Yoko é uma apresentadora de um programa do Japão. Ela e sua equipe estão gravando no Uzbequistão. No entanto, existe uma falta de interesse em ter uma conexão mais sincera com a população local. As cenas gravadas para o programa são meramente artificiais. Na frente da câmera ligada, podemos ver uma Yoko sorridente e suportando muitas situações ridículas em prol do programa. Mas em off, vemos uma pessoa solitária, entediada, frustrada (ela quer ser cantora) e etc... Yoko está fisicamente ali, mas o seu pensamento está todo voltado a sua terra natal, onde encontra-se o seu namorado e sua casa.
É muito interessante as cenas de Yoko explorando as ruas de Uzbequistão. Obviamente chamaria atenção de todos (não só dos homens), por ser estrangeira e etc... O que causa um certo medo na personagem, o que é muito compreensível (o filme consegue passar essa sensação de ameaça sentida por ela). Porém, muita coisa seria evitada, caso não houvesse essa visão hostil que ela mesmo projetou do lugar. Por isso é importante conhecer um pouco do local, das pessoas... É um belo paradoxo tudo isso, rs.
Eu gostei bastante do final. Ela completamente envolvida com a vista maravilhosa das montanhas do país que não lhe parece mais hostil... Fazendo o que mais gosta: cantar.
Eu me envolvi tanto emocionalmente com esse filme...
Não vou falar muito, mas o que brevemente posso dizer que é um retrato lindo e único de uma relação entre pai e filha. É bem-humorado, as vezes bem doloroso... A diretora acerta no tom, evitando um sentimentalismo barato. Os atores estão excelentes.
É cada cena memorável. Que dá vontade de abraçar o filme. A cena entre o pai e filha no parque tem um efeito catártico absurdo.
Holy Motors é puro surrealismo. É uma viagem criativa, provocante e bizarra que percorre por vários gêneros do cinema (drama familiar, amoroso, crime, musical e etc..). É uma celebração da fantasia, da atuação e uma grande homenagem ao cinema.
Monsieur Oscar se transforma numa criatura nojenta, num pai afetuoso, um músico de rua, um idoso em seu leito da morte, um assassino e entre outros. É muito estranho, mas fascinante ao mesmo tempo. O que rende muitas metáforas, sobre o trabalho do ator e do próprio cinema.
É impossível destrinchar todos os elementos de Holy Motors num breve comentário como esse aqui. Eu vejo também como uma relação confusa entre ilusão e realidade em um mundo onde a sociedade tornou-se uma forma de "show”? É sobre as diferentes máscaras que nós seres humanos usamos no cotidiano? É um filme que fornece bastante coisas para o pensamento. O diretor Leo Carax conseguiu realizar uma obra arte, repleto de magia, imaginação e melancolia. Holy Motors é uma experiência única.
Foda. Ele pode até ser satiricamente um pouco exagerado e tal, mas tem um puta conteúdo e cinematograficamente é bastante estiloso. Divertido do início ao fim.
É um filme bem sólido, intenso e sem freio. É muito divertido e tenso acompanhar a vida do protagonista interpretado por Adam Sandler (ele está muito, mas muito bem).
A energia pulsante se mantém praticamente durante o filme inteiro. A inquietação do protagonista é muito perceptível, pois compartilhamos um momento estressante da sua vida. O vício em jogo é um negócio tenso, o personagem precisa pagar suas dívidas, mas não faz (mesmo em certos momentos tendo o dinheiro, mas opta em continuar fazendo apostas). Acho que isso condiz com a realidade de um viciado em apostas.
O estilo dos irmãos Safdie está bem presente aqui. Acho incrível o quanto mais as situações pioram, o filme fica ainda mais interessante de acompanhar. Eu ainda prefiro Good Time, não só por ter todas essas qualidades características dos diretores, mas também por me ver mais envolvido com o personagem do Pattinson. Que tinha uma motivação (o amor pelo seu irmão) muito admirável por trás de suas ações.
Essa tentativa de imersão em nos levar para um estado alucinatório e tal, não deu certo comigo. Acredito que muita gente se envolveu nessa experiência insana dos personagens. As visões assustadoras, a situação claustrofóbica e etc... É realmente tudo muito bem filmado. Os personagens passam boa parte questionando sua sanidade, o que gradualmente os faz mergulharem na loucura... O que não foi muito palpável e impactante, pra mim.
Dá pra perceber que tem muitas referências mitológicas, muitos simbolismos e etc... No entanto, não ficou muito claro pra mim, por isso achei confuso e muito vago. Mas é claro, isso sou eu. Muita gente pode ter entendido (ou não) e assim mesmo curtido o filme, o que é perfeitamente normal.
Mas olha, fazia tempo que não ficava tão entediado vendo um filme.
Olha, achei bem interessante. Eu só não vou dar uma nota maior, pois realmente o gênero (musical) não me agrada. Apesar de passar num período histórico, é utilizado músicas contemporâneas como heavy metal, eletrônica e entre outras.
É muito, mas muito bom mesmo. O ritmo é sensacional (flui de uma maneira perfeita, sério), a trilha sonora pop é incrível, a fotografia... puts, absurdamente linda, os efeitos de iluminação maravilhosos. As atuações são muito autênticas, tem uma dose de humor que funciona perfeitamente, apesar da realidade dura (que é sentida). É o mesmo que acontece em Project Flórida. Acho impressionante como o Baker consegue equilibrar harmoniosamente bem as duas coisas. Não são muitos que conseguem fazer isso tão bem.
É o meu segundo filme do Sean Baker (Projeto Flórida é obra-prima). Já percebi que ele gosta de contar histórias sobre pessoas que estão à margem da sociedade. O que é muito importante e digno de respeito. Eu até baixei seu outro filme chamado “Scarlet”, vamos ver se é bom. Pensando aqui, talvez ele seja o meu segundo diretor (americano) favorito da atualidade.
Olha, como é bom ver uma história de amor e solidão entre duas mulheres ser conduzida por uma perspectiva feminina.
É um filme lento (confesso que não me envolvi logo de início), mas que aos poucos somos completamente envolvidos neste romance repleto de sutilezas. As atuações são contidas, mas possuem uma força enorme. Os olhares genuínos... A intimidade vai crescendo a partir de momentos como caminhadas na praia e etc... A tensão e o despertar da paixão é tudo muito palpável.
Apesar da história se passar no século XVIII, temos abordagens sobre temas bem contemporâneos (emancipação feminina e entre outros). Além da relação amorosa entre as protagonistas, temos a situação da empregada Sophie, não vou dizer o que, mas a solidariedade que acontece aqui é bem tocante. As composições estáticas são lindas (as vezes parecem pinturas).
O final, puts, simplesmente maravilhoso. É impressionante o poder que um desfecho com chave de ouro tem sobre mim, rs. Que atuação expressiva, a música... Enfim, assistam. A arte permanece, assim como o amor. Belo filme.
Gostei muito da moral da história. Um filme que fala sobre amor, paixão, decepções e anseios. Mas é muito, mas muito introvertido. Eu não tenho problemas com o silêncio (em alguns momentos isso foi bem incorporados, outros não). Até porque isso encaixa bem num filme mais contemplativo como esse. No entanto, com os saltos de tempo e tal, o roteiro deixa muita coisa por conta da imaginação do espectador, sendo que são momentos importantes entre os personagens que seria bom ser mostrado. Não que eu não goste de abordagens mais abstratas. É que achei desnecessariamente excessivo aqui...
Outra coisa importante, mas isso é TOTALMENTE subjetivo. Eu não senti empatia nenhuma pelos personagens, apesar de entender os personagens e as situações complexas mostradas. Eu senti falta de um mergulho mais aprofundado na mente dos personagens. No aspecto emocional, o filme falhou bastante COMIGO. Mas isso vai de cada um.
As questões técnicas são ótimas, não tenho nada a reclamar, as composições lindas, a trilha sonora ótima e etc... Tudo bem executado.
Eu amei esse filme. Eu não suporto musicais (esse não tem cantoria o tempo inteiro, graças a Deus), mas é a primeira vez que as cantorias num filme não me incomodam (a transição para as cantorias é bem inventiva).
O humor do filme é simplesmente incrível, a diretora demonstra um amplo domínio sobre esse aspecto e entre tantos outros. É completamente atraente do início ao fim. Acho o cemitério e o que acontece nele na trama, serve como uma alegoria... Eu vejo essa questão da gentrificação. Porque esse processo de “modernização” não se restringe somente ao cemitério. Isso também acontece nas grandes cidades.
Olha, pra quem gostar de um ÓTIMO filme de ação, esse aqui é mais do que recomendável. Eu acho que o que eu mais gostei (além das lutas, rs), é que esse filme tem uma moral, a situação está longe de ser apenas um pretexto. Não há ação o tempo inteiro, o que me surpreendeu. O desenvolvimento é muito bom, apesar de certas coincidências (rs) na trama.
Os personagens são bons, são colocados em dilemas morais realmente difíceis... As cenas de lutas são incríveis. Eu sou fã do gênero, né, então, fico muito feliz em ver lutas tão bem coreografadas e tal. Tony Jaa conheço desde Ong Bak, o cara sabe usar muito bem o cotovelo. Eu não conhecia Wu Jing, mas o cara é sensacional. Mas pra mim, quem rouba a cena é Zhang Jin.
Maravilhoso. A beleza suavizada da animação é um negócio realmente incrível. O movimento fluído dos personagens é de um realismo impressionante.
A primeira parte é a minha preferida, onde é apresentado a tranquila vida rural. É muito bom ver o crescimento de Kaguya. A floresta com seus bambus, as flores, a paisagem rural, o cotidiano simples e antigo do povoado das montanhas, tudo muito lindo. Não que eu não tenha gostado da segunda parte (quando a família se muda para um palácio), pelo contrário, possui sua própria beleza (os vestidos de seda com suas cores fortes e etc) e serviu pra mostrar o que realmente é mais importante na vida (foi ficando visível a expressividade mais melancólica em Kaguya ao decorrer do tempo, devido as ótimas lembranças de sua infância). É o momento mais prazeroso de assistir por motivos óbvios: é onde tinha sindo encontrado a felicidade genuína. No final de contas, é essa a sua mensagem (atemporal), né. A vida passa rápido e por isso merece ser vivida e apreciada, não podemos viver a vida de acordo com os planos de outros. Isso não é ser livre.
Ele também fala sobre vida após morte... É muito fácil se identificar em alguns aspectos com o caminho de vida percorrido por Kaguya. A questão do tempo, as decepções e etc... E a história tem uma conexão com uma existência celestial, o que torna as coisas ainda mais interessantes. O final é simplesmente maravilhoso.
Acho que é a minha animação favorita da década (não consigo lembrar de outras tão boas quanto).
Que grata surpresa. Eu não pensei que fosse ser tão bom assim. Achei muito autêntico, foi como se o diário de um adolescente ganhasse vida. O filme retrata uma fase da vida dos adolescentes contemporâneos, mostrando o que significa crescer num contexto onde as redes sociais são tão influentes, mas isso tudo se afastando um tanto do modelo padrão de filmes do gênero.
A protagonista é muito boa (atuação da garota é ótima), ela faz vídeos de si mesma no Youtube e fala sobre as dificuldades de crescer e etc... Ainda mais se você for uma adolescente tímida e nada popular como ela. Mesmo não me identificando em quase nada com a adolescência de Kayla e tal, eu consegui entender (principalmente sentir) suas inseguranças, medos e expectativas. Deve ser porque o filme é muito sincero e traz um sentimento de realismo que a maioria do gênero não tem.
É impressionante que não importa a época, ser adolescente não é muito diferente de antes. A angústia é praticamente a mesma, essa coisa de querer se encaixar, em como se expor, mesmo com o medo constante de se envergonhar e etc...
A cena do discurso do pai pra Kayla, nossa... Maravilhoso. Muito, mas muito bonito mesmo.
Olha, eu quase nem acreditei quando vi que esse é o primeiro filme do diretor. O cara mandou realmente bem. A maneira harmoniosa que ele conseguiu incorporar os hábitos modernos das redes sociais em sua história é realmente muito bem executado.
Como disse antes, é um filme honesto e verdadeiro sobre como é a vida na adolescência (mais especificamente no final do fundamental) nos dias de hoje. Acredito que muitos se identificaram e tal, outros não muito, mas o que não pode é deixar de reconhecer as qualidades desse pequeno grande filme.
"Eu pego a liberdade que me limita jogo na privada e dou descarga".
Que negócio surreal, haha. Eu gostei muito. É o meu primeiro filme do Sion Sono e já percebi que é um diretor provocador e que gosta de romper barreiras.
Fiquei envolvido do início ao fim. Achei tudo muito intrigante. A cinematografia é realmente linda. A narrativa é fragmentada, cheio de perspectivas e tal. Mas o filme é mais que isso. Ele faz abordagens sobre assuntos muito importantes, como a questão da indústria pornográfica, faz uma crítica dura a sociedade japonesa (serve para outros países), que ainda permanece com tantas regras sociais que servem para reprimir sexualmente as mulheres, falta sobre a falsa liberdade e muito mais.
É um filme que tem muitas cenas de nudez, mas que só existe porque faz parte do gênero. Mas o filme é realmente o oposto de um filme pornô (como o título já diz, rs). O erotismo é completamente ausente.
Não tem uma história convencional e tal, na maioria das vezes é complicado saber o que é ficção e realidade. Muita coisa precisa ser decifrada. O que não é uma tarefa simples, pelo menos, não foi pra mim, haha. Até porque em momentos de recordações da protagonista, a maneira que é mostrada e tal, o teor das cenas... Não sabia o que era mais real ou não.
O filme praticamente não mostra muita coisa que já não tenhamos vistos, mas tudo é apresentado com tamanha sinceridade e com um equilíbrio harmonioso entre tragédia e a comédia que o proporcionaram uma ótima leveza, apesar do tema. Gostei que o diretor evitou o uso excessivo do melodrama (facilmente encontrado dentro do gênero).
A cena de abertura é maravilhosa. Muito mesmo. Ouvimos Charlie (Adam Driver) falando sobre as qualidades em Nicole (Johansson). Depois ouvimos o que Nicole fala sobre as qualidades de Charlie. Coisas “pequenas” de cada um dentro do casamento, mas que são preciosas. Nós sabemos o que cada um disse sobre o outro. Eles não. Porque são cartas escritas, solicitadas pelo terapeuta do casal. Não precisou gastar tempo com flashbacks do passado. É muito bem resumido.
A partir disso, vem o processo de divórcio... Que obviamente tem seus momentos duros, o que é natural se tratando do assunto. Mas ao mesmo tempo, ele também possui seus momentos de amor, seja entre Charlie e Nicole, ou especialmente com o filho. Eles são personagens confusos e falhos, ao mesmo tempo, bem-intencionados... Gostei de ambos.
A minha torcida era para que a história terminasse da melhor maneira possível. E não é que aconteceu isso? Pelo menos, eu vejo assim. O casal se separou, de fato. E mesmo com Charlie lendo o que Nicole tinha escrito sobre ele, uma cena bastante emocionante até... No fim, ele acaba se mudando para Los Angeles, acho que a moral era mais sobre encontrar o amor, mesmo na separação... Até porque um casamento pode acabar, mas a família pode (deve) permanecer unida.
Não vou falar muito das atuações. O elenco todo está muito, mas muito bem. Ótimo filme.
É mais um drama reflexivo e triste do que uma “aventura” no espaço... É o que eu já esperava mesmo. Gray consegue muitíssimo bem descrever a solidão de um homem, suas obrigações, seus medos e ressentimentos.
O Brad Pitt está excelente. Uma atuação mais introspectiva e sutil. Ele está realmente muito convincente. A maneira como expressa os pensamentos do seu personagem é incrível, com uma voz cansada e seca. No início, Roy é absurdamente calmo e controlado. Os testes psicológicos mostram isso, ele não deixa nenhuma emoção passar em sua voz. No entanto, ao decorrer que a história avança, ele vai perdendo esse controle e o seu personagem vai mais fundo na sua psique...
Acho bastante interessante essa visão do futuro que o filme proporciona. O que é bem possível de acontecer, creio eu. Essa vontade do ser humano em explorar tudo quanto é lugar parece não ter limites, rs. Um dia, essas viagens no espaço podem se tornar uma coisa normal...
A mensagem é simples (o que não é um problema), no final, ele percebendo que estava seguindo o mesmo caminho percorrido por seu pai. É sobre o que significa ser humano, o que realmente importa. Abdicar completamente da própria vida em troca de seguir um objetivo profissional nem sempre é recompensador no final de contas.
Gostei. Não achei sensacional, mas é um bom filme. Gosto da dinâmica desenvolvida entre as três protagonistas, é ótimo ver em como elas variam entre bondade e maldade, rs. É uma trama repleto de intrigas. É sobre dependência emocional também. Tanto é, que a Rainha tem coelhos de estimação, algo simbólico. O humor funcionou bem, pelo menos, pra mim.
Gostei muito do filme. Hong Sang-soo faz uma ótima observação sobre a vida de uma mulher que está apaixonada e angustiada ao mesmo tempo. A protagonista está sem rumo na vida, acho importante saber disso, para se conectar com o filme e tal. É porque, aparentemente, é daqueles filmes em que “nada acontece”.
Num geral, é um filme simples. Ela caminha com a amiga e conversa sobre coisas da sua vida, seja sobre a questão do seu relacionamento, o sentimento de abandono e etc... É visível que ela se encontra num estado de desespero silencioso. Não vejo muito como um drama clássico. Ele tem um senso de humor oculto que me fez rir em alguns momentos, haha. É um dos motivos que me fez gostar tanto do filme. Grande filme.
Eu sei que muita gente gostou. Mas achei um tanto decepcionante. Eu fui com tanto hype (por motivos óbvios), mas não rolou. Ele não é necessariamente todo ruim, mas achei o enredo fraco e previsível (precisava de um toque mais original).
Outra coisa, eu não tenho problema com filmes de longa duração, mas pelo amor de Deus, esse aqui cansou, hein. Os diálogos são pouco atraentes (nada me impressionou, é o que eu esperava de um filme com tantos elogios), achei desnecessariamente arrastado. E até mesmo o bom humor característico nos filmes do Scorsese, não teve muito êxito aqui, pra mim. Eu acho que para uma história clássica de mafioso e tal, poderia ser contada de maneira um pouco diferente, eu tenho a sensação que o Scorsese sempre usa as mesmas soluções narrativas...
Joe Pesci, pra mim, é o melhor disparado do elenco. Diferentemente de outros personagens que interpretou dentro do gênero, ele convence como um mafioso astuto, controlado e que sabe o momento de falar. Queria que o Keitel fosse mais aproveitado no filme, infelizmente, isso não acontece.
Olha, eu fico lembrando o quão cativante e espirituoso são seus outros filmes como “Os Bons Companheiros” e “Casino”, por exemplo. Faz muito tempo que espero Scorsese entregar algo neste nível. Mas sei lá, não tô otimista sobre isso.
Olha, não esperava praticamente nada e tive uma boa surpresa. Esse é um exemplo de um bom Blockbuster. Queria ter visto no cinema.
A trama é um tanto parecida com de tantos outros filmes e séries, mas assim mesmo, consegue ser bastante envolvente do início ao fim. Ele fornece algumas informações necessárias de uma maneira direta, o que é ótimo. Depois acontece um ciclo de repetições que em nenhum momento fica entediante, pois sempre tem uma reviravolta bacana no enredo e, assim, seguindo para uma nova etapa...
As cenas de ação são muito boas, nada exagerado, tudo muito bem controlado pelo diretor. O Cruise está ótimo, como sempre carismático, rs. A Emily Blunt está muito bem também. Eles formaram uma simpática dupla. Nada de romance desnecessário (graças a Deus).
A única coisa que não gostei muito é o final. Acho que poderiam ter explorado outras opções. Poderia ser mais ousado. Mas isso não estragou o resultado final.
Gostei bastante. Eu fiquei atraído do início ao fim. A música de abertura é incrível, haha.
A única coisa que eu não gostei muito foi da sequência dos acontecimentos. Também sentir que alguns personagens ficaram meio deslocados na história. Grace Passô é maravilhosa. Estou me tornando fã da atriz. Grande trabalho dos diretores.
Gostei bastante. Eu sempre gostei de filmes Wuxia. Vou procurar ver outros clássicos.
O enredo é muito prático e direto. Os personagens são arquétipos como tantos outros de Hollywood. Mas isso não é um problema. O filme se passa bastante num único cenário (pousada), que é o local onde praticamente conhecemos os personagens e do que eles são capazes.
O que eu mais gostei foi toda a preparação até chegar as lutas e etc... É tudo muito bem construído. As lutas são muito boas (talvez muitas pessoas fiquem incomodados com a coreografia, mas particularmente achei estilosa), os movimentos, o figurino, as combinações e etc...
Olha, acho que é um daqueles filmes que precisa ser sentido pra gostar. Não aconteceu comigo. Não que não seja assistível, pois é.
Apesar do clichê: "Um homem que esteve preso por muito tempo e agora deve se reajustar ao mundo real".
Acho que quando se tem um tema que já foi tão explorado no cinema, é necessário um pouco de mais força, mais brilho... Que não é o caso aqui. Acho que a primeira metade do filme é onde está seus melhores momentos. Quando ele encontra o bebê e parecia que isso seria mais ou menos o foco... Não é o que acontece. Isso tem um fim muito rápido. Eu acho que filme se perde no meio de tantas idéias (boas), pra ser sincero.
Eu achei super estranho (no mínimo) a cena que ele descobre que seu pai morreu... Até porque o filme já tinha insinuado que ele mantinha contato com sua família...
O Fim da Viagem, O Começo de Tudo
3.8 25 Assista Agora“O quanto sabe sobre nós?”
“Se não nos falamos, não podemos nos conhecer.”
Essa frase diz muito sobre o filme.
Yoko é uma apresentadora de um programa do Japão. Ela e sua equipe estão gravando no Uzbequistão. No entanto, existe uma falta de interesse em ter uma conexão mais sincera com a população local. As cenas gravadas para o programa são meramente artificiais. Na frente da câmera ligada, podemos ver uma Yoko sorridente e suportando muitas situações ridículas em prol do programa. Mas em off, vemos uma pessoa solitária, entediada, frustrada (ela quer ser cantora) e etc... Yoko está fisicamente ali, mas o seu pensamento está todo voltado a sua terra natal, onde encontra-se o seu namorado e sua casa.
É muito interessante as cenas de Yoko explorando as ruas de Uzbequistão. Obviamente chamaria atenção de todos (não só dos homens), por ser estrangeira e etc... O que causa um certo medo na personagem, o que é muito compreensível (o filme consegue passar essa sensação de ameaça sentida por ela). Porém, muita coisa seria evitada, caso não houvesse essa visão hostil que ela mesmo projetou do lugar. Por isso é importante conhecer um pouco do local, das pessoas... É um belo paradoxo tudo isso, rs.
Eu gostei bastante do final. Ela completamente envolvida com a vista maravilhosa das montanhas do país que não lhe parece mais hostil... Fazendo o que mais gosta: cantar.
Ótimo. Um dos meus preferidos do ano.
As Faces de Toni Erdmann
3.8 257 Assista AgoraObra-prima.
Eu me envolvi tanto emocionalmente com esse filme...
Não vou falar muito, mas o que brevemente posso dizer que é um retrato lindo e único de uma relação entre pai e filha. É bem-humorado, as vezes bem doloroso... A diretora acerta no tom, evitando um sentimentalismo barato. Os atores estão excelentes.
É cada cena memorável. Que dá vontade de abraçar o filme. A cena entre o pai e filha no parque tem um efeito catártico absurdo.
Holy Motors
3.9 652 Assista AgoraHoly Motors é puro surrealismo. É uma viagem criativa, provocante e bizarra que percorre por vários gêneros do cinema (drama familiar, amoroso, crime, musical e etc..). É uma celebração da fantasia, da atuação e uma grande homenagem ao cinema.
Monsieur Oscar se transforma numa criatura nojenta, num pai afetuoso, um músico de rua, um idoso em seu leito da morte, um assassino e entre outros. É muito estranho, mas fascinante ao mesmo tempo. O que rende muitas metáforas, sobre o trabalho do ator e do próprio cinema.
É impossível destrinchar todos os elementos de Holy Motors num breve comentário como esse aqui. Eu vejo também como uma relação confusa entre ilusão e realidade em um mundo onde a sociedade tornou-se uma forma de "show”? É sobre as diferentes máscaras que nós seres humanos usamos no cotidiano? É um filme que fornece bastante coisas para o pensamento. O diretor Leo Carax conseguiu realizar uma obra arte, repleto de magia, imaginação e melancolia. Holy Motors é uma experiência única.
País da Violência
3.5 276 Assista AgoraFoda. Ele pode até ser satiricamente um pouco exagerado e tal, mas tem um puta conteúdo e cinematograficamente é bastante estiloso. Divertido do início ao fim.
O falso moralismo é uma merda mesmo.
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraÉ um filme bem sólido, intenso e sem freio. É muito divertido e tenso acompanhar a vida do protagonista interpretado por Adam Sandler (ele está muito, mas muito bem).
A energia pulsante se mantém praticamente durante o filme inteiro. A inquietação do protagonista é muito perceptível, pois compartilhamos um momento estressante da sua vida. O vício em jogo é um negócio tenso, o personagem precisa pagar suas dívidas, mas não faz (mesmo em certos momentos tendo o dinheiro, mas opta em continuar fazendo apostas). Acho que isso condiz com a realidade de um viciado em apostas.
O estilo dos irmãos Safdie está bem presente aqui. Acho incrível o quanto mais as situações pioram, o filme fica ainda mais interessante de acompanhar. Eu ainda prefiro Good Time, não só por ter todas essas qualidades características dos diretores, mas também por me ver mais envolvido com o personagem do Pattinson. Que tinha uma motivação (o amor pelo seu irmão) muito admirável por trás de suas ações.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraEssa tentativa de imersão em nos levar para um estado alucinatório e tal, não deu certo comigo. Acredito que muita gente se envolveu nessa experiência insana dos personagens. As visões assustadoras, a situação claustrofóbica e etc... É realmente tudo muito bem filmado. Os personagens passam boa parte questionando sua sanidade, o que gradualmente os faz mergulharem na loucura... O que não foi muito palpável e impactante, pra mim.
Dá pra perceber que tem muitas referências mitológicas, muitos simbolismos e etc... No entanto, não ficou muito claro pra mim, por isso achei confuso e muito vago. Mas é claro, isso sou eu. Muita gente pode ter entendido (ou não) e assim mesmo curtido o filme, o que é perfeitamente normal.
Mas olha, fazia tempo que não ficava tão entediado vendo um filme.
Jeannette: A Infância de Joana D'Arc
3.4 7Olha, achei bem interessante. Eu só não vou dar uma nota maior, pois realmente o gênero (musical) não me agrada. Apesar de passar num período histórico, é utilizado músicas contemporâneas como heavy metal, eletrônica e entre outras.
Tangerina
4.0 278 Assista AgoraÉ muito, mas muito bom mesmo. O ritmo é sensacional (flui de uma maneira perfeita, sério), a trilha sonora pop é incrível, a fotografia... puts, absurdamente linda, os efeitos de iluminação maravilhosos. As atuações são muito autênticas, tem uma dose de humor que funciona perfeitamente, apesar da realidade dura (que é sentida). É o mesmo que acontece em Project Flórida. Acho impressionante como o Baker consegue equilibrar harmoniosamente bem as duas coisas. Não são muitos que conseguem fazer isso tão bem.
É o meu segundo filme do Sean Baker (Projeto Flórida é obra-prima). Já percebi que ele gosta de contar histórias sobre pessoas que estão à margem da sociedade. O que é muito importante e digno de respeito. Eu até baixei seu outro filme chamado “Scarlet”, vamos ver se é bom. Pensando aqui, talvez ele seja o meu segundo diretor (americano) favorito da atualidade.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista AgoraOlha, como é bom ver uma história de amor e solidão entre duas mulheres ser conduzida por uma perspectiva feminina.
É um filme lento (confesso que não me envolvi logo de início), mas que aos poucos somos completamente envolvidos neste romance repleto de sutilezas. As atuações são contidas, mas possuem uma força enorme. Os olhares genuínos... A intimidade vai crescendo a partir de momentos como caminhadas na praia e etc... A tensão e o despertar da paixão é tudo muito palpável.
Apesar da história se passar no século XVIII, temos abordagens sobre temas bem contemporâneos (emancipação feminina e entre outros). Além da relação amorosa entre as protagonistas, temos a situação da empregada Sophie, não vou dizer o que, mas a solidariedade que acontece aqui é bem tocante. As composições estáticas são lindas (as vezes parecem pinturas).
O final, puts, simplesmente maravilhoso. É impressionante o poder que um desfecho com chave de ouro tem sobre mim, rs. Que atuação expressiva, a música... Enfim, assistam. A arte permanece, assim como o amor. Belo filme.
Praia do Futuro
3.4 933 Assista AgoraGostei muito da moral da história. Um filme que fala sobre amor, paixão, decepções e anseios. Mas é muito, mas muito introvertido. Eu não tenho problemas com o silêncio (em alguns momentos isso foi bem incorporados, outros não). Até porque isso encaixa bem num filme mais contemplativo como esse. No entanto, com os saltos de tempo e tal, o roteiro deixa muita coisa por conta da imaginação do espectador, sendo que são momentos importantes entre os personagens que seria bom ser mostrado. Não que eu não goste de abordagens mais abstratas. É que achei desnecessariamente excessivo aqui...
Outra coisa importante, mas isso é TOTALMENTE subjetivo. Eu não senti empatia nenhuma pelos personagens, apesar de entender os personagens e as situações complexas mostradas. Eu senti falta de um mergulho mais aprofundado na mente dos personagens. No aspecto emocional, o filme falhou bastante COMIGO. Mas isso vai de cada um.
As questões técnicas são ótimas, não tenho nada a reclamar, as composições lindas, a trilha sonora ótima e etc... Tudo bem executado.
Sinfonia da Necrópole
3.5 109Eu amei esse filme. Eu não suporto musicais (esse não tem cantoria o tempo inteiro, graças a Deus), mas é a primeira vez que as cantorias num filme não me incomodam (a transição para as cantorias é bem inventiva).
O humor do filme é simplesmente incrível, a diretora demonstra um amplo domínio sobre esse aspecto e entre tantos outros. É completamente atraente do início ao fim. Acho o cemitério e o que acontece nele na trama, serve como uma alegoria... Eu vejo essa questão da gentrificação. Porque esse processo de “modernização” não se restringe somente ao cemitério. Isso também acontece nas grandes cidades.
Enfim, um filme muito peculiar. Inesquecível.
Comando Final 2: Hora das Consequências
3.4 55Olha, pra quem gostar de um ÓTIMO filme de ação, esse aqui é mais do que recomendável. Eu acho que o que eu mais gostei (além das lutas, rs), é que esse filme tem uma moral, a situação está longe de ser apenas um pretexto. Não há ação o tempo inteiro, o que me surpreendeu. O desenvolvimento é muito bom, apesar de certas coincidências (rs) na trama.
Os personagens são bons, são colocados em dilemas morais realmente difíceis... As cenas de lutas são incríveis. Eu sou fã do gênero, né, então, fico muito feliz em ver lutas tão bem coreografadas e tal. Tony Jaa conheço desde Ong Bak, o cara sabe usar muito bem o cotovelo. Eu não conhecia Wu Jing, mas o cara é sensacional. Mas pra mim, quem rouba a cena é Zhang Jin.
Filmaço.
O Conto da Princesa Kaguya
4.4 802 Assista AgoraMaravilhoso. A beleza suavizada da animação é um negócio realmente incrível. O movimento fluído dos personagens é de um realismo impressionante.
A primeira parte é a minha preferida, onde é apresentado a tranquila vida rural. É muito bom ver o crescimento de Kaguya. A floresta com seus bambus, as flores, a paisagem rural, o cotidiano simples e antigo do povoado das montanhas, tudo muito lindo. Não que eu não tenha gostado da segunda parte (quando a família se muda para um palácio), pelo contrário, possui sua própria beleza (os vestidos de seda com suas cores fortes e etc) e serviu pra mostrar o que realmente é mais importante na vida (foi ficando visível a expressividade mais melancólica em Kaguya ao decorrer do tempo, devido as ótimas lembranças de sua infância). É o momento mais prazeroso de assistir por motivos óbvios: é onde tinha sindo encontrado a felicidade genuína. No final de contas, é essa a sua mensagem (atemporal), né. A vida passa rápido e por isso merece ser vivida e apreciada, não podemos viver a vida de acordo com os planos de outros. Isso não é ser livre.
Ele também fala sobre vida após morte... É muito fácil se identificar em alguns aspectos com o caminho de vida percorrido por Kaguya. A questão do tempo, as decepções e etc... E a história tem uma conexão com uma existência celestial, o que torna as coisas ainda mais interessantes. O final é simplesmente maravilhoso.
Acho que é a minha animação favorita da década (não consigo lembrar de outras tão boas quanto).
Oitava Série
3.8 336 Assista AgoraQue grata surpresa. Eu não pensei que fosse ser tão bom assim. Achei muito autêntico, foi como se o diário de um adolescente ganhasse vida. O filme retrata uma fase da vida dos adolescentes contemporâneos, mostrando o que significa crescer num contexto onde as redes sociais são tão influentes, mas isso tudo se afastando um tanto do modelo padrão de filmes do gênero.
A protagonista é muito boa (atuação da garota é ótima), ela faz vídeos de si mesma no Youtube e fala sobre as dificuldades de crescer e etc... Ainda mais se você for uma adolescente tímida e nada popular como ela. Mesmo não me identificando em quase nada com a adolescência de Kayla e tal, eu consegui entender (principalmente sentir) suas inseguranças, medos e expectativas. Deve ser porque o filme é muito sincero e traz um sentimento de realismo que a maioria do gênero não tem.
É impressionante que não importa a época, ser adolescente não é muito diferente de antes. A angústia é praticamente a mesma, essa coisa de querer se encaixar, em como se expor, mesmo com o medo constante de se envergonhar e etc...
A cena do discurso do pai pra Kayla, nossa... Maravilhoso. Muito, mas muito bonito mesmo.
Olha, eu quase nem acreditei quando vi que esse é o primeiro filme do diretor. O cara mandou realmente bem. A maneira harmoniosa que ele conseguiu incorporar os hábitos modernos das redes sociais em sua história é realmente muito bem executado.
Como disse antes, é um filme honesto e verdadeiro sobre como é a vida na adolescência (mais especificamente no final do fundamental) nos dias de hoje. Acredito que muitos se identificaram e tal, outros não muito, mas o que não pode é deixar de reconhecer as qualidades desse pequeno grande filme.
Anti-Porno
3.4 60 Assista Agora"Eu pego a liberdade que me limita jogo na privada e dou descarga".
Que negócio surreal, haha. Eu gostei muito. É o meu primeiro filme do Sion Sono e já percebi que é um diretor provocador e que gosta de romper barreiras.
Fiquei envolvido do início ao fim. Achei tudo muito intrigante. A cinematografia é realmente linda. A narrativa é fragmentada, cheio de perspectivas e tal. Mas o filme é mais que isso. Ele faz abordagens sobre assuntos muito importantes, como a questão da indústria pornográfica, faz uma crítica dura a sociedade japonesa (serve para outros países), que ainda permanece com tantas regras sociais que servem para reprimir sexualmente as mulheres, falta sobre a falsa liberdade e muito mais.
É um filme que tem muitas cenas de nudez, mas que só existe porque faz parte do gênero. Mas o filme é realmente o oposto de um filme pornô (como o título já diz, rs). O erotismo é completamente ausente.
Não tem uma história convencional e tal, na maioria das vezes é complicado saber o que é ficção e realidade. Muita coisa precisa ser decifrada. O que não é uma tarefa simples, pelo menos, não foi pra mim, haha. Até porque em momentos de recordações da protagonista, a maneira que é mostrada e tal, o teor das cenas... Não sabia o que era mais real ou não.
Filmaço.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraO filme praticamente não mostra muita coisa que já não tenhamos vistos, mas tudo é apresentado com tamanha sinceridade e com um equilíbrio harmonioso entre tragédia e a comédia que o proporcionaram uma ótima leveza, apesar do tema. Gostei que o diretor evitou o uso excessivo do melodrama (facilmente encontrado dentro do gênero).
A cena de abertura é maravilhosa. Muito mesmo. Ouvimos Charlie (Adam Driver) falando sobre as qualidades em Nicole (Johansson). Depois ouvimos o que Nicole fala sobre as qualidades de Charlie. Coisas “pequenas” de cada um dentro do casamento, mas que são preciosas. Nós sabemos o que cada um disse sobre o outro. Eles não. Porque são cartas escritas, solicitadas pelo terapeuta do casal. Não precisou gastar tempo com flashbacks do passado. É muito bem resumido.
A partir disso, vem o processo de divórcio... Que obviamente tem seus momentos duros, o que é natural se tratando do assunto. Mas ao mesmo tempo, ele também possui seus momentos de amor, seja entre Charlie e Nicole, ou especialmente com o filho. Eles são personagens confusos e falhos, ao mesmo tempo, bem-intencionados... Gostei de ambos.
A minha torcida era para que a história terminasse da melhor maneira possível. E não é que aconteceu isso? Pelo menos, eu vejo assim. O casal se separou, de fato. E mesmo com Charlie lendo o que Nicole tinha escrito sobre ele, uma cena bastante emocionante até... No fim, ele acaba se mudando para Los Angeles, acho que a moral era mais sobre encontrar o amor, mesmo na separação... Até porque um casamento pode acabar, mas a família pode (deve) permanecer unida.
Não vou falar muito das atuações. O elenco todo está muito, mas muito bem. Ótimo filme.
Ad Astra: Rumo às Estrelas
3.3 850 Assista AgoraGostei muito. O Gray não me decepciona.
É mais um drama reflexivo e triste do que uma “aventura” no espaço... É o que eu já esperava mesmo. Gray consegue muitíssimo bem descrever a solidão de um homem, suas obrigações, seus medos e ressentimentos.
O Brad Pitt está excelente. Uma atuação mais introspectiva e sutil. Ele está realmente muito convincente. A maneira como expressa os pensamentos do seu personagem é incrível, com uma voz cansada e seca. No início, Roy é absurdamente calmo e controlado. Os testes psicológicos mostram isso, ele não deixa nenhuma emoção passar em sua voz. No entanto, ao decorrer que a história avança, ele vai perdendo esse controle e o seu personagem vai mais fundo na sua psique...
Acho bastante interessante essa visão do futuro que o filme proporciona. O que é bem possível de acontecer, creio eu. Essa vontade do ser humano em explorar tudo quanto é lugar parece não ter limites, rs. Um dia, essas viagens no espaço podem se tornar uma coisa normal...
A mensagem é simples (o que não é um problema), no final, ele percebendo que estava seguindo o mesmo caminho percorrido por seu pai. É sobre o que significa ser humano, o que realmente importa. Abdicar completamente da própria vida em troca de seguir um objetivo profissional nem sempre é recompensador no final de contas.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraGostei. Não achei sensacional, mas é um bom filme. Gosto da dinâmica desenvolvida entre as três protagonistas, é ótimo ver em como elas variam entre bondade e maldade, rs. É uma trama repleto de intrigas. É sobre dependência emocional também. Tanto é, que a Rainha tem coelhos de estimação, algo simbólico. O humor funcionou bem, pelo menos, pra mim.
Enfim, é isso.
Na Praia à Noite Sozinha
3.6 68Gostei muito do filme. Hong Sang-soo faz uma ótima observação sobre a vida de uma mulher que está apaixonada e angustiada ao mesmo tempo. A protagonista está sem rumo na vida, acho importante saber disso, para se conectar com o filme e tal. É porque, aparentemente, é daqueles filmes em que “nada acontece”.
Num geral, é um filme simples. Ela caminha com a amiga e conversa sobre coisas da sua vida, seja sobre a questão do seu relacionamento, o sentimento de abandono e etc... É visível que ela se encontra num estado de desespero silencioso. Não vejo muito como um drama clássico. Ele tem um senso de humor oculto que me fez rir em alguns momentos, haha. É um dos motivos que me fez gostar tanto do filme. Grande filme.
Kim Min-Hee teve uma atuação impecável. <3
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraEu sei que muita gente gostou. Mas achei um tanto decepcionante. Eu fui com tanto hype (por motivos óbvios), mas não rolou. Ele não é necessariamente todo ruim, mas achei o enredo fraco e previsível (precisava de um toque mais original).
Outra coisa, eu não tenho problema com filmes de longa duração, mas pelo amor de Deus, esse aqui cansou, hein. Os diálogos são pouco atraentes (nada me impressionou, é o que eu esperava de um filme com tantos elogios), achei desnecessariamente arrastado. E até mesmo o bom humor característico nos filmes do Scorsese, não teve muito êxito aqui, pra mim. Eu acho que para uma história clássica de mafioso e tal, poderia ser contada de maneira um pouco diferente, eu tenho a sensação que o Scorsese sempre usa as mesmas soluções narrativas...
Joe Pesci, pra mim, é o melhor disparado do elenco. Diferentemente de outros personagens que interpretou dentro do gênero, ele convence como um mafioso astuto, controlado e que sabe o momento de falar. Queria que o Keitel fosse mais aproveitado no filme, infelizmente, isso não acontece.
Olha, eu fico lembrando o quão cativante e espirituoso são seus outros filmes como “Os Bons Companheiros” e “Casino”, por exemplo. Faz muito tempo que espero Scorsese entregar algo neste nível. Mas sei lá, não tô otimista sobre isso.
No Limite do Amanhã
3.8 1,5K Assista AgoraOlha, não esperava praticamente nada e tive uma boa surpresa. Esse é um exemplo de um bom Blockbuster. Queria ter visto no cinema.
A trama é um tanto parecida com de tantos outros filmes e séries, mas assim mesmo, consegue ser bastante envolvente do início ao fim. Ele fornece algumas informações necessárias de uma maneira direta, o que é ótimo. Depois acontece um ciclo de repetições que em nenhum momento fica entediante, pois sempre tem uma reviravolta bacana no enredo e, assim, seguindo para uma nova etapa...
As cenas de ação são muito boas, nada exagerado, tudo muito bem controlado pelo diretor. O Cruise está ótimo, como sempre carismático, rs. A Emily Blunt está muito bem também. Eles formaram uma simpática dupla. Nada de romance desnecessário (graças a Deus).
A única coisa que não gostei muito é o final. Acho que poderiam ter explorado outras opções. Poderia ser mais ousado. Mas isso não estragou o resultado final.
Enfim, é um ótimo entretenimento.
No Coração do Mundo
3.9 62 Assista AgoraGostei bastante. Eu fiquei atraído do início ao fim. A música de abertura é incrível, haha.
A única coisa que eu não gostei muito foi da sequência dos acontecimentos. Também sentir que alguns personagens ficaram meio deslocados na história. Grace Passô é maravilhosa. Estou me tornando fã da atriz. Grande trabalho dos diretores.
Amo o cinema nacional.
Dragon Inn: A Estalagem do Dragão
3.8 15Gostei bastante. Eu sempre gostei de filmes Wuxia. Vou procurar ver outros clássicos.
O enredo é muito prático e direto. Os personagens são arquétipos como tantos outros de Hollywood. Mas isso não é um problema. O filme se passa bastante num único cenário (pousada), que é o local onde praticamente conhecemos os personagens e do que eles são capazes.
O que eu mais gostei foi toda a preparação até chegar as lutas e etc... É tudo muito bem construído. As lutas são muito boas (talvez muitas pessoas fiquem incomodados com a coreografia, mas particularmente achei estilosa), os movimentos, o figurino, as combinações e etc...
Uma Estrada Para Recomeçar
3.2 26Olha, acho que é um daqueles filmes que precisa ser sentido pra gostar. Não aconteceu comigo. Não que não seja assistível, pois é.
Apesar do clichê: "Um homem que esteve preso por muito tempo e agora deve se reajustar ao mundo real".
Acho que quando se tem um tema que já foi tão explorado no cinema, é necessário um pouco de mais força, mais brilho... Que não é o caso aqui. Acho que a primeira metade do filme é onde está seus melhores momentos. Quando ele encontra o bebê e parecia que isso seria mais ou menos o foco... Não é o que acontece. Isso tem um fim muito rápido. Eu acho que filme se perde no meio de tantas idéias (boas), pra ser sincero.
Eu achei super estranho (no mínimo) a cena que ele descobre que seu pai morreu... Até porque o filme já tinha insinuado que ele mantinha contato com sua família...