, segura bem o tempo que o filme tem. Aliás, o tempo é muito bom, alonga o diálogo ao extremo, sem torná-lo cansativo, e tem ar bastante interessante, repleto de curiosidades e esclarecimentos sobre assuntos religiosos, da sociedade da época, contradições de coragem e medo e o uso romântico da prosa que normalmente aparece em épicos de batalhas e guerras medievais que disputam ou um amor, ou um trono por amor seguido de morte, com esse tema temos 'massa' Tróia.
Existe brendas aparências com Gladiador (2000). Mais as longas disparidades (que pareciam aparentes, foram corrigidas no roteiro e na direção) que existiam com Arn lançado sete anos depois, são meras coincidências que ocorrem nos melhores filmes. É aquilo: uma guerra em uni-prosa, com auror de vingança e respeito, um amor entre batalhas, muita poeira e muitos cavalos. Mais do mesmo? Não. A diferença é sálubre. Vamos deixar isso de lado.
O elenco é ótimo. O novato Joakim Nätterqvist (papel de Arn Magnusson, e seu único) é muito competente, honra com muita clareza a lista de atores que protagonizaram épicos úteis para a imagem do cinema. Outros novatos compõem o elenco: Sofia Helin (papel de Cecilia Algotsdotter, o romance de Arn), Anders Baasmo Christiansen e Fanny Risberg. Os conhecidos pelo público são visíveis no talento que exposta diante da tela: Stellan Skarsgård (do mais novo Anjos e Demônios), Bibi Andersson (da fantástica obra O Sétimo Selo, de 1957), Vincent Perez (do sagaz A Rainha Margot, de 1994) e Simon Callow (de Shakespeare Apaixonado, de 1998). Outrora, o elenco tão normal se faz muito bem empenhado e retarda com maestria o surto de qualquer intemperismo que exista no roteiro curto, mas rico em clareza e suavidade.
Por terminar, outros não poderiam julgá-lo (Arn) como um besteirol fraco. Ele não é. Mais também não posso ser hipócrita dizendo que fora uma injustiça ele ter mais marketing e sucesso internacional, não interno. Isso é uma grande erro. Contudo, Arn - O Cavaleiro Templário entra na lista 'daqueles' que escapam em tudo: no Hollywoodianismo exagerado, ocultismo de obra, restauração de outro gênero (o antigo, aquele bem usado), de surto de analogia e robusta forma de fazer de um roteiro normal uma grande obra em grandes países. São vários os pontos que elevam a imagem do filme. Dentre elas aquela fotografia que nos faz esquecer qualquer coisa no fogão ou no forno, ela nos encanta. Arn faz de tudo para chamar atenção, faz até um milagre em seu roteiro, e cumpri o absurdismo de não imitar outras obras, e a atenção, um dia ela virá.
Apollo 13: Do Desastre ao Triunfo
3.6 226 Assista Agora" Howard aqui mostra que venho para revelar novos roteiros, novas interpretações; e, que sempre é capaz se superar."
Nada como uma obra atrás da outra para afiar o gosto pelo drama e pela reflexão dos sentimentos, isso aconteceu com Ron Howard. O diretor de Splash, Uma Sereia em Minha Vida (1984), sua primeira direção, depois de fracassadas atuações em Vendedor de Ilusões (1962), Loucuras de Verão (1973) e Os Três Discípulos da Morte (1974) teve o tempo como seu aliado. Passadas décadas fora do cinema, embaixo com baixas produções, Howard, aparece com uma nova visão do cinema, exibi uma clássica ideia de observação em Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo (1995), com Tom Hanks, que tinha acabado de sair de um dos personagens mais brilhantes da sua carreira em Forrest Gump - O Contador de Histórias (1994), com Bill Paxton, ator de filmes relativamente 'normais', como Predador 2 - A Caçada Continua (1990), e Quando Chega a Escuridão (1987) enche a tela de complicações, abusos de diálogo e disparidades num roteiro bem escrito, mas mau elaborado com Hanks e Kevin Bacon que até esse tinha 'participado' dos chatos Um Gigante de Talento(1994), do terrível O Ataque dos Vermes Malditos(1990) e Ela Vai Ter Um Bebê (1988). A escolha dos três protagonistas fora de excelente escolha, Howard agora, estava pronto para encher a tela de experientes e não-tão-experientes atores do cinema convencional.
A elaboração da caracterização dos personagens de Hanks, Paxton e Bacon fora comprometida com o roteiro. Como sempre, talvez como sempre, Bacon tivera e tem o talento de ser e não ser o protagonista, isso é dificílimo, por que a mistura de protagonista, que sempre inicia-se logo no começo do filme para haver a transformação para o antagonista independe das vantagens que cada ator possuí. Isso aconteceu em Anaconda 2 - A Caçada pela Orquídea Sangrenta(2004), Homem-Aranha(2002) e o excelente O Homem Sem Sombra(2000). Essa passagem de cárater é usada de maneira pacífica aqui, em Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo.
O roteiro atroz tirado do livro Lost Moon: The Perilous Voyage of Apollo 13, de Jim Lovell e Jeffrey Kluger sofreu baixas mudanças, numa linguagem rápida e sensível os personagens levam a história naturalmente, passo-a-passo até á espera viagem, que tanto se espera. O filme não passa de uma biografia íntima, afinal, o filme é americano, o enredo, por graça, também é americano. Todavia, o esforço para que a obra se tornace natural e não superficial atrapalhou um pouco na meretriz que devia seguir o tempo e a história verdadeira. Em parte, o drama e o suspense é ótimo, assegura o expectador na cadeira até o último suspiro de vida dos tripulantes da nave Apollo 13. O tempo do filme é gigante, mas, por milagre não atrapalhou na métrica do roteiro que é também é sagaz e introvertido.
Ron sabendo explorar Hanks como ninguém obteve total deleite de sua atuação impecável. Uma parceria, como vemos hoje, que deu certo. Paxton, fiquei em dúvida se foi um protagonista ou um mero coadjuvante para completar o elenco. Bacon, excelente como nunca abre sua expressão facial e seu roteiro desenvolve-se em um tempo recorde, sua participação no filme faz de sua imagem irretocável. Assim vai nascendo Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo, passo a passo, cena a cena, interpretação a interpretação vai-se construindo uma obra que derruba preconceitos cinematográficos, como: o uso de exagerados efeitos visuais, montagem superficial, interpretação conotativa, e uma direção sem preconceitos, que teve uma construção demorada e esforçada por parte de Ron Howard.
É com todos esses atributos de Ron que o filme torna-se um sucesso, faturando mais de 355 milhões de dólares em todo o mundo. O filme recebeu 9 indicações ao Oscar e 4 indicações ao Golden Globe, tendo ganho os Oscar de Melhor Edição e Melhor Som. Nem por isso Howard enfraquece, ganha anos mais tarde o oscar de direção por Uma Mente Brilhante, que recebe mais três outros.
O tempo, como disse, faz um diretor um ator ou um roteiro, assim depende da criatividade ou até mesmo do exagero de cada um. Não obstante, Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo têm seu mérito por que anda entre a naturalidade da direção e as magníficas interpretações de Hanks e Bacon, astros do cinema, astros da interpretação.