Um roteiro antigo contando uma história mais antiga ainda. Tinha quase tudo para dar errado, mas deu certo, ou pelos menos eu acho. Uma bela fotografia, efeitos visuais expandidos e cenas de lutas solos emocionantes. Tudo bem, é mais técnica do que filmes, mas é isso mesmo. Vocês queriam o quê com Brad Pitt no elenco?
Igual ao gênero de O Código da Vinci tem de montes, mas igual a técnica e como o enredo é levado, e não puxado, como ocorre em alguns outros, é difícil de achar. A ótima direção de Ron Howard - que volta á ativa desde Uma Mente Brilhante - tem muito dos créditos do filme, mas as grandes atuações de Tom Hanks, Jean Reno, Andrey Tautou e Ian McKellen dão o grande AR de perseguição, mistério e suspense, as três colunas-mestres que sustentam o filme.
Não me encantou, mas também não me indignou. De longe - recorrendo a clichê - o mais fraco da carreira de Allen. O pessimismo da comédia de humor negro na sua versão fraca e altamente forçada á temática do século XXI. Mas vale quando se refere a comédia de boa qualidade, na sua versão classuda de indagação social.
Apenas Uma Vez é um dos melhores filmes que vi nos últimos meses e, acredite, em alguns anos até. Outro filme que também me surpreendeu pela simplicidade e leveza, até certo ponto, foi O Despertar de Uma Paixão. São dois filmes surpreendentes, que recomendo a qualquer cinéfilo de plantão que adora romance ou drama, e, se não gostar desses gêneros, recomendo assim mesmo. Apenas Uma Vez é bastante peculiar, filme-arte que nos atraí no seu decorrer pelas maravilhosas canções e atuações teatrais.
O melhor do filme é a criatividade que ele exala no decorrer de sua interessante trajetória armada desde do começo, e segura até o fim da última sequência. Elenco maravilhoso. Créditos para Toni Collette.
Uma construção segura e repleta de curiosidades, interpretando acontecimentos de forma fantasiosa, mas nunca querendo 'explodir' um roteiro que não existe.
Um dos fracos que tratam do assunto nazismo... Talvez por retratar o Fuhrer como um ser humano com ânsia de falso patriotismo incomum. Entretanto, a atuação de Bruno Ganz como o insálubre Hitler é de bater palmas.
Espero, que: não dê uma louca no diretor para encher de efeitos, realizar uma carnificina com os personagens, exagerar nos romances que surgirão após a 'batalha final'; reviver os pais de harry; deixar uma 'deixa' para uma suposta continuação, o que não terá; e tomar como partido para o enredo final o desejo dos fãs da saga de harry potter...
[spoiler] "O filme tem um roteiro tão belo, com atuações tão leves que só de falar dá dor na garganta de tanta emoção".
Nos meus comentários procuro citar filmes que me emocionam e que podem servir de referência no drama no romance e por aí vai. O filme A Cura (1995) já esteve em vários deles. Ele além de servir de referência para os meus comentários, ele serve como princípio fundamental para uma análise analítica do ser humano; em suas fases e em seu caráter. Na lista de dramas ótimos (estão na lista O Despertar de Uma Paixão e Meu Primeiro Amor: Parte 1) A Cura obtém grande êxito na emocionalidade proposta. A direção de Peter Horton e o roteiro de Robert Kuhn, combinados, agudam (afiam) os sentidos do expectador; a emoção é inevitável.
Dexter (Joseph Mazzello) é um menino franzino. De classe média baixa, e que vive com a mãe. A vizinhança fala muito mal dos dois. Ao lado da casa de Dexter mora um garoto, mais ou menos de sua idade, e que começa a conversar com ele. A mãe de Erik (Brad Renfro), Gail (Diana Scarwid) não quer a amizade dos dois. Linda (Annabella Sciorra), mãe de Dexter é uma mulher boa. Disparidades entre as duas mães fazem de um enredo que poderia ser simples, torna-se complexo e bastante crítico. Erik fica amigo de Dexter. Dexter fica mais amigo de Linda do que de sua própria mãe. Nessa complexa e, ao mesmo tempo, simples trama uma incógnita habita todo o círculo. Dexter têm Aids. Esse ponto, apesar de ser um dos mais fortes do filme é mesmo uma pequena junção, um usufruto de apreço de núcleos e de centrais assuntos que ainda estava por vir, como a maternidade e a amizade. Erik e Dexter á partir daí começam a procurar por uma cura para a doença. Encontram um médico em Nova Orleans, que diz ter descoberto a cura para a Aids. Tudo mentira. Eles comem chocolate (por uma propaganda), dizendo que diminuiria o vírus da Aids. Cruzam uma gigante batalha de busca e conhecimento, um do outro. São cenas absurdamente simples, sem nenhuma técnica genial ou atuações impecáveis; é apenas o cinema mostrando um bom roteiro com interpretações emocionantes. No final (não podia ser mais dramático) Dexter chega a falecer numa brincadeira de faz de conta. O melhor do filme é a ligação de amizade que vai se construindo em seu decorrer. Uma ligação tão forte que as cenas finais são mais emocionantes ainda: no velório de Dexter seu amigo Erik tira, sem ninguém ver, o sapato de seus pés; a troca é ótima, ele coloca os dele nos pés de Dexter. Ele vai até um lago e joga o sapato. Nada de fotografia, nada de montagem; só a mais bela trilha sonora do ano de 1995 derramada pelo deslizamento da câmera em tempo corrido. Quer mais? Não se tem mais, apenas um rápido diálogo de Erik e Linda; o público merecia isso.
A direção se compromete bastante com o tempo. O roteiro curtinho de Kuhn dificulta as cenas de imagem; são contraídas, bastante digo a paisagem, uma montagem circular, uma fotografia ampliada (no ar livre) e uma fotografia controvertida (nas cenas da casa).
Afinal, o filme, além de ser o típico entretenimento da velha sessão da tarde, ganha valor em mãos mais atentas. É só saber retirar da simplicidade e da naturalidade a essência legítima da obra; depois disso, coloca-se num frasco todo o sentimento do filme, e distribuí mundo a fora. A Cura fez um lindo trabalho com tão poucos recursos. Esse é o amor. Em todos os sentidos.
"Uma linda biografia, uma poesia dilúida numa magnífica história á respeito da humanidade".
Diários de Motocicleta é um filme com um teor altamente biográfico, aliás, esse é seu gênero pricipal seguido do drama. Ele conta uma das maiores e mais importantes histórias da humanidade: a estruturação do cárater do líder revolucionário cubano Che Guevara. O filme é de se emocionar.
Antes de tornar-se um líder revolucionário cubano, o argentino Che fez uma viagem de conhecimento sobre o seu continente (América do Sul). A viajem foi alongada e o caminho percorrido por Che foi maior que deveria ser. Essa viajem é contada no filme com os mínimos detalhes, baseado no livro de Che e de seu amigo de viajem Alberto Granado. Ambos, de características fundamentais para uma produção, romantizadas e de estruturação dramática e comediada.
O ator Gael García Bernal (Che Guevara) incorpora o personagem de Che brilhantemente (a atuação é dificil, é uma imagem nunca vista e conhecida por muitos). Rodrigo De la Serna interpreta o amigo de Che Alberto Granado. Os dois atores fazem uma verdadeira jornada de conhecimento, eles mergulham na imagem dos dois personagens (verídicos, vale ressaltar). Uma imagem pesada (o ar negro, solitário por todo momento é mostrado no longa, de forma complacente é claro), mas nada que comprometa o corrimento do filme. É um drama gostoso com pontadas de aventura e muito pouca ação (quando se tem damos graças). Os dois atores são de uma feição descomunal, eles encantam o expectador com muita facilidade, emocionam e faz-se traduzir um drama-romantizado numa verdadeira epopeia bem-elaborada. A carga é distribuída na imagem, qual irei falar mais adiante. Os dois estão de parábens (Gael surpreende, uma mais nova revelação do cinema, e o melhor, o que quebra a mesmisse de sempre, ele é mexicano!).
Agora a direção (o brasileiro, acredite, o brasileiro Walter Saller). Ela é centrallizadora. Foca a imagem primeiramente nos dois personagens. Logo após a partida para a viajem, foca exclusivamente na paisagem (que é deslumbrante). A fotografia é amarelada. O terreno faz contração com a luz e distingue a cor do dia. A montagem é natural. A maquiagem, nossa, maquiagem? A direção de Walter é estilosa, bem brasileira (é solta, e leve, a poesia corre solta num roteiro calmo e contrátil). Antes do começo das filmagens Salles fez a mesma viajem feita pelos personagens-verídicos. Coube em sua visão, por isso, um olhar mais pessoal para o roteiro.
Sendo assim tão belo mais muito desmerecedor e na minha opinião injustiçado na hora da indicação aos Oscars, Diários de Motocicleta mesmo assim encanta expectadores de todas as idades, redescobrindo uma magnífica vida e agora nem tão misteriosa de Che. Espera-se que essa poesia aqui dilúida no roteiro esteja presente em outros, sendo ou não pelas mãos mestras de diretores brasileiros, sempre esperamos o melhor, e o pior, engolimos.
A coragem e a insanidade do diretor Stanley Krubick adaptada da obra de Anthony Burgess: Laranja Mecânica é o que o espectador queria ver.
O diretor Stanley Krubick obteve da obra de Burgess o exotismo apreendido e o horror superestimado da sintonia macabra e da métrica horripilante da ultra-violência. Na tela, as cenas tomam forma de gibi; um gibi negro. A combinação de teatro frânces do século XIX, arrogância e o ironismo, a masculinidade afeminada e a retomada do cinemão italiano virtual fazem parte da técnica de Stanley. A forma realmente impressiona, é surpreendente o uso igualável de cores, de sintonias que marcam e entristessem o ambiente futurístico. A sonoridade é rica em composição; a trilha combina maestralmente com o roteiro perspicaz. Laranja Mecânica é o futuro do cinema em sua melhor forma.
"O encanto e o amor que o filme Perfume de Mulher reflete sobre a sociedade é mais que uma mera crítica, é uma valorização da paixão pela vida".
Como é de praxe, em tempos e tempos aparece bons atores (nesse caso uma dupla) e um roteiro simples, que poderia se transformar em um clichêzão, o roteiro (do romance de Giovanni Arpino, e o roteiro legítimo de Bo Goldman) seguiria, senão fosse pelas mãos habilidosas de Martin Brest (direção), um drama pesado e amargo. Evidentemente, o filme saiu-se perfeitamente como um drama (uma lição de vida pode-se dizer) natural e forte, protagonizado, principalmente por Al Pacino (ele faz um personagem relativamente 'grosso', o Tenente-coronel Frank Slade, que, se não falasse, nunca se saberia que possuí uma deficiência visual; interpreta-se brilhantemente com coesão e legitimidade de qualquer deficiente), e por ponta, Chris O'Donnell, não é nenhum coadjuvante, e não brilha menos do que Al.
Os dois (Frank e Charlie) vivem uma verdadeira prova de reestruturação de situações e uma cumplicidade que se faz, ponto a ponto, diálogo a diálogo, elaborada e argumentada de forma rápida e métrica inteligente e bem-organizada numa viajem de auto-conhecimento (no caso, dos dois). Em todo o decorrer, uma amizade surge entre os dois, ainda não via-se nenhuma ligação de amizade ou semelhança com tal entre os dois. O filme trata com muito cuidado e de forma bela esse mundo obscuro (digo assim por causa da deficiência de Frank que é tratada, mesmo sendo de mentira, de forma parcial e respeitosa; Al Pacino cumpre com sua atividade e encanta e desencanta qualquer expectador com o seu drama e com toda a tensão que por vezes o filme propõe á ele). Esse drama em 1992 traz nos cinemas de todo o mundo uma estória que poderia ser igual a qualquer outra, mais que se torna diferente, especial, Al têm papel forte nessa parte (uma semelhança, em força e competência na atuação pode-se lembrar-se da magnífica atuação de Dustin Hoffman em Rain Man).
Essa força que digo, na atuação quase que impecável de Al, lhe assegurou a estatueta de Melhor Ator (competiu com forças iguais ou até maiores como Clint Eastwood por Os Imperdoáveis e Robert Downey Jr. por Chaplin; mais por merecimento, Al era o mais provável para o ganho do Oscar). O filme teve outras indicações, mais não ganha nenhum. Outro ponto interessante do filme é uma fotografia bonita, aberta e clara; que guarda tempo á tempo uma ligação entre a paisagem, o escuro da casa, a introspectividade da casa de Frank e a exterioridade juvenil de Charlie(que aliás, é assegurada pelo claro, ou uma pequena abertura de luz). Essa falta de assimilação entre os dois personagens, de ínicio, provoca uma falta de ar, e até mesmo, por vezes, uma repentina raiva e surfoco por causa da falta de iluminação (até, entretanto, no comecinho do filme).
O longa ainda traz surpresas e indignações á respeito da deficiência de Frank, mais o filme dá voltas e com maestria, o diretor reverte situações que poderiam ficar por isso mesmo em vida comum. Uma verdadeira lição de vida, um ensinamente que dificilmente aparece na tela dos cinemas.
Há cada cena o protagonista Al se transforma, de forma comumente, em protagonista (que é impenetrável na maior parte do tempo) e antagonista (há cada ponto, ele sofre distúrbios bipolares; isso ocorre frequentemente com pessoas que sofrem com essa deficiência). Ele leva o filme do brilhantismo da vida, á obscuridade dela. Com cenas fortes de drama, outras de uma comédia levemente apimentada pela atração, outras por um romance que é quase exímio.
O filme Perfume de Mulher, apesar do título atraente e subordinado á mesmisse Hollywoodiana, ele é mais que mágico (também há isso), ele é saborosamente atraente, deslocando sempre no diálogo uma ponta de sárcasmo e uma ironia sem fim (na maioria do tempo).
O surto de paixão e de rumor que o longa traz é lindo, mais sendo tão belo, ao ponto de permitir uma diferença entre a liderança e a clareza de um texto bem escrito, esse torna-se uma satisfatória e apaixonante viagem entre o auto-conhecimento e a saborosa vontade de viver.
"A sorte é que os épicos de roteiros específicos tornam-se cada vez mais atraentes, em Gladiador o roteiro é tudo, a atuação de Crowe é só mais um usufruto".
A mania agora de recriar histórias e torná-las épicos já não é de hoje; agora, se essa produção for bem elaborada e pensada em entreter o expectador em todas as cenas e em todos os diálogos e, principalmente, em sua ideia e sua importância o filme tornará-se-á não somente um sucesso como uma obra-prima que comprometerá outros roteiros e outras manias adversas. Contudo, fica bem-pensado uma criação que não seja ligada com outras, essa introspectividade e individualismo terá parte gigante em todo o sucesso do filme. Aqui, todos os atributos para um épico se faz, e as características para uma verdadeira obra-prima, isso passa perto.
O filme Gladiador tem uma direção (do diretor expancionista Ridley Scott, é indicado á Melhor Direção, não ganha; não muito famoso, mais realizador de obras enigmáticas como Hannibal) magistral, é circular e panorâmica (quando deve ser; cenas por exemplo de luta, ou até de contração dos personagens, exigem essa técnica), o som é admiravelmente normal (com sonoridade impecável; doce quando exige uma ponta de romance e metálica quando a cena é de ação), a montagem é deslumbrante (é convertida e bem-colocada, para não dizer perfeita; compromete, sem querer, todo quase o ângulo central de imagem, desfocando pelo mínimo detalhe os personagens), os efeitos visuais despencam em ondas de mármore (é muito forçada e estigmatiza á colocação de objetos; desperçam a imagem e obstruem os personagens; mesmo assim, leva a estatueta de Melhores Efeitos Visuais), e o elenco, evidentemente, sem comentários: o astro, até então descolocado na lista dos 'mais' de Hollywood, o neo-landês Rusell Crowe, exibi aqui neste filme seu talento tanto para á ação quanto para o drama romantizado; outro bom ator que deconjunta a trama é o porto-riquenho Joaquin Phoenix, ator de dramas como Brigada 49 e do belo Johnny & June).
Ainda com essa produção impecável e toda abertura de orçamento, o diretor se mostra visionário em cenas de luta e de drama. Ele aguda o roteiro (dos roteiristas estílisticos em imagem e arte David Franzoni, John Logan e William Nicholson) o máximo que pode, atravessa o enredo entre o drama romantizado bastante pesado (usado de forma desconfortável, provoca no expectador raiva) e a ação satírica (é usada em forma de gibi, como uma sequência longa e 'nervosa'). O uso da fotografia é bastante complexa, compromete a imagem em ângulos, desconexos e de luz cinza. É variada em tempos e em cenas, ás vezes de imagem quebrada (corta em sinuosas placas de quebra) e inteira (quando se quer mostrar uma paisagem ou uma atribuição de imagem clara e limpa). A sorte é que a produção não exagerou no tempo. Teve momentos de naturalidade, isso interrompeu na verdadeira métrica do roteiro. Mais souberam recolocá-la novamente nos eixos.
A epopeia é longa. A história mais ainda. Mais a diversidade de imagens desperdiçam mais tempo ou uma história mais complementada com mais drama, mais romance ou mais ação (se tivesse mais de tudo isso, o longa se tornaria uma obra dividida em partes, e não em cenas). Sabiamente, como outros mestres, por exemplo Peter Jackson da trilogia O Senhor dos Anéis, Victor Fleming da obra ... E o Vento Levou e William Wyler do épico Ben-Hur, Ridley Scott soube administrar o tempo com glamour e com paixão que aparece tanto na imagem como no áudio. O que se espera de mestres diretores como esses citados é que apareçam mais e mais, e que saibam levar uma produção sem exageros ou meras normalidades indispensáveis.
"Uma história de amor, mas é mais que isso, é uma história de sucesso".
Um dos maiores clássicos do cinema de todos os tempo s...E o Vento Levou (1939), título original Gone With the Wind, têm muito á dizer sobre o que é o sucesso, ainda mais no tempo em que a produção era regida á improvisações. Tendo em seu encalce o ganho de oito Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor (Victor Fleming), Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel), Melhor Roteiro Adaptado (Sidney Howard), Melhor Direção de Arte (Lyle R. Wheeler), Melhor Fotografia (Ernest Haller e Ray Rennahan), Melhor Montagem (Hal C. Kern), e outros dois especiais, na categoria Technical Achievement Award (Oscar científico ou técnico) o indicado R.D. Musgrave, pelo pioneirismo na utilização de equipamentos coordenados na produção do filme, e outro na categoria de Oscar honorário por William Cameron Menzies, pelo excelente desempenho no uso de cores para a valorização do humor dramático na produção do filme, completando assim dez Oscars. É o segundo filme com o maior número de indicações ao Oscar, ficando atrás apenas dos empatados A Malvada (1950), e Titanic (1997), que foram indicados a 14 Oscares. …E o vento Levou que teve 13 indicações ao Oscar, venceu dez, sendo superado apenas por Ben-Hur (1959), que conquistou onze estatuetas (embora tenha tido menos indicações que …E o vento levou, 12). Atualmente, ao lado de Amor, Sublime Amor (1961), …E o vento levou também é o segundo filme com o maior número de Oscares ganhos, ficando atrás dos empatados Titanic (onze prêmios em 14 indicações), Ben-Hur (1959) (onze prêmios em 12 indicações) e O Senhor dos Anéis: Retorno do Rei(2003) (onze prêmios em onze indicações). Comparando todos os filmes, todos fantásticos, o merecimento é sem igual para todos os ganhadores.
A escolha do elenco foi meio que dirigida pelo público, a escolha de Clark Glabe, que faz o papel do cínico Rhett Butler, foi direcionada para o público, já Vivien Leigh, atriz de ágil penetração das personagens, faz Scarlett O´Hara, inglesa mais nascida na índia, fato este que provocou tensas discussões entre os dois, fora escolhida pelo próprio diretor, Victor Fleming, por mero acaso, durante as filmagens do incêndio de Atlanta, ele a viu ao lado de seu marido, o ator Laurence Olivier, e logo lhe ofereceu o papel da heroína sulista. O resto do elenco: Olivia de Havilland, que faz o papel da doce Melanie, que é casada com Ashley, que é interpretado pelo 'fraco' mais esforçado Leslie Howard; Hattie McDaniel, primeira atriz negra africana a ser indicada e á ganhar um Oscar; Thomas Mitchell, que faz o pai de Scarlett; a pequenina e talentosa Butterfly McQueen, empregada atrapalhada de Scarlett, que atravessa todo o longa ao seu lado. Outros do elenco: Everett Brown (Big Sam), Rand Brooks (Charles Hamilton), Carroll Nye (Frank Kennedy), Mary Anderson ( Maybelle Merriwether, a prostituta, tratada no filme com descrepância descomunal), Cammie King (Bonnie Blue Butler, filha de Scarlett, que morre de forma drástica), Laura Hope Crews (a engraçada e débil Tia Pittypat Hamilton), o filme ainda conta com um elenco grandioso, que compõe a Atlanta dos ricos, e a Atlanta dos derrotados; faz-se também o elenco da fazenda 'Tara', da cena dos homens feridos, milhares de coadjuvantes, afinal todos fazem parte. A montagem é de um gosto absurdamente fantástico. Os efeitos, ainda primários são belíssimos.
Como em qualquer outro filme houve em ... E o Vento Levou discordâncias e indiferenças entre o elenco, como em lado pessoal como em profissional. Um exemplo do quão as atrizes da época eram desfavorecidas é quanto Vivien ganhara e quanto Clarck trabalhava e recebia. Vivien Leigh trabalhou nos sets de filmagem por 125 dias e recebeu por isso a quantia de 25 mil dólares; já Clark Gable trabalhou por 71 dias e ganhou 120 mil dólares. Outra coisa, as brigas dos dois eram de fatores catastróficos. Durante as filmagens, ninguém na produção acreditava que Vivien Leigh fosse resistir ao charme de Clark Gable. Mas, na verdade, eles não se entendiam, pois ela considerava pouco profissional que ele deixasse o estúdio sempre às seis da tarde, todos os dias. Ele achava um abuso oferecer um papel essencialmente estadunidense a uma atriz britânica. Vivien se entendia bem com o diretor George Cukor (um segundo diretor, outros como Sam Wood, William Cameron Menzies e Sidney Franklin também comporão a direção, por desventura, Fleming levou todo o crédito de direção, apesar da direção ter sido creditada exclusivamente a Victor Fleming, ele dirigiu apenas 45% do filme). Gable preferia Victor Fleming. Vivien odiava o hálito de Gable - ele comia cebolas de propósito, poucas horas antes de gravar - e o cheiro de licor, que a deixava com náuseas. Ele revelou que, quando a beijava, pensava em um bife. Na verdade, na pele de Rhett Butler ou Scarlett O'Hara ou na de Clark Gable e Vivien Leigh, eles jamais se entenderam. Ainda sim, por graça, como eram profissionais não deixavam transparecer esse ódio descomunal que um sentia pelo o outro.
A obra é adaptada do livro de Margaret Mitchell, por Sidney Howard, e por colaboradores como F. Scott Fitzgerald e William Faulkner. Todos tentaram transformar com o mínimo cuidado o livro para o cinema, deixando sempre a essência de Drama, Romance e Guerra; e lá no final, na ponta da língua de Scarlett comédia. O resultado foi grandioso. Do livro, quase mil páginas, o tempo estimado do filme é de quase quatro horas, uma epopeia que atravessa décadas mais décadas, realizações e imperfeições. Um crítico uma vez disse que é "a produção mais bem-sucedida de Hollywood", Leonard Maltin, do Entertainment Tonight. Sob seu ponto de vista, "parece melhor com o passar dos anos." "Um dos mais populares filmes da América, completamente sem rivais. Um colosso em todos os tempos", disse Kenneth Turan, do Los Angeles Times. O filme foi produzido por David O. Selznick, a trilha sonora é de Max Steiner, que deu classicismo á obra com tons de grandiosidade; a fotografia de Ernest Haller e Ray Rennahan, soberanos em parcializar a imagem, focando toda a extensão, como se vê na cena de homens de guerra pelo chão, a câmera se afasta, mostrando Vivien correndo entre eles; o desenho de produção de William Cameron Menzies, a direção de arte de Lyle R. Wheeler, os figurinos de Walter Plunkett, compõe a magia e a riqueza do povo sulista, e a montagem de Hal C. Kern. Em relação á montagem, uma das mais belas do cinema até agora, posso revelar algo que alguns não sabem. No incêndio de Atlanta tomada pelos Ianks, o fogo consumiu á cidade, agora destruída. A cena em que vemos Scarlett na charrete com Rhett e Prissy e tendo Melanie com seu filho deitado em seus braços é de uma beleza épica. A cena vermelha, de produção impecável, tem seu cenário tirado de outro filme, King Kong (1933). A montagem subseqüente é rápida, afinal, o cenário estava prestes a desmoronar, e eles só podiam fazer a cena uma vez. O que é o profissionalismo não?!
Com isso, o sucesso, ante imediato, foi tornando-se catastrófico. A produção de Gone with the Wind custou pouco mais de cinco milhões de dólares aos cofres da MGM e, quatro anos depois de seu lançamento, a renda obtida pelo filme nas bilheterias já superava a marca dos 32 milhões de dólares.
Com todo esse sucesso e com essa produção impecável, ... E o Vento Levou marcou a história do cinema, registrando personagens lembráveis como Scarlett e Mammy. Tudo isso com ondas de drama, comédia, guerra, beleza. A marca registrada do filme, portanto, é sua ousadia em submeter um elenco e uma produção há marcas e números nunca antes vistos. O amor ao cinema é visto nos olhos de Leigh, a paixão de atuar é sentida na fala de Glagle, e o sucesso de ... E o Vento Levou é levada aos anos á fio.
Uma Rua Chamada Pecado
4.3 454 Assista AgoraDois grandes contracenam num filme que ficou e ficará para a história do cinema.
Leigh extraordinariamente teatral.
Tróia
3.6 1,2K Assista AgoraUm roteiro antigo contando uma história mais antiga ainda.
Tinha quase tudo para dar errado, mas deu certo, ou pelos menos eu acho.
Uma bela fotografia, efeitos visuais expandidos e cenas de lutas solos emocionantes.
Tudo bem, é mais técnica do que filmes, mas é isso mesmo.
Vocês queriam o quê com Brad Pitt no elenco?
O Código Da Vinci
3.4 1,5K Assista AgoraIgual ao gênero de O Código da Vinci tem de montes, mas igual a técnica e como o enredo é levado, e não puxado, como ocorre em alguns outros, é difícil de achar.
A ótima direção de Ron Howard - que volta á ativa desde Uma Mente Brilhante - tem muito dos créditos do filme, mas as grandes atuações de Tom Hanks, Jean Reno, Andrey Tautou e Ian McKellen dão o grande AR de perseguição, mistério e suspense, as três colunas-mestres que sustentam o filme.
A Família do Futuro
3.5 348 Assista AgoraPropriamente capaz.
Tudo Pode Dar Certo
4.0 1,1KNão me encantou, mas também não me indignou. De longe - recorrendo a clichê - o mais fraco da carreira de Allen.
O pessimismo da comédia de humor negro na sua versão fraca e altamente forçada á temática do século XXI.
Mas vale quando se refere a comédia de boa qualidade, na sua versão classuda de indagação social.
Alpha Dog
3.6 461 Assista AgoraA violência de Alpha Dog é de primeira linha.
Apenas Uma Vez
4.0 1,4K Assista AgoraApenas Uma Vez é um dos melhores filmes que vi nos últimos meses e, acredite, em alguns anos até.
Outro filme que também me surpreendeu pela simplicidade e leveza, até certo ponto, foi O Despertar de Uma Paixão.
São dois filmes surpreendentes, que recomendo a qualquer cinéfilo de plantão que adora romance ou drama, e, se não gostar desses gêneros, recomendo assim mesmo.
Apenas Uma Vez é bastante peculiar, filme-arte que nos atraí no seu decorrer pelas maravilhosas canções e atuações teatrais.
Grandes obras!
Desonra
3.2 37 Assista AgoraÉ o típico filme-arte que não agrada á maioria.
A Garota Morta
3.2 133 Assista AgoraO melhor do filme é a criatividade que ele exala no decorrer de sua interessante trajetória armada desde do começo, e segura até o fim da última sequência.
Elenco maravilhoso.
Créditos para Toni Collette.
Tomates Verdes Fritos
4.2 1,3K Assista AgoraRealmente, uma grande obra.
De tudo o que um bom roteiro exige, Tomates verdes e Fritos têm quase todos.
Caça às Bruxas
2.7 1,8K Assista AgoraUma construção segura e repleta de curiosidades, interpretando acontecimentos de forma fantasiosa, mas nunca querendo 'explodir' um roteiro que não existe.
A Garota da Capa Vermelha
3.0 2,5K Assista AgoraMagia, fantasia e fábulas bem colocadas na direção atraente e colorida de Catherine Hardwicke.
Maluca Paixão
2.7 1,0K Assista AgoraEm sua pré-atuação de Um Sonho Impossível, Sandra Bullock mostra que sabe surpreender o espectador.
Uma interessante interpretação.
O Preço da Coragem
3.3 101 Assista AgoraApesar de forçar muito, a película segura a atenção até o fadado fim que todos já sabiam.
Angelina Jolie, em sua melhor forma.
A Queda! As Últimas Horas de Hitler
4.1 775Um dos fracos que tratam do assunto nazismo...
Talvez por retratar o Fuhrer como um ser humano com ânsia de falso patriotismo incomum.
Entretanto, a atuação de Bruno Ganz como o insálubre Hitler é de bater palmas.
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
4.3 5,2K Assista AgoraEspero, que: não dê uma louca no diretor para encher de efeitos, realizar uma carnificina com os personagens, exagerar nos romances que surgirão após a 'batalha final'; reviver os pais de harry; deixar uma 'deixa' para uma suposta continuação, o que não terá; e tomar como partido para o enredo final o desejo dos fãs da saga de harry potter...
Tenho até medo do que virá pela frente.
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
4.2 3,1K Assista AgoraNova aventura e novas surpresas em uma das séries mais lucrativas da história do cinema.
Algum dia HP teria que surpreender, não é?
A Cura
4.1 794 Assista Agora[spoiler]
"O filme tem um roteiro tão belo, com atuações tão leves que só de falar dá dor na garganta de tanta emoção".
Nos meus comentários procuro citar filmes que me emocionam e que podem servir de referência no drama no romance e por aí vai. O filme A Cura (1995) já esteve em vários deles. Ele além de servir de referência para os meus comentários, ele serve como princípio fundamental para uma análise analítica do ser humano; em suas fases e em seu caráter. Na lista de dramas ótimos (estão na lista O Despertar de Uma Paixão e Meu Primeiro Amor: Parte 1) A Cura obtém grande êxito na emocionalidade proposta. A direção de Peter Horton e o roteiro de Robert Kuhn, combinados, agudam (afiam) os sentidos do expectador; a emoção é inevitável.
Dexter (Joseph Mazzello) é um menino franzino. De classe média baixa, e que vive com a mãe. A vizinhança fala muito mal dos dois. Ao lado da casa de Dexter mora um garoto, mais ou menos de sua idade, e que começa a conversar com ele. A mãe de Erik (Brad Renfro), Gail (Diana Scarwid) não quer a amizade dos dois. Linda (Annabella Sciorra), mãe de Dexter é uma mulher boa. Disparidades entre as duas mães fazem de um enredo que poderia ser simples, torna-se complexo e bastante crítico. Erik fica amigo de Dexter. Dexter fica mais amigo de Linda do que de sua própria mãe. Nessa complexa e, ao mesmo tempo, simples trama uma incógnita habita todo o círculo. Dexter têm Aids. Esse ponto, apesar de ser um dos mais fortes do filme é mesmo uma pequena junção, um usufruto de apreço de núcleos e de centrais assuntos que ainda estava por vir, como a maternidade e a amizade. Erik e Dexter á partir daí começam a procurar por uma cura para a doença. Encontram um médico em Nova Orleans, que diz ter descoberto a cura para a Aids. Tudo mentira. Eles comem chocolate (por uma propaganda), dizendo que diminuiria o vírus da Aids. Cruzam uma gigante batalha de busca e conhecimento, um do outro. São cenas absurdamente simples, sem nenhuma técnica genial ou atuações impecáveis; é apenas o cinema mostrando um bom roteiro com interpretações emocionantes. No final (não podia ser mais dramático) Dexter chega a falecer numa brincadeira de faz de conta. O melhor do filme é a ligação de amizade que vai se construindo em seu decorrer. Uma ligação tão forte que as cenas finais são mais emocionantes ainda: no velório de Dexter seu amigo Erik tira, sem ninguém ver, o sapato de seus pés; a troca é ótima, ele coloca os dele nos pés de Dexter. Ele vai até um lago e joga o sapato. Nada de fotografia, nada de montagem; só a mais bela trilha sonora do ano de 1995 derramada pelo deslizamento da câmera em tempo corrido. Quer mais? Não se tem mais, apenas um rápido diálogo de Erik e Linda; o público merecia isso.
A direção se compromete bastante com o tempo. O roteiro curtinho de Kuhn dificulta as cenas de imagem; são contraídas, bastante digo a paisagem, uma montagem circular, uma fotografia ampliada (no ar livre) e uma fotografia controvertida (nas cenas da casa).
Afinal, o filme, além de ser o típico entretenimento da velha sessão da tarde, ganha valor em mãos mais atentas. É só saber retirar da simplicidade e da naturalidade a essência legítima da obra; depois disso, coloca-se num frasco todo o sentimento do filme, e distribuí mundo a fora. A Cura fez um lindo trabalho com tão poucos recursos. Esse é o amor. Em todos os sentidos.
Diários de Motocicleta
3.9 827"Uma linda biografia, uma poesia dilúida numa magnífica história á respeito da humanidade".
Diários de Motocicleta é um filme com um teor altamente biográfico, aliás, esse é seu gênero pricipal seguido do drama. Ele conta uma das maiores e mais importantes histórias da humanidade: a estruturação do cárater do líder revolucionário cubano Che Guevara. O filme é de se emocionar.
Antes de tornar-se um líder revolucionário cubano, o argentino Che fez uma viagem de conhecimento sobre o seu continente (América do Sul). A viajem foi alongada e o caminho percorrido por Che foi maior que deveria ser. Essa viajem é contada no filme com os mínimos detalhes, baseado no livro de Che e de seu amigo de viajem Alberto Granado. Ambos, de características fundamentais para uma produção, romantizadas e de estruturação dramática e comediada.
O ator Gael García Bernal (Che Guevara) incorpora o personagem de Che brilhantemente (a atuação é dificil, é uma imagem nunca vista e conhecida por muitos). Rodrigo De la Serna interpreta o amigo de Che Alberto Granado. Os dois atores fazem uma verdadeira jornada de conhecimento, eles mergulham na imagem dos dois personagens (verídicos, vale ressaltar). Uma imagem pesada (o ar negro, solitário por todo momento é mostrado no longa, de forma complacente é claro), mas nada que comprometa o corrimento do filme. É um drama gostoso com pontadas de aventura e muito pouca ação (quando se tem damos graças). Os dois atores são de uma feição descomunal, eles encantam o expectador com muita facilidade, emocionam e faz-se traduzir um drama-romantizado numa verdadeira epopeia bem-elaborada. A carga é distribuída na imagem, qual irei falar mais adiante. Os dois estão de parábens (Gael surpreende, uma mais nova revelação do cinema, e o melhor, o que quebra a mesmisse de sempre, ele é mexicano!).
Agora a direção (o brasileiro, acredite, o brasileiro Walter Saller). Ela é centrallizadora. Foca a imagem primeiramente nos dois personagens. Logo após a partida para a viajem, foca exclusivamente na paisagem (que é deslumbrante). A fotografia é amarelada. O terreno faz contração com a luz e distingue a cor do dia. A montagem é natural. A maquiagem, nossa, maquiagem? A direção de Walter é estilosa, bem brasileira (é solta, e leve, a poesia corre solta num roteiro calmo e contrátil). Antes do começo das filmagens Salles fez a mesma viajem feita pelos personagens-verídicos. Coube em sua visão, por isso, um olhar mais pessoal para o roteiro.
Sendo assim tão belo mais muito desmerecedor e na minha opinião injustiçado na hora da indicação aos Oscars, Diários de Motocicleta mesmo assim encanta expectadores de todas as idades, redescobrindo uma magnífica vida e agora nem tão misteriosa de Che. Espera-se que essa poesia aqui dilúida no roteiro esteja presente em outros, sendo ou não pelas mãos mestras de diretores brasileiros, sempre esperamos o melhor, e o pior, engolimos.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraA coragem e a insanidade do diretor Stanley Krubick adaptada da obra de Anthony Burgess: Laranja Mecânica é o que o espectador queria ver.
O diretor Stanley Krubick obteve da obra de Burgess o exotismo apreendido e o horror superestimado da sintonia macabra e da métrica horripilante da ultra-violência. Na tela, as cenas tomam forma de gibi; um gibi negro. A combinação de teatro frânces do século XIX, arrogância e o ironismo, a masculinidade afeminada e a retomada do cinemão italiano virtual fazem parte da técnica de Stanley. A forma realmente impressiona, é surpreendente o uso igualável de cores, de sintonias que marcam e entristessem o ambiente futurístico. A sonoridade é rica em composição; a trilha combina maestralmente com o roteiro perspicaz. Laranja Mecânica é o futuro do cinema em sua melhor forma.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraA ultra-violência de Laranja Mecânica é um tipo de Dejávu do presente século...
Perfume de Mulher
4.3 1,3K Assista Agora"O encanto e o amor que o filme Perfume de Mulher reflete sobre a sociedade é mais que uma mera crítica, é uma valorização da paixão pela vida".
Como é de praxe, em tempos e tempos aparece bons atores (nesse caso uma dupla) e um roteiro simples, que poderia se transformar em um clichêzão, o roteiro (do romance de Giovanni Arpino, e o roteiro legítimo de Bo Goldman) seguiria, senão fosse pelas mãos habilidosas de Martin Brest (direção), um drama pesado e amargo. Evidentemente, o filme saiu-se perfeitamente como um drama (uma lição de vida pode-se dizer) natural e forte, protagonizado, principalmente por Al Pacino (ele faz um personagem relativamente 'grosso', o Tenente-coronel Frank Slade, que, se não falasse, nunca se saberia que possuí uma deficiência visual; interpreta-se brilhantemente com coesão e legitimidade de qualquer deficiente), e por ponta, Chris O'Donnell, não é nenhum coadjuvante, e não brilha menos do que Al.
Os dois (Frank e Charlie) vivem uma verdadeira prova de reestruturação de situações e uma cumplicidade que se faz, ponto a ponto, diálogo a diálogo, elaborada e argumentada de forma rápida e métrica inteligente e bem-organizada numa viajem de auto-conhecimento (no caso, dos dois). Em todo o decorrer, uma amizade surge entre os dois, ainda não via-se nenhuma ligação de amizade ou semelhança com tal entre os dois. O filme trata com muito cuidado e de forma bela esse mundo obscuro (digo assim por causa da deficiência de Frank que é tratada, mesmo sendo de mentira, de forma parcial e respeitosa; Al Pacino cumpre com sua atividade e encanta e desencanta qualquer expectador com o seu drama e com toda a tensão que por vezes o filme propõe á ele). Esse drama em 1992 traz nos cinemas de todo o mundo uma estória que poderia ser igual a qualquer outra, mais que se torna diferente, especial, Al têm papel forte nessa parte (uma semelhança, em força e competência na atuação pode-se lembrar-se da magnífica atuação de Dustin Hoffman em Rain Man).
Essa força que digo, na atuação quase que impecável de Al, lhe assegurou a estatueta de Melhor Ator (competiu com forças iguais ou até maiores como Clint Eastwood por Os Imperdoáveis e Robert Downey Jr. por Chaplin; mais por merecimento, Al era o mais provável para o ganho do Oscar). O filme teve outras indicações, mais não ganha nenhum. Outro ponto interessante do filme é uma fotografia bonita, aberta e clara; que guarda tempo á tempo uma ligação entre a paisagem, o escuro da casa, a introspectividade da casa de Frank e a exterioridade juvenil de Charlie(que aliás, é assegurada pelo claro, ou uma pequena abertura de luz). Essa falta de assimilação entre os dois personagens, de ínicio, provoca uma falta de ar, e até mesmo, por vezes, uma repentina raiva e surfoco por causa da falta de iluminação (até, entretanto, no comecinho do filme).
O longa ainda traz surpresas e indignações á respeito da deficiência de Frank, mais o filme dá voltas e com maestria, o diretor reverte situações que poderiam ficar por isso mesmo em vida comum. Uma verdadeira lição de vida, um ensinamente que dificilmente aparece na tela dos cinemas.
Há cada cena o protagonista Al se transforma, de forma comumente, em protagonista (que é impenetrável na maior parte do tempo) e antagonista (há cada ponto, ele sofre distúrbios bipolares; isso ocorre frequentemente com pessoas que sofrem com essa deficiência). Ele leva o filme do brilhantismo da vida, á obscuridade dela. Com cenas fortes de drama, outras de uma comédia levemente apimentada pela atração, outras por um romance que é quase exímio.
O filme Perfume de Mulher, apesar do título atraente e subordinado á mesmisse Hollywoodiana, ele é mais que mágico (também há isso), ele é saborosamente atraente, deslocando sempre no diálogo uma ponta de sárcasmo e uma ironia sem fim (na maioria do tempo).
O surto de paixão e de rumor que o longa traz é lindo, mais sendo tão belo, ao ponto de permitir uma diferença entre a liderança e a clareza de um texto bem escrito, esse torna-se uma satisfatória e apaixonante viagem entre o auto-conhecimento e a saborosa vontade de viver.
Gladiador
4.2 1,7K Assista Agora"A sorte é que os épicos de roteiros específicos tornam-se cada vez mais atraentes, em Gladiador o roteiro é tudo, a atuação de Crowe é só mais um usufruto".
A mania agora de recriar histórias e torná-las épicos já não é de hoje; agora, se essa produção for bem elaborada e pensada em entreter o expectador em todas as cenas e em todos os diálogos e, principalmente, em sua ideia e sua importância o filme tornará-se-á não somente um sucesso como uma obra-prima que comprometerá outros roteiros e outras manias adversas. Contudo, fica bem-pensado uma criação que não seja ligada com outras, essa introspectividade e individualismo terá parte gigante em todo o sucesso do filme. Aqui, todos os atributos para um épico se faz, e as características para uma verdadeira obra-prima, isso passa perto.
O filme Gladiador tem uma direção (do diretor expancionista Ridley Scott, é indicado á Melhor Direção, não ganha; não muito famoso, mais realizador de obras enigmáticas como Hannibal) magistral, é circular e panorâmica (quando deve ser; cenas por exemplo de luta, ou até de contração dos personagens, exigem essa técnica), o som é admiravelmente normal (com sonoridade impecável; doce quando exige uma ponta de romance e metálica quando a cena é de ação), a montagem é deslumbrante (é convertida e bem-colocada, para não dizer perfeita; compromete, sem querer, todo quase o ângulo central de imagem, desfocando pelo mínimo detalhe os personagens), os efeitos visuais despencam em ondas de mármore (é muito forçada e estigmatiza á colocação de objetos; desperçam a imagem e obstruem os personagens; mesmo assim, leva a estatueta de Melhores Efeitos Visuais), e o elenco, evidentemente, sem comentários: o astro, até então descolocado na lista dos 'mais' de Hollywood, o neo-landês Rusell Crowe, exibi aqui neste filme seu talento tanto para á ação quanto para o drama romantizado; outro bom ator que deconjunta a trama é o porto-riquenho Joaquin Phoenix, ator de dramas como Brigada 49 e do belo Johnny & June).
Ainda com essa produção impecável e toda abertura de orçamento, o diretor se mostra visionário em cenas de luta e de drama. Ele aguda o roteiro (dos roteiristas estílisticos em imagem e arte David Franzoni, John Logan e William Nicholson) o máximo que pode, atravessa o enredo entre o drama romantizado bastante pesado (usado de forma desconfortável, provoca no expectador raiva) e a ação satírica (é usada em forma de gibi, como uma sequência longa e 'nervosa'). O uso da fotografia é bastante complexa, compromete a imagem em ângulos, desconexos e de luz cinza. É variada em tempos e em cenas, ás vezes de imagem quebrada (corta em sinuosas placas de quebra) e inteira (quando se quer mostrar uma paisagem ou uma atribuição de imagem clara e limpa). A sorte é que a produção não exagerou no tempo. Teve momentos de naturalidade, isso interrompeu na verdadeira métrica do roteiro. Mais souberam recolocá-la novamente nos eixos.
A epopeia é longa. A história mais ainda. Mais a diversidade de imagens desperdiçam mais tempo ou uma história mais complementada com mais drama, mais romance ou mais ação (se tivesse mais de tudo isso, o longa se tornaria uma obra dividida em partes, e não em cenas). Sabiamente, como outros mestres, por exemplo Peter Jackson da trilogia O Senhor dos Anéis, Victor Fleming da obra ... E o Vento Levou e William Wyler do épico Ben-Hur, Ridley Scott soube administrar o tempo com glamour e com paixão que aparece tanto na imagem como no áudio. O que se espera de mestres diretores como esses citados é que apareçam mais e mais, e que saibam levar uma produção sem exageros ou meras normalidades indispensáveis.
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista Agora"Uma história de amor, mas é mais que isso, é uma história de sucesso".
Um dos maiores clássicos do cinema de todos os tempo s...E o Vento Levou (1939), título original Gone With the Wind, têm muito á dizer sobre o que é o sucesso, ainda mais no tempo em que a produção era regida á improvisações. Tendo em seu encalce o ganho de oito Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor (Victor Fleming), Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel), Melhor Roteiro Adaptado (Sidney Howard), Melhor Direção de Arte (Lyle R. Wheeler), Melhor Fotografia (Ernest Haller e Ray Rennahan), Melhor Montagem (Hal C. Kern), e outros dois especiais, na categoria Technical Achievement Award (Oscar científico ou técnico) o indicado R.D. Musgrave, pelo pioneirismo na utilização de equipamentos coordenados na produção do filme, e outro na categoria de Oscar honorário por William Cameron Menzies, pelo excelente desempenho no uso de cores para a valorização do humor dramático na produção do filme, completando assim dez Oscars. É o segundo filme com o maior número de indicações ao Oscar, ficando atrás apenas dos empatados A Malvada (1950), e Titanic (1997), que foram indicados a 14 Oscares. …E o vento Levou que teve 13 indicações ao Oscar, venceu dez, sendo superado apenas por Ben-Hur (1959), que conquistou onze estatuetas (embora tenha tido menos indicações que …E o vento levou, 12). Atualmente, ao lado de Amor, Sublime Amor (1961), …E o vento levou também é o segundo filme com o maior número de Oscares ganhos, ficando atrás dos empatados Titanic (onze prêmios em 14 indicações), Ben-Hur (1959) (onze prêmios em 12 indicações) e O Senhor dos Anéis: Retorno do Rei(2003) (onze prêmios em onze indicações). Comparando todos os filmes, todos fantásticos, o merecimento é sem igual para todos os ganhadores.
A escolha do elenco foi meio que dirigida pelo público, a escolha de Clark Glabe, que faz o papel do cínico Rhett Butler, foi direcionada para o público, já Vivien Leigh, atriz de ágil penetração das personagens, faz Scarlett O´Hara, inglesa mais nascida na índia, fato este que provocou tensas discussões entre os dois, fora escolhida pelo próprio diretor, Victor Fleming, por mero acaso, durante as filmagens do incêndio de Atlanta, ele a viu ao lado de seu marido, o ator Laurence Olivier, e logo lhe ofereceu o papel da heroína sulista. O resto do elenco: Olivia de Havilland, que faz o papel da doce Melanie, que é casada com Ashley, que é interpretado pelo 'fraco' mais esforçado Leslie Howard; Hattie McDaniel, primeira atriz negra africana a ser indicada e á ganhar um Oscar; Thomas Mitchell, que faz o pai de Scarlett; a pequenina e talentosa Butterfly McQueen, empregada atrapalhada de Scarlett, que atravessa todo o longa ao seu lado. Outros do elenco: Everett Brown (Big Sam), Rand Brooks (Charles Hamilton), Carroll Nye (Frank Kennedy), Mary Anderson ( Maybelle Merriwether, a prostituta, tratada no filme com descrepância descomunal), Cammie King (Bonnie Blue Butler, filha de Scarlett, que morre de forma drástica), Laura Hope Crews (a engraçada e débil Tia Pittypat Hamilton), o filme ainda conta com um elenco grandioso, que compõe a Atlanta dos ricos, e a Atlanta dos derrotados; faz-se também o elenco da fazenda 'Tara', da cena dos homens feridos, milhares de coadjuvantes, afinal todos fazem parte. A montagem é de um gosto absurdamente fantástico. Os efeitos, ainda primários são belíssimos.
Como em qualquer outro filme houve em ... E o Vento Levou discordâncias e indiferenças entre o elenco, como em lado pessoal como em profissional. Um exemplo do quão as atrizes da época eram desfavorecidas é quanto Vivien ganhara e quanto Clarck trabalhava e recebia. Vivien Leigh trabalhou nos sets de filmagem por 125 dias e recebeu por isso a quantia de 25 mil dólares; já Clark Gable trabalhou por 71 dias e ganhou 120 mil dólares. Outra coisa, as brigas dos dois eram de fatores catastróficos. Durante as filmagens, ninguém na produção acreditava que Vivien Leigh fosse resistir ao charme de Clark Gable. Mas, na verdade, eles não se entendiam, pois ela considerava pouco profissional que ele deixasse o estúdio sempre às seis da tarde, todos os dias. Ele achava um abuso oferecer um papel essencialmente estadunidense a uma atriz britânica.
Vivien se entendia bem com o diretor George Cukor (um segundo diretor, outros como Sam Wood, William Cameron Menzies e Sidney Franklin também comporão a direção, por desventura, Fleming levou todo o crédito de direção, apesar da direção ter sido creditada exclusivamente a Victor Fleming, ele dirigiu apenas 45% do filme). Gable preferia Victor Fleming. Vivien odiava o hálito de Gable - ele comia cebolas de propósito, poucas horas antes de gravar - e o cheiro de licor, que a deixava com náuseas. Ele revelou que, quando a beijava, pensava em um bife. Na verdade, na pele de Rhett Butler ou Scarlett O'Hara ou na de Clark Gable e Vivien Leigh, eles jamais se entenderam. Ainda sim, por graça, como eram profissionais não deixavam transparecer esse ódio descomunal que um sentia pelo o outro.
A obra é adaptada do livro de Margaret Mitchell, por Sidney Howard, e por colaboradores como F. Scott Fitzgerald e William Faulkner. Todos tentaram transformar com o mínimo cuidado o livro para o cinema, deixando sempre a essência de Drama, Romance e Guerra; e lá no final, na ponta da língua de Scarlett comédia. O resultado foi grandioso. Do livro, quase mil páginas, o tempo estimado do filme é de quase quatro horas, uma epopeia que atravessa décadas mais décadas, realizações e imperfeições. Um crítico uma vez disse que é "a produção mais bem-sucedida de Hollywood", Leonard Maltin, do Entertainment Tonight. Sob seu ponto de vista, "parece melhor com o passar dos anos." "Um dos mais populares filmes da América, completamente sem rivais. Um colosso em todos os tempos", disse Kenneth Turan, do Los Angeles Times. O filme foi produzido por David O. Selznick, a trilha sonora é de Max Steiner, que deu classicismo á obra com tons de grandiosidade; a fotografia de Ernest Haller e Ray Rennahan, soberanos em parcializar a imagem, focando toda a extensão, como se vê na cena de homens de guerra pelo chão, a câmera se afasta, mostrando Vivien correndo entre eles; o desenho de produção de William Cameron Menzies, a direção de arte de Lyle R. Wheeler, os figurinos de Walter Plunkett, compõe a magia e a riqueza do povo sulista, e a montagem de Hal C. Kern. Em relação á montagem, uma das mais belas do cinema até agora, posso revelar algo que alguns não sabem. No incêndio de Atlanta tomada pelos Ianks, o fogo consumiu á cidade, agora destruída. A cena em que vemos Scarlett na charrete com Rhett e Prissy e tendo Melanie com seu filho deitado em seus braços é de uma beleza épica. A cena vermelha, de produção impecável, tem seu cenário tirado de outro filme, King Kong (1933). A montagem subseqüente é rápida, afinal, o cenário estava prestes a desmoronar, e eles só podiam fazer a cena uma vez. O que é o profissionalismo não?!
Com isso, o sucesso, ante imediato, foi tornando-se catastrófico. A produção de Gone with the Wind custou pouco mais de cinco milhões de dólares aos cofres da MGM e, quatro anos depois de seu lançamento, a renda obtida pelo filme nas bilheterias já superava a marca dos 32 milhões de dólares.
Com todo esse sucesso e com essa produção impecável, ... E o Vento Levou marcou a história do cinema, registrando personagens lembráveis como Scarlett e Mammy. Tudo isso com ondas de drama, comédia, guerra, beleza. A marca registrada do filme, portanto, é sua ousadia em submeter um elenco e uma produção há marcas e números nunca antes vistos. O amor ao cinema é visto nos olhos de Leigh, a paixão de atuar é sentida na fala de Glagle, e o sucesso de ... E o Vento Levou é levada aos anos á fio.