Green Book não é um filme ruim é simplesmente fraco. Bobo estarmos em 2019 e a grande mensagem ser: "ser racista é ruim" (lição, aliás, que é a principal apreendida pelo personagem principal). Apesar de alguns absurdo
é EXTREMAMENTE problemática a ligação feita entre o aprendizado do motorista (que entende que ser racista é ruim rs) e o que supostamente este ensina ao seu companheiro de viagem (que Tony ensina um homem negro a ser negro - sim, o absurdo que é implicado é que Tony é "mais negro" (???) que Shirley)
é um filme bacana, engraçado e leve. Talvez seja o caso de um primeiro contato com a temática do racismo - o que ainda parece absurdo, em 2019, que nossas discussões ainda estejam num momento tão raso. A esperança que fica é que quem assista consiga absorver o que há de melhor na mensagem e enxergue os absurdos do racismo estrutural. É um pouco triste, entretanto, que as duas histórias mais interessantes e complexas sejam ignoradas (a história do complexo Dr. Shirley ou do "Green Book" que dá título ao filme)
Uma experiência de cinema divertida mas, de longe, um filme fraco para a honraria que recebeu (mas Oscar não é sobre os melhores, afinal de contas hehe)
Esse filme é completamente INEXPLICÁVEL. A intenção era fazer algo bobo e infantil? Talvez uma releitura de Reign, o seriado infanto-juvenil que também conta a vida de Mary Stuart. Ou ainda, intencionava encher os olhos com figurinos exuberantes e paisagens incríveis e fazer quem assiste abandonar qualquer lógica por trás da história contada e só apreciar a vista. Com um roteiro horripilante, seguimos a história de personagens que mudam, a todo instante, suas ações e decisões, sem ter nenhuma construção lógica para tais atitudes. Mary, ao chegar, é apresentada como uma jovem inteligente e forte, em busca de solidificar sua posição em relação ao trono, todas as suas ações a seguir - e a daqueles que a cercam, parem enterrar essa primeira impressão
É intrigante como abandona toda essa personalidade por um romance bobo e infantil. Aliás, seu marido, é, ora apresentado como um interesseiro para logo em seguida ser desmascarado como alguém que, também, abandonaria tudo por uma aventura sexual. Pela terceira vez, muda de personalidade se revelando agressivo e excitado pela violência para logo em seguida ser representado como uma criança que chora sua ingenuidade no colo da amada
. Se o objetivo do filme era demonstrar como as duas rainhas, cada uma de sua posição, luta para conseguir ser quem é frente às ameaças e dissabores inerentes a suas posições e, quiçá, traçar um paralelo que permita uma relação de cumplicidade entre as rainhas ou ainda de compreensão (como é dito a cerca altura do filme: só outra rainha poderia entender o que estou passando), tudo isso é suplantada por uma construção da narrativa tão tosca e inverosímel que torna impossível ter qualquer envolvimento ou empatia com o que é contado.
O que é menos provável: uma rainha católica do século 16 aceitar com tanta naturalidade um servo abertamente homossexual ou perdoá-lo por alta traição? Fica a dúvida
Delicado e bonito, a proposta do filme é refletir sobre o tempo, pessoas, conexões e família - e o faz de maneira interessante à medida que o próprio personagem principal vai amadurecendo e entendendo o mundo em constante mudança ao seu redor. Por vezes o artifício utilizado para isso vai se tornando repetitivo - em sequências que reproduzem um mesmo ciclo de comportamento-reflexão-superação, e fiquei esperando uma utilização menos cansativa da proposta. Mas é o último ato do filme que ganha destaque. Aí entendemos a necessidade de todas as pequenas histórias contadas ao longo da película. O ato final é, também, onde as técnicas de animação ganham força e somam-se à beleza da história que pretende contar. É impossível, assim, não se emocionar ou se relacionar às mudanças da vida e compreender que são elas que desembocam no presente e moldam o futuro. Não a toa, Mirai, título do filme e de uma das personagens, significa "futuro".
Um filme fraco frente à personalidade que tenta abordar. Quem assiste esse filme não entende muito da personalidade da própria Frida, o motivo de ter se tornado um símbolo para o movimento feminista ou ainda do sofrimento que passa ao longo de sua vida e que em muito se transmite em suas obras. Se intitulado Frida e Diego, seria mais clara a abordagem que o filme propõe. Ao invés de focar na primeira, o que se observa ao longo do filme é um relato sobre o casal (relato esse, aliás, bastante raso). Aqui, vale um destaque para a atuação de Alfred Molina como Diego Rivera (a melhor do filme, em minha opinião). Não sei o que é mais incômodo: um filme sobre uma grande pintora mexicana, que se passa no México, ser todo em inglês, ou inglês forçar um sotaque mexicano e falas em espanhol/castelhano soltas. Salma Hayek, ao invés de apontar para a liberdade sexual que simboliza Frida, é hipersexualizada em diversos momentos do filme. Todos os demais personagens - a exceção de Frida e Diego - são tratados com pouca ou nenhuma profundidade, meros acessórios numa história que vai se arrastando sem muita complexidade e sem abraçar realmente as contradições do conturbado casamento ou da personagem que dá título à história. Enfim, é um filme fraco, com toques interessantes - como o jogo com as pinturas de Frida que ganham vida e se misturam ao filme - e é uma pena que uma grande história tenha sido contada de maneira tão apática. Típico filme "quase lá"; não é ruim, mas não chega muito além disso.
Apesar disso tudo, acho que é imprescindível ler o relato de Salma Hayek sobre a produção do filme, especialmente no que diz respeito à influência de Harvey Weinstein no desenrolar do filme. Doloroso e esclarecedor, me fez ver o filme com outros olhos (e que tristeza ver o que um homem poderoso pode conseguir fazer. Segue: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/12/1943121-harvey-weinstein-tambem-e-meu-monstro.shtml
Ao passo em que o universo circense é encantador em qualquer momento, em seu surgimento, e ainda mais tendo como protagonista um homem controverso e motivado pela ganância e ambição, torna-se ainda mais atrativo. Era de se pensar que o filme explorasse essas complexidades. Ao invés disso, temos uma trama fraca e mal feita, uma história superficial recheada de músicas que não combinam com a estética proposta - é início do século XX e, ainda assim, somos bombardeados por canções pop dos anos 2010. Há um enorme potencial inexplorado na história, que é suplantado pelas cenas de música, dança e efeitos visuais que enchem os olhos mas que, em sua maioria, servem só pra distrair de um roteiro ruim. Falta desenvolvimento dos personagens - e talvez os renegados do circo, por suas condições despertem em nós uma empatia sincera (e por isso mesmo protagonizam a melhor canção da trama, This is Me), e mereciam ser melhor explorados e não uma justificativa para fazer grandes atos musicais e de dança com malabares e temática circense por si só. Nunca compreendemos realmente as motivações do filme e de seus personagens,
de modo que o que deveria ser a história de como a ganância envenena até os grandes sonhadores, se torna uma ode ao perdão infundado, já que o personagem principal (P.T.), ao invés de passar por uma jornada de auto reconhecimento, simplesmente é perdoado por todos sem precisar reconhecer seus erros.
Ninguém parece ser carismático o suficiente para levar o filme adiante, e nem mesmo Hugh Jackman, ou as elaboradas cenas musicais conseguem salvar o filme de ser raso e pouco memorável. Péssimo aproveitamento de Michelle Williams - que, aliás, parece se resignar a um papel único de esposa sorridente durante todo o filme.
A ideia de A Bruxa é promover um mix de construção histórica realística que preza por diálogos bem construídos, que culminam num intrigante suspense de época. A sensação de isolamento da família é transmitida para o espectador, e antagonizada pelas forças sobrenaturais que a cercam em um contexto histórico recheado de superstição e apego à religiosidade, A Bruxa trabalha de maneira espetacular os limites entre o real, o sobrenatural e as coisas nas quais somos condicionados a acreditar.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação em 2016, e do mesmo roteirista de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Quero Ser John Malkovich e talvez a minha animação favorita, Anomalisa conta a história do guru do telemarketing Michael Stone, que conhece Lisa ao chegar à Connecticut. É esse encontro que transformará sua vida.
A beleza, verdade e grandeza do filme estão na forma didática com que mostra um mundo tomado por rótulos e que generaliza as pessoas. É impressionante a medida em que conseguimos nos identificar e emocionar com uma obra que é estranha, ficcional e ao mesmo tempo extremamente real.
Na primeira parte da película, dois momentos são singulares em passar o contexto do pós-guerra e daquilo ao que o filme se propõe. O primeiro, quando o cirurgião plástico pergunta a Nelly qual rosto ela deseja ter. Prontamente, ela responde que quer ser como era antes, ao que o médico rebate com um sutil aviso do que viria a seguir: “nada fica exatamente igual”. Num segundo momento, é a amiga Lene quem se pergunta como chamar o processo ao qual Nelly foi submetida: reconstrução? recriação? Afinal, como se adaptar às mudanças que não queremos que aconteçam mas que invariavelmente aconteceram? Como encarara a normalidade artificial quando se passou por tamanhas atrocidades? Como o povo judeu poderia seguir em frente? para Nelly, é pelo apego com o passado e pela posterior compreensão do presente. Para Lene – que vive seu próprio processo de readaptação – é querer estar no futuro, sem conseguir esquecer o passado. Phoenix é, assim, uma alegoria para o renascimento e para identidade. Para Nelly, é o renascimento de si mesma, o encontro de quem ela foi e de quem ela é. Para Lene, é a impossibilidade de renascer, de se esquecer quem a tornaram. É, ainda, significativo do renascimento do povo judeu no pós-guerra, e da própria Europa marcada pela guerra. Esses renascimentos podem ser materializados pelo momento em que, ao rever os escombros de seu antigo lar, Nelly vê seu reflexo no espelho e não se reconhece. Ali se encontram coisas que se quebraram e estão além de qualquer possível reparação, esquecimento ou das marcas que para sempre os acompanharão. E é esta a lição que, ao final do filme, Nelly compreende: não é possível esquecer o passado, e ele deixa marcas que moldam quem somos – e, quer queiramos ou não, encará-las é inevitável no processo de reconhecermos a nós mesmos.
A temática dos conflitos provocadas pela Guerra Fria já foi contada anteriormente por Angelina Jolie em seu "Na Terra do Amor e Ódio", e este é mais um exemplo dos desdobramentos da Guerra entre EUA e URSS. Há um acerto em fazer uma rápida - porém necessária e didática - contextualização história daquilo que veio a resultar na ascensão do Khmer Vermelho: os desdobramentos da Guerra do Vietnã no Camboja. É interessante apontar que o filme evidencia um fato: não importa quem está no comando, é o povo quem irá pagar e sustentar esse sistema. Desse modo, mesmo sendo o Khmer Vermelho o grande responsável pelas tragédias que se seguem, há uma importante menção a outros atores também relevantes para o crescente poder e apoio deste grupo, o que é marcado pelo discurso de Nixon no início do longa. A aprofundação história e contextualização, entretanto, não são o foco do filme, que preocupa-se em entender o lado humano do conflito, e como as pessoas - e não os envolvidos nas decisões de conflito - se comportam. É interessante observar o contexto da guerra pelos olhos de uma criança, ao mesmo tempo em que nos encontramos confusos e desorientados com a situação apresentada, tal qual a protagonista, Loung, parece estar. E é através desse olhar que vemos, à medida que Loung enxerga, as mudanças nas pessoas, roupas, cenários, e estilo de vida. E essa visão infantil as vezes nos deixa ávidos e sedentos por querer saber mais do que uma criança em seus seis anos poderia compreender do contexto em que vivia - apesar disso, a falta de diálogos que, pode ser bem característica do povo asiático, pode também representar a fraqueza no roteiro da história. Vale ainda ressaltar a bem vinda história contada em língua nativa - Angelina já havia errado anteriormente ao contar a história bósnia ("Na Terra do Amor e Ódio") em inglês. Entretanto, a força da história não é capaz de disfarçar alguns equívocos cometidos. O filme é extremamente longo, com diversas cenas desnecessárias, que não acrescentam na história e, por isso mesmo, se tornam repetitivas; a fotografia parece por vezes desconectada das emoções dos personagens; eventos que ocorrem sem nenhuma explicação aparente, revelando um roteiro raso; as atuações medianas; e as escolhas da direção em imputar ao seu filme a necessidade de ser dramático (numa história que, por si só, já emociona).
O final do filme é também bastante clichê e desnecessário, a cena final chega a ser cafona. Além disso, no desenrolar do último ato, torna-se até impossível de acreditar (ainda que seja baseada em fatos reais) que a história realmente tenha acabado tão bem quando no filme não há construção dessa narrativa: o fato dos irmãos se reencontrarem em diversos momentos desafia a nossa VONTADE de acreditar que isso realmente poderia acontecer.
Ainda com o poder da história há uma dificuldade de se envolver com a mesma, de se conectar com os personagens ou de sentir seu sofrimento. Apesar de algumas cenas poderosas
destaque para a cena em que Loung percebe sua participação na guerra, na cena das minas, e para o momento em que o soldado vermelhista é capturado e a menina oscila entre o impulso de protegê-lo e odiá-lo, reconhecendo nele seu próprio pai
, ainda falta uma abordagem que pudesse nos deixar ainda mais imersos no que se passava - algo que pode ser relacionado à necessidade de forçar emoções que parece permear o filme.
O filme tenta sair da mesmice, mas acaba se perdendo em seus clichês e nas soluções pouco convincentes. Fica bem clara uma visão maniqueísta e preconceituosa de uma temática atual, de extrema relevância e extremamente polêmica: os refugiados. Falta mais empatia com os personagens para que a história tenha alguma densidade e evite ser interpretada - como talvez eu o tenha feito - das piores maneiras possíveis.
Enquanto a menina branca, dinamarquesa, é apresentada como o auge da bondade e candura, apesar de seu "sofrimento" (com sua mãe) - aliás, é de péssimo gosto o filme querer contrapor à situação de Inger à de Kwame ("eu sofro também"). Este, por sua vez, sofre preconceito, e as situações bem demonstradas de um refugiado longe de seu país de origem e as pressões que recebe da família que mora longe - o que não é inteiramente suficiente para que quem vê o filme se identifique com as motivações de Kwame para acabar sendo o retrato simplório e caricaturado de um refugiado negro: mentiroso e ladrão. Por fim, três fatores chamam a atenção: primeiro, a explosão da mãe de Inger no jantar de Natal, reação a presença de seu genro negro/refugiado logo é perdoada e considerada com um deslize menor por sua filha (parece que o preconceito que fora apresentado de maneira tão agressiva até então é normalizado por aquela que o combate desde o início da película); em segundo lugar, Inger oferece dinheiro a Kwame para deixar a Dinamarca - é essa a solução para com os refugiados? Pague-os e o suma com eles? Fato pouco convincente é que Inger, que jamais é apresentada como alguém rica durante o curta, apesar de trabalhar apenas como voluntária, dá a Kwame muito mais do que lhe foi deixado de herança por sua mãe; terceiro ponto: a gravidez de Inger soa falsa e desnecessária: qual a razão de continuar sendo mãe desse bebê???????? O romance um tanto apressado do casal só serve, na minha opinião, para reforçar o estigma de "aproveitador" de Kwame e de "vítima" de Inger
Filmes como esse tem uma temática tão chocante e impactante e são tão necessários...entretanto, a história boa se perde num filme que não é tão bom assim - falta um pouco mais de abordagem, de profundidade, enfim...faltou algo que fizesse jus à história. Temática semelhante e com uma abordagem completamente diferente, a sugestão é Philomena, de 2013, (concorreu ao Oscar de 2014 nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado).
Filme com história e personagem fantásticos mas que, pra mim, deixou a desejar. A história é extremamente necessária, e só por ela o filme já vale a pena ser visto. O ponto alto do filme é exatamente este passeio pela história dos direitos civis dos negros nos EUA (e seus muitos paralelos com preconceito na atualidade) - e por isso mesmo acredito que a história de Eugene Allen (o mordomo no qual o personagem principal é inspirado) merecia um trabalho mais bem acabado. Pontos negativos: O roteiro parece um pouco raso parece se apoiar na quantidade de astros que o diretor conseguiu reunir em seu filme e no drama exagerado que se propôs a colocar em todas as cenas, que chegam a dar um tom novelesco à história. O filme se equilibra na história de Cecil enquanto mordomo, que perpassa 30 anos de administrações presidenciais na Casa Branca, e em diversos subplots que nunca são completamente abordados e com personagens superficiais:
a escravidão na infância - nunca mais mencionada mas sempre presente - o que aconteceu com a mãe de Cecil?; o casamento falido, em meio a traições, com uma alcoolatra - rapidamente recuperados em certo ponto do filme; a relação conturbada com o filho - a meu ver um dos pontos mais interessantes do filme e que poderia ter sido o melhor explorado: as diferentes formas de luta de ambos, a compreensão de ambos sobre os papéis que tem na sociedade; a relação com o filho mais novo, cujo único propósito no filme pareceu ser ir ao Vietnã
Ponto positivo: Além das atuações, foi bastante acertado que Cecil se acostumou tanto a "ser invisível" na crueldade que lhe foi imposta desde que se torna um "negro de casa", que assume esse papel ao longo de toda sua vida, e em todos os âmbitos dela - no trabalho, no casamento, na paternidade, em seu ativismo...
gostaria que o processo de auto descoberta/de visibilidade tivesse sido explorado com mais ênfase durante o filme - talvez tornasse ainda mais interessante a discussão proposta pelo filme
Divertido! Se você gosta de cinema e metalinguagem, esse filme com certeza surpreende! É caricato ao extremo, fazendo graça de si mesmo, sem se levar muito a sério (sem aceitar essa premissa, é impossível se divertir, entender e/ou apreciar o filme). E este retrato do cinema no pós guerra pode nos parecer estranho, mas representa bem uma época de temor ao comunismo, do medo do fim da era de ouro do cinema e a necessidade de produções cada vez mais espetaculares (espetáculos aquáticos, musicais, faroestes,..). Faltou, talvez, um pouco mais de tempo para que o filme se desenvolvesse - mesmo que, a meu ver, tenha tido um final bem amarrado.
A cena de Ralph Fines como diretor é simplesmente fantástica! Aliás, todos os atores - mesmo os que aparecem por pouquíssimo tempo, estão muito bem no filme.
Um filme de atuações. Brie Larson está incrível em seu papel mas torna-se pequena comparada à atuação de Jacob Tremblay (e que pena não ter sido reconhecido na Academia por um papel muito mais forte e delicado do que tantos dos indicados...) Um filme bonito e intenso que provoca muito sentimento - a melhor parte de se estar no cinema. Você se indigna, se emociona e torce pela dupla principal mas, principalmente, se apaixona pela doçura do roteiro e dos pequenos momentos de descoberta. Mesmo a quebra de intensidade do filme não é capaz tirar a inteligência do roteiro - creio que o espectador precisa ter paciência pra ver uma história pelos olhos de uma criança de 5 anos que, como a maior parte das crianças, só vê partes do que acontece ao seu redor (mesmo sendo essa a opção do roteiro, queria sim ver mais dos dramas que se desenvolveram após a primeira metade do filme e foram superficialmente apresentados)
Sensível e arrebatador na medida certa! Com sutileza cada "graça" tem uma individualidade e rebeldia muito bem construídas para a história geral. Destaque pras cenas lindíssimas criadas pela diretora e pela personagem de Lale que cativa durante todo o filme . Filme muito delicado sobre liberdade, feminismo, irmandade e inocência
Lale que vê na fuga seu meio de fugir da triste realidade em que se insere, Nur em seu grito que é maior que a negação de um casamento, Ece e seu encontro com um rapaz qualquer dentro do carro e a morte prematura, Sonay e a suas frases arrebatadoras ("não importa o que eu diga, ninguém acredita que sou virgem") e tristeza no olhar e Selma, com seus encontros amorosos e o grito interrompido que lhe deram a tão sonhada liberdade
Simples e aparentemente despretensioso, dá uma sensação gostosa demais a quem vê. É a influência da "magia do cinema" na vida de cada um - e quem não se identifica com isso? Como disse Totó: o cinema paradiso é belíssimo!
Fotografia incrível, cenas belíssimas, boas atuações e direção, figurino e maquiagem de excelência...todas essas coisas são ofuscadas pelos diálogos num inglês arcaico que se tornam quase incompreensíveis que distraem E muito quem vai assistir o filme. Reconheço e admiro imensamente a obra de Shakespeare; entretanto, traduzida na tela, não funcionou da maneira literal como foi retratada, tal qual escrita pelo autor. Torna o filme cansativo e faz com que o espectador perca a linha da história (muito boa), que merecia uma adaptação mais digna para ser acessível a todo tipo de público. Duas estrelas pela qualidade da produção em seus demais aspectos
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraGreen Book não é um filme ruim é simplesmente fraco. Bobo estarmos em 2019 e a grande mensagem ser: "ser racista é ruim" (lição, aliás, que é a principal apreendida pelo personagem principal).
Apesar de alguns absurdo
é EXTREMAMENTE problemática a ligação feita entre o aprendizado do motorista (que entende que ser racista é ruim rs) e o que supostamente este ensina ao seu companheiro de viagem (que Tony ensina um homem negro a ser negro - sim, o absurdo que é implicado é que Tony é "mais negro" (???) que Shirley)
É um pouco triste, entretanto, que as duas histórias mais interessantes e complexas sejam ignoradas (a história do complexo Dr. Shirley ou do "Green Book" que dá título ao filme)
Uma experiência de cinema divertida mas, de longe, um filme fraco para a honraria que recebeu (mas Oscar não é sobre os melhores, afinal de contas hehe)
Duas Rainhas
3.4 344 Assista AgoraEsse filme é completamente INEXPLICÁVEL. A intenção era fazer algo bobo e infantil? Talvez uma releitura de Reign, o seriado infanto-juvenil que também conta a vida de Mary Stuart. Ou ainda, intencionava encher os olhos com figurinos exuberantes e paisagens incríveis e fazer quem assiste abandonar qualquer lógica por trás da história contada e só apreciar a vista.
Com um roteiro horripilante, seguimos a história de personagens que mudam, a todo instante, suas ações e decisões, sem ter nenhuma construção lógica para tais atitudes. Mary, ao chegar, é apresentada como uma jovem inteligente e forte, em busca de solidificar sua posição em relação ao trono, todas as suas ações a seguir - e a daqueles que a cercam, parem enterrar essa primeira impressão
É intrigante como abandona toda essa personalidade por um romance bobo e infantil. Aliás, seu marido, é, ora apresentado como um interesseiro para logo em seguida ser desmascarado como alguém que, também, abandonaria tudo por uma aventura sexual. Pela terceira vez, muda de personalidade se revelando agressivo e excitado pela violência para logo em seguida ser representado como uma criança que chora sua ingenuidade no colo da amada
Se o objetivo do filme era demonstrar como as duas rainhas, cada uma de sua posição, luta para conseguir ser quem é frente às ameaças e dissabores inerentes a suas posições e, quiçá, traçar um paralelo que permita uma relação de cumplicidade entre as rainhas ou ainda de compreensão (como é dito a cerca altura do filme: só outra rainha poderia entender o que estou passando), tudo isso é suplantada por uma construção da narrativa tão tosca e inverosímel que torna impossível ter qualquer envolvimento ou empatia com o que é contado.
O que é menos provável: uma rainha católica do século 16 aceitar com tanta naturalidade um servo abertamente homossexual ou perdoá-lo por alta traição? Fica a dúvida
Mirai
3.6 119Delicado e bonito, a proposta do filme é refletir sobre o tempo, pessoas, conexões e família - e o faz de maneira interessante à medida que o próprio personagem principal vai amadurecendo e entendendo o mundo em constante mudança ao seu redor.
Por vezes o artifício utilizado para isso vai se tornando repetitivo - em sequências que reproduzem um mesmo ciclo de comportamento-reflexão-superação, e fiquei esperando uma utilização menos cansativa da proposta.
Mas é o último ato do filme que ganha destaque. Aí entendemos a necessidade de todas as pequenas histórias contadas ao longo da película. O ato final é, também, onde as técnicas de animação ganham força e somam-se à beleza da história que pretende contar. É impossível, assim, não se emocionar ou se relacionar às mudanças da vida e compreender que são elas que desembocam no presente e moldam o futuro.
Não a toa, Mirai, título do filme e de uma das personagens, significa "futuro".
Frida
4.1 1,2K Assista AgoraUm filme fraco frente à personalidade que tenta abordar. Quem assiste esse filme não entende muito da personalidade da própria Frida, o motivo de ter se tornado um símbolo para o movimento feminista ou ainda do sofrimento que passa ao longo de sua vida e que em muito se transmite em suas obras. Se intitulado Frida e Diego, seria mais clara a abordagem que o filme propõe. Ao invés de focar na primeira, o que se observa ao longo do filme é um relato sobre o casal (relato esse, aliás, bastante raso). Aqui, vale um destaque para a atuação de Alfred Molina como Diego Rivera (a melhor do filme, em minha opinião).
Não sei o que é mais incômodo: um filme sobre uma grande pintora mexicana, que se passa no México, ser todo em inglês, ou inglês forçar um sotaque mexicano e falas em espanhol/castelhano soltas.
Salma Hayek, ao invés de apontar para a liberdade sexual que simboliza Frida, é hipersexualizada em diversos momentos do filme.
Todos os demais personagens - a exceção de Frida e Diego - são tratados com pouca ou nenhuma profundidade, meros acessórios numa história que vai se arrastando sem muita complexidade e sem abraçar realmente as contradições do conturbado casamento ou da personagem que dá título à história. Enfim, é um filme fraco, com toques interessantes - como o jogo com as pinturas de Frida que ganham vida e se misturam ao filme - e é uma pena que uma grande história tenha sido contada de maneira tão apática. Típico filme "quase lá"; não é ruim, mas não chega muito além disso.
Apesar disso tudo, acho que é imprescindível ler o relato de Salma Hayek sobre a produção do filme, especialmente no que diz respeito à influência de Harvey Weinstein no desenrolar do filme. Doloroso e esclarecedor, me fez ver o filme com outros olhos (e que tristeza ver o que um homem poderoso pode conseguir fazer. Segue: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/12/1943121-harvey-weinstein-tambem-e-meu-monstro.shtml
O Rei do Show
3.9 897 Assista AgoraAo passo em que o universo circense é encantador em qualquer momento, em seu surgimento, e ainda mais tendo como protagonista um homem controverso e motivado pela ganância e ambição, torna-se ainda mais atrativo. Era de se pensar que o filme explorasse essas complexidades. Ao invés disso, temos uma trama fraca e mal feita, uma história superficial recheada de músicas que não combinam com a estética proposta - é início do século XX e, ainda assim, somos bombardeados por canções pop dos anos 2010.
Há um enorme potencial inexplorado na história, que é suplantado pelas cenas de música, dança e efeitos visuais que enchem os olhos mas que, em sua maioria, servem só pra distrair de um roteiro ruim.
Falta desenvolvimento dos personagens - e talvez os renegados do circo, por suas condições despertem em nós uma empatia sincera (e por isso mesmo protagonizam a melhor canção da trama, This is Me), e mereciam ser melhor explorados e não uma justificativa para fazer grandes atos musicais e de dança com malabares e temática circense por si só.
Nunca compreendemos realmente as motivações do filme e de seus personagens,
de modo que o que deveria ser a história de como a ganância envenena até os grandes sonhadores, se torna uma ode ao perdão infundado, já que o personagem principal (P.T.), ao invés de passar por uma jornada de auto reconhecimento, simplesmente é perdoado por todos sem precisar reconhecer seus erros.
Ninguém parece ser carismático o suficiente para levar o filme adiante, e nem mesmo Hugh Jackman, ou as elaboradas cenas musicais conseguem salvar o filme de ser raso e pouco memorável. Péssimo aproveitamento de Michelle Williams - que, aliás, parece se resignar a um papel único de esposa sorridente durante todo o filme.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraA ideia de A Bruxa é promover um mix de construção histórica realística que preza por diálogos bem construídos, que culminam num intrigante suspense de época. A sensação de isolamento da família é transmitida para o espectador, e antagonizada pelas forças sobrenaturais que a cercam em um contexto histórico recheado de superstição e apego à religiosidade, A Bruxa trabalha de maneira espetacular os limites entre o real, o sobrenatural e as coisas nas quais somos condicionados a acreditar.
Anomalisa
3.8 497 Assista AgoraIndicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação em 2016, e do mesmo roteirista de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Quero Ser John Malkovich e talvez a minha animação favorita, Anomalisa conta a história do guru do telemarketing Michael Stone, que conhece Lisa ao chegar à Connecticut. É esse encontro que transformará sua vida.
A beleza, verdade e grandeza do filme estão na forma didática com que mostra um mundo tomado por rótulos e que generaliza as pessoas. É impressionante a medida em que conseguimos nos identificar e emocionar com uma obra que é estranha, ficcional e ao mesmo tempo extremamente real.
Phoenix
3.8 104 Assista AgoraNa primeira parte da película, dois momentos são singulares em passar o contexto do pós-guerra e daquilo ao que o filme se propõe. O primeiro, quando o cirurgião plástico pergunta a Nelly qual rosto ela deseja ter. Prontamente, ela responde que quer ser como era antes, ao que o médico rebate com um sutil aviso do que viria a seguir: “nada fica exatamente igual”. Num segundo momento, é a amiga Lene quem se pergunta como chamar o processo ao qual Nelly foi submetida: reconstrução? recriação?
Afinal, como se adaptar às mudanças que não queremos que aconteçam mas que invariavelmente aconteceram? Como encarara a normalidade artificial quando se passou por tamanhas atrocidades? Como o povo judeu poderia seguir em frente? para Nelly, é pelo apego com o passado e pela posterior compreensão do presente. Para Lene – que vive seu próprio processo de readaptação – é querer estar no futuro, sem conseguir esquecer o passado.
Phoenix é, assim, uma alegoria para o renascimento e para identidade. Para Nelly, é o renascimento de si mesma, o encontro de quem ela foi e de quem ela é. Para Lene, é a impossibilidade de renascer, de se esquecer quem a tornaram. É, ainda, significativo do renascimento do povo judeu no pós-guerra, e da própria Europa marcada pela guerra. Esses renascimentos podem ser materializados pelo momento em que, ao rever os escombros de seu antigo lar, Nelly vê seu reflexo no espelho e não se reconhece. Ali se encontram coisas que se quebraram e estão além de qualquer possível reparação, esquecimento ou das marcas que para sempre os acompanharão. E é esta a lição que, ao final do filme, Nelly compreende: não é possível esquecer o passado, e ele deixa marcas que moldam quem somos – e, quer queiramos ou não, encará-las é inevitável no processo de reconhecermos a nós mesmos.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraGreta Gerwig é uma das pessoas mais adoráveis do mundo - e só de ela estar em cena já faz você gostar do filme
Primeiro, Mataram o Meu Pai
3.8 238 Assista AgoraA temática dos conflitos provocadas pela Guerra Fria já foi contada anteriormente por Angelina Jolie em seu "Na Terra do Amor e Ódio", e este é mais um exemplo dos desdobramentos da Guerra entre EUA e URSS. Há um acerto em fazer uma rápida - porém necessária e didática - contextualização história daquilo que veio a resultar na ascensão do Khmer Vermelho: os desdobramentos da Guerra do Vietnã no Camboja. É interessante apontar que o filme evidencia um fato: não importa quem está no comando, é o povo quem irá pagar e sustentar esse sistema. Desse modo, mesmo sendo o Khmer Vermelho o grande responsável pelas tragédias que se seguem, há uma importante menção a outros atores também relevantes para o crescente poder e apoio deste grupo, o que é marcado pelo discurso de Nixon no início do longa. A aprofundação história e contextualização, entretanto, não são o foco do filme, que preocupa-se em entender o lado humano do conflito, e como as pessoas - e não os envolvidos nas decisões de conflito - se comportam.
É interessante observar o contexto da guerra pelos olhos de uma criança, ao mesmo tempo em que nos encontramos confusos e desorientados com a situação apresentada, tal qual a protagonista, Loung, parece estar. E é através desse olhar que vemos, à medida que Loung enxerga, as mudanças nas pessoas, roupas, cenários, e estilo de vida. E essa visão infantil as vezes nos deixa ávidos e sedentos por querer saber mais do que uma criança em seus seis anos poderia compreender do contexto em que vivia - apesar disso, a falta de diálogos que, pode ser bem característica do povo asiático, pode também representar a fraqueza no roteiro da história. Vale ainda ressaltar a bem vinda história contada em língua nativa - Angelina já havia errado anteriormente ao contar a história bósnia ("Na Terra do Amor e Ódio") em inglês.
Entretanto, a força da história não é capaz de disfarçar alguns equívocos cometidos. O filme é extremamente longo, com diversas cenas desnecessárias, que não acrescentam na história e, por isso mesmo, se tornam repetitivas; a fotografia parece por vezes desconectada das emoções dos personagens; eventos que ocorrem sem nenhuma explicação aparente, revelando um roteiro raso; as atuações medianas; e as escolhas da direção em imputar ao seu filme a necessidade de ser dramático (numa história que, por si só, já emociona).
O final do filme é também bastante clichê e desnecessário, a cena final chega a ser cafona. Além disso, no desenrolar do último ato, torna-se até impossível de acreditar (ainda que seja baseada em fatos reais) que a história realmente tenha acabado tão bem quando no filme não há construção dessa narrativa: o fato dos irmãos se reencontrarem em diversos momentos desafia a nossa VONTADE de acreditar que isso realmente poderia acontecer.
Ainda com o poder da história há uma dificuldade de se envolver com a mesma, de se conectar com os personagens ou de sentir seu sofrimento. Apesar de algumas cenas poderosas
destaque para a cena em que Loung percebe sua participação na guerra, na cena das minas, e para o momento em que o soldado vermelhista é capturado e a menina oscila entre o impulso de protegê-lo e odiá-lo, reconhecendo nele seu próprio pai
Silent Nights
3.0 11O filme tenta sair da mesmice, mas acaba se perdendo em seus clichês e nas soluções pouco convincentes. Fica bem clara uma visão maniqueísta e preconceituosa de uma temática atual, de extrema relevância e extremamente polêmica: os refugiados. Falta mais empatia com os personagens para que a história tenha alguma densidade e evite ser interpretada - como talvez eu o tenha feito - das piores maneiras possíveis.
Enquanto a menina branca, dinamarquesa, é apresentada como o auge da bondade e candura, apesar de seu "sofrimento" (com sua mãe) - aliás, é de péssimo gosto o filme querer contrapor à situação de Inger à de Kwame ("eu sofro também"). Este, por sua vez, sofre preconceito, e as situações bem demonstradas de um refugiado longe de seu país de origem e as pressões que recebe da família que mora longe - o que não é inteiramente suficiente para que quem vê o filme se identifique com as motivações de Kwame para acabar sendo o retrato simplório e caricaturado de um refugiado negro: mentiroso e ladrão. Por fim, três fatores chamam a atenção: primeiro, a explosão da mãe de Inger no jantar de Natal, reação a presença de seu genro negro/refugiado logo é perdoada e considerada com um deslize menor por sua filha (parece que o preconceito que fora apresentado de maneira tão agressiva até então é normalizado por aquela que o combate desde o início da película); em segundo lugar, Inger oferece dinheiro a Kwame para deixar a Dinamarca - é essa a solução para com os refugiados? Pague-os e o suma com eles? Fato pouco convincente é que Inger, que jamais é apresentada como alguém rica durante o curta, apesar de trabalhar apenas como voluntária, dá a Kwame muito mais do que lhe foi deixado de herança por sua mãe; terceiro ponto: a gravidez de Inger soa falsa e desnecessária: qual a razão de continuar sendo mãe desse bebê???????? O romance um tanto apressado do casal só serve, na minha opinião, para reforçar o estigma de "aproveitador" de Kwame e de "vítima" de Inger
Em Nome de Deus
4.1 254 Assista AgoraFilmes como esse tem uma temática tão chocante e impactante e são tão necessários...entretanto, a história boa se perde num filme que não é tão bom assim - falta um pouco mais de abordagem, de profundidade, enfim...faltou algo que fizesse jus à história.
Temática semelhante e com uma abordagem completamente diferente, a sugestão é Philomena, de 2013, (concorreu ao Oscar de 2014 nas categorias Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado).
O Mordomo da Casa Branca
4.0 595 Assista AgoraFilme com história e personagem fantásticos mas que, pra mim, deixou a desejar. A história é extremamente necessária, e só por ela o filme já vale a pena ser visto. O ponto alto do filme é exatamente este passeio pela história dos direitos civis dos negros nos EUA (e seus muitos paralelos com preconceito na atualidade) - e por isso mesmo acredito que a história de Eugene Allen (o mordomo no qual o personagem principal é inspirado) merecia um trabalho mais bem acabado.
Pontos negativos: O roteiro parece um pouco raso parece se apoiar na quantidade de astros que o diretor conseguiu reunir em seu filme e no drama exagerado que se propôs a colocar em todas as cenas, que chegam a dar um tom novelesco à história.
O filme se equilibra na história de Cecil enquanto mordomo, que perpassa 30 anos de administrações presidenciais na Casa Branca, e em diversos subplots que nunca são completamente abordados e com personagens superficiais:
a escravidão na infância - nunca mais mencionada mas sempre presente - o que aconteceu com a mãe de Cecil?; o casamento falido, em meio a traições, com uma alcoolatra - rapidamente recuperados em certo ponto do filme; a relação conturbada com o filho - a meu ver um dos pontos mais interessantes do filme e que poderia ter sido o melhor explorado: as diferentes formas de luta de ambos, a compreensão de ambos sobre os papéis que tem na sociedade; a relação com o filho mais novo, cujo único propósito no filme pareceu ser ir ao Vietnã
Ponto positivo: Além das atuações, foi bastante acertado que Cecil se acostumou tanto a "ser invisível" na crueldade que lhe foi imposta desde que se torna um "negro de casa", que assume esse papel ao longo de toda sua vida, e em todos os âmbitos dela - no trabalho, no casamento, na paternidade, em seu ativismo...
gostaria que o processo de auto descoberta/de visibilidade tivesse sido explorado com mais ênfase durante o filme - talvez tornasse ainda mais interessante a discussão proposta pelo filme
Ave, César!
3.2 311 Assista AgoraDivertido! Se você gosta de cinema e metalinguagem, esse filme com certeza surpreende! É caricato ao extremo, fazendo graça de si mesmo, sem se levar muito a sério (sem aceitar essa premissa, é impossível se divertir, entender e/ou apreciar o filme).
E este retrato do cinema no pós guerra pode nos parecer estranho, mas representa bem uma época de temor ao comunismo, do medo do fim da era de ouro do cinema e a necessidade de produções cada vez mais espetaculares (espetáculos aquáticos, musicais, faroestes,..).
Faltou, talvez, um pouco mais de tempo para que o filme se desenvolvesse - mesmo que, a meu ver, tenha tido um final bem amarrado.
A cena de Ralph Fines como diretor é simplesmente fantástica! Aliás, todos os atores - mesmo os que aparecem por pouquíssimo tempo, estão muito bem no filme.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraUm filme de atuações. Brie Larson está incrível em seu papel mas torna-se pequena comparada à atuação de Jacob Tremblay (e que pena não ter sido reconhecido na Academia por um papel muito mais forte e delicado do que tantos dos indicados...)
Um filme bonito e intenso que provoca muito sentimento - a melhor parte de se estar no cinema. Você se indigna, se emociona e torce pela dupla principal mas, principalmente, se apaixona pela doçura do roteiro e dos pequenos momentos de descoberta.
Mesmo a quebra de intensidade do filme não é capaz tirar a inteligência do roteiro - creio que o espectador precisa ter paciência pra ver uma história pelos olhos de uma criança de 5 anos que, como a maior parte das crianças, só vê partes do que acontece ao seu redor (mesmo sendo essa a opção do roteiro, queria sim ver mais dos dramas que se desenvolveram após a primeira metade do filme e foram superficialmente apresentados)
Cinco Graças
4.3 329 Assista AgoraSensível e arrebatador na medida certa! Com sutileza cada "graça" tem uma individualidade e rebeldia muito bem construídas para a história geral. Destaque pras cenas lindíssimas criadas pela diretora e pela personagem de Lale que cativa durante todo o filme .
Filme muito delicado sobre liberdade, feminismo, irmandade e inocência
Lale que vê na fuga seu meio de fugir da triste realidade em que se insere, Nur em seu grito que é maior que a negação de um casamento, Ece e seu encontro com um rapaz qualquer dentro do carro e a morte prematura, Sonay e a suas frases arrebatadoras ("não importa o que eu diga, ninguém acredita que sou virgem") e tristeza no olhar e Selma, com seus encontros amorosos e o grito interrompido que lhe deram a tão sonhada liberdade
Joy: O Nome do Sucesso
3.4 778 Assista AgoraFilme bem fraco, roteiro previsível e as vezes mirabolante
(entrada pra fábrica dentro do banheiro??? Solução um pouco preguiçosa ein...)
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista AgoraSimples e aparentemente despretensioso, dá uma sensação gostosa demais a quem vê. É a influência da "magia do cinema" na vida de cada um - e quem não se identifica com isso? Como disse Totó: o cinema paradiso é belíssimo!
Linda cena final! Minha favorita do filme
Macbeth: Ambição e Guerra
3.5 383 Assista AgoraFotografia incrível, cenas belíssimas, boas atuações e direção, figurino e maquiagem de excelência...todas essas coisas são ofuscadas pelos diálogos num inglês arcaico que se tornam quase incompreensíveis que distraem E muito quem vai assistir o filme.
Reconheço e admiro imensamente a obra de Shakespeare; entretanto, traduzida na tela, não funcionou da maneira literal como foi retratada, tal qual escrita pelo autor. Torna o filme cansativo e faz com que o espectador perca a linha da história (muito boa), que merecia uma adaptação mais digna para ser acessível a todo tipo de público.
Duas estrelas pela qualidade da produção em seus demais aspectos
Sob o Mesmo Céu
2.7 455 Assista AgoraUma estrela e meia só pela trilha sonora que é muito boa (e a única coisa que faz algum sentido nesse filme)
Wolverine: Imortal
3.2 2,2K Assista AgoraPassei o filme todo esperando uma cena realmente boa (ainda bem que ela veio depois dos créditos)
Intocáveis
4.4 4,1K Assista AgoraDoce e arrebatador, te deixa com um sorriso de orelha a orelha
Simplesmente Complicado
3.5 919 Assista AgoraMuito engraçado, vale a pena!
Premonição 4
2.5 1,6K Assista AgoraPéssimo.