"Se George Orwell e Aldous Huxley colocavam seus protagonistas em sistemas totalitários já formados e estáveis, em obras do Absurdo como em Beckett e Ionesco encontramos a gênese existencial de todo totalitarismo. Parece que Beckett e Ionesco estão sempre questionando: como foi possível acontecer? O que há de tão mal no espírito humano a ponto de ter banalizado a destruição, ódio e intolerância.
Rinocerontes consegue manter o principal tema de Ionesco: o contágio – quando o envenenamento psíquico se normaliza aos olhos de todos. Torna-se sedutor, belo e até motivacional. Tornando as pessoas mais assertivas e supostamente autoconfiantes, pela falta de autocrítica. Muito próximo daquilo que o pensador Theodor Adorno chamava de “concepção fascista de vida”.
Ionesco concentra-se na gênese psíquica do fascismo: o instinto gregário, expressado no ser humano pelo medo da solidão, muito pior do que a morte, segundo Freud. Claro que essas manadas descontroladas de rinocerontes que destrói tudo que se ponha na frente precisa ser direcionada. Essa energia instintiva necessita ser canalizada por algum tipo de agenciamento para se tornar socialmente produtiva. E a expressão política dessa energia psíquica será o totalitarismo e o Estado policial."
" - As coisas vão bem, agora, os preços subindo, do inverno de 2012. Quero dizer, queria ter o dinheiro em 2008 para comprar tudo e poder vender agora. Parece que no ramo imobiliário tudo termina sempre bem.
- Não quero discordar de você, mas tenho que dizer que discordo. É estranho você estimular as pessoas a investirem todas suas economias e ficarem endividados para comprar uma casa que não podem pagar."
Esse diálogo entre Fern e um morador do subúrbio é o suspiro de uma crítica que não foi. Dado o contexto inicial de Fern - sua cidade acabou - e o que se passa na sequencia inicial - Fern morando numa Van estreita, sendo explorada num armazen da Amazon (entre outros bullshit jobs), sem qualquer tipo de garantia trabalhista, entregando currículos a torto e a direito e ouvindo que sua idade é um impeditivo, etc - o filme transmite uma atmosfera social deprimente e desesperante: a sociedade inserida na lógica neoliberal não tem espaço para todos, ou melhor, pra quem não é produtivo.
Porém, após esse início, o filme começa a focar nas questões internas de Fern e também começa a suavizar o contexto da história - é como se Fern, e outros personagens (alguns reais), como Swankie (que se torna uma nômade pois não quer morrer em um hospital, e parte em busca de boas memórias que teve no Alaska) morar em uma van e se tornar uma "nomade" fosse uma escolha individual, afinal sua irmã de classe média tem toda condição de abriga-la (mais ao final outro personagem lhe pede para que morem juntos numa fazenda), incluso é evocado um arquétipo americano do desbravador que parte rumo ao oeste, ao deserto, para se encontrar e encontrar a vida americana...
Com certeza é um filme que vale a pena assistir - as cenas no deserto e em outras partes da geografia americana são lindas e ajudam a compor a atmosfera deprimente do filme - mas não entrega nem um drama individual muito bom (parece que, ao invés de Fern, o deserto sim é o verdadeiro personagem principal) e nem prossegue a acender o rastilho de pólvora das criticas que suscitou no inicio do filme, mas acho que não dá pra esperar esse tipo de crítica mais incisiva do filme sendo ele financiado por quem foi: Searchlight Pictures, a qual faz parte da Walt Disney Studios.
“Todos nós crescemos com a TV. Crescemos vendo assassinatos. Com exceção de 'I Love Lucy', todas as séries eram sobre assassinatos! Então... que tal matarmos pessoas que nos ensinaram a matar? Estamos no coração de Hollywood! Toda a geração aqui cresceu vendo assassinatos”.
Estava empolgado, ams a história apenas fez um pararelo com a do primeiro filme e do segundo: Dani Ramos não tem personalidade, é apenas um Mash-Up de Sarah e John Connor, sem profudindade como o resto dos personagens... Me lembrou o 7 filme de star wars voltando novamente com a Estrela da Morte (neste caso planeta): medo indesculpável de se arriscar algo original, que resulta num filme de passatempo, não faz nem em pensar nos paralelos que as máquinas (tecnologia) teriam de fazer com nosso cotidiano.
Uma jornalista pergunta "Devemos pensar que o que o Sr. Roberts deseja é que o povo seja dócil e que respeite as ações de seu presidente, por mais imorais ou ilegais que sejam?"
O candidato Bob Roberts responde "Você é comunista?"
Depois da entrevista, no camarim, a jornalista solta "Bob Roberts é Nixon, no entanto mais astuto. Esse Bob Roberts é mais complexo. Adotou a imagem e a forma de pensar de um REBELDE e a adaptou à sua pessoa. O REBELDE CONSERVADOR."
Mais adiante no mockumentary o adversário Democrata de Bob Roberts a corrida eleitoral questiona "O que eu sei é que ele é um gênio na hora de puxar os fios do racismo e do sexismo, disso e daquilo. A POLÍTICA DAS EMOÇÕES. Nisso é muito bom. O que se esconde por detrás? Não VEJO NADA" [Enquanto o candidato dos Democratas fala em projetos para a crise, Bob Roberts só apela para as emoções dos eleitores, e não fala em projetos.]
Grande coincidência em relação ao nosso Bob Roberts tupiniquim, não?
Mas há mais uma grande: em certa parte do filme, quando os dois adversários estao empatados nas pesquisas e Roberts sofre acusações judiciais, Bob Roberts sofre um ATENTADO. E de repente a imprensa o transforma em herói: ele fica supostamente paraplégico e com isso ganha a disputa eleitoral; seus eleitores começam uma onda de violência nas ruas; no final, Roberts canta e executa uma música no violão: é possível ver suas pernas mexendo ao ritmo da música.
Do blog Cinegnose: "O documentário toca em um ponto nevrálgico da discussão: se a pílula foi uma revelação para as mulheres ocidentais, não foi uma mudança tão radical como a que já existia do outro lado do muro. Principalmente porque no Ocidente a revolução sexual foi rapidamente incorporada pela música, moda e a indústria da Publicidade. Centímetro por centímetro as imagens publicitárias começaram a se aproximar das zonas erógenas. A liberdade sexual oferecida pela pílula foi rapidamente absorvida pelo marketing e revistas pornográficas.
Numa sociedade competitiva como a capitalista, a sexualidade passou a ser encarada por critérios de rentabilidade e performance: para ser sexy você tem que estar em forma, ser atraente, ter orgasmos mais rapidamente e em maior número. Cada vez mais uma ansiedade começa a dominar a todos – de que alguém poderia ter uma vida sexual melhor do que a sua."
Mas que tipo de genialidade é essa!? Apesar de só ter ocorrido desgraça, me peguei feliz no final do filme, até mexendo os pés no ritmo dos soldados do exército suicida na canção final - humor, política, cultura, religião, academicismo: a velha e boa comédia de costumes! Desperta até certa esperança em toda a desesperança da vida dos homens: da comédia que é a própria Vida, da qual se não rirmos, acabamos por nos conformar na sarjeta mas sem "olhar para as estrelas", como certa vez propôs Wilde.
Uma aula de como se fazer um filme-biografia interessante! Com as ideias da pessoa se perpassando não apenas na narrativa, de forma cronológica, mas no próprio tecido do filme, a metalinguagem neste caso, nas cenas propositalmente "surreais". Aparte essa beleza toda, os experimentos de Milgram se fazem ainda mais atuais, nessa realidade (ainda mais) líquida que do século passado: a teoria de Milgram sobre o "estado de agente", onde a própria estrutura social, e não o individual, suporta o facismo, como visto no século passado - ao impossibilitar a noção do propósito do Todo aos indivíduos, tornando os mero instrumento de realização dos desejos do outro, com sempre a sensação de "apenas cumprir seu trabalho" ou que "já estava dessa forma", sempre repassando a responsabilidade para uma autoridade, ainda que ela própria seja ilusória, como o Doutor de Jaleco Cinza no experimento - "O mal está no banal".
Filme preciso em sua proposta: demonstrar um dos modus operandi do capitalismo atual, controlando os dois lados de um debate para não deixar nada ao acaso, afinal multinacionais não se fazem com "esforço e honestidade" (como diz a propaganda meritocrática). Apesar de não ser uma grande experiência cinematográfica, certamente o é para a área de comunicação, o que vale a empreitada.
"- Mick, de onde você é? - O Mick morreu. Eu acidentalmente o esmaguei na ponte. Fiquei tão mal que estou carregando-o comigo. Mick, você está vivo! Ele está vivo, gente! Qual a pergunta mesmo?" xD
Padre tentando a todo custo evitar que o "mal supremo" chegue a terra, quando ao seu redor todo esse "mal supremo" já ocorre: ganância, relações familiares tóxicas, "cidadãos de bem" matando sem-teto, mídia de massa alienadora e por vai... filme sintomático e bom de se ver.
"- Eu pensei que vocês entenderiam. São negócios. Apenas negócios. É só o que é. Vocês não entendem, não é? Não existem mais países. [...] Eles estão mandando no espetáculo. Eles possuem todo o planeta. Eles podem fazer o que quiserem."
Critica social foda com sopapos, canastrices e práxis direta: sem críticas clichês de "Pensar em Ter no lugar do Ser” das sociedades de consumo - ação direta sem rodeios; "Todo esse sexo e violência nas telas foi longe demais para mim. Eu estou cheio disso. Os cineastas têm que mostrar um certo respeito." Esse dialogo irônico no final do filme demonstra isso claramente.
O livro de Mark Fisher "Capitalist Realism" me trouxe até este filme. Um dos pontos únicos do filme é a forma de governo apresentada nele: não é uma distopia com um estado autoritário como V de Vingança ou 1984, mas, até onde podemos ver, uma forma de governo bem próxima da nossa realidade, nada aponta que é antidemocrática (obviamente na sua forma burguesa, de capitalismo tardio) - é uma hipérbole do nosso. A atmosfera de incerteza vivida pela população se assemelha muito com a nossa (ocidental), devido ao clima constante de terrorismo e false flags terroristas atuais (criada por estados e elites pelo globo): se naturaliza e se torna o cotidiano, o que normaliza o medo e dá a desculpa perfeita para o estado burguês agir de forma autoritária, ainda que democrática em sua forma; há ainda campos de concentração, prisão, xenofobia e extermínio destinados as pessoas que tentam entrar na Inglaterra do filme: no nosso mundo campos e muros para as pessoas dos países que a Europa e E.U.A. pilharam e pilham, negando depois a entrada no centro do Capital. O enredo se desenrola a partir de uma disfunção que torna as pessoas estéreis, o que impossibilita o nascimento de NOVAS pessoas - e aí está o pulo do gato: essa catástrofe biológica no filme é apenas um simbolismo que pode ser lido culturalmente por nós. "O quanto uma cultura pode durar sem o novo?" pergunta M. Fisher. Numa cena no filme, aparecem diversas de obras de Arte de diversas culturas, uma delas é Guernica de Picasso, uma obra que denuncia as atrocidades do fascismo, agora como apenas um quadro pendurado na parede: "nenhum objeto cultural pode reter algum poder quando não há novos olhos para ver" - exemplo esse que já pode ser visto na atualidade na transformação de culturas em peças de museus, ressignificados como mais uma mercadoria qualquer graças a realidade capitalista que subscreve toda a historia com suas etiquetas de preço, desde religião ao próprio Karl Marx. "Hoje em dia as pessoas sabem o preço de tudo e o valor de nada" já dizia Oscar Wilde no séc. XIX. Mas, ao contrario do que se prega, o Capital é apenas mais uma ideologia, não estamos no "fim da história" e nem é o único sistema possível: como todos os outros pela história quando o Novo convulsiona tentam sufoca-lo, mas ele sempre vem, mas antes temos de abandonar a ideia apática niilista de que "é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo".
" O filme OtherLife tem o mérito de revelar muitas facetas da nova cultura hypster-digital de startups e aplicativos: como a tecnologia está criando mundos cada vez mais solitários para os seres humanos habitarem – basta ver como os algoritmos atuais criam bolhas virtuais para cada usuário nas redes sociais e mecanismos de busca.
E também, como a tecnologia de realidade virtual reproduz formas de lazer ou de tempo livre inspiradas em fantasias escapistas e compensatórias. E sempre solitárias."
cinegnose*.blogspot*.com*.br/2018/04/a-ultima-interface-da-humanidade-no.html (tirem os asteriscos)
Realmente se assemelha muito com um episódio de black mirror e, como tal, possuí a crítica (ou expõe uma chaga atual da tecnologia) sobre nossa evolução, relação com computadores. O filme é um jogo de gato e rato, onde a máquina deseja descobrir por meio neuroquímicos se Frank é um rebelde contra um sistema ditatorial e pelo lado de Frank,
ele cria diversas barreiras psíquicas para não ser descoberto
. O primeiro simbolismo que se repara é a periculosidade de se deixar todo o mundo humano dependente de computadores, como já está acontecendo hoje, e segundo como a função da I.A. passou de realizar tarefas repetitivas, extrínsecas ao homem, para começar a aprender com ele, relação intrínseca, onde ela acaba não apenas aprendendo conosco, mas também nos antecipando (como a máquina Howard faz diversas vezes no filme), o que no nosso mundo se mostra como o Google e Facebook (dentre outras) onde com o pretexto de agilizar processos humanos, constroem um Big Data (escala titânica) que nos mapeia e nos conhece melhor que nós mesmos (um behaviorismo tecnológico), podendo influenciar políticas por todo o mundo e mudando (talvez para sempre) a nossa relação com o mundo real (que se torna o "deserto do real"). Não se enganem: não usamos Google e Facebook, eles nos usam.
Os Rinocerontes
3.0 2 Assista Agora"Se George Orwell e Aldous Huxley colocavam seus protagonistas em sistemas totalitários já formados e estáveis, em obras do Absurdo como em Beckett e Ionesco encontramos a gênese existencial de todo totalitarismo. Parece que Beckett e Ionesco estão sempre questionando: como foi possível acontecer? O que há de tão mal no espírito humano a ponto de ter banalizado a destruição, ódio e intolerância.
Rinocerontes consegue manter o principal tema de Ionesco: o contágio – quando o envenenamento psíquico se normaliza aos olhos de todos. Torna-se sedutor, belo e até motivacional. Tornando as pessoas mais assertivas e supostamente autoconfiantes, pela falta de autocrítica. Muito próximo daquilo que o pensador Theodor Adorno chamava de “concepção fascista de vida”.
Ionesco concentra-se na gênese psíquica do fascismo: o instinto gregário, expressado no ser humano pelo medo da solidão, muito pior do que a morte, segundo Freud. Claro que essas manadas descontroladas de rinocerontes que destrói tudo que se ponha na frente precisa ser direcionada. Essa energia instintiva necessita ser canalizada por algum tipo de agenciamento para se tornar socialmente produtiva. E a expressão política dessa energia psíquica será o totalitarismo e o Estado policial."
Nomadland
3.9 896 Assista Agora" - As coisas vão bem, agora, os preços subindo, do inverno de 2012. Quero dizer, queria ter o dinheiro em 2008 para comprar tudo e poder vender agora. Parece que no ramo imobiliário tudo termina sempre bem.
- Não quero discordar de você, mas tenho que dizer que discordo.
É estranho você estimular as pessoas a investirem todas suas economias e ficarem endividados para comprar uma casa que não podem pagar."
Esse diálogo entre Fern e um morador do subúrbio é o suspiro de uma crítica que não foi.
Dado o contexto inicial de Fern - sua cidade acabou - e o que se passa na sequencia inicial - Fern morando numa Van estreita, sendo explorada num armazen da Amazon (entre outros bullshit jobs), sem qualquer tipo de garantia trabalhista, entregando currículos a torto e a direito e ouvindo que sua idade é um impeditivo, etc - o filme transmite uma atmosfera social deprimente e desesperante: a sociedade inserida na lógica neoliberal não tem espaço para todos, ou melhor, pra quem não é produtivo.
Porém, após esse início, o filme começa a focar nas questões internas de Fern e também começa a suavizar o contexto da história - é como se Fern, e outros personagens (alguns reais), como Swankie (que se torna uma nômade pois não quer morrer em um hospital, e parte em busca de boas memórias que teve no Alaska) morar em uma van e se tornar uma "nomade" fosse uma escolha individual, afinal sua irmã de classe média tem toda condição de abriga-la (mais ao final outro personagem lhe pede para que morem juntos numa fazenda), incluso é evocado um arquétipo americano do desbravador que parte rumo ao oeste, ao deserto, para se encontrar e encontrar a vida americana...
Com certeza é um filme que vale a pena assistir - as cenas no deserto e em outras partes da geografia americana são lindas e ajudam a compor a atmosfera deprimente do filme - mas não entrega nem um drama individual muito bom (parece que, ao invés de Fern, o deserto sim é o verdadeiro personagem principal) e nem prossegue a acender o rastilho de pólvora das criticas que suscitou no inicio do filme, mas acho que não dá pra esperar esse tipo de crítica mais incisiva do filme sendo ele financiado por quem foi: Searchlight Pictures, a qual faz parte da Walt Disney Studios.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista Agora“Todos nós crescemos com a TV. Crescemos vendo assassinatos. Com exceção de 'I Love Lucy', todas as séries eram sobre assassinatos! Então... que tal matarmos pessoas que nos ensinaram a matar? Estamos no coração de Hollywood! Toda a geração aqui cresceu vendo assassinatos”.
Malcolm X
4.1 267 Assista AgoraPorra man, fiquei puto quando ele morreu.
Filmaço, valeu Spike Lee.
Valeu e continua valendo Al Hajj Malik Al-Shabazz, Malcolm X!
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
3.1 724 Assista AgoraEstava empolgado, ams a história apenas fez um pararelo com a do primeiro filme e do segundo: Dani Ramos não tem personalidade, é apenas um Mash-Up de Sarah e John Connor, sem profudindade como o resto dos personagens... Me lembrou o 7 filme de star wars voltando novamente com a Estrela da Morte (neste caso planeta): medo indesculpável de se arriscar algo original, que resulta num filme de passatempo, não faz nem em pensar nos paralelos que as máquinas (tecnologia) teriam de fazer com nosso cotidiano.
Thor: O Mundo Sombrio
3.4 2,3K Assista AgoraQue filmizinho mixuruca
Anos 90
3.9 502Fuck! Shit! That was dope!
Só o cabelo do Porramerda já vale pra ver o filme
Bob Roberts
3.6 11Uma jornalista pergunta "Devemos pensar que o que o Sr. Roberts
deseja é que o povo seja dócil e que respeite as ações de seu presidente,
por mais imorais ou ilegais que sejam?"
O candidato Bob Roberts responde "Você é comunista?"
Depois da entrevista, no camarim, a jornalista solta "Bob Roberts é Nixon, no
entanto mais astuto. Esse Bob Roberts é mais complexo. Adotou a imagem e a forma
de pensar de um REBELDE e a adaptou à sua pessoa. O REBELDE CONSERVADOR."
Mais adiante no mockumentary o adversário Democrata de Bob Roberts
a corrida eleitoral questiona "O que eu sei é que ele é um gênio na hora
de puxar os fios do racismo e do sexismo, disso e daquilo. A POLÍTICA DAS EMOÇÕES.
Nisso é muito bom. O que se esconde por detrás? Não VEJO NADA" [Enquanto o candidato dos Democratas fala em projetos para a crise, Bob Roberts só apela para as emoções dos eleitores, e não fala em projetos.]
Grande coincidência em relação ao nosso Bob Roberts tupiniquim, não?
Mas há mais uma grande: em certa parte do filme, quando os dois adversários estao empatados nas pesquisas e Roberts sofre acusações judiciais, Bob Roberts sofre um ATENTADO. E de repente a imprensa o transforma em herói: ele fica supostamente paraplégico e com isso ganha a disputa eleitoral; seus eleitores começam uma onda de violência nas ruas; no final, Roberts canta e executa uma música no violão: é possível ver suas pernas mexendo ao ritmo da música.
Metal Gear Solid
5A hind-D?
Radio Free Albemuth
3.0 8"- Eu preciso de ajuda, não posso chegar a lugar nenhum sozinho.
- Claro. Talvez eles já estejam te ajudando.
- Eu nunca escutei nenhuma voz.
- Sua própria voz pode ser a voz."
Gnosticismo, paranoia, espiritualidade, aliens, rebeldia: K. Dick!
Só não esperem lutas, tiroteios, perseguições e o filme se mostrará instigante em sua própria roupagem.
Do Communists Have Better Sex?
4.2 4Do blog Cinegnose:
"O documentário toca em um ponto nevrálgico da discussão: se a pílula foi
uma revelação para as mulheres ocidentais, não foi uma mudança tão radical como
a que já existia do outro lado do muro. Principalmente porque no Ocidente a
revolução sexual foi rapidamente incorporada pela música, moda e a indústria da
Publicidade. Centímetro por centímetro as imagens publicitárias começaram a se
aproximar das zonas erógenas. A liberdade sexual oferecida pela pílula foi
rapidamente absorvida pelo marketing e revistas pornográficas.
Numa sociedade competitiva como a capitalista, a sexualidade passou a
ser encarada por critérios de rentabilidade e performance: para ser sexy você
tem que estar em forma, ser atraente, ter orgasmos mais rapidamente e em maior
número. Cada vez mais uma ansiedade começa a dominar a todos – de que alguém
poderia ter uma vida sexual melhor do que a sua."
A Vida de Brian
4.2 560 Assista AgoraMas que tipo de genialidade é essa!?
Apesar de só ter ocorrido desgraça, me peguei feliz no final do filme, até mexendo os pés no ritmo dos soldados do exército suicida na canção final - humor, política, cultura, religião, academicismo: a velha e boa comédia de costumes! Desperta até certa esperança em toda a desesperança da vida dos homens: da comédia que é a própria Vida, da qual se não rirmos, acabamos por nos conformar na sarjeta mas sem "olhar para as estrelas", como certa vez propôs Wilde.
O Amante Duplo
3.3 107Eu não sei o que eu vi, mas eu quero mais! Já procurando os outros filmes de Ozon e certamente revisitarei este!
O Experimento de Milgram
3.5 169 Assista AgoraUma aula de como se fazer um filme-biografia interessante! Com as ideias da pessoa se perpassando não apenas na narrativa, de forma cronológica, mas no próprio tecido do filme, a metalinguagem neste caso, nas cenas propositalmente "surreais". Aparte essa beleza toda, os experimentos de Milgram se fazem ainda mais atuais, nessa realidade (ainda mais) líquida que do século passado: a teoria de Milgram sobre o "estado de agente", onde a própria estrutura social, e não o individual, suporta o facismo, como visto no século passado - ao impossibilitar a noção do propósito do Todo aos indivíduos, tornando os mero instrumento de realização dos desejos do outro, com sempre a sensação de "apenas cumprir seu trabalho" ou que "já estava dessa forma", sempre repassando a responsabilidade para uma autoridade, ainda que ela própria seja ilusória, como o Doutor de Jaleco Cinza no experimento - "O mal está no banal".
Terra Prometida
3.2 96 Assista AgoraFilme preciso em sua proposta: demonstrar um dos modus operandi do capitalismo atual, controlando os dois lados de um debate para não deixar nada ao acaso, afinal multinacionais não se fazem com "esforço e honestidade" (como diz a propaganda meritocrática). Apesar de não ser uma grande experiência cinematográfica, certamente o é para a área de comunicação, o que vale a empreitada.
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraAGORA A F*SOCIETY FOI LONGE DEMAIS!
Lucky
4.1 193 Assista AgoraPoderia dizer muito sobre o filme mas só direi:
Lindo.
Thor: Ragnarok
3.7 1,9K Assista Agora"- Mick, de onde você é?
- O Mick morreu. Eu acidentalmente o esmaguei na ponte. Fiquei tão mal que estou carregando-o comigo. Mick, você está vivo! Ele está vivo, gente! Qual a pergunta mesmo?" xD
O Dia da Besta
3.8 189Padre tentando a todo custo evitar que o "mal supremo" chegue a terra, quando ao seu redor todo esse "mal supremo" já ocorre: ganância, relações familiares tóxicas, "cidadãos de bem" matando sem-teto, mídia de massa alienadora e por vai... filme sintomático e bom de se ver.
Eles Vivem
3.7 730 Assista Agora"- Eu pensei que vocês entenderiam. São negócios. Apenas negócios. É só o que é. Vocês não entendem, não é? Não existem mais países. [...] Eles estão mandando no espetáculo. Eles possuem todo o planeta. Eles podem fazer o que quiserem."
Critica social foda com sopapos, canastrices e práxis direta: sem críticas clichês de "Pensar em Ter no lugar do Ser” das sociedades de consumo - ação direta sem rodeios; "Todo esse sexo e violência nas telas foi longe demais para mim. Eu estou cheio disso. Os cineastas têm que mostrar um certo respeito." Esse dialogo irônico no final do filme demonstra isso claramente.
A Mulher da Areia
4.5 96"Homens e mulheres têm tanto medo de escorregarem em algo. Para estarem seguros, eles inventam novas coisas."
Filhos da Esperança
3.9 940 Assista AgoraO livro de Mark Fisher "Capitalist Realism" me trouxe até este filme.
Um dos pontos únicos do filme é a forma de governo apresentada nele: não é uma distopia com um estado autoritário como V de Vingança ou 1984, mas, até onde podemos ver, uma forma de governo bem próxima da nossa realidade, nada aponta que é antidemocrática (obviamente na sua forma burguesa, de capitalismo tardio) - é uma hipérbole do nosso. A atmosfera de incerteza vivida pela população se assemelha muito com a nossa (ocidental), devido ao clima constante de terrorismo e false flags terroristas atuais (criada por estados e elites pelo globo): se naturaliza e se torna o cotidiano, o que normaliza o medo e dá a desculpa perfeita para o estado burguês agir de forma autoritária, ainda que democrática em sua forma; há ainda campos de concentração, prisão, xenofobia e extermínio destinados as pessoas que tentam entrar na Inglaterra do filme: no nosso mundo campos e muros para as pessoas dos países que a Europa e E.U.A. pilharam e pilham, negando depois a entrada no centro do Capital.
O enredo se desenrola a partir de uma disfunção que torna as pessoas estéreis, o que impossibilita o nascimento de NOVAS pessoas - e aí está o pulo do gato: essa catástrofe biológica no filme é apenas um simbolismo que pode ser lido culturalmente por nós. "O quanto uma cultura pode durar sem o novo?" pergunta M. Fisher. Numa cena no filme, aparecem diversas de obras de Arte de diversas culturas, uma delas é Guernica de Picasso, uma obra que denuncia as atrocidades do fascismo, agora como apenas um quadro pendurado na parede: "nenhum objeto cultural pode reter algum poder quando não há novos olhos para ver" - exemplo esse que já pode ser visto na atualidade na transformação de culturas em peças de museus, ressignificados como mais uma mercadoria qualquer graças a realidade capitalista que subscreve toda a historia com suas etiquetas de preço, desde religião ao próprio Karl Marx. "Hoje em dia as pessoas sabem o preço de tudo e o valor de nada" já dizia Oscar Wilde no séc. XIX.
Mas, ao contrario do que se prega, o Capital é apenas mais uma ideologia, não estamos no "fim da história" e nem é o único sistema possível: como todos os outros pela história quando o Novo convulsiona tentam sufoca-lo, mas ele sempre vem, mas antes temos de abandonar a ideia apática niilista de que "é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo".
Outra Vida
3.1 105 Assista Agora" O filme OtherLife tem o mérito de revelar muitas facetas da nova cultura hypster-digital de startups e aplicativos: como a tecnologia está criando mundos cada vez mais solitários para os seres humanos habitarem – basta ver como os algoritmos atuais criam bolhas virtuais para cada usuário nas redes sociais e mecanismos de busca.
E também, como a tecnologia de realidade virtual reproduz formas de lazer ou de tempo livre inspiradas em fantasias escapistas e compensatórias. E sempre solitárias."
cinegnose*.blogspot*.com*.br/2018/04/a-ultima-interface-da-humanidade-no.html (tirem os asteriscos)
Infinity Chamber
3.0 21Realmente se assemelha muito com um episódio de black mirror e, como tal, possuí a crítica (ou expõe uma chaga atual da tecnologia) sobre nossa evolução, relação com computadores. O filme é um jogo de gato e rato, onde a máquina deseja descobrir por meio neuroquímicos se Frank é um rebelde contra um sistema ditatorial e pelo lado de Frank,
ele cria diversas barreiras psíquicas para não ser descoberto