Blu é uma arara azul que cresceu longe de seu país de origem (Brasil). Na cidade de Moose Lake, em Minnesota (EUA), ele vivia confortavelmente ao lado de Linda, sua proprietária e amiga. Sem saber o mundo que existia fora dalí, Blu e Linda descobrem que ele pode ser o último macho de sua espécie e que deveriam viajar para o Rio de Janeiro o mais rápido possível para acasalar e salvar a espécie. É aí que aparece Jade, uma arara azul fêmea que nasceu e cresceu livre e que estava enclausurada para acasalar com Blu. Mas no dia seguinte, Blu e Jade são sequestrados por um bando de traficantes de aves e a partir daí começa uma aventura para escapar dos bandidos e ainda por cima aprender a voar, coisa que Blu não sabia.
Blu é o protagonista que se encaixou perfeitamente bem à trama. Uma arara azul, que é a última de sua espécie, praticamente um nerd que só conhece o mundinho em que vive nos EUA e bastante corajoso. Pra compor a trupe, Jade aparece e desperta o "instinto selvagem" escondido de Blu e eles ainda contam com os espertos e engraçados personagens Rafael, um tucano sabichão; a dupla de pássaros Nico e Pedro, com a malandragem carioca; e por último Luiz, um bulldog com aptidões técnicas. Tudo isso para escapar do malvado Nigel, uma arara que já foi modelo (isso mesmo, modelo!) e que está velho e feio e por isso não quer ver ninguém o sucedendo. Juntamente com os bandidos, traficantes de aves, Nigel caça o último casal de araras azuis para dar um sumiço na espécie. Ressalto que todos os personagens, sem exceção foram muito bem elaborados, a trupe tem uma harmonia e um carisma sem igual.
Com um pano de fundo com o carnaval, Rio desenvolve-se de maneira harmoniosa e agradável aos olhos e ouvidos. A trilha sonora, encabeçada por Sérgio Mendes (como produtor musical executivo) e que envolveu nomes como Will.i.am, Jamie Foxx, Taio Cruz, Carlinhos Brown, entre outros grandes artistas do mundo da música, tem canções que misturam o ritmo brasileiro à música contemporânea estadunidense.
De acordo com o próprio diretor Carlos Saldanha (A Era do Gelo), este é um sonho realizado. Saldanha é natural do Rio e teve a ideia de homenagear a sua cidade natal durante a pré-produção de A Era do Gelo 3. E não é que o filme caiu em um ótimo momento?! Brasil se preparando para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e este será mais um reforço na divulgação do país no exterior. Vale lembrar que Rio não é uma produção brasileira, mas sim estadunidense. Tudo bem que é dirigido por um brasileiro que vive nos Estados Unidos há mais de 20 anos, mas ainda assim é melhor, cinematograficamente falando, um filme ser assinado como americano. Coisas de imagem no mundo. Nada mais.
Temas como violência, meio ambiente e tráfico de animais são levantados de maneira amena, mas que ainda sim marcam presença. O roteiro, assinado por Don Rhymer (Vovó... Zona 2), só teve uma falha na minha opinião, terminou de maneira seca. Sabe aqueles finais que encerram o filme e pronto e que não tiveram um percurso natural para o desfecho? Pois é, isso acontece em Rio. Mas ao final, nos créditos, as cenas voltam à tela e amenizam o "final seco".
Uma sequência que me chamou a atenção é quando os bandidos, traficantes de aves, correm pelos becos da favela do Rio atrás das duas araras, bem ao estilo Cidade de Deus. Uma homenagem, imagino.
Mas Rio não é só maravilhas. A versão 3D do longa deixa a desejar. São raros os momentos que nos passam a sensação tridimensional. Saldanha poderia ter usufruído melhor desta ferramenta, já que este é um filme de animação com muitas cenas de ação.
O elenco (vozes), por sua vez, foi formado por grandes nomes do cinema atual. A versão original (em inglês) tem Jesse Eisenberg (A Rede Social), Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada), Leslie Mann (Ligeiramente Grávidos), George Lopez (Perdido Pra Cachorro), Tracy Morgan (Tiras Em Apuros), Jamie Foxx (Miami Vice), Will.i.am (X-Men Origens: Wolverine), Jemaine Clemente (Um Jantar Para Idiotas), Wanda Sykes (A Volta do Todo Poderoso) e Rodrigo Santoro (300).
Sim, Rio é um filme brilhante, feito com maestria por alguém apaixonado pela cidade maravilhosa. A perfeição da retratação do real é surpreendente. A história é bem amarrada e com personagens brilhantes. Uma ótima pedida para a garotada e adultos também.
Assassino à Preço Fixo é uma refilmagem do filme de 1972 com mesmo título que tem Charles Bronson (À Queima-Roupa) como protagonista. Não assisti o original. O longa de 2011 traz, por sua vez, Jason Statham (carga Explosiva) como mocinho interpretando Arthur Bishop, um assassino de aluguel que sempre agiu sozinho, mas que ao descobrir traições entre um de seus amigos, se vê na obrigação de treinar um promissor matador.
A trama passa-se em diversos locais - mas todas em solo estadunidense -, tem muitos carros e tecnologia armamentista. Isso tudo já virou marca registrada nos filmes de Statham, que contam com uma fórmula redonda entre perseguição (essência dos filmes de ação), tiros, amores e muita pancadaria. Diria até que ele é o sucessor do Jean Claude Van Damme (Street Fighter: O Filme). Claro que cada um com suas peculiaridades.
A direção de Simon West (Lara Croft: Tomb Raider) deixou a desejar já que o longa conta com efeitos visuais trash e um roteiro imensamente previsível. Assinada por Richard Wenk (16 Quadras), a adaptação da história de Lewis John Carlino (roteirista do filme original e criador da trama) é fraca porque os acontecimentos acontecem de maneira brusca, sem argumentos sólidos e convincentes.
A trilha sonora é mediana e não interfere no resultado final do projeto, que não saiu da mesmice. Um filme que agrada aos fãs do gênero e só.
Com certeza você já viu algum filme que queria desmistificar alguma máxima da sociedade. E Sexo Sem Compromisso não é diferente. Ao contrário do que sempre indagam ("será que existe amizade entre homem e mulher sem interesse amoroso ou sexual?"), o diretor Ivan Reitman (Minha Super Ex-Namorada) resolveu inovar e lançou a seguinte pergunta: será que é possível que dois amigos façam sexo sem se apaixonarem?
Elizabeth Meriwether foi a escolhida por Reitman para montar um roteiro à altura dos protagonistas do longa. Natalie Portman (Cisne Negro) é Emma Franklin, uma médica que tem traumas de relacionamento e que após vários anos, reencontra uma antiga paquera de colégio. É aí que entra Ashton Kutcher (Idas e Vindas do Amor), interpretando Adam Kurtzman, que tem um pai famoso, mas que foge desta fama e quer se divertir.
Os dois decidem se encontrar sempre para manter relações sexuais e estabelecem regras para que o emocional não interfira em tal relacionamento. É neste jogo de sexo x amor que se desenrola a trama, regada a um humor paspalhão e locações bem agradáveis.
Falando das atuações, Portman com certeza é o destaque. Mesmo sem ter um corpão, a atriz mostra a que veio e faz bonito, em uma personagem durona consigo mesma e que tem personalidade forte, exibindo uma sexualidade diferente, baseada nas palavras e ações drásticas.
Já Kutcher se submete a mais uma papel clichê em sua carreira. O rótulo de mocinho de rosto e corpo bonitos não agrada mais e o que o mesmo pode fazer é tentar surpreender na interpretação e desenvolvimento de seu papel. E é exatamente isso que acontece. Kutcher nunca foi um bom ator e apesar disso, poucas vezes contracenou com bons atores. Mas desta vez foi diferente. Apesar do roteiro maçante, a dupla de protagonistas se completou, passando uma harmonia sem igual ao espectador.
Quanto à técnica, Sexo Sem Compromisso tem elipses e lances de câmera muito bem bolados. A naturalidade em que a história se desenvolve é nítida. Lembrando que o roteiro é arrastado e poderia ser mais enxuto. Mas a técnica, por si só, mostrou a que veio e garantiu um ótimo trabalho. Pontos para a equipe de produção, formada por Jeffrey Clifford (O Preço da Traição), Joe Medjuck (Paranóia) e pelo próprio diretor, Ivan Reitman (Amor Sem Escalas).
A belíssima trilha sonora é uma atração à parte e trouxe mais charme à produção. A seguir algumas canções que agradaram: "I Wanna Sex You Up", escrita por Bryan Abrams, Mark Calderon, Willie Clarke, Betty Wright, Elliot Straite, Kevin Thornton & Samuel Watters e interpretada por Color Me Badd; "Shake Ya Tailfeather", escrita por Jayson Bridges, Murphy Lee (como Murphy Lee Harper), Cornell Haynes & Varick D. Smith e interpretada por Nelly, Sean 'P. Diddy' Combs (como P. Diddy) & Murphy Lee; e "Bossa Nova Baby", escrita por Jerry Leiber & Mike Stoller e interpretada por Elvis Presley.
Sexo Sem Compromisso é um filme mediano, que ainda assim surpreende pela qualidade técnica, mas deixa a desejar no quesito desenvolvimento da trama por parte do roteiro. Previsível e facilmente esquecível.
Já diziam que a primeira impressão é a que fica, certo?! Pois bem, Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles passa toda a ideia de um filme genérico. O tempo inteiro vemos semelhanças com outros filmes do gênero. Transformers, Distrito 9, Independence Day e 2012 são apenas alguns deles.
A ideia de colocar nós, humanos, para combater com extraterrestres volta com tudo às telonas e tem virado moda nos últimos tempos. O argumento seria a busca pela água, coisa mais preciosa que temos no planeta, apesar de não ser levada tão a sério por nós mesmos na questão de conservação e conscientização do uso racional.
O roteiro, assinado por Chris Bertolini, é fraquinho e não colabora com o bom andamento das sequências, que misturam ficção, ação e um suspense relativamente raso. Na trama, um grupo de oficiais das forças armadas dos Estados Unidos tem a missão de resgatar civis no meio da zona de batalha entre humanos e ETs e voltar antes do lançamento de uma bomba nesta zona.
Todas as atuações são medianas ou fracas. Dentre as melhores interpretações - o que não quer dizer que foram muito boas - estão: Aaron Eckhart, protagonista da história na pele do Sargento Michael Nantz; e Michelle Rodriguez, que é a Sargento Técnico Elana Santos, naquele mesmo papel de mocinha corajosa e que faz filmes de ação com armas. Os demais são rostos desconhecidos ou pouco conhecidos e não interferiram diretamente no resultado final.
Por outro lado, Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles tem ótimos efeitos visuais e sonoros. A trilha sonora também não fica para trás e acompanha, com eficiência a proposta do filme, com edição/montagem com takes curtos e com lances de câmera bruscos. Outro ponto positivo é a câmera solta na maior parte do longa, dando maior realidade à ficção - jogando com as palavras.
Considero Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles facilmente esquecível e sem criatividade, já que como disse, é genérico e não vejo grandes pretensões neste projeto. E que venha o ano de 2012, considerado - mais uma vez - o fim do mundo.
Sim, Esposa de Mentirinha traz de volta às telonas Adam Sandler e Jennifer Aniston em papéis já sacados e estereotipados pelos mesmos no cinema. Ele é um conquistador engraçado que anda com as mesmas roupas de mau gosto - no mesmo estilo largadão de vários filmes que fez. E olha que nem sou expert em moda para perceber isso. Ela é a mesma queridinha da América e conta com aquele ar de sex appeal que todos já conhecem muito bem.
Com muitos erros de continuidades e falhas no roteiro, o filme começa bem, mas logo se perde na própria proposta. Poucos sabem, mas este é um remake do filme Flor de Cacto, de 1969.
Em Esposa de Mentirinha, Aniston vive Katherine Murphy, uma secretária que se passe por uma esposa falsa e que - não sei como explicar - tem mudanças radicais de comportamento durante o filme sem nenhum argumento ou explicação lógica. Semelhanças com o clássico Uma Linda Mulher podem ser ligeiramente vistas.
Já Sandler, na pele do Dr. Danny Maccabee, cirurgião plástico, tem um personagem carismático (como sempre), mas que ainda assim não desceu devido à falta de harmonia entre o protagonista da trama e os outros personagens, que não se encontraram na história, passando aos espectadores como algo ríspido e sem naturalidade. Troféu de pior atuação para Brooklyn Decker (Palmer), que foi apenas um rostinho - e corpinho - bonito na tela.
Nicole Kidman (Devlin Adams) também dar o ar de sua graça em participação no filme. Ela é a melhor amiga/inimiga de faculdade de Katherine e passa de vilã a quase mocinha no desenrolar da história.
Mas o destaque mesmo ficou com as crianças Bailee Madison (Maggie) e Griffin Gluck (Michael), que se sobressaíram com atuações dignas de bons aprendizes da sétima arte. Mas nem eles salvaram o projeto de um fiasco. Nada mais que raso e superficial. Esses são os adjetivos que uso para resumir Esposa de Mentirinha.
Roteiro brilhante. Piadinhas bem boladas e diálogos estruturados fazem desta a melhor comédia pastelão de 2011 até o momento. Owen Wilson (Rick) está muito bem sim, realmente, mas quem rouba a cena é Jason Sudeikis (Fred), seu amigo e companheiro da nova empreitada: o passe livre dado por suas esposas. Durante uma semana eles poderão se aventurar sexualmente com quem quiser como não estivessem casados. Mas como é de se esperar, não é bem isso o que acontece. O roteiro, assinado por Peter Farrelly, Kevin Barnett e Bob Farrelly, foi baseado na história de Pete Jones.
Depois de muitas atrapalhadas, o filme vale bastante a pena pelo seu cunho humorístico e apelo sensual dentro da proposta. A trilha sonora é outra atração a parte e garante ainda mais diversão aos espectadores, que saem do cinema com a certeza de ter assistido um ótimo filme de entretenimento.
Estreia do diretor Marcus Baldini à frente de um longa-metragem, Bruna Surfistinha é totalmente inocente. Jogando com as palavras, a direção deixa a desejar e ficam evidentes falhas desde o roteiro, que passa despercebido em assuntos como DST e discriminação, passando pela produção cheia de erros de continuidade e diálogos muitas vezes com Fazendo do filme uma narrativa cansativa e delongada.
Deborah Secco está bem, mas limitada como sempre. É mais um rostinho (e corpinho) bonito que seduz o espectador pelas cenas de sexo e nudez, aí sim, proposta do filme. Mas a personagem não era só isso. Foi contra toda uma sociedade e várias sequências, como as drogas poderiam, na minha opinião, ter sido mais bem exploradas pela atriz. O destaque no elenco ficou por conta da veterana Drica Moraes, que interpreta Larissa, uma cafetina.
Mais uma curiosidade que comprova a inocência de todo o projeto é que Deborah Secco não chegou a ter nenhum contato com Raquel Pacheco, a verdadeira Bruna Surfistinha. Em suma, assistível, mas sem grandes pretensões.
Maçante, este é o principal adjetivo de Jogo de Poder, novo filme do diretor Doug Liman, mesmo de Sr. & Sra. Smith, de 2005. E as coincidências entre o longa que traz o casal Brad Pitt e Angelina Jolie e Jogo de Poder não são poucas. Em ambos os filmes a coluna vertebral do roteiro é constituída por problemas de relação entre casais que têm dificuldade em separar o trabalho da vida conjugal.
Mas Jogo de Poder não limita-se à relação do casal formado por Naomi Watts, que vive a agente da CIA, Valerie Plame; e Sean Penn, interpretando Joe Wilson, um ex-embaixador estadunidense no Oriente Médio. A discussão de relacionamento é apenas um véu para o real debate levantado pelo roteiro assinado por Jez Butterworth e John-Henry Butterworth, com base nos livros The Politics of Truth e Fair Game, de Joseph Wilson e Valerie Plame, respectivamente.
Próximo a um documentário, o longa conta a história de conspiração de vários integrantes da Casa Branca no mandato do presidente George W. Bush durante a invasão ao Iraque e a complicação de uma família que decide encarar o alto escalão norte-americano para levar a verdade à público. Assim como em A Identidade Bourne - outro filme dirigido por Doug Liman -, uma enxurrada de informações são lançadas ao espectador e o mesmo que se vire para absorvê-las e assim tirar suas próprias conclusões.
Um filme que apesar de maçante, tem um desfecho satisfatório e cumpre sua proposta de crítica social e governamental, deixando claro a posição política dos idealizadores do filme contra o governo Bush.
O longa de animação conta a saga do camaleão Rango, que sempre viveu como um bicho de estimação, mas depois de um acidente, acaba parando no meio do deserto de Mojave, na Califórnia. À procura de água, Rango acaba encontrando uma cidade bem ao estilo faroeste chamada Poeira.
Além do nome bem sugestivo, Poeira esconde muitos perigos e surpresas. A trama é quase toda passada lá, onde Rango conhece muitos outros animais de várias espécies e é onde ele se passa por um durão, aproveitando seu dom de atuação.
Dirigido por Gore Verbinski, vemos diversas semelhanças com seus filmes anteriores (Piratas do Caribe e A Mexicana). Em um ambiente totalmente latino, a animação traz às telonas belíssimas sequências de ação e humor. O contraste das cores e a trilha sonora versátil adicionam mais qualidade à produção, que, diga-se de passagem, é uma atração à parte. Os efeitos visuais e a dublagem são acima da média.
Desde já, Rango é cotado como uma das melhores animações de 2011. Acho difícil aparecer tantas outras este ano para fazer-me esquecer deste brilhante filme, que traz um roteiro atual e crítico sobre a questão do problema da água (ou a falta dela) no planeta.
Destaque para o quarteto de corujas narradoras e cantantes. Uma graça só, que sem as mesmas não seria tão bom.
Baseado em fatos reais, O Vencedor traz uma história morna e cheia de diálogos complexos. A grande sacada do filme são as grandes interpretações de Christian Bale, na pele do viciado em crack Dickie Eklund e de Melissa Leo, que vive Alice, mãe do protagonista.
Mark Wahlberg é 'Irish' Mickey Ward, o personagem principal do filme, mas somente na teoria, já que foi totalmente ofuscado pelos dois anteriormente citados.
Com uma bela equipe de produção, O Vencedor tem um figurino simples, mas que faz total diferença. Assim como as locações e a trilha sonora, que mesmo sem muita ambição, cumpre o seu papel com satisfação.
Um filme comum e que traz como diferencial as grandes atuações e serve como registro de uma história muito bela. Mas facilmente esquecível, a não ser pela magreza de Bale, assim como no filme O Operário, de 2004.
Aproveitando o sucesso mundial de Justin Bieber, os estúdios Disney não perderam tempo e logo encomendaram um filme sobre o astro teen do momento. A ideia é mostrar a saga do jovem que veio de uma pequena cidade no Canadá até conquistar o Madison Square Garden, em Nova York, considerado o ápice para a carreira de qualquer banda ou cantor.
Como diz no título (Never Say Never), a proposta é mostrar aos fãs e aos admiradores de Justin que nunca devem desistir de seus sonhos. Uma carreira que apesar de precoce, árdua e com seus contras. Mas é evidente a tentativa de convencer o público que o astro é além de grande cantor, grande pessoas, cercado de pessoas maravilhosas e que se completam. Coisa típica da Disney. Um verdadeiro conto de fadas com final feliz.
A cópia em 3D é de um nível visual altíssimo. Completado com uma edição acima da média, Justin Bieber - Never Say Never é belíssimo aos olhos e aos ouvidos. Gravado com equipamento de última geração, a plasticidade é praticamente perfeita. E para melhorar ainda mais, bem ao estilo documentário, as cópias dubladas trazem o som original ao fundo, outro ponto positivo para a produção.
Por outro lado, o roteiro, que é mediano, tem uma grande falha. Já que o planejado era falar sobre a vida pessoal de Bieber simultaneamente à sua carreira, nada mais lógico que citar (ao menos) a questão de sua educação, já que a maratona de shows em diversos pontos do planeta ocupa praticamente todo o seu tempo. Mas para meu espanto, nada disso é citado. Se não me engano, apenas em um take é mostra-se Bieber com livros - parecendo estudar - motor home.
Justin Bieber - Say Never Say é um grande filme, já que cumpre a proposta de narrar a história de sucesso de uma grande estrela da música e que ainda promete muito mais. Plástico e limitado seriam adjetivos que definiriam o longa por si só.
127 Horas é a cara de seu diretor, Danny Boyle. É fácil identificar semelhanças com o seu maior sucesso: Quem Quer Ser Um Milionário. Desde os lances de câmera, aos efeitos visuais, pensamentos de seu protagonista e edição. Tudo com a marca registrada de Boyle. De muito bom gosto, por sinal.
O longa com otimamente bem a história de um aventureiro que ficou preso por 127 horas a uma rocha no meio do deserto. A angústia e agonia de Aron Ralston, interpretado brilhantemente por James Franco é passada de uma forma muito singular. Chamo a atenção para as elipses e para a forma encontrada por Boyle e a equipe de produção para transmitir ao espectador a dor no cume do filme com sons que incomodam o ouvido humano.
Outro ponto bastante interessante é que Aron chega rapidamente ao fato que origina a história, ou seja, ficar preso à rocha. Mas os quase 120 minutos depois disso não se limitam àquele ambiente. Premonições e muitas lembranças ajudam não somente o personagem a se manter vivo, mas os espectadores a continuarem a assistir o filme sem cair na monotonia.
Sim, um filme muito bem feito, que serve como registro de uma história verídica inacreditável. Mas longe de ser um filme brilhante como esperava.
Primeiramente gostaria de deixar claro que não conheço a história de quadrinhos na qual o filme foi baseado. Falando do filme... logo de cara, não me convenceu a escolha de Seth Rogen para viver o herói protagonista.
A tentativa de fazer um cara engraçado salvar o mundo não deu certo. Tudo bem que Homem de Ferro é muito engraçado, mas porque não é o tipo de humor pastelão de O Besouro Verde e sim um humor negro, bem acima deste.
Fora a mediana atuação de Rogen, a coisa ainda piora com o fraco desempenho de seu fiel escudeiro Jay Chou, interpetado por Jay Chou. E tem mais! Christoph Waltz, que está magnífico em Bastardos Inglórios queima seu filme na pele de um vilão medíocre e facilmente esquecível. E não é só o vilão que é facilmente esquecível, O Besouro Verde é forte candidato a vários Framboesa de Ouro.
A salvação foram os efeitos visuais, que foram muito bem estruturados e realizados. E só.
Diálogos esplendorosos. Bem ao estilo inglês de narração, O Discurso do Rei desenvolve-se com base na relação entre George (Colin Firth) e seu - digamos - fonoaudiólogo Lionel Logue (Geoffrey Rush). Baseado em fatos reais em que um famosos monarca inglês tinha gagueira e seu poder de liderança de toda uma nação era coloco em xeque por este problema.
Com figurino e locações acima da média, o longa se desenrola de maneira peculiar, agradando ao público. A maneira como o tratamento é conduzido também é bem próximo da realidade, já que gagueira não é fácil de corrigir. O jeito é encontrar caminhos para amenizá-la.
Enfim, um filme muito bem produzido, atuado e dirigido. Cinema cultura, que traz conhecimento às telonas.
Candidato a vários prêmios festivais mundo afora e vencedor de muitos deles, Bravura Indômita traz de volta às telonas o cinema western. Os irmãos Ethan e Joel Coen, diretores do longa, fizeram um grande trabalho ao repaginarem o clássico com mesmo título de 1969.
O primeiro dos acertos e talvez mais evidente foi a escolha do elenco. Jeff Bridges está na pele de Reuben J. Cogburn, um policial beberrão e reconhecido por sua bravura frente aos bandidos, originando o título do projeto. Bridges está magnificamente bem em sua atuação. Mas quem rouba a cena é a estreante Hailee Steinfeld, que vive a jovem Mattie Ross. Mattie quer vingar a morte de seu pai a todo custo e contrata Bridges para fazê-lo por uma recompensa generosa. Matt Damon que me desculpe, mas sua interpretação foi totalmente ofuscada pelos dois acima citados.
Os diálogos são outro ponto forte desta singular obra. Dá gosto de ouvir as discussões da pequena Mattie com pessoas bem mais velhas e que ainda assim se sobressai com total soberba e poder de arguição.
Figurino, locações, trilha sonora, tudo no lugar. A edição também beneficiou bastante as sequências, gerando um resultado final positivo.
Mas nem tudo são flores. O roteiro adaptado, assinado pelos irmão diretores com base no romance de Charles Portis deixa uma imprensão de que o personagem bravo indômito vai decolar, mas chega ao fim da película e isso não acontece. Tudo bem que o desfecho é satisfatório, mas nada de surpreendente. Ainda assim, um filme que merece ser visto e admirado tamanha beleza de sua estrutura técnica e harmonia de elenco.
Um filme sem pudores e corajoso, assim defino (já de cara) Cisne Negro. Com inúmeras indicações e premiações por festivais mundo afora, o longa confirma seu poderio frente à plateia e sua força técnica cinematográfica.
Sons, luzes, lances de câmera, atuações, trilha sonora, roteiro, tudo em uma harmonia fora do comum e com uma harmonia de dar inveja a muitas produções hollywoodianas.
O diretor novaiorquino Darren Aronofsky criou uma atmosfera rude, mas nem por isso afasta a plateia do filme. Pelo contrário. Assim como em Réquiem para um Sonho, Fonte da Vida e o Lutador (trabalhos anteriores), Aronofsky eleva seu protagonista a um status fora da lógica. Mostra assim o bem e o mal e joga na cara do público as ações com suas respectivas consequências, gerando uma moral indireta com a trama proposta.
O conflito interno da personagem Nina, interpretada magistralmente por Natalie Portman, é colocado num certo timing que comprova o domínio que o diretor tem com seus personagens e, assim, com todo o elenco. Um enredo conturbado e eficaz, que exibe em várias cenas a esquizofrenia da protagonista em busca da perfeição de um sonho: ser uma bailarina reconhecida e conhecida.
O roteiro de Mark Heyman e John McLaughlin, baseado na história de Andres Heinz, é inexplicavelmente impecável. O crescimento da história é mostrado em sincronia com a trilha sonora, que por sinal é fabulosa, com o ritmo acelerado da edição e com o jogo de luzes com maior contraste. Tudo em torno do cisne branco e o cisne negro, o bem e o mal, o certo e o errado. As alternâncias tornam-se regra.
Falando de Natalie Portman, a atriz está estupenda. No início me assustei tamanha magreza em que a vi, mas minutos depois percebi o grande trabalho realizado pela mesma. Uma atuação de prima.
Outros pontos que também chamaram bastante a minha atenção foram o figurino e a produção como um todo. Locações simples, mas que atenderam satisfatoriamente e acabaram somando no resultado final.
Uma trama que o cume levou a personagem à idolatração e o mesmo aconteceu com este belíssimo e - repito - corajosa obra prima da sétima arte.
O marketing para lançamento do filme foi pesado. O foco foi promover Santuário em cima do nome de James Cameron como produtor e da técnica idêntica (pelo menos na teoria) de captura de imagens 3D como em Avatar.
Pena não vermos esta mesma qualidade tridimensional em Santuário como vimos em Avatar. São raríssimas as cenas com um 3D digno de Cameron. Apenas algumas bolhas, chuvas e outros poucos detalhes detinham a técnica.
É visível a admiração do diretor Alister Grierson por Cameron e por Avatar. O tempo inteiro o azul é evidenciado nas cenas, por isso a escolha do enredo com base na água. Um filme visualmente perfeito, com cores vibrantes e contrastes deslumbrantes. As locações são tão reais que parecia que estávamos ali, ao lado dos personagens, vivenciando o momento.
O roteiro foi escrito por Andrew Wight, que vivenciou a história contada no filme junto a outras 14 pessoas e ficou preso por dois dias até encontrar uma saída. A inserção do espectador na trama é feita de forma magistral por Wight. O clima tenso e mórbido é sentido na sala de cinema. O silêncio só é quebrado nas cenas de carnificina, um dos pontos negativos (mas válidos) do projeto.
O elenco principal, encabeçado por Richard Roxburgh (A Liga Extraordinária), Ioan Gruffudd (Quarteto Fantástico) e Rhys Wakefield mostrou um ótimo entrosamento, o que somou pontos ao resultado final.
Os efeitos especiais (visuais e sonoplastia) não são grandes coisas, mas também não levaram Santuário à mediocridade.
O crescimento dos personagens foi feito de forma ordenada e amena, engrandecendo os diálogos e as próprias sequências das cenas, chegando ao cume no final. Um filme que agrada em geral, mas que não pode ser visto por claustrofóbicos.
O tema da vez para o diretor Clint Eastwood é o pós-morte. Em Além da Vida, três personagens, vividos por Matt Damon, a francesa Cécile De France e Frankie McLaren têm suas vidas cruzadas pelo mesmo motivo: a morte.
Com roteiro escrito por Peter Morgan (O Último Rei da Escócia), o longa se desevolve de maneira lenta, porém agradável. Considero este o filme mais, digamos, humano de Clint. Mas nem por isso é o melhor. O tempo inteiro temos a sensação de que o filme vai decolar, mas infelizmente chega o fim e isso não acontece. O mesmo permanece na mediania durante seus 129 de duração.
Por outro lado, as locações são muito positivas e ilustram muito bem a película. Os diálogos são extensos e complexos. Mais uma coisa que achei positiva no filme porque casou-se perfeitamente às sequências propostas pelo diretor.
Já os efeitos visuais são rasos, mas não chegam a prejudicar o projeto ao ponto de rebaixá-lo à ridicularidade. Apenas uma falha relevante.
Se me perguntarem se vale a pena assiti-lo, direi que com paciência e muita maturidade você será capaz de captar a mensagem. Um filme diferente (o que já é bom) e modesto (negativamente dizendo). Por isso ficou na linha média.
Com roteiro baseado nas histórias clássicas de Jonathan Swift, que escreveu o livro com mesmo título, As Viagens de Gulliver mistura castelos medievais com a vida moderna, cheia de correria e descrença.
Jack Black é Lemuel Gulliver, um homem de meia idade que trabalha há 10 anos como entregador de correspondência em um jornal de Nova Iorque. Mas ao cair na real, decide investir em um amor até então ocultado pela própria timidez e embarca em uma aventura para escrever uma história para o jornal e impressionar sua amada, Darcy Silverman, vivida por Amanda Peet.
Daí em diante é uma aventura só entre terra de minihomens e megahomens. A lógica parece não existir entre os mundos, colocados após o portal do famoso Triângulo das Bermudas. Tanto Jack Black como Amanda Peet estão bem.
Os efeitos especiais são medianos, mas não comprometem a estrutura visual do longa. O diretor Rob Letterman, especialista em filmes infantis como Monstros vs. Alienígenas e O Espanta Tubarões, consegue atender à proposta do filme, de entretenimento com fantasia. Adentramos ao filme e depois o deixamos ali, como uma coisa que existe, mas ninguém ousa em acreditar ou mesmo arriscar-se para descobrir a verdade.
Em suma, As Viagens de Gulliver é um filme mediano, gostoso de se ver, mas que não passa daí.
Assisti à versão em 3D, mas que não tinha nada de tridimensionalismo. Um ponto contra a produção. Baseado nos quadrinhos com mesmo título, Tron - O Legado tem direção de Joseph Kosinski. Este é o primeiro trabalho de Kosinski no comando de um longa metragem. Esta falta de experiência foi evidente nas telonas. Tron tem uma narrativa lenta e desordenada, com uma história monotóna e sem grandes pretensões. Um filme feito para fãs, muito bonito visualmente e só.
O roteiro foi escrito por Adam Horowitz, Richard Jefferies e Edward Kitsis, e deixa evidente a falta de entrosamento entre a trama e as sequências. Diálogos perdidos aparecem aos montes e confundem ainda mais a cabeça da plateia. São apenas duas grandes cenas de ação. Isto é pouco para quem conhece o clássico Tron, ao qual o diretor é fã e o porque ele resolveu fazer esta nova versão para os cinemas.
Um filme caro (cerca de US$ 200 milhões) e que teve mais atenção, por parte do diretor e produtores, com o visual que com o próprio enredo e qualidade como um todo. Somente as roupas usadas por cada corredor no filme custaram cerca de US$ 60 mil, totalizando US$ 13 milhões gastos apenas com figurino.
Outra curiosidade foi o tempo gasto para rodar todo o longa. Apenas 64 dias foram suficientes para realizar todas as sequências. Já a pós-produção demorou cerca de 68 semanas. Com certeza foi um tempo mal dividido. Mas é isso mesmo. Tron - O Legado está aí e infelizmente, na minha opinião, vai agradar somente aos fãs dos quadrinhos. E olhe lá se realmente todos vão gostar.
Um show de efeitos especiais. Fora de série. Uma história um tanto quanto pacata, mas que foi salva pela excelente pós-produção de efeitos visuais e sonoros. Canções muito bem amarradas às sequências, personagens bem entrosados e uma ambientação da história belíssima. Uma obra prima do cinema de aventura dos tempos atuais. O que Harry Potter tem, cada vez mais, de tenebroso, Nárnia tem de encantador.
O filme de ficção científica conta a bizarra história de um grupo de jovens se divertindo em uma festa particular quando começam a reparar coisas estranhas acontecendo na cidade. Até não seria tão ruim se fosse bem argumentado. Mas não é! A bizarrice toma forma e começa a atacar a todos os humanos e inclusive abdusi-los. O final eu não acreditei. Mas tudo bem. A sétima arte é terra de ninguém...
Sombrio pra lá de Bagdá. O mais recente longa metragem da saga do bruxinho mais famoso do mundo é extremamente obscuro e cheio de suspense. Isso foi comprovado com o passar dos anos e a ordem crescente dos capítulos. Quanto mais recente, mais temebroso e assustador. Harry Potter deve ter iniciado muitos adolescentes aos filmes de terror. Os mesmos só devem ter dado conta quando alguém lhes disse que gostavam de filme de terror porque assistia à Potter.
E como já era de esperar, Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1 é lento e de difícil digestão. Isso porque esta é apenas a primeira metade do final da série Potter. Mesmo que a britânica J.K. Rowling, autora da história, pense em escrever um novo capítulo. Boatos à parte, o filme tem, como sempre ótimos efeitos visuais e sonoros e uma produção impecável.
Dirigido pelo brasileiro e estreante Márcio Garcia, Amor Por Acaso traz a também brasileira Juliana Paes e Dean Cain como par romântico da trama. Cheio de semelhanças com o filme Um Bom Ano, que tem Russell Crowe como protagonista, Amor Por Acaso conta a história de Ana Vilanova, uma mulher que se vê à beira da falência com um irmão problemático e que recebe uma herança da avó, que morava nos Estados Unidos. Em conversa com seu advogado, Ana resolve viajar para resolver a situação.
Ao chegar à terra do Tio Sam, Ana se depara com o elegante Jake Sullivan, que se passa como dono de uma pousada que na verdade é uma casa herdada por Ana. E o filme corre neste contexto. Até que em seu ápice os dois se vêem apaixonados.
A produção foi muito feliz ao realizar gravações no Rio de Janeiro e em Los Angeles, ambientando muito bem as cenas. Mas a trilha sonora e os diálogos mereciam mais atenção. Cheios de clichês, o roteiro se desenvolve de forma forçada e sem aquele cuidado visível por parte do roteirista Leland Douglas.
Vê-se claramente que não é um filme bem arrematado. Ficando apenas na mediania. Esperemos que Márcio Garcia produza filmes melhores que este.
Rio
3.6 2,7K Assista AgoraBlu é uma arara azul que cresceu longe de seu país de origem (Brasil). Na cidade de Moose Lake, em Minnesota (EUA), ele vivia confortavelmente ao lado de Linda, sua proprietária e amiga. Sem saber o mundo que existia fora dalí, Blu e Linda descobrem que ele pode ser o último macho de sua espécie e que deveriam viajar para o Rio de Janeiro o mais rápido possível para acasalar e salvar a espécie. É aí que aparece Jade, uma arara azul fêmea que nasceu e cresceu livre e que estava enclausurada para acasalar com Blu. Mas no dia seguinte, Blu e Jade são sequestrados por um bando de traficantes de aves e a partir daí começa uma aventura para escapar dos bandidos e ainda por cima aprender a voar, coisa que Blu não sabia.
Blu é o protagonista que se encaixou perfeitamente bem à trama. Uma arara azul, que é a última de sua espécie, praticamente um nerd que só conhece o mundinho em que vive nos EUA e bastante corajoso. Pra compor a trupe, Jade aparece e desperta o "instinto selvagem" escondido de Blu e eles ainda contam com os espertos e engraçados personagens Rafael, um tucano sabichão; a dupla de pássaros Nico e Pedro, com a malandragem carioca; e por último Luiz, um bulldog com aptidões técnicas. Tudo isso para escapar do malvado Nigel, uma arara que já foi modelo (isso mesmo, modelo!) e que está velho e feio e por isso não quer ver ninguém o sucedendo. Juntamente com os bandidos, traficantes de aves, Nigel caça o último casal de araras azuis para dar um sumiço na espécie. Ressalto que todos os personagens, sem exceção foram muito bem elaborados, a trupe tem uma harmonia e um carisma sem igual.
Com um pano de fundo com o carnaval, Rio desenvolve-se de maneira harmoniosa e agradável aos olhos e ouvidos. A trilha sonora, encabeçada por Sérgio Mendes (como produtor musical executivo) e que envolveu nomes como Will.i.am, Jamie Foxx, Taio Cruz, Carlinhos Brown, entre outros grandes artistas do mundo da música, tem canções que misturam o ritmo brasileiro à música contemporânea estadunidense.
De acordo com o próprio diretor Carlos Saldanha (A Era do Gelo), este é um sonho realizado. Saldanha é natural do Rio e teve a ideia de homenagear a sua cidade natal durante a pré-produção de A Era do Gelo 3. E não é que o filme caiu em um ótimo momento?! Brasil se preparando para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e este será mais um reforço na divulgação do país no exterior. Vale lembrar que Rio não é uma produção brasileira, mas sim estadunidense. Tudo bem que é dirigido por um brasileiro que vive nos Estados Unidos há mais de 20 anos, mas ainda assim é melhor, cinematograficamente falando, um filme ser assinado como americano. Coisas de imagem no mundo. Nada mais.
Temas como violência, meio ambiente e tráfico de animais são levantados de maneira amena, mas que ainda sim marcam presença. O roteiro, assinado por Don Rhymer (Vovó... Zona 2), só teve uma falha na minha opinião, terminou de maneira seca. Sabe aqueles finais que encerram o filme e pronto e que não tiveram um percurso natural para o desfecho? Pois é, isso acontece em Rio. Mas ao final, nos créditos, as cenas voltam à tela e amenizam o "final seco".
Uma sequência que me chamou a atenção é quando os bandidos, traficantes de aves, correm pelos becos da favela do Rio atrás das duas araras, bem ao estilo Cidade de Deus. Uma homenagem, imagino.
Mas Rio não é só maravilhas. A versão 3D do longa deixa a desejar. São raros os momentos que nos passam a sensação tridimensional. Saldanha poderia ter usufruído melhor desta ferramenta, já que este é um filme de animação com muitas cenas de ação.
O elenco (vozes), por sua vez, foi formado por grandes nomes do cinema atual. A versão original (em inglês) tem Jesse Eisenberg (A Rede Social), Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada), Leslie Mann (Ligeiramente Grávidos), George Lopez (Perdido Pra Cachorro), Tracy Morgan (Tiras Em Apuros), Jamie Foxx (Miami Vice), Will.i.am (X-Men Origens: Wolverine), Jemaine Clemente (Um Jantar Para Idiotas), Wanda Sykes (A Volta do Todo Poderoso) e Rodrigo Santoro (300).
Sim, Rio é um filme brilhante, feito com maestria por alguém apaixonado pela cidade maravilhosa. A perfeição da retratação do real é surpreendente. A história é bem amarrada e com personagens brilhantes. Uma ótima pedida para a garotada e adultos também.
Assassino a Preço Fixo
3.4 470 Assista AgoraAssassino à Preço Fixo é uma refilmagem do filme de 1972 com mesmo título que tem Charles Bronson (À Queima-Roupa) como protagonista. Não assisti o original. O longa de 2011 traz, por sua vez, Jason Statham (carga Explosiva) como mocinho interpretando Arthur Bishop, um assassino de aluguel que sempre agiu sozinho, mas que ao descobrir traições entre um de seus amigos, se vê na obrigação de treinar um promissor matador.
A trama passa-se em diversos locais - mas todas em solo estadunidense -, tem muitos carros e tecnologia armamentista. Isso tudo já virou marca registrada nos filmes de Statham, que contam com uma fórmula redonda entre perseguição (essência dos filmes de ação), tiros, amores e muita pancadaria. Diria até que ele é o sucessor do Jean Claude Van Damme (Street Fighter: O Filme). Claro que cada um com suas peculiaridades.
A direção de Simon West (Lara Croft: Tomb Raider) deixou a desejar já que o longa conta com efeitos visuais trash e um roteiro imensamente previsível. Assinada por Richard Wenk (16 Quadras), a adaptação da história de Lewis John Carlino (roteirista do filme original e criador da trama) é fraca porque os acontecimentos acontecem de maneira brusca, sem argumentos sólidos e convincentes.
A trilha sonora é mediana e não interfere no resultado final do projeto, que não saiu da mesmice. Um filme que agrada aos fãs do gênero e só.
Sexo Sem Compromisso
3.3 2,2K Assista AgoraCom certeza você já viu algum filme que queria desmistificar alguma máxima da sociedade. E Sexo Sem Compromisso não é diferente. Ao contrário do que sempre indagam ("será que existe amizade entre homem e mulher sem interesse amoroso ou sexual?"), o diretor Ivan Reitman (Minha Super Ex-Namorada) resolveu inovar e lançou a seguinte pergunta: será que é possível que dois amigos façam sexo sem se apaixonarem?
Elizabeth Meriwether foi a escolhida por Reitman para montar um roteiro à altura dos protagonistas do longa. Natalie Portman (Cisne Negro) é Emma Franklin, uma médica que tem traumas de relacionamento e que após vários anos, reencontra uma antiga paquera de colégio. É aí que entra Ashton Kutcher (Idas e Vindas do Amor), interpretando Adam Kurtzman, que tem um pai famoso, mas que foge desta fama e quer se divertir.
Os dois decidem se encontrar sempre para manter relações sexuais e estabelecem regras para que o emocional não interfira em tal relacionamento. É neste jogo de sexo x amor que se desenrola a trama, regada a um humor paspalhão e locações bem agradáveis.
Falando das atuações, Portman com certeza é o destaque. Mesmo sem ter um corpão, a atriz mostra a que veio e faz bonito, em uma personagem durona consigo mesma e que tem personalidade forte, exibindo uma sexualidade diferente, baseada nas palavras e ações drásticas.
Já Kutcher se submete a mais uma papel clichê em sua carreira. O rótulo de mocinho de rosto e corpo bonitos não agrada mais e o que o mesmo pode fazer é tentar surpreender na interpretação e desenvolvimento de seu papel. E é exatamente isso que acontece. Kutcher nunca foi um bom ator e apesar disso, poucas vezes contracenou com bons atores. Mas desta vez foi diferente. Apesar do roteiro maçante, a dupla de protagonistas se completou, passando uma harmonia sem igual ao espectador.
Quanto à técnica, Sexo Sem Compromisso tem elipses e lances de câmera muito bem bolados. A naturalidade em que a história se desenvolve é nítida. Lembrando que o roteiro é arrastado e poderia ser mais enxuto. Mas a técnica, por si só, mostrou a que veio e garantiu um ótimo trabalho. Pontos para a equipe de produção, formada por Jeffrey Clifford (O Preço da Traição), Joe Medjuck (Paranóia) e pelo próprio diretor, Ivan Reitman (Amor Sem Escalas).
A belíssima trilha sonora é uma atração à parte e trouxe mais charme à produção. A seguir algumas canções que agradaram: "I Wanna Sex You Up", escrita por Bryan Abrams, Mark Calderon, Willie Clarke, Betty Wright, Elliot Straite, Kevin Thornton & Samuel Watters e interpretada por Color Me Badd; "Shake Ya Tailfeather", escrita por Jayson Bridges, Murphy Lee (como Murphy Lee Harper), Cornell Haynes & Varick D. Smith e interpretada por Nelly, Sean 'P. Diddy' Combs (como P. Diddy) & Murphy Lee; e "Bossa Nova Baby", escrita por Jerry Leiber & Mike Stoller e interpretada por Elvis Presley.
Sexo Sem Compromisso é um filme mediano, que ainda assim surpreende pela qualidade técnica, mas deixa a desejar no quesito desenvolvimento da trama por parte do roteiro. Previsível e facilmente esquecível.
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles
2.8 1,1K Assista AgoraJá diziam que a primeira impressão é a que fica, certo?! Pois bem, Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles passa toda a ideia de um filme genérico. O tempo inteiro vemos semelhanças com outros filmes do gênero. Transformers, Distrito 9, Independence Day e 2012 são apenas alguns deles.
A ideia de colocar nós, humanos, para combater com extraterrestres volta com tudo às telonas e tem virado moda nos últimos tempos. O argumento seria a busca pela água, coisa mais preciosa que temos no planeta, apesar de não ser levada tão a sério por nós mesmos na questão de conservação e conscientização do uso racional.
O roteiro, assinado por Chris Bertolini, é fraquinho e não colabora com o bom andamento das sequências, que misturam ficção, ação e um suspense relativamente raso. Na trama, um grupo de oficiais das forças armadas dos Estados Unidos tem a missão de resgatar civis no meio da zona de batalha entre humanos e ETs e voltar antes do lançamento de uma bomba nesta zona.
Todas as atuações são medianas ou fracas. Dentre as melhores interpretações - o que não quer dizer que foram muito boas - estão: Aaron Eckhart, protagonista da história na pele do Sargento Michael Nantz; e Michelle Rodriguez, que é a Sargento Técnico Elana Santos, naquele mesmo papel de mocinha corajosa e que faz filmes de ação com armas. Os demais são rostos desconhecidos ou pouco conhecidos e não interferiram diretamente no resultado final.
Por outro lado, Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles tem ótimos efeitos visuais e sonoros. A trilha sonora também não fica para trás e acompanha, com eficiência a proposta do filme, com edição/montagem com takes curtos e com lances de câmera bruscos. Outro ponto positivo é a câmera solta na maior parte do longa, dando maior realidade à ficção - jogando com as palavras.
Considero Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles facilmente esquecível e sem criatividade, já que como disse, é genérico e não vejo grandes pretensões neste projeto. E que venha o ano de 2012, considerado - mais uma vez - o fim do mundo.
Esposa de Mentirinha
3.4 2,4K Assista AgoraSim, Esposa de Mentirinha traz de volta às telonas Adam Sandler e Jennifer Aniston em papéis já sacados e estereotipados pelos mesmos no cinema. Ele é um conquistador engraçado que anda com as mesmas roupas de mau gosto - no mesmo estilo largadão de vários filmes que fez. E olha que nem sou expert em moda para perceber isso. Ela é a mesma queridinha da América e conta com aquele ar de sex appeal que todos já conhecem muito bem.
Com muitos erros de continuidades e falhas no roteiro, o filme começa bem, mas logo se perde na própria proposta. Poucos sabem, mas este é um remake do filme Flor de Cacto, de 1969.
Em Esposa de Mentirinha, Aniston vive Katherine Murphy, uma secretária que se passe por uma esposa falsa e que - não sei como explicar - tem mudanças radicais de comportamento durante o filme sem nenhum argumento ou explicação lógica. Semelhanças com o clássico Uma Linda Mulher podem ser ligeiramente vistas.
Já Sandler, na pele do Dr. Danny Maccabee, cirurgião plástico, tem um personagem carismático (como sempre), mas que ainda assim não desceu devido à falta de harmonia entre o protagonista da trama e os outros personagens, que não se encontraram na história, passando aos espectadores como algo ríspido e sem naturalidade. Troféu de pior atuação para Brooklyn Decker (Palmer), que foi apenas um rostinho - e corpinho - bonito na tela.
Nicole Kidman (Devlin Adams) também dar o ar de sua graça em participação no filme. Ela é a melhor amiga/inimiga de faculdade de Katherine e passa de vilã a quase mocinha no desenrolar da história.
Mas o destaque mesmo ficou com as crianças Bailee Madison (Maggie) e Griffin Gluck (Michael), que se sobressaíram com atuações dignas de bons aprendizes da sétima arte. Mas nem eles salvaram o projeto de um fiasco. Nada mais que raso e superficial. Esses são os adjetivos que uso para resumir Esposa de Mentirinha.
Passe Livre
2.8 657 Assista AgoraRoteiro brilhante. Piadinhas bem boladas e diálogos estruturados fazem desta a melhor comédia pastelão de 2011 até o momento. Owen Wilson (Rick) está muito bem sim, realmente, mas quem rouba a cena é Jason Sudeikis (Fred), seu amigo e companheiro da nova empreitada: o passe livre dado por suas esposas. Durante uma semana eles poderão se aventurar sexualmente com quem quiser como não estivessem casados. Mas como é de se esperar, não é bem isso o que acontece. O roteiro, assinado por Peter Farrelly, Kevin Barnett e Bob Farrelly, foi baseado na história de Pete Jones.
Depois de muitas atrapalhadas, o filme vale bastante a pena pelo seu cunho humorístico e apelo sensual dentro da proposta. A trilha sonora é outra atração a parte e garante ainda mais diversão aos espectadores, que saem do cinema com a certeza de ter assistido um ótimo filme de entretenimento.
Bruna Surfistinha
2.9 3,0K Assista AgoraEstreia do diretor Marcus Baldini à frente de um longa-metragem, Bruna Surfistinha é totalmente inocente. Jogando com as palavras, a direção deixa a desejar e ficam evidentes falhas desde o roteiro, que passa despercebido em assuntos como DST e discriminação, passando pela produção cheia de erros de continuidade e diálogos muitas vezes com Fazendo do filme uma narrativa cansativa e delongada.
Deborah Secco está bem, mas limitada como sempre. É mais um rostinho (e corpinho) bonito que seduz o espectador pelas cenas de sexo e nudez, aí sim, proposta do filme. Mas a personagem não era só isso. Foi contra toda uma sociedade e várias sequências, como as drogas poderiam, na minha opinião, ter sido mais bem exploradas pela atriz. O destaque no elenco ficou por conta da veterana Drica Moraes, que interpreta Larissa, uma cafetina.
Mais uma curiosidade que comprova a inocência de todo o projeto é que Deborah Secco não chegou a ter nenhum contato com Raquel Pacheco, a verdadeira Bruna Surfistinha. Em suma, assistível, mas sem grandes pretensões.
Jogo de Poder
3.4 221 Assista AgoraMaçante, este é o principal adjetivo de Jogo de Poder, novo filme do diretor Doug Liman, mesmo de Sr. & Sra. Smith, de 2005. E as coincidências entre o longa que traz o casal Brad Pitt e Angelina Jolie e Jogo de Poder não são poucas. Em ambos os filmes a coluna vertebral do roteiro é constituída por problemas de relação entre casais que têm dificuldade em separar o trabalho da vida conjugal.
Mas Jogo de Poder não limita-se à relação do casal formado por Naomi Watts, que vive a agente da CIA, Valerie Plame; e Sean Penn, interpretando Joe Wilson, um ex-embaixador estadunidense no Oriente Médio. A discussão de relacionamento é apenas um véu para o real debate levantado pelo roteiro assinado por Jez Butterworth e John-Henry Butterworth, com base nos livros The Politics of Truth e Fair Game, de Joseph Wilson e Valerie Plame, respectivamente.
Próximo a um documentário, o longa conta a história de conspiração de vários integrantes da Casa Branca no mandato do presidente George W. Bush durante a invasão ao Iraque e a complicação de uma família que decide encarar o alto escalão norte-americano para levar a verdade à público. Assim como em A Identidade Bourne - outro filme dirigido por Doug Liman -, uma enxurrada de informações são lançadas ao espectador e o mesmo que se vire para absorvê-las e assim tirar suas próprias conclusões.
Um filme que apesar de maçante, tem um desfecho satisfatório e cumpre sua proposta de crítica social e governamental, deixando claro a posição política dos idealizadores do filme contra o governo Bush.
Rango
3.6 1,6K Assista AgoraO longa de animação conta a saga do camaleão Rango, que sempre viveu como um bicho de estimação, mas depois de um acidente, acaba parando no meio do deserto de Mojave, na Califórnia. À procura de água, Rango acaba encontrando uma cidade bem ao estilo faroeste chamada Poeira.
Além do nome bem sugestivo, Poeira esconde muitos perigos e surpresas. A trama é quase toda passada lá, onde Rango conhece muitos outros animais de várias espécies e é onde ele se passa por um durão, aproveitando seu dom de atuação.
Dirigido por Gore Verbinski, vemos diversas semelhanças com seus filmes anteriores (Piratas do Caribe e A Mexicana). Em um ambiente totalmente latino, a animação traz às telonas belíssimas sequências de ação e humor. O contraste das cores e a trilha sonora versátil adicionam mais qualidade à produção, que, diga-se de passagem, é uma atração à parte. Os efeitos visuais e a dublagem são acima da média.
Desde já, Rango é cotado como uma das melhores animações de 2011. Acho difícil aparecer tantas outras este ano para fazer-me esquecer deste brilhante filme, que traz um roteiro atual e crítico sobre a questão do problema da água (ou a falta dela) no planeta.
Destaque para o quarteto de corujas narradoras e cantantes. Uma graça só, que sem as mesmas não seria tão bom.
O Vencedor
4.0 1,3K Assista AgoraBaseado em fatos reais, O Vencedor traz uma história morna e cheia de diálogos complexos. A grande sacada do filme são as grandes interpretações de Christian Bale, na pele do viciado em crack Dickie Eklund e de Melissa Leo, que vive Alice, mãe do protagonista.
Mark Wahlberg é 'Irish' Mickey Ward, o personagem principal do filme, mas somente na teoria, já que foi totalmente ofuscado pelos dois anteriormente citados.
Com uma bela equipe de produção, O Vencedor tem um figurino simples, mas que faz total diferença. Assim como as locações e a trilha sonora, que mesmo sem muita ambição, cumpre o seu papel com satisfação.
Um filme comum e que traz como diferencial as grandes atuações e serve como registro de uma história muito bela. Mas facilmente esquecível, a não ser pela magreza de Bale, assim como no filme O Operário, de 2004.
Justin Bieber: Never Say Never
2.4 1,7K Assista AgoraAproveitando o sucesso mundial de Justin Bieber, os estúdios Disney não perderam tempo e logo encomendaram um filme sobre o astro teen do momento. A ideia é mostrar a saga do jovem que veio de uma pequena cidade no Canadá até conquistar o Madison Square Garden, em Nova York, considerado o ápice para a carreira de qualquer banda ou cantor.
Como diz no título (Never Say Never), a proposta é mostrar aos fãs e aos admiradores de Justin que nunca devem desistir de seus sonhos. Uma carreira que apesar de precoce, árdua e com seus contras. Mas é evidente a tentativa de convencer o público que o astro é além de grande cantor, grande pessoas, cercado de pessoas maravilhosas e que se completam. Coisa típica da Disney. Um verdadeiro conto de fadas com final feliz.
A cópia em 3D é de um nível visual altíssimo. Completado com uma edição acima da média, Justin Bieber - Never Say Never é belíssimo aos olhos e aos ouvidos. Gravado com equipamento de última geração, a plasticidade é praticamente perfeita. E para melhorar ainda mais, bem ao estilo documentário, as cópias dubladas trazem o som original ao fundo, outro ponto positivo para a produção.
Por outro lado, o roteiro, que é mediano, tem uma grande falha. Já que o planejado era falar sobre a vida pessoal de Bieber simultaneamente à sua carreira, nada mais lógico que citar (ao menos) a questão de sua educação, já que a maratona de shows em diversos pontos do planeta ocupa praticamente todo o seu tempo. Mas para meu espanto, nada disso é citado. Se não me engano, apenas em um take é mostra-se Bieber com livros - parecendo estudar - motor home.
Justin Bieber - Say Never Say é um grande filme, já que cumpre a proposta de narrar a história de sucesso de uma grande estrela da música e que ainda promete muito mais. Plástico e limitado seriam adjetivos que definiriam o longa por si só.
127 Horas
3.8 3,1K Assista Agora127 Horas é a cara de seu diretor, Danny Boyle. É fácil identificar semelhanças com o seu maior sucesso: Quem Quer Ser Um Milionário. Desde os lances de câmera, aos efeitos visuais, pensamentos de seu protagonista e edição. Tudo com a marca registrada de Boyle. De muito bom gosto, por sinal.
O longa com otimamente bem a história de um aventureiro que ficou preso por 127 horas a uma rocha no meio do deserto. A angústia e agonia de Aron Ralston, interpretado brilhantemente por James Franco é passada de uma forma muito singular. Chamo a atenção para as elipses e para a forma encontrada por Boyle e a equipe de produção para transmitir ao espectador a dor no cume do filme com sons que incomodam o ouvido humano.
Outro ponto bastante interessante é que Aron chega rapidamente ao fato que origina a história, ou seja, ficar preso à rocha. Mas os quase 120 minutos depois disso não se limitam àquele ambiente. Premonições e muitas lembranças ajudam não somente o personagem a se manter vivo, mas os espectadores a continuarem a assistir o filme sem cair na monotonia.
Sim, um filme muito bem feito, que serve como registro de uma história verídica inacreditável. Mas longe de ser um filme brilhante como esperava.
O Besouro Verde
2.7 1,1K Assista AgoraPrimeiramente gostaria de deixar claro que não conheço a história de quadrinhos na qual o filme foi baseado. Falando do filme... logo de cara, não me convenceu a escolha de Seth Rogen para viver o herói protagonista.
A tentativa de fazer um cara engraçado salvar o mundo não deu certo. Tudo bem que Homem de Ferro é muito engraçado, mas porque não é o tipo de humor pastelão de O Besouro Verde e sim um humor negro, bem acima deste.
Fora a mediana atuação de Rogen, a coisa ainda piora com o fraco desempenho de seu fiel escudeiro Jay Chou, interpetado por Jay Chou. E tem mais! Christoph Waltz, que está magnífico em Bastardos Inglórios queima seu filme na pele de um vilão medíocre e facilmente esquecível. E não é só o vilão que é facilmente esquecível, O Besouro Verde é forte candidato a vários Framboesa de Ouro.
A salvação foram os efeitos visuais, que foram muito bem estruturados e realizados. E só.
O Discurso do Rei
4.0 2,6K Assista AgoraDiálogos esplendorosos. Bem ao estilo inglês de narração, O Discurso do Rei desenvolve-se com base na relação entre George (Colin Firth) e seu - digamos - fonoaudiólogo Lionel Logue (Geoffrey Rush). Baseado em fatos reais em que um famosos monarca inglês tinha gagueira e seu poder de liderança de toda uma nação era coloco em xeque por este problema.
Com figurino e locações acima da média, o longa se desenrola de maneira peculiar, agradando ao público. A maneira como o tratamento é conduzido também é bem próximo da realidade, já que gagueira não é fácil de corrigir. O jeito é encontrar caminhos para amenizá-la.
Enfim, um filme muito bem produzido, atuado e dirigido. Cinema cultura, que traz conhecimento às telonas.
Bravura Indômita
3.9 1,4K Assista AgoraCandidato a vários prêmios festivais mundo afora e vencedor de muitos deles, Bravura Indômita traz de volta às telonas o cinema western. Os irmãos Ethan e Joel Coen, diretores do longa, fizeram um grande trabalho ao repaginarem o clássico com mesmo título de 1969.
O primeiro dos acertos e talvez mais evidente foi a escolha do elenco. Jeff Bridges está na pele de Reuben J. Cogburn, um policial beberrão e reconhecido por sua bravura frente aos bandidos, originando o título do projeto. Bridges está magnificamente bem em sua atuação. Mas quem rouba a cena é a estreante Hailee Steinfeld, que vive a jovem Mattie Ross. Mattie quer vingar a morte de seu pai a todo custo e contrata Bridges para fazê-lo por uma recompensa generosa. Matt Damon que me desculpe, mas sua interpretação foi totalmente ofuscada pelos dois acima citados.
Os diálogos são outro ponto forte desta singular obra. Dá gosto de ouvir as discussões da pequena Mattie com pessoas bem mais velhas e que ainda assim se sobressai com total soberba e poder de arguição.
Figurino, locações, trilha sonora, tudo no lugar. A edição também beneficiou bastante as sequências, gerando um resultado final positivo.
Mas nem tudo são flores. O roteiro adaptado, assinado pelos irmão diretores com base no romance de
Charles Portis deixa uma imprensão de que o personagem bravo indômito vai decolar, mas chega ao fim da película e isso não acontece. Tudo bem que o desfecho é satisfatório, mas nada de surpreendente. Ainda assim, um filme que merece ser visto e admirado tamanha beleza de sua estrutura técnica e harmonia de elenco.
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista AgoraUm filme sem pudores e corajoso, assim defino (já de cara) Cisne Negro. Com inúmeras indicações e premiações por festivais mundo afora, o longa confirma seu poderio frente à plateia e sua força técnica cinematográfica.
Sons, luzes, lances de câmera, atuações, trilha sonora, roteiro, tudo em uma harmonia fora do comum e com uma harmonia de dar inveja a muitas produções hollywoodianas.
O diretor novaiorquino Darren Aronofsky criou uma atmosfera rude, mas nem por isso afasta a plateia do filme. Pelo contrário. Assim como em Réquiem para um Sonho, Fonte da Vida e o Lutador (trabalhos anteriores), Aronofsky eleva seu protagonista a um status fora da lógica. Mostra assim o bem e o mal e joga na cara do público as ações com suas respectivas consequências, gerando uma moral indireta com a trama proposta.
O conflito interno da personagem Nina, interpretada magistralmente por Natalie Portman, é colocado num certo timing que comprova o domínio que o diretor tem com seus personagens e, assim, com todo o elenco. Um enredo conturbado e eficaz, que exibe em várias cenas a esquizofrenia da protagonista em busca da perfeição de um sonho: ser uma bailarina reconhecida e conhecida.
O roteiro de Mark Heyman e John McLaughlin, baseado na história de Andres Heinz, é inexplicavelmente impecável. O crescimento da história é mostrado em sincronia com a trilha sonora, que por sinal é fabulosa, com o ritmo acelerado da edição e com o jogo de luzes com maior contraste. Tudo em torno do cisne branco e o cisne negro, o bem e o mal, o certo e o errado. As alternâncias tornam-se regra.
Falando de Natalie Portman, a atriz está estupenda. No início me assustei tamanha magreza em que a vi, mas minutos depois percebi o grande trabalho realizado pela mesma. Uma atuação de prima.
Outros pontos que também chamaram bastante a minha atenção foram o figurino e a produção como um todo. Locações simples, mas que atenderam satisfatoriamente e acabaram somando no resultado final.
Uma trama que o cume levou a personagem à idolatração e o mesmo aconteceu com este belíssimo e - repito - corajosa obra prima da sétima arte.
Santuário
3.0 794O marketing para lançamento do filme foi pesado. O foco foi promover Santuário em cima do nome de James Cameron como produtor e da técnica idêntica (pelo menos na teoria) de captura de imagens 3D como em Avatar.
Pena não vermos esta mesma qualidade tridimensional em Santuário como vimos em Avatar. São raríssimas as cenas com um 3D digno de Cameron. Apenas algumas bolhas, chuvas e outros poucos detalhes detinham a técnica.
É visível a admiração do diretor Alister Grierson por Cameron e por Avatar. O tempo inteiro o azul é evidenciado nas cenas, por isso a escolha do enredo com base na água. Um filme visualmente perfeito, com cores vibrantes e contrastes deslumbrantes. As locações são tão reais que parecia que estávamos ali, ao lado dos personagens, vivenciando o momento.
O roteiro foi escrito por Andrew Wight, que vivenciou a história contada no filme junto a outras 14 pessoas e ficou preso por dois dias até encontrar uma saída. A inserção do espectador na trama é feita de forma magistral por Wight. O clima tenso e mórbido é sentido na sala de cinema. O silêncio só é quebrado nas cenas de carnificina, um dos pontos negativos (mas válidos) do projeto.
O elenco principal, encabeçado por Richard Roxburgh (A Liga Extraordinária), Ioan Gruffudd (Quarteto Fantástico) e Rhys Wakefield mostrou um ótimo entrosamento, o que somou pontos ao resultado final.
Os efeitos especiais (visuais e sonoplastia) não são grandes coisas, mas também não levaram Santuário à mediocridade.
O crescimento dos personagens foi feito de forma ordenada e amena, engrandecendo os diálogos e as próprias sequências das cenas, chegando ao cume no final. Um filme que agrada em geral, mas que não pode ser visto por claustrofóbicos.
Além da Vida
3.2 1,0K Assista AgoraO tema da vez para o diretor Clint Eastwood é o pós-morte. Em Além da Vida, três personagens, vividos por Matt Damon, a francesa Cécile De France e Frankie McLaren têm suas vidas cruzadas pelo mesmo motivo: a morte.
Com roteiro escrito por Peter Morgan (O Último Rei da Escócia), o longa se desevolve de maneira lenta, porém agradável. Considero este o filme mais, digamos, humano de Clint. Mas nem por isso é o melhor. O tempo inteiro temos a sensação de que o filme vai decolar, mas infelizmente chega o fim e isso não acontece. O mesmo permanece na mediania durante seus 129 de duração.
Por outro lado, as locações são muito positivas e ilustram muito bem a película. Os diálogos são extensos e complexos. Mais uma coisa que achei positiva no filme porque casou-se perfeitamente às sequências propostas pelo diretor.
Já os efeitos visuais são rasos, mas não chegam a prejudicar o projeto ao ponto de rebaixá-lo à ridicularidade. Apenas uma falha relevante.
Se me perguntarem se vale a pena assiti-lo, direi que com paciência e muita maturidade você será capaz de captar a mensagem. Um filme diferente (o que já é bom) e modesto (negativamente dizendo). Por isso ficou na linha média.
As Viagens de Gulliver
2.6 920Com roteiro baseado nas histórias clássicas de Jonathan Swift, que escreveu o livro com mesmo título, As Viagens de Gulliver mistura castelos medievais com a vida moderna, cheia de correria e descrença.
Jack Black é Lemuel Gulliver, um homem de meia idade que trabalha há 10 anos como entregador de correspondência em um jornal de Nova Iorque. Mas ao cair na real, decide investir em um amor até então ocultado pela própria timidez e embarca em uma aventura para escrever uma história para o jornal e impressionar sua amada, Darcy Silverman, vivida por Amanda Peet.
Daí em diante é uma aventura só entre terra de minihomens e megahomens. A lógica parece não existir entre os mundos, colocados após o portal do famoso Triângulo das Bermudas. Tanto Jack Black como Amanda Peet estão bem.
Os efeitos especiais são medianos, mas não comprometem a estrutura visual do longa. O diretor Rob Letterman, especialista em filmes infantis como Monstros vs. Alienígenas e O Espanta Tubarões, consegue atender à proposta do filme, de entretenimento com fantasia. Adentramos ao filme e depois o deixamos ali, como uma coisa que existe, mas ninguém ousa em acreditar ou mesmo arriscar-se para descobrir a verdade.
Em suma, As Viagens de Gulliver é um filme mediano, gostoso de se ver, mas que não passa daí.
Tron: O Legado
3.2 1,8K Assista AgoraAssisti à versão em 3D, mas que não tinha nada de tridimensionalismo. Um ponto contra a produção. Baseado nos quadrinhos com mesmo título, Tron - O Legado tem direção de Joseph Kosinski. Este é o primeiro trabalho de Kosinski no comando de um longa metragem. Esta falta de experiência foi evidente nas telonas. Tron tem uma narrativa lenta e desordenada, com uma história monotóna e sem grandes pretensões. Um filme feito para fãs, muito bonito visualmente e só.
O roteiro foi escrito por Adam Horowitz, Richard Jefferies e Edward Kitsis, e deixa evidente a falta de entrosamento entre a trama e as sequências. Diálogos perdidos aparecem aos montes e confundem ainda mais a cabeça da plateia. São apenas duas grandes cenas de ação. Isto é pouco para quem conhece o clássico Tron, ao qual o diretor é fã e o porque ele resolveu fazer esta nova versão para os cinemas.
Um filme caro (cerca de US$ 200 milhões) e que teve mais atenção, por parte do diretor e produtores, com o visual que com o próprio enredo e qualidade como um todo. Somente as roupas usadas por cada corredor no filme custaram cerca de US$ 60 mil, totalizando US$ 13 milhões gastos apenas com figurino.
Outra curiosidade foi o tempo gasto para rodar todo o longa. Apenas 64 dias foram suficientes para realizar todas as sequências. Já a pós-produção demorou cerca de 68 semanas. Com certeza foi um tempo mal dividido. Mas é isso mesmo. Tron - O Legado está aí e infelizmente, na minha opinião, vai agradar somente aos fãs dos quadrinhos. E olhe lá se realmente todos vão gostar.
As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada
3.5 1,4K Assista AgoraUm show de efeitos especiais. Fora de série. Uma história um tanto quanto pacata, mas que foi salva pela excelente pós-produção de efeitos visuais e sonoros. Canções muito bem amarradas às sequências, personagens bem entrosados e uma ambientação da história belíssima. Uma obra prima do cinema de aventura dos tempos atuais. O que Harry Potter tem, cada vez mais, de tenebroso, Nárnia tem de encantador.
Skyline: A Invasão
1.9 1,2K Assista AgoraO filme de ficção científica conta a bizarra história de um grupo de jovens se divertindo em uma festa particular quando começam a reparar coisas estranhas acontecendo na cidade. Até não seria tão ruim se fosse bem argumentado. Mas não é! A bizarrice toma forma e começa a atacar a todos os humanos e inclusive abdusi-los. O final eu não acreditei. Mas tudo bem. A sétima arte é terra de ninguém...
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
4.2 3,1K Assista AgoraSombrio pra lá de Bagdá. O mais recente longa metragem da saga do bruxinho mais famoso do mundo é extremamente obscuro e cheio de suspense. Isso foi comprovado com o passar dos anos e a ordem crescente dos capítulos. Quanto mais recente, mais temebroso e assustador. Harry Potter deve ter iniciado muitos adolescentes aos filmes de terror. Os mesmos só devem ter dado conta quando alguém lhes disse que gostavam de filme de terror porque assistia à Potter.
E como já era de esperar, Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1 é lento e de difícil digestão. Isso porque esta é apenas a primeira metade do final da série Potter. Mesmo que a britânica J.K. Rowling, autora da história, pense em escrever um novo capítulo. Boatos à parte, o filme tem, como sempre ótimos efeitos visuais e sonoros e uma produção impecável.
Amor por Acaso
2.1 511 Assista AgoraDirigido pelo brasileiro e estreante Márcio Garcia, Amor Por Acaso traz a também brasileira Juliana Paes e Dean Cain como par romântico da trama. Cheio de semelhanças com o filme Um Bom Ano, que tem Russell Crowe como protagonista, Amor Por Acaso conta a história de Ana Vilanova, uma mulher que se vê à beira da falência com um irmão problemático e que recebe uma herança da avó, que morava nos Estados Unidos. Em conversa com seu advogado, Ana resolve viajar para resolver a situação.
Ao chegar à terra do Tio Sam, Ana se depara com o elegante Jake Sullivan, que se passa como dono de uma pousada que na verdade é uma casa herdada por Ana. E o filme corre neste contexto. Até que em seu ápice os dois se vêem apaixonados.
A produção foi muito feliz ao realizar gravações no Rio de Janeiro e em Los Angeles, ambientando muito bem as cenas. Mas a trilha sonora e os diálogos mereciam mais atenção. Cheios de clichês, o roteiro se desenvolve de forma forçada e sem aquele cuidado visível por parte do roteirista Leland Douglas.
Vê-se claramente que não é um filme bem arrematado. Ficando apenas na mediania. Esperemos que Márcio Garcia produza filmes melhores que este.