"Se George Orwell e Aldous Huxley colocavam seus protagonistas em sistemas totalitários já formados e estáveis, em obras do Absurdo como em Beckett e Ionesco encontramos a gênese existencial de todo totalitarismo. Parece que Beckett e Ionesco estão sempre questionando: como foi possível acontecer? O que há de tão mal no espírito humano a ponto de ter banalizado a destruição, ódio e intolerância.
Rinocerontes consegue manter o principal tema de Ionesco: o contágio – quando o envenenamento psíquico se normaliza aos olhos de todos. Torna-se sedutor, belo e até motivacional. Tornando as pessoas mais assertivas e supostamente autoconfiantes, pela falta de autocrítica. Muito próximo daquilo que o pensador Theodor Adorno chamava de “concepção fascista de vida”.
Ionesco concentra-se na gênese psíquica do fascismo: o instinto gregário, expressado no ser humano pelo medo da solidão, muito pior do que a morte, segundo Freud. Claro que essas manadas descontroladas de rinocerontes que destrói tudo que se ponha na frente precisa ser direcionada. Essa energia instintiva necessita ser canalizada por algum tipo de agenciamento para se tornar socialmente produtiva. E a expressão política dessa energia psíquica será o totalitarismo e o Estado policial."
" - As coisas vão bem, agora, os preços subindo, do inverno de 2012. Quero dizer, queria ter o dinheiro em 2008 para comprar tudo e poder vender agora. Parece que no ramo imobiliário tudo termina sempre bem.
- Não quero discordar de você, mas tenho que dizer que discordo. É estranho você estimular as pessoas a investirem todas suas economias e ficarem endividados para comprar uma casa que não podem pagar."
Esse diálogo entre Fern e um morador do subúrbio é o suspiro de uma crítica que não foi. Dado o contexto inicial de Fern - sua cidade acabou - e o que se passa na sequencia inicial - Fern morando numa Van estreita, sendo explorada num armazen da Amazon (entre outros bullshit jobs), sem qualquer tipo de garantia trabalhista, entregando currículos a torto e a direito e ouvindo que sua idade é um impeditivo, etc - o filme transmite uma atmosfera social deprimente e desesperante: a sociedade inserida na lógica neoliberal não tem espaço para todos, ou melhor, pra quem não é produtivo.
Porém, após esse início, o filme começa a focar nas questões internas de Fern e também começa a suavizar o contexto da história - é como se Fern, e outros personagens (alguns reais), como Swankie (que se torna uma nômade pois não quer morrer em um hospital, e parte em busca de boas memórias que teve no Alaska) morar em uma van e se tornar uma "nomade" fosse uma escolha individual, afinal sua irmã de classe média tem toda condição de abriga-la (mais ao final outro personagem lhe pede para que morem juntos numa fazenda), incluso é evocado um arquétipo americano do desbravador que parte rumo ao oeste, ao deserto, para se encontrar e encontrar a vida americana...
Com certeza é um filme que vale a pena assistir - as cenas no deserto e em outras partes da geografia americana são lindas e ajudam a compor a atmosfera deprimente do filme - mas não entrega nem um drama individual muito bom (parece que, ao invés de Fern, o deserto sim é o verdadeiro personagem principal) e nem prossegue a acender o rastilho de pólvora das criticas que suscitou no inicio do filme, mas acho que não dá pra esperar esse tipo de crítica mais incisiva do filme sendo ele financiado por quem foi: Searchlight Pictures, a qual faz parte da Walt Disney Studios.
Até hoje não acredito que os roteiristas são pagos para escreverem essas temporadas mequetrefes, mas bem, se houveram no mínimo 10 temp. super questionáveis, então, de certa forma, o público aprovou - e a mim que não gastei 1 real pra assistir essa série só resta imaginar como poderia ter sido melhor.
Mas... trazer uma personagem de sei lá qual temporada de volta, no último episódio (com direito a flashback), só para ela morrer decapitada 5 segundos depois foi um dos auges kkkkkktriste (quem quiser compartilhar o seu momento "não acredito que os roteiristas fizeram isso" nos comentários, é bem-vindo).
Fica a nostalgia desses personagens - Dean, Sam, Castiel, Bob, Rufus, o papai winchester, Lucifer, Crowley... e outros.
Ficou arrastado? Demais... mas vai deixar saudade. CARRY ON o/
“Todos nós crescemos com a TV. Crescemos vendo assassinatos. Com exceção de 'I Love Lucy', todas as séries eram sobre assassinatos! Então... que tal matarmos pessoas que nos ensinaram a matar? Estamos no coração de Hollywood! Toda a geração aqui cresceu vendo assassinatos”.
Estava empolgado, ams a história apenas fez um pararelo com a do primeiro filme e do segundo: Dani Ramos não tem personalidade, é apenas um Mash-Up de Sarah e John Connor, sem profudindade como o resto dos personagens... Me lembrou o 7 filme de star wars voltando novamente com a Estrela da Morte (neste caso planeta): medo indesculpável de se arriscar algo original, que resulta num filme de passatempo, não faz nem em pensar nos paralelos que as máquinas (tecnologia) teriam de fazer com nosso cotidiano.
Uma jornalista pergunta "Devemos pensar que o que o Sr. Roberts deseja é que o povo seja dócil e que respeite as ações de seu presidente, por mais imorais ou ilegais que sejam?"
O candidato Bob Roberts responde "Você é comunista?"
Depois da entrevista, no camarim, a jornalista solta "Bob Roberts é Nixon, no entanto mais astuto. Esse Bob Roberts é mais complexo. Adotou a imagem e a forma de pensar de um REBELDE e a adaptou à sua pessoa. O REBELDE CONSERVADOR."
Mais adiante no mockumentary o adversário Democrata de Bob Roberts a corrida eleitoral questiona "O que eu sei é que ele é um gênio na hora de puxar os fios do racismo e do sexismo, disso e daquilo. A POLÍTICA DAS EMOÇÕES. Nisso é muito bom. O que se esconde por detrás? Não VEJO NADA" [Enquanto o candidato dos Democratas fala em projetos para a crise, Bob Roberts só apela para as emoções dos eleitores, e não fala em projetos.]
Grande coincidência em relação ao nosso Bob Roberts tupiniquim, não?
Mas há mais uma grande: em certa parte do filme, quando os dois adversários estao empatados nas pesquisas e Roberts sofre acusações judiciais, Bob Roberts sofre um ATENTADO. E de repente a imprensa o transforma em herói: ele fica supostamente paraplégico e com isso ganha a disputa eleitoral; seus eleitores começam uma onda de violência nas ruas; no final, Roberts canta e executa uma música no violão: é possível ver suas pernas mexendo ao ritmo da música.
Do blog Cinegnose: "O documentário toca em um ponto nevrálgico da discussão: se a pílula foi uma revelação para as mulheres ocidentais, não foi uma mudança tão radical como a que já existia do outro lado do muro. Principalmente porque no Ocidente a revolução sexual foi rapidamente incorporada pela música, moda e a indústria da Publicidade. Centímetro por centímetro as imagens publicitárias começaram a se aproximar das zonas erógenas. A liberdade sexual oferecida pela pílula foi rapidamente absorvida pelo marketing e revistas pornográficas.
Numa sociedade competitiva como a capitalista, a sexualidade passou a ser encarada por critérios de rentabilidade e performance: para ser sexy você tem que estar em forma, ser atraente, ter orgasmos mais rapidamente e em maior número. Cada vez mais uma ansiedade começa a dominar a todos – de que alguém poderia ter uma vida sexual melhor do que a sua."
A magia sempre esteve presente em toda a cultura contemporânea, ainda que de forma sutil: todos os rituais pagãos que foram incorporados e ressignificados nas religiões monoteístas dogmáticas (exemplo a páscoa; Baphomet, símbolo arquétipo da humanidade, que se tornou personificação do diabo, etc.); Jorge Ben trazendo o hermético, a alquimia, para a cultura pop - e por aí vai: estamos cercado pela magia, pelo ocultismo, por todos os lados, do xamanismo histórico à Strange Angel. Como um jovem, o primeiro culto, caminho, ordem, ocultista que me despertou a atenção foi justamente Thelema - "faze o que tu queres, há de ser tudo da lei", que era isso que Raul Seixas cantava, que lei era essa? Quem era essa besta, Crowley? Foi o primeiro contato, 12 anos atrás, de lá pra cá essa seita, e o ocultismo variado, veio ressurgindo repetidamente em minha vida. Eis que lançam Strange Angel, e pude perceber como uma Ordem mágica, numa era onde o materialismo técnico-científico impera, influenciou não só a cultura, mas a própria ciência com Jack Parsons - e representado de forma maravilhosa dentro da série, com, além da magia prática, simbolismos espirituais, sem descambar em defesas cegas do oculto ou da ciência, pois vejam, num mundo exoterico regido pela racionalidade, acontecem barbáries como representado na série pelo ocorrido com Susan Parsons e com o Nazismo (numa sociedade cercada por intelectuais e avanços científicos), mas por outro lado no mundo esotérico, também há negações e egoísmo de Jack, mesmo alcançando um auto-conhecimento maior (e por se tratar de uma ordem também regida por dogmas e hierarquia). Enfim, a série é original, os efeitos especiais são na medida, e as atuações idem - e como parte dessa loucura que é a vida, só posso concluir que a magia faz parte do que é "ser' humano tanto quanto a ciência.
Mas que tipo de genialidade é essa!? Apesar de só ter ocorrido desgraça, me peguei feliz no final do filme, até mexendo os pés no ritmo dos soldados do exército suicida na canção final - humor, política, cultura, religião, academicismo: a velha e boa comédia de costumes! Desperta até certa esperança em toda a desesperança da vida dos homens: da comédia que é a própria Vida, da qual se não rirmos, acabamos por nos conformar na sarjeta mas sem "olhar para as estrelas", como certa vez propôs Wilde.
Uma aula de como se fazer um filme-biografia interessante! Com as ideias da pessoa se perpassando não apenas na narrativa, de forma cronológica, mas no próprio tecido do filme, a metalinguagem neste caso, nas cenas propositalmente "surreais". Aparte essa beleza toda, os experimentos de Milgram se fazem ainda mais atuais, nessa realidade (ainda mais) líquida que do século passado: a teoria de Milgram sobre o "estado de agente", onde a própria estrutura social, e não o individual, suporta o facismo, como visto no século passado - ao impossibilitar a noção do propósito do Todo aos indivíduos, tornando os mero instrumento de realização dos desejos do outro, com sempre a sensação de "apenas cumprir seu trabalho" ou que "já estava dessa forma", sempre repassando a responsabilidade para uma autoridade, ainda que ela própria seja ilusória, como o Doutor de Jaleco Cinza no experimento - "O mal está no banal".
Filme preciso em sua proposta: demonstrar um dos modus operandi do capitalismo atual, controlando os dois lados de um debate para não deixar nada ao acaso, afinal multinacionais não se fazem com "esforço e honestidade" (como diz a propaganda meritocrática). Apesar de não ser uma grande experiência cinematográfica, certamente o é para a área de comunicação, o que vale a empreitada.
Depois de quatro episódios com um Merlí fastidioso, a temporada consegue engrenar, de forma natural, com algumas pontas soltas ou mal desenvolvidas, mas a forma singela de algumas cenas, raras em séries de tv, tornam a temporada muito boa: Joan e o pai, o episódio do Hegel e do Dalínismo. Um professor que ousou desempoeirar a filosofia no ensino público, imbuído de coragem em ensinar coisas de Hegel, Marx, Baumann, Freud, Taoismo e etc, de forma crítica e prática, coisa que deveria ser corriqueira à nós ocidentais mas que se mostra um verdadeiro muro de Troia. E do lado técnico, quem diria que se poderia fazer uma série de vários filósofos e que o público iria se interessar: as balas de Hollywood aqui são disparadas com livros e dúvidas. A filosofia ainda vive, o ensino público ainda vive, o pensamento crítico ainda vive: numa era de consumismo em massa e desmantelamento do espaço público é um discurso perigoso de se levantar. O arquétipo de Merlí deixara saudades e, sobre tudo, ideias em piras dionisíacas e apolíneas em nós.
"- Mick, de onde você é? - O Mick morreu. Eu acidentalmente o esmaguei na ponte. Fiquei tão mal que estou carregando-o comigo. Mick, você está vivo! Ele está vivo, gente! Qual a pergunta mesmo?" xD
Os Rinocerontes
3.0 2 Assista Agora"Se George Orwell e Aldous Huxley colocavam seus protagonistas em sistemas totalitários já formados e estáveis, em obras do Absurdo como em Beckett e Ionesco encontramos a gênese existencial de todo totalitarismo. Parece que Beckett e Ionesco estão sempre questionando: como foi possível acontecer? O que há de tão mal no espírito humano a ponto de ter banalizado a destruição, ódio e intolerância.
Rinocerontes consegue manter o principal tema de Ionesco: o contágio – quando o envenenamento psíquico se normaliza aos olhos de todos. Torna-se sedutor, belo e até motivacional. Tornando as pessoas mais assertivas e supostamente autoconfiantes, pela falta de autocrítica. Muito próximo daquilo que o pensador Theodor Adorno chamava de “concepção fascista de vida”.
Ionesco concentra-se na gênese psíquica do fascismo: o instinto gregário, expressado no ser humano pelo medo da solidão, muito pior do que a morte, segundo Freud. Claro que essas manadas descontroladas de rinocerontes que destrói tudo que se ponha na frente precisa ser direcionada. Essa energia instintiva necessita ser canalizada por algum tipo de agenciamento para se tornar socialmente produtiva. E a expressão política dessa energia psíquica será o totalitarismo e o Estado policial."
Nomadland
3.9 896 Assista Agora" - As coisas vão bem, agora, os preços subindo, do inverno de 2012. Quero dizer, queria ter o dinheiro em 2008 para comprar tudo e poder vender agora. Parece que no ramo imobiliário tudo termina sempre bem.
- Não quero discordar de você, mas tenho que dizer que discordo.
É estranho você estimular as pessoas a investirem todas suas economias e ficarem endividados para comprar uma casa que não podem pagar."
Esse diálogo entre Fern e um morador do subúrbio é o suspiro de uma crítica que não foi.
Dado o contexto inicial de Fern - sua cidade acabou - e o que se passa na sequencia inicial - Fern morando numa Van estreita, sendo explorada num armazen da Amazon (entre outros bullshit jobs), sem qualquer tipo de garantia trabalhista, entregando currículos a torto e a direito e ouvindo que sua idade é um impeditivo, etc - o filme transmite uma atmosfera social deprimente e desesperante: a sociedade inserida na lógica neoliberal não tem espaço para todos, ou melhor, pra quem não é produtivo.
Porém, após esse início, o filme começa a focar nas questões internas de Fern e também começa a suavizar o contexto da história - é como se Fern, e outros personagens (alguns reais), como Swankie (que se torna uma nômade pois não quer morrer em um hospital, e parte em busca de boas memórias que teve no Alaska) morar em uma van e se tornar uma "nomade" fosse uma escolha individual, afinal sua irmã de classe média tem toda condição de abriga-la (mais ao final outro personagem lhe pede para que morem juntos numa fazenda), incluso é evocado um arquétipo americano do desbravador que parte rumo ao oeste, ao deserto, para se encontrar e encontrar a vida americana...
Com certeza é um filme que vale a pena assistir - as cenas no deserto e em outras partes da geografia americana são lindas e ajudam a compor a atmosfera deprimente do filme - mas não entrega nem um drama individual muito bom (parece que, ao invés de Fern, o deserto sim é o verdadeiro personagem principal) e nem prossegue a acender o rastilho de pólvora das criticas que suscitou no inicio do filme, mas acho que não dá pra esperar esse tipo de crítica mais incisiva do filme sendo ele financiado por quem foi: Searchlight Pictures, a qual faz parte da Walt Disney Studios.
Sobrenatural (15ª Temporada)
4.0 233 Assista AgoraAcabou!
Até hoje não acredito que os roteiristas são pagos para escreverem essas temporadas mequetrefes, mas bem, se houveram no mínimo 10 temp. super questionáveis, então, de certa forma, o público aprovou - e a mim que não gastei 1 real pra assistir essa série só resta imaginar como poderia ter sido melhor.
Mas... trazer uma personagem de sei lá qual temporada de volta, no último episódio (com direito a flashback), só para ela morrer decapitada 5 segundos depois foi um dos auges kkkkkktriste (quem quiser compartilhar o seu momento "não acredito que os roteiristas fizeram isso" nos comentários, é bem-vindo).
Fica a nostalgia desses personagens - Dean, Sam, Castiel, Bob, Rufus, o papai winchester, Lucifer, Crowley... e outros.
Ficou arrastado? Demais... mas vai deixar saudade. CARRY ON o/
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista Agora“Todos nós crescemos com a TV. Crescemos vendo assassinatos. Com exceção de 'I Love Lucy', todas as séries eram sobre assassinatos! Então... que tal matarmos pessoas que nos ensinaram a matar? Estamos no coração de Hollywood! Toda a geração aqui cresceu vendo assassinatos”.
Malcolm X
4.1 267 Assista AgoraPorra man, fiquei puto quando ele morreu.
Filmaço, valeu Spike Lee.
Valeu e continua valendo Al Hajj Malik Al-Shabazz, Malcolm X!
Arlequina (2ª Temporada)
4.4 42 Assista AgoraTem seus problemas, mas série dlc demais
Castlevania (3ª Temporada)
4.1 184Era melhor ter ido ver o filme do pelé
Arlequina (1ª Temporada)
4.4 68 Assista AgoraFODA DEMAIS!!!!!!
Ainda volto pra fazer uma resenha melhor, mas essa acima é um bom resumo ;)
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
3.1 725 Assista AgoraEstava empolgado, ams a história apenas fez um pararelo com a do primeiro filme e do segundo: Dani Ramos não tem personalidade, é apenas um Mash-Up de Sarah e John Connor, sem profudindade como o resto dos personagens... Me lembrou o 7 filme de star wars voltando novamente com a Estrela da Morte (neste caso planeta): medo indesculpável de se arriscar algo original, que resulta num filme de passatempo, não faz nem em pensar nos paralelos que as máquinas (tecnologia) teriam de fazer com nosso cotidiano.
Thor: O Mundo Sombrio
3.4 2,3K Assista AgoraQue filmizinho mixuruca
Anos 90
3.9 503Fuck! Shit! That was dope!
Só o cabelo do Porramerda já vale pra ver o filme
Bob Roberts
3.6 11Uma jornalista pergunta "Devemos pensar que o que o Sr. Roberts
deseja é que o povo seja dócil e que respeite as ações de seu presidente,
por mais imorais ou ilegais que sejam?"
O candidato Bob Roberts responde "Você é comunista?"
Depois da entrevista, no camarim, a jornalista solta "Bob Roberts é Nixon, no
entanto mais astuto. Esse Bob Roberts é mais complexo. Adotou a imagem e a forma
de pensar de um REBELDE e a adaptou à sua pessoa. O REBELDE CONSERVADOR."
Mais adiante no mockumentary o adversário Democrata de Bob Roberts
a corrida eleitoral questiona "O que eu sei é que ele é um gênio na hora
de puxar os fios do racismo e do sexismo, disso e daquilo. A POLÍTICA DAS EMOÇÕES.
Nisso é muito bom. O que se esconde por detrás? Não VEJO NADA" [Enquanto o candidato dos Democratas fala em projetos para a crise, Bob Roberts só apela para as emoções dos eleitores, e não fala em projetos.]
Grande coincidência em relação ao nosso Bob Roberts tupiniquim, não?
Mas há mais uma grande: em certa parte do filme, quando os dois adversários estao empatados nas pesquisas e Roberts sofre acusações judiciais, Bob Roberts sofre um ATENTADO. E de repente a imprensa o transforma em herói: ele fica supostamente paraplégico e com isso ganha a disputa eleitoral; seus eleitores começam uma onda de violência nas ruas; no final, Roberts canta e executa uma música no violão: é possível ver suas pernas mexendo ao ritmo da música.
Metal Gear Solid
5A hind-D?
Radio Free Albemuth
3.0 8"- Eu preciso de ajuda, não posso chegar a lugar nenhum sozinho.
- Claro. Talvez eles já estejam te ajudando.
- Eu nunca escutei nenhuma voz.
- Sua própria voz pode ser a voz."
Gnosticismo, paranoia, espiritualidade, aliens, rebeldia: K. Dick!
Só não esperem lutas, tiroteios, perseguições e o filme se mostrará instigante em sua própria roupagem.
Do Communists Have Better Sex?
4.2 4Do blog Cinegnose:
"O documentário toca em um ponto nevrálgico da discussão: se a pílula foi
uma revelação para as mulheres ocidentais, não foi uma mudança tão radical como
a que já existia do outro lado do muro. Principalmente porque no Ocidente a
revolução sexual foi rapidamente incorporada pela música, moda e a indústria da
Publicidade. Centímetro por centímetro as imagens publicitárias começaram a se
aproximar das zonas erógenas. A liberdade sexual oferecida pela pílula foi
rapidamente absorvida pelo marketing e revistas pornográficas.
Numa sociedade competitiva como a capitalista, a sexualidade passou a
ser encarada por critérios de rentabilidade e performance: para ser sexy você
tem que estar em forma, ser atraente, ter orgasmos mais rapidamente e em maior
número. Cada vez mais uma ansiedade começa a dominar a todos – de que alguém
poderia ter uma vida sexual melhor do que a sua."
Strange Angel (1ª Temporada)
4.0 9A magia sempre esteve presente em toda a cultura contemporânea, ainda que de forma sutil: todos os rituais pagãos que foram incorporados e ressignificados nas religiões monoteístas dogmáticas (exemplo a páscoa; Baphomet, símbolo arquétipo da humanidade, que se tornou personificação do diabo, etc.); Jorge Ben trazendo o hermético, a alquimia, para a cultura pop - e por aí vai: estamos cercado pela magia, pelo ocultismo, por todos os lados, do xamanismo histórico à Strange Angel.
Como um jovem, o primeiro culto, caminho, ordem, ocultista que me despertou a atenção foi justamente Thelema - "faze o que tu queres, há de ser tudo da lei", que era isso que Raul Seixas cantava, que lei era essa? Quem era essa besta, Crowley? Foi o primeiro contato, 12 anos atrás, de lá pra cá essa seita, e o ocultismo variado, veio ressurgindo repetidamente em minha vida.
Eis que lançam Strange Angel, e pude perceber como uma Ordem mágica, numa era onde o materialismo técnico-científico impera, influenciou não só a cultura, mas a própria ciência com Jack Parsons - e representado de forma maravilhosa dentro da série, com, além da magia prática, simbolismos espirituais, sem descambar em defesas cegas do oculto ou da ciência, pois vejam, num mundo exoterico regido pela racionalidade, acontecem barbáries como representado na série pelo ocorrido com Susan Parsons e com o Nazismo (numa sociedade cercada por intelectuais e avanços científicos), mas por outro lado no mundo esotérico, também há negações e egoísmo de Jack, mesmo alcançando um auto-conhecimento maior (e por se tratar de uma ordem também regida por dogmas e hierarquia).
Enfim, a série é original, os efeitos especiais são na medida, e as atuações idem - e como parte dessa loucura que é a vida, só posso concluir que a magia faz parte do que é "ser' humano tanto quanto a ciência.
A Vida de Brian
4.2 560 Assista AgoraMas que tipo de genialidade é essa!?
Apesar de só ter ocorrido desgraça, me peguei feliz no final do filme, até mexendo os pés no ritmo dos soldados do exército suicida na canção final - humor, política, cultura, religião, academicismo: a velha e boa comédia de costumes! Desperta até certa esperança em toda a desesperança da vida dos homens: da comédia que é a própria Vida, da qual se não rirmos, acabamos por nos conformar na sarjeta mas sem "olhar para as estrelas", como certa vez propôs Wilde.
O Amante Duplo
3.3 108Eu não sei o que eu vi, mas eu quero mais! Já procurando os outros filmes de Ozon e certamente revisitarei este!
O Experimento de Milgram
3.5 169 Assista AgoraUma aula de como se fazer um filme-biografia interessante! Com as ideias da pessoa se perpassando não apenas na narrativa, de forma cronológica, mas no próprio tecido do filme, a metalinguagem neste caso, nas cenas propositalmente "surreais". Aparte essa beleza toda, os experimentos de Milgram se fazem ainda mais atuais, nessa realidade (ainda mais) líquida que do século passado: a teoria de Milgram sobre o "estado de agente", onde a própria estrutura social, e não o individual, suporta o facismo, como visto no século passado - ao impossibilitar a noção do propósito do Todo aos indivíduos, tornando os mero instrumento de realização dos desejos do outro, com sempre a sensação de "apenas cumprir seu trabalho" ou que "já estava dessa forma", sempre repassando a responsabilidade para uma autoridade, ainda que ela própria seja ilusória, como o Doutor de Jaleco Cinza no experimento - "O mal está no banal".
Terra Prometida
3.2 96Filme preciso em sua proposta: demonstrar um dos modus operandi do capitalismo atual, controlando os dois lados de um debate para não deixar nada ao acaso, afinal multinacionais não se fazem com "esforço e honestidade" (como diz a propaganda meritocrática). Apesar de não ser uma grande experiência cinematográfica, certamente o é para a área de comunicação, o que vale a empreitada.
Merlí (3ª Temporada)
4.4 186Depois de quatro episódios com um Merlí fastidioso, a temporada consegue engrenar, de forma natural, com algumas pontas soltas ou mal desenvolvidas, mas a forma singela de algumas cenas, raras em séries de tv, tornam a temporada muito boa: Joan e o pai, o episódio do Hegel e do Dalínismo.
Um professor que ousou desempoeirar a filosofia no ensino público, imbuído de coragem em ensinar coisas de Hegel, Marx, Baumann, Freud, Taoismo e etc, de forma crítica e prática, coisa que deveria ser corriqueira à nós ocidentais mas que se mostra um verdadeiro muro de Troia. E do lado técnico, quem diria que se poderia fazer uma série de vários filósofos e que o público iria se interessar: as balas de Hollywood aqui são disparadas com livros e dúvidas.
A filosofia ainda vive, o ensino público ainda vive, o pensamento crítico ainda vive: numa era de consumismo em massa e desmantelamento do espaço público é um discurso perigoso de se levantar. O arquétipo de Merlí deixara saudades e, sobre tudo, ideias em piras dionisíacas e apolíneas em nós.
A cena de Pol como professor foi linda. Porque ele é "o Pol. E punto."
Qual morte foi pior executada, a de Coralina ou de Merlí?
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraAGORA A F*SOCIETY FOI LONGE DEMAIS!
Lucky
4.1 193 Assista AgoraPoderia dizer muito sobre o filme mas só direi:
Lindo.
Thor: Ragnarok
3.7 1,9K Assista Agora"- Mick, de onde você é?
- O Mick morreu. Eu acidentalmente o esmaguei na ponte. Fiquei tão mal que estou carregando-o comigo. Mick, você está vivo! Ele está vivo, gente! Qual a pergunta mesmo?" xD